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Tecnologia e conteúdos
especificamente merecem destaque:
as potencialidades que tais tecnologias
podem trazer ao referido contexto e,
como decorrência, as novas dimensões
• Regulación jurídica de la
protección tecnológica de los
derechos de autor en el entorno
digital
• O ambiente hiperrnídia no
processo de construção do
conhecimento
Tecnologia e conteúdos
especificamente merecem destaque:
as potencialidades que tais tecnologias
podem trazer ao referido contexto e,
como decorrência, as novas dimensões
• Regulación jurídica de la
protección tecnológica de los
derechos de autor en el entorno
digital
• O ambiente hipermídia no
processo de construção do
conhecimento
Tecnologia
e conteúdos informacionais
Abordagens teóricas e práticas
editora polis
Copyright© 2004 dos autores
Foto da capa: Nobuca Rachi
Sumário
Jlustração: Miniatura extraída do Roman de Troie, de Bcnevoit de
Sainte More, século XV Paris, Biblioteca Nacional
Revisão: Aluysio Fávaro
ISBN: 85-7228-019-7
EditoraçZ'io eletrônica: Editora Polis
veis pela população. Nesse sentido, a área ele Ciência ela Informação gcsliio ela informação e elo conhecimento tenham de fato a efeti
tem discutido essa mudança paradigmática, uma vez que ela in vidade necessária.
fluencia profundamente os educadores, bem como influencia os pro "Informação, conhecimento e gestão ele projetos: da sistcmati
fissionais que estão no mercado ele trabalho. wção de princípios à aplicação cm ambientes acadêmicos para cap
O presente livro, Tecnologia e conlcúdos informacionais: abor L.1ção de recursos à pesquisa", quinto capítulo de autoria de Sylvia
dagens teóricas e práticas, visa explorar exaustivamente essas ques 1 Jclcna Moralcs I-Iorigucla de Moraes e Regina Célia Baptista Belluzzo,
tões, bem como expor as reflexões realizadas cm pesquisas no tratam de um tenia muito importante para o mundo científico e
âmbito da pós-graduação. tecnológico atual: a ncccssiclaclc elos diferentes setores produtivos da
Os aspectos increntes aos direitos autorais no ambiente digital sociedade conhecerem informações para captarem recursos visando
é tema elo primeiro capítulo "Rcgulación jurídica de la protccción a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico. Conscientizar a comu
tecnológica de los derechos ele autor cn el entorno digital", elaborado nidade acadêmica é extremamente importante para a implc1ncnti'lção
por Juan Carlos Fernánclez-Molina. Aspectos como a relação do usuá de uma cultura ele gestão ele projetos. Nesse sentido, muitos mode
rio com a informação no ambiente digital são explorados, enfocando los e metodologias podem ser adotadas pelas universidades, de modo
as questões inerentes a proteção intelectual, bem como os aspectos a servir aos pesquisadores que dependem ele recursos externos para
legais quanto ao uso desses conteúdos informacionais no ambiente o desenvolvimento ele suas pesquisas.
digital. Na seqüência 'A. versão em XML elo MARC 21 e as formas ele
No scgw1do capítulo "Ambiente hipermídia no processo de cons representação descritiva na ciência ela informação", sexto capítulo
trução do conhecimento", Silvana Aparecida Borsetti Gregorio Viclotti ele autoria ele Marcos Antonio Siqueira e Plácida Leopoldina Ventura
e Telma Antonia Marques Vieira, discute os diferentes recursos que Amorim ela Costa Santos, aborda a importância ela representação
podem ser utilizados no ambiente digital como, por exemplo: texto, descritiva, mais especificamente o formato MARC na versão XML, para
imagem e som, propiciando uma nova forma de assimilação, refle o estabelecimento da comunicação entre o usuário e a informação em
xão e aprendizagem para a construção de conhecimento. ambientes eletrônicos.
Entender o papel das "Políticas ele indexação como elemento para O sétimo capítulo "MARC 21 e XML como ferramentas para a
a gestão do conhecimento nas organizações", terceiro capítulo de consolidação ela catalogação cooperativa automatizada: uma revi
autoria de José Augusto Chaves Guimarães, assim como entender a são de literatura", de autoria ele Plácida Leopoldina Ventura Amorim
importância das organizações pensarem a gestão do conhecimento ela Costa Santos e Adriana Nascimento Flamino, debate a importân
de forma ampla, observando o contexto organizacional, os fluxos cia ela cooperação e o compartilhamento ele informações no ambien
informacionais e o acesso das pessoas à esse universo é objeto de te eletrônico por diferentes instituições. Defende a implementação ele
debate. Nesse sentido, o autor defende o caráter estratégico ele uma uma camada XML nas estruturas elos sistemas automatizados, pos
política de indexação em consonância com as estratégias de gestão sibilitando assim o intercâmbio ele dados entre as instituições
da organização. cooperantes.
No quarto capítulo "Transferência ele informação: análise de As "Mudanças no processo ele comunicação científica: a al
fatores para identificação elo valor ele unidades de conhecimento ternativa elos repositórios institucionais", oitavo capítulo deste li
registrado", os autores Ricardo César Gonçalves Sant' Ana e Plácida vro, ele autoria ele Maria Fernanda Sarmento e Souza, discute o
Leopoldina Ventura Amorim ela Costa Santos, exploram a com processo ele comunicação científica desde a geração até o uso ela
petitividade do mundo atual, e a importância da gestão ela infor informação. Defende a implementação ele repositórios institucionais
mação e gestão elo conhecimento em organizações. Nesse cenário, para amenizar os problemas relativos a comunicação científica na
apontam as tecnologias da informação como essenciais para que a atualidade.
8 Tecnologia e conteúdos informacionais Aprcscntaçiio 9
veis pela população. Nesse sentido, a área ele Ciência da Informação gestão da informação e do conhecimento tenham de fato a cfeti
tem discutido essa mudança paradigmática, uma vez que ela in vidm.lc necessária.
fluencia profundamente os educadores, bem como influencia os pro "Informação, conhecimento e gestão de projetos: da sistemati
fissionais que estão no mercado de trabalho. wção de princípios à aplicação em ambientes acadêmicos para cap
O presente livro, Tecnologia e conlcúdos informacionais: abor lnção de recursos à pesquisa", quinto capítulo de autorin de Sylvia
dagens teóricas e práticas, visa explorar exaustivamente essas ques 1 Idcna Moralcs I Ioriguela de Moraes e Regina Célia Baptista Belluzzo,
tões, bern como expor as reflexões realizadas cm pesquisas no tratam de um tema muito importante para o mundo científico e
âmbito ctn pós-graduação. tecnológico atual: a necessidade dos diferentes setores produtivos da
Os aspectos inerentes aos direitos autorais no ambiente digital sociedade conhecerem informações para captarem recursos visando
é tema do primeiro capítulo "Regulación jurídica de la protccción a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico. Conscientizar a comu
tecnológica de los clercchos de autor en el entorno digital", elaborado nidade acadêmica é extremamente importante para a implcmrnt;:ição
por Juan Carlos Fernándcz-Molina. Aspectos como a relação do usuá de uma cultura de gestão de projetos. Nesse sentido, muitos mode
rio com a informação no ambiente digital são explorados, enfocando los e metodologias podem ser adotadas pelas universidades, ele modo
as questões inerentes a proteção intelectual, bem como os aspectos a servir aos pesquisadores que dependem de recursos externos para
legais quanto ao uso desses conteúdos informacionais no ambiente o desenvolvimento de suas pesquisas.
digital. Na seqüência 'A. versão em XML do MARC 21 e as formas ele
No scgw1do capítulo "Ambiente hipermídia no processo de cons representação descritiva na ciência da informação", sexto capítulo
h·ução do conhecimento", Silvana Aparecida Borsetti Gregorio Viclotti de autoria de Marcos Antonio Siqueira e Plácida Leopoldina Ventura
e Teima Antonia Marques Vieira, discute os diferentes recursos que Amorim da Costa Santos, aborda a importância da representação
podem ser utilizados no ambiente digital como, por exemplo: texto, descritiva, mais especificamente o formato MARC na versão XML, para
imagem e som, propiciando uma nova forma ele assimilação, refle o estabelecimento da comunicação entre o usuário e a informação em
xão e aprendizagem para a construção de conhecimento. ambientes eletrônicos.
Entender o papel das "Políticas de indexação como elemento para O sétimo capítulo "MARC 21 e XML como ferramentas para a
a gestão do conhecimento nas organizações", terceiro capítulo de consolidação ela catalogação cooperativa automatizada: uma revi
autoria de José Augusto Chaves Guimarães, assim como entender a são de literatura", ele autoria de Plácida Leopoldina Ventura Amorim
importância das organizações pensarem a gestão do conhecimento ela Costa Santos e Adriana Nascimento Flamino, debate a importân
de forma ampla, observando o contexto organizacional, os fluxos cia da cooperação e o compartilhamento de informações no ambien
informacionais e o acesso das pessoas à esse universo é objeto de te eletrônico por diferentes instituições. Defende a implementação de
debate. Nesse sentido, o autor defende o caráter estratégico ele uma uma camada XML nas estruturas dos sistemas automatizados, pos
política de indexação em consonância com as estratégias de gestão sibilitando assim o intercâmbio de dados entre as instituições
da organização. cooperantes.
No quarto capítulo "Transferência de informação: análise de As "Mudanças no processo de comunicação científica: a al
fatores para identificação do valor de unidades de conhecimento ternativa elos repositórios institucionais", oitavo capítulo deste li
registrado", os autores Ricardo César Gonçalves Sant'Ana e Plácida vro, de autoria de Maria Fernanda Sarmento e Souza, discute o
Leopoldina Ventura Amorim da Costa Santos, exploram a com processo de comunicação científica desde a geração até o uso da
petitividade do mundo atual, e a importância da gestão da infor informação. Defende a implementação de repositórios institucionais
mação e gestão do conhecimento em organizações. Nesse cenário, para amenizar os problemas relativos a comunicação científica na
apontam as tecnologias da informação como essenciais para que a atualidade.
1 O Tecnologia e conteúdos informacionais
subsídio à caracterização do delito ele pornografia infantil na Internet. lH>logín también suponen un problema para los clerechos de autor ele
Os autores exploram a dimensão informacional/jurídica, revelando l.1s obras intelcctuales: la conversión ele las publicacioncs cn simples
a interface ela Ciência da Informação com o Direito, com a Ciência da c,1de11as de bits permite que su copia, rn.odificación y tmnsmisión
Compt1tação e com a Diplomática. JH1cd,1 llcvarse a cabo sin conocimiento dei titular ele los dercchos y
O tema proposto por este livro é sem dúvida-uma valiosa con J>r,1clicamente sin coste ni esfuerzo alguno.
tribuição para a área de Ciência da Informação, uma vez que este Para hacer frente a estas problemas se han plantc:.ido dos solu
paradigma nos impõe um novo olhar e uma nova dinâmica de tra ciones: promulgar nueva legislación y emplear la tecnologí:.i par.:i la
balho com a inforrnação. Os profissionais da área precisam refletir prolccción de las obras. La primera ele dias, la vía legislativa, se ccn
sobre os seus fazeres, e se inserir nesse novo contexto, seguros e com l 1-;1 cn modificar las leyes ele derccho ele autor para adaptadas ai nuevo
competência, gerenciando os problemas e propondo soluções que rn11lcxto tecnológico, especialmente haciénclolas más severas a fo
visem à qualidade cio acesso, recuperação e uso da massa infonna vor de los intereses de los posecclores de los dcrcchos ele autor. En
cional que circula no ambiente eletrônico. 1 l1cmto a la vía tecnológica, consiste en utilizar una serie de meca-
balho com a informação. Os profissionais da área precisam refletir prolccción de las obras. La primera de ellas, la vía legislativa, se cen
sobre os seus fazeres, e se inserir nesse novo contexto, seguros e corn t 1·,1 cn modificar las leyes de derecho ele autor para adaptarias al nuevo
competência, gerenciando os problemas e propondo soluções que mnlcxto tecnológico, especialmente haciéndolas más severas a fa
visem à qualidade do acesso, recuperação e uso da massa informa vor de los intereses de los poseedores de los clerechos de autor. En
cional que circula no ambiente eletrônico. nianto a la vía tecnológica, consiste en utilizar una serie de meca-
11ismos que permiten identificar los materiales susceptibles de ser
prnlcgidos por los derechos de autor y que facilitan. cl con.trol del
.1cccso y uso que se hace de éstos (O'Rourke, 1998), evitando no sólo
jl('l'diclas económicas para quienes ostentan los clerechos patrimoniales
o económicos sobre las obras sino también la violación de los clere
('hos morales ele sus autores.
A este respecto, convicne aclarar que, aunque es habitual que los
problemas del derecho de autor en el entorno digital se analicen casi en
exclusiva desde una perspectiva puramente monetaria (dados los gra-
12 Tecnologia e conteúdos informacionais Rcgulaciónjurídica ·13
ves pe1juicios económicos que suponen la copia y distribución de las t l111d11s, 1\t1slr,1lin y la Unión Europea, en este último caso con la
obras sin permiso y sin remunerar a los titulares de los derechos), no ,1J1n1l1,u·1t111 de una clirectiva como paso previa para la modificación
hay que olvidar que cl derecbo de autor también tiene un importante .i 1 111111111..id,1 de la legislación de cada uno de sus países micmbros. E!
componente moral y no pecuniario. Estas derechos de carácter moral , ,1•,11 dr ll1-.1sil es bastante curioso, ya que aunque hasta cl momento
están recogidos en la práctica totaliclacl de las legislaciones nacionalcs 1111 l111·111;i pc1rte de este tratado, sí incluyó en su reforma ele lél lcy de
de derecho de autor, y especialmente en las de los países de traclición 1 1 >1>/l (lfr.1sil, 1998) un artículo cn el que se protegen de formc1 expresa
jurídica latina (como Brasil). De entre todos los derechos ele naturaleza t.tll's sislrnrns ele protección tecnológica ele los derechos de m1tor,
moral, hay dos especialmente importantes tanto en un entorno im ,11111<Jlll', como verem.os n1ás adelante, con una regulación absolutc1-
preso como digital: cl clerecho de paternidad (derecho a ser iclcntificaelo 11H·11lr insuficiente.
como autor ele la obra) y e! de integridad (derecho a oponerse a rnal 1:1 objetivo de este trabajo es analizar cómo están reguladas estas
quier cambio en la obra que la distorsione o mutile ele manera qur se 11 mlilbs tecnológicas de protección de los derechos de autor cn los prin-
pe1judique cl honor o reputación elcl autor). Por tanto, estas dos dcre 1 q1.ilrs pc1íses (en especial su relación con las limitacioncs a los dere-
chos son la auténtica garantía legal ele que se protejan la intcgriclacl y 1'110s dr autor de las que se benefician las bibliotecas, sus usunrios y
autenticidad ele las obras intelech1alcs y ele los contenidos informati los ciudnclanos en general), lo que puede servir de referencia para su
vos en cualquier tipo de formato, ayuclanclo a preservar nuestro patri drsmrollo legislativo cn Brasil, que sin duda se producirá en un. plazo
monio cultural (Fernánclez-Molina y Peis, 2001). dr licmpo breve. Para ello comenzaremos hacienc!o un breve repaso
Pues bicn, ambos facetas del clerecbo de autor, económica y dr rslas medidas tecnológicas, cn qué consisten y cómo funcionan,
moral, pueclen ser protegidas por estos nuevos sistemas tecnológi ('01110 punto ele partida imprescindiblc para poder analizar a conti-
cos denominados ele forma diversa: ECMS (Elcctronic Copyright 1111,ición cómo son reguladas por cl Trataelo de Derecbo ele /\u tor ele b
Management Systems), ERMS (Elcctronic Rights Managemcnt OMPI de 1996 y por las tres principales normas jurídicas que lo hc1n
Systems) o DRMS (Digital Rights Management Systems). No obs 1111 JJ!emenlado: la Digital Millcnnium Copyright Act estadounidense
tante, como veremos posteriormente, las lcyes que los protegen no (lislc1dos Unidos, 1998), la nueva Directiva europea (Unión Europeu,
utilizan ninguna de estas denominaciones sino la más difusa de .200 I ) y la reciente ley australiana (f\ustralia, 2000).
"medidas tecnológicas". Estas dos vías de solución: legislativa y tec
nológica, no actúan de fonna independiente, sino que interactúan 2 Medidas tecnológicas: concepto y dases
entre sí, como bien comprende Sirinelli (2001) cuando sefiala que el
resultado es una estructura a tres niveles: a) la protección legal (kyes Ni cl tratado de la OMPI ni ninguna de las otras normas jurí
de clerecho de autor); b) la protección tecnológica (ECMS); y c) las dil',lS hablan de ECMS, sino que utilizan el término ''medida tecno
normas legaks que protegen las medidas tecnológicas contra su logica", es clecir, los ECMS sólo son protegidos por estas normns
elusión o neutralización. 1 urídicas en la medida en que responclan a la concreta clefinición de
El punto ele partida ele las normas jurídicas que protegen los "111cclicla tecnológica" establecida en ellas.
ECMS contra su clusión o neutralización es e! Tratado de Derecbo ele Las medidas tecnológicas que facilitan la protección ele las obras
Autor de la Organización Mundial de la Propieclacl Intelectual (OMPI, l'Oll derecho ele autor son extremadamente diversas y evolucionc1n con
1996), cuyo objetivo es convertirse en la base para la reforma de las rnorme rapidez, por lo que para facilitar su análisis han sido objeto
legislaciones nacionaks de derecho ele autor para aclaptarse a! nuevo dr diversas clasificaciones, normalmente teniendo en cuenta su fina
entorno digital (Ficsor, 2002). Ya hay países -aunque escasos- que lidad. En nuestra opinión, la realizada por Koelman y Hclberger (2000)
han modificado sus lcyes de derecbo de autor para adaptarias a lns rs un bucn punto ele partida para poder analizar posteriormente su
exigencias de este tratado, de los que los más significativos son Estados rrgulación jurídica y sus consccuencias para los usuarios ele obras
Kcgulación jurídica ·t 3
intelcctualcs. Distinguen cuatro tipos: las que controlan el acceso, las las obras intclectualcs. Son muy diversas: siguen la pista ele la obra
que controlan ciertos usos, las que protegen la integridad de la obra contabilizando cada uno de los usos, lo que permite la focturación y
y las que aseguran cl pago por el acceso o uso de la información. cl pago por cada uno de ellos; pueden detectar copias ilcgalcs; descu
El primer tipo de medidas suelc actuar como una puerta o un brir incumplimientos en las condiciones ele la licencia de uso.
portero en d mundo real, ele manera que si d usuario tiene la llave
adecuacla (una contraseí'ía habitualmente) la tccnologín 1c permite
entrar y accecler a los conteniclos. También son frecuentes las que 3 El Tratado de la OMPI sobre Derecho de Autor
controlan el acceso a una copia ya adquirida de la obra, por ejernplo Como ya hemos comentado previamente, el problema de las
a un CD-ROM o a una copia descargacla de Internet. Por último, cada medidas tecnológicas para proteger d derecho de autor ele las obras
vez son más habitualcs las medidas que impiden d acceso posterior, clectrónicas se planteó en la conferencia de la OMPI de diciernbre de
es decir, se permite d acceso inicial a la obra que, posteriormente, será 1996, cuyo resultado final fue la aprobación dei nucvo Tratado ele la
limitado o impedido. Por ejernplo, determinadas obras o programas OMPI sobre Derecho ele Autor (cn adelante TDA). En concreto, 1c dedica
de ordenador tienen fecha de caducidad, es clecir, pueden ser usados su artículo 11, titulado "Obligaciones rclativc1s a las medidas tecno
sin coste durante tm tiempo limitado, concluído el cual hay que pa lógicas", que establece que: "Las Partes Contratantes proporciona
gar para seguir usándolo. En otros casos no es cuestión de tiempo, nin protecciónjurídica adecuada y recursos jurídicos efrctivos con
sino de número de veces que se puecle acceder a la obra. tra la acción de eludir las medidas tecnológicas cfrctivas que sean
El segundo tipo es d ele las medidas que se centran en cl control utilizadas por los autores cn rclación con cJ çjcrcicio de sus derechos
ele ciertos usos ele la obra una vez que se ha accediclo a dia. La mayor en virtud dcl presente Tratado o dcl Convcnio de Berna y que, rcs
parte de dias se cleclican a impedir las copias ele la obra, aunque con pecto de sus obras, rcstrinjan actos que no estén autorizados por los
diferentes métodos y resultados: no permiten hacer copias impresas; autores concernidos o permitidos por la Ley".
sólo facilitan la copia de una porción pero no de la totalidacl de la Es posibk distinguir tres elementos en este artículo o, lo que es
obra; la copia digital ele la original no puede servir como master, de lo mismo, trcs condiciones que deben cumplirsc para que las medi
manera que ya no es posible hacer más copias; programas que das tecnológicc1s sean objeto de protección legal: ql!C la medida sca
dctectan que se han hecho copias no permitidas y contraatacan "cfectiva", que sea usada por los autores para cl ejercicio de sus clere
borrando los archivos copiados, etc. chos reconocidos por el TOA o cl Convenio ele Berna (OMPI, 19 71) y,
El tercero se refiere a las medidas cuyo objetivo es proteger la por último, que rcstriqja actos que no estén autorizados por los
integridacl de la obra impidienclo su alteración o modificación. En autores o permitidos por la ky. Estas tres condiciones necesitan al
realidad, estas medidas también se dedican a controlar determinados gunas prec1s10nes.
usos, pero conviene tratadas aparte ya que no protegen los tradicio En primcr lugar, no está claro qué significa este rcquerimiento
nales derechos de autor de contenido económico, sino los denomi de que la medida sea "efcctiva", ya que cl T DA no lo explica, por lo
nados derechos morales. AI impedir la modificación ele la obra, estas que diversos especialistas han intentado su interprctación. A este
tecnologías protegen los clerechos moralcs de paternidacl e integridacl respecto, Lucas (1998) considera que sólo las medidas que requiercn
a través de sistemas diversos de encriptado, 111.arcas de agua digitaks, su clusión consciente van a gozar de protección, cs decir, una medi
firma digital, etc. da que puede ser eludida por accidcnte no es cfectiva y por tanto no
Por último, tenemos las mecliclas que no impiden ni limitan el dcbe ser protegida. Precisamente para evitar la incertidumbre ele su
acceso o uso ele las obras, sino que se declican a medir la frecuencia significado, el término "efectiva" ha sido definido en las diversas legis
con la que se accede y usa la obra o a controlar lo que se hace con laciones nacionales que han implementado este tratado. En segundo
ella. Su objetivo es, por tanto, facilitar la cxplotación económica de lugar, se requiere que el titular dei derecho de autor !leve a cabo cl
Regulaciónjuríliica 15
acto voluntario de implantar una medida tecnológica en relación con · 1111,11 11 1,1 1 Í<·111 sobre la gestión de derechos" es aquella que "idcnti
el ejercicio de alguno de los derechos reconocidos por el TDA o el /,1, ,, ,1 /,, c1/11· 1, ai autor de la obra, ai titular de cualquier dcrccho
o
Convenio de Berna. Finalmente, el requisito de que sean actos ele los 1 1/111' /,1 1,/,r,1, o información sobre los términos y condiciones de
usuarios "no autorizados por los autores concernidos o permitidos 11/1/1. ,1111111 ele la obras, y todo número o código que represente tal
por la Ley", permite conjugar cl respeto de las medidas tecnológicas 1/ 1 11111, 1C ion, cuando cualquiera de estas elementos de información
con las excepciones y limitaciones a los derechos de autor, dejanclo , .,;/, 11 ,1,/111nlos a un c;jemplar de una obra o figuren en rclación con
claro que este tratado no pretende crear nuevos derechos exclusivos (1 1111111111ico1ción al público de una obra". Dado que el nombre dei
a favor de los autores, sino simplcmente establecer una obligación 11 li, 11 �\' rncmntra entre la información protegida por este artícu-
de respeto de las medidas tecnológicas que los autores establczcan 1, '· ,·� rv1drnlc que supone un importante instrumento para la
para proteger sus obras digitales. Por tanto, la elusión de las medi p 1 1,l1'<, Hlll dei derecho moral de paternidad.
das tecnológicas para llevar a cabo actos permitidos en base a alguna
de las excepciones a los derechos de autor no está prohibida por este
Nornrns jurídicas que han implementado
artículo (Koelman, 2000).
l'I '!'DA de la OMPI
Pero además de las condiciones para que las medidas tecnoló
gicas sean protegidas legalmente, hay una cucstión fundamental que 11.isla ahora, son muy escasas las normas jurídicas que han
queda confusa e irresuelta en este artículo: Lqué actos prohíbc"? r Iay i11q11\'111rnlado esta protección de las medidas tecnológicas estable
tres posibles enfoques (DcWerra, 2001): a) el acto de elusión en sí r1il,,., r11 los artículos 11 y 12 dei TDA, aunque es prcvisiblc que en
mismo, es decir, será responsable aquél que eluda la medida tecnoló l1 1s pl'<1xi111os anos la mayoría de los países sean parte de este
gica; b) e! tráfico/comercio/provisión de los dispositivos tecnológi 111 1 1 vn tratado y, en consecuencia, tengan que modificar sus leyes
cos que permiten la elusión, lo que se ha denominado como "activi d,· dcrrrho de autor para proteger tales medidas tecnológicas. Las
dades preparatorias", de manera que será responsable quien venda o 111 1111 q1,1lcs leyes que lo han implementado son la Digital Millennium
°
facilite a otros los meclios para la elusión; e) ambas posibilidacles. C1 11 ,yrighl Act cstadounidense], la Copyright Amendment (Digital
Como veremos posteriormente, los países que han implementado este •\n11al,1) 1\ct australiana y la Directiva europea de derecho de autor
tratado han adaptado soluciones diferentes en este aspecto. 1 ° 11 l.i socieclad de la inforrnación. Un análisis pormenorizado de
Pero el artículo 11 no es e! único de este tratado que afecta a , 11.ts sobrepasa ampliamente los objetivos de este artículo, por lo
la protección tecnológica ele los derechos de autor. Aunque de menor !Jlll' .iquí vamos simplcmente a pasar revista a los aspectos más
relevancia, también hay que comentar su artículo 12, titulado 1g11il"icalivos de cada una de ellas en lo que respecta a la regulación
"Obligaciones relativas a la información sobre la gestión ele clerc dr l.i protección de las medidas tecnológicas y la información sobre
chos" y cuyo contenido es fundamental para la protccción dcl 1:1'slion de los dercchos
derecho moral de paternidad. Este artículo establece que: "Las Par
tes Contratantes proporcionarán recursos jurídicos efcctivos con
/. I Digital Millennium Copyright Act 1998
tra cualquier persona que, con conocimiento de causa, realice cual
quiera de los siguicntes actos... : (i) supúma o altere sin autorizaci6n l�I primer país que intenta adaptar su legislación de clerecho de
cualquier información electrónica sobre la gestión de derechos; , 1 1ilnr nl entorno digital fue Estados Unidos, con la promulgución en
J l)lJH
(ii) distribuya, importe para su distribución, emita, o comunique de la Digital Millennium Copyright Act (en adelan.te DMCA),
ai público, sin autorización, r;jemplarcs de obras sabicndo que la i '< 1 1· lo que ha marcado en buena medida el camino a seguir por otros
información electrónica sobre la gestión ele dercchos ha sido supri p,1 1scs. l:sta lcy aíi.ade un nuevo capítulo 12 a la ley de clerecho ele
mida o alterada sin autorización". Por otro lado, para este artículo, ,111lor cstadounidense y, en lo que respecta a la protccción ele las
16 Tecnologia e conteúdos informacionais Regulaci6njurídica 17
acto voluntario de implantar una medida tecnológica cn relación con "inf"ormación sobre la gestión ele clerechos" es aquella que "iclcnti
cl ejercicio de alguno de los derechos reconocidos por cl TDA o el /"ica a la obra, ai autor de la obra, al titular ele cualquicr clerccho
Convenio de Berna. Finalmente, el requisito de que sean actos de los sobre la obra, o información sobre los términos y condiciones de
usuarios "no autorizados por los autores concernidos o permitidos ulilización de la obras, y todo número o código que represente tal
por la Ley", permite conjugar cl respcto de las medidas tecnológicas información, cuando cualquicra de estas elementos de información
con las excepciones y limitaciones a los clerechos de autor, clejanclo cstén acljuntos a un ejemplar de una obra o figurcn cn rclación con
claro que este tratado no pretende crear nuevos derechos exclusivos la comunicación al público de una obra". Dado que el non1bre clcl
a favor de los autores, sino simplemente establecer una obligación autor se encuentra entre la información protegida por este artícu
de respeto ele las medidas tecnológicas que los autores establezcan lo, es evidente que supone un importante instrumento para la
para proteger sus obras digitales. Por tanto, la elusión ele las medi protección del derecho moral de paternidad.
das tecnológicas para llevar a cabo actos permitidos en base a alguna
ele las excepciones a los derechos de autor no está prohibida por este
4 Normas jurídicas que han implementado
artículo (Koelman, 2000).
el TOA de la OMPI
Pero además de las condiciones para que las medidas tecnoló
gicas sean protegidas legalmente, hay una cuestión fundamental que Hasta ahora, son muy escasas las normas jurídicas que han
queda confusa e irresuelta en este artículo: êqué actos prohíbe"/ I Iay implementado esta protección de las medidas tecnológicas estable
tres posibles enfoques (DeWerra, 2001): a) el acto de elusión cn sí ciclas en los artículos 11 y 12 dei TOA, aunque es previsiblc que en
mismo, es clecir, será responsable aquél que eluda la medida tecnoló los próximos anos la mayoría ele los países sean parte de este
gica; b) el tráfico/comercio/provisión ele los dispositivos tecnológi nuevo tratado y, en consecuencia, tengan que modificar sus leyes
cos que permiten la elusión, lo que se ha denominado como "activi de derecho de autor para proteger tales medidas tecnológicas. Las
clacles preparatorias", de manera que será responsable quien venda o principales leycs que lo han implementado son la Digital Millennium
facilite a otros los medias para la elusión; c) ambas posibilidacles. Copyright Act estadounidense], la Copyright Amendment (Digital
Como veremos posteriormente, los países que han implementado este Agenda) Act australiana y la Directiva europca de clerecho de autor
tratado han adaptado soluciones diferentes en este aspecto. en la sociedad de la información. Un análisis pormenorizado de
Pero el artículo 11 no es el único ele este tratado que afecta a ellas sobrepasa ampliamente los objetivos de este artículo, por lo
la protección tecnológica ele los clerechos de autor. Aunque ele menor que aquí vamos simplcmente a pasar revista a los aspectos más
relevancia, también hay que comentar su artículo 12, titulado significativos de cada una de cllas en lo que respecta a la rcgulación
"Obligaciones relativas a la información sobre la gestión ele clere de la protección de las medidas tecnológicas y la información sobre
chos" y cuyo conteniclo es fundamental para la protección dcl gestión ele los derechos
clerecho moral ele paterniclad. Este artículo establece que: "Las Par
tes Contratantes proporcionarán recursos jurídicos efcctivos con
4.1 Digital Millennium Copyright Act 19?8
tra cualquicr persona que, con conocimiento de causa, realice cual
quicra de los siguientcs actos... : {i) suprima o altere sin autorización El primer país que intenta adaptar su legislación de derecho de
cualquier información electrónica sobre la gestión de derechos; autor ai entorno digital fue Estados Unidos, con la promulgación en
(ii) distribuya, importe para su distribución, emita, o comunique 1998 de la Digital Millennium Copyright Act (en adelante DMCA),
al público, sin autorización, i;jemplares de obJ"as sabicndo que la por lo que ha marcado en buena medida el camino a seguir por otros
información electrónica sobre la gestión de dcrechos ha sido supri países. Esta lcy aiiade un nuevo capítulo 12 a la ley de dcrecho de
mida o alterada sin autorización". Por otro lado, para este artículo, autor estadounidense y, en lo que respecta a la protección de las
Rcgulaciónjurídica 19
111 /i'rno/0/.11.1 e contcúc!os informacionais
111cdidils tecnológicas, le dedica su sección 1201. Esta sección se es •/,2 Directiva europea de 2001
lruclura de ilcuerclo con una división esencial, en función de que se Su objetivo cs implementar e! TDA a la vez que se arrnoniza cn
lrille de medidas tecnológicas que controlan el acceso a las obras o los Estados miembros la protección clel derecho de autor. En concre
que protegcn los clerechos de autor. Así, cl acceso no autorizado a la to, esta clirectiva dedica su confuso y enrevesaclo artículo 6 a la pro
obra se prohfbe a través ele la prohibición tanto del mero acto ele ll'cción ele las medidas tecnológicas y el artículo 7 a la información
clusión como del comercio y tráfico ele dispositivos de elusión (las p,1rn la gestión ele derechos.
denominadas "actividacles preparatorias"). Sin embargo, cn lo que En cuanto a las medidas tecnológicas, prohíbe tanto cl acto
se refierc a las medidas tecnológicas que protegen los derechos de pcrsonal ele eludir las medidas tecnológicas (art. 6.1) como las deno
autor, esta ley no prohíbe el acto en sí mismo ele eluclirlas sino sólo minadas actividacles preparatorias (art. 6.2), pero, ai contrario que
las "actividades preparatorias", decisión tomada por cl legislador l,1 lcy estadouniclense, no hace distinción entre las 111.edidas que pro
estadounidense con el objetivo de no penalizar usos potenciales no Lcgen cl acceso a las obras y las que protegen los dcrechos de élutor.
infractores como, por ejemplo, los incluídos bajo el fair use. !,a rclación entre derechos de autor y su excepcioncs está regulada
En cuanto a las excepeiones a esas prohibiciones, la DMCA no cn cl apartado cuarto ele este artículo, donde establece un sistema para
contenía ninguna en su redacción originaria, pero durante cl trámitc establccer medidas voluntarias para definir e! ámbito ele! dcrecho ele
legislativo se fueron afladienclo algunas en función de la capacidad autor: invita a las partes intcresadas (titulares ele clercchos y usua
de presión de los distintos grupos. Entre ellas, una a favor de "biblio rios) a adaptar acuerclos para permitir que los usuarios se beneficicn
tecas e instituciones educativas sin ánimo de lucro para determinar de las excepciones y limitacioncs a los derechos de autor garantizadas
si desean adquirir una obra", además de otras para ingeniería inver por las lcgislaciones nacionalcs. Si dichos acuerdos no se produccn,
sa de programas de ordenador, investigación sobre encriptación, pro se requierc a los Estados micmbros que tomen las medidas apropia
tección de menores, etc. Estas excepciones conforman una lista das para asegurar que los titulares de los derechos pongan a clisposi
cerrada, y cada una de ellas tiene sus propios criterios y está basada ción ele los beneficiarias de tales excepciones los meclios para disfru
en políticas concretas. Hubo un intento de incluir una exccpción tar de cllas. Pero todas estas medidas no tienen valiclez para las obras
general de elusión de las medidas tecnológicas basada cn el foir use, licenciadas en línea, como deja perfcctamente claro cl párrafo Cllarto
pero finalmente fue rechazada. de este artículo, que establcce que "lo clispuesto en los párrafos pri
En cuanto a la información sobre gestión de los derechos de mero y segundo no será ele aplicación a obras o prcstaciones que se
autor, la DMCA le dedica su sección 1202, que se articula cn base a hayan puesto a disposición dcl público con arreglo a lo convenido
dos diferentes prohibiciones: a) el suministro de información falsa por contrato, ele tal forma que personas concretas clcl público pue
sobre los derechos de autor, y b) la eliminación o alteración de la dan acceder a ellas desde un lugar y en un momento que clla misma
información para la gestión de los derechos de autor sin el permiso haya elegido". En términos muy generales, esto supone que queda
de los titulares o de la ley. En ambos casos, para que la acción sra prácticamente anulada la aplicación efectiva de las limitacioncs y
considerada ilícita se exige intcncionalidad. Por otro lado, el apartado excepciones al derecho ele autor, ya que es precisamente ese tipo de
c) de esta sección define cuál es la información sobre la gestión de los uso e! más habitual en e! entorno digital (Fernández-Molim, 2003a).
derechos protegida: el título de la obra, el nombre o idcntificación clcl Por lo que se refiere a la información sobre gcstión ele los dc
autor, el titular de los derechos patrimoniales, el nombre clcl escri rechos, e! apartado 1 clcl artículo 7 establece una cloble prohibición:
tor, director y actores que aparezcan cn los títulos de crédito (cn el a) suprimir o alterar clicha información, b) distribuir, emitir, comu
caso de obras audiovisuales), las condiciones de utilización de la obra, nicar o poner a disposición de! público las obras a las que se les haya
los símbolos o números ele idcntificación de la obra, así como los alterado o suprimido tal información sobre los clerechos de autor.
enlaces que dirijan a csa información.
Rcgulaci611juríc/ica 19
Aunque su contenido es muy similar al de la DMCA, hay una dife l'S su sistema ele garantizar las limitaciones y excepcioncs al derecho
rencia significativa. La directiva sólo se refiere a la información que de autor, con su idea de "propósito permitido". Esta ley permite la
se encuentre en formato elcctrónico, en tanto que la ley estadouni i',1bricación y sw11inistro de dispositivos y servicios anti-clusión si es
dense no hacía distinción entre formato digital o analógico. Por otro p,1ra usarias para un "propósito permitido", lo que sucede si dicho
lado, el último inciso dei apartado 1 de este artículo deja bi en claro 11so enlra dentro de alguna de las limitaciones lcgales a los derechos
que estas conductas sólo serán ilícitas si se llevan a cabo a sabiendas ele m1tor: copia de programas de ordenador para hacer productos
o teniendo motivos razonables para saber que se induce, permite, inleroperables, para corregir errares o para tests de seguriclad; copia
facilita o encubre una violación de los derechos de autor. El objetivo lkita !levada a cabo por bibliotecas, arehivos, instituciones educati
es evitar el frecuente problema de las obras cuyo información deja ele vas, etc. En definitiva, una ley mucho más equilibrada y beneficiosa
ser correcta con el paso de] tiempo, por ejemplo, cuando se trasmitcn para los intereses ele los ciudadanos, debido sin eluda, como sefíala
a otra persona o entidacl. En esta situación, el adquirente de una copia Fitzpatrick (2000), a que Australia es más un país importéldor que
de la obra cuya información ya no es correcta se encuentra en una exportador de obras intelectuaks.
difícil disyuntiva: si la distribuye a sabiendas de la incorrccción lleva Al contrario que con las medidas tecnológicas, su regulación
a cabo una conducta ilegal, pero también sería ilícita si la modifica de la información sobre gestión de los derechos no aporta ninguna
para corregir d errar (Garrote, 2001). Por último, el apartado 2 de novedad significativa en relación a la DMCA o a la clirectiva curo
este artículo aclara cuál es la información protegida: la que identifica pca. Así, prohíbe la eliminación y alteración de la información
la obra o al titular de los derechos, y la que informa sobre las con sobre los clerechos de autor y la distribución o comunicación de
diciones de utilización ele la obra, siendo indiferente que se trate de aquellas obras a las que les hubiera eliminado o alterado dicha
información lcgible directamente por cualquiera persona o sólo me información. También se exige el requisito ele la intcncionalidad o
diante el sistema o programa adecuado (marcas de agua digitales, al menos de la negligencia, es clecir, el infractor clebería saber -o
información oculta, etc.). tener motivos razonables para ello- que su acción incluciría, per
mitiría, facilitaría u ocultaría una infracción del derechos de autor
ele la obra. La información protegida incluye la que identifica la
4.3 Copyright Amendment (Digital Agenda) Act
obra, al autor o propietario de los derechos, la que informa sobre
También Australia ha modificado muy recientemcnte su lcy las condiciones de uso y, por últirn.o, cualquicr código o núrnero
ele derecho de autor para adaptaria ai nuevo entorno tecnológico y, que represente esa información.
aunque también sigue en términos generales el esquema básico
establecido por la DMCA, aporta algunas novedadcs rnuy interesan
4.4 Ley brasileiia
tes, en especial en su regulación de las medidas tecnológicas. Sus
características más significativas son las siguientes: su definición de Sin duela debido a su aprobación en un momento de transi
medida tecnológica protegida es muy similar a la de las otras leyes ción, la ley brasilefía regula tanto las medidas tecnológicas de pro
analizadas, pero no distingue entre medidas que controlan cl acceso tccción como la información sobre gestión de derechos ele forma algo
y que protegen los derechos de autor; la tecnología para la elusión diferente a las leyes previam.ente analizadas, sobre todo por su esca
también es definida ele forma similar, ya que sólo incluye a aquellos so detalle. Se da la paradoja de que aunque Brasil a día de hoy tocla
dispositivos o servicios cuyo único o principal objetivo o uso sea elu vía no forma parte del TDA de la OMPI (punto de partida de la pro
dir las medidas tecnológicas; a diferencia de la DMCA y la Directiva tección legal ele dichas medidas tecnológicas), su ley de clerecho de
europea, no prohíbe el acto de elusión en sí misrn.o, sino únicamente autor es posiblemente la primera ley nacional que incluyó en su
las "actividades preparatorias". Pero lo más significativo de esta lcy articulado la protccción legal ele los sistemas tecnológicos que
20 Tecnologia e conteúdos informacionais Regulaciónjurídica 21
Aunque su contenido es muy similar ai de la DMCA, hay una dife cs su sistema de garantizar las lirnitaciones y excepciones ai derccho
rencia significativa. La directiva sólo se refiere a la información que de m1tor, con su idea de "propósito permitido". Esta ley permite lü
se encuentre en formato elcctrónico, cn tanto que la ley estadouni fabricación y suministro de dispositivos y servicios anti-clusión si es
dense no hacía distinción entre formato digital o analógico. Por otro pma usarlos para un "propósito permitido", lo que sucede si dicho
lado, el último inciso dei apartado 1 de este artículo eleja bicn claro uso entra dentro de alguna de las limitaciones lcgales a los derechos
que estas conductas sólo serán ilícitas si se llevan a cabo a sabicndas de autor: copia ele programas ele ordenador para hacer procluctos
o teniendo motivos razonables para saber que se induce, permite, interoperablcs, para corregir errares o para tests de seguriclad; copia
facilita o cncubre una violación de los derechos de autor. El objetivo lícita llevada a cabo por bibliotecas, archivos, instituciones educati
es evitar cl frecuente problema de las obras cuyo información eleja de vas, etc. En definitiva, una ley mucho más equilibrada y bcneficiosa
ser correcta con el paso dcl tiempo, por ejemplo, cuando se trasmitcn para los intcreses ele los ciudaclanos, debiclo sin duela, como senala
a otra persona o entidad. En esta situación, el adquirente de una copia Fitzpatrick (2000), a que Australia es más un país importador que
de la obra cuya información ya no es correcta se encuentra en una exportador ele obras intelectualcs.
difícil disyuntiva: si la distribuye a sabiendas de la incorrección lleva AI contrario que con las medidas tecnológicas, su regulación
a cabo una conducta ilegal, pero también sería ilícita si la modifica de la información sobre gestión ele los clerechos no aporta ningunil
para corregir cl errar (Garrote, 200]). Por último, el apartado 2 de noveclacl significativa cn relación a la DMCA o a la clirectiva curo
este artículo aclara cuál es la información protegida: la que identific.:i pea. Así, prohíbe la climinación y alteración de la información
la obra o al titular de los derechos, y la que informa sobre las con sobre los clerechos ele autor y la distribución o comunic<1ción ele
diciones de utilización de la obra, sicndo indiferente que se lrate de aquellas obras a las que les hubiera eliminado o alterado dicha
información lcgible directamente por cualquiera persona o sólo me información. También se exige el requisito ele la intcncionalidacl o
diante el sistema o programa aclecuado (marcas de agua digitules, ai menos de la negligencia, es decir, el infractor clebería saber -o
información oculta, etc.). tener motivos razonables para ello- que su acción incluciría, per
mitiría, facilitaría u ocultaría una infracción dei clerechos ele autor
de la obra. La información protegida incluye la que identifica la
4.3 Copyright Amendment (Digital Agenda) Act
obra, ül autor o propietario de los clerechos, la que informa sobre
También Australia ha modificado muy recientemente su lcy las condiciones ele uso y, por último, cualquier código o número
de derecho de autor para adaptaria a! nuevo entorno tecnológico y, que represente esa inform<1ción.
aunque también sigue en términos generalcs e! esquema básico
establecido por la DMCA, aporta algunas novedades muy interesan
tes, en especial en su regulación de las medidas tecnológicas. Sus 4.4 Lcy brasileií.a
características más significativas son las siguientes: su dcfinición ele Sin duela clebiclo a su aprobación en un momento ele transi
medida tecnológica protegida es muy similar a la de las otr.:is lcyes ción, la ley brasilena regula tanto las medidas tecnológicas ele pro
analizadas, pero no distingue entre medidas que controlan cl acceso tección como la información sobre gestión ele clerechos ele forma algo
y que protegen los derechos de autor; la tecnología para la elusión diferente a las leyes previamente analizadas, sobre todo por su esca
también es definida de forma similar, ya que sólo incluye a aquellos so detalle. Se ela la paracloja de que aunque Brasil a día de hoy toclél
dispositivos o servicios cuyo único o principal objetivo o uso sea elu vía no forma parte del TDA ele la OMPI (punto ele partida de la pro
dir las medidas tecnológicas; a diferencia de la DMCA y la Directiva tccción legal ele clichas medidas tecnológicas), su ley ele clerecho de
europea, no prohíbe el acto de elusión en sí mismo, sino únicamente autor es posiblemente la primera ley nacional que incluyó en su
las "actividades preparatorias". Pero lo más significativo de esti.1 lcy articulado la protección legal ele los sistemas tecnológicos que
22 Tecnologia e contciídos informacionais Rcgulaciónjurídica 23
controlan el acceso y uso de las obras con derecho ele autor y de su codificados e dispositivos técnicos foram suprimidos ou alterados sem
información de geslión. autorização". Por tanto, lo único que se echa ele menos es la clefini
En concreto, la protección de las medidas tecnológicas la en ción de qué se entiende por "información sobre la gestión de clere
contramos en los apartados I y II de su artículo 107, que prohíben chos", algo que se aclara en las otras lcyes y normils aniJliZiJclas.
la alteración, supresión, n1.odificación o inutilización de los dispo
sitivos técnicos utilizados para evitar o restringir la copia o la
5 Conclusiones
comunicación pública de las obras. Debido a su escaso contenido
resulta difícil extraer muchas conclusiones: lo único que sí parece Es evidente que se trata ele un tema muy complejo ele regular,
claro es que, a diferencia de la DMCA estadounidcnse o la Directiva ya que resulta muy difícil reconciliar la protección cfectiva de las
europea, este artículo sólo protege las medidas tecnológicas que medidas tecnológicas con las excepciones y limitacioncs ai clerecho
controlan cl uso (copia y comunicación pública) de las obras con de autor, sobre todo tenienclo en cuenta la actual inmiJclurez de la
derecho ele autor, no el acceso. Pero nos faltan todo los otros ele tecnología que !e impide aclaptarse a los matices establcciclos en las
mentos que conforman estas normas. En primer lugar, no se sabe leyes. Si una medida impide cl acceso o la copia de una obra, probiJ
si están prohibidos los actos individuales de elusión de dichas me blcmente lo hará en todos los casos, ya se trate de lm uso infractor o
didas, las actividades ele tráfico/comercio/distibución de disposi no infractor. Igual sucede si se opta por permitir la clusión de las
tivos que permiten la elusión (las denominadas "actividades prepa medidiJs tecnológicas para llevar a cabo usos no infrilctores, ya que
ratorias") o ambas actuaciones. En segundo lugar, sería necesario la mayoría de las personas carccen de los conocimientos necesarios
que se clefiniera qué se considera medida tecnológica "efectiva", ya para eludir la protección, y además dependerán dei suministro por
que sólo si se da ese cierto nivel de efectividad debería estar prote parte de terceros de los dispositivos o servicios para la elusión (que
gida. Y, finalmente, y especialmente importante en nuestro entor normalmente estarán prohibidos por la ley). Pero si estos dispositi
no, no se regula cuál es l.::i relación entre estas medidas y las limi vos y servicios estuvieran amplia y libremente disponibles, las medi
taciones y excepciones a los derechos de autor, hasta qué punto das tecnológicas de protección no tendrían ninguna eficaciiJ, ya que
unas pueden anular a las otras, si se van a establccer algunos tales dispositivos no clistinguen entre usos in.fractorcs y no infractorcs,
mecanismos de corrección (por ejemplo, en qué ocasiones será po por lo que cuiJlquiera podría utilizarias tanto para unos corno para
sible eludir las medidas tecnológicas sin infringir la ley), si va a otros. Aún reconocienclo estas dificultades, e! resultiJclo obteniclo cn
haber algún tipo de obras excluídas de esta protección, etc. En Estados Unidos y la Unión Europea (y cn mucha menor medida en
definitiva, su contenido es tan somero e incompleto que da lugar a Australia) está muy lcjos ele ser considerado satisfoctorio. Estas nue
más problemas que soluciones (Fernández-Molina, 2003b). vas normas jurídicas han dado lugar a una protección absolutamente
En cuanto a la información sobre gestión de los derechos de desmesurada de los intereses de los titulares de los clerechos de au
autor, está regulada en los apartados II y IV dei mismo artículo 107. tor, que se benefician de varias capas acumulativas de protección:
Sigue el modelo dei artículo 12 del TDA y es muy similar a la DMCA, derecho de autor, protección tecnológica y protección legal ele las
a la directiva europea y a la ley australiano. Así, su apartado III cst.:i medidas tecnológicas.
blcce que cs ilícita la acción ele "suprimir ou alterar, sem autorização, Menos problemas para los derechos de los usuarios de infor
qualquer informação sobre a gestão ele direitos", en tanto que cl IV mación digital plantea la protección concedida a la información so
prohfüe "distribuir, importar para distribuição, emitir, comunicar ou bre gestión de los derechos, con la salvedad de los posiblcs atentados
puser à disposição do público, sem autorização, obras, interpretações a su intimidad provocados por los sistemas de seguimiento y
ou execuções, exemplares de interpretações fixadas cm fonogram.:is "monitoring" que controlan e! uso que se hace de las obras (Cohen,
e emissões, sabendo que a informação sobre a gestão de direitos, sinais 1996). Precisamente por eso, la DMCA excluye explícitamente de la
22 Tecnologia e contciídos informacionais Rcgulaciónjuríclica 23
controlan el acceso y uso de las obras con derecho de autor y de su codificados e dispositivos técnicos foram suprimidos ou alterados sem
información de gestión. autorização". Por tanto, lo único ql1e se ccha ele menos es b defini
En concreto, la protección de las medidas tecnológicas la en ción de qué se entiende por "información sobre la gestión de derc
contramos en los apartados I y II de su artículo 107, que prohíben chos", algo que se aclara cn las otras lcyes y normas analizadas.
la alteración, supresión, m.odificación o inutilización de los dispo
sitivos técnicos utilizados para evitar o restringir la copia o la
comunicación pública de las obras. Debido a su escaso contenido
5 Conclusiones
resulta difícil extraer muchas conclusiones: lo único que sí parece Es evidente que se trata de un tema muy complejo ele regular,
claro es que, a diferencia de la DMCA estadounidcnse o la Directiva ya que resulta muy difícil reconciliar la protección cfcctiva ele las
europea, este artículo sólo protege las medidas tecnológicas que medidas tecnológicas con las excepciones y limitacioncs ai clerecho
controlan el uso (copia y comunicación pública) de las obras con ele autor, sobre todo teniendo en cuenta la actual inmc1clurez de lc1
derecho de autor, no el acceso. Pero nos faltan todo los otros ele tecnología que le impide adaptarse a los mc1tices establccielos en las
mentos que conforman estas normas. En primer lugar, no se sc1be leyes. Si una medida impicle cl acceso o la copia ele una obra, proba
si están prohibidos los actos individuales de elusión de dichas me blemente lo hará cn todos los casos, ya se trate ele un uso infr actor o
didas, las actividades de tráfico/comercio/distibución de disposi no infractor. Igual sucede si se opta por permitir ln elusión ele lns
tivos que permiten la elusión (las denominadas "actividades prepa medidas tecnológicas para llcvar a cabo usos no infractores, ya que
ratorias") o ambas actuaciones. En segundo lugar, sería necesario la mayoría de las personas carccen de los conocimicntos neccsarios
que se definiera qué se considera medida tecnológica "efectiva", ya para eludir la protección, y aelemás depenclerán ele! suministro por
que sólo si se da ese cierto nivel de efectividad debería estar prote parte ele terceros de los dispositivos o servicios para la clusión (que
gida. Y, finalmente, y especialmente importante en nuestro entor normalmente estarán prohibiclos por la ley). Pero si estas dispositi
no, no se regula cuál es la relc1ción entre estas medidas y las limi vos y servicios estuvieran amplia y libremente clisponiblcs, las medi
taciones y excepciones a los derechos ele autor, hastc1 qué punto das tecnológicas ele protección no tenclrían ninguna eficacia, ya que
unas pueclen anular a las otras, si se van a establccer algunos tales dispositivos no distinguen entre usos infractores y no infractores,
mecanismos ele corrección (por ejemplo, en qué ocasiones será po por lo que cuc1lquiera poclría utilizarlos tanto para unas como para
sible eludir las medidas tecnológicas sin infringir la lcy), si va a otros. Aún reconocienclo estas dificultacles, el resultado obtenido en
haber algún tipo de obras excluídas de esta protección, etc. En Estados Unidos y la Unión Europea (y cn mucha menor medida en
definitiva, su contenido es tan somero e incompleto que do lugc1r a Australia) está muy lejos de ser considerado satisfactorio. Estas nue
más problemas que soluciones (Fernándcz-Molina, 2003b). vas normas jurídicas han dado lugar a una protección absolutamente
En cuanto a la información sobre gestión de los clerechos de desmesurada de los intereses ele los titulares ele los clerechos ele illl
autor, está regulada cn los apartados II y IV del mismo artículo 1 O7. tor, que se benefician de varias capas acumulativas de protccción:
Sigue el modelo ele! artículo 12 del TDA y es muy sirnilar a la DMCA, derecho ele autor, protección tecnológica y protección legal ele las
a la directiva europea y a la ley australiano. Así, su apartado III esta medidas tecnológicas.
blece que es ilícita la acción de "suprimir ou alterar, sem autorização, Menos problemas para los dercchos de los usuarios de infor
qualquer informação sobre a gestão ele direitos", en tanto que el IV mación digital plantea la protccción concedida a la información so
prohfüe "distribuir, importar para distribuição, emitir, comunicar ou bre gestión ele los derechos, con la salvedad de los posiblcs atentados
puser à disposição do público, sem autorização, obras, interpretações a su intimidad provocados por los sistemas de seguimiento y
ou execuções, exemplares de interpretações fixadas em fonogram.ils "monitoring" que controlan el uso que se hace ele L:is obras (Cohen,
e emissões, sabendo que a informação sobre a gestão ele direitos, sinais 1996). Precisamente por eso, la DMCA cxcluye explícita1ncnte de la
24 Tecnologia e conteúdos informacionais Rcgulación jurídica 25
º
l Plil'll, J.E. (1996). A righl lo rcad ,111011y111ously: a closer look al "copyright
definición toda información personal acerca dcl usuario y no men
111,111,1gc111cnt" in cyberspace. Co1111cclieut Law Review, 28, 981-1039, hltp:
ciona entre la inforrnación protegida los medios de seguimiento y 1vww.l,1w.gcorgelown. edu/f aculty/jec/reacl_a nony mously.pcl1·
contrai de las obras. Desgraciadamente, no aparece esta mención ()l'Wrrrn, J. (200"i ). The legal systcm of tcchnological protcclion rncasurcs undcr
expresa ni en la directiva europea ni en la ley australiana. llil' WIPO Trcatics, lhe Digital Millrn11iu111 Copyright Act, the EuropG111 Unio11
Dado que Brasil será con toda probabiliclacl parte dei TOA de la d1reclivcs anel olher national laws (JélJX.lll, Australia). ln: AU\I 200/ Congrcss:
OMPI cn muy poco tiempo, se verá cn la obligación de tener que re \c/junc/s and allernatives to copyright, New York, June 73- t 7 hltp: /www.al,1i-
11s,1.org/200l _confercnce/l _program_ en.htl1l
formar su lcy, entre otras cosas su regulación de las medidas tecno
lógicas y la información sobre gestión del derecho de autor. En con Estados Unidos ( 1 998). Digital Millenniu111 Copyrig/Jt Ac/ I 998, ht tp:/ /
www.loc.gov/copyright/lcgislation/hr2281.pdf
creto, será necesario un mayor desarrollo de lo establecido de forma
1-crn;\ndez-Molina, J.C. (2003aJ. Laws againsl lhe circumvention of copyright
muy somera en su artículo 107. En esa futura labor sería aconseja
ll'cl111ologirnl prolcction. Journal o[ [)ocu111e11/a/ion, 59(1), 41-68.
ble que no siguiera cl modelo de la DMCA estadounidense o cl de la
l·crnández-Molinil, J.C. (2003b). Protccción tecnológica y conlractuai ele k1s obr<1s
Directiva europea de 2001, normas surgidas en países muy potentes ron derccho ele autor: i.l lacia una privalización dei acceso a la infor111,1ción? Ciênci,1
en la producción y exportación de obras intclectuales y de cntrcteni lf.1 f11{or111açiio, 32(2), 54-63.
miento, y aún así objeto de fuertes críticas por parte de los expertos Fcrnóndez-Molina, J.C. y reis, E. (200·1). The moral rights of aulhors in lhe age
y de los representantes de las universidades, las institucioncs de in of digital informal ion. Joumal o[ t he A111crirn11 Sacieiy [or /11{or111,1/ ion Sciencc
vestigación y las asociaciones de bibliotecarios, entre otros. Mucho .ind Tcchnology, 52(2), 109-117.
más conveniente sería utilizar como modelo a seguir la ley austra Ficsor, M. (2002). The law ofcopyright a11d lhe Internet. T/Je 7996 WIPO trc.1/ics,
liana, sin duda mucho más equilibrada en el tratamiento de los inte lhcir interprctatio11 and implemcntalion. New York: Oxford University Prcss.
reses de los autores, los CÀ.l)lotadores comerciales de las obras y los Fitzpatrick, S. (2000). Copyright imbalance: U.S. anel Australian responscs to lhe
de los ciudadanos, posiblemente por tratarse de un país (ai igual que WIPO Digitc1l Copyright Trealy. Europcan lntcllcctual Propcrty Reviciv, 22(5),
214-228.
Brasil) más importador que exportador de obras con derecho de autor.
Garrote, 1. (200·1. E/ dcrccho de autor rn /11/emcl. La dirceliva snúrc dercclws de
Por otro lado, también hay que llamar la atención sobre e! impor
autor y dcreclios afines en la sociedad de ln i11[on11aeió11. Gra11c1da: Com.ires.
tante papel que puedenjugar en dicha futura reforma las asociaciones
Koclm,111, K.J. (2000(. A harcl nut to crack: The prolcction of tcclrnologirnl
de bibliotccarios y profcsionalcs de la información y las de investiga
mcasures. European tntelleetual Propcrly l?cview, 22(6), 272-288.
dores y profesores universitarios, cuyas actividades de información
Koclrnan, K.J.y l lclbcrger, N. (2000). Proteclion of lechnological 111easu1-cs. ln:
y presión hacia los legisladores en Estados Unidos, Australia y la l lugcnholtz, P.B., ed. Copyrigl1t and cleelronic co111111ercc: Legal as11ects o{
Unión Europea han tenido efectos positivos en el intento de corregir clcclronic copyright 111anagc111c11/. Thc llague: Kluwer Law lnlernationc1l,
algunos de los excesos proteccionistas -no todos, desgraciadamcnte 165-227.
de los textos iniciales de las normas jurídicas que hemos analizado a Lucas, A. (1998). Droit d'autcur et numériquc. Paris: Litec.
lo largo de este trabajo. OMPI (1971). Convcnio de Berna para la pro/eeción de las obras /iterarias y artís
ticas (Ac/a de París dei 24 dejulio de 7971 y cnmrndado e/ 28 de seplie111brc de
7 9 79), http://www.wipo.inl/clca/docs/cs/wo/woOOl es.ht111
6 Referencias OMPI (1996). Tratado de la OMPI sobre Dcrccho de Autor, http://www.wipo.i11l/
clec1/docs/es/wo/wo033cs.hlm
Auslralia (2000). Copyrig/Jt Amrndmcnt (Digital Agenda) Aet 2000, hllp://
scaletexl.law.gov.au/h11111/cornact/l 0/6223/lop.hlm O'Rourkc, M.A. (1998). Fencing cyberspaee: Drawing borclers in a virtu,11 world.
Mi1111esoli1 Law l?eview, 82(3), 609-704.
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www.planallo.gov.br/ccivil_03/Leis/L961O.hlm mec1sures: Exceptions. ln: ALAI 2007 Congrcss: Adju11ets a11d altcrnativcs to eo-
24 Tecnologia e conteúdos informacionais Rcgulación jurídica 25
l 111ir11, . J .E. (1996). t\ righl lo rcad ,rnony111ously: ;1 closer look ,1l "copyright
definición toda información personal acerca del usuario y no men
111,111,1gcmcnl" in cyberspace. Co1111cclicu/ L.11v Rcvicw, 28, 981-1()39, hllp:/
ciona entre la información protegida los medias de seguimiento y ,v1vw. law .gcorgclown. eclu/focully/jec/rc.1cl_anon I' mously.pclf
contra! de las obras. Desgraciadamente, no aparece esta mención J lrWcrr.i, J. (2001). The legal syslcn1 of lcchnological prolcclion 111casurcs unclcr
expresa ni en la directiva europea ni cn la k y australiana. Ilir Wil'O Trcaties, lhe Digital Millcnniu111 Copyright J\cl, lhe Europc:111 Unio11
Dado que Brasil será con toda probabilidad parte de! TDA de la dll"l'clivcs and oi her nalional laws (Ja1xm, Auslrali,1). ln: AU-1/ 200 / Congrcss:
OMPI en muy poco tiempo, se verá cn la obligación de tener que re \cfi1111c/s and alternatives to copyright, Ncw York, Junc 13-1 lhllp: /www.,1l,1i-
11s,1.org/200l _conference/1_program_cn. hlm
formar su Iey, entre otras cosas su regulación de las medidas tecno
lógicas y Ia información sobre gestión de! derecho de autor. En con Lsl,1dos Unidos (1998). Digital Mille1111i11111 Copyright Acl /998, hllp:. /
www.loc.gov/copyright/lcgisla lion/hr2281 .pdf
creto, será necesario un mayor desarrollo de lo establecido de forma
ILT11iÍndez-Moli11a, J.C. (2003;i). Laws ag;iinsl lhe circumvcnlion of copyright
muy somera en su artículo 107. En esa futura labor sería aconseja
iL'd111ological proteclion. Journal ar [)ocu111cntalion, 59(1 ), 41-68.
ble que no siguiera cl modelo de la DMCA estadounidense o e! de la
l·LT11,\nclcz-Molina, J.C. (2003b). l'rolecció11 lcrnológica y conlracl11al ele las obrns
Directiva europea de 2001, normas surgidas en países muy potentes
rnn clcrccho ele autor: LI lacia una privalización dei acceso a la i11for111ació11? Ciê11ci<1
en la producción y exportación de obras intekctuales y de entreteni c/,1 lnformaç,io, 32(2), 54-63.
micnto, y aún así objeto de fuertes críticas por parte de los expertos I'crniímlez-Molina, J.C. y !'eis, E. (2001 ). The moral t'ighls of aulhors in lhe age
y de los representantes de las universidades, las instituciones de in of cligilal informal ion. Joumal of lhe Amcrican Society for !11forn1ation Sciencc
vestigación y las asociaciones de bibliotecarios, entre otros. Mucho ,111d Tcchnology, 52(2), 109-1 ·1 7.
más conveniente sería utilizar como modelo a seguir la ky austra Ficsor, M. (2002). Thc lawofcopyrighl and /1,e Internei. Thc /996 WIPO /rc,1/ics,
liana, sin duda mucho más equilibrada en e! tratamiento de los inte //1cir intcrµrclatio11 and i111plcmrnta/io11. New York: Oxford Univcrsily l'rcss.
reses de los autores, los explotaelores comercialcs ele las obras y los Filzpalrick, S. (2000). Copyright imbala11ee: LI.S. anel Australian rcsponses lo lhc
ele los ciudadanos, posiblcmente por tratarse de tm país (ai igual que Wll'O Digil.:il Copyright Trealy. E11ropca11 ln/cl/ec/ual Propcrty Review, 22(5),
214-228.
Brasil) más importador que exportador ele obras con clerecho ele autor.
Por otro lado, también hay que llamar la atención sobre el impor Garrote, 1. (2001. E/ dcrccho de a11/or cn tntcme/. La dircc/iva sobre dcrcclws de
autor y clercchos afines en la sociedad de ln i11for111ació11. Gra11acl.:i: C0111u1Ts.
tante papel que pueelenjugar en clicha futura reforma las asociaciones
Koclm,111, K.J. (2000(. A harcl nul lo crack: The prolcction of lcclrnologirnl
ele bibliotecarios y profesionales ele la información y las ele investiga
mcusurcs. Europcan lntcllcct11a/ Propcrly i<eview, 22(6), 272-288.
dores y profesores universitarios, cuyas actividaeles de inform.ación
Kocl111an, K.J.y Ilclberger, N. (2000). Proleclion of lechnological 111cas111-cs. ln:
y presión hacia los legisladores cn Estados Unidos, Australia y la 1--Jugcnholtz, P.B., cd. Copyright and cleclronic co111111erce: Legal aspcc/s of
Unión Europea han tenido efectos positivos en el intento ele corregir c!cctro11ic copyright 111anagc111cnl. The !!ague: Kluwcr Law I11lcrnalion<1I,
algunos ele los excesos proteccionistas -no todos, desgraciaelamente 165-227.
de los textos inicialcs de las normas jurídicas que hemos analizado a Lucas, A. (1998). Oroit d'autcur et 1w111ériquc. Paris: Litec.
lo largo de este trabajo. OMPI (1971 ). Convcnio de Rema para la prolección de las obras /i/cr.1ri.1s y artís
ticas (Acta de París dei 24 dejulio de 1971 y cnmrndado e/ 28 de scplic111úrc ele
1979), hllp://www.wipo.inl/clca/clocs/cs/wo/woOOles.ht111
6 Referencias OMl'J (1996). Tratado de la OMP/ sobre Derccho deAutor, http://www.wipo.inl/
Auslralia (2000). Copyright A111rnd111ent (Digital Agenda) Acl 2000, hl lp:// clc<1/clocs/cs/wo/wo033es.hlm
scalclcxt.law.gov.a u/h l1111/comact/l 0/6223/lop.h lm O'Rourke, M.f\. (1998). Fencing cyberspace: Drawing borclcrs in a virl 11,11 world.
Minnesota Law Revicw, 82(3), 609-704.
Brasil (1998). Lei 11" 9.610, de 79 de frvcrciro de 1998. Alteni, atualiza e consoli
da a legislação sobre direitos autorais e dá ou/ rns providencias, hl lp:/ / Sirinclli, !'. The scope of thc prohibilion on circumvcntion of lcchnologic;il
www.planallo.gov .br/ccivil_ 03/Leis/L961O.hlm measurcs: Exccplians. ln: ALAI 2001 Congrcss: Adjuncts and allcmativcs to co-
26 Tecnologia e conteúdos informacionais
1 Introdução
Em seu livro As tecnologias ela inteligência: o futuro do pcnsu
mento na era da Informática, o filósofo Pierre Lévy (1993, p.25) clü
bom uma noção ampla de hipertexto para referir-se aos mundos ele
significações veiculados pela comunicação e que incorporam us
tecnologias ele informática, podendo envolver cortjuntmncntc texto,
imagens e sons, capazes de modificar radicalmente as formas de
recurso à memória e integrar múltiplos canuis perceptivos: "O hiper
texto é talvez uma metáfora válida pura todas as esferas du rcalidüdc
em que significações estejam em jogo".
Tecnicamente, para Lévy (1993, p.33),
1 Introdução
Em seu livro As tecnologias da inteligência: o futuro do pcnsu
mento na era da Informática, o filósofo Pierre Lévy (1993, p.25) clu
bora uma noção ampla de hipertexto para referir-se aos mundos ele
significações veiculados pela comunicação e que incorporam us
tecnologias de informática, podendo envolver cortjuntamcntc texto,
imagens e sons, capazes de modificar radicalmente as formas de
recurso à memória e integrar múltiplos canuis perceptivos: "O hiper
texto é talvez urna metáfora válida pura todas as esferas cb rcalidudc
cm que significações estejam cm jogo".
Tecnicamente, para Lévy (1993, p.33),
mico, metamórfico, heterogêneo, com apresentação de multiplicidade, prnprio universo documental com a interligação desses clocumen
fractalidade da rede, intrincamento interior/exterior de informações, t Ps, desses com outros documentos existentes em seu computador
proximidade topológica e acentrismo. Argumentamos que, com a uti < n 1 110 seu acervo digital de softwares aplicativos, formélndo então
M'll ;imbiente hipermídia. Esse ambiente personalizado disponibiliza
lização de um. software que permite a elaboração ele urna rede infor
,H> u.suório unia organização e navegação estruturadas conforme seus
macional hipermídia, o indivíduo torna-se o autor do próprio am
nilérios de relevância, classificação e interligação.
biente hipermíclia em um processo ele construção elo conhecimento.
Para a elaboração desse ambiente hipermíclia documental, tor-
Destacamos a relevância desta pesquisa no atual momento
histórico, quando enfrentamos dificuldades em_ buscar e inter-relél 11,1-se necessária a utilização de um software que faculte a descoberta,
,1 exploração e a criação de informações digitais, em um computador
cionar informações neste universo informacional da rede Internet,
ou uma rede de computadores - Internet e/ou Intranet, e a organi
na estruturação e na navegação personalizada destes documentos.
znção dessas informações em urna rede hipertextual descrita, classi
firncla e indexada conforme a estrutura cognitiva do usuário.
2 Internet: sistema hipermídia universal Segundo Moran (1994, p.18),
O labirinto é uma imagem
universal de busca do con/Jccimcnto O conhecimento não é fragn1entado mas interdependente,
(ROSENSTIEHL apucl LEÃO 1999, p.83) interligado, multisensorial. Conhecer significa compreender
todas as dimensões da realidade, captar e expressar essél totali
A Rede Internet pode ser entendida e visualizada como um la dade de forma cada vez mais ampla e integral. Conhecemos mais
e melhor conectando, juntando, relacionando, acessando o
birinto documental no qual as informações armazenadas e apresen
nosso objeto ele todos os pontos de vista, por todos os cami
tadas na World Wide Web (WWW ou Web) são estruturados cm.
nhos, integrando-os de forma mais rica possível.
sites/homc-pagcs em forma ele redes hipertextuais. As informações
textuais, sonoras e imagéticas ele um site possuem interligações in
Ao possibilitar o estabelecimento de conexões entre diferentes
ternas e externas com oub·os sites determinadas pela lógica indivi
contextos de significação, com interligações de informações, o soft
dual de cada fornecedor de informações ou desenvolvedor elo site.
ware pode ser utilizado como ferramenta auxiliar de construção elo
Podemos pensar na rede Internet corno uma hiperrnídia cole
conhecimento, no sentido dado por Moran (1994, p.2) de que"(...) a
tiva, na qual os usuários são agentes ativos do processo de arma
nossa mente é a melhor tecnologia, infinitamente superior em corn
zenamento, indexação, recuperação e disseminação ele documentos
plexiclacle ao melhor computador, porque pensa, relaciona, sente, intui
eletrônicos hipertextuais, um ambiente auto-organizado em perma
e pode surpreender". Se pudermos aprender corno essa tecnologia
nente mutação.
pessoal e individual funciona, podemos melhorar a nossa capacidade
A navegação na rede possibilita ao usuário um contato com
de construção de conhecimento, e desenvolver novas tecnologias que
inúmeras formas de aquisição de conhecimento, que podem conduzi
favoreçam o processo ele aprendizagem.
lo a uma aprendizagem, pela determinação da própria seqüência de
recuperação ele informações, liberando-lhe a imaginação e a criati
vidade, de forma que ele possa descobrir e sintetizar conhecimentos 3 Construção de ambiente hipermídia com software
por si mesmo. organizador de informações
Assim, ao navegar na Internet, é importante que o usuário,
A navegação e seleção de informações/documentos na imensa
tendo contato com inúmeras informações e documentos, posso sele
rede hipertextual da World Wide Web pode ser administrada por um
cionar os mais relevantes e passar a organizar e estruturar o seu
30 Tecnologia e conteúdos informacionais O ambiente hipcrmídia 31
-,i.,trn1.1 n11:.11111.1dor de documenlos que permite as interligações de t ros pensamentos. Estes novos pensamentos têm os seus próprios
1·111 ln1\'P� r ,1 rq uivos, formando Ltma rede documental de fontes pri- VlllCUlos.
111,1ri,1s e secundárias estruturada pelo usuário no momento da selc A estrutura cio software permite unir pensamentos, de forma
çüo. /\ esta estrutura dinâmica de interligação dos documentos po 111,mual ou automática, além de possibilitar a desativaçiio de alguns
den1-se interligar outros documentos que, por sua vez, se encontrain pensamentos, cm um.a forma de esquecimento. A desativaçiio de um
armazenados em diferentes suportes informacionais, criando assim pensamento pode ser feita de forma dinâm.ica, com a reestruturaçiio
um ambiente hipermídia personalizado. dos demais pensamentos associados a estes.
Para facilitar o entendimento e ilustrar a criação de um ambiente Uma rede informacional, uma rede semântica ou um mapa
hipermídia, selecionamos o software PersonalBrain (Persona!Brain "' conceituai requer construções ele representações gráficas individuais
- TheBrain Tecnologies Corporation - versão 1. 74, 28.8.2000), por ou coletivas, e pode ser utilizada como ferramenta auxiliar no pro
considerarmos que este possui características estruturais cm forma cesso ele construção do conhecimento, na criação de ambientes
de rede que possibilitam a criação de um ambiente hiperm.ídia pessoal hipermídia.
ou coletivo numa relação natural entre as informações armazenadas Para que se possa criar e navegar cm ambiente hiperm.ídia com
em documentos e assuntos/temas abordados, minimizando assim os ;:i utilização desse software, é necessário o entendimento de alguns
•,1•,lrn1o1 Prg.iniz.itlor dr documentos que permite as interligações de t ,·os pensamentos. Estes novos pensamentos têm os seus próprios
1'1Hlr,·l\'PS r .Hquivos, formando uma rede documental de fontes pri- v111culos.
111.iri,1:,; e sccundárins estruturada pelo usuário no momento da sele A estrutura do software permite unir pensamentos, de forma
<;do. A esta estrutura dinâmica de interligação dos documentos po 111,111ual ou automática, além de possibilitar a desativação de alguns
de1n-se interligar outros documentos que, por sua vez, se encontram pensamentos, em uma forma de esquecimento. A desativação de un1
armazenados em diferentes suportes informacionais, criando assim prnsmnento pode ser feita de forma dinâmica, com a reestruturação
um ambiente hipermídia personalizado. dos demais pensamentos associados a estes.
Para facilitar o entendimento e ilustrar a criação de um ambiente Urna rede informacional, urna rede sen1ântica ou um mapa
hipermídia, selecionamos o software PersonalBrain (Persona!Brain IM conceituai requer construções de representações gráficas individuais
- TheBrain Tecnologies Corporation - versão 1. 74, 28.8.2000), por ou coletivas, e pode ser utilizada como ferramenta auxiliar no pro
considerarmos que este possui características estruturais em forma cesso ele construção cio conhecimento, na criação de ambientes
de rede que possibilitam a criação de um ambiente hipermídia pessoal hipermídia.
ou coletivo numa relação natural entre as informações armazenadas Para que se possa criar e navegar em ambiente hipermíclia com
em documentos e assuntos/temas abordados, minimizando assim os a utilização desse software, é necessário o entendimento ele alguns
problemas de navegação entre documentos computacionais. termos utilizados:
Analisamos o software PersonalBrain com relação às suas carac Brain é a interface gráfica ele uma coleção ele pensamentos rela
terísticas funcionais, às ferramentas de apoio, aos conceitos subja cionados por associação com o pensamento principal, segundo cri
centes, às formas de organização e navegação, que podem favorecer térios estabelecidos pelo usuário.
a aprendizagem significativa no momento em que o indivíduo cons Plex é a área visível ele um Brain, uma coleção de pensamentos
trói seu próprio ambiente hipermídia. relacionados e apresentados por proximidade.
A interface visual desse software permite a integração, de ma Thoughts (pensamentos) são os itens construtores básicos elo
neira fácil, de diferentes tipos de informações (textos, imagens, sons, PersonalBrain. Um pensamento pode representar virtualmente
URLs etc.) da Internet e de outras aplicações/documentos pessoais uma informação, por exemplo, um conceito, um projeto, urna
(bancos de dados, documentos pessoais, softwares básicos e pessoa, w11 assunto, um documento, uma página de rede, urna
aplicativos etc.). planilha eletrônica, um arquivo, um atalho, um jogo, e uma apli
O software PersonalBrain, em sua estrutura funcional, utiliza cação. O usuário define o que os pensamentos representam, como
um formato de dados chamado thoughts (pensamentos). Esses po eles estão relacionados, e o que eles contêm.
dem ser interligados por critérios escolhidos pelo usuário e podem No centro elo Plex aparece o Active Thought (pensamento ativo).
conter qualquer tipo de informação, inclusive documentos, planilhas O pensamento ativo representa o pensamento para o qual o usuá
eletrônicas, imagens, atalhos e páginas de urna rede de computado rio se moveu recentemente, cm que está pensando ou com que
res interna (lntranet) ou mundial (Internet). está trabalhando no momento. É o pensamento ele interesse
Permitindo vínculos e relações entre pensamentos, o Perso imediato.
nalBrain se expande para se tornar urna interface visual que reflete Relações de pensamentos no Persona]Brain são elaboradas atra
as relações de vizinhança de pensamentos em torno do pensamento vés da criação e organização de Child (criança), Parcnt (pai), e Jump
ativo. (salto). Esses nomes não têm conexão com a informação que cada
A forma de exibição das interligações dos pensamentos se faz um pode conter, mas simplesmente com suas relnções com o pen
por meio de uma rede informacional que se inicia com um único samento ativo e entre eles, segundo critérios estabelecidos pelo
pensamento, e ao qual passam a ser vinculados visualmente ou- usuário.
34 Tecnologia e conteúdos informacionais O ambiente hipermídia 35
mentas mais utilizados/acessados ou mais importantes. Na parte l ( is, software para apresentação, planilhas eletrônicas, editor gráfico
inferior do plex existe um histórico dos últimos pensamentos que (' ·oll sonoro, banco de dados, visualizador de imagens em movimen
foram ativados. tos, softwares multímidia etc.), pastas de diretórios do Windows
Os pensamentos são ativados com um clique do mouse e, a 1\xplorer ou de um aplicativo similar, sites ou páginas da World Wide
partir disso, o pensamento se expande e aparecem todas as associa Web, mensagens recebidas ou enviados por E-mail, sites adicionados
ções relacionadas a esse pensamento. Ao redor de cada pensamento 110s Favoritos ou BookMarks de um Browser. Ou podernos ainda fazer
ficam os gates, e para a criação de um pensamento basta posicionar ,1 relação com outros pensamentos que tratem de assuntos e enfoques
o ponteiro do n10use sobre o gate desejado (parent, child oujump) e semelhantes ou diferentes.
arrastar/soltar sobre o plex que aparecerá uma caixa onde será inse A navegação em um Brain é feita pela escolha dos thoughts
rido o nome do pensamento. Esse procedimento é utilizado para criar (pensamentos) relacionados - direta ou indiretamente, ou pelo uso
todos os pensamentos do Brain. das ferramentas de busca (Search), ou de fonna mais rápida e direta
Após a criação dos pensamentos, devem ser acrescentados pelos pins, ou pela lista dos últimos pensamentos ou ainda pela opção
conteúdos aos mesmos, sejam eles arquivos de computador, links de ativação instantânea do pensamento ao percorrer a lista de inde
de Internet, softwares aplicativos ou mesmo outros pensamentos. xação dos títulos dos pensamentos.
Para tanto, é necessário clicar sobre o pensamento desejado e apa Como podemos perceber, o software selecionado e analisado nos
recerá uma caixa de diálogo com opções de tipos de arquivos que apresenta características fundamentais para a criação, manipulação
podem ser associados, além de atalhos para arquivos ou links de e organização de redes informacionais que facilitam a organização de
Internet. info rmações em um ambiente hipermídia.
Em um pensamento ativo é possível anexar um arquivo digital
ou uma pasta/diretório, ou ainda anexar urna página da Internet, 4 Alguns apontamentos da teoria piagetiana de
criando um novo pensamento relacionado àquele pensamento ativo. assimilação cognitiva: um referencial para a criação
O PersonalBrain permite que pensamentos sejam esquecidos por de ambiente hipermídia
um certo período. Nesse caso, eles permanecem no Brain com todos
os seus relacionamentos, porém não aparecem no Plcx, exceto na Na perspectiva cognitivista construtivista, educar consiste, de for
escolha da opção de exibição de pensamentos esquecidos. Pensamen ma geral, em provocar o desequilíbrio na mente do educando, de ma
tos esquecidos podem ser relembrados e ativados quando necessário. neira compatível com seu nível de desenvolvimento, de modo que,
A única diferença significativa entre as categorias de pensamen ao procurar o reequilíbrio, ele se reestruture cognitivamente e apren
tos é a localização deles no plex. As categorias descrevem os relacio da. Para Piaget, só há aprendizage1n quando ocorre acomodação.
namentos dos pensamentos ativos com os outros pensamentos. To Dessa forma, a aprendizagem é tida como um processo ativo, sendo
dos os pensamentos estão direta ou indiretamente relacionados importante um.a postura ativa por parte do indivíduo. O reequilíbrio
virtualmente com os outros dentro do mesmo Brain. Vale salientar pode ser entendido como a troca de um estado de desequilíbrio por
que não existem regras para conduzir a criação de relacionamentos outro de equilíbrio.
entre os pensamentos. Entendemos que aprender é mais que recuperar info rmação.
Em um pensamento podem-se fazer as atividades de inclusão, Depende de interações no contexto de aprendizagem, da informação ou
alteração, esquecirnento e extinção dos pensamentos relacionados. material de aprendizagem disponível, das ferramentas e das caracte
Podemos incluir documentos, atalhos ou cópias de documentos já rísticas cognitivas individuais do indivíduo.
elaborados. Esses documentos podem ser softwares, documentos A busca e a organização de docun1entos hipertextuais/hiper
gerados pelos aplicativos existentes no computador (editor de tex- mídia para a construção de conhecimentos em um processo de apren-
O ambiente hipcrmídia 37
36 Tecnologia e conteúdos informacionais
mentas mais utilizados/acessados ou mais importantes. Na parte t PS, software para apresentação, planilhas eletrônicas, editor gráfico
inferior do plcx existe um histórico dos últimos pensamentos que r lll l sonoro, banco de dados, visualizador de imagens em movirnen
foram ativados. tos, softwares nmltímidia etc.), pastas de diretórios do Windows
Os pensamentos são ativados com um clique do mouse e, a l!xplorer ou de um aplicativo similar, sites ou páginas da World Wide
partir disso, o pensamento se expande e aparecem todas as associa Web, mensagens recebidas ou enviados por E-mail, sites adicionados
110s Favoritos ou BookMarks de um Browser. Ou podernos ainda fazer
ções relacionadas a esse pensamento. Ao redor de cada pensamento
, 1 relação corn outros pensamentos que tratem de assuntos e enfoques
ficam os gates, e para a criação de um pensamento basta posicionar
o ponteiro do mouse sobre o gatc desejado (parcnt, child oujump) e semelhantes ou diferentes.
arrastar/soltar sobre o plex que aparecerá uma caixa onde será inse A navegação em um Brain é feita pela escolha dos thoughts
rido o nome do pensamento. Esse procedimento é utilizado para criar (pensamentos) relacionados - direta ou indiretamente, ou pelo uso
todos os pensamentos do Brain. das ferramentas de busca (Scarch), ou de forma mais rápida e direta
Após a criação dos pensamentos, devem ser acrescentados pelos píns, ou pela lista dos últimos pensamentos ou ainda pela opção
conteúdos aos mesmos, sejam eles arquivos de computador, links de ativação instantânea do pensamento ao percorrer a lista de inde
de Internet, softwares aplicativos ou mesmo outros pensamentos. xação dos títulos dos pensarn.entos.
Para tanto, é necessário clicar sobre o pensamento desejado e apa Como podemos perceber, o software selecionado e analisado nos
recerá uma caixa de diálogo com opções de tipos de arquivos que apresenta características fundamentais para a criação, manipulação
podem ser associados, além de atalhos para arquivos ou links de e organização de redes informacionais que facilitam a organização de
Internet. informações em um ambiente hipermídia.
Em um pensamento ativo é possível anexar um arquivo digital
ou uma pasta/diretório, ou ainda anexar uma página da Internet, 4 Alguns apontamentos da teoria piagetiana de
criando um novo pensamento relacionado àquele pensamento ativo. assimilação cognitiva: um referencial para a criação
O PersonalBrain permite que pensamentos sejam esquecidos por de ambiente hipermídia
um certo período. Nesse caso, eles permanecem no Brain com todos
os seus relacionamentos, porém não aparecem no Plex, exceto na Na perspectiva cognitivista construtivista, educar consiste, de for
escolha da opção de exibição de pensamentos esquecidos. Pensarn.en ma geral, em provocar o desequilíbrio na mente do educando, de ma
tos esquecidos podem ser relembrados e ativados quando necessário. neira compatível com. seu nível de desenvolvimento, de modo que,
A única diferença significativa entre as categorias de pensamen ao procurar o reequilíbrio, ele se reestruture cognitivamente e apren
tos é a localização deles no plex. As categorias descrevem os relacio da. Para Piaget, só há aprendizagem quando ocorre acomodação.
namentos dos pensamentos ativos com os outros pensamentos. To Dessa forma, a aprendizagem é tida como um processo ativo, sendo
dos os pensamentos estão direta ou indiretamente relacionados importante uma postura ativa por parte do indivíduo. O reequilíbrio
virtualmente com os outros dentro do mesmo Brain. Vale salientar pode ser entendido como a troca de um· estado de desequilíbrio por
que não existem regras para conduzir a criação de relacionam.entos outro de equilíbrio.
entre os pensamentos. Entendemos que aprender é mais que recuperar informação.
Em um pensamento podem-se fazer as atividades de inclusão, Depende ele interações no contexto de aprendizagem, da informação ou
alteração, esquecimento e extinção dos pensamentos relacionados. material de aprendizagem disponível, das ferramentas e das caracte
Podemos incluir documentos, atalhos ou cópias de documentos já rísticas cognitivas individuais do indivíduo.
elaborados. Esses documentos podem ser softwares, documentos A busca e a organização de documentos hipertextuais/hiper
gerados pelos aplicativos existentes no computador (editor de tex- mídia para a construção de conhecimentos em um processo de apren-
38 Tecnologia e conteúdos informacionais O ambiente hipcrmídia 39
dizagem implicam que em um primeiro momento o usuário, diante lamentos ativos. É por isso que só falamos em "acomodação"
de um resultado da busca informacional, quando capaz de assimilar subtendendo "acomodação de esquemas de assimilação".
as informações aos seus esquemas e às estruturas cognitivas, procu
ra continuamente restaurar o estado de equilíbrio. Quando depara com Este funcionamento cognitivo, com a busca constante de equi-
informações que não são assimiladas prontamente aos seus esque estruturas cognitivas do usuário, com todas as suas possi
1 il>rio das
n1as, surge um desequilíbrio cognitivo. Nesse momento, ele tenta res liilidades de abertura do sistema para entrada de novos elementos e
taurar o equilíbrio pela adaptação, reorganizando seus esquemas rl'chamento para a manutenção da organização, pode ser externa
(acomodação) e incorporando (assimilação) a nova informação aos lizado pelo usuário com o uso do software PersonalBrain, quando se
esquemas existentes. 111ostra capaz de elaborar sua rede informacional, seu ambiente
A busca do equilíbrio dinâmico constitui-se de ações coordena liipermídia, após critérios ele recuperação e seleção por relevância das
das, em estruturas de coqjunto, capazes de compensar perturbações informações ela Internet, e informações digitais ele modo geral.
externas (sistema aberto) através de mecanismos reguladores inter Jean Piaget, em conversa com Jean-Claude Bringuier (1993,
nos, de modo a conservar a organização (sistema fechado). O equilí p.33), disse:
brio das estruturas operatórias é manifestado pela reversibilidade das
ações. Esse funcionamento e esse dinamismo, de um sistema ao O conhecimento é uma interação entre o indivíduo e o objeto,
mesmo tempo aberto e fechado, possibilitam a assimilação de novos mas eu penso que o indivíduo não pode ser encerrado em urna
elementos à estrutura, assim como a modificação dessa estrutura estrutura dada, definitivamente, à maneira elos aprioristas,
(acomodação) para poder assimilar o elemento novo. O estado de como se tudo estivesse predeterminado no espírito humano. Eu
equilíbrio resulta da interação entre assimilação e acomodação. penso que o indivíduo constrói seus conhecimentos, constrói
A assimilação, segundo Piaget (1973, p.13), é: suas estruturas (...)
a integração a estruturas prévias, que podem permanecer in Portanto para Piaget(1973, p.13-15),
variáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria
integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, (... ) nenhum conhecimento, 111.esmo perceptivo, constitui uma
isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando simples cópia do real, porque contém um processo de assimi
se à nova situação. A assimilação, definida assim em termos lação a estruturas anteriores(...) Todo conhecimento contém
funcionais muito gerais, desempenha um papel necessório em sempre e necessariamente um fator fundamental de assimila
todo o conhecimento. ção, o único a conferir significação ao que é percebido ou con
cebido [pois] quando o naturalista classifica os anim.ais que
Ao passo que a acomodação, para Piaget (1973, p. 1 8), é enten acaba de recolher, assimila suas percepções a um sistema ante
dida como: rior ele conceitos (ou de classes lógicas), que constitui uma es
trutura prévia relativamente à sua conduta atual.
toda modificação dos esquemas de assimilação sob a influência
de situações exteriores (meio) aos quais se aplicam. Mas, assim Vale destacar que:
como não há assimilação sem acomodações (anteriores ou
atuais), assim também não há acomodação sem assimilação. A importância da noção de assimilação é dupla. De um lado,
Isto significa que o meio não provoca simplesmente o registro implica a noção de significação, o que é essencial, pois todo
de impressões ou a formação de cópias, mas desencadeia ajus- conhecimento refere-se a significações (índices ou sinais per-
38 Tecnologia e conteúdos informacionais O ambiente hipcrmídia 39
dizagem implicam que em um primeiro momento o usuário, diante lamentos ativos. É por isso que só falamos cm "acomodação"
de um resultado da busca informacional, quando capaz de assimilar subtendendo "acomodação de esquemas de assimilação".
as informações aos seus esquemas e às estruturas cognitivas, procu
ra continuamente restaurar o estado de equilíbrio. Quando depara com l:ste funcionamento cognitivo, com a busca const:mtc de cq11i
informações que não são assimiladas prontam.ente aos seus esque l 1i,rio das estruturas cognitivas do usuário, com todas as suas possi
mas, surge w11 desequilíbrio cognitivo. Nesse momento, ele tenta res l>iliti.'.1des de abertura do sistema para entrada de novos elementos e
taurar o equilíbrio pela adaptação, reorganizando seus esquemas 1 rchamento para a manutenção da organização, pode ser externa
(acomodação) e incorporando (assimilação) a nova informação aos i iz,lllo pelo usuário com o uso do software PersonalBr,lin, quando se
esquemas existentes. 111ostra capaz de elaborar sua rede informacional, seu ambiente
A busca do equilíbrio dinâmico constitui-se de ações coordena 11ipcrmídia, após critérios de recuperação e seleção por relevância déls
das, em estruturas de cm-vunto, capazes de compensar perturbações informações ela Internet, e informações digitais de modo geral.
externas (sistema aberto) através de mecanismos reguladores inter Jean Piaget, em conversa com Jean-Claude Bringuier (1993,
nos, de modo a conservar a organização (sistema fechado). O equilí p.33), disse:
brio das estruturas operatórias é manifestado pela reversibilidade das
ações. Esse funcionamento e esse dinamismo, de um sistema ao O conhecimento é uma interação entre o indivíduo e o objeto,
mesmo tempo aberto e fechado, possibilitam a assimilação de novos mas eu penso que o indivíduo não pode ser encerrado em uma
elementos à estrutura, assim como a modificação dessa estrutura estrutura dada, definitivamente, à maneira dos aprioristas,
(acomodação) para poder assimilar o elemento novo. O estado de como se tudo estivesse predeterminado no espírito hum.ano. Eu
equilíbrio resulta da interação entre assimilação e acomodação. penso que o indivíduo constrói seus conhecimentos, constrói
A assimilação, segundo Piaget (1973, p.13), é: suas estruturas (...)
a integração a estruturas prévias, que podem permanecer in Portanto para Piaget (1973, p.13-15),
variáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria
integração, mas sem descontinuidade com o estéldo precedente, (...) nenhum conhecimento, rn.esmo perceptivo, constitui uma
isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando simples cópia do real, porque contém um processo de assimi
se à nova situação. A assimilação, definida assim em termos lação a estruturas anteriores ( ...) Todo conhecimento contém
funcionais muito gerais, desempenha um papel necessário em sempre e necessariamente um fator fundamental de assimila
todo o conhecimento. ção, o único a conferir significação ao que é percebido ou con
cebido [pois] quando o naturalista classifica os anünais que
Ao passo que a acomodação, para Piaget (197 3, p.1 8), é enten acaba de recolher, assimila suas percepções a um sistema ante
dida como: rior de conceitos (ou de classes lógicas), que constitui uma es
trutura prévia relativamente à sua conduta atual.
toda modificação dos esquemas de assimilação sob a influência
de situações exteriores (meio) aos quais se aplicam. Mas, assim Vale destacar que:
como não há assimilação sem acomodações (anteriores ou
atuais), assim também não há acomodação sem assimilação. A importância da noção de assimilação é dupla. De um lado,
Isto significa que o meio não provoca simplesmente o registro implica a noção de significação, o que é essencial, pois todo
de impressões ou a formação de cópias, mas desencadeia ajus- conhecimento refere-se a significações (índices ou sinais per-
40 Tecnologia e conteúdos informacionais O ambiente hipcrmídia 41
ceptivos). Por outro lado, exprime o fato fundamental de que (... ) é a de uma totalidade relacional, onde as operações indivi
todo conhecimento está ligado a uma ação e que conhecer um duais e a cooperação (ou co-operações) formam um todo
objeto ou acontecimento é utilizá-los, assimilando-os a esque indissociável, tal que as leis ela coordenação geral elas ações são
mas de ação. (Piaget, 1973, p.14-15) comuns, cm seu núcleo funcional, às ações e operações
interinclividuais e intrainclivicluais.
Com base na teoria de assimilação cognitiva, poderíamos dizer
que a construção do ambiente hipcrmídia, a organização de docu O uso da ferramenta PersonalBrain, em um ambiente de
mentos/informações digitais, que se apresenta em. forma de catego ,1prcnclizagem presencial ou a distância, se converte num espaço
rias encaixadas e relacionadas, parece espelhar o nível de desenvolvi real de interação social, de troca de resultados, de comparação de
mento cognitivo do usuário. fontes, de enriquecimento de perspectivas, de discussão das con
Um indivíduo da fase pré-operatória, portanto em um. período tradições, de adaptação dos dados à realidade dos indivíduos.
intuitivo, estimulado a utilizar essa ferramenta, possivelmente terá Em suma, com o uso elas tecnologias de informação e comuni
favorecida a sua coordenação de ações que poderá resultar num salto cação na construção ele um ambicnte hipcrmídia, o indivíduo pode
qualitativo, com a constituição de operações cognitivas chamadas (re)elaborar as informações de forma ativa e criativa, expressando
concretas. ttm trabalho de reflexão e aprendizagem individual, além de
Do mesmo n1.odo, para um indivíduo no período opcratório intercambiar conhecimentos e experiências à distância com outros
concreto, o exercício funcional ele manipulação de uma rede infor indivíduos, permitindo a assimilação de novos conhecimentos e ha
macional em um software poderia facilitar o desenvolvimento das bilidades.
estruturas operatórias abstratas.
As relações entre os elementos que compõem um ambiente 5 Considerações finais
hipermídia poderiam ser consideradas como coordenações de ações
sobre objetos (arquivos, páginas da web, softwares aplicativos, ima Os estudos indicam que a construção de seu próprio ambiente
gens, sons) realizadas pelo sltjeito, podendo ser analisadas com base hipermídia ou sistema hipertextual poderá possibilitar ao indivíduo
na teoria piagetiana, cm especial as noções de agrupamentos de classes refletir sobre sua estrutura cognitiva, construindo e reconstruindo
e relações. seu conhecimento em um processo no qual é capaz de assimilar as
Consideramos importante destacar também o fator social na info rmações selecionadas e restaurar seu estado de equilíbrio.
construção de conhecimento. Embora não suficiente, é um fator ne O ambiente hipermídia pode ser fruto de um processo coletivo
cessário e Piaget afirma: de aprendizagem, com a construção de ambientes coletivos, e com a
reestruturação e coordcnação de ambientes individuais.
O conhecimento começa a partir do momento cm que ele é O ambiente hipermídia proposto, embasado na teoria cons
comunicável e conh·olável. (...) o conhecimento começa, quando trutivista de Jean Piaget, consiste na utilização de ferramentas de
se chega a conciliar os controles mútuos e as verificações em informática que permitam ao indivíduo, de forma ativa e criativa,
aproximações sucessivas... (... ) sobre os fatos e sobre as idéias. construir e expor seu próprio conhecimento, por meio das inter
(BRINGUIER, 1993, p.24-25) ligações de informações que julgar pertinentes, visualizando-as em
forma de uma rede de idéias/pensamentos que parecem espelhar sua
Segundo Piaget (1973, p.117), a relação entre os indivíduos e o a estrutura cognitiva, parcial e momentânea.
grupo social: Acreditamos que isso significa um avanço com relação à utili
zação da informática e da Internet no processo de aprendizagem, de
40 Tecnologia e conteúdos informacionais O ambiente hipcrmídia 41
ceptivos). Por outro lado, exprime o fato fundamental de que (...) é a de uma totalidade relacional, onde as operações indivi
todo conhecimento está ligado a uma ação e que conhecer um duais e a cooperação (ou co-operações) formam um todo
objeto ou acontecimento é utilizá-los, assimilando-os a esque indissociável, tal que as leis da coordenação geral das ações são
mas de ação. (Piaget, 1973, p.14-15) comuns, cm seu núcleo funcional, às ações e operações
interi.J.1.dividuais e intraindividuais.
Com base na teoria de assimilação cognitiva, poderíamos dizer
que a construção do ambiente hiperrnídia, a organização de docu O uso da ferramenta Persona]Brain, em um ambiente de
mentos/informações digitais, que se apresenta em forma de catego ,1prendizagcm presencial ou a distância, se converte num espaço
rias encaixadas e relacionadas, parece espelhar o nível de desenvolvi renl de interação social, de troca de resultados, de comparação de
mento cognitivo do usuário. fontes, de enriquecimento de perspectivas, de discussão das con
Um indivíduo da fase pré-operatória, portanto em uni. período l rndições, de adaptação dos dados à realidade dos indivíduos.
intuitivo, estimulado a utilizar essa ferramenta, possivelmente terá Em suma, com o uso elas tecnologias ele informnç5o e comuni
favorecida a sua coordenação de ações que poderá resultar num salto cação na construção de um ambiente hipermíclia, o indivíduo pode
qualitativo, com a constituição de operações cognitivas chamadas (re)claborar as informações de forma ativa e criativa, expressando
concretas. u 111 trabalho de reflexão e aprendizagem individual, além de
Do mesmo modo, para um i.J.1.divíduo no período operatório intercambiar conhecimentos e experiências à distância com outros
concreto, o exercício funcional de manipulação de uma rede infor indivíduos, permitindo a assimilação de novos conhecimentos e ha
macional em um software poderia facilitar o desenvolvimento das bilidades.
estruturas operatórias abstratas.
As relações entre os elementos que compõem um ambiente 5 Considerações finais
hipermídia poderiam ser consideradas como coordenações de ações
sobre objetos (arquivos, páginas da web, softwares aplicativos, ima Os estudos indicam que a construção de seu próprio ambiente
gens, sons) realizadas pelo sujeito, podendo ser analisadas com base hipermídia ou sistema hipertextual poderá possibilitar ao indivíduo
na teoria piagetiana, em especial as noções de agrupamentos de classes refletir sobre sua estrutura cognitiva, construindo e reconstruindo
e relações. seu conhecimento em um processo no qual é capaz de assimilar as
Consideramos importante destacar também o fator social na informações selecionadas e restaurar seu estado de equilíbrio.
construção de conhecimento. Embora não suficiente, é um fator ne O ambiente hipermídia pode ser fruto ele um processo coletivo
cessário e Piaget afirma: de aprendizagem, com a construção de ambientes coletivos, e com a
reestruturação e coordenação de ambientes individuais.
O conhecimento começa a partir do momento em que ele é O ambiente hipermídia proposto, embasado na teoria cons
conmnicável e controlável. (... ) o conhecimento começa, quando trutivista ele Jean Piaget, consiste na utilização de ferramentas de
se chega a conciliar os controles mútuos e as verificações cm informática que permitam ao indivíduo, de forma ativa e criativa,
aproximações sucessivas... (... ) sobre os fatos e sobre as idéias. construir e expor seu próprio conhecimento, por meio das inter
(BRINGUIER, 1993, p.24-25) ligações de informações que julgar pertinentes, visualizando-as em
forma de uma rede ele idéias/pensamentos que parecem espelhar sua
Segundo Piagct (1973, p.117), a relação entre os indivíduos e o a estrutura cognitiva, parcial e momentânea.
grupo social: Acreditamos que isso significa um avanço com relação à utili
zação da informática e da Internet no processo de aprendizagem, ele
42 Tecnologia e conteúdos informacionais
• Exlraíclo e adaptado ele GUIMARÃES, J.A .C. Polilicas ele analisis y represcntación
de conteniclos para la gestión dei conocimiento en las organizaciones. Scirc. Za1·;igozc1,
v. 6, n.2, p.53-62, Jul./Dic. 2001.
Trabalham-se aqui as exp1·essões política de análise e rcpresrntaçfio ele contc1íc/o e
política de indexação ele maneira ampla, enquanto conjunto ele p1·i11cípios e critéri
os que servem ele subsídio ao planejamenlo e à tomada ele decisões no tocante à
análise e à representação cio conteúdo informacional cios clocurnentos, abrangendo
ilS denominações sul:Jject catalonguing e indcxingencontradas na literatura ;inglo
arnericana.
44 Tecnologia e conteúdos informacionais As políticas ele indexação 45
direção ao caráter instantâneo do saber e do que se passa no mundo, drsr11volvimcnto em um contexto ele sociedade da informação, a or
tendo-se como exemplo o fenômeno da Internet. f\.lllÍZilÇão da informação possui papel de destaque, em que os catá-
Partindo da premissa de que uma sociedade do conhecimento 11 igos eletrônicos de bibliotecas (especificamente os OPAC's - On linc
encontra suporte em organizações do conhecimento, ou seja, aquelas l 1 11blic Access Catalogues) e as bibliotecas digitais revelam uma con-
cujos insumos, processos produtivos e produtos são idéias, informa 1 'l'p�·ão de organização para disponibilização de conteúdos infor-
ções e conhecimento (entre as quais a biblioteca ocupa, historicamente, 111,1cionais, para o que se necessitam rígidos critérios ele qualidade
um lugar de destaque), Cubillo (1999) classifica-as em três grupos l('cnica e obsc1vação de padrões e normas internacionais que permi
em virtude elo tipo ele mudança por elas sofrida nessa nova realidade: tam sua utilização pelo usuário final, o intercâmbio e a análise
as que investiram massivamente em novas tecnologias e recursos gerencial. (grifos nossos).
informativos digitais, (promovendo reengenharias e obtendo mu Um outro aspecto contextual a ser observado são os novos
danças profundas e significativas), as que tentaram investir nesse documentos (aos quais o processo ele tratamento ele conteúdo agrc
sentido mas que só chegaram a mudanças cosméticas e as que in g,irtí valor dentro do sistema) que, com o advento ela realidade digi
vestiram pouco ou quase nada em modernização e não tiveram von l,11, passam a ser organizados internamente e a transmitir a infor
tade política suficiente para gerar mudanças, as quais não saíram do mação neles contida ele uma nova maneira, não-linear e efetivamente
plano f ormal. interativa.
Abordando especificamente os documentos hipertextuais en
quilnto espécies de documentos digitais, Agustín Lacruz (1997, p.90)
A dimensão do tratamento de conteúdo informacional
refere-se a uma nova proposta de organização da informação ele
No âmbito das mudanças até então abordadas, as unicbdes maneira que seja possível lê-la segundo relações associativas e niio
e serviços de informação (bibliotecas, arquivos, centros ele docu simplesmente seguindo a seqi_iencialidac/e que impõe a letra impres
mentação, etc.) passam a assumir um papel estratégico, visto serem sa elo papcl.
organizações envolvidas com o acesso e a agregação de valor ao Desse modo, novas posturas passam a ser exigidas tanto e.lo
conhecimento, notadarnente cm termos de conteúdo, uma vez que produtor quanto do usuário da informação: ao primeiro cabe evi
o conceito de documento, enquanto registro de conheein1ento, passa denciar, no documento, uma organização mais próxima de como a
a ser o de representante ou substituto ele idéias e criações (surrogate mente trabalha do que de como os olhos lêem e, ao segundo, um
of knowledgeJ de um gerador de conhecimento que normalmente reposicionamento como leitor, uma vez que a profusão de códigos
não pode estar presente (Cubillo, 1999, p.17). informativos do documento (texto, imagem, som, etc) passa a exi
Se o tratamento de conteúdo assume uma posição decisiva como gir-lhe uma polilcitura.
instrumento de agregação de valor para disponibilização de um co Esse processo, no entanto, gera problemas nos dois lados, seja
nhecimento registrado para um acesso por vezes bastante remoto, pela angústia informativa do usuário em virtude da sensação inicial
as políticas de indexação tornam-se cada vez mais necessárias (e pre ele desorientação causada pela não-linearidade elo documento, n5o
mentes!), visto passarem a ser exigidas capacidades rigorosas de mo mais podendo controlá-lo, seja pela dificuldade de o produtor expli
nitoramento e seleção de conteúdos em profundic/acle, a fim de ofe car mais detalhadamente a macroestrutura temática do documento
recer condições p ara a construção ele novos conhecimentos, por ele gerado (Agustín Lacruz, 1997, p.93).
func/amentaclos cm outros, completos, fidedignos, provenientes ele
fontes responsáveis e autorizadas (Nonaka apucl Cubillo, 1999, p. l8).
Como bem ressalta Vieira (1998, p. 86), ao se referir a contex
to, mudanças e condicionantes para a inserção efetiva de países cm
As políticas de indexação 45
direção ao caráter instantâneo do saber e do que se passa no mundo, dc:,r11volvim.cnto em um contexto de sociedade da informé!ção, a or
tendo-se como exemplo o fenômeno da Internet. f)'" 111.,1<;30 da informação possui papel de destaque, em que os catá
Partindo da premissa de que uma sociedade do conhecimento li 11:< ,s rlrlrônicos de bibliotecas (especificamente os OPAC's - On linc
encontra suporte em organizações do conhecimento, ou seja, aquelas l'1d,lrc /\cccss Catalogues) e é!S bibliotecas digitais revelam uma con
cujos insumos, processos produtivos e produtos são idéias, informa ' 1·11,·,\o de organização para disponibilização ele conteúdos infor-
ções e conhecimento (entre as quais a biblioteca ocupa, historicamente, 111.ivioné!is, para o que se necessitam rígidos critérios ele qualiclacle
um lugar de destaque), Cubillo (1999) classifica-as em três grupos I<'< llica e obse1vação de padrões e normas internacionais que pcrmi
em virtude elo tipo de mudança por elas sofrida nessa nova realidade: /,1111 sua utilização pelo usuário final, o intercâmbio e a análise
Em busca de políticas de análise e representação de 111n SR! (Sistema ele Recuperação e de Informação) cm dois eixos: o
conteúdos 11nrizontal, relativo às atividades de gestão, e o vertical, relativo às
, 1 lividadcs ele organização - ressaltando que nenhum dos dois possui
Em meio a tão conturbado - e complexo - contexto, a determi
11,1lureza técnica. Desse modo, qualquer atividade de um SR! pode ser
nação de uma política de indexação encontra-se diretamente afeta a
tdrntificado. por um binomio (x, y) refletindo uma dupla dimensão.
questões com.o a otimização de serviços, a racionalização ele proces
Carneiro ( 1985) é quem, cm um contexto brasileiro, pôde sis
sos e a consistência das operações de tratamento e organizaç.:io de
l e matizar a questão da política de indexação dentro ele tal óptica,
conteúdos informacionais e passa a assumir papel preponderante
partindo da premissa de que o estabelecimento da mcsmu constitui
como modalizador da interação (ainda que possa parecer estranha
se cm fator preponderante para o planejamento ele um SR!, tendo
uma interação modalizada!) no intuito de levar o usuário à delimi
como base três fatores: a identificação ela organização(o contexto),
tação dos objetivos, interesses e níveis de extensão que pretende com
a clientela(o destinatário) e os recursos humanos, materiais e finan
a leitura (evitando, assim, o desbordamcnto cognitivo mencionado
ceiros (a infra-estrutura). Gomes(1989), mais ou menos no 111.esmo
por Augustin Lacruz, 1997, p. 92) e de complementar o trabalho de
sentido, apresenta três espécies ele variáveis sistêmicas no processo -
organização elo documento.
e, por decorrência, no estabelecimento da política - ele indexação: o
Para tanto, necessária se torna a disponibilização ele mapo.s,
objetivo do SR[, o perfil da clientela e o modelo ele indexação desejado
índices ou sumários que possam orientar a navegação do usuário
que, por sua vez, depende ela infraestrutura.
rumo ao produtor da informação (ressalte-se aqui que, embora a
Com relação ao estudo elo tipo de organização, Carneiro(] 985)
construção de tais mapas e índices seja do autor quando da elabora
ressalta a importância de determinar os objetivos e atividades da
ção do documento, ao docw11entalista, no âmbito do desenvolvimento
mesma, de modo a servir de subsídio a decisões quanto às áreas
da política de indexação, cabe avaliar a consistência de tais recursos
temáticas prioritárias, ao sistema de indexação a ser adotado e ainda
e, cm sendo necessário, complementá-los).
ao nível de exaustividade (extensão da indexação) e especificidade
Nesse contexto, o estabelecimento de uma política de indexação
(profundidade da indexação)."
do sistema contribui - e muito - para que leitor/usuário e docu
No âmbito da clientela, ressalta-se a efetiva instrumcntalidacle
mento deixem de ser sujeito e objeto para se tornarem dois sujeitos
elo estmlo do usuário, visto propiciar insumos fundamentais ao pro
que interagem (uma vez que o usuário, com sua participo.ção, esta
cesso, tais como:
rá sempre a recriar o documento e, por conseguinte, a realimentar
a) Ocupação, campo de interesse, nível educacional e grau de expe
o sistema.
riência do usuário (como balizadores da seleção dos docurn.cntos
Como ressalta Ccsarino(1978), a política de indexação consis
a serem indexados, do estabelecimento do perfil da ling11ugcm ele
te cm uma decisão gerencial. Tal aspecto reafirma uma concepção
indexação e do grau ele profundidade da indexação);
hoje presente na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação que,
b) tipo de produto exigido(formato e tempo coberto), trazendo ele
rompendo com uma trilogia (compartimentalizacla, digo.-se de pas
mentos quanto à revocação e à precisão do sistema, à determina
sagem) tradicional que dividia as atividades informativas em
ção de critérios de obsolescência informacional, e ainda ao tipo de
gerenciais, de processamento e de interface com o usuário, passa a
software a ser utilizado;
ver a gestão da unidade ou serviço de informação como um todo no
c) forma de busca, (se direta ou delegada), determinando a forma
qual inserem-se atividades de organização, disponibilização e uso ela
do índice e seu grau de amigabilidade; e
informação, de forma integrada e interdependente (mutuamente
retroalimcntávcl).
'.?. Foskell (1973), Piedade (1983) e Chau111ier (1998), entre outros, trabalham com a
Gomes (1989), sob outra abordagem, define as atividades de questão da exaustividade e da especiíicidade no âmbito de um 5.R.I.
46 Tecnologia e conteúdos informacionais As políticas de indexação 47
Em busca de políticas de análise e representação de 11111 SR! (Sistema ele Recuperação e de Informação) cm dois eixos: o
conteúdos 1111rizonta.l, relativo às atividades ele gestão, e o vertical, relativo às
, li 1vidacles de organização - ressaltando que nenhum cios dois possui
Em meio a tão conturbado - e complexo - contexto, a determi
11,tl urcza técnica. Desse modo, qualquer atividade ele um SR! pode ser
nação de uma política de indexação encontra-se diretamente afeta a
ulrnlificada. por um binomio (x, y) refletindo uma dupla dimensão.
questões cmno a otimização de serviços, a racionalização de proces
Carneiro (1985) é quem, em um contexto brasileiro, pôde sis
sos e a consistência das operações de tratamento e organização de
tematizar a questão ela política ele indexação dentro de tal óptica,
conteúdos informacionais e passa a assumir papel preponderante
partindo da premissa ele que o estabelecimento ela mesma constitui
como modalizador da interação (ainda que possa parecer estranha
se cm fator preponderante para o planejamento de um SR!, tendo
uma interação modalizada!) no intuito de levar o usuário à delimi
rnmo base três fatores: a identificação da organização (o contexto),
tação dos objetivos, interesses e níveis de extensão que pretende com
,1 clientela(o destinatário) e os recursos humanos, materiais e finan
a leitura (evitando, assim, o desbordamento cognitivo mencionado
ceiros(a infra-estrutura). Gomes (1989), mais ou menos no mesmo
por Augustin Lacruz, 1997, p. 92) e de complementar o trabalho de
sentido, apresenta três espécies ele variáveis sistêmicas no processo -
organização do documento.
e, por decorrência, no estabelecimento ela política - de indexação: o
Para tanto, necessária se torna a disponibilização ele mapas,
objetivo do SR[, o perfil ela clientela e o modelo de indexação desejado
índices ou sumários que possam orientar n navegação elo usuário
que, por sua vez, depende da infraestrutura.
rumo ao produtor da informação (ressalte-se aqui que, embora a
Com relação ao estudo elo tipo de organização, Carneiro(] 985)
construção de tais mapas e índices seja do autor quando ela elabora
ressalta a importância de determinar os objetivos e atividades ela
ção do documento, ao docwnentalista, no âmbito elo desenvolvimento
mesma, ele modo a servir de subsídio a decisões quanto fts áreas
da polítirn de indexação, cabe avaliar a consistência de tais recursos
temáticas prioritárias, ao sistema ele indexação a ser adotado e ainda
e, em sendo necessário, complementá-los).
ao nível de exaustividade (extensão da indexação) e especificidade
Nesse contexto, o estabelecimento de uma política de indexação
(profundidade ela indexação). 2
do sistema contribui - e muito - para que leitor/usuário e docu
No âmbito ela clientela, ressalta-se a efetiva instrumentaliclacle
mento deixem de ser sujeito e objeto para se tornarem dois sujeitos
elo estudo elo usuário, visto propiciar insumos fundamentais ao pro
que interagem (urna vez que o usuário, com sua participação, esta
cesso, tais como:
rá sempre a recriar o documento e, por conseguinte, a realimentar
a) Ocupação, campo de interesse, nível educacional e grau ele expe
o sistema.
riência elo usuário (como balizadores da seleção elos documentos
Corno ressalta Cesarino(1978), a política de indexação consis
a serem indexados, elo estabelecimento do perfil da linguagem de
te cm urna decisão gerencial. Tal aspecto reafirma urna concepção
indexação e elo grau ele profundidade da indexação);
hoje presente na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação que,
b) tipo ele produto exigido (formato e tempo coberto), trazendo ele
rompendo com uma trilogia (cornpartirnentalizada, diga-se de pas
mentos quanto à revocação e à precisão elo sistema, à determina
sagem) tradicional que dividia as atividades informativas em
ção de critérios de obsolescência informacional, e ainda ao tipo ele
gerenciais, de processarn.ento e de interface com o usuário, passa. a
software a ser utilizado;
ver a gestão ela unidade ou serviço de informação corno um todo no
c) forma de busca, (se direta ou delegada), determinando a forma
qual inserem-se atividades de organização, disponibilização e uso da
do índice e seu grau de amigabilidade; e
informação, de forma integrada e interdependente (mutuamente
retroalimentávcl).
2 Foskell (1973), Piedade (1983) e Chaumier (1998), entre outros, trabalham com a
Gomes (1989), sob outra abordagem, define as atividades ele questão da exaustividade e da cspeciíicidade no âmbito de um 5.R.I.
Ili Ih 11<1!,11:1,1 c'C<>11/r11clo., 111/i>r111acio11ais
As políticas de indexação 49
i) formação elo inclexaclor, cm termos ele conhecimentos quanto ao Van Slype (1991) e Gomes (1989) alertam, ainda, para a con
conteúdo elas áreas elos documentos, quanto às metodologias ele •,1slrncia (uniformidade elos padrões de indexação), seja interconsis
indexação, quanto às características ela linguagem ele indexação l l'llcia (atividade ele um indexador ao longo elo tempo) seja inter
empregada e, por se tratar ela geração ele produtos documentários m11sistência (atividades ele dois indexadores, comparativamente
com função eminentemente comunicativa, ele suas habiliclacles .i11,1lisadas cm um mesmo momento histórico).
lingüísticas.:•
Reflexão final
Por fim, ressalta-se que a implementação ele uma polílica de
Como se pode observar, a questão da política de indexação cons
indexação pressupõe dois aspectos fundamentais: a interdependência
l ilui-se em elemento-chave para que os sistemas e unidades ele in
ele seus elementos e a avaliação constante, pois é um processo
f'ormação possam cumprir sua função básica - a disponibilização ele
retroalimentável por natureza (mudam os documentos, as áreas
conteúdos informacionais - cm organizações gestoras elo conheci
ele interesse ela organização, os perfis elos usuários, as linguagens
mento, atuando em conson.5.ncia com uma política mais ampla (a
ele indexação, etc). No entanto, uma política só poderá ter conti
política global ela organização, voltada para questões como as que
nuidade e aperfeiçoamento no decorrer elos anos se devidamente
nprcsenta Cubillo (1999, p.20):
registrada em documentos, ele modo que se possa ter clareza (inde • que conhecimento próprio eleve gerar a organização?;
pendentemente elos elementos humanos que estiverem a seu car • que parte desse conhecimento eleve tornar-se pública, a que desti
go) elo conjunto ele decisões tomadas, suas razões e seu contexto. natários e através de que meios no interior e fora ela organiwção?;
Lancaster (1993) apresenta ainda, como elementos nortcaclorcs • que conhecimento deverá ser obtido externamente?;
no processo, uma categorização ele elementos relativos à qualiclaclc • quem, na organização e fora dela, pode acessar esse conhecimen
ele indexação (que, salvo melhor juízo, pressupõe-se seja um obje to obtido externamente?;
tivo a ser perseguido), dividindo-os em: • que tipo ele conhecimento poderá determinar a organização como
a) quanto ao indexador: conhecimento elo tema e elas ncccssiclacles única em seu contexto?; e
elo usuário, capacidade ele leitura/compreensão; • que custo a organização estará disposta a pagar para " gestão elo
b) quanto ao vocabulário: (ele indexação): especificiclacle, sintaxe, conhecimento?
grau ele ambigüiclacle/imprecisão, qualidade elo vocabulário ele en Acredita-se, portanto, que é! adoção de urna conccpç3o de té!l
trada e ela estrutura ela linguagem ele indexação e disponibiliclacle nalureza permite não apenas garantir à indexação seu caráter estra
ele instrumentos auxiliares (dicionários terminológicos, por ex.); tégico no contexto das organizações (sejam elas quais forem) como,
c) quanto ao documento: conteúdo temático (área), grau de corn principalmente, conferir-lhe uma dimensão mais irnportante, mor
plcxiclacle, língua, extensão e forma ele apresentação; mente em um contexto ele países ele terceiro mundo, marcados por
d) quanto ao processo: existência ou não ele regras ou instruções} profundas diferenças econômicas e sociais: a ele instrumento - uma
proclutiviclacle requerida e exaustividade ela indexação; e gota cl'água, mas a gota que mata a sede - para a socialização e é1
e) quanto ao ambiente: refrigeração/calefação, iluminação, etc. democratização elo conhecürento.
3 Veja-se ainda WALLIS (1997) quanto aos requisitos de conhecimento que apre
Bibliografia consultada (incluindo
senta para caracterizar o grau de profissionalismo do indexador. as referências bibliográficas)
4 No tocante à questão do registro das regras e procedimentos de indexação, u111 ponto
de partida, de caráter geral, pode estar na Norma ISO 5963/85, relativa aos méto AGUSTÍN LACRUZ, C. Nuevos usuários, nucvos docume11tos. Sci rc, v.3, 11. 1, p.87-
dos de análise e indexação de documentos. 98, Enc./Jun. 1997.
As políticas de indexação 51
50 ]ccnologia e conteúdos informacionais
i) formação do indexador, em termos de conhecimentos quanto ao Van Slype (1991) e Gomes (1989) alertam, ainda, para a con
conteúdo das áreas dos documentos, quanto às metodologias de ·,1�lrncia (uniformidade dos padrões de indexação), seja intcrconsis
indexação, quanto às características da linguagem de indexação ln1t·i.1 (atividade de um indexador .::io longo do tempo) sejil intcr-
1 n11sistência (.::itividades de dois indexadores, compar.:itivamente
empregada e, por se tratar da geração de produtos documentários
com função eminentemente comunicativa, de suas habilicbdes ,111,liisadas cm um mcsm.o momento histórico).
lingüísticas.:•
Reflexão final
Por fim, ressalta-se que a implementação de uma política de
Como se pode observar, a questão da política de indexação cons
indexação pressupõe dois aspectos fundamentais: a interdependência
titui-se em elemento-chilve parn que os sistemas e unidades de in
de seus elementos e a avaliação constante, pois é um processo
fornrnção possam cumprir sua função básica - a disponibilização de
retroalimentc'Ívcl por natureza (mudam os documentos, as áreils
nmtcúdos informacionais - cm organiz.::ições gestoras do conheci
de interesse da organização, os perfis dos usuários, as linguagens
mento, atuando em consonância com uma política mais ampla (a
de indexação, etc). No entanto, uma política só poderá ter conti
política global da organização, voltada para questões como as que
nuidade e aperfeiçoamento no decorrer dos anos se devidamente
apresenta Cubillo (1999, p.20):
registrada em documentos, de modo que se possa ter clareza (inde • que conhecimento próprio deve gerar a organização?;
pendentemente dos elern.entos humanos que estiverem a seu car • que parte desse conhecimento deve tornar-se pública, il que desti
go) do conjunto de decisões tomadas, suas razões e seu contexto.
natários e através de que meios no interior e fora da organização?;
Lancaster (1993) apresenta ainda, como elementos nortcadorcs • que conhecimento deverá ser obtido externamente?;
no processo, uma categorização de elementos relativos à qualidade • quem, n.::i organização e fora dela, pode acessar esse conhecimen
de indexação (que, salvo melhor juízo, pressupõe-se seja um obje to obtido externamente?;
tivo a ser perseguido), dividindo-os em: • que tipo de conhecimento poderá determinar a organização como
a) quanto ao indexador: conhecimento do tema e das necessidades única em seu contexto?; e
do usuário, capacidade de leitura/compreensão; • que custo a organização cstmá disposta a pagar para a gestão do
b) quanto ao vocabulário: (de indexação): especificidade, sintaxe, conhecimento?
grau de ambigüidade/imprecisão, qualidade do vocabulário de en Acredita-se, portanto, que a adoção de uma concepção de tal
trada e da estrutura da linguagem de indexação e disponibilidade natureza permite não apenas garantir à indexação seu caráter estra
de instrumentos auxiliares (dicionários terminológicos, por ex.); tégico no contexto das organizações (sejam elas quais forem) como,
c) quanto ao documento: conteúdo temático (área), grau de com principalmente, conferir-lhe urna dimensão mais importante, rnor
plexidade, língua, extensão e forma de apresentação; mente em um contexto de países de terceiro mundo, marcados por
d) quanto ao processo: existência ou não de regras ou instruções, 4 profundas diferenças econômicas e sociais: a de instrumento - uma
produtividade requerida e exaustividade da indexação; e gota d'água, mas a gota que milta a sede - para a socialização e a
e) quanto ao ambiente: refrigeração/calefação, iluminação, etc. democratização do conhecirr.ento.
3 Veja-se ainda WALUS (1997) quanto aos requisitos ele conhecimento que apre
Bibliografia consultada (incluindo
senta para caracterizar o grau ele profissionalismo cio indexador. as referências bibliográficas)
4 No tocante à questão cio registro elas regras e procedimentos de indexação, u111 ponto
de partida, ele caráter geral, pode estar na Norma ISO 5963/85, relativa aos méto AGUSTÍN U\CRUZ, C. Nuevos usuários, nucvos documentos. Sci rc, v.3, 11. ·1, p.87-
dos de análise e indexação de documentos. 98, Enc./Jun. 1997.
52 Tecnologia e conteúdos informacionais
belecidas, porém com urna capacidade infinita de deslocamento, 1·.idn esta abordagem perigosa em se tratando de termos extrema-
contanto que se tenha o local de destino visualizado. 111cnte polissêmicos, mas sim o de propor questões relacionadas à uti
Se por um lado as novas tecnologias e os mecanismos de ad l1znção elo conjunto de informações disponíveis nas organizações e
ministração de informações e comunicação causaram este aumento sun valorização como unidades de conhecimento registradas (UCR),
no volume de informações disponíveis, é também através deles que permitindo assim avaliações sobre o custo de obtenção, registro e
provavelmente encontraremos as soluções para domarmos e contro recuperação desse ativo tão importante, bem como o acompanha
larmos este oceano de dados a nosso favor. Consideramos a Ciência mento de seu desempenho no decorrer do tempo e a eficiência ela par
da Informação como o novo foco de interesse para os próximos anos ticipação dos usuários.
em função deste cenário e de sua importância estratégica diante destes A partir das definições apresentadas por Davenport (1998,
desafios. 1999), Firestone (1999), Le Coadic (1996) e Zack (1999) trataremos
O objetivo da utilização ele recursos tecnológicos no processo o termo dado como um elemento básico, formado por signo ou con
de gestão e transferência do conhecimento não deve ser entendido junto finito de signos que não contém, intrinsecamente, um compo
cmno um substituto ao fator humano, pois, segundo Lévy (1993, nente semântico, mas somente elementos sintáticos.
p.101) "Está destinada ao fracasso toda e qualquer análise da Outro conceito fundamental é o ele informação. Com tantas
informatização que esteja fundada sobre uma pretensa essência dos conceituações adotadas por diferentes autores, entre eles Castro
computadores, ou sobre qualquer núcleo central, invariante e im (1999), Davcnport (1998), Drucker (1999), Firestone (1999), Le
possível de encontrar, de significação social ou cognitiva.". Coadic (1996), Zack (1999), passamos a considerá-la corno um con
Deve-se, sim, entender sua utilização como uma ferramenta junto finito de dados dotado de sem.ântica e que tem a sun significa
de apoio, auxiliando no registro, recuperação e contextualização ele ção ligada ao contexto do agente que a interpreta ou recolhe e de
informações, uma vez que não há, ainda, recurso tecnológico capaz fatores como tempo, forma de transmissão e suporte utilizado. O
de "criar" conhecimento sem o auxílio da intervenção humana. valor desse conjunto poderá diferir da soma dos valores dos dados
Vivemos um momento de mutação, em que cada detalhe será que o compõem, dependendo do processo de contextualização no
urna semente importante para a definição da nova sociedade que agente que o recebe.
está sendo formada. Devemos todos estar atentos para que o con Nesse sentido é importante lembrar que o uso efetivo de
trole dessa moeda-o conhecimento -não fique restrito, como aconte tecnologia da informação para comunicar conhecimento requer que
ceu com os modelos anteriores, e fornecer meios que permitam que o contexto interpretativo seja compartilhado também. Quanto mais
o acesso a este recurso seja o mais democrático e justo possível. os comunicadores compartilharem conhecimentos similares, expe
Todavia, temos ao nosso lado características positivas, trata riências e conhecimentos anteriores, maior será a eficiência da co
se de um recurso inesgotável que se auto-alim.enta com o compar municação do conhecimento por canais de mediação digital. Assim,
tilhamento, mas necessitamos de novas estruturas metodológicas ele quanto maior for o grau de compartilhamento de conhecimento
acesso e gestão desse bem. contextual em uma comunidade estabelecida, maior será a possibi
lidade de sucesso na utilização de um repositório central de conhe
cimento. Entretanto, quando o contexto interpretativo é moderada
Dados, informações e conhecimento
mente compartilhado, ou o conhecimento trocado é menos e>,rplicito,
Ao abordar questões ligadas à transferência da informação, é ou a comunidade não é claramente definida, exige-se um uso maior
necessário analisar conceitos básicos como dado, informação e co de meios interativos para troca de conhecimento, sendo mais apro
nhecimento. Vale destacar que o objetivo aqui não é o de buscar priados, para tanto, elementos como as correspondências eletrôni
definições gerais para a utilização destes termos, até por ser consicle- cas ou fóruns de discussão, conforme afirma Michael Zack (1999).
54 Tecnologia e conteúdos informacionais Transferência de informação S S
belecidas, porém com uma capacidade infinita de deslocarn.ento, rnda esta abordagem perigosa cm se tratando de termos extrema-
contanto que se tenha o local de destino visualizado. 111rnte polissêmicos, mas sim o de propor questões relacionadas à uti
Se por um lado as novas tecnologias e os rn.ecanismos de ad l 1zação do conjunto de informações disponíveis nas organizações e
ministração de informações e comunicação causaram este aumento sua valorização como unidades de conhecimento registradas (UCR),
no volume de informações disponíveis, é também através deles que permitindo assim avaliações sobre o custo de obtenção, registro e
provavelmente encontraremos as soluções para domarmos e contro recuperação desse ativo tão importante, bem como o acompanha
larmos este oceano de dados a nosso favor. Consideramos a Ciência mento de seu desempenho no decorrer do tempo e a eficiência da par
da Informação como o novo foco de interesse para os próximos anos ticipação dos usuários.
em função deste cenário e de sua importância estratégica diante destes A partir das definições apresentadas por Davenport (1998,
desafios. 1999), Firestone (1999), Le Coadic (1996) e Zack (1999) trataremos
O objetivo da utilização de recursos tecnológicos no processo o termo dado como um elernento básico, formado por signo ou con
de gestão e transferência do conhecimento não deve ser entendido junto finito de signos que não contém, intrinsecamente, um compo
cmno um substituto ao fator humano, pois, segundo Lévy (1993, nente semântico, mas somente elementos sintáticos.
p.101) "Está destinada ao fracasso toda e qualquer análise da Outro conceito fundamental é o de informação. Com tantas
informatização que esteja fundada sobre uma pretensa essência dos conceituações adotadas por diferentes autores, entre eles Castro
computadores, ou sobre qualquer núcleo central, invariante e irn (1999), Davenport (1998), Drucker (1999), Firestone (1999), Le
possível de encontrar, de significação social ou cognitiva.". Coadic (1996), Zack (1999), passamos a considerá-la como urn con
Deve-se, sim, entender sua utilização como uma ferramenta junto finito de dados dotado de semântica e que tem a sua significa
de apoio, auxiliando no registro, recuperação e contextualização de ção ligada ao contexto do agente que a interpreta ou recolhe e de
informações, uma vez que não há, ainda, recurso tecnológico capaz fatores como tempo, forma de transmissão e suporte utilizado. O
de "criar" conhecimento sem o auxílio da intervenção hum.ana. valor desse conjunto poderá diferir da soma dos valores dos dados
Vivemos um n1.omento de mutação, em que cada detalhe será que o compõem, dependendo do processo de contextualização no
uma semente importante para a definição da nova sociedade que agente que o recebe.
está sendo formada. Devemos todos estar atentos para que o con Nesse sentido é importante lembrar que o uso efetivo de
trole dessa moeda -o conhecimento -não fique restrito, como aconte tecnologia da informação para comunicar conhecimento requer que
ceu com os modelos anteriores, e fornecer meios que permitam que o contexto interpretativo seja compartilhado também. Quanto mais
o acesso a este recurso seja o mais dem.ocrático e justo possível. os comunicadores compartilharem conhecimentos similares, expe
Todavia, temos ao nosso lado características positivas, trata riências e conhecimentos anteriores, maior será a eficiência da co
se de um recurso inesgotável que se auto-alimenta com o compar municação do conhecimento por canais de mediação digital. Assim,
tilhamento, mas necessitamos de novas estruturas metodológicas de quanto maior for o grau de compartilhamento de conhecimento
acesso e gestão desse bem. contextual em uma comunidade estabelecida, maior será a possibi
lidade de sucesso na utilização de um repositório central de conhe
cimento. Entretanto, quando o contexto interpretativo é moderada
Dados, informações e conhecünento
mente compartilhado, ou o conhecimento trocado é menos explicito,
Ao abordar questões ligadas à transferência da informação, é ou a comunidade não é claramente definida, exige-se um uso maior
necessário analisar conceitos básicos como dado, informação e co de meios interativos para troca de conhecimento, sendo mais apro
nhecimento. Vale destacar que o objetivo aqui não é o de buscar priados, para tanto, elementos como as correspondências eletrôni
definições gerais para a utilização destes termos, até por ser conside- cas ou fóruns de discussão, conforme afirma Michael Zack (1999).
56 Tecnologia c conteúdos informacionais Transferência ele informaçiio 5 7
E ainda, quando o contexto não é bem compartilhado e o conheci dl sl!as ligações com. outras unidades de conhecimento, e e.lo proces
mento é nativamente tácito, a comunicação e a narração de expe •,11 de contextualização.
riências é melhor suportada por modos mais interativos como Em funç3o cio fato de o conteúdo semântico do conhecimen-
videoconferências ou conversação face a face. 111 derivar da contextualização, o conhecimento torna-se um clc-
Abre-se, assim, a possibilidade da existência ela informação, 1tH'11lo multifacetado, e todas as análises feitas sobre ele tornam-se
independentemente da existência de um agente humano, como emis dependentes do contexto ele cada análise ou consulta e, portanto,
sor ou receptor, permitindo o uso do conceito de informação tambén1 tnJo de respeitar esta característica, principalmente a sua valoração,
para o conjunto de dados, sendo transmitido de um agente humano l.izcnclo com que o valor deste conhecimento se dê cm função do
para outro agente humano, via algum canal (conversação), trans n>ntcxto escolhido como base para análise.
mitido ele um agente humano para um agente não humano dotado Avaliando as relações entre dados, informações e conhecimen
de alguma capacidade de tratamento desta informação, ou a partir tos, podemos definir a transformação ele dados em conhecimento
deste último para um agente humano (interação) e, finalmente, a l º01110 um processo que se inicia em um grande volume de dados dis
possibilidade de transmissão entre agentes não humanos (conexão). poníveis nas organizações, em sua maioria, baseados cm sistemas
Os processos que mais nos interessam são o de interaç.':io e o de 111ais simples e voltados, principalmente, ao atendimento ele funcio-
conexão, cm função da utilização ele suportes tecnológicos como fer 11<1lidades operacionais, como, por exemplo, faturamento e controle
ramentas de auxílio no aumento de performance na transferência ela J"inanceiro (dados estruturados), ou artigos selecionados de publica
informação e do conhecimento. A este suporte tecnológico, ou agen l;õrs especializadas pelos usuários (dados não estruturados).
te não humano, não basta a capacidade de registro do conjunto ele Este conjunto de dados sofre intervenção humana e tecnológica,
dados ou elementos semânticos recebidos, ou estaríamos configu sendo maior a possibilidade de uso dos recmsos tecnológicos, princi
rando um caso de processo de registro. Mas deve, sim, apresentar palmente por se tratar de grandes volum.cs a serem manipulados e
alguma capacidade no que diz respeito a um tratamento, ainda que processos que podem ser automatizados, ganhando alguma carga
em menor grau, da informação recebida, permitindo que se confi semântica e transformando-se, assim, em elementos que irão for
gure como informação, e não como um simples conjunto ele dados a mar o cortjunto de informações que será base para a próxima fase do
serem registrados, possibilitando também a agregação de contex processo, cm que rnais un1a vez haverá intervenção hu1nana e
tualizações posteriores à interação e, desta forma, não necessa lccn.ológica, desta vez muito maior a humana, contextualizando estas
riamente dependente cio emissor. Surge, portanto, a figura deste agen informações e criando ligações entre estas unidades maiores - uni
te como um gestor ele algo maior que a própria informaç3o, um dades de conhecimento - com outras unidades, formando, assim, uma
agente que seja capaz de gerir unidades compostas por um conjunto rede que agrega valor e potencial de interpretação para este novo
ele informações c1tjo valor total será maior que a soma elos valores conjunto, formando agora a base de conhecimento conforme ilus
das informações que a compõem. trado na Figura 1.
Conhecimento pode ser conceituado, a partir dos conceitos
apontados por vários autores e pensadores, entre eles Le Coadic
O valor das unidades de conhecimento
(1996), Dahlberg (1995), Davcnport & Prusak (1999), Druckcr
(1999), Firestone (1999), Zack (1999), Confucio, Hegel, Hume, Entender e medir o valor cio conhecimento é uma das mais dis
Husserl, Kant, Protágoras, Sócrates, como um conjunto de informa cutidas e menos compreendidas questões nos estudos sobre a gestão
ções contextualizadas e dotadas de semânticas increntes ao agente do conhecimento, conforme Houltshouse (1999). Porém, se essa
que o detém, seja a mente humana ou não, e seu conteúdo semânti dificuldade fica mais explícita ao analisar o cortjunto elo conhecimento
co se dará em função do conjunto de informações que o compõem e de uma organização em relação ao mercado é necessário que sejam
56 Tecnologia e conteúdos informacionais Transferência de informaçiio 5 7
E ainda, quando o contexto não é bem compartilhado e o conheci .J,, '" 1,1s ligações com outras unidades de conhecimento, e cio proccs
mento é nativamente tácito, a comunicação e a narração ele expe ,i, lil' rnnlcxtualização.
riências é melhor suportada por modos mais interativos como l'.m função cio fato ele o conteúdo semântico cio conhccimcn-
videoconferências ou conversação face a face. 1, 1 lirnvm ela contextualização, o conhecimento torna-se um clc-
Abre-se, assim, a possibilidade ela existência da informação, 1111·11!0 multifacetado, e todas as análises feitas sobre ele tornam-se
inclepcnclcntementc da existência ele um agente humano, corno emis ill'J>mdcntcs elo contexto de cada análise ou consulta e, portanto,
sor ou receptor, permitindo o uso elo conceito ele informação também t r 1 .to de respeitar esta característica, principalmente a sua vil loração,
para o conjunto ele dados, sendo transmitido de um agente humano J.11e11do com que o valor deste conhecimento se dê cm função elo
para outro agente humano, via algum canal (conversação), trans ,·, llllcxlo escolhido como base para análise.
mitido ele um agente humano para um agente não humano dotado Avaliando as relações entre déldos, informações e conhccimcn
de alguma capacidade de tratamento desta informação, ou a partir tns, podemos definir a transformação de dados em conhecimento
deste último para um agente humano (interação) e, finalmente, a 1 lllllO um processo que se inicia em um grande volume de dados clis
possibilidade ele transmissão entre agentes não humanos (conexão). JlllllÍVcis nas organizações, em sua maioria, baseados cm sistemas
Os processos que mais nos interessam são o ele interaçôo e o ele 111.iis simples e voltados, principalmente, ao atendimento de funcio-
conexão, cm função da utilização de suportes tecnológicos com.o fer 11,1lidades operacionais, con"lo, por exemplo, faturamento e controle
ramentas de auxílio no aumento de performance na transferência ela J"i11,rnceiro (dados estruturados), ou artigos selecionados ele publica
informação e do conhecimento. A este suporte tecnológico, ou agen (<lrs especializadas pelos usuários (dados não estruturados).
te não humano, não basta a capacidade ele registro elo co�junto ele Este conjunto de dados sofre intervenção humana e tecnológica,
dados ou elementos semânticos recebidos, ou estaríamos configu sendo maior a possibilidade de uso dos recursos tecnológicos, princi
rando um. caso ele processo ele registro. Mas eleve, sim, apresentar palmente por se tratar de grandes volumes a serem manipulados e
algum.a capacidade no que diz respeito a um tratamento, ainda que processos que podem ser automatizados, ganhando alguma carga
em menor grau, ela informação recebida, permitindo que se confi semântica e transformando-se, assim, em elementos que irão for
gure como informação, e não como um simples conjunto de dados a mar o conjunto ele informações que será base para a próxima fase elo
serern registrados, possibilitando também. a agregação de contex processo, en"l que rnais u1na vez haverá intervenção hu1nana e
tualizações posteriores à interação e, desta forma, não necessa tecnológica, desta vez muito maior a humana, contextualizando estas
riamente dependente do emissor. Surge, portanto, a figura deste agen informações e criando ligações entre estas unidades maiores - uni
te como um gestor de algo maior que a própria informação, um dades de conhecimento - com outras unidades, formando, assim, uma
agente que seja capaz ele gerir unidades compostas por um conjunto rede que agrega valor e potencial de interpretação para este novo
de informações cujo valor total será maior que a soma cios valores conjunto, formando agora a base de conhecimento conforme ilus
elas informações que a compõem. trado na Figura 1.
Conhecimento pode ser conceituado, a partir cios conceitos
apontados por vários autores e pensadores, entre eles Lc Coaclic
O valor das unidades de conhecimento
(1996), Dahlbcrg (1995), Davcnport & Prusak (1999), Druckcr
(1999), Fircstonc (1999), Zack (1999), Confucio, Hegel, llumc, Entender e medir o valor do conhecimento é uma das mais dis
Husserl, Kant, Protágoras, Sócrates, como um conjunto ele informa cutidas e menos compreendidas questões nos estudos sobre a gestão
ções contextualizadas e dotadas de semânticas increntes ao agente do conhecimento, conforme Houltshouse (1999). Porém, se essa
que o detém, seja a mente humana ou não, e seu conteúdo semânti dificuldade fica mais explícita ao analisar o cortjunto do conhecimento
co se dará cm função cio cortjunto de informações que o compõem e ele uma organização em relação ao mercado é necessário que sejam
58 Tecnologia e conteúdos informacionais Transferência de informação 5 9
Mente humana ou sabilidadc de sua criação e por informações sobre os acessos reali
,.:·1 Sistemas complexos
Suporte
.,ados por outros usuários e sistemas.
Usuário 1 O termo unidade de conhecimento é por nós utilizado para as
lntervençao annlises e propostas ele soluções, sempre com o enfoque na prática,
humana
enquanto o termo esquem.a, que inclui também as funcionalidades
D DO
que podem estar atreladas a um determinado conhecimento, é utili
O D
D O zado nas propostas e análises ele cunho conceitual.
D D DADOS o
o o
Por exemplo, o registro da resenha de um livro cm um sistema
o
O D de gestão do conhecimento, mais as ligações desta com outras uni
dades, mais as informações sobre consultas realizadas por usuários
e ou outros sistemas, constituem uma unidade de conhecimento bem.
delineada.
O elemento estrutural básico do conhecimento ou a unidade de
Semântica conhecimento é definido como um pacote atômico, que pode ser ro
tulado, indexado, armazenado, recuperado e manipulado, sendo que
Estrutura
o formato, o tamanho e o conteúdo das unidades ele conhecimento
Figura 1 - A transformação de dados cm conhecimento, demons podem variar, dependendo elo tipo elo conhecimento explícito que está
trando a característica multidimensional do conhecimento, cm que
sendo armazenado e do contexto do seu uso. ZACK (1999).
cada usuário possui uma visão do conhecimento, interferindo e
interagindo cm seu contexto, valor e aplicabilidade. O conhecimento pode ser entendido, segundo Nonaka (1997),
Fonte: (Santana, 2002). como conhecimento tácito e conhecimento explícito, conforme a
divisão definida por Polanyijá cm 1966.
O conhccim.ento tácito é aquele que não tem como ser total
definidos parâmetros e mecanismos de avaliação de cada unidade de mente convertido em. um conjunto ele códigos ou sinais, não permi
conhecimento disponível, principalmente aquele que, por algum pro tindo sua transmissão completa e, portanto, não podendo ser regis
cesso,já foi registrado e precisa ser gerenciado, tanto em seu proces trado em meios artificiais, tendo sua existência, ligada diretamente
so de obtenção, como de armazenamento, de acesso e, até mesmo, às pessoas que o detêm., "O conhecimento tácito é pessoal, específico
de descarte. Essa medida tem como objetivo balizar transações co ao contexto e, assim, difícil de ser formulado e comunicado."
mercias como compras, licenças, fusões, alianças e tantas outras (NONAKA 1997, p.65); ou, conforme afirma Michael Zack (1999),
operações em que o valor da empresa deve ser avaliado em sua tota o conhecimento tácito é compreendido e aplicado subconscientemente,
lidade e, assim, cobrir, também, o valor de seu capital intelectual, desenvolvido a partir da experiência e ação direta, o que dificulta sua
internamente à organização. articulação e, geralmente, só pode ser compartilhado através ele con
Para analisar e valorar o conhecimento, faz-se necessária a sua versação altamente interativa e ou experiências compartilhadas.
divisão em partes que compõem o todo, até se chegar a um elemento Por outro lado, o conhecimento explícito corresponde à parte
simples, que sirva de medida, e que são constituídas, a exemplo dos do conhecimento que pode ser convertido em. um conjunto ele infor
"esquemas" (Rumelhart, 1980), por um núcleo principal, por um mações e, portanto, ser transmitido e conseqüentemente, registrado
conjunto de ligações para outras unidades de conhecimento, por in cm suportes artificiais, e representa apenas uma pequena parte de
formações sobre partes variáveis e passíveis de serem adequadas ao todo o conhecimento, aquela que pode ser formalmente articulada
contexto, por informações sobre a origem, a forma e sobre a respon- de maneira 111.ais precisa. Ele pode ser mais facilmente codificado,
58 Tecnologia e conteúdos informacionais Transferência de informação 59
Mente humana ou s,1bilidade de sua criação e por informações sobre os acessos reali
Suporte Sistemas complexos
zi1dos por outros usuários e sistemas.
Usuário 1 O termo unidade de conhecimento é por nós utilizado para as
lntervençao ,málises e propostas de soluções, sempre com o enfoque na prática,
humana
enquanto o termo esquem.a, que inclui também as funcionalidades
que podem estar atreladas a um determinado conhecimento, é utili
D
o o ºo Zi1do nas propostas e análises ele cunho conceitua!.
D D
D D DADOS
o o
Por exemplo, o registro da resenha de un1 livro cm um sistema
o
o o de gestão do conhecimento, mais as ligações desta com outras uni
dades, mais as informações sobre consultas realizadas por usuários
e ou outros sistemas, constituem uma unidade de conhecimento bem
delineada.
O elemento estrutural básico do conhecimento ou a unidade de
Semântica conhecimento é definido como um pacote atômico, que pode ser ro
tulado, indexado, armazenado, recuperado e manipulado, sendo que
Estrutura
o formato, o tamanho e o conteúdo elas unidades de conhecimento
Figura 1 - A transformação de dados cm conhecimento, demons podem variar, dependendo do tipo do conhecimento explícito que está
trando a característica multidimensional do conhecimento, cm que
sendo armazenado e do contexto elo seu uso. ZACK (1999).
cada usuário possui uma visão do conhecimento, interferindo e
interagindo cm seu contexto, valor e aplicabilidade. O conhecimento pode ser entendido, segundo Nonaka (1997),
Fonte: (Santana, 2002). como conhecimento tácito e conhecimento explícito, conforme a
divisão definida por Polanyijá cm 1966.
O conhecimento tácito é aquele que não tem como ser total
definidos parâmetros e mecanismos de avaliação de cada unidade de mente convertido em um conjunto de códigos ou sinais, não permi
conhecimento disponível, principalmente aquele que, por algum pro tindo sua transmissão completa e, portanto, não podendo ser regis
cesso, já foi registrado e precisa ser gerenciado, tanto em seu proces trado em meios artificiais, tendo sua existência, ligada diretamente
so de obtenção, como de armazenamento, de acesso e, até mesmo, às pessoas que o detêm, "O conhecimento tácito é pessoal, específico
de descarte. Essa medida tem como objetivo balizar transações co ao contexto e, assim, difícil de ser formulado e comunicado."
mercias como compras, licenças, fusões, alianças e tantas outras (NONAKA 1997, p.65); ou, conforme afirma Michael Zack (1999),
operações em que o valor da empresa deve ser avaliado em sua tota o conhecimento tácito é compreendido e aplicado subconscientemente,
lidade e, assim., cobrir, também, o valor de seu capital intelectual, desenvolvido a partir da experiência e ação direta, o que dificulta sua
internamente à organização. articulação e, geralmente, só pode ser compartilhado através de con
Para analisar e valorar o conhecimento, faz-se necessária a sua versação altamente interativa e ou experiências compartilhadas.
divisão em partes que com.põem o todo, até se chegar a um elemento Por outro lado, o conhecimento explícito corresponde à parte
simples, que sirva de medida, e que são constituídas, a exemplo dos do conhecimento que pode ser convertido em um conjunto ele infor
"esquemas" (Rumelhart, 1980), por um núcleo principal, por um mações e, portanto, ser transmitido e conseqüentemente, registrado
conjunto de ligações para outras unidades de conhecimento, por in em suportes artificiais, e representa apenas uma pequena parte ele
formações sobre partes variáveis e passíveis de serem adequadas ao todo o conhecimento, aquela que pode ser formalmente articulada
contexto, por informações sobre a origem, a forma e sobre a respon- de maneira mais precisa. Ele pode ser mais facilmente codificado,
60 Tecnologia e conteúdos informacionais Transferência de informação 61
documentado, transferido ou compartilhado. O conhecimento explí Estas categorias apresentam a compreensão compartilhada de
cito está ocupando um papel cada vez mais importante nas org.:ini rnnceitos, categorias e definições, que são elementos fundamentais
zações, e vem sendo considerado o mais importante fator de produ p,1ra .:i efetiva comunicação e compartilhamento de conhecimento nas
ção na economia do conhecimento. Basta tentar imaginar uma 11rg.:inizações.
organização sem manuais de procedimento, descritivos de produtos O conhecimento declarativo ou rcprcscntacional, segundo
ou programas de computador. A divisão em conhecimento Uícito e lkrnarcl (1995, p.60), se ocupa de saber o que são as coisas, o m.un
explícito adot.:ida por Nonaka (1997, p.67) pode ser representad.:i d.:i do que nos rodeia e o que fazemos para obter uma representação da
seguinte maneira: informação na mente que nos permita compreendê-la, armazená-la
l' utilizá-la posteriormente.
documentado, transferido ou compartilhado. O conhecimento explí Estas categorias apresentam a compreensão compartilhada de
cito está ocupando um papel cada vez mais importante nas organi 1·1111ccitos, categorias e definições, que são elementos fundamentais
zações, e vem sendo considerado o mais importante fator de produ 11, 1 r,1 ,1 efetiva comunicação e compartilhamento de conhecimento nas
1 ll'g,rnizações.
ção na economia do conhecimento. Basta tentar imaginar urna
organização sem manuais de procedimento, descritivos ele produtos O conhecimento declarativo ou reprcsentDcional, segundo
ou programas de computador. A divisão em conhecimento tócito e l\\'rnard (1995, p.60), se ocupa de saber o que são as coisas, o nrnn
explícito adotada por Nonaka (1997, p.67) pode ser representada ela tln que nos rodeia e o que fazemos para obter uma representação da
seguinte maneira: i11forrrrnção na mente que nos permita compreendê-la, armazená-la
1· ulilizó-la posteriormente.
h
1/ Fonte de
_
energia
ri �Fontede
11 z.:idas em um suporte tecnológico que permita que o conjunto de
111f'ormações seja administrado como esquemas. A ferramenta, ou
.------'--,h
energ1a
Codificaçao y
_
1
Código ] Decod,ficação rnnjunto ele ferramentas, que irá atuar nesse suporte tecnológico que
s-s-s
)li,
ot-i•
=i
Uma plataforma de conhecimento pode né.l rcalidé.ldc consistir
1 Fonte 11 Emissor Mensagem Receptor li Destino
de muitos repositórios, cada um com estrutura apropriada para um
l ipo particular de conhecimento ou conteúdo e tais repositórios po
Perda de
Fonte de
informação e dem ser interligados logicamente para formar um repositório virtu
ruído
de energia
Contexto
i.1 l ou composto, podendo o conteúdo de cada um fornecer contexto
Figura 2 - O Modelo Clássico de Comunicação (MCC). para a interpretação dos outros, conforme descreve Michael Zack
Fonte: (Shannon &Wcaver, 1963, in Garcia Marco, 1996, p.124). ("1999).
Completando esse processo ele transmissão, está a figura do
usuário, que recorre ao repositório em. busca ele informações e que,
panhamento deste processo e suas implicações. A análise do ma então, ao interagir com ele, atua corno receptor, obtendo, assin1, re
croprocesso de transmissão permite também uma avaliação mais sultados que poderão vir a ser convertidos em conhecimento tácito
ampla das ferramentas envolvidas nessa tarefa. ou explícito, registrado cm outros sistemas ou mesmo suportes.
Identifica-se primeiramente, a figura do usuário que estar5 O conjunto de informações obtido pelo receptor em. sua
interagindo nesse processo através da alimentação do repositório de interação com o repositório tem um determinado valor, cb mesma
conhecimento com novos esquemas que denominamos ele Emissor, forma que o conjunto de informações origem (lo). O valor corres
ou seja, aquele que emite informações ao repositório. Esse persona pondente ao conjunto de informações obtido pelo receptor está iden
gem terá esta designação em função elo momento, ou seja, em sua tificado corno informações resultantes (Ir).
interação com o repositório ele será o emissor enquanto o estiver Durante o processo de transmissão, existem fatores que pro
alimentando com novos esquemas através elo fornecimento ele in vocam perdas no valor elas informações, seja no processo cm que o
formações que estarão sendo contextualizadas e registradas como emissor alimenta o repositório com informações, seja no processo
novos esquemas registrados. em que o repositório retorna informações para o receptor. Para efei
Essa interação do emissor com o sistema de gestão do conheci to de análise do processo de transmissão como um todo, identifica
mento se dará através ele informações que estarão sendo fornecidas mos essas perdas como perdas no processo ele transmissão entre o
pelo emissor. Para efeito de identificação de métricas*, o valor do emissor e o repositório (Po) o valor das perdas que irnpacté.lm no valor
conjunto de informações inseridas pelo emissor é identificado como das informações origem, e corno perdas no processo de transmissão
informações origem (lo), sendo, portanto, uma representação entre repositórios (Pr) o valor das perdas sobre o valor das informa
valorada do conjunto de informações que o emissor pode produzir ções resultado.
sobre um determinado esquema tácito ou explícito que possui, e que A partir elos elementos básicos estabelecidos, podemos visualizar
pretende registrar como um esquema explícito no sistema. o processo ele transmissão conforme a Figura 3.
Essas informações devem ser, então, registradas e contextua- O que realmente trafega durante o processo de interação entre
o emissor e o repositório e entre o receptor e o repositório são infor
mações. Apesar de o repositório estar sendo alimentado a partir de
• Forma diferencial que define, em um espaço, o elemento infinitesimal ele compri
mento. (Holanda, 1986, p.11'.!8) esquemas do emissor e de as informações serem registradas no
62 Tecnologia e conteúdos informacionais Transferência de informação 63
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1 Fonte 11 Emissor Mensagem Receptor li Destino
de tnuitos repositórios, cada um com estrutura apropriada para um
tipo particular de conhecimento ou conteúdo e tais repositórios po
Perda de
Fonte de
informação 8 dem ser interligados logicamente para formar um repositório virtu
ruído
de energia
Contexto
il I ou composto, podendo o conteúdo de cada um fornecer contexto
Figura 2 - O Modelo Clássico de Comunicação (MCC). para a interpretação dos outros, conforme descreve Michael Zack
Fonte: (Shannon &Wcaver, 1963, in Garcia Marco, 1996, p.124). ("1999).
Completando esse processo de transmissão, está a figura do
usuário, que recorre ao repositório e1n busca de informações e que,
panhamento deste processo e suas implicações. A análise do ma então, ao interagir com ele, atua como receptor, obtendo, assim, re
croprocesso de transmissão permite também uma avaliação mais sultados que poderão vir a ser convertidos em conhecimento tácito
ampla das ferramentas envolvidas nessa tarefa. ou explícito, registrado cm outros sistemas ou mesmo suportes.
Identifica-se primeiram.ente, a figura do usuário que estará O conjunto de informações obtido pelo receptor em sua
interagindo nesse processo através da alimentação do repositório de interação com o repositório tem um determinado valor, da mesma
conhecimento com novos esquemas que denominamos de Emissor, forma que o conjunto de informações origem (lo). O valor corres
ou seja, aquele que emite informações ao repositório. Esse persona pondente ao conjunto de informações obtido pelo receptor está iden
gem terá esta designação em função do momento, ou seja, em sua tificado como informações resultantes (Ir).
interação com. o repositório ele será o emissor enquanto o estiver Durante o processo de transmissão, existem fatores que pro
alimentando com novos esquemas através do f ornecimento de in vocam perdas no valor elas inforrn.ações, seja no processo cm que o
formações que estarão sendo contextualizadas e registradas como emissor alimenta o repositório com informações, seja no processo
novos esquemas registrados. em que o repositório retorna informações para o receptor. Para efei
Essa interação do emissor com o sistema de gestão do conheci to de análise do processo de transmissão como um todo, identifica
mento se dará através de informações que estarão sendo fornecidas mos essas perdas corno perdas no processo ele transmissão entre o
pelo emissor. Para efeito de identificação de métricas*, o valor do emissor e o repositório (Po) o valor das perdas que impactam. no valor
conjunto de informações inseridas pelo emissor é identificado com.o das informações origem, e como perdas no processo ele transmissão
informações origem (Io), sendo, portanto, uma representação entre repositórios (Pr) o valor das perdas sobre o valor elas informa
valorada do conjunto de informações que o emissor pode produzir ções resultado.
sobre um determinado esquem.a tácito ou explícito que possui, e que A partir dos elementos básicos estabelecidos, podemos visualizar
pretende registrar como um esquema explícito no sistema. o processo ele transniissão conforme a Figura 3.
Essas informações devem ser, então, registradas e contextua- O que realmente trafega durante o processo de interação entre
o emissor e o repositório e entre o receptor e o repositório são infor
mações. Apesar de o repositório estar sendo alimentado a partir de
• Forma diferencial que define, em um espaço, o elemento infinitesimal ele compri
mento. (Holanda, 1986, p.1128) esquemas do emissor e de as informações serem registradas no
1
1
64 Tecnologia e conteúdos informacionais Transferência de informação 65
'
conhecimento)
po investido pelo receptor no processo, permitindo assim um acom
panhamento da performance, tanto dos usuários como receptores,
Figura 3 -Elementos envolvidos no processo de transmissão na gestão como da ferramenta e de sua interface como repositório.
ele conhecimentos. Fonte: (Santana, 2002). O primeiro dos elementos básicos envolvidos nesse processo é
o valor que o conjunto de informações obtidas pelo receptor
presumivelmente terá Vc(rec). O Vc(rec) estará baseado no valor
repositório como novos esquemas e, ainda, gerarem ou agregarcn1
elos esquemas acessados durante o processo de interação e que iden
valor a esquemas no receptor, o conhecimento só surge nas entida
tificamos como Vc(rep).
des emissor, repositório e receptor.
Os principais motivos para esse fato são as limitações na cria t A definição desse valor deverá passar necessariamente por uma
análise mais detalhada, já que diz respeito a uma série ele outros fa
ção dos canais de comunicação entre o repositório e as entidades
1 tores que estarão envolvidos. Dentre eles, destacamos que a defini
emissor e receptor, e a forma como as pessoas convertem conheci
ção das dimensões a serem levadas cm conta no momento da
mento tácito em conhecimento explícito e, em seguida, convertem
este conhecimento em um formato transmissível (emissor) e cm como
1 valoração contribui para a formação de valor. Esse valor também
sofrerá alterações em função do tempo que cada um dos esquemas
elas absorvem as informações externas no processo de geração de
estiver sob o foco da ferramenta.
novos conhecimentos.
Vale destacar, neste ponto, que a eficiência das interfaces*
No caso específico de transferência de conhecimento entre
será ponto fundamental na utilização prática dos repositórios, já
repositórios, existe a possibilidade de transferência de esquemas, po
que hoje as redes formais ele comunicação e os mecanismos eletrô
rém deverá haver uma uniformidade de formatos e metodologias no
nicos para o compartilhamento do conhecimento esbarram cm
tratamento de esquemas. Há também a necessidade de transferência
de todos os outros esquemas utilizados na contextualização do es
} obstáculos que não existem nas redes informais, o que as torna
ainda hoje, mais eficientes que os recursos tecnológicos, conforme
quema a ser transmitido bem corno dos esquemas envolvidos com
destaca Davenport e Prusak (1999, p.45), "Sistemas mais formais,
os usuários e assim por diante, o que pode levar à necessidade ele trans
tais como repositórios impressos ou eletrônicos de qualificações e
missão de todo o repositório.
interesses de empregados ficam imobilizados assim que se estabe
A viabilização de transmissão entre repositórios é um bom ar
lecem. Além disso, falta-lhes a interatividade que faz funcionar as
gumento para se estabelecerem padrões nas metodologias de gestão
redes informais."
de e squemas, para que permitam que, mesmo em casos de
metodologias diferentes, possam ser criadas camadas de tradução,
tornando possível a comunicação entre repositórios. • 1\ noção de interface remete a operações de tradução, de cstabelecimrnlo de conU1lo
entre meios heterogêneos. Lembrn ao mesmo tempo a comunicação (ou o t1·ans
porte) e os processos transformadores necessários ao sucesso ela transmissiio.1 ... 1 a
Valor do conhecimento obtido pelo receptor palavra "interface" designa um dispositivo que garante a comu11icação entre dois
sistenrns inforn1áticos distintos ou um sistema informMico e uma rede de co111u11i
Analisando o processo de gestão do conhecimento sob o ponto cação. LI ma interface homc111/máquin,1 designa o conjunto ele programas e apare
lhos materiais que permitem a comunicação entre um sistema informático e seus
de vista da interação do usuário atuando como receptor com o 1 usuários humanos. (Lévy, 1993, p. 176)(grifo do original)
1
64 Tecnologia e conteúdos informacionais Transferência de infonna1âo 65
Outro elemento que irá interferir no Vc(rcc) será um índice que 1 Na Figura 4, identificam-se alguns conjuntos de informações
identifique as perdas médias nas interações entre o repositório e o que puderam ser ligados aos elementos formadores do Cp e, assim,
receptor, que representa o "Pr". Este índice, identificado aqui como f'oram considerados como válidos, para efeito de determinação do valor
perdas na transmissão (Pt), define qual o índice de absorção do re resultado. Assim, apesar de o receptor ter tido acesso ao conjunto de
ceptor cm função dos esquemas acessados e de fatores-chave identi informações { A, B, C, D, E, F ,G}, será considerado, para cálculo ele
ficados em cada mn desses esquemas.
Outro fator a interferir no valor do conhecimento obtido pelo
1 valor resultado, apenas os elementos que obtiveram um indice míni
mo de ressonância com os elementos de Cp(rcc) { A, B, C, D}.
receptor diz respeito à intersecção do que foi obtido com o conhecimento
prévio do receptor Cp(rec), ou pelo menos, a parte que pode ser
identificada como seu contexto em suas interações com a ferramenta. [j] �
h
A utilização desse elemento também pode permitir que a organização E
Outro elemento que irá interferir no Vc(rec) será um índice que Na Figura 4, identificam-se alguns conjuntos de informações
identifique as perdas médias nas interações entre o repositório e o que puderam ser ligados aos elementos formadores do Cp e, assim,
receptor, que representa o "Pr". Este índice, identificado aqui como fóram considerados como válidos, para efeito de determinação do valor
perdas na transmissão (Pt), define qual o índice de absorção do re resultado. Assim, apesar de o receptor ter tido acesso ao conjunto de
ceptor cm função dos esquemas acessados e de fatores-chave identi informações { A, B, C, D, E, F ,G}, será considerado, para cálculo ele
ficados cm cada mn desses esquemas.
Outro fator a interferir no valor do conhecimento obtido pelo
1 vulor resultado, apenas os elementos que obtiveram um índice míni
mo ele ressonância com os elementos de Cp(rec) { A, B, C, D}.
receptor diz respeito à intersecção do que foi obtido com o conhecimento
prévio do receptor Cp(rec), ou pelo menos, a parte que pode ser
identificada como seu contexto em suas interações com a ferramenta. [iJ [§]
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A utilização desse elemento também pode permitir que a organização E
dos mais aprofundados e nos ateremos aqui somente à questão ele e,· - Ganho obtido pelo processo de reanálise do
sua modificação após o processo de compartilhamento via repositório. conhecimento para registro
Partimos do princípio de que o valor do conhecimento, após o pro
cesso de interação, será calculado com base no valor do conhecimen Utilizando esta fórmula como ponto ele partida, a organização
to para o emissor, imediatanwnte, antes do processo de interação, 1>ndc analisar a atuação dos usuários como em.issores, criando for-
aqui identificado como: VcA(e). 111.is de compensação para aqueles que possuírem perdas e/ou me-
Assim, um elemento importante que interfere neste processo é 1-.mismos de incentivo para aqueles que não estejam interagindo de
o valor da perda causada pela disseminação do conhecimento que foi fúrma coerente com o repositório.
absorvido pelo repositório, aqui identificado como Pd(Vc(rep)), que Outro fator importante, que justifica esta análise, está ligado à
representa uma diminuição no diferencial competitivo para o emis ,1valiação do tempo gasto pelos usuários enquanto emissores, tal como
sor em função ela disponibilidade. 110 caso da atuação como receptores. Tal avaliação permite uma visão
Outro elemento que aumenta o atrito neste processo é o custo do retorno que este investimento feito sob a forma de tempo está
do tempo gasto no processo de interação com. o repositório, aqui iden lrazendo, tanto para a organização, como para o usuário emissor.
tificado como tempo de interação Ti e, portanto, será mais um fator Neste ponto, vem. à tona a questão de autoria, pois, no caso do
a pesar negativamente. suporte tecnológico, fica prejudicada a possibilidade de identificação
Como vantagem ao emissor, surge o valor agregado ao conhe de quem primeiro introduziu um determinado esquema no sistema.
cimento, obtido pela inevitável reavaliação do conhecimento que Copiar e introduzir novamente o mesmo conteúdo, ou com peque
possui, para que possa ser convertido em wn conjunto de informa nas modificações, pode mascarar o efeito de retorno sobre o conheci
ções a ser inserido no repositório. Essa reavaliação, seja grande ou mento compartilhado, gerando valor negativo ao processo. Consi
pequena, irá representar um valor a ser somado ao valor anterior do deramos que essa perda está inserida no valor das perdas por
conhecimento, identificado corno ganho por reanálise, ou Gr. disseminação, porém a questão ela autoria merece uma análise rnais
Outro elemento do processo positivo para o emissor é o valor profunda.
do reconhecimento sobre o conhecimento absorvido pelo repositório.
Identificados esses elementos, podemos propor uma fórmula, Identificação dos elementos envolvidos na formação
que relacione os valores de cada um deles na formação do valor do das perdas no processo de transmissão
conhecimento para o emissor, após o processo de compartilhamento
com a organização, conforme descrito a seguir. Por maior que seja o esforço realizado pelo emissor do conhe
cimento no sentido de converter um conhecimento interno em um
Vc(e) = Vc''(e) - Pd(Vc(rec)) - Ti + R(Vc(rec)) + Gr conjunto de informações definidas, utilizando um formato que pos
sa ser registrado em um. repositório, não se podem evitar perdas, seja
Vc( e ) Valor do Conhecimento para o Emissor por falta de elementos do contexto, seja por erros de especificação,
Vc"(e) - Valor do Conhecimento para o Emissor imediatamente ou qualquer outro fator que venha a influir na impossibilidade, que
antes do processo de interação acreditamos haver, de se recriar um esquema registrado que espelhe
Pd - Perda pela Disseminação; exatamente o esquema interior que o emissor deseja transrnitir. Por
Vc(rep)- Valor elo Conhecimento obtido pelo repositório; sua natureza complexa, uma certa quantidade de elementos, depen
Ti - Tempo de Interação (ou tempo consumido no processo dendo do esforço despendido, tenderá a ser ignorado ou m.al repre
de interação com a ferramenta) sentado. Essa margem de perda está identificada como Perda no
68 Tecnologia e conteúdos informacionais Transferência de informação 69
Emissor ou Pc, ou seja, trata-se dos elementos perdidos no esforço ,·,t.1 identificado na formação do total de perdas no processo ele trans-
do emissor cm converter seu conhecimento tácito em explícito. 1111�s,10 com.o Perda no Receptor (Pr), causado principalmente pclé!
Estamos considerando, para esta análise, a utilização ele um 1111 possibilidade ele o receptor possuir todas as informações dcpen
sistema ele Gestão elo Conhecimento, que atue como um repositório drn l cs, ou seja, o contexto do receptor passa a ser fundamentéll para
do conhecimento e que funcione como um elo entre aqueles que de ,1 ,1ssimilação do conhecimento que está sendo accsséldo, conforme
1
têm o conhecimento e aqueles que necessitam dele. Sendo ussim, o ,1rir111ou Nonaka (1997, p. 16), "As pessoas não recebem um novo
emissor, ou seja, o usuário, que detém uma experiência ou um co nlllhccimcnto de forma apenas passiva; elas o interpretam ativamen
nhecimento específico que deseja compartilhar, deverá interagir com te, adaptando-o às suas próprias situações e perspectivas. Assim, o
a máquina, e nesse processo registrur o maior número possível de que faz sentido em um determinado contexto pode mudar ou até
informações. Essa interação irá demandar tempo e esforço por parte 111csmo perder o sentido quando comunicado a pessoas de um con
elo usuário, que será maior ou menor, dependendo da interface ela texto diferente".
ferramenta. O esforço e tempo gastos na interação (Ti) fazem parte
das perdas, portanto ajudam a compor o custo elo emissor.
'1 id
O sistema deverá estar dotado ele pelo menos três elementos Sistema de G. C.
mi
interajam com o sistema. O segundo será o repositório propriamen e
te dito, responsável pelo armazenamento e pelo tratamento desse
,li
Repositório f
cortjunto de informações que neste caso irá formar um csquemél, ou
algo compatível com as funcionalidades ele repositório de conheci
mento. O terceiro elemento, uma interface ele saída, que deverá estélr
��
;1 - � 1\ ��
apta a levar o receptor a ser capaz de encontrar o conhecimento e
seus elementos formadores ela forma mais eficiente possível, forman � �
do assim utTl mecanismo conforme ilustra a figura.
Figura 5 - Identificação dos pontos de interação entrr os elementos
O índice de ineficiência elo primeiro e elo segundo elemento, ou envolvidos na Gestão do Conhecimento e os principais pontos de
seja, elas interfaces e seus relacionamentos, tanto com aqueles que perda. Fonte: (Santana, 2002).
pretendem registrar conhecimento quanto com aqueles que estejarn
utilizando o processo ele recuperação, e o relacionamento dessas
A figura 5 demonstra os principais pontos de perda no proces
interfaces com o repositório interferem na performance ele transmis
so de alimentação e recuperação nos repositórios de conhecimento.
são do conhecimento e foram representados na fórmula como per
Identificados os elementos envolvidos na valoração das perdas
das no sistema no processo de entrada ou Ps(c) e perdas no sistema
no processo de transrnissão, podemos estabelecer uma relação entre
no processo ele saída ou Ps(s).
eles, de modo a obter o valor total das perdas envolvidas no processo
Um processo parecido ao que ocorre no emissor acontecerá no
de transmissão na atuação de sistema de gestão do conhecimento,
receptor, que irá interagir com a interface do sistema em busca ele
conforme representado a seguir:
conhecimento, porém no sentido inverso. Por mais eficiente que seja
a interface, a complexidade interior do receptor deverá levar a um
índice de perdas no processo ele recuperação do conteúdo do conheci
Pt = Pe + Ps(e) + Ps(s) + Pr
mento registrado, no processo ele busca e recuperação. Este índice
70 Tecnologia e contc1ídos informacionais Transferência de informação 71
Emissor ou Pe, ou seja, trata-se dos elementos perdidos no esforço 1·•,t. 1 identificado na form.ação do total de perdas no processo de trans-
do emissor em converter seu conhecimento tácito em explícito. 1111ssiio com.o Perda no Receptor (Pr), causado principalmente pela
Estamos considerando, para esta análise, a utilização ele um 1111 possibilidade de o receptor possuir todas as informações depen
sistema de Gestão do Conhecimento, que atue como um repositório drn lrs, ou seja, o contexto do receptor passa a ser fundamental para
do conhecimento e que funcione como um elo entre aqueles que de .i ,1ssimilação do conhecimento que está sendo acessado, conforme
têm o conhecimento e aqueles que necessitam dele. Sendo assim, o .11'irmou Nonaka (1997, p. 16), "As pessoas não recebem um novo
emissor, ou seja, o usuário, que detém uma experiência ou um co rnnhecimento de forma apenas passiva; elas o interpretam ativamen-
nhecimento específico que deseja compartilhar, deverá interagir com 1 r, adaptando-o às suas próprias situações e perspectivas. Assin1, o
a máquina, e nesse processo registrar o maior número possível de qlle faz sentido em um determinado contexto pode mudar ou até
informações. Essa interação irá demandar tempo e esforço por parte mesmo perder o sentido quando comunicado a pessoas de um con
do usuário, que será maior ou menor, dependendo da interface da lrxto diferente".
ferramenta. O esforço e tempo gastos na interação (Ti) fazem parte
das perdas, portanto ajudam a compor o custo do emissor.
O sistema deverá estar dotado de pelo menos três elementos Sistema de G. C.
Pt Perdas no Processo ele Transmiss."io 1111,10, baseado na composição das várias dimensões que o compõem,
Pe Perda no Emissor J111111,rndo, assim, em um espaço n-climensional, um vetor resultünte.
Ps( e) Perda no processo ele entrada elo sistema ele repositório
Ps( s) Perda no processo ele saída elo sistema ele repositório
Pr Perda no Receptor
raç."io ele mecanismos que avaliem o valor ele cada unidade, para que
as mesmas possam ser classificadas e até mesmo para facilitar o acesso Figura 6: Análise de valor de uma unidade de conhecimento com
a essas unidades. Medidas como o envio desses registros para uni !,ase cm três dimensões. Fonte: (Santana, 2002).
dades ele armazenamento cliferenciac!as, funcionando como unidades
auxiliares, para ganho ele performance, deverão estar baseadas cm
um processo de classificação em que não seja considerado somente o Até mesmo a definição das dimensões e o peso de cacln uma
fator tempo, mas sim um valor a ser arbitrado para cada unidade ele delas serão vmiáveis e respeitará as características increntes a caclél
conhecimento. Uma unidade mais antiga pode ter mais valor que uma 1 organização ou comunidade. Algumas dimensões, entretanto, têm
recentemente inserida, ou seja, ter maior importância para o conjun importância mais explícita que outras, como a dimensão do contex
to registrado. 1 lo elo usuário, a dimensão do contexto da organização e a dimensão
No entanto, são muitos os fatores que dificultam a avaliação da área do conhecimento.
elo valor que cada unidade ele conhecimento terá para o sistema. Entre
eles, podemos citar o fato de o valor de uma unidade estar relacio Considerações finais
1
nado diretamente aos usuários, e de forma individualizada.
Outro fator que consideramos importante na avaliação do valor A análise de novas metodologias para avaliação elo valor do
de uma unidade de conhecimento registrada é a multidimen conhecimento registrado e quc será compartilhado nas org.:miZélções
sionalidade desta. O valor de uma unidade de conhecimento regis como matéria-prima para os novos cenários competitivos, caminha
trada será composto por uma série de elementos, muitos deles inde a passos lentos se comparada à velocidade com que se desenvolvem
pendentes entre si, o que traz a este valor, características vetoriais* os novos suportes.
e não escalares como estamos acostumados a lidar. Este valor será, As empresas começam a despertar para este novo mundo que
se aproxima, e cabe agora à sociedade como um todo elaborar meca
nismos que permitarn uma avaliação clara do valor do conhecimento
Do ponto ele vista matemático, as grandezas físicas com que lidamos no cálculo, que passa a ser registrado pelas organizações, bem como democrati
podem ser classificadas em duas categorias distintas. Existem grnndezas, corno áreas,
volumes, massas, tempo, as quais são plenamente incliviclualizaclas pelo núrnero zar modelos que permitam mensurar a irnportância ela participação
que exprime sua meclicla e as dimensões que possuem. Tais grandezas siío clenorni dos usuários na criação desses repositórios de conhecimento.
naclas esc;ilares. Outras grandezas existem, como forças, deslocamentos, velocicla Estamos diante de uma oportunidade, sem precedentes na his
cles, que, além cio valo1· numérico, expressão ele sua meclicla, possuem uma cli1·eção,
da qual não se pode prescindir ao fixar-lhes as leis de composição. Estas grandezas
tória, de propiciélr mecanismos de véllorização dos conhecimentos que
se dizem vetoriais e se representam por vetores (Maurer, 1980, p. 7) cada indivíduo acessará e compartilhará no novo contexto criado pelos
74 Tecnologia e conteúdos informacionais Transferência de informação 75
Texto exlr·aído ele: MORAES, Sylvia Helena Morales Hor·iguela de. lnfom1.1ç/'io, cn
nhccimcnto & gest/'io de projetos: da sistematização de princípios à aplicação crn
ambientes ;irndêmicos para capt;ição de recursos à pes(]uisa. '.?.003. '.?.08f. Disserta
ção (Mestrado cm Ciência da Informação) - Faculdade de Filosofia e Ciências, llni
versid;ide Estadual Paulista, Marília, '.?.003. (Orientadora: Profa. Ora. Regina Célia
Baptista Belluzzo).
Capítulo 5
Informação, conhecimento &
gestão de projetos
Da sistematização de princípios à aplicação
em ambientes acadêmicos para
captação de recursos à pesquisa*
Texto extr·ilíclo de: MORAES, Sylviil Helena Morales Horiguelil ele. lnfor111nçi'io, co
nhccimcnlo & gesti'io de projetos: ela sistematização ele princípios à apliCilçào crn
ambientes ilCilelêrnicos para capt;ição de recmsos à pesquisa. 2003. 2L18f. Disserta
ção (Mestrnclo cm Ciência da Informação) - Faculdade de Filosofia e Ciências, l\11i
versidi1de Eslildual Paulista, Marília, 2003. (Orientadora: Profa. Ora. Regina Céliil
Baptista Belluzzo).
78 Tecnologia e conteúdos informacionais Informação, conhecimento & gestão de prqjetos 79
do conhecimento, o uso da informação e a sua aplicação nos dife Sob essa perspectiva, a gestão da informação eleve incluir, cm
rentes contextos socinis. dimensões estratégicas e operacionais, os mecanismos ele obtenção e
ltlilização de recursos humanos e tecnológicos, financiamentos mél
l criais e físicos a fim ele poder ser disponibilizada como insumo útil e
Das transformações sociais à pesquisa na universidade
estratégico parn indivíduos, grupos e organiznções (PONJUÁN
Uma síntese das principais trnnsformações sociais no cenório 1)/\NTE, 1998).
contemporâneo, (sob a ótica da Sociedade dn Informação), é oferecida De acordo com Marchiori (2002), existem três enfoques para
por Marchiori (2002). Segundo a autora, no século XXI encontrnm compreender a gestão da informação no cenário ela sociednc\c con
se as condições necessárias para n concretização da ciência ela infor lcmporânca: o enfoque oferecido pela área ele administrnção ele em
mação, visto que a preocupação com públicos diferenciados e hetero presas cm que a gestão da informação está direcionada n numcntar a
gêneos bem como a caracterização elas competências profissiorn1is competitiviclac\c e o domínio ele processos organizacionnis (informa
definem a sociedade voltada à informação.Assim, "a economia se volta ção empresarial); o enfoque oferecido pela área de tecnologia cm que
pnra a produção de bens, serviços e atividiJdcs ele informnção" a gestão da informação é vista como recurso para a construção de
(MARCI IIOR!, 2002, p. 74), caracterizando-se por pressupostos, qwiis redes e sistemas; e o enfoque ela ciência ela informação cm que a ges
sejam: o i:lccsso à informação leva a sua disponibilização de acordo tão da informação é o estudo c\n informação na sua totalidade, ou
com. as necessidades elo usuário; essa clisponiblização poclcró fortale seja, sua criação, sistematização, recuperação e disseminação.
cer os ideais dn democracia; a acessibilidade da informação pnssa pela A informação se transforrnn cm conhecimento quando o seu
sua organização e gerência; é fundamental a consciência de que n conteúdo é assimilado pelo indivíduo, sendo incorporado ao rol de
cmnplexic\ade da informação, proveniente de múltiplas fontes, é fa experiências que fazem parte de sua memória e é utilizado parn a
tor preponderante para os processos de tomadas ele decisão e final busca de resolução de problemas, criação de idéias e tom.ada de
mente, o domínio e o gerenciamento da informação estão cada vez decisões.
mais ligados aos desafios das novas tecnologias. Para Fclix ( 1 996), informação, seja ela de naturTZiJ técnica, cien
tífica, econômica, mercadológica ou gerencial,
Informação & conhecimento: novas formas de gestão
e uso de tecnologias de suporte [ ... ] é insumo básico que contribui para o desenvolvimento das
nações, dá suporte aos tomadores de decisões e possibilita a
O século XXI, na opinião ele Marchiori (2002), inicia-se com a transferência elos estoques de conhecimento acumulado entre
continuidade do paradoxo entre o excesso de dados e de informação, os países geradores e detentores de tecnologia e nquclcs que
tornados acessíveis por um número crescente de canais de acesso e buscam o seu desenvolvimento e a sua inserção no mercado
comunicnção, e a necessidade premente de novas formas de gestão, mundial. (FELIX, 1996, p.5)
aqui entendida como
A geração da informação e sua disseminação, prioritariamente,
[ ... ) uma abordagem sistêmica e constituindo-se na transferên constituem atividades cio sistema de Pesquisa e Desenvolvimento
cia e aplicabilidade de princípios teóricos e práticos ao (P&D) de um país ou contexto particular. O desenvolvimento desse
gerenciamento ele processo de planejamento, organização, con sistema depende de uma adequada infra-estrutura. Para McGee e
trole/liderança e avaliação, com eficiência e eficácia. (DIAS; Prusak (1994), a informação torna-se cada vez mais a base da com
BELLUZZO, 2003, p.30). petição, e as necessidades ele sua gestão baseiam-se na capacidade de
aquisição, tratam.cnto e interpretação elos dados de f orma efirnz.
78 ·n:cnologia e conteúdos informacionais Informação, conhecimento & gestão ele prcvetos 79
do conhecimento, o uso da informação e a sua aplicação nos dife Sob essa perspectiva, a gestão da informação deve incluir, cm
rentes contextos sociais. d1111cnsões estratégicas e operacionais, os mecanismos de obtenção e
1 li ilizüção ele recursos humanos e tecnológicos, financiamentos ma
Barreto (1994), nesse mesmo sentido, afirma que o cons "brainstorms", etc., otimizam a gestão do conhecimento, trélzendo
tante crescimento dos estoques de informação leva a uma produ inegáveis benefícios, tais como a facilidade de comunicação, a dimi-
ção e circulação da informação mais dirigidas à promoção cio efeito 11 uição de custos de viagens, a identificação de grupos com interesses
inovador da assimilação e geração do conhecimento, criando-se .:i comuns e subsídios aos processos de tomada de decisões.
necessidade de articular a gestão da informação à gestão cio conhe Um aspecto m.uito importante da gestão da informaç5o, que
cimento nas organizações contemporâneas. tem como plataforma o uso dessas tecnologié1s, é a racionalização cio
Um conceito que coloca informação e conhecimento como serviço que facilita a recuperação da informação disponível e permite
insumos básicos para uma organização é a "Inteligência competiti ngilizar as atividades na organizélçi.io. Assim, muitas etapé1S de un1
va". Esse conceito, surgido na década de 80 do século XX, tem como novo projeto podem ser adiantadas, visto tornar comum todo o con
base de sustentação a informação e a velocidade ele seu uso teúdo informacional de outros projetos já desenvolvidos armazena
(BATTJ\GLIA, 1999, p. 2). O grande diferencial é, então, a utilização do em um banco de dados.
da informação. Estruturar um sistema de informação que atenda com Segundo Eppel e Conklin (2000), essas ferramentas de apoio
eficácia às necessidades da organização é o fator principal da inteli tecnológico à gestão do conhecimento, conhecidas como Groupware,
gência competitiva. Se não estiver ao alcance das pessoas quando dela contribuem para a construção dé1 memória organizacional por pos
necessitam, a informação acaba perdendo o seu valor. Port.:into, or suírem mecanismos para a difusão e transferência do conhecimento.
ganização, sistematização e informatização da informação são pro Outra tecnologia, também considerada como ferramentn para
cessos fundamentais que sustentam a Inteligência competitivél. a gestão do conhecimento, é a Gestão de Docum.entos. Voltada pé1ra
Para a implementação dos processos de Gestão elo Conheci o conhecimento explícito, trabé1lha com os documentos ela organi
mento é indissociável a relação entre as tecnologias da informação zação nos mais variados formatos, criados a partir de diferentes sis
e as da comunicação, bem corno a capacidade criativa e inové1dorn temas (Word, Powerpoint, Excel, Access, Internet, etc.). São dados
das pessoas. não-estruturados, ntja organização, para finalidade de r5pidél recu
Como as tecnologias ela informação e ela comunicação são im peração, é complexa e difícil de ser realizada. Além dos formatos di
portantes ferramentas para o desenvolvimento cios processos de ges ferentes, a diversidade da documentação, quanto ao seu conteúdo,
tão da informação e do conhecimento, o seu progresso torna possí merece análises específicas que lhe dê significado na organização. É
vel viabilizar essas formas de gestão. No entanto, as tecnologiéls, sem necessário dar-lhe um formato no qual é possível armélzer1élr, com
a interferência humana, não garantem a realização da Gestão do partilhar, combinar os dados de modos muito diversos, pois pouco
Conhecimento. Como coloca Davenport (1998, p.22), adianta possuir um vasto acervo de documentos, se não houver for
mas eficientes de gerenciá-los. Todo esse processo é m.uito comple
A tecnologia da informação é somente um sistema de distri xo, já que o documento não pode perder as suas propriedades distin
buição e armazenamento para o intercâmbio do conhecimen tas, e sua integridade não pode ser transformada em simples dados
to. Ela não cria conhecimento e não pode garantir nem pro (EPPEL; CONKL!N, 2000).
mover a geração ou o compartilhamento do conhecimento Os recentes avanços tecnológicos nas áreas de informática e de
numa cultura corporativa que não favoreça tais atividades. comunicação estão transformando o mundo em uma Sociedade Glo
bal da Informação. Basta a leitura elas seções de economia de jornais
Assim, a prática da Gestão cio Conhecimento organizacional e revistas para tomar conhecimento de que as atividades econômicas
necessita da tecnologia da informação como meio e não como fim. vêm exigindo, em ritmo acelerado, alto grau ele inovação no setor
Tecnologias, como a Intranet que possibilita a criação de sistemas de empresarial e no crescimento da ciência. Se a globalização propiciou
videoconferência, permitindo a realização de discussão em grupos, a abertura ele mercado, também gerou muita concorrência, sinali-
80 Tecnologia e conteúdos informacionais Informação, conhecimento & gestão de pr�jetos 81
Barreto (1994), nesse mesmo sentido, afirma que o cons "brainstorms", etc., otimizam a gestão do conhecimento, trazendo
tante crescimento dos estoques de informação leva a 11111a produ inegáveis benefícios, tais como a facilidade de comunicação, a climi-
ção e circulação da informação mais dirigidas à promoção do efeito 11 uição de custos de viagens, a identificação ele grupos com interesses
inovador da assimilação e geração do conhecimento, criando-se a rnmuns e subsídios aos processos de tornada de decisões.
necessidade ele articular a gestão da informação à gestão elo conhe Um aspecto nmito importante da gestão da informaçâo, que
cimento nas organizações contemporâneas. lem como plataforma o uso dessas tecnologias, é a racionalização do
Um conceito que coloca informação e conhecimento como serviço que facilita a recuperação da informação disponível e permite
insumos básicos para uma organização é a "Inteligência competiti ilgilizar as atividades na organização. Assim, muitas etapéls ele um
va". Esse conceito, surgido na década de 80 do século XX, tem como novo projeto podem ser adiantadas, visto tornar comum todo o con
base ele sustentação a informação e a vclociclacle ele seu uso teúdo informacional de outros projetos já desenvolvidos armazena
(BAITAGLIA, 1999, p. 2). O grande diferencial é, então, a utilização do em um banco ele dados.
da informação. Estruturar um sistema de informação que atenda com Segundo Eppel e Conklin (2000), essas ferramentas de apoio
eficácia às necessidades da organização é o fator principal da inteli tecnológico à gestão do conhecimento, conhecidas como Groupwarc,
gência competitiva. Se não estiver ao alcance das pessoas quando dela contribuem para a construção da memória organizacional por pos
necessitam, a informação acaba perdendo o seu valor. Portanto, or suírem mecanismos para a difusão e transferência do conhecimento.
ganização, sistematização e informatização da informação são pro Outra tecnologia, também considerada como fcrramentél para
cessos fundamentais que sustentam a Inteligência competitiva. a gestão elo conhecimento, é a Gestão de Documentos. Voltada para
Para a implementação elos processos de Gestão do Conheci o conhecimento explícito, trabalha com os documentos da organi
mento é indissociável a relação entre as tecnologias da informação zação nos mais variados formatos, criados a partir de diferentes sis
e as da comunicação, bem como a capacidade criativa e inovadora temas (Word, Powerpoint, Excel, Access, Internet, etc.). São dados
das pessoas. não-estruturados, Cltja organização, para finalidade de rápidu recu
Como as tecnologias da informação e da comunicação são im peração, é complexa e difícil ele ser realizada. Além dos formatos cli
portantes ferramentas para o desenvolvimento dos processos ele ges ferentes, a diversidade ela documentação, quanto ao seu conteúdo,
tão da informação e do conhecimento, o seu progresso tornu possí merece élnáliscs específicas que lhe dê significado na organização. É
vel viabilizar essas formas de gestão. No entanto, as tecnologias, sem necessário dar-lhe um formato no qual é possível armazenar, com
a interferência humana, não garantem a realização da Gestão do partilhar, combinar os dados de modos muito diversos, pois pouco
Conhecimento. Como coloca Davenport (1998, p.22), acliantél possuir um vasto acervo de documentos, se não houver for
mas eficientes de gerenciá-los. Todo esse processo é muito complc
A tecnologia da informação é somente um sistema de distri xo,já que o documento não pode perder as suas propriedades distin
buição e armazenamento para o intercâmbio elo conhecimen tas, e sua integridade não pode ser transformada cm simples dados
to. Ela não cria conhecimento e não pode garantir nem pro (EPPEL; CONKLIN, 2000).
mover a geração ou o compartilhamento do conhecimento Os recentes avanços tecnológicos nas áreas de informótiG1 e de
numa cultura corporativa que não favoreça tais atividades. comunicação estão transformando o mundo cm. uma Sociedade Glo
bal ela Informação. Basta a leitura das seções de economia de jornais
Assim, a prática da Gestão elo Conhecimento organizacional e revistas para tomar conhecimento ele que as atividades econômicas
necessita da tecnologia da informação como meio e não como fim. vêm exigindo, em ritmo acelerado, alto grau de inovação no setor
Tecnologias, com.o a Intranet que possibilita a criação de sistemas de empresarial e no crescimento da ciência. Se a globalização propiciou
videoconferência, permitindo a realização de discussão cm grupos, a abertura ele mercado, também gerou muita concorrência, sinali-
82 Tecnologia e conteúdos informacionais Informação, conhecimento & gestão de projetos 83
zando às organizações que a não-utilização do estoque de conheci resultados; de âmbito externo (estadual, nacional e internacional)
mento disponível hoje na sociedade, com certeza, levá-las-á à perda políticas governamentais que se efetivam por meio de planos e
de competitividade e, conseqüentemente, à perda de mercado. programas de desenvolvimento da C&T.
Inserida nesse contexto bastante complexo e de mudanças
extremamente ágeis, encontra-se a universidade brasileira, compre
A gestão em Ciência e Tecnologia (C&T) e a formação
endendo urna organização social que precisa adaptar-se ou ser
dos grupos de pesquisa
proativa diante das turbulências ambientais e dos impactos das trans
formações sociais em curso. A Gestão em Ciência e Tecnologia tem como objetivo adminis
trar, por meio de estratégias específicas, todos os elementos de in
[luência na promoção do potencial de pesquisa com relevância cien
A universidade brasileira na era da informação e do tífica e social, tais como os aspectos culturais, políticos, éticos e
conhecimento tecnológicos. Trata-se de um instrumento fundamental para a con
Até a década de 60, a prática da pesquisa na universidade não solidação e o crescimento da capacitação científica e tecnológica do
era institucionalizada e, em razão disso, ela era desenvolvida por um país.
grupo pequeno de docentes, de forma isolada, corno destacam Bicudo, O papel do governo é fundamental, principalmente em países
Tanuri e Sampaio (2002). cm desenvolvimento, no incentivo e financiamento de pesquisas a
Hoje, a pesquisa na universidade é desenvolvida intensamente partir de uma política de gestão em C&T, que se dá com o lançan1en
não só na pós-graduação como também na graduação, incentivada to de planos e programas, como coloca Vargas (1999).
por instituições de fomento e de financiamento à pesquisa, por meio Na opinião de Vargas ( 1999), o país já possui a infra-estrutu
de concessão de bolsas de iniciação científica, que têm como "meta a ra necessária para o desenvolvimento da pesquisa na área do ensino
formação do pesquisador" (BICUDO, 2000, p. 65). - cursos de graduação e de pós-graduação, órgãos financiadores de
Desde a sua criação com a Reforma Universitária de 1968, a bolsas e auxílio, publicações científicas e tecnológicas, entre outros.
pós-graduação está relacionada ao desenvolvimento de pesquisa cien Dias (2001) apresenta as principais iniciativas do Ministério da
tífica, cujo objetivo é justamente a formação de pesquisadores e pro Ciência e Tecnologia, na década de 50, com a criação do Conselho
fessores pesquisadores (BICUDO; TANURI; SAMPAIO, 2002). Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, até a
Ao se falar em pesquisa na universidade tem-se a idéia do con década de 90 do século XX, período em que se observa a implantação
junto de trabalhos que estão ligados às linhas de investigação dos e o desenvolvimento de instituições, planos e programas voltados à
departamentos de ensino, dos programas de pós-graduação e dos dinamização e fortalecimento da ciência e tecnologia no país.
grupos de pesquisa. Mas, para que haja o seu desenvolvimento, é con A mencionada autora apresenta a relação das principais ações
dição sine qua non wn sólido e estimulante apoio institucional que que estes órgãos, planos e programas desenvolveram/desenvolvem
deve ser dado por meio do estabelecimento de políticas adequadas de para fomento e produção de informação em ciência e tecnologia, tais
incentivo, com atuaçãojunto às agências de fomento e financiamento. como implantação de sistemas nacionais e internacionais de infor
A pesquisa, então, não é apenas foco de um grande investi mações especializadas, concessão de bolsas para capacitação de pes
mento intelectual, mas também resultado de apoio institucional. soal no exterior, criação de redes nacionais de informação, participa
Este apoio se dá por meio de Políticas de Gestão em Ciência e ção em redes internacionais e desenvolvimento de banco de dados.
Tecnologia (C&T) em instâncias diversas, quais sejam: de âmbito Uma das ações, de âmbito nacional, para subsidiar políticas de
interno - o pesquisador deve receber de sua instituição incentivo gestão em C&T foi a criação, em 1993, pelo CNPq, do Diretório de Gru
para o desenvolvimento da pesquisa e para divulgação de seus pos de Pesquisa do Brasil em que uma das finalidades é ser a base de
82 Tecnologia e conteúdos informacionais Informação, conhecimento & gestão de projetos 83
zando às organizações que a não-utilização do estoque de conheci resultados; de âmbito externo (estadual, nacional e internacional)
mento disponível hoje na sociedade, com certeza, levá-las-á à perda políticas governamentais que se efetivam por meio de planos e
de competitividade e, conseqüentemente, à perda de mercado. programas de desenvolvimento da C&T.
Inserida nesse contexto bastante complexo e de mudanças
extremamente ágeis, encontra-se a universidade brasileira, compre /\ gestão em Ciência e Tecnologia (C&T) e a formação
endendo uma organização social que precisa adaptar-se ou ser dos grupos de pesquisa
proativa diante das turbulências ambientais e dos impactos das trans
formações sociais em curso. A Gestão cm Ciência e Tecnologia tem como objetivo adminis
lrar, por meio de estratégias específicas, todos os elementos de in
lluência na promoção do potencial de pesquisa com relevância cien
A universidade brasileira na era da informação e do l ífica e social, tais como os aspectos culturais, políticos, éticos e
conhecimento lccnológicos. Trata-se de w11 instrumento fundamental para a con
Até a década de 60, a prática da pesquisa na universidade não solidação e o crescimento da capacitação científica e tccnológirn do
era institucionalizada e, em razão disso, ela era desenvolvida por um país.
grupo pequeno ele docentes, de forma isolada, como destacam Bicudo, O papel do governo é fundamental, principalmente em países
Tanuri e Sampaio (2002). cm desenvolvimento, no incentivo e financiamento de pesquisas a
Hoje, a pesquisa na universidade é desenvolvida intensamente partir de wna política de gestão em C&T, que se dá com o lançamen
não só na pós-graduação corno também na graduação, incentivada to de planos e programas, como coloca Vargas (1999).
por instituições de fomento e de financiamento à pesquisa, por meio Na opinião de Vargas (1999), o país já possui a infra-estrutu
de concessão de bolsas de iniciação científica, que têm como "meta a ra necessária para o desenvolvimento ela pesquisa na área do ensino
formação do pesquisador" (BICUDO, 2000, p. 65). - cursos de graduação e de pós-graduação, órgãos financiadores de
Desde a sua criação com a Reforma Universitária de 1968, a bolsas e auxílio, publicações científicas e tecnológicas, entre outros.
pós-graduação está relacionada ao desenvolvimento de pesquisa cien Dias (2001) apresenta as principais iniciativas do Ministério da
tífica, ntjo objetivo é justmnente a formação de pesquisadores e pro Ciência e Tecnologia, na década de 50, com a criação do Conselho
fessores pesquisadores (BICUDO; TANURI; SAMPAIO, 2002). Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, até a
Ao se falar em pesquisa na universidade tem-se a idéia do con década de 90 do século XX, período em que se observa a implantação
junto de trabalhos que estão ligados às linhas de investigação dos e o desenvolvimento de instituições, planos e programas voltados à
departamentos de ensino, dos programas de pós-graduação e dos dinamização e fortalecimento da ciência e tecnologia no país.
grupos de pesquisa. Mas, para que haja o seu desenvolvimento, é con A mencionada autora apresenta a relação das principais ações
dição sine qua non um sólido e estimulante apoio institucional que que estes órgãos, planos e programas desenvolveram/desenvolvem
deve ser dado por meio do estabelecimento de políticas adequadas de para fomento e produção de informação em ciência e tecnologia, tais
incentivo, com atuação junto às agências de fomento e financiamento. como implantação de sistemas nacionais e internacionais de infor
A pesquisa, então, não é apenas foco de um grande investi mações especializadas, concessão de bolsas para capacitação de pes
mento intelectual, mas também resultado de apoio institucional. soal no exterior, criação de redes nacionais de informação, participa
Este apoio se dá por meio de Políticas de Gestão em Ciência e ção em redes internacionais e desenvolvimento de banco de dados.
Tecnologia (C&T) em instâncias diversas, quais sejam: de âmbito Uma das ações, de âmbito nacional, para subsidiar políticas de
interno - o pesquisador deve receber de sua instituição incentivo gestão em C&T foi a criação, em 1993, pelo CNPq, do Diretório ele Gru
para o desenvolvimento da pesquisa e para divulgação de seus pos de Pesquisa do Brasil em que uma das finalidades é ser a base ele
84 Tecnologia e conteúdo s informacionais Informação, conhecimento & gestão de projetos 85
dados mais completa do país contendo informações sobre ciência e lnstitute (PMI) que tinha como objetivo "identificar as áreas do co-
tecnologia. 11hecimento que concentravam as técnicas e os conceitos mais im
O Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil é uma base de portélntes para o gerenciamento de projetos. Esses são os chamados
dados desenvolvida no CNPq desde 1992 e sua criação surgiu da ne conhecimentos aceitos de forma geral". O referido instituto produ
cessidade ele mapear as atividades de pesquisa no país, a fim de "nu ziu então um guia intitulado Thc guide to the project managcmcnt
clear" os grupos que se destacam cientificamente. /Jody ofknowlcdge, conhecido por PMBOK® Cuide, o qual passou
A consolidação dos Grupos de Pesquisa e o conseqüente reconhe por várias modificações e está disponível na Internet, em tradução
cimento dos mesmos nas definições de políticas em C&T, uma vez que livre (não oficial) para o português, pela Projcct Managcment Institutc
é no interior desses grupos que se desenvolvem atualmente as rnélis Minas Gerais, disponibilizado na Internet cm maio de 2000, da ver
relevantes pesquisas científicas e tecnológicas, trazem à tona él questão são elo original ele 1996. 1
clél captação de recursos para o desenvolvimento dessas pesquiséls. O PMBOK® Cuide tem por objetivo "identificar e sistcmatizélr
Como as universidades e instituições, onde está a maioria desses gru as áreas mínimas de conhecimento sobre administração de projetos
pos, não têm condições ele financiar as pesquisas, faz-se necessária a que as pessoas envolvidas ou interessadas nesse campo devem do
busca ele recursos em instituições ele fomento e ele financiamento. minar" (MAXIMIANO, 1997, p. 35).
Quanto à aplicação das técnicas, a gestão de prqjctos varia no
que se refere a finalidade, grau de complexidade e necessidades
Gestão ele projetos: um diferencial nos ambientes
de gerenciamento. Em projetos de pequena dimensão, o processo ele
acadêmicos
gerenciamento é menos complexo elo que em projetos ele grande di
O projeto distingue-se elas operações de rotina ele uma organi mensão, ainda que a dimensão elo projeto não importe, visto que os
zação, pois tem um caráter temporário para o seu desenvolvimento, princípios el e gestão não diferem.
execução e encerramento. O começo e o fim elo projeto são definidos A estratégia para viabilização e sustentação do projeto encon
no planejamento elo mesmo, podendo este ser desenvolvido por uma tra-se, na maioria das vezes, na form.a como o projeto será realizado
única unidade da organização ou, dependendo de sua abrangência e e não no próprio projeto. Em se tratando de projetos que são desen
ele seu objetivo, envolver a organização como um todo ou até ultra volvidos com recursos captados de agências de fomento e de finan
passar os limites organizacionais. (PROJECT MANAGEMENT !NSTI ciamento à pesquisa, tais agências são, também, responsáveis pela
TUTE, 2000). sustentação e viabilização do projeto.
Valeriano (1998, p.19), ao caracterizar projeto, além ele men Os projetos são, portanto, organizados em fases seqüenciadas
cionar que é uma unidade temporária e distinta ele uma atividade no tempo, cada uma com objetivos e produtos claramente definidos,
repetitiva da organização, reconhece que este se caracteriza "por dar normalmente estabelecidos como pré-condição para a passagem à fase
origem a uma atividade ou por concorrer para a expansão ou para o seguinte. A consecução do seu objetivo final é assegurada pelo cum
melhoramento de atividades existentes". primento dos objetivos verificados ao final ele cada fase (LEWIS, 2000).
Para Menezes (2001), a gestão de projetos consiste, basicanxnte, Em razão de o projeto ter início e fim predeterminados, a lite
cm organizar e administrar um conjunto ele processos estabelecidos ratura especializada, sem exceção, atribui a esse processo a denomi
com a finalidade de planejar e controlar as diversas atividades execu nação de "Ciclo de viela" do projeto." Há, entre esses extremos, o ele-
tivas elo projeto, de modo a serem atendidas suas metas ele prazo,
custo e qualidade.
Conforme Maximiano (1997, p.34-35), iniciou-se, no final dél hllp://www.pmimg.org.br/. A última versão oficial em inglês foi publicada cm 2000.
década de 80, um movimento liderado pelo Project Managcmcnt 2 Cf. VALERIANO, 1998, p.23; MENEZES, 2001, p.81; PRADO, 2001, p.31.
84 Tecnologia e conteúdos informacionais Informação, conhecimento & gestão de projetos 85
dados mais completa do país contendo informações sobre ciência e lnstitutc (PMI) que tinha como objetivo "identificar as áreas do co-
tecnologia. 11hccirnento que concentravam as técnicas e os conceitos mais im
O Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil é urna base de pnrtélntcs para o gerenciamento de projetos. Esses são os chamados
dados desenvolvida no CNPq desde 1992 e sua criação surgiu da ne conhecimentos aceitos de forma geral". O referido instituto produ
cessidade de ma. pear as atividades de pesquisa no país, a fim ele "nu ziu então um guia intitulado Thc guide to thc project managcmcnt
clear" os grupos que se destacam cientificamente. /Jody of knowlcdge, conhecido por PMBOK® Cuide, o qu;:il passou
A consolidação dos Grupos de Pesquisa e o conseqüente reconhe por várias modificações e está disponível na Internet, cm tradução
cimento dos mesmos nas definições de políticas em C&T, uma vez que livre (não oficial) para o português, pela Project Managcm.ent Institutc
é no interior desses grupos que se desenvolvem atualmente as 111<1is Minas Gerais, disponibilizado na Internet em maio de 2000, da ver
relevantes pesquisas científicas e tecnológicas, trazem à tona ;:i questão silo do original de 1996. 1
da captação de recursos para o desenvolvimento dessas pesquis;:is. O PMBOK® Cuide tem por objetivo "identificar e sistematizar
Como D.S universidades e instituições, onde está a maioria desses gru as áreas mínimas de conhecimento sobre administração de projetos
pos, não têm condições de financiar as pesquisu.s, faz-se necessáriu. a que as pessoas envolvidas ou interessadas nesse campo devem do
busca de recursos em instituições de fomento e de financiu.mcnto. minar" (MAXIMIANO, 1997, p. 35).
Quanto à aplicação elas técnicas, a gestão de prqjetos varia no
que se refere a finalidade, grau de complexidade e necessidades
Gestão de projetos: um diferencial nos ambientes
ele gerenciamento. En1 projetos de pequena dimensão, o processo ele
acadêmicos
gerenciamento é menos complexo do que cm projetos ele gru.ndc di
O projeto distingue-se das operações de rotina de uma organi mensão, ainda que a dimensão do projeto não importe, visto que os
zação, pois tem um caráter temporário para o seu desenvolvimento, princípios de gestão não diferem.
execução e encerramento. O começo e o fim do projeto são definidos A estratégia para viabilização e sustentação do projeto encon
no planejamento do mesmo, podendo este ser desenvolvido por uma tra-se, na maioria das vezes, na forma como o projeto será realizado
única unidade da organização ou, dependendo de sua abrangência e e não no próprio projeto. Em se tratando de projetos que são desen
de seu objetivo, envolver a organização como um todo ou até ultra volvidos com recursos captados de agências de fomento e de finan
passar os limites organizacionais. (PROJECT MANAGEMENT INSTI ciamento à pesquisa, tais agências são, também, responsáveis pela
TUTE, 2000). sustentação e viabilização do projeto.
Valeriano (1998, p.19), ao caracterizar projeto, além de men Os projetos são, portanto, organizados cm fases seqüenciadas
cionar que é uma unidade temporária e distinta de uma atividade no tempo, cada uma com objetivos e produtos claramente definidos,
repetitiva da organização, reconhece que este se caracteriza "por dar normalmente estabelecidos corno pré-condição para a passagem à fase
origem a uma atividade ou por concorrer para a expansão ou para o seguinte. A consecução do seu objetivo final é assegurada pelo cum
melhoramento de atividades existentes". primento dos objetivos verificados ao final de cada fase (LEWIS, 2000).
Para Menezes (2001), a gestiio de projetos consiste, basicamente, Em razão de o projeto ter início e fim predeterminados, a lite
em organizar e administrar um conjunto de processos estabelecidos ratura especializada, sem exceção, atribui a esse processo a denomi
com. a finalidade de planejar e controlar as diversas atividades execu nação de "Ciclo de vida" do projeto_:! Há, entre esses extremos, o de-
tivas do projeto, de modo a serem atendidas suas metas de prazo,
custo e qualidade.
Conforme Maximiano (1997, p.34-35), iniciou-se, no final da hllp://www.p111in1g.org.ur/. A última versão oficial em inglês foi publicada c111 '.!000.
década de 80, um movimento liderado pelo Project Managemcnt '.! Cf. VALERIANO, 1998, p.'.!3; MENEZES, '.!001, p.81; PRADO, '.!001, p.31.
86 Tecnologia e conteúdos informacionais Informação, conhecimento & gestão de projetos 87
A informação como elemento-chave Exatidão Até que medida as informações Controlar os dados para
na gestão de projetos representam o que se espern que nsscgurnr a cxatic.ltio; idcn tificar
elas representem prováveis erros.
Conforme Barreto (1994), a informação, na atualidade, tornou Precisão Perfil de detalhamcnlo da Propiciar iníormnçõcs co1n
informação adequada precisão
se tão importante que é preciso refletir sobre diversos aspectos e,
dentre eles, sobre sua utilidade para o indivíduo. Completude Em que medida a informação Disponibilizar a informação
A inform.ação possui valor se tem utilidade, se puder ser usada disponível é adequada à atividade completa o suficiente parn o
e ao usuário usuário; evitar sobrccarrcg.ir o
para atender a um objetivo específico ou, ainda, se estiver ií dispo usuário com informações
excessivas
sição no momento necessário para a resolução dos problemas ou
Tempo Período de tempo passado desde Atualizar frcqüc11tcmc11tc a
tomada de decisão, situações cm que a sistematização e difusão da que os dados foram produzidos informação e procurar I ransmit i
informação têm um importante papel. Ia o mais rápido possível ao
usuário
No Quadro 1, Alter (1996) especifica as determinantes da
Oportunidade Medida para a qual n idade Dispor rapidarncnle a infor111nção
utilidade da informação, relacionando-as diretarn.cnte a um siste (tempo de vida) dos dados é que é útil
ma de informação estruturado. Em seu texto, os elementos de apropriada para o i11leresse do
usl1,írio
análise da informação estão bem detalhados e, embora não estejam Fonte Pessoa ou organização que Verificar a fonte clns informações;
sendo analisados sistemas de informação, considera-se que os ele produziu os dados fornecer as informações
relevantes; analisar d,1
mentos apresentados tragam subsídios para compreender a ampli informação
tude do tema em questão - a informação. Assim, ele relaciona as Acessihilidade da i11Jor11wriio
características da informação sob três aspectos: qualidade, acessi
Disponibilidade Em que medida as informações Tornar a informação disponível com
bilidade e apresentação. necessárias existem e podem ser o mínimo de esforço por pane do
Geralmente os problemas relacionados ao uso da informação acessadas por pessoas que delas usuário
necessitam Impedir que usuários sem autorização
são atribuídos ao "excesso ou à falta de informação adequada" e à Condições específicas por m eio dos tenham acesso aos dados
incapacidade dos "recursos" disponíveis pura processar a informa Restrições ao acesso quais as informações podem ser processados pelo sistema
utilizadas
ção eficientemente.
Aprese_nl!_lf_iio ila informaçllo
O excesso ou a falta de informação adequada são problemas
Preparar os dados ao nível desejado
relacionados à gerência da informação que se traduz em seleção, Nível de sumariação Comparação entre o número de itens
de sumariação
dos dados originais e o número de
processamento e interpretação da informação. Se, por um lado, a artigos apresentados Preparar os dados no formato de
Exibição do arranjo (classificação) e apresentação e organização desejados
coleta indiscriminada de dados acarreta um exagero de informações Formato
da forma de apresentação da
que pode ser de pouco ou nenhum interesse do usuário, por outro, a informação ao usuário
escassez de informações relevantes também o prejudica. Ambos os
Fo11te: Alter, I 996, p. 171. (N. A.: tradução literal do original).
casos denotam um.a falha no gerenciamento da informação.
McGee e Prusak (1994) relacionam as ações que, de certa for
ma, limitam o universo de informação na organização, a fim de que
esta adquira valor estratégico, resultando em eficácia no seu
gerenciamento. Dentre elas, destaca-se:
86 Tecnologia e conteúdos informacionais Informação, conhecimento & gestão de prqjctos 87
A informação como elemento-chave Exnl idfio Alé que medida as informações Controlar os d,1dos pnra
n.:i gestão de projetos representam o que se espera que assegurar a exatic!Bo; idcntif'icar
elas representem prováveis erros.
Conforme Bmreto (1994), a informação, na atualidade, tornou l1r12cisão Perfil de dctalharnento ela Propiciar inforninçõcs com
infonnação adequada precisão
se tiio importante que é preciso refletir sobre diversos aspectos e,
dentre eles, sobre sua utilidade para o indivíduo. Co111plctudc Em que medida a informação Disponibilizar a infornrnção
disponível é adequada à atividade completa o suficiente para o
A informação possui valor se tem utilidade, se puder ser usada
e ao usuário usuário; evitar sobrccarrcg.ir o
para atender a um objetivo específico ou, ainda, se estiver à dispo usuário com infornwçõcs
excessivas
sição no momento necessário para a resolução dos problemas ou
Tempo Período de tempo passado desde Atualizar frcqüc11tcmc11tc n
tomada de decisão, situações cm que a sistematização e difusão da que os dados foram produzidos informação e procurar lrnnsmili
informação têm um importante papel. la o mais rápido possível no
usuário
No Quadro 1, Alter (1996) especifica as determinantes da
Oportunidade Medida para a qual n idade Dispor rapidamcnlc a informnçiio
utilidade da informação, relacionando-as diretamente a um siste (tempo de vida) dos dados é que é útil
ma de informação estruturado. Em seu texto, os elementos de apropriada para o interesse do
usuário
análise da informação estão bem detalhados e, embora não estejam Fonte Pessoa ou organização que Verificar a fonte das informações;
sendo analisados sistemas de informação, considera-se que os ele produziu os dados fornecer as informações
relevantes; analisar dn
mentos apresentados tragam subsídios para compreender a ampli informação
tude do tema cm questão - a informação. Assim, ele relaciona as Ace.,·.,·ihUidade da informapio
características da informação sob três aspectos: qualidade, acessi
Disponibilidade Em que medida as informações Tornar a informação disponível com
bilidade e apresentação. necessárias existem e podem ser o mínimo de esforço por parte do
Geralmente os problemas relacionados ao uso da informaçi:io acessadas por pessoas que delas usuário
necessitam Impedir que usuários sem autorização
são atribuídos ao "excesso ou à falta de informação adequada" e à Condições específicas por meio dos tcnhnm ncesso aos dados
Restrições ao acesso quais as informações podem ser processados pelo sistema
incapacidade dos "recursos" disponíveis para processar a informa
utilizadas
ção eficientemente.
Apresent��çllo da i11ji1rmaçlio
O excesso ou a falta de informação adequada são problemas
Nível de sumariação Preparar os dados ao nível desejado
relacionados à gerência da informação que se traduz em seleção, Comparação entre o número de itens
de sumariação
dos dados originais e o número de
processamento e interpretação da informação. Se, por um lado, a artigos apresentados Preparar os dados no formato de
Exibição do arranjo (classificação) e apresentação e organização desejados
coleta indiscriminada de dados acarreta um exagero ele informações Formato
da forma de apresentação da
que pode ser ele pouco ou nenhum interesse elo usuário, por outro, a informação ao usuário
escassez de inform.ações relevantes também o prejudica. Ambos os
Fonte: Alter, 1996, p. 171. (N. A.: tradução literal do original).
casos denotam uma falha no gerenciamento ela informação.
McGee e Prusak (1994) relacionam as ações que, de certa for
ma, limitam o universo de informação na organização, a fim de que
esta adquira valor estratégico, resultando em eficácia no seu
gerenciamento. Dentre elas, destaca-se:
88 Tecnologia e conteúdos informacionais Informação, conhecimento & gestão de projetos 89
jetos e as dificuldades existentes no que se refere à gestão de pro Já, quanto ao aspecto da oportunidade da informação, parcela signi
jetos e identificá-Ias. ficativa a considera de qualidade "regular" enquanto outra igual
Todos os 36 sujeitos foram entrevistados e responderam às parcela a considera de qualidade "boa". Assim, embora a avaliação
questões formuladas, tendo sido a dinâmica utilizada aquela reco tenha ficado pulverizada, impedindo uma análise precisa, o fato de
mendada por Marconi e Lakatos (2001), a saber: contato inicial; haver 44% de respostas que indicam o nível "regular" demonstrü a
formulação ele perguntas de acordo com formulários previamente necessidade de melhorias na qualidade dessa informüção.
estabelecidos; registro das respostas no momento da entrevista, Com relação àgeJ"ência de projetos, foi apontada uma dificuldade
utilizando-se as palavras/respostas dos entrevistados e o término, maior na fase ele finalização. Sabe-se que o gerenciamento ele um pro
com a aprovação do líder entrevistado. jeto é facilitado por sua estruturação cm etapas ou fases, denominadas
ciclos ele viela do projeto e, resguardadas as características peculiares
de cada projeto, sem exceção, todos elevem obedecer a etapas que de
Descrição e interpretação dos resultados
marrnm os processos ele início, desenvolvimento e encerramento do
A partir da análise e interpretação dos dados tabulados refe mesmo. A esse respeito, Maximiano (1997), Valeriano (1998), o Project
rentes às informações obtidas, construiu-se o referencial à luz das Managcmcnt Institute (2000) e Menezes (2001) apontam parn ü ne
respostas e da abordagem à literatura. cessidade de haver harmonia entre as fases do ciclo de viela do projeto,
Quanto aos resultados obtidos pela variável informacional, há pois se trata ele processos interligados e o sucesso se dá à medida que
destaque para a pouca divulgação, a necessidade de as informações forem sendo atingidas as metas determinadas cm cada ctüpa.
chegarem em tempo hábil (o que implica a antecedência necessária O encerramento de um projeto, então, como aponta Menezes
para sua adequação) e sua duplicidade, visto que uma mesma infor (2001), é a fase mais complicada, por depender de fatores que a an
mação pode chegar ao usuário de várias fontes, o que leva a um dis tecedem. Confirmando isso, ao se verificar o grau de dificuldade elos
pêndio de tempo que seria melhor utilizado se canalizado para a pes entrevistados com relação às fases do projeto, constatou-se, pela
quisa. Apesar de haver destaque para o papel desempenhado pelo análise dos dados do presente estudo de caso, que a do encerramento
Escritório de Pesquisa (UNESP/Marília), por disseminar informações foi indicada como a fase que comporta maiores dificuldades. Os pro
e por fomentar a interface entre os grupos, há a sinalização de que blemas enfrentados no encerramento de um projeto não poderiam,
seria necessária a divulgação setorizada das informações. Entre os portanto, ser reflexo de seu gerenciamento nas fases anteriores?
aspectos levantados sobre essa questão, destacou-se a necessidade de Apontaram, ainda, problemas próprios ele organizações ntjo
existir, na Unidade, infra-estrutura própria para a divulgação das gerenciamento de projetos não é um.a cultura instituída de forma a
pesquisas dos grupos bem como orientação sobre o uso dos canais facilitar a sua consecução por falta de pessoal ele apoio, por falta de
para a sua concretização, o que estaria relacionado com o aspecto infra-estrutura física e ele equipamentos, além do desconhecimento
das informações setorizadas já levantado. sobre "gestão de projetos" que envolve conceitos, princípios e técni
À luz dos preceitos de Alter (1996) sobre as determinantes da cas, segundo Maximiano (1997), Valeriano (1998), Menezes (2001)
utilidade da informação e da colocação de Barreto (1994) de que, na e Prado (2001).
atualidade, é de extrema importância refletir sobre a utilidade da in Os resultados revelam problemas dessa ordem., enfrentados
formação, observa-se, pelos resultados apresentados no presente pelos grupos de pesquisa, que, acredita-se, influenciam no ge
estudo de caso, que a qualidade da informação, no que se refere à renciamento ele projetos para a captação de recursos. São fatores,
exatidão e à precisão, e a oportunidade das informações recebidas pelo segundo Dinsmore (1998), caracterizados como "ameaças" prove
grupo a respeito das possibilidades de financiamento junto às agências nientes do próprio ambiente e que podem interferir no desenvolvi
de fomento e de financiamento à pesquisa, têm avaliação positiva. mento do projeto.
90 1ccnologia e conteúdos informacionais Informação, conhecimento & gestão de projetos 91
jetos e as dificuldades existentes no que se refere à gestão ele pro ,l,í, quanto ao aspecto da oportunidade da informação, pnrccla signi
jetos e identificá-las. ficativa a considera de qualidade "regular" enquanto outra igual
Todos os 36 sujeitos foram entrevistados e responderam às parcela a considera de qualidade "boa". Assim, cmborn a nvalinção
questões formuladas, tendo sido a dinâmica utilizada aquela reco lenha ficado pulverizada, impedindo uma análise precisa, o foto ele
mendada por Marconi e Lakatos (2001), a saber: contato inicial; haver 44% de respostas que indicam o nível "regular" demonstra a
formulação de perguntas ele acordo com formulários previamente necessidade ele melhorias na qualidade dessa informação.
estabelecidos; registro das respostas no momento da entrevista, Com relação à gerência de projetos, foi apontada uma dificulclnclc
utilizando-se as palavras/respostas dos entrevistados e o término, maior na fase ele finalização. Sabe-se que o gerenciamento de um pro
com a aprovação elo líder entrevistado. jeto é facilitado por sua estruturação cm etapns ou fases, denominadas
ciclos de vida do projeto e, resguardadas as características peculiares
de cada projeto, sem exceção, todos devem obedecer a etapas que de
Descrição e interpretação dos resultados marcam os processos de início, desenvolvimento e encerramento elo
A partir da análise e interpretação dos dados tabulados refe mesmo. A esse respeito, Maximiano (1997), Valcriano (1998), o Project
rentes às informações obtidas, construiu-se o referencial à luz das Management Institute (2000) e Menezes (2001) apontam para a ne
respostas e ela abordagem à literatura. cessidade de haver harmonia entre as fases do ciclo de vida elo projeto,
Quanto aos resultados obtidos pela variável informacional, há pois se trata de processos interligados e o sucesso se dá à medida que
destaque para a pouca divulgação, a necessidade de as informações forem sendo atingidas as metas determinadas cm cadn etapa.
chegarem em. tempo hábil (o que implica a antecedência necessária O encerramento de um projeto, então, como aponta Menezes
para sua adequação) e sua duplicidade, visto que urna mesma infor (2001), é a fase mais complicada, por depender de fatores que a an
mação pode chegar ao usuário de várias fontes, o que leva a um dis tecedem. Confirmando isso, ao se verificar o grau de dificuldade dos
pêndio de tempo que seria melhor utilizado se canalizado para a pes entrevistados com relação às fases do projeto, constatou-se, pela
quisa. Apesar de haver destaque para o papel desempenhado pelo análise dos dados elo presente estudo de caso, que a do encerramento
Escritório ele Pesquisa (UNESP/Marília), por disseminar informações foi indicada como a fase que comporta maiores dificuldades. Os pro
e por fomentar a interface entre os grupos, há a sinalização ele que blemas enfrentados no encerramento de um projeto não poderiam,
seria necessária a divulgação setorizada das informações. Entre os portanto, ser reflexo de seu gerenciamento nas fases anteriores?
aspectos levantados sobre essa questão, destacou-se a necessidade de Apontaram, ainda, problemas próprios de organizações ct_tjo
existir, na Unidade, infra-estrutura própria para a divulgação elas gerenciamento de projetos não é uma cultura instituída de forma a
pesquisas dos grupos bem corno orientação sobre o uso elos canais facilitar a sua consecução por falta de pessoal de apoio, por falta de
para a sua concretização, o que estaria relacionado com o aspecto infra-estrutura física e de equipamentos, além do desconhecimento
elas informações setorizadas já levantado. sobre "gestão de projetos" que envolve conceitos, princípios e técni
À luz dos preceitos de Alter (1996) sobre as determinantes ela cas, segundo Maximiano (1997), Valeriano (1998), Menezes (2001)
utilidade ela informação e ela colocação de Barreto (1994) ele que, na e Prado (2001).
atualidade, é ele extrerna importância refletir sobre a utilidade da in Os resultados revelam problemas dessa ordem, enfrentados
fonnação, observa-se, pelos resultados apresentados no presente pelos grupos de pesquisa, que, acredita-se, influenciam no ge
estudo de caso, que a qualidade da informação, no que se refere à renciamento de projetos para a captação de recursos. São fatores,
exatidão e à precisão, e a oportunidade das informações recebidas pelo segundo Dinsmore (1998), caracterizados como "nmcaças" prove
grupo a respeito das possibilidades de financiamento junto às agências nientes do próprio ambiente e que podem interferir no desenvolvi
de fomento e de financiamento à pesquisa, têm avaliação positiva . mento elo projeto.
92 Tecnologia e conteúdos informacionais Informação, conhecimento & gestão de projetos 93
A f alta de informação de conhecimentos específicos, conforme • otimização do uso de mídias interativas que facilitem a divulga
Menezes (2001 ), pode prejudicar o projeto. Isso vem ao encontro dc1s ,·i'io de informações disponibilizadas e, também, as geradas pelos
respostas de parcela significativa dos entrevistados a respeito ele pesquisadores ele forma a evidenciar a importância elos grupos ele
gerenciamento ele projetos sobre o que consideram problemático: pesquisa como catalisadores e veiculadores da literatura cinzenta,
"pouco conhecimento sobre as etapas ela gerência dificulta a condução ,1 nrticulação do grupo com colégios invisíveis internacionais, a
ele um projeto e pode ser motivo para não assumi-lo", "o envol visibilidade elo grupo na política científica da área e a cxtrenrn
vimento ela equipe nem sempre se dá de forma satisfatória". objetividade das informações sobre captação de recursos e gestão
Sobre a segunda opinião, merece destaque a questão da atua de projetos ;
ção do gerente de projetos com relação à equipe envolvida. Para Sbragia, • mapeamento de Grupos de Pesquisa, construído a partir ele um
Maximiano e Kruglianskas (1986), o gerente tem ele exercer o pé.1pcl eixo temático que permita visualizar todos os trabalhos/pesqui
ele f acilitador e integrador, provendo suporte e liderança para o grupo, sas desenvolvidos por seus integrantes por meio da adoção de um
desenvolvendo a memória de informações e capacitando ao máximo software organizador de informações como, por exemplo, o
os talentos e as potencialidades da equipe, posição esta corrobornda, PcrsonalBrain (V1DOITI, 2001);
também, no Guié.1 PMBOK do Project Mané.lgement Institutc (2000). • desenvolvimento de um sistema de gestão de prQjetos que tenha
como modelo, por exemplo, a arquitetura do MS Project.
Considerações finais
Referências
Propõem-se, portanto, com base nos resultados cvidcncié.ldos
pelos estudos e pesquisa desenvolvidos, ações que possam atender às ALTER, S. ln(ormalion syste111s: a managcmcnl pcrspeclive. 2nd. ed. Mmlo Park,
CA, 1996.
necessidades da organização, no caso especial de Grupos de Pesquisa,
BARRETO, A. de A. A questão da informação. Siio Paulo cm pcrspccliv.i, SJo
referentes à busca, sistematização e difusão de informações para a Paulo,v. 8, n. 4, p. 3-8, 1994.
captação de recursos à pesquisé.1 e gestão de projetos. Essc1s ações en
BATTAGUA, M. da G. B. A inteligência competitiva modelando o sistema de in
globariam: formação de clientes- F inep. Ciência da lnfonnaçfío, Brasília, v. 28, n. 2, p. 200-
• criação, nas unidades acadêmicas, de órgão assessor que busque 2'14, ,naio/ago.1999. Disponível cm: <ht tp://www.scielo.br> Acesso cm: "18 ago.
oferecer um espaço mediador e facilitador da implementação de 2001 .
uma cultura de gestão de projetos nas universidades; BICUDO, M .A. V. Ideal, 1 rabalho c co111pro111isso na U11iversidade Pública: relato
• estruturação de um sistema de informação voltado à organiza e rellcxi'io sobre uma experiência. São Paulo: Olho D'Ag11a, 2000.
ção, sistematizé.lção e informatização da informação a partir de BICUDO, M.A. V.; TANURI, L. M.; SAMPAIO, 1-1. Educação superior: graduação
e pós-graduação. ln: FAPESP. Indicadores de ciência, lec11ologia e i11ovaçfio e111 S,"io
planejamento que permita identificar as reais necessidades de in
Paulo: 2001. São Paulo: FAPESP, 2002.
formação dos pesquisadores;
BIO, S. R. Sistemas de informação: um enfoque gerencial. São Paulo: Atlas, 1996.
• desenvolvimento de banco ele dados alimentado por informações
CI-IIAVENATO, 1. Os novos paradigmas: como as mudanças estão ,ncxcndo com
estratégicas obtidas cm fontes formais e informais sobre captação as empresas. São Paulo: Alias, 1996.
de recursos à pesquisa e gestão de projetos, direcionadas pelo per DAVENPORT, T. 11. Ecologia d;i informação: por que só a tecnologia não basta
fil do usuário (do Grupo de Pesquisa); para o sucesso na era da informação. Si'io Paulo: Fuh1ra, 1998.
• estabelecimento de indicadores de avaliação periódica de funcio DIAS, M. M. K. O gcrcnciamcnto de u11idades de i11for111açiio tecnológica sob
namcnto do sistema de informação e calcados nas determinantes enfoque da gestão de qualidade: estudo das pcrcepções e reações dos clientes ao
de utilidade da informação, compreendendo qualidade, acessibili desenho de novas condu tas. São Paulo, 2001. Tese (Doutorado) - Escola de Co
municações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.
dade e apresentação da informação;
92 Tecnologia e conteúdos informacionais Informação, conhecimento & gestão de projetos 93
A falta de inf ormação de conhecimentos específicos, conforme • otimização do uso de mídias interativas que facilitem a divulga
Menezes (2001 ), pode prejudicar o projeto. Isso vem ao encontro elas ção de informações disponibilizadas e, também, as geradas pelos
respostas ele parcela significativa cios entrevistados a respeito de pesquisadores de forma a evidenciar a importância dos grupos de
gerenciamento ele projetos sobre o que consideram problemático: pesquisa como catalisadores e veiculadores da literatura cinzenta,
"pouco conhecimento sobre as etapas ela gerência dificulta a conclução a articulação cio grupo com colégios invisíveis internacionais, a
ele um projeto e pode ser motivo para não assumi-lo", "o envol visibilidade do grupo na política científica da área e a extrema
vimento ela equipe nem sempre se dá ele forma satisfatória". objetividade das informações sobre captação de recursos e gestão
Sobre a segunda opinião , merece destaque a questão ela atua de projetos ;
ção cio gerente ele projetos com relação à equipe envolvida. Para Sbragia, • mapeamento ele Grupos de Pesquisa, construído a partir de um
Maximiano e Kruglianskas (1986), o gerente tem ele exercer o papel eixo temático que permita visualizar todos os trabalhos/pesqui
ele facilitador e integrador, provendo suporte e liderança para o grupo, sas desenvolvidos por seus integrantes por meio ela adoção de um
desenvolvendo a memória de informações e capacitando ao máximo software organizador de informações como, por exemplo, o
os talentos e as potencialidades ela equipe, posição esta corroborada, PcrsonalBrain (V1DOTTI, 2001);
também, no Guia PMBOK cio Project Management lnstitutc (2000). • desenvolvimento de um sistema de gestão de prc)etos que tenha
como modelo, por exemplo, a arquitetura do MS Project.
Considerações finais
Referências
Propõem-se, portanto, com base nos resultados evidenciados
ALTER, S. !n(onnation systems: a managemcnl perspcctivc. 2nd. ecl. MClllo Park,
pelos estudos e pesquisa desenvolvidos, ações que possam atender ns
CA, ·1996.
necessidades da organização, no caso especial de Grupos de Pesquisa,
BARRETO, A ele A A qmstào ela informação. Seio Paulo em pcrspee/ivn, SJo
referentes à busca, sistematização e difusão de inf ormações para a Paulo,v. 8, n. 4, p. 3-8, 1994.
captação de recursos à pesquisa e gestão ele projetos. Essas ações en 8/\TTAGLIA, M. ela G. B. A inteligência competitiva moclelanclo o sistema ele in
globariam: fornrnçào ele clientes - Finep. Ciência da ln(onnaçào, Brasília, v. 28, 11. 2, p. 200-
• criação, nas unidades acadêmicas, ele órgão assessor que busque 214, maio/ago.1999. Disponível cm: <http://www.scielo.br> Acesso em: J 8 ago.
oferecer um espaço mediador e facilitador da implementação de 2001.
uma cultura ele gestão de projetos nas universidades; BICUDO, M./\. V. Ideal, trabalho e compromisso na Universidade Piíblica: relato
e reflexão sobre uma experiência. São Paulo: Olho D'Aglla, 2000.
• estruturação de um sistema ele informação voltado à organiza
ção, sistematização e informatização da informação a partir de BICUDO, M.A. V.; TANURI, L. M.; SAMPAIO, J 1.- Educação superior: graduação
e pós-graduação. ln: FAPESP. Indicadores de ciência, /crnologia e ino\li1ç;io cn1 Siio
planejamento que permita identificar as reais necessidades de in Paulo: 2001. São Paulo: FAPESP, 2002.
formação elos pesquisadores;
1310, S. R. Sistemas de informação: um enfoque gerencial. São Paulo: Alias, 1996.
• desenvolvimento de banco de dados alimentado por informações
CJ-JJAVENATO, 1. Os novos paradigmas: como as mudanças estão mexCJ1clo com
estratégicas obtidas cm fontes formais e informais sobre captoção as empresas. São Paulo: Atlas, 1996.
de recursos à pesquisa e gestão de projetos, direcionadas pelo per DAVENPORT, T. 11. Ecologia da informação: por que só a ternologia niio basta
fil do usuário (do Grupo ele Pesquisa); para o sucesso na era ela informação. São Paulo: Futura, 1998.
• estabelecimento de indicadores de avaliação periódica de funcio DIAS, M. M. K. O gerenciamento de unidades de informaç,'io tecnológica sob
namento do sistema de informação e calcados nas determinantes enfoque da gestão de qualidade: estudo elas percepções e reações cios clientes i.lO
de utilidade ela informação, compreendendo qualidade, acessibili desenho ele novas condutas. São Paulo, 2001. Tese (Doutorado) - Escola ele Co
municações e Artes, Universidade ele São Paulo, São Paulo, 2001.
dade e apresentação da informação;
94 Tecnologia e conteúdos informacionais
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Ca1npus, ·1994_ A catalogação é um processo que permite estabelecer comuni
MARCI IIORI, P. Z. A ciência e a geslão ela informação no esforço profissio1wl. cação entre um individuo e a informação disponível cn1 um item
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documentário armazenado cm um acervo. Esse processo utiliza-se
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ele formas ele representação descritiva para a organização elas infor
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MENEZES, L. C. ele M. Gestão de projetos. São Paulo: Alias, 2001.
presentação estudadas pela Ciência Cognitiva são o co1pus referencial
PONJUÁN DANTE, G. Gcstión de infor111aci611 cn las organizacioncs: princípios,
conccptos y aplicacioncs. Santiago: CECAPI, 1998. para a análise da representação descritiva clocumentária ela Ciência
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Prqjce/ 111a11agcmcnt of knowlcdgc: porluguês. 2000. Disponível e111: <iltlp:// Cataloging-MARC, cm sua versão cm Extensible Markup Language
www.pmi.org/publict11/pmbokloc.hl111>. Acesso cm: 06jun.2000. -XML, linguagem ele marcação, desenvolvida pela Ciência da Com
SBRAGIA, R.; MAXIMIANO, A.C.A.; KRUGLIANSKAS, 1. O gerente ele prqjctos: seu putação, que provê mecanismos de comunicação ele cl.'.1dos. Pinheiro
papel e habiliclaclcs. Revista de Administração, São Paulo, v. 21, n. 3, p. 24-3 1,
e Loureiro (1995) afirmam que existe w11a relação muito forte e quase
1986.
natural, inclusive do ponto ele vista histórico, entre a Biblioteconomia
VALERIANO, D. L. Gerência cm projetos: pesquisa, clesenvolvimenlo e engenha
ria. São Paulo: Makron Books, 1998. e a Informática, na incorporação de técnicas computacionais e no
VARGAS, M. Técnica, tecnologia e ciência. Revis/a FAPESP, São Paulo, 11. 40, p. 3,
uso e entendimento das tecnologias em informação.
mar. 1999. Entretanto, a falta ele sincronismo entre o desenvolvimento de
VIDOTTI, S. A. B. G. O ambiente hipcr111ídii1 110 processo de cnsino-apn:ndiw métodos e teorias para a fundamentação da rcpresentaç3o clocu
gc111. 2001. 125fl. Tese (Doutorado em Educação)- Faculdade de Filosofia e Ciên mcntária e implementação ele ferramentas de software para otimi
cias, Universidade Estadual Paulista, 200"I. zação do processo de representação ocasiona dificuldades na aprescn
taç3o de uma catalogação de qualidade, especialmente cm documentos
eletrônicos disponíveis na Internet. Por essa razão, queremos apre
sentar subsídios teóricos e metodológicos destacando o MARC 21 cm
sua versão XML, como uma relevante opção de representação
documcntária, e promover uma reflexão sobre a necessidade de
94 Tecnologia e conteúdos informacionais
desenvolver ferramentas de software que garantam a usabilidade ele para outro. O autor define forma ele representação "como uma no
suas interfaces. tação, com uma intczprctação para essa notação" (ALVES, 1998,
A análise da XML na Ciência ela Informação como um estudo p.25), sendo notação uma representação ou marcação, por meio ele
do MARC 21 não está pautada na necessidade ele desenvolvimento símbolos, de alguma coisa.
ele metaclaclos I ou métodos, mas na avaliação da representação des As formas de representações externas são aquelas produzidas
critiva documentária para a implementação efetiva de ferramentas pelos humanos fora ela mente, tais co1no alfabetos, desenhos, fluxo
de software com o objetivo de garantir a otimização elo processo ele gramas, interfaces de computador, símbolos, notas musicais e ou
representação descritiva a partir ela análise da versão elo MARC 21 tras. Petcrson (1996) apresenta a idéia de que a aquisição de uma
cm XML como uma opção de qualidade, como padrão de descrição forma de representação externa apropriada pode ser vantajosa e ainda
de acesso para o processo de intercâmbio de dados bibliográficos e focilitar a compreensão, resolução de problemas, cálculo e principal
catalográficos. A XML torna-se cada vez mais uma ferramenta in mente o crescimento de nosso conhecimento.
dispensável para a Ciência da Informação, cm especial, a partir de Quando nos envolvemos num processo ele aprendizado ou so
uma reflexão sobre as teorias ele formas de representação. lução de um problema, diferentes formas de rcpresentnção podem
auxiliar-nos nas dificuldades, visto que podem nprcscntar um obje
to ou conceito ele diferentes pontos de vista (CASA, 1997). Isso será
Fundamentação das formas de representação e
possível se obtivermos "estruturas capazes de representar somente a
catalogação
informação relevante cm um determinado momento" (CASA, 1997),
Representar, elo ponto ele vista etimológico, é tornar alguma coi sendo estrutura algo capaz de dar suporte informacional. Por isso,
sa presente novamente. Segundo Piercc (apud Marconcles, 2001), para a f orma ele representação não tem que conter ou mostrar toda as
a Semiótica, representar significa caracterizar um processo que envol informações sobre uma realidade, mas aquelas pertinentes par.:i a
ve um objeto ou algo que o represente, e o efeito é a sua representação realização da tarefa. Assim, uma representação pode omitir um<1
na mente de um usuário. Ainda segundo Marconcles (2001, p. 64), informação irrelevante para o propósito, mas pode enfatizar ou du
representação é como "um processo ocorrendo na mente ele alguém, plicar inf ormações pertinentes (PESCI IL, 2002).
produzindo nesta mente algo distinto cio objeto a que se refere". A meta não é encontrar uma representação precisa, tnas cons
Alves (1998, p. 26) diz que "uma forma ele representação é um truir uma estrutura que apresente formas diferentes de representa
par, consistindo de uma notação e uma ontologia" (A ontologia é, ções com propósito específico de mudá-las de acordo com o proble
pois, uma intezprctação para a notação)". É, portanto fato que uma ma a ser resolvido e de acordo com as habilidades cognitivas do
forma ele representação pode ser útil para um indivíduo, porém., inútil usuário (PESCHL, 2002). A linguagem XML, como veremos, cm con
junto com o formato MARC 21, dá condições para a construção ele
uma estrutura adequada no contexto da Ciência da Informação, uma
O termo Metadados é comumente definido como "dados sobre dados a pari ir ele um vez que elevemos considerar as perspectivas ela área.
dicionário digital de dados". Em outras palavrns, metadado siio infonm1çõcs sobre
Alves (] 998, p. 27), afirm.:i que "o tratamento aclequac/o das
dados e tem como finalidade documentar e organizai·, de forma estrutur.ad,i, os da
dos com o oqjetivo ele evitar duplicação ele esforços e facilitai· a manutenção cios claclos. formas ele representação é subjetivista", todavia, é clara a necessidade
São um coqjunto ele dados referenciais metodologicamente estruturado e coclifirn ele uma avaliação elas formas ele representação disponíveis, visto que
clo, conforme padrões internacionais, para localizar, identificar e recuperar pontos uma forma de representação não satisfaz todos os desejos e necessi
informacionais ele documentos.
2 Ciência primeira é aquela que tem por objeto o oqjelo ele todas as outrns ciências, e
dades. Assim, identificar o que podemos chamar de mínimo aspecto
como principio o pri11cípio que condiciona a validade ele todas as oul ras. relevante cm uma forn1a de representação parece ser relevante. Nesse
ABBAGNAMO (1998, p.660). sentido, analisar a teoria das formas de representação como fundn-
96 Tecnologia e conteúdos informacionais A versão em XML do Marc 21 97
desenvolver ferramentas ele software que garantam a usabiliclacle de p.ira outro. O autor define forma de representação "como uma no
suas interfaces. l.1çiio, com uma inte1pretação para essa notação" (ALVES, 1998,
A análise da XML na Ciência da Informação como um estudo p.25), sendo notação uma representação ou marcação, por meio ele
do MARC 21 não está pautada na necessidade ele desenvolvimento :,;1111bolos, de alguma coisa.
de metaclados 1 ou métodos, mas na avaliação da representação des As formas de representações externas são aquelas produzidas
critiva clocumentária para a implementação efetiva de ferramentas pelos humanos fora da mente, tais como alfabetos, desenhos, fluxo
ele software com o objetivo ele garantir a otimização do processo de gramas, interfaces de computador, símbolos, notas musicais e ou
representação descritiva a partir da análise da versão do MARC 21 l ras. Peterson (1996) apresenta a idéia de que a aquisição de uma
em XML como uma opção de qualidade, como padrão de descrição forma de representação externa apropriada pode ser vantajosa e ainda
de acesso para o processo de intercâmbio de dados bibliográficos e facilitar a compreensão, resolução de problemas, cálculo e principal
catalográficos. A XML torna-se cada vez mais uma ferramenta in mente o crescimento de nosso conhecimento.
dispensável para a Ciência da Informação, cm especial, a partir de Quando nos envolvemos num processo de aprendizado ou so
uma reflexão sobre as teorias ele formas de representação. lução de um problema, diferentes formas de representação podem
auxiliar-nos nas dificuldades, visto que podem apresentar um obje
to ou conceito de diferentes pontos ele vista (CASA, 1997). Isso será
Fundamentação das formas de representação e
possível se obtivermos "estruturas capazes de representar somente a
catalogação
informação relevante em um determinado momento"(CASA, 1997),
Representar, elo ponto de vista etimológico, é tornar alguma coi sendo estrutura algo capaz de dar suporte informacional. Por isso,
sa presente novamente. Segundo Pierce (apud Marcondes, 2001), para a forma de representação não tem que conter ou mostrar toda as
a Semiótica, representar significa caracterizar um processo que envol informações sobre uma realidade, mas aquelas pertinentes parn a
ve um objeto ou algo que o represente, e o efeito é a sua representação realização da tarefa. Assim, urna representação pode omitir unia
na mente de um usuário. Ainda segundo Marcondes (2001, p. 64), informação irrelevante para o propósito, mas pode enfatizar ou du
representação é como "um processo ocorrendo na mente de alguém, plicar informações pertinentes (PESCHL, 2002).
produzindo nesta mente algo distinto do objeto a que se refere". A meta não é encontrar uma representação precisa, tTlélS cons
Alves (1998, p. 26) diz que "uma forma de representação é um truir uma estrutura que apresente formas diferentes ele representa
par, consistindo de uma notação e uma ontologia" (A ontologia é, ções com propósito específico de mudá-las de acordo com o proble
pois, uma interpretação para a notação)". É, portanto fato que uma ma a ser resolvido e de acordo com as habilidades cognitivas elo
forma de representação pode ser útil para um indivíduo, porém, inútil usuário (PESCHL, 2002). A linguagem XML, como veremos, cm con
junto com o formato MARC 21, dá condições para a construção de
uma estrutura adequada no contexto da Ciência da Informação, uma
O termo Metadados é comumente definido como "dados sobre dados a partir de u111 vez que devemos considerar as perspectivas da área.
dicionário digital de dados". Em outras palavras, metadado são inforrnações sobre
Alves (1998, p. 27), afirma que "o tratamento adequado das
dados e tem como finalidade documentar e organizar, de forma estruturada, os da
dos com o o�jetivo de evitar duplicação ele esforços e facilitar a manutenção dos dados. formas de representação é subjetivista", todavia, é clara a necessidade
São um coqjunto ele dados referenciais 111etodologic;i111ente est rnturado e codific;i de uma avaliação elas formas de representação disponíveis, visto que
do, conforme padrões internacionais, para localizar, identificar e reCLqJcrar pontos uma forma ele representação não satisfaz todos os desejos e necessi
informacionais de documentos.
2 Ciência primeirn é aquela que tem por objeto o objeto de todas as outras cií'ncias, e
dades. Assim, identificar o que podemos chamar ele mínimo aspecto
como principio o princípio que condiciona a valiclacle de todas as outras. relevante cm uma fonna de representação parece ser relevante. Nesse
ABBAGNAMO ( 1998, p.660). sentido, analisar a teoria das formas de representação como funda-
98 Tecnologia e conteúdos informacionais A versão em XML do Marc 21 99
mento teórico para verificar a utilidade de uma representação biblio Aspectos técnicos do MARC em sua versão tradicional
gráfica, numa determinada tarefa, se justifica para a avaliação elas Conhecer as origens técnicas do MARC é essencial para enten
aplicações práticas elos padrões de representações catalográficas e de dermos as afirmações feitas. Em sua forma original o MARC apre
modo especial, do formato ele intercâmbio de dados bibliográficos e senta-se de modo altamente estruturado nos padrões internacion.:tis
catalográficos MARC 21 em XML. e tem como similares os formatos Text Encoding Iniciative (TEl),
A tradicional forma de representação documentária, a ficha Cultural Heritage Sources and Objects (CIMI) e Enconded Archival
catalográfica, ilustra a utilização das teorias de formas de represen
Oescription (EAO). Já o formato MARC em XML apresenta-se como
tação. Um catálogo de fichas ele uma biblioteca é reconhecido pela
similar ao Dublin Core, planilha Internet Anonymous FTP Archive
característica de fornecer urna grande quantidade de informação em
(IAFA), Request For Comments (RFC1807), Sumrnary Objects
um pequeno espaço, devido a sua estrutura padronizada e flexível.
Interchange Format (SOIF) e Lightweight (LD!F), formatos
A dificuldade na substituição dessa forma de representação é perce
estruturados a partir de padrões emergentes, como por exemplo, a
bida pelos desenvolvedores de catálogos online, não no aspecto téc
XML. (DEMPSEY; HEERY, 1997).
nico, mas de aceitação de outras representações por parte dos profis
Faremos urna comparação entre os aspectos relevantes do
sionais ligados à área, entretanto, a ficha catalográfica como forrn.a
processo de desenvolvimento de um software na versão tradicional
de representação documentária é o resultado elo uso das tecnologias
e em XML. Para isso, duas formas de representação de um registro
disponíveis na época de seu desenvolvimento. Com o uso do compu
MARC 21 serão fornecidas, contendo ambas as informações que são
tador nos processos biblioteconômicos surgem novas estratégias ele
encontradas em uma ficha catalográfica convencional, Figura 1 :
desenvolvimento e representação catalográfica.
Entendemos que a relação entre a teoria sobre formas de repre
sentação e a catalogação é indiscutível. Uma forma ele representação GV943 Brcnner, Richard J., 1941-
provê a informação que é pertinente para a realização ele uma deter .25 Make the team. Socccr : a heads up guidc to super
minada tarefa devido à padronização, que na catalogação se obtém .874 soccer! / Richard J. Brcnner. -- 1st ed. -- Boston :
1990 Little, Brown, c 1990.
com o uso do Código de Catalogação Anglo-Americano, 2 ª . edição -
AACR2. Tais regras têm por objetivo facilitar a construção da repre 127 p. : ili. ; 19 cm.
sentação de documentos.
"A Sports illustrated for kids book."
Os estudos sobre formas ele representação podem oferecer sub Sumrnary: Instructions for improving socccr skills. Discusscs
sídios para a construção ele estruturas que tornem possível a apre c\ribbling, heading, playrnaking, defense, conditioning, mental
sentação das informações de acordo com o problema a ser resolvido altitude, how to handlc problcms with coaches, parents, and othcr
players, and the history of soccer.
e de acordo com as habilidades cognitivas do usuário. A versão do
MARC 21 em. XML constitui-se em um sistema que pode significar o ISBN 0316107514: $12.95
caminho para a interoperabilidade3 entre os sistemas disponíveis p.:tra
a representação documentária. 1. Soccer -- Juvenile literature. 2. Soccer. 1. Title: 1 Teads up
guide to super soccer. li. Title.
mento teórico para verificar a utilidade de uma representação biblio Aspectos técnicos do MARC em sua versão tradicional
gráfica, numa determinada tarefa, se justifica para a avaliação das Conhecer as origens técnicas do MARC é essencial para enten
aplicações práticas dos padrões de representações catalográficas e de dermos as afirmações feitas. Em sua forma original o MARC apre
modo especial, do formato de intercâmbio de dados bibliográficos e senta-se de modo altamente estruturado nos padrões internacionais
catalográficos MARC 21 em XML. e tem como similares os formatos Text Encoding Iniciative (TE!),
A tradicional forma de representação documentária, a ficha Cultural Heritage Sources and Objects (CIMI) e Enconded Archival
catalográfica, ilustra a utilização das teorias de formas de represen
Description (EAD). Já o formato MARC em XML apresenta-se como
tação. Um catálogo de fichas de uma biblioteca é reconhecido pela
similar ao Dublin Core, planilha Internet Anonymous FTP Archive
característica de fornecer uma grande quantidade de informação em
(IAFA), Request For Comments (RFCl 807), Summary Objects
um pequeno espaço, devido a sua estrutura padronizada e flexível.
Interchange Format (SOIF) e Lightweight (LDIF), formatos
A dificuldade na substituição dessa forma de representação é perce
estruturados a partir de padrões emergentes, como por exemplo, a
bida pelos desenvolvedores de catálogos online, não no aspecto téc
XML. (DEMPSEY; HEERY, 1997).
nico, mas de aceitação de outras representações por parte dos profis
Faremos urna comparação entre os aspectos relevantes do
sionais ligados à área, entretanto, a ficha catalográfica como forma
processo de desenvolvirn.ento de um software na versão tradicional
de representação docurnentária é o resultado do uso das tecnologiils
e em XML. Para isso, duas formas de representação de um registro
disponíveis na época de seu desenvolvimento. Com o uso do compu
MARC 21 serão fornecidas, contendo ambas as informações que são
tador nos processos biblioteconômicos surgem novas estratégias de
encontradas cm urna ficha catalográfica convencional, Figura 1 :
desenvolvimento e representação catalográfica.
Entendemos que a relação entre a teoria sobre formas de repre
sentação e a catalogação é indiscutível. Uma forma de represcntilç3o GV943 Brenner, Richard J., 1941-
provê a informação que é pertinente para a realização de urna deter .25 Make the team. Socccr : a heads up guidc to super
minada tarefa devido à padronização, que na catalogação se obtém .874 soccer! / Richard J. Brenner. -- 1 st cd. -- Boston:
1990 Little, Brown, e 1990.
com o uso do Código de Catalogação Anglo-Americano, 2ª. edição -
AACR2. Tais regras têm por objetivo facilitar a construção da repre 127 p. : ill. ; 19 cm.
sentação de documentos.
"A Sports illustratcd for kids book."
Os estudos sobre formas de representação podem oferecer sub Summary: lnstructions for improving socccr skills. Discusses
sídios para a construção de estruturas que tornem possível a apre dribbling, heading, playmaking, defense, conditioning, mental
sentação das informações de acordo com o problema a ser resolvido altitude, how to handle problems with coaches, parents, anel other
players, and the history of soccer.
e de acordo com as habilidades cognitivas do usuário. A versão do
MARC 21 e1n XML constitui-se cm um sistema que pode significar o ISBN 0316107514: $12.95
caminho para a interoperabilidade3 entre os sistemas disponíveis pura
a representação docurnentária. l . Soccer -- Juvenile literature. 2. Soccer. l. Title: l leads up
guide to super soccer. 11. Title.
Na Figura 2 o registro MARC 21 conforme é apresentado para No processo de importação do registro realizado pelo compu
o usuário do sistema. Apesar de eventualmente ocorrerem variações tador, os dados aparecem em outra forma de representação como
entre as interfaces, as informações apresentadas estarão presentes em demonstra a Figura 3:
qualquer sistema que importe registros no formato MARC 21:
Na Figura 2 o registro MARC 21 conforme é apresentado para No processo de importação do registro realizado pelo compu
o usuário do sistema. Apesar de eventualmente ocorrerem variações tador, os dados aparecem em outra forma de representação como
entre as interfaces, as informações apresentadas estarão presentes em. demonstra a Figura 3:
qualquer sistema que importe registros no formato MARC 21:
cio do registro, os quais têm tendo como ponto de partida o primeiro tem 41 caracteres, cada um com o seu significado, segundo a posi
caractere, após o final do diretório, que inicia cm zero (FURR!E, 2002). ção que ocupa na seqüência.
O diretório é finalizado por um caractere ASCII 1E16, que nes Analisando uma etiqueta com indicadores e subcampos temos,
te caso é o "', e termina no último conjunto de doze caracteres, por exemplo, a etiqueta 010 com 24 caracteres os quais compõem as
650001200763 "'. Os delimitadores são essenciais para que o informações que esta traz, iniciando no 82° caractere, a partir do fi
processamento seja feito corretamente, portanto, o programa terá nal elo diretório. Contando até oitenta e dois, a começar elo zero, e
que ser capaz de identificar os diversos delimitadores que podem surgir partindo elo final elo diretório, 650001200763 "' , sendo o "' igual a
ao longo ele um registro MARC 21, por exemplo, #, "', $, / e\ etc. zero, encontrar-se-ão as informações correspondentes à etiqueta 01 O,
A seguir uma tabela referente a Figura 3: a saber, "'##$a###89048230#/AC/r9·t, que tem 24 caracteres,
corrcsponclcnclo, o primeiro caractere ao dclim.itador, os dois poste
riores aos indicadores, que no caso significélm vazio, depois o
Etiqueta Tamanho Inicia em Etiqueta Tamanho Inicia em subcampo "a", identificado com seu delimitador,$a, que também tem
001 0020 00000 100 0032 00235 o seu significado, sendo o restante as informações correspondentes
003 0004 00020 245 0087 00267 ao subcampo "a" da etiqueta 010. O subcampo é precedido elo
005 0017 00024 246 0036 00354 caractere$.
008 0041 00041 250 0012 00390 Os exemplos apresentados elevem ser suficientes para perceber
010 0024 00082
como o progratna de computador deverá comportar-se. O signifi
260 0037 00402
cado das etiquetas, indicadores, subcampos e posições podem ser
020 0025 00106 300 0029 00439
encontrados cm MARC21(2002) ou Ferreira (2002), pois o o�jctivo
020 0044 00131 500 0042 00468
é m.ostrar como desenvolver um software que interprete e consiga
040 0018 00175 520 0220 00510 processar corretamente a representação elos dados bibliográficos
050 0024 00193 650 0033 00730 a partir elo formato MARC 21.
082 0018 00217 650 0012 00763 A qualidade da catalogação deve ser analisada cm dois aspec
tos. O primeiro é referente ao trabalho do catalogador que se resume
Tabela 1. Entendendo o diretório de um registro MARC 21.
na capacidade de usar corretamente o AACR2. Dias (1999, p. 2) afir
ma que o catalogador precisará "tomar decisões corretas diante elas
inúmeras dúvidas, surgidas no processo de catalogação" que geral
Após o termino do diretório, iniciam-se os dados referentes a mente são ligadas "à descrição do registro bibliográfico à luz elo
cada etiqueta que estarão na mesma ordem em que as etiquetas fo AACR2" (DIAS, 1999, p. 34). O autor afirma ainda que a cataloga
ram apresentadas no diretório e, neste caso, sem a necessidade de ção não pode ser realizada sem o formato MARC, pois podemos criar
indicar novamente a etiqueta, visto que os dados correspondem às catálogos particulares sem possibilidade de intercâmbio automatizado.
mesmas. Por exemplo, a tabela informa que a etiqueta 008 tem 41 O segundo aspecto baseia-se na verificação elo módulo ele cata
caracteres os quais compõem as informações que esta traz, inician logação do software adotado comprovando sua capaciclaclc, ou nâo,
do coincidenternente no 41° caractere, a partir do final elo diretório. ele fazer uma validação dos dados contidos cm um registro MARC 21,
Contando-se até quarenta e um, a começar do zero, e partindo-se do verificando, entre outras coisas, se as etiquetas, posições, indicado
final do diretório, 650001200763 "' , sendo o "' igual a zero, encon res e subcampos apresentados existem no formato e estão sendo
trar-se-ão as informações correspondentes à etiqueta 008, a saber, usadas corretamente. Apesar de parecer óbvio, a capacidade de vali
"'891101s1990####m.aua###j######OOO#O#eng##, que dação não é oferecida em muitos softwares disponíveis no mercado.
1
102 Tecnologia e conteúdos informacionais A versão em XML do Marc 21 103
cio do registro, os quais têm tendo como ponto de partida o primeiro tem 41 caracteres, cada um com o seu significado, segundo a posi
caractere, após o final do diretório, que inicia em zero (FURRIE, 2002). ç5o que ocupa na seqüência.
O diretório é finalizado por um caractere ASCII 1E 16, q uc nes Analisando uma etiqueta com indicadores e subcampos temos,
te caso é o "', e termina no último co1�unto de doze caracteres, por exemplo, a etiqueta 01 O com 24 caracteres os quais compõem as
650001200763 "' . Os delimitadores são essenciais para que o informações que esta traz, iniciando no 82° caractere, a partir elo fi
processamento seja feito corretamente, portanto, o programa terá nal do diretório. Contando até oitenta e dois, a começar do zero, e
que ser capaz de identificar os diversos delimitadores que podem surgir partindo do final do diretório, 650001200763 "', sendo o " igual a
ao longo de um registro MARC 21, por exemplo, #, "', $,/e\ etc. zero, encontrar-se-no as informações correspondentes à etiqueta 01 O,
A seguir uma tabela referente a Figura 3: a saber, "##$a###89048230#/AC/r91, que tem 24 caracteres,
correspondendo, o primeiro caractere ao delimitador, os dois poste
riores aos indicadores, que no caso significam vazio, depois o
Etiqueta Tamanho Inicia em Etiqueta Tamanho Inicia em subcampo "a", identificado com seu delimitador, $a, que também tem.
001 0020 00000 100 0032 00235 o seu significado, sendo o restante as informações correspondentes
003 0004 00020 245 0087 00267 ao subcampo "a" ela etiqueta 010. O subcampo é precedido do
005 0017 00024 246 0036 00354 caractere $.
008 0041 00041 250 0012 00390 Os exemplos apresentados devem ser suficientes para perceber
010 0024 00082 260
como o programa de computador deverá comportar-se. O signifi
0037 00402
cado elas etiquetas, indicadores, subcampos e posições podem ser
020 0025 00106 300 0029 00439
encontrados em. MARC21(2002) ou Ferreira (2002), pois o ol�jetivo
020 0044 00131 500 0042 00468
é mostrar como desenvolver um software que interprete e consiga
040 0018 00175 520 0220 00510 processar corretamente a representação dos dados bibliográficos
050 0024 00193 650 0033 00730 a partir do formato MARC 21.
082 0018 00217 650 0012 00763 A qualidade da catalogação deve ser analisada em dois aspec
tos. O primeiro é referente ao trabalho do catalogador que se resume
Tabela 1. Entendendo o diretório de um registro MARC 21.
na capacidade de usar corretamente o AACR2. Dias (1999, p. 2) afir
ma que o catalogador precisará "tomar decisões corretas diélntc das
inúmeras dúvidas, surgidas no processo de catalogação" que geral
Após o termino do diretório, iniciam-se os dados referentes a mente são ligadas "à descrição do registro bibliográfico à luz elo
cada etiqueta que estarão na mesma ordem em que as etiquetas fo AACR2" (DIAS, 1999, p. 34). O autor afirma ainda que a cataloga
ram apresentadas no diretório e, neste caso, sem a necessidade de ção não pode ser realizada sem o formato MARC, pois podemos criar
indicar novamente a etiqueta, visto que os dados correspondem às catálogos particulares sem possibilidade ele intercâmbio automatizado.
mesmas. Por exemplo, a tabela informa que a etiqueta 008 tem 41 O segundo aspecto baseia-se na verificação do módulo ele cata
caracteres os quais compõem as informações que esta traz, inician logação do software adotado comprovando sua capacidade, ou n3o,
do coincidentcmente no 41° caractere, a partir do final do diretório. ele fazer uma validação elos dados contidos em um registro MARC 21,
Contando-se até quarenta e um, a começar do zero, e partindo-se do verificando, entre outras coisas, se as etiquetas, posições, indicado
final do diretório, 650001200763 "' , sendo o "' igual a zero, encon res e subcampos apresentados existem no formato e estão sendo
trar-se-ão as informações correspondentes à etiqueta 008, a saber, usadas corretamente. Apesar de parecer óbvio, a capacidade de vali
"'8 91101s1990####maua###j######OOO#O#eng##, que dação não é oferecida em muitos softwares disponíveis no mercado.
1 (M Jccnologia e conteúdos informacionais A vcrslio cm )CML do Marc 2 7 105
visualizados corretamente no navegador. O XSL pode ser usado tam <?xml version="l.0" encoding="UTF-8" ?>
bém para fazer buscas específicas num arquivo XML apresentando e
<collection xmlns="http://www.loc.gov/MARC21">
relacionando as diversas formas de representação da informação con
<record type="Bibliographic">
tida em um arquivo XML. <leader>01329cam 2200313 a 4500 < /leader>
Tendo essas tecnologias à disposição e a experiência acumu < controlfield tag="001">3873627 </controlfield>
lada desde 1960 no desenvolvimento elo formato de intercômbio de
dados bibliográficos e catalográficos, os escritórios da LC mantêm <datafield tag="050' indl="O' ind2="0'>
atualmente o projeto MARC 21 cm XML (MARC2 l-XML, 2002). Esta <subfield code="a">GV943.25</subfield>
estrutura é ílexívcl e extensível para permitir que os usuários traba <subfield code="b">.B74 1990 </subfield>
</datafield>
lhem com dados do MARC de acordo com as suas necessidades. O
projeto contém muitos componentes tais como estrutura de dados, <datafield tag="lOO" indl="l" ind2="">
listas de estilos ele apresentação de dados e ferramentas cio software <subfield code="a">Brenner, Richard J. ,</
desenvolvidas e mantidas pela LC. subfield>
A estrutura cio MARC 21 cm XML suporta todos os dados co <subfield code="d">1941- < /subfield>
visualizados corretamente no navegador. O XSL pode ser usado tarn. <?xml version="l.0' encoding="UTF-8" ?>
bém para fazer buscas específicas num arquivo XML apresentando e
relacionando as diversas formas de representação da informação con <collection xmlns="http://www.loc.gov/MARC2l">
< record type="Bibliographic">
tida em um arquivo XML.
<leader>01329cam 2200313 a 4500 </leader>
Tendo essas tecnologias à disposição e a experiência acumu <controlfield tag="001'>3873627 < /controlfield>
lada desde 1960 no desenvolvimento elo formato ele intercâmbio ele
dados bibliográficos e catalográficos, os escritórios da LC mantêm. <datafield tag="050' indl="O' ind2="0">
atualrnente o projeto MARC 21 em XML (MARC21-XML, 2002). Esta <subfield code="a">GV943.25</subfield>
< subfield code="b">.B74 1990 < /subfield>
estrutura é flexível e extensível para permitir que os usuários traba
< /datafield>
lhem com dados cio MARC de acordo com as suas necessidades. O
projeto contém rn.uitos componentes tais como estrutura de dados, <datafield tag="100' indl="l' ind2="">
listas de estilos de apresentação de dados e ferramentas do software <subfield code="a">Brenner, Richard J. , </
desenvolvidas e mantidas pela LC. subfield>
A estrutura do MARC 21 em XML suporta todos os dados co < subfield code="d">1941- < /subfield>
Quanto à apresentação dos dados, destaca-se que uma vez con </subfield>
< /datafield>
vertido o registro MARC em XML, sua apresentação é possível a par
tir da criação ele um stylesheet, ou listas ele estilos de XML, para se < datafield tag="650' indl="" ind2="0'>
lecionar os elementos cio MARC, que serão apresentados, e para aplicar <subfield code="a">Soccer</subfield>
a marcação apropriada. Stylesheet são listas de apresentação ou <subfield code="x">Juvenile literature.
modelos ele apresentação predefinidos em uma linguagem, tal como < /subfield>
ocorre em razão da principal particularidade da XML que é a criação em prática a utilização da versão em XML do MARC 21, para favo
de tags de acordo com a necessidade, que no caso do formato é: recer a socialização das informações disponíveis.
• <collection> : Início do registro, com informações sobre a coleção
de documentos; Conclusão
• <record> : Informa o tipo de registro que será apresentado, livro,
mapa, etc.; Destacamos a iniciativa da biblioteca do congresso americano,
• <lcader> : O Líder do registro MARC 21; LC, por primeiramente desenvolver o principal formato de intercBmbio
ele dados bibliográficos e catalográficos efetivamente utilizado no
• <controlficld>: Informações das etiquetas OOX, por exemplo, 006
mundo. E por demonstrar estar atenta e apresentar uma versão que
e 008;
utiliza um promissor método ele prover a interoperabilidade entre
• <dataficld> : Informações das etiquetas, que utilizam subc.:m1pos,
sistemas, a XML.
por exemplo, 245;
Isso acaba criando uma nova necessidade nos sistemas
• <subficld> : Os subcampos.
gerenciadores ele bibliotecas, pois atualmente estes sistemas est5o
preparados para fazer a importação e exportação de registros biblio
Notemos que a própria forma de representação de um registro
gráficos e catalográficos usando o forrnato tradicional MARC 21;
MARCXML é a mais simples. Para o analista de sistemas desenvolver
contudo, a utilização da XML exige que os sistemas passem a
um programa que contemple a importação dados neste formato,
disponibilizar a opção de realizar o intercâmbio de dados a partir desta
quatro aspectos relevantes devem ser considerados:
linguagem. À medida que os sistemas gerenciadores de bibliotecas
• A linguagem XML já é ele conhecimento dos programadores de
passarem a disponibilizar opção de importar um registro MARC 21
computadores;
a partir de um arquivo XML, segundo os padrões da LC, e as insti
• As ferramentas existentes à disposição dos programadores ele com tuições passarern a usá-lo, acreditamos na tendência ele desapareci
putador já trazem recursos que facilitam a recuperação dos valo mento cio formato tradicional de 1960.
res correspondentes às tags elas etiquetas, posições, indicadores, Acredita-se, ainda, que atualmente a maioria dos softwares para
subcampos, etc., através ela utilização do DOM; bibliotecas não disponibilizam uma ferramenta ele intercâmbio de
• A estrutura da XML provê um meio de validação cios dados atra dados bibliográficos e catalográficos pelo desconhecimento cio for
vés do DTD; mato MARC 21 pelos programadores, e pela complexidade exigida
• Um registro bibliográfico MARC 21 no formato XML possibilita para o desenvolvimento da versão tradicional. Com a versão cm XML
diversas formas de representação para o mesmo conteúdo do MARC 21, o desenvolvimento fica indiscutivelmente mais sirn
informacional, através da XSL. ples para um programador ele computador. Por outro lado, tornar
conhecida a importância do MARC 21 para a biblioteconomia deve
Enquanto ocorrem várias discussões sobre a marcação npro ser uma responsabilidade ela área na formação de seus sujeitos
priacla para a informação bibliográfica na Web, Johnson (2001) afir institucionais.
ma que o formato MARC 21 continuará a ser útil principalmente A dificuldade técnica para desenvolver um software que im
com o esforço para o desenvolvimento ele uma conversão para XML. porte os dados de um registro MARC 21 é a mesma para exportação.
O formato MARC será relevante no futuro, e seu uso será explorado Com o MAR.C 21 cm XML a facilidade de produzir um software para
na web para acesso à informação bibliográfica e catalográfica, mas exportar é indiscutivelmente simples, não sendo possível estabelecer
apesar de um começo promissor, pesquisas são necessárias no que parâmetros ele comparação com a versão tradicional. Como a lin
diz respeito a softwares eficientes e capazes ele efetivamente colocar guagem de marcação XML já foi incorporada pela Ciência ela Com-
108 Tecnologia e conteúdos informacionais A versão em XML do Marc 21 109
ocorre em razão da principal particularidade da XML que é a crinção prática a utilização da versão em XML do MARC 21, para favo
l'lll
de tags de acordo com a necessidade, que no caso do formato é: recer a socialização das informações disponíveis.
• <collection> : Início do registro, com informações sobre a coleção
de documentos; Conclusão
• <record> : Informa o tipo de registro que será apresentado, livro,
mapa, etc.; Destacamos a iniciativa da biblioteca do congresso americano,
• <leader> : O Líder do registro MARC 21; LC, por primeiramente desenvolver o principal formnto ele intercâmbio
• <controlfidd> : Informações das etiquetas OOX, por exemplo, 006 de dados bibliográficos e catalográficos efetivamente utilizado no
e 008; mundo. E por demonstrar estar atenta e apresentar uma versão que
utiliza um promissor método ele prover a interoperabilidade entre
• <dataficld> : Informações das etiquetas, que utilizam subcnmpos,
sistemas, a XML.
por exemplo, 245;
Isso acaba criando uma nova necessidade nos sistemas
• <subficld> : Os subcan1pos.
gerenciadores de bibliotecas, pois atualmente estes sistemas estão
preparados para fazer a irn.portação e exportação de registros biblio
Notemos que n própria forma de representação de um registro
gráficos e catalográficos usando o formato tradicional MARC 21;
MARCXML é a mais simples. Para o analista de sistemas desenvolver
contudo, a utilização da XML exige que os sistemas passem a
um programa que contemple a importação dados neste formnto,
disponibilizar a opção de realizar o intercâmbio de dados a partir desta
quatro aspectos relevantes devem ser considerados:
linguagem. À medida que os sistemas gerenciadores ele bibliotecas
• A linguagem XML já é de conhecimento dos programadores de
passarem a disponibilizar opção de importar um registro MARC 21
com.putadores;
a partir de um arquivo XML, segundo os padrões ela LC, e ns insti
• As ferramentas existentes à disposição dos programadores de com
tuições passnrem a usá-lo, acreditamos na tendência ele desnpnrcci
putador já trazem recursos que facilitam a recuperação dos vnlo mento do formato tradicional de 1960.
res correspondentes às tags das etiquetas, posições, indicadores, Acredita-se, ainda, que atualmente a maioria dos softwnres para
subcarn.pos, etc., através da utilização do DOM; bibliotecas não disponibilizam uma ferramenta de intercâmbio de
• A estrutura da XML provê um meio de validação dos dados atra dados bibliográficos e catalográficos pelo desconhecimento do for
vés do DTD; mato MARC 21 pelos programadores, e pela complexidade exigida
• Um registro bibliográfico MARC 21 no formato XML possibilita para o desenvolvimento da versão tradicional. Com a versão em XML
diversas formas de representação para o mesmo conteúdo do MARC 21, o desenvolvimento fica indiscutivelmente mais sim
informacional, através da XSL. ples para um programador de computador. Por outro lado, tornar
conhecida a importância do MARC 21 para a biblioteconomia deve
Enquanto ocorrem várias discussões sobre a marcação apro ser uma responsabilidade da área na formação de seus sujeitos
priada para a informação bibliográfica na Web, Johnson (2001) afir institucionais.
rnn que o formato MARC 21 continuará a ser útil principalmente A dificuldade técnica para desenvolver um software que im
com o esforço para o desenvolvimento de uma conversão para XML. porte os dados de um registro MARC 21 é a mesma para exportação.
O formato MARC será relevante no futuro, e seu uso será explorado Com o MARC 21 cm XML a facilidade de produzir um software para
na web para acesso à informação bibliográfica e catalográfica, mas exportar é indiscutivelmente simples, não sendo possível estabelecer
apesar de um começo promissor, pesquisas são necessárias no que parâmetros de comparação com a versão tradicional. Como a lin
diz respeito a softwares eficientes e capazes de efetivamente colocar guagem de marcação XML já foi incorporada pela Ciência da Com-
11 O Tecnologia e conteúdos informacionais A versão cm XML cio Marc 21 111
putação, os principais sistemas gerenciadores de banco de dados, DIAS, M. do R. 1. Calalogaçc'io e qualidade: breve estudo. Marík1: UNESP/CGB,
1999. 53 p.
SGBD's, disponíveis no mercado, por exemplo, Oracle, Il3M DB2 e
FERREIRA, M. M. MARC 21 - Formato Condensado para Dados BibliogrMicos.
MS-SQL Server, contam com a particularidade de, a partir ela base
Tradução e adaptação ele MARC 21: Concise for Bibliographic Dat;i d,1 Nctwork
armazenada, criar um arquivo XML. Isso na prática substitui a ne
Devclopment anel Marc Standards Office - Library of Congress - USA - 2. cd.
cessidade de desenvolver um software para exportar os dados. Marília : Uncsp-Marília-Publicações, 2002, 247 p. vl.
Conclui-se que a XML se apresenta como uma importante fer FURGERI, Scrgio. Busincss lo Business: Aprenda a dcsrnvolvcr aplicnçõcs. São
ramenta no desenvolvimento de formas de representação descritiva Paulo: Érica, 200"1, 243p.
para a Ciência da Informação, que influenciará na construção, co FURRIE, 8. Undcrsla11ding MARC Bibliograp/Jic: Machinc-Rcaclablc Cataloging.
municação e uso da informação, auxiliando até mesmo na concep Disponível cm <htlp://www.loc.gov/marc/umb/> Acesso cm ·15 out. 2002.
ção de produtos e sistemas que permitam o tratamento adequado HOLIAISS, A.; VILL.AR, M. S. Dicionário /-louaiss da Língua Portuguesa/ /\ntônio
das propriedades da informaç5o. Em sua versão XML, o MARC 21 1-louaiss e Mauro de Sallcs Villar, elaborado no lnstitulo Antônio l louaiss de Le
continuará exercendo um papel determinante na catalogaç5o. Fina xicografia e Banco de dados da Língua Portuguesa S/C Llcla. - Rio ele Jrn1eiro :
lizando, parece claro que os problemas vivenciados nos processos de Objetiva, 200·1, 2925 p.
catalogação, de recuperação e de disseminação da informação não JOI INSON, B. C. XML anel Mf\RC: Which is "Right"? Calaloging & Classificalion
Quartcrly. Published l.Jy The 1-laworth lnformalion Prcss. v. 32, 11. ·1 , 200·1.
estão relacionados à ausência de teorias, métodos ou mctaclados, e
sim à ausência de produtos informacionais adequados que englobem MARC2l. MARC Standards. Disponível cm <http://www.loc.gov/marc/> Acesso
cm 22 jan. 2002.
as iniciativas.
MARC2"1-XML. MARC in XML. Disponível em
Nesse sentido, o trabalho em conjunto da Ciência ela Informa
<http://www.loc.gov/marc/111,ircx111l.hlml> Acesso rn1 "1 2jul. 2002.
ção com a Ciência ela Computação será decisivo para a mudança des
MARCONDES, C. H. Representação e economia da informação. Cj_ /11{, j;m./abr
ta realidade e para a ampliação ele opções de representação ele itens
2001, vol.30, n.l, p.61-70.
documentários que atuem como canal ele comunicação entre os do Disponível cm <htlp://www.scielo.br/sciclo.php?script=sci_arllcxk'i, pid=S(YI OO
cumentos e seus usuários reais e potenciais. l965200l000H)0008&1ng=pt&nrm =iso> Acesso cm 11 scl. 2002.
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Gonzáles Jct. ai.! 2. ccl. rev. e ampl. Marília : Faculdade de Filosofia e Ciências, 240195/24019506.pclf> Acesso em 16 mai. 2002.
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<www.ukocn.ac. uk/mctadata/desire/overvicw> Acesso em 27 jun. 2003.
11O Tecnologia e conteúdos informacionais A versão em XML do Marc 2 1 111
putação, os principais sistemas gerenciadores de banco de dados, PIAS, M. do R. 1. Catalogação e qualidade: b1-cvc estudo. Marík1: UNESP/CGB,
1999. 53 p.
SGBD's, disponíveis no mercado, por exemplo, Oracle, IBM DB2 e
FERREIRA, M. M. MARC 21 - Formato Condensado para Dados GibliogrMicos.
MS-SQL Server, contam com a particularidade de, a partir da base
Tradução e adaptação de MARC 21: Concise for Bibliographic Dalil da Network
armazenada, criar um arquivo XML. Isso na prática substitui a ne
Dcvcloprncnt anel Marc Standards Office - Library of Congress - LISA - 2. cd.
cessidade de desenvolver um software para exportar os dados. Marília : Unesp-Marília-Publicações, 2002, 247 p. v·1.
Conclui-se que a XML se apresenta como uma import.:mte fer FURGERI, Sergio. Busincss lo Busincss: Aprrnda a desenvolver aplirnçõcs. São
ramenta no desenvolvimento ele formas de representação descritiva Paulo: Érica, 2001, 243p.
para a Ciência ela Informação, que influenciará na construção, co FURRIE, B. Undcrsta11di11g MARC Bibliographic: Machinc-Readable Calaloging.
municação e uso da informação, auxiliando até mesmo na concep Disponível em <http://www.loc.gov/marc/umb/> Acesso cm ·15 011t. 2002.
ção ele produtos e sistemas que permitam o tratamento adequado l lOUAISS, A.; VILLAR, /vi. 5. Dicionário f-/ouaiss ela Língua Portuguesa/ Antônio
elas propriedades da informação. Em sua versão XML, o MARC 21 Houaiss e Mauro de Sallcs Villar, elaborado no Instituto Antônio l louaiss ele Le
continuará exercendo um papel determinante na catalogaç5o. Fina xicografia e Banco de dados da Língua Porl ugucsa 5/C Llda. - Rio de J<111eiro
lizando, parece claro que os problemas vivenciados nos processos de Objcl iva, 200·1, 2925 p.
catalogação, de recuperação e de disseminação da informação n5o JOHNSON, B. C. XML anel MARC: Which is "Right"? Calaloging & Classificalion
Quartcrly. Publishccl by The I-laworth lnfornrntion Prcss. v. 32, 11. 1, 200·1.
estão relacionados à ausência de teorias, métodos ou metaclados, e
sim à ausência de produtos informacionais adequados que englobem MARC21. MARC Standards. Disponível em <http://www.loc.gov/marc/> /\cesso
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<http://www.loc.gov/marc/n1arcxml.l1l111I> Acesso c1n 12jul. 2002.
ção com a Ciência da Computação será decisivo para a rnudança des
MARCONDES, C. I-1. Representação e economia ela informação. Ci. /11(, jan./ilbr.
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Gonzáles lct. al.] 2. ccl. rev. e arnpl. Marília : Faculelacle ele Filosofia e Ciências, 240195/24019506.pdf> Acesso em 16 mai. 2002.
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DEMPSEY, L. 1-IEERY, R. A rcvicw of metadata: a survery of current rcsoLll"Ce
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<www.ukocn.ac. uk/mctaclata/clesire/overvicw> Acesso em 27 jun. 2003.
Capítulo 7
MARC 2 1 e XML como ferramentas
para a consolidação da catalogação
cooperativa automatizada
Uma revisão de literatura
Introdução
A Catalogação Cooperativa Automatizada, que hoje nos possi
bilita a cooperação e o compartilhamento de informações
catalográficas e bibliográficas entre diversas instituições no ambien
te automatizado, somente se tornou possível com a criação e adoção
do Machine Readable Cataloging - MARC, um Formato de lntercâm
bio desenvolvido e testado pela Library of Congress - LC (Biblioteca
do Congresso Norte Americano), na década de 1960.
Devido aos avanços das tecnologias em informação, do cres
cente uso da Internet e dos bancos de dados, houve a necessidade da
criação de ferramentas que otimizassem cada vez mais as atividades
de organização, recuperação e intercâmbio de informações. Segundo
Marcondes (2001, p. 61), "de nada adianta a informação existir, se
quem dela necessita não sabe da sua existência, ou se eb não puder
ser encontrada".
Carvalho já cm 1990 alertava:
Introdução
A Catalogação Cooperativa Automatizada, que hoje nos possi
bilita a cooperação e o compartilhamento de i nformações
catalográficas e bibliográficas entre diversas instituições no ambien
te automatizado, somente se tornou possível com a criação e adoção
do Machinc Rcadable Cataloging - MARC, um Forniato de Intercâm
bio desenvolvido e testado pela Library of Congress - LC (Biblioteca
do Congresso Norte Americano), na década ele 1960.
Devido aos avanços das tecnologias em informação, do cres
cente uso ela Internet e dos bancos ele dados, houve a necessidade da
criação de ferramentas que otimizassem cada vez mais as atividades
de organização, recuperação e intercâmbio de informações. Segundo
Marcondes (2001, p. 61), "de nada adianta a informação existir, se
quem dela necessita não sabe da sua existência, ou se ela não puder
ser encontrada".
Carvalho já em 1990 alertava:
Dessa forma, novos formatos de intercâmbio e novas lingua dimentos envolvidos no processo da Catalogação Cooperativa
gens surgem. A eXtensible Markup Languagc - XML é um desses Automatizat.!a, do intercâmbio e do compartilhamento de dados
desenvolvimentos que tem como propósito facilitar o gerenciamento, bibliográficos e catalográficos.
armazenamento e transmissão de dados, via Internet. Portanto, este é um tema atual e necessário para a área da
Portanto, para uma Unidade de lnformaçâo tornar-se útil é biblioteconomia no que diz respeito à avaliação das formas de re
priinordial que ela esteja conectada ao mundo globalizado, para assim presentação para o tratamento adequado das informações
recuperar, armazenar, representar e disseminar as informações registradas.
atualizadas e necessárias ao usuário, independente de seu suporte
informacional. Sendo assim, as ferramentas das novas tecnologias Catalogação cooperativa
são as portas de entrada para essa realidade.
A revisão de literatura é uma das metodologias de que os cien A necessidade que o homem tem de ordenar e padronizar o
tistas necessitam e se utilizam hoje para identificar, conhecer e ncom mundo a sua volta, remonta a tempos antigos. Para se ter uma idéia,
panhar o desenvolvimento de pesquisas cm suas áreas de atuação, uma das listas de livros mais antiga de que se tem conhecimento data
pois a gama de informações existente hoje e a sua dispersão física de 2000 antes de Cristo. A catalogação é uma das formas encontra
dificultam cada vez mais este acompanhamento, tanto pela impos das para organizar e ao mesmo tempo recuperar o conhecimento
sibilidade de acessar tudo o que existe e controlar toda a bibliografia, produzido.
com.o também pela limitação humana de absorver todn a informaçiio A catalogação consiste em representar itens documentários
relevante e disponível. As autoras Noronha e Ferreira (2000, p.19 7) de forma clara, sucinta e padronizada, individualizando-os e tor
comentam. com muita pertinência: nando-os acessíveis por várias formas de acesso para que o usuá
rio possa recuperá-lo com rapidez e objetividade. A catalogação
[ ... ] os trabalhos de revisão, contribuem para o desenvolvimento tem por objetivo a recuperação ela informação, isto é, dizer onde
do conhecimento científico, principalmente porque comparam está o documento.
informação de fontes diferentes; compactam o conhecimento Entende-se por item documentário qualquer objeto passível ele
existente; identificam especializações emergentes; direcionmn ser catalogado como, livros, CDs, fotos, partituras, documentos ele
pesquisas para novas áreas; notificam os pesquisadores perio trônicos, obras de arte e outros.
dicamente sobre a literatura publicada em dada época; promo Os bibliotecários elaboram representações desses itens, de for
vem um serviço de alerta para campos correlatos; dão suporte ma a simplificar a busca e recuperação. Essas representações abran
à busca bibliográfica, constituindo-se cm fonte inicial básica gem tanto o aspecto físico dos itens como seu conteúdo. Através dessas
para a elaboração de projetos de pesquisa; auxiliam indireta representações criam-se diversos instrumentos como bibliografias,
mente o ensino, dando suporte a trabalhos acadêmicos e, fi catálogos, boletins de serviço de alerta, entre outros (MEY, 1995).
nalmente, oferecem um feedback através da avaliação do tra Representar tem o mesmo significado ele descrever, ou seja, ser
balho publicado. a imagem ou a reprodução de algo, fazer a descrição fiel de um. obje
to ou um item documentário, tornando-o único e presente nova
Pode-se perceber a necessidade de estudos como esse na área da mente. Segundo Marcondcs (2001, p.64), "Etimologicamente, repre
biblioteconomia, inclusive para que o profissional bibliotecário tenha sentar significa fazer alguma coisa presente novamente".
mais conhecimento, domínio e utilize as atuais ferramentas de tra
balho, os computadores, formatos de intercâmbio bibliográfico e O fato de que o Homem pode manipular signos (símbolos que
catalográfico, linguagens de marcação, protocolos e outros proce- se referem a fenômenos naturais) na ausência dos próprios
M
114 Tecnologia e conteúdos informacionais Marc 21 e XL 115
Dessa forma, novos formatos de intercâmbio e novas lingua dimcntos envolvidos no processo da Catalogação Cooperativa
gens surgem. A eXtensiblc Markup Language - XML é um desses Automatizada, cio intercâmbio e do compartilhamento de dados
desenvolvimentos que tem como propósito facilitar o gerenciamento, bibliográficos e catalográficos.
armazenamento e transmissão de dados, via Internet. Portanto, este é um tema atual e necessário para a área da
Portanto, para uma Unidade de Informaçâo tornar-se útil é biblioteconomia no que diz respeito à avaliação das formas de re
primordial que ela esteja conectada ao mundo globalizado, para assim presentação para o tratamento adequado das informações
recuperar, armazenar, representar e disseminar as informações registradas.
atualizadas e necessárias ao usuário, independente de seu suporte
informacional. Sendo assim, as ferramentas das novas tecnologias Catalogação cooperativa
são as portas de entrada para essa realidade.
A revisão de literatura é uma das metodologias de que os cien A necessidade que o homem tem de ordenar e padronizar o
tistas necessitam e se utilizam hoje para identificar, conhecer e acom mundo a sua volta, remonta a tempos antigos. Para se ter uma idéia,
panhar o desenvolvimento de pesquisas cm suas áreas de atuação, uma das listas de livros mais antiga de que se tem conhecimento data
pois a gama de informações existente hoje e a sua dispersão física de 2000 antes de Cristo. A catalogação é uma das formélS encontra
dificultam cada vez mais este acompanhamento, tanto pela impos das para organizar e ao mesmo tempo recuperar o conhecimento
sibilidade de acessar tudo o que existe e controlar toda a bibliografia, produzido.
como também pela limitação humana de absorver toda a informação A catalogação consiste em representar itens documentários
relevante e disponível. As autoras Noronha e Ferreira (2000, p.197) de forma clara, sucinta e padronizada, individuéllizando-os e tor
comentam com muita pertinência: nando-os acessíveis por várias formas de acesso para que o usuá
rio possa recuperá-lo com rapidez e objetividade. A catalogação
[ ... ] os trabalhos de revisão, contribuem para o desenvolvimento tem por objetivo a recuperação da informação, isto é, dizer onde
do conhecimento científico, principalmente porque comparan1 está o documento.
informação de fontes diferentes; compactam o conhecirnento Entende-se por item documentário qualquer objeto passível de
existente; identificam especializações emergentes; direcionmn ser catalogado como, livros, CDs, fotos, partituras, documentos ele
pesquisas para novas áreas; notificam os pesquisadores perio trônicos, obras de arte e outros.
dicamente sobre a literatura publicada cm dada época; promo Os bibliotecários elaboram representações desses itens, de for
vem um serviço de alerta para campos correlatos; dâo suporte ma a simplificar a busca e recuperação. Essas representações abran
à busca bibliográfica, constituindo-se em fonte inicial básica gem. tanto o aspecto físico dos itens como seu conteúdo. Através dessas
para a elaboração de projetos de pesquisa; auxiliam indireta representações criam-se diversos instrumentos como bibliografias,
mente o ensino, dando suporte a trabalhos acadêmicos e, fi catálogos, boletins de serviço de alerta, entre outros (MEY, 1995).
nalmente, oferecem um feedback através ela avaliação do tra Representar tem o mesmo significado de descrever, ou seja, ser
balho publicado. a imagem ou a reprodução de algo, fazer a descrição fiel de um obje
to ou um item documentário, tornando-o único e presente nova
Pode-se perceber a necessidade de estudos como esse na área da mente. Segundo Marcondes (2001, p.64), "Etim.ologiCélmcnte, repre
biblioteconomia, inclusive para que o profissional bibliotecário tenha sentar significa fazer alguma coisa presente novamente".
mais conhecimento, domínio e utilize as atuais ferramentas de tra
balho, os computadores, formatos de intercâmbio bibliográfico e O fato de que o Homem pode manipular signos (símbolos que
catalográfico, linguagens de marcação, protocolos e outros procc- se referem a fenômenos naturais) na ausência dos próprios
116 Tecnologia e conteúdos informacionais Marc 21 e XML 11 7
fenômenos constitui uma diferença vital nas características dos Representação do item
aninrnis (FOSKETf, 1980, p. 24). documentário
esta atividade mental e cognitiva foi mais útil ao homem cm Tem por objetivo disseminar Tem por objetivo recuperar
documentos e informações documentos e informações
sua sobrevivência que seus atributos de força física. No ama
Bibliografia Níveis
nhecer da humanidade, elas jogaram um papel fundamental 112 Inclui o mínimo de informações
Analítica - Traz o resumo da obra 212 Um nível médio de informações
na sobrevivência do homem. Sinalética - Não traz esta análise 312 Inclui o máximo de informações
fenômenos constitui uma diferença vital nas características dos Representação do item
documentário
animais (FOSKETT, 1980, p. 24).
esta atividade mental e cognitiva foi mais útil ao homem cm Tem por objetivo disseminar
documentos e informações
Tem por objetivo recuperar
documentos e infonnações
sua sobrevivência que seus atributos de força física. No ama
Bibliografia Níveis
nhecer da humanidade, elas jogaram um papel fundamental 111 Inclui o mínimo de informações
Analítica - Traz o resumo da obra 2º Um nível médio de informações
na sobrevivência do homem. Sinalética - Não traz esta análise 311 Inclui o máximo de informações
que são: "ajuda mútua; responsabilidade; democracia; igualdade; equi Devido à explosão de publicações científicas após a Segunda
dade; solidariedade; honestidade; transparência; responsabilidade so Cuerra Mundial, buscava-se um meio de controlar, registrar e arma
cial e preocupação pelo seu semelhante". zenar toda informação disponível. A década de ·1960 é marcada pelo
Para Souza (1999, p. 248 ), dcsenvolvim.c nto dos recursos computacionais, e a Library of
Congress - LC desenvolve e apresenta o formato MARC no período
A cooperação e o compartilhamento entre unidades de infor de l 965-1966. Isto conduziu a um projeto piloto, conhecido como
mação tem sido apresentados como a solução ideal para que MARC I, que investigou a praticabilidade de produzir dados de catá
possam atingir altos níveis de eficiência na busca e obtenção logos em formulários legíveis por computador.
das informações necessárias a usuários que buscam subsídios Um trabalho similar estava cm andamento no Reino Unido onde
para a realização de seus trabalhos, estudos, apoio ao ensino, o Conselho de Bibliografia Nacional Britânica ajustou o projeto aci
ao desenvolvimento de pesquisas, à realização de negócios e ma chamando-o de BNB MARC para examinar o uso de dados legí
outros. No que concerne à catalogação, as vantagens da coo veis por computador na produção ela Bibliografia Nacional Britânica
peração são inúmeras e os biblioteciirios, pelo menos na sua impressa (BNB).
maioria, já se conscientizaram de que é uma grande perda de Em 1968, o projeto MARC II começou como um esforço anglo
tempo, energia e dinheiro, duplicar a catalogação dos mesmos americano para desenvolver um formato padrão ele comunicação,
documentos adquiridos por diversas unidades de informação ou seja, intercâmbio. Apesar da cooperação emergiram duas versões,
no país. UKMARC e USMARC.
O formato MARC torna-se base para outros formatos, a fam.í
A cooperação e o compartilhamento de informações catalográ lia cresce vertiginosamente e na década ele 1970 contavam-se mais
ficas e bibliográficas entre diversas instituições no ambiente auto de cinqüenta formatos. Listaremos aqui alguns exemplos: USMI-\RC
matizado somente se tornou possível com o desenvolvimento e ado - Estados Unidos, UKMARC - Inglaterra, MONOCLE - França,
ção do Machine Readablc Cataloguing - MARC. Este formato é CANMARC - Canadá, MARC/BR - Bélgica, IBERMARC - Espanha,
considerado uma ferramenta importante que tem como objetivo con MARC/MÉXICO - México, SAMARC -África do Sul, ANB MARC -
seguir um grau ótimo de normalização, padronização da represen Austrália, MAB 1 - Alemanha, DN/MARC - Dinamarca, PICA -
tação descritiva automatizada dos dados informacionais, compati Holanda, NISSAT - Índia, MJ\.RC!S - Israel, ANNA MARC - Itália,
bilidade e transferência de dados legíveis por computador, permitindo JAPAN MARC -Japão, SWEMI-\RC -Suécia, NORMARC - Noruega,
a cooperação e o compartilhamento de recursos e serviços entre dife CALCO -Brasil, e muitos outros.
rentes unidades de informação. Com tantos formatos, inevitavelrnente surgiram diferenças e
dificuldades no intercâmbio ele informações. Para solucionar o pro
blema ele incompatibilidade a Library of Congress cria um formato
Formato de intercâmbio MARC 21
internacional do Mf\RC, o UNIMARC (MARC Universal).
O Formato de lntercârnbio Machine Readable Cataloging - Este formato cobriu originalmente monografias e séries, mas
MARC ou seja, um registro catalográfico legível por computador, foi foi estendido em 1987 para incluir materiais não-livros. O formato
criado a partir da necessidade de minimizar esforços, reduzir custos foi mantido e desenvolvido sob a supervisão do Comitê permanente
dos processos técnicos e compartilhar informações. Como sabernos, do UNIMARC.
toda invenção ou criação humana nasce da necessidade de facilitar a Devido às razões econômicas da Biblioteca Britânica (UKMARC),
vida cotidiana e beneficiar o próprio ser humano, e com o formato da Biblioteca cio Congresso Americano (USMARC) e da Biblioteca
MARC não foi diferente. Nacional elo Canadá (CAN/MARC) deu-se início ao movimento para
118 Jecnologia e conteúdos informacionais Marc 2 1 e XML 119
que são: "ajuda mútua; responsabilidade; democracia; igualdade; equi Devido à explosão de publicações científicas após a Segunda
dade; solidariedade; honestidade; transparência; responsabilidade so ( ;ucrra Mundial, buscava-se um meio de controlar, registrar e arma-
cial e preocupação pelo seu semelhante". 1cnar toda informação disponível. A década de ·1960 é marcada pelo
Para Souza (1999, p. 248 ), dcscnvolvim.c nto dos recursos computacionais, e a Library of
Congrcss - LC desenvolve e apresenta o formato MARC no período
A cooperação e o compartilhamento entre unidades de infor de 1965-1966. Isto conduziu a um projeto piloto, conhecido como
maç5o tem sido apresentados como a soluç5o ideal para que MARC !, que investigou a praticabilidade de produzir dados de catá
possam atingir altos níveis de eficiência na busca e obtenção logos em formulários legíveis por computador.
das informações necessárias a usuários que buscam subsídios Um trabalho similar estava cm andamento no Reino Unido onde
para a realização de seus trabalhos, estudos, apoio ao ensino, o Conselho de Bibliografia Nacional Britânica ajustou o projeto aci
ao desenvolvimento de pesquisas, à realização de negócios e ma chamando-o de BNB MARC para examinar o uso ele dados legí
outros. No que concerne à catalogaç5o, as vantagens da coo veis por computador na produção da Bibliografia Nacional Britânica
peração são inúmeras e os bibliotecários, pelo menos na sua impressa (BNB).
maioria, já se conscientizaram de que é uma grande perda de Em 1968, o projeto MARC ll começou como um esforço anglo
tempo, energia e dinheiro, duplicar a catalogação dos mesmos americano para desenvolver um formato padrão ele comunicaç5o,
documentos adquiridos por diversas unidades de informação ou seja, intercâmbio. Apesar ela cooperação emergiram duas versões,
no país. UKMARC e USMARC.
O formato MARC torna-se base para outros forrnatos, a famí
A cooperação e o compartilhamento de informações catalográ lia cresce vertiginosamente e na década de 1970 contavam-se mais
ficas e bibliográficas entre diversas instituições no ambiente auto ele cinqüenta formatos. Listaremos aqui alguns exemplos: USMARC
matizado somente se tornou possível com o desenvolvimento e ado - Estados Unidos, UKMARC - Inglaterra, MONOCLE - França,
ção do Machine Readable Cataloguing - MARC. Este formato é CA.J.'\JMARC - Canadá, MARC/BR - Bélgica, IBERMARC - Espanha,
considerado uma ferramenta importante que tem como objetivo con MARC/MÉXICO - México, SAMARC - África do Sul, ANB MARC -
seguir um grau ótimo de normalização, padronização ela represen Austrália, MAB1 - Alemanha, DN/MARC - Dinamarca, PICA -
tação descritiva automatizada elos dados informacionais, compati Holanda, NISSAT - Índia, MARCIS - Israel, ANNA MARC - Itália.,
bilidade e transferência de dados legíveis por computador, permitindo JAPAN MARC - Japão, SWEMARC - Suécia, NORMARC - Noruega,
a cooperação e o compartilhamento de recursos e serviços entre dife CA LCO - Brasil, e muitos outros.
rentes unidades de informação. Com tantos formatos, inevitavelmente surgiram diferenças e
dificuldades no intercâmbio de informações. Para solucionar o pro
blema de incompatibilidade a Library of Congress cria um formato
Formato de intercâmbio MARC 21
internacional do MARC, o UNIMARC (MARC Universal).
O Formato de lntercârnbio Machine Readable Cataloging - Este formato cobriu originalmente monografias e séries, mas
MARC ou seja, um registro catalográfico legível por computador, foi foi estendido em 198 7 para incluir materiais n5o-livros. O formnto
criado a partir da necessidade de minimizar esforços, reduzir custos foi mantido e desenvolvido sob a supervisão do Comitê permanente
dos processos técnicos e compartilhar informações. Como sabemos, do UNIMARC.
toda invenç5o ou criação humana nasce da necessidade de facilitar a Devido às razões econômicas da Biblioteca Britânica (UKMARC),
vida cotidiana e beneficiar o próprio ser humano, e com o formato da Biblioteca do Congresso Americano (USMARC) e da Biblioteca
MARC não foi diferente. Nacional do Canadá (CAN/MARC) deu-se início ao movimento p.:ira
120 Tecnologia e conteúdos informacionais Marc 2 1 e XML 12 1
a harmonização desses três formatos MARC buscando formas de /\ estrutura de um registro MARC 21 é composta de três ele
reduzir os custos da catalogação por meio da harmonizaçi'io entre mentos básicos. São eles: O Líder, o Diretório e os Campos. Cada cam
eles, para uma sirnplificação e padronização da catalogação, e dessa po é associado a um número de 3 dígitos chamado "etiqueta".
forma, uma biblioteca poderia utilizar os registros preparados por Observe na Figura 2 o exemplo de um campo. O número 245
outras bibliotecas e assim. reduzir custos nas instituições. é a etiqueta do campo que o define como o campo ele título da obra.
Depois de alguns estudos e tentativas, chegou-se à conclusão
de que o formato UKMARC não poderia ser harmonizado completa
mente, em conseqüência das várias diferenças entre o UKMARC, o
USMARC e o CAN/MARC. Alcançar a harmonização corn.pleta signi
ficaria que qualquer biblioteca e vendedores do sistema no Reino Unido Indicador 1 =1
teriam que fazer mudanças significativas ou os vendedores do siste Indicador 2 = O
ma norte americano teriam que fazer mudanças caras no formato.
Dessa forma, concordaram em excluir o UKMARC da harmonização
dos f ormatos.
Iniciou-se então, em 1994, a harmonização elos dois formatos Título 245 1o a
- --
nacionais, o USMARC que foi desenvolvido na década de 1960 pela e Antonio Augusto Faria, Edgard Luiz de Barros, -
Library of Congress - LC (Biblioteca do Congresso Norte America
FIGURA 2 - Campo 245.
no), e o CAN/MARC desenvolvido em 1973 pela Biblioteca Nacional
do Canadá, para controlar a sua catalogação legível por máquina.
Inicialmente f oi utilizado o nome provisório de IMARC para o As etiquetas do MARC21 estão divididas em centenas; as divi
formato harmonizado, ou seja, MARC Internacional. Porém, durante sões básicas si'io:
a conferência da Federação Internacional de Associações e Institui
ções Bibliotecárias - IFLA em 1996, o nome IMARC causou uma OXX Informação de controle, números, códigos
reação muito negativa em vários países europeus, inclusive da IFLA, 1 XX Entradas principais
pois o mesmo foi visto como uma competição com o formato 2XX Títulos, edição, imprenta (em geral, o título, menção de
UNIMARC o qual fora patrocinado pela !FIA. Certamente não foi responsabilidade, edição e informação de publicação)
intenção do Canadá (CAN/MARC) competir com o UNIMARC. Assim., 3XX Descrição física etc.
o IMARC estava descartado corno um nome para os formatos har 4XX Série
monizados e depois de dois anos, buscando possíveis nomes, em 5XX Notas
outubro de 1998, a Library of Congress e o Escritório de padrões 6XX Campos de assunto
MARC propuseram o nome MARC 21 que significa MARC para o ?XX Entradas secundárias
século 21, que foi aceito. MARC 21 passou a ser o nome dos forma 8XX Entradas secundárias de série etc.
tos harmonizados do CAN/MARC e do USMARC. (STEWART, 1999). 9XX Livres para usos locais
O uso de um único Formato MARC padrão evita duplicação ele
trabalho e permite o melhor compartilhamento de recursos biblio A notação XX é freqüentemente usada para fazer referência a
gráficos entre bibliotecas. A opção pelo uso do MARC 21 permite que um grupo de etiquetas relacionadas. Por exemplo: 2)(,'( refere-se a
as bibliotecas adquirarn dados catalográficos previsíveis e confiáveis todas a etiquetas ntjo primeiro dígito é "2" como, 210, 222, 240,
(FURRIE, 2000). 250 e assim por diante.
120 Tecnologia e conteúdos informacionais Marc 2 1 e XML 12 1
a harmonização desses três formatos MARC buscando formas de A estrutura de um registro MARC 21 é composta ele três ele
reduzir os custos ela catalogação por meio da harmoniz.Jç3o entre mentos básicos. São eles: O Líder, o Diretório e os Campos. Cada cam
eles, para uma simplificação e padronização ela catalogação, e dessa po é associado a un1 número de 3 dígitos chamado "etiqueta".
forma, uma biblioteca poderia utilizar os registros preparados por Observe na Figura 2 o exemplo ele um campo. O número 245
outras bibliotecas e é!SSÍ!n reduzir custos nas instituições. é a etiqueta do campo que o define como o carnpo ele título ela obra.
Depois de alguns estudos e tentativas, chegou-se à conclusão
ele que o formato UKMARC não poderia ser harmonizado completa
mente, em conseqüência das várias diferenças entre o UKMARC, o
USMARC e o CAN/MARC. Alcançar a harmonização cmnpleta signi
ficaria que qualquer biblioteca e vendedores cio sistema no Reino Unido Indicador 1 =1
teriam que fazer mudanças significativas ou os vendedores elo siste Indicador 2 = O
ma norte americano teriam que fazer mudanças caras no formato.
Dessa forma, concordaram em excluir o UKMARC da harmonização
dos formatos.
Iniciou-se então, em 1994, a harmonização dos dois formatos Título 245 1o a
nacionais, o USMARC que foi desenvolvido na década de 1960 pela e Antonio Augusto Faria, Edgard Luiz de Barros, -
Library of Congress - LC (Biblioteca do Congresso Norte Amcricél
FIGURA 2 - Campo 245.
no), e o CAN/MARC desenvolvido em 1973 pela Bibliotern Nacional
do Canadá, para controlar a sua catalogação legível por máquina.
Inicialmente foi utilizado o nome provisório de IMAl�C para o As etiquetas do MARC21 estão divididas em centenas; as divi
forrn.ato harmonizado, ou seja, MARC Internacional. Porém, durante sões básicas s5o:
a conferência da Federação Internacional de Associações e Institui
ções Bibliotecárias - IFLA em 1996, o nome IMARC causou uma O.XX Informação de controle, números, códigos
reação muito negativa em vários países europeus, inclusive da IFLA, 1XX Entradas principais
pois o mesmo foi visto como uma competição com o formato 2.XX Títulos, edição, imprenta (em geral, o título, menção de
UNIMARC o qual fora patrocinado pela IFLA. Ce1t1mente não foi responsabilidade, edição e informação de publicação)
intenção do Canadá (CAN/MARC) competir com o UNIMARC. Assim, 3.XX Descrição física etc.
o IMAl�C estava descartado como um nome para os formatos har 4.XX Série
monizados e depois de dois anos, buscando possíveis nomes, em 5.XX Notas
outubro de 1998, a Library of Congress e o Escritório de padrões 6.XX Campos de assunto
MAlZC propuseram o nome MARC 21 que significa MARC para o ?XX Entradas secundárias
século 21, que foi aceito. MARC 21 passou a ser o nome dos forma 8.XX Entradas secundárias de série etc.
tos harmonizados do CAN/MARC e do USMARC. (STEWJ\RT, 1999). 9.XX Livres para usos locais
O uso ele um único formato MARC padrão evita duplicação de
trabalho e permite o melhor compartilhamento de recursos biblio A notação XX é freqüentemente usada para fazer referência a
gráficos entre bibliotecas. A opção pelo uso do MARC 21 permite que um grupo de etiquetas relacionadas. Por exemplo: 2.XX refere-se a
as bibliotecas üdquiram dados catalográficos previsíveis e confiáveis todas a etiquetas cujo primeiro dígito é "2" como, 210, 222, 240,
(FURRIE, 2000). 250 e assim por diante.
122 Tecnologia e conteúdos informacionais Marc 21 e XML 123
O Formato de Intercâmbio MARC21 se desdobra em três facetas. lecário que o utiliza na atividade ele descrição bibliográfica" (CÔRTE
São elas: Formato de Entrada, Formato de Armazenamento Interno rt. al, 1999, p.248).
e Formato de Intercâmbio. Ferramenta é qualquer implemento ou objeto dcstinéldo a
O Formato de Entrada é usado pelo catalogador na entrada dos realizar uma operação ou executar um trabalho de quéllqucr néltu
dados. Para Balby (1995, p. 31), reza. Podemos dizer que qualquer que seja o tipo de trabalho rea
lizado, todos nós usamos ferrainentas. Por exemplo, o escritor criél
um bom formato de entrada deve ser fácil de entender, ser pró con1 a n1ente mas necessita de lllna ferran1enta para anotar seus
ximo da forma de trabalho de quem coleta dados para o siste pensamentos. Um homem que dirige um caminhão, assim como
ma, e possibilitar o preenchimento imediato, sem recurso a uma pessoa que esteja utilizando rnn computador, estão fazendo
manuais separados de instruções. uso ele uma ferramenta, do mesmo modo que aqueles que os fabri
caram. O emprego ele ferramentas, o desenvolvimento ela mecâ
O Formato de Armazenamento Interno diz respeito à alocação nica, a aplicação ela eletricidade, foram os indispensáveis pioneiros
dos dados na memória do computador. Suas características mais de nossos recentes aperfeiçoamentos da automação, ela aplicação ele
desejáveis são eficiência e economia no armazenamento e recupera controles eletrônicos e das tecnologias ele informática (ARNOLD e
ção dos dados (BALBY, 1995). WHITE, 1 965).
O Formato de Intercâmbio ou comunicação é gerado por pro As ferramentas das novas tecnologias são as portas de entrada
grama, a partir do formato de armazenamento interno, com o fim para o mundo globalizado que as unidades de informação de quali
de possibilitar a incorporação e interpretação de dados bibliográficos dade necessita1n para estarem conectadas com essa nova realidade.
por sistemas e computadores diferentes. É voltado para a comuni A qualidade ele uma Unidade de Informação é representada pcb
cação de dados bibliográficos entre computadores, e suas caracterís sua capacidade de tratar as informações por meio dos processos de
ticas mais desejáveis são a eficiência e a economia nél trocél de dados. armazenamento, recuperação e disseminação com qualidade e
Um formato de intercâmbio deve permitir a comunicação de dados padronização e a isso podemos chamar de otimização na gestão da
entre computadores diferentes com o mínimo dispêndio em informação. É com essa preocupação que "Bibliotecários e indexadores
reformatação dos dados (BALBY, 1995). têm produzido e padronizado metadados por séculos" (MILSTEAD;
No projeto do formato MARC, foi considerada a adoção de nor FELDMAN, 1999, p.1, tradução nossa), e o Formato de Intercâmbio
mas internacionais de descrição bibliográfica e de ferramentas de Machine R eadablc Cataloging - MARC 21, ou seja, um registro
normalização. catalográfico legível por computador é considerado umü estrutura e
O sistema adota, para a descrição bibliográfica, o Anglo-American um padrão para a construção de metadados produzidos na ütualidade.
Cataloguing Rules-2 ª edição - AACR2, para a normalização utiliza a De acordo com as autoras Milstead e Fcldman (1999),
nonna internacional de padronização ISO 2709 e a norma ANSI Z39.2, metadado não é nada de novo para os pesquisadores profissionais,
e para a recuperação e intercâmbio ele dados catalográficos e biblio pois eles têm sido capazes ele melhorar a precisão de suas buscas
gráficos em ambiente automatizado, o Protocolo Z39 .50. através do uso de vocabulários controlados ou limitando as buscas
aos descritores, identificadores, autores, títulos, assuntos e outros,
MARC 21: umaferramenta, uma estrutura e por muitos anos. Embora metadado tenha-se tornado um buzzworcl
um padrão para metadados no mercado de informação, o conceito é importante para autores e
pesquisadores de informação eletrônica. Usado eficientemente, torna
"Diferentemente da ISO 2709 e do protocolo Z39.50, o for a informação acessível através de rótulos consistentes de seus con
mato MARC 21 é uma ferramenta de domínio exclusivo do biblio- teúdos. Entende-se por buzzword um termo técnico que soa im-
122 Tecnologia e conteúdos informacionais Marc21 e XML 123
O Formato de Intercâmbio MARC21 se desdobra em três facetas. lecário que o utiliza na atividade ele descrição bibliográfica'' (CÔRTE
São elas: Formato de Entrada, Formato de Armazenam.ento Interno ct. ai., 1999, p.248).
e Formato de Intercâmbio. Ferramenta é qualquer implemento ou objeto destinado a
O Formato de Entrada é usado pelo catalogador na entrada dos realizar uma operação ou executar um trabalho de qualquer natu
dados. Para Balby (1995, p. 31), reza. Podem.os dizer que qualquer que seja o tipo de trabolho reo
lizado, todos nós usamos ferramentas. Por exemplo, o escritor cria
um bom formato de entrada deve ser fácil de entender, ser pró con1 a n1ente mas necessita de un1a ferramenta para anotor seus
ximo da forma de trabalho de quem coleta dados para o siste pensamentos. Um homem que dirige un1 caminhão, assim como
ma, e possibilitar o preenchimento imediato, sem recurso a uma pessoa que esteja utilizando um computador, estão fazendo
manuais separados de instruções. uso de uma ferramenta, cio mesmo modo que aqueles que os fabri
caram. O emprego de ferramentas, o desenvolvimento da mecâ
O Formato de Armazenamento Interno diz respeito à alocação nica, a aplicação ela elctriciclacle, foram os indispensáveis pioneiros
dos dados na memória do computador. Suas características mais de nossos recentes aperfeiçoamentos da automação, da aplicação de
desejáveis são eficiência e economia no armazenamento e recupera controles eletrônicos e das tecnologias de informática (ARNOLD e
ção dos dados (BALBY, 1995). WHITE, 1965).
O Formato de Intercâmbio ou comunicação é gerado por pro As ferramentas das novas tecnologias são as portas de entrada
grama, a partir do formato de armazenainento interno, com o fim para o mundo globalizado que as unidades de informação ele quali
de possibilitar a incorporação e interpretação de dados bibliográficos dade necessitmn para estarem conectadas com essa nova realidade.
por sistemas e computadores diferentes. É voltado para a comuni A qualidade de uma Unidade de Informação é representada pela
cação de dados bibliográficos entre computadores, e suas caracterís sua capacidade ele tratar as informações por meio dos processos de
ticas mais desejáveis s3.o a eficiência e a economia na troca ele dados. armazenamento, recuperação e disseminação com qualidade e
Um formato de intercâmbio deve permitir a comunicação de dados padronização e a isso podemos chamar de otimização na gestão da
entre computadores diferentes com o mínimo dispêndio em infonnação. É com essa preocupação que "Bibliotecários e indexadores
reformatação dos dados (BALBY, 1995). têm produzido e padronizado metadados por séculos" (MILSTEAD;
No projeto do formato MARC, foi considerada a adoção de nor FELDMAN, 1999, p.1, tradução nossa), e o Formato de Intercâmbio
mas internacionais de descrição bibliográfica e de ferramentas de Machine R eadable Cataloging - MARC 21, ou seja, um registro
normalização. catalográfico legível por computador é considerado uma estrutura e
Osistema adota, para a descrição bibliográfica, o Anglo-American um padrão para a construção de metadados produzidos na atualidade.
Cataloguing Rules-2ª edição -MCR2, para a normalização utiliza a De acordo com as autoras Milsteacl e Fclclman (] 999),
norma internacional de padronização ISO 2709 e a norrna ANSI Z39.2, metadado não é nada de novo para os pesquisadores profissionais,
e para a recuperação e intercâmbio de dados catalográficos e biblio pois eles têm sido capazes de melhorar a precisão ele suas buscas
gráficos em ambiente automatizado, o Protocolo Z39.50. através do uso de vocabulários controlados ou limitando as buscas
aos descritores, identificadores, autores, títulos, assuntos e outros,
MARC 21: wnafcrramenta, uma estrutura e por muitos anos. Embora metadado tenha-se tornado um buzzword
um padrão para metadados no mercado ele informação, o conceito é importante para autores e
pesquisadores de informação eletrônica. Usado eficientemente, torna
"Diferentemente da ISO 2709 e do protocolo Z39.50, o for a informação acessível através ele rótulos consistentes ele seus con
mato MARC 21 é uma ferramenta de domínio exclusivo do biblio- teúdos. Entende-se por buzzword um termo técnico que soa im-
124 Tecnologia e conteúdos informacionais Marc 21 c XML 125
portante, geralmente usado para impressionar pessoas leigas no da urna forma autorizada ou pildronizada disponível em bases de
assunto. dados de padronização oficial corno a base BIBLIODATf\ ou Library
Para Milstead e Feldman, (1999, p.1, tradução nossu), o[' Congress - LC.
A padronização é fundamentnl tanto para a reprcsentaç5o
Como o homem que esteve escrevendo prosa toda sua vida sem quanto parn n recuperação da informilção, sendo necessário a preo
saber, os bibliotecários e indexadores têm produzido e padro cupação não somente com os campos para recuperação, mas tam
nizado metadados há séculos. Ignorando este legado, uma imen bém com a padronização do seu conteúdo"
sa variedade de outros profissionais tem recentemente entrado Para El-Sherbini (2000, p. 188, tradução nossa), "Os Padrões
neste campo, e muitos deles não têm idéia de que alguém mais para Metaclados têm um importante papel no suporte ao uso de
já "esteve ali e feito isto" antes. Vários sistemas estão sendo serviços e recursos eletrônicos. No entanto, para maximizar o uso
desenvolvidos para diferentes e algumas vezes até para o mes- destes e assegurar consistência, é necessário padrões universalmente
1no tipo de informação, resultando numa atmosfera cuótica de aceitados que governem a criação de metadados".
padrões. O Formato MARC é considerado a primeira estrutura e pa
drão desenvolvidos para a construção e representação de mctadados.
Não importa o nome que se use, catillogação, indexação ou me Possui um cortjunto de elementos descritores complexos e rígidos
tadados; segundo Milstead e Feldman (1999, p.1, traduç5o nossa), para descrever informações catalográficas e bibliográficas, sendo
necessário especialistas como o profissional bibliotecário para a
Seja qual for o nome que se use, catalogação, indexação ou correta descrição desses elementos (GRÁCIO; 2002; SOUZA;
rnctildados, o conceito é familiar para profissionais ela infor CATARINO; SANTOS, 1997).
mação. Agora o mundo eletrônico finalmente o descobriu. Até Neste cenário surge a emergente Linguagem de Marcaç5o
poucos anos atrás, somente alguns filósofos tinham ouvido a Extendida - XML, possibilitando facilidades e interoperabiliclacles en
palavra "rnetadado". Hoje, é difícil encontrar urna publicação tre sistemas e melhor descrevendo as inforrnilções para intercâmbio
que a ignore. de dados via Internet.
Mctadados, como um novo conceito, surgiu da necessidade ele Linguagem de marcação XML
ter representantes para o conteúdo dos bancos de dados que pudes
sem fornecer mais informações sobre eles, devido ao crescente nú A eXtensiblc Markup Language - XML, ou seja, linguagem ele
mero e tipos de objetos digitais disponíveis. marcação estendida, é descendente da Standard Gcncralized Markup
Para que os mctadados alcancem os seus objetivos com Sl1ces Languagc - SGML, concebida especialmente para gerenciar, armaze
so é imprescindível o uso ele listas ou bases ele clildos con1 assuntos e nar e transmitir dados via Internet. "Uma linguagem ele marcação
autoridades controladas, como as linguagens controladas ou tcsauros. simplesmente define como você adiciona o significado aos dados,
Por exemplo, se em um catálogo online coletivo não for adotado um especialmente cm um documento" (LIBERTY; KRALEY, 2001, p.6),
padrão para o campo de responsabilidade intelectual, ou sl'._ja, autor, por exemplo: <título> MARC 21 e XML </título>. Essas duas pa
permitindo a entrada ele várias formas como Silva, Maria; Silva, Maria lavras entre tags, marcas ou marcação, são o título do documento.
A.; ou Maria Aparecida Silva, sem uma padronização para esse cam A XML "fornece pistas semânticas na forma de tags (marcas) sobre
po, caso o usuário queira reunir todas as obras dessa autora, ele pro o significado dos dados" (LIBERTY ; KRALEY, 2001, p.5).
vavelmente não conseguirá com as formas variantes ela maneira como Segundo Ray (2001, p.2),
a indicação de autor foi efetuada nesse catálogo, ou sejil, n5o foi usa-
124 Tecnologia e conteúdos informacionais Marc 21 e XML 125
portante, geralmente usado para impressionar pessoas lcig;:is no da uma forma autorizada ou padronizada disponível cm bases de
assunto. dados de padronização oficial como a base BIBLIODATA ou Library
Para Milstead e Fcldman, (] 999, p.1, tradução noss;:i), of Congress - LC.
A padronização é fundamental tanto para a representação
Como o homem que esteve escrevendo prosa toda sua vicb sem quanto para a recuperação da informaç5o, sendo necessária a preo
saber, os bibliotecários e indexadores têm produzido e padro cupação não somente com os campos para recuperação, mas tam
nizado metadados há séculos. Ignorando este legado, uma imen bém com a padronização do seu conteúdo..
sa variedade de outros profissionais tem recentemente entrado Para El-Sherbini (2000, p. 188, tradução nossa), "Os Padrões
neste campo, e muitos deles não têm idéia de que alguém mais para Metaclaclos têm um importante papel no suporte ao uso de
já "esteve ali e feito isto" antes. Vários sistemas estão sendo serviços e recursos eletrônicos. No entanto, para maximizar o uso
desenvolvidos para diferentes e algm11as vezes até para o mes destes e assegurar consistência, é necessário padrões universalmente
mo tipo de informação, resultando numa atrnosfera caótic;:i de aceitados que governem a criação de mctadados".
padrões. O Formato MARC é considerado a primeira estrntura e pa
drão desenvolvidos para a construção e representação de mctadados.
Não importa o nome que se use, catalogação, indexação ou me Possui um conjunto de elementos descritores complexos e rígidos
tadados; segundo Milstead e Feldman (1999, p.1, traduç5o nossa), para descrever informações catalográficas e bibliográficas, sendo
necessário especialistas como o profissional bibliotecário p;:ira a
Seja qual for o nome que se use, catalogação, indexação ou correta descrição desses elementos (GRÁCIO; 2002; SOUZA;
mctaclados, o conceito é familiar para profissionais da infor CATARINO; SANTOS, 1997).
mação. Agora o mundo eletrônico finalmente o descobriu. Até Neste cenário surge a emergente Linguagem de Marcaç5o
poucos anos atrás, somente alguns filósofos tinham ouvido a Extendida - XML, possibilitando facilidades e intcroperabilidades en
palavra "metadado". Hoje, é difícil encontrar uma publicação tre sistemas e melhor descrevendo as informações para intercâmbio
que a ignore. de dados via Internet.
Mctaclaclos, como um novo conceito, surgiu ela necessicl;:ide de Linguagem ele marcação XML
ter representantes para o conteúdo dos bancos de dados que pudes
sem fornecer mais informações sobre eles, devido ao crescente nú A eXtensible Markup Language - XML, ou seja, linguagem de
mero e tipos de objetos digitais disponíveis. marcação estendida, é descendente da Standard Generalized Markup
Para que os mctaclados alcancem os seus objetivos com suces Language - SGML, concebida especialmente para gerenciar, armaze
so é imprescindível o uso de listas ou bases de dados com assuntos e nar e transmitir dados via Internet. "Uma linguagem de marcação
autoridades controladas, como as linguagens controladas ou tcsauros. simplesmente define como você adiciona o significado aos dados,
Por exemplo, se em um catálogo online coletivo não for adotado um especialmente em um documento" (LIBERTY; KRALEY, 2001, p.6),
padrão para o campo de responsabilidade intelectual, ou seja, autor, por exemplo: <título> MARC 21 e XML </título>. Essas duas pa
permitindo a entrada de várias f ormas corno Silva, Maria; Silv;:i, M;:iria lavras entre tags, marcas ou marcação, são o título elo documento.
A; ou Maria Aparecida Silva, sem uma padronização para esse cam A XML "fornece pistas semânticas na forma de tags (marcas) sobre
po, caso o usuário queira reunir todas as obras dessa autora, ele pro o significado dos dados" (LIBERTY; KRALEY, 2001, p.5).
vavelmente não conseguirá com as formas variantes da maneira como Segundo Ray (2001, p.2),
a indicação de autor foi efetuada nesse catálogo, ou seja, não f oi usa-
126 Tecnologia e conteúdos informacionais Marc 2 1 e XML 12 7
uma linguagem de marcação é um conjunto de símbolos que vêem nenhum.a �jucla nem posições seguras para as máquinas
pode ser colocado no texto ele um documento para demarcar e de busca que tentam ter acesso ao conteúdo de um documento.
rotular as partes desse documento. Por outro lado, as etiquetas XML descrevem o conteúdo elo
documento e expressam as relações hicrórqliicas entre elemen
A lingu.:igcm eXtensible Markup L.:inguagc (XML), tos de dados, ele modo mliito scmclhilntc iJO cios campos dos
registros cm um banco ele dados.
é o resultado elo trab.:ilho ele um grupo ele especialistas estabe
lecido cm ·1 996 pelo W3C (World Wiclc Web Consortium), 1 com As duas linguagens ele mmcação I ITML e XML, .:ipcsar ele se
o objetivo ele propor uma simplificação da SGML que fosse rem bastante parecidas, apresentam diferenças significativas. De acor
voltada às necessidades específicas da Web (BRYAN, 1998 cita do com Martinez González (2000); Castro (2001); Ramalho, (2002):
do por BAX, 200·1, p.33 ). • A XML tem corno finalidade descrever o conteúdo elos dados, en
quanto a HTML se preocupa com a apresentação cios mesmos;
"SGML é uma (mcta)linguagcm criada h.:í aproximadamente • A XML possui cxtensibiliclaclc: as suas etiquetas são dcfinic\.:is ele
30 anos"[. .J (EDWARDS, 1997 citado por BAX, 2001). É base ele .:icordo com a ncccssiclacle ele seus usuários, enquanto .:i I ITML
um novo paradigma, uma tentativa ele padronização elos diversos possui ctiquct.:is prcclcfiniclas;
forrnatos empregados para representar a informação. Foi reconheci • A XML possui links mais potentes do que a HTML, permitindo
da como um padrão ISO (8879) cm 1986. As linguagens ele marca recursos que esta não possui;
ou marcação são aplicadas com vistas a um melhor gcrcnci;:11ncnto • A XML permite o armazenamento cl.:i informação e sua descrição
da informação. cm um mesmo local;
A linguagem XML ainda é recente; foi criada cm 1996 e libera • A XML foi criada especialmente para a recuperação e o intercâm
da oficialmente pelo Worlcl Wiclc Web Consortium - W3C (órgão bio ele dados;
responsável pelo seu desenvolvimento e manutenção) ern ·1998, dan • A sintaxe rígida ela XML facilita o trabalho elas aplicações infor
do-se, portanto, a sua introdução na Web no final ela década de ·1990, máticas, enquanto a sintaxe ela HTML dificulta o tratamento dos
por isso ainda é muito discutida e analisada por especialistas no as seus dmlos pelos browscrs, _justamente pela falta de rigidez.
sunto. Libcrty e Kralcy (2001, p.5) afirmam, "XML, uma elas mais Observe os exemplos:
novas e scn1 dúvida, uma elas mais poderosas tecnologias ela Web".
Em HTML:
A XML pcnnitc marcar os documentos levando cm conta a
semântica ela informação, ou seja, cada pessoa ou instituição pode <HTML>
criar um conjunto ele etiquetas que melhor represente os elementos <BODY>
Microcomputador Penlium IV, 1.5 GHz. 256MB ele RAM, Monitor 17 polegadas.
que compõem os seus clornmentos (MARTÍNEZ GONZALEZ, 2000).
Mousc, Teclado, estabilizador.
Explica Gazan (2000, p.14, tradução nossa): </BODY>
</HTML>
A XML não é a HTML com novas tags. As tags ou etiquetas cm
um documento HTML são fixas, e fazem pouco m.:iis que ins Figura 3 - Documento cm HTML.
truir um browscr cm como exibir o conteúdo. Ebs não pro- Fonte: FURGERI, 20m, p. 145.
uma linguagem de marcação é um conjunto de símbolos q11c vêem nenhuma �juda nem posições seguras para as m.:íquinas
pode ser colocado no texto de um documento para demarcar e de busca que tentam ter acesso ao conteúdo ele um documento.
rotular as partes desse documento. Por outro lado, as etiquetas XML descrevem o conteúdo do
documento e expressam as relé!ÇÕcs hicrórquicas entre elemen
A linguagem eXtcnsiblc Markup Languagc (XML), tos de dados, ele modo muito semelhante ao dos campos elos
registros cm um banco ele duelos.
é o resultado do trabalho de um grupo ele especialistas estabe
lecido cm 1996 pelo W3C (Workl Wiclc Web Consortium), 1 com As duas linguagens ele marcação I ITML e XML, apesar ele se
o objetivo ele propor uma simplificação ela SGML que fosse rem bastante parecidas, apresentam diferenças significativas. !le acor
voltada às nccessiclaclcs específicas da Web (BRYAN, 1998 cita do com Martinez González (2000); Castro (2001); Ramulho, (2002):
do por BAX, 200·1, p.33 ) . • A XML tem como finalidade descrever o conteúdo elos dados, en
quanto a I ITML se preocupa com a apresentação dos mesmos;
"SGML é uma (rneta)linguagcm crié!cla hó aproximaclumcntc • A XML possui extensibilidade: as suas etiquctas são definidas ele
30 anos" [ ... J (EDWARDS, ·1997 citado por BAX, 2001 ). É b.:isc de acordo com a nccessidciclc de seus l1S116rios, enqucinto a HTML
um novo p.:iracligma, umél tentativa ele p.:iclronização elos diversos possui etiquetas predefinidas;
formatos empregados para rcprcsentur a informac,:ão. Foi reconheci • A XML possui links mais potentes do q11c a HTML, permitindo
da como um padrão ISO (8879) cm 1986. As linguugcns ele marca rcnirsos que esta não possui;
ou marcação são aplicadas com vistas é1 um melhor gerenciamento • A XML permite o armazenamento ela informação r sua descrição
ela inform.:ição. cm um mesmo local;
A linguagem XML ainda é recente; foi criada cm 'J 996 e libern • A XML foi criada especialmente para a recuperação e o interc5m
da oficiulmcntc pelo Worlcl Wiclc Web Consortium - W3C (órgão bio ele dados;
responsóvel pelo seu desenvolvimento e manutenção) em 1998, cl.:in • A sintaxe rígida ela XML facilita o trabcilho elas aplicações infor
do-sc, portanto, a sua introdução 11.:1 Web no final d.:i década ele ·1990, móticas, enquanto a sintcixc ela I ITML dificulta o tr<1tcimcnto dos
por isso aincl.:i é muito discutidu e anu!isfü.b por especialist.:is no us seus dados pelos browscrs, justamente pela falta de rigidez.
sunto. Libcrty e Kralcy (2001, p.5) afirnrnm, "XML, uma elas muis Observe os exemplos:
novas e sem dúvida, uma das mais poderosas tecnologias cl.:i Web".
Em HTML:
A XML permite 1narcar os documentos levando cm cont.:i a
semântica ela informação, ou seja, cada pessoa ou institui�'ªº pode <HTML>
criar um conjunto ele etiquetas que melhor represente os elementos <BODY>
Microcompulador Pentium IV, 1.5 GHz, 256MB de RAM, Monitor 17 polegadas.
que compõem os seus clocumrntos (MARTÍNEZ GONZALEZ, 2000). Mousc, Teclado, estabilizador.
Explica Gazan (2000, p.14, tradução nossa): <IBODY>
<!HTML>
A XML não é a HTML com novas tags. As tags ou etiquetas cm
um documento HTML são fixas, e fazem pouco mais que ins Figura 3 - Documento cm HTML.
truir um browser cm corno exibir o conteúdo. Elas não pro- Fonte: FLIRGERI, 20(1'1, p. '145.
Hoje o formato continua a ser usado como formato de inter padrão secreto, nenhuma outra profissão usa o MARC ou qualquer
câmbio e comunicação de dados e todos os grandes sistemas de coisa parecida com ele".
catalogação suportam a importação e eÀlJOrtação de registros Segundo Fiancler (2001, p.26, tradução nossa),
no formato MARC (FIANDER, 2001, p. 18, traduçiio nossa).
a rigidez e as irregularidades internas do MARC têm começado
É uma família de formatos: bibliográfico, de autoridade, de a causar problemas para catalogadores e usuários, e estiio co
cabeçalho ele assunto, de classificação e informação de comunidade. meçando a ficar para trás em pesquisas atuais sobre padrões
Dá suporte, há mais de trinta anos, à comunidade bibliotecária e .'.l de descrições bibliográficas.
indústria de software especializado.
A sua rica conh·ibuição à padronização e à comunidade por redes Mediante as características negativas e as limitações elo MARC
é inquestionável. Porém, devido a sua estrutura rígida e complexa, citadas anteriormente, ele acordo com Ortiz-Repiso Jiméncz (1999,
projetada para atender as necessidades de uma época cm que os ca p.222, tradução nossa), "[ ...] [a XML] proporciona uma qualidade
tálogos impressos ou em microfilmes eram a norma, tornou-se li de trabalho promissor por diversas razões":
mitada para atender as diferentes necessidades informacionais de hoje
(ROWLEY, 1994). • Pode tratar informações hierarquicamente inter-relacionadas
De acordo com Ortiz-Repiso Jiménez (1999, p.222, traduçiio em tantos níveis quantos forem necessários.
nossa), "o formato MARC que consolidou as bases ele cooperação e • Niio há limitações para os tamanhos dos documentos;
comunicação ele informação bibliográfica no mundo bibliotecário tem, • É um padrão internacional adotado por um número crescente
porém, urna série ele características negativas" e limitações para aten de instituições governamentais, ele pesquisa e da indústria.
der as atuais demandas informacionais.
Ortiz-Repiso Jiménez (1999, p.222,tradução nossa) dá alguns Miller citado por Johnson (2001, p.84,tradução nossa),
exemplos, dentre os quais citamos:
• Caracteriza a XML como o "formato de dados universal para
• É trabalhoso,lento e custoso realizá-lo e devido a sua com a Web", dizendo que é urna "SGML simplificada, que usa a
plexidade deve ser manipulado por profissionais qualificados. sintaxe HTML, com facilidades da Web acrescentadas".
• Adapta-se muito mal à informação estruturada hicrarqui • Emprega urn. conjunto único ele caracteres, Unicode para re
camcnte,já que se baseia numa estrutura plana. Foi projeta presentar todos os dados.
do para descrever e permitir a informação de um registro bi
bliográfico e não para estabelecer relações entre registros. Miller, de acordo com Johnson (2001, p.84, tradução nossa),
também observou que "um aspecto significante da XML é a sua se
Para Tennant (2002a, p.1, tradução nossa), paração do conteúdo, sua apresentação e ligação, de forma que cada
conteúdo possa ser controlado otimamente".
no MARC, os campos não são explicitamente rotulados, mas Segundo Bax (2002), esta é a filosofia da XML (a separação da
codificados com um esquema numérico que não pode ser lido apresentação, do conteúdo e da ligação). O formatador na Figura 5
por alguém não familiarizado com a sintaxe complexa. está representando a XSL, que possibilita diferentes apresentações de
um mesmo documento XML. Observe:
Tcnnant coloca em pauta a questão da marginalização cio for
mato, visto que na opinião do autor, "o MARC tem sido sempre um
130 Tecnologia e conteúdos informacionais Marc 21 e XML 131
Hoje o formato continua a ser usado como formato de inter padrão secreto, nenhuma outra profissão usa o MARC ou qtwlquer
câmbio e comunicação de dados e todos os grandes sistemas de coisa parecida com ele".
catalogação suportam a importação e exportação de registros Segundo Fiander (2001, p.26, tradução nossa),
no formato MARC (FIANDER, 2001, p. 18, tradução nossa).
a rigidez e as irregularidades internas do MARC têm começc1clo
É uma família de formatos: bibliográfico, de autoridade, de a causar problemas para catalogadores e usuários, e est.'io co
cabeçalho de assunto, de classificação e informação de comunidade. meçando a ficar para trás em pesquisas atuais sobre padrões
Dá suporte, há mais de trinta anos, à comunidade bibliotecária e à de descrições bibliográficas.
indústria de software especializado.
A sua rica contribuição à padronização e à comunidade por redes Mediante as características negativas e as limitações elo MARC
é inquestionável. Porém, devido a sua estrutura rígida e complexa, citadas anteriormente, de acordo com Ortiz-Rcpiso Jiménez (1999,
projetada para atender as necessidades de uma época cm que os ca p.222, tradução nossa), "[... ] [a XML] proporciona uma qualidade
tálogos impressos ou em microfilmes eram a normu, tornou-se li de trabalho promissor por diversas razões":
mitada para atender as diferentes necessidades informacionais ele hoje
(ROWLEY, 1994). • Pode tratar informações hierarquicamente inter-rclacionadus
De acordo com Ortiz-Repiso Jiménez (199 9, p .222, traduç.'io em tantos níveis quantos forem necessários.
nossa), "o f ormato MARC que consolidou as bases de cooperaç.'io e • Não há limitações para os tamanhos dos documentos;
comunicação de informação bibliográfica no mundo bibliotecário tem, • É um padrão internacional adotado por um número crescente
porém, urna série de características negativas" e limitações para aten de instituições governamentais, de pesquisa e da indústriél.
der as atuais demandas informacionais.
Ortiz-Repiso Jiménez (1999, p.222, tradução nossa) dá alguns Miller cilada por Johnson (2001, p.84, tradução nossa),
exem.plos, dentre os quais citamos:
• Caracteriza a XML como o "formato de dados universal para
• É trabalhoso, lento e custoso realizá-lo e devido a sua com a Web", dizendo que é uma "SGML simplificada, que usa a
plexidade eleve ser manipulado por profissionais qualificados. sintaxe HTML, com facilidades da Web acrescentadas".
• Adapta-se muito mal à informação estruturada hierarqui • Emprega um cor�unto único de caracteres, Unicode para re
camente, já que se baseia numa estrutura plana. Foi projeta presentar todos os dados.
do para descrever e permitir a informação de um registro bi
bliográfico e não para estabelecer relações entre registros. Miller, de acordo com Johnson (2001, p.84, tradução nossa),
também observou que "um aspecto significante da XML é a sua se
Para Tennant (2002a, p.1, tradução nossa), paração do conteúdo, sua apresentação e ligação, de form.a que cada
conteúdo possa ser controlado otimamente".
no MARC, os campos não são explicitamente rotulados, mas Segundo Bax (2002), esta é a filosofia da XML (a separação da
codificados com um esquema numérico que não pode ser lido apresentação, do conteúdo e da ligação). O formatador na Figura 5
por alguém não familiarizado com a sintaxe complexa. está representando a XSL, que possibilita diferentes apresentações de
um mesmo documento XML. Observe:
Tennant coloca em pauta a questão ela marginalização do for
mato, visto que na opinião do autor, "o MARC tem sido sempre um
132 Tecnologia e conteúdos informacionais Marc21 e XML 133
MARC XML
WOGrd.m
...,.
&�O
ll&ve
.l.ollt.
ao
TIi.O
O MARC é bidimensional (campo/ A XML permite infinitas possibilidades de
..i.&d -- tllo ou.l.t..ro subcampo). a11inhamcnto.
-- :U.11 tuo .U.ttl.o
t.ool.o!J, qra.n:m.r ••d l'orJ11alo proprictârio !'arma/o aberto
l.oJt1.ooa; L dOOOJ;"&t:..d
ll&Jld. b,a.o)o,i,t. 411d Ili. Restrições impostas à sua utilização. Sem rest riçõcs. Qualquer pessoa ou
-Ulll.Uq 1111.ovo.l.
instituiç�o pode utilizá-la. Autono,nia pa,·a
a criação de DTDs, para necessidades
específicas e marcações personalizadas.
+
proprietário, dependente de plataforma software capaz de manipulá-la é o próprio
específica. navegador.
Esq11e111a de marcação Esque,na de 111arcação
De difícil compreensão para pessoas não Compreensível por humanos e máquinas.
Especificação de familiarizadas.Esqucma codificado. Esquen,a semântico.
saída sendo FORMATADOR
formatada Acesso restrito Acesso aberto
Quase 100% restrito à comunidade Enquanto que lodos os outros profissionais
bibliot ceá ria. da informação estão se aprofundando no
uso da XML, além desta ser acessível a
qualquer pessoa, qualquer área e a qualquer
profissional.
Registros tradicionais Registros novos
Limitado aos registros tradicionais. A XML pode representar registros que não
existiam:
Textos longos (texto completo, biografia,
resumo, sons - gráficos).
APRESENTAÇÃO Em XML encontramos os dados primários
(o próprio documcnto)juntamcntc com
dados secundários - (meta)dados.
MARC XML
+
proprietário, dependente de plataforma software capaz de manipulá-la é o próprio
específica. navegador.
Esquc1na de 1narcaçào Esquema ele 111arrnção
De difícil compreensão para pessoas não Compreensível por humanos e máquinas.
Especificação de familiarizadas.Esquema codificado. Esquema semântico.
saída sendo FORMATADOR
formatada Acesso restrito Acesso ,1berto
Clunse 100% restrito à con1unidade Enquanto que Lodos os outros profissionais
bibliotecária. da informação estão se aprofundando no
uso da XML, além desta ser acessível�
qualquer pessoa, qualquer área e a qualquer
profissiona1.
Registros tradicionais Registros novos
Limitado aos registros tradicionais. A XML pode representar registros que não
existiam:
Textos longos (texto completo, biografia,
resumo, sons - gráficos).
APRESENTAÇÃO Em XML encontramos os dados primários
(o próprio documento)juntamente com
dados secundários - (meta)dados.
Sintaxe
Figura 5 - Filosofia da XML. Sintaxe
A XML é apenas uma sintaxe - scparaçilo
Em geral, o MARC é uma sintaxe + um
Fon/c: Bax, 2002, slide 18, tradução nossa. compromisso com uma implementação mais clara entre a semântica da
(urn modelo de dados, limites de tamanhos representação do registro e a semântica da
específicos 99.999) aplicação.
Tend�ncia ao desenvolvimento proprietário.
Segundo Brun (2002, slide 3, tradução nossa), "o formato XML
tem se apresentado como uma alternativa para representar e trans Figura 6 - Esquema MARC e XML.
ferir registros MARC através da Internet e facilitar seu tratamento
automatizado".
Porém, afirma Khurshid (2002, p.376, tradução nossa) :
A união da estrutura de representações bibliográficas e
catalográficas MARC e a linguagem XML serão extremamente va
Sugerir que o MARC deve ser substituído por esquemas de
liosas ao considerarmos as diferenças entre as estruturas de marcação
metadados não é aceitável por uma vasta maioria da comuni
MARC e XML, conforme apresentou Bax (2002):
dade bibliotecária. Ao invés disso, bibliotecários sugerem que
deve ser permitida a coexistência do MARC e dos esquemas para
metadados. A LC, OCLC e outras organizações já aceitaram a
134 Tecnologia e conteúdos informacionais Marc21 e XML 135
importância disto e estão atualmente engajadas no desenvol Através desta revisão de literatura observamos que o MARC
vimento de mapas e caminhos cruzados, ele forma que dados foi o primeiro passo louvável para a consolidação da catalogação
possam ser intercambiados. cooperativa em ambiente automatizado e, atualmente, ele é utiliza
do por bibliotecas espalhadas por todo o mundo, formando redes
No entanto, várias bibliotecas já iniciaram a migração e o cooperativas de dados catalográficos e bibliográficos, que chegam a
uso do formato MARC cm ambiente XML, como a Mecllanc, 2 com bilhões de registros disponíveis. No entanto, devido aos desenvolvi
o formato XMLMARC,3 e a Library of Congress, com o MARCXML, 4 mentos tecnológicos e ao intenso uso ela Internet, torna-se necessá
entre outras. rio adaptá-lo a novas tecnologias emergentes, no caso a XML, o que
já vem ocorrendo, porquanto que esta é uma linguagem ele 1narca
Considerações finais ção atual e que atende as necessidades informacionais ela Web.
Dessa forma, a utilização cio formato MARC 21juntamente com
A XML, cm relação à Biblioteconomia, poderia ser tida como tecnologias associadas a ele, como a XML e outras, efetivaria uma
uma inovação tecnológica para o MARC 21, vindo a ser considerada catalogação cooperativa universal desde que haja urnél política de
num futuro próximo como uma nova tecnologia, ou como o adoção e invcstin1cntos nesse novo rnétoclo e filosofia por parte dos
redesenho ele uma série de tecnologias já existentes como SGML, profissionais e instituições.
HTML, MARC favorecendo a coexistência deste com outros esque
Assim, o MARC 21 em ambiente XML permitirá a interope
mas para metadados, como o MARCXML e outros.
rabilidade entre diversas linguagens e estruturas de metadaelos, faci
O período de transição de uma tecnologia para outra poderia
litando o intercâmbio de dados entre diversas instituições, inclcpen
ser breve se dependesse somente das tecnologias empregadas, mas
elente cio sistema ou plataforma utilizados, além ele proporcionar umél
geralmente esse período de transição é longo, pois não depende so
melhor interação entre humanos e máquinas devido ao esquema
mente das tecnologias, mas também, e principalmente, da aceitação
semântico da XML.
dessa nova tecnologia e de sua filosofia assim como da ruptura de
O MARC 21, que até o momento representou eficientemente
paradigmas por parte dos profissionais de diversas áreas envolvidos
apenas registros catalográficos e bibliográficos, ou seja, registros trél
na inovação tecnológica.
clicionais, em ambiente XML, será capaz de representar registros que
Em face deste novo espaço informacional, o profissional da
o MARC 21 sozinho não suportaria, como textos completos, sons,
informação se vê diante de uma nova direção na gestão ela informa
ção. Mas, como diz Alvarenga (2001, p.14), "mudam-se os meios, gráficos e outros, representando tanto os dados primários (o próprio
sofisticam-se os instrumentos e surgem nomes novos para designar documento) como os dados secundários (rn.ctadados).
coisas velhas. Entretanto, a essência das coisas permanece". Podemos, através desta revisão ele literatura, apontar desenvol
E toda essa inovação tecnológica proporcionada pela XML e vimentos tecnológicos que vêm ocorrendo na área ela biblioteconomia
tecnologias associadas a ela vem dar condições para tornar realidade e, em especial, na área da representação descritiva, como o XMLMARC
sonhos antigos, profetizados há séculos e ainda não concretizados desenvolvido pela Mecllane e o MARCXML pela Library of Congress,
de fato, como a grande biblioteca universal, o controle bibliográfico entre outros.
universal, entre outros. Inclusive os grandes softwares de gerenciamento de bibliote
cas utilizados por unidades de informação espalhadas pelo mundo
inteiro já estão implementando uma camada XML em suas estru
'.2 Stanford University's Lane Medical Librnry
3 http://xmlmarc.stanford.edu
turas, corno o ALEPHSOO, por exem.plo, buscando, assim, facilitar
4 http://www.loc.gov/standards/marcxml o intercâmbio de dados entre as instituições por meio da interope-
134 Tecnologia e conteúdos informacionais Marc 21 e XML 135
importância disto e estão atualmente engajadas no desenvol /-\través desta revisão de literatura observamos que o MJ-\RC
vimento de mapas e caminhos cruzados, ele forma que dados foi o primeiro passo louvável para a consolidação da cntalogação
possam ser intercambiados. cooperativa em ambiente automatizado e, atualmente, ele é utilizn
do por bibliotecas espalhadas por todo o mundo, formando redes
No entanto, várias bibliotecas já iniciaram a migração e o cooperativas de dados catalográficos e bibliográficos, que chegam a
uso do formato MJ-\RC em ambiente XML, como a Mccllanc,2 com bilhões de registros disponíveis. No entanto, devido aos desenvolvi
o formato XMLMJ-\RC,3 e a Library of Congress, com o MJ-\RCXML, 4 mentos tecnológicos e ao intenso uso da Internet, torna-se necessá
entre outras. rio adaptá-lo a novas tecnologias emergentes, no caso a XML, o que
já vem ocorrendo, porquanto que esta é uma linguagem de marca
Considerações finais ção atual e que atende as necessidades informacionais da Web.
Dessa forma, a utilização do formato MARC 21juntan1ente com
A XML, cm relação à Biblioteconomia, poderia ser tida como
tecnologias associadas a ele, como a XML e outras, cfetivarin uma
uma inovação tecnológica para o MJ-\RC 21, vindo a ser considerada
catalogação cooperativa universal desde que haja umn política de
num futuro próximo como uma nova tecnologia, ou como o
adoção e investin1entos nesse novo método e filosofia por parte dos
redesenho de uma série ele tecnologias já existentes como SGML,
profissionais e instituições.
HTML, MARC favorecendo a coexistência deste com outros esque
J-\ssim, o MARC 21 cm ambiente XML permitirá a interope
mas para metadados, como o MARCXML e outros.
rabilidade entre diversas linguagens e estruturas de metadados, faci
O período de transição de uma tecnologia para outra poderia
litando o intercâmbio de dados entre diversas instituições, indepen
ser breve se dependesse sarnente das tecnologias empregadas, mas
dente elo sistema ou plataforma utilizados, além de proporcionar uma
geralmente esse período de transição é longo, pois não depende so
melhor interação entre humanos e máquinas devido no esquema
mente das tecnologias, mas também, e principalmente, da aceitação
semântico ela XML.
dessa nova tecnologia e de sua filosofia assim como da ruptura de
O MARC 21, que até o momento representou eficientemente
paradigmas por parte dos profissionais de diversas áreas envolvidos
apenas registros catalográficos e bibliográficos, ou seja, registros trn
na inovação tecnológica.
Em face deste novo espaço informacional, o profissional da dicionais, em ambiente XML, será capaz de representar registros que
informação se vê diante de uma nova direção na gestão ela informa o MARC 21 sozinho não suportaria, como textos completos, sons,
ção. Mas, como diz/-\lvarenga (2001, p.14), "mudam-se os meios, gráficos e outros, representando tanto os dados primários (o próprio
sofistican1-se os instrumentos e surgem nomes novos para designar documento) como os dados secundários (mctadados).
coisas velhas. Entretanto, a essência das coisas permanece". Podemos, através desta revisão de literatura, apontar desenvol
E toda essa inovação tecnológica proporcionada pela XML e vimentos tecnológicos que vêm ocorrendo na área da biblioteconomia
tecnologias associadas a ela vem dar condições para tornar realidade e, em. especial, na área ela representação descritiva, como o XMLMARC
sonhos antigos, profetizados há séculos e ainda não concretizados desenvolvido pela Medlane e o MARCXML pela Library of Congress,
de fato, como a grande biblioteca universal, o controle bibliográfico entre outros.
universal, entre outros. Inclusive os grandes softwares de gerenciamento de bibliote
cas utilizados por unidades de informação espalhadas pelo mundo
inteiro já estão implementando uma camada XML em suas estru
'.!. Stanford University's Lane Medical Librnry
3 http://xmlmarc.stanford.edu turas, como o ALEPII500, por exemplo, buscando, assim, facilitar
4 http://www.loc.gov/standards/marcxml o intercâmbio de dados entre as instituições por meio da interope-
136 Tecnologia e conteúdos informacionais Marc21 c)(ML 137
rabilidade entre várias estruturas de mctadados e sistemas hetero fOSKETr, D. J. Informática. ln: Ciêncin dn informação ou inf'onnútica? Rio de
gêneos utilizados (Informação verbal). 5 Janeiro: Calunga, 1980. p.9-51.
Portanto, torna-se necessário que os profissionais da informa F URGERI, S. Ensino didático da linguagem XML. São Pm1!0: Érica, 200·1. 278 p.
ção de boje não só aceitem as mudanças, mas sejam agentes dessas, F URRIE, B. O MARC bibliográfico: um guin introdutório; catalogaç5o legível por
computador. Brasíliél : Thesaurus, 2000. 95 p. Trnduç5o de: Bcéllriz Vnladores
r01npendo paradigmas, incorporando as mudanças, as inovações e
Ccndón, Sonia Burnicr, Maria I lclrna Santos e Not,ília G11iné ele Mcllo Carvalho.
as diversidades, visto que as necessidades sociais vigentes exigem isso.
GAZAN, R. "The wondcr ycars" of XML. Library Co111puting, IS.li, v.19, n. 1/2,
p.13-17, 2000.
Referências GRÁCIO, J. C. A. !v/ctaelaelos para descriçiiodc recursos ela Interne/': o 1x1elr5o nublin
Core, aplirnções e a questão ela interopcrabiliclnelc. 2002. 127 f. nisscrlaç5o
ALVARENGA, L. A teoria cio conceito revisitada cm conexão com ontologias e (Mestrado em Ciência da Informação)- Faculdade ele Filosofi;:i e Ciê11ci,1s, L111ivcr
metaclaclos no contexto elas bibliotecas tradicionais e digitais. Oatagra111azcro - sidade Estadual Paulista, Marília, 2002.
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Meaclows (1999) e Mueller (1994), por sua vez, tnmbém defi
nem a cornLui.ic..wiio científiCi1 como un1 processo que engloba a pro
dução ela infonn.1ção, su.1 inserção nos cannis formais e informnis de
com1mirn�·ão utilizados pebs cPrntmicbcles científic;,s r, finalmente, a
recuperação dessa informaçiio pelos invcstigndores e acndêmicos. Parn
Mendows (1999), a própria estwturn da pesquisa científicn faz com
que os investig.1don:s se envolvam com esse vroccsso de comunicaç3o,
peb necessidade de ncunntl.1l'l'.111 dnr!os, desenvolverem simultanea
mente tcorins e cx.1Jcriências e modificarem idéi;1s, fozenclo com qul· a
investigação s�ja cada vrz mnis um.1 atividade: rcalizaclél em grupo.
O mesmo ,;ulor salienta que os periôclicos lêm sido os princi
pais instrun1c1:tos formJ.is utilizJ.rlos 110 processo de comunicaçiio
científica, npesar de existirem outros meios corno c,mgr�·ssos, rcu
niõe� científicas, livrns, etc., que sJo utiliz.1cbs com intensidadrs di
ferentes, de ncor,�o com n árrn de pcsq1üsa (l\.,1.E/\L10W5, 1999).
Como se s::ihe, parn o investigador, o importante é que .1 publi
caçôo nos periódicos numentn a possil.Jililbdc ele que os rcsultndos de
sua pesquisa srjam lidc,s pelos p.11Ts, kgitimando-;:i (LE CROSNIER,
1995), e (Jlle a prcxlu\'ão e cli'.;::;rn.1in,,çi\o do:; t:·abalhos si'io nspcctns
138 Tecnologia e conteúdos informacionais
RAMALHO, J. A. XML teoria e prática. São Paulo: Berkeley Brasil, 2002, "146 p . C;1pítulo S
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nem a cornLul.Íca,,fi.o científica como urn processo que engloba a pro
duç3o da informc1çi'i.o, su.1 inserçiio nos canJ.is formais e informois de
com1mica�'ão utilizados pdüs cc1rntmidades científicas r, finalmente, i1
rccupcração dessc1 informaçJo pelo� investigadores e acé!dêmicos. ParJ.
Me.1clows (1999), a pr0pria estn!turél da pesquisa científicél faz com
que os invcstig.1don:s se envolvom com esse processo de comunicaç3.o,
peb necessidade de acumuliln:m dalios, desenvolverem simultanea
mente teorias e experiências e modificarem idéias, fozcnclo com CJUl" a
investigaçJo �t;.ia cc1d�1 vr;;: mais um.1 atividade rcalizadR em grupo.
O mesmo ,ltitor salienta que os periódicos lêm sido os princi
pais instrumc1:tos !'orm;:iis utilizarlos 1,0 processo de comunicaçôo
científica, é!pcsar de existirem outros meios como c;mgrcssns , rTu
niõe� ;::icntíficas, iivros, etc., que sJo utilizad,1s cem intensidadrs di
ferentes, de ::icnr.:.�o com a iÍ.ITé1 de pcsqllÍSd (MEA.L10W5, 1999).
Como se s::ihe, para o investigador, o importante é que .1 publi
caç3o nos periódicos oumcntJ. a possibilidade ele que os rcsultodos de
sua pesquisa srjél.m lidc,s pelos 1x1.res, kgit:man.clo-a (LE CRC1SNIER,
1995), e q11e a produ\'il.O e di'.;::;cmin,1çi\o do� t:,abalhos si'i.o é!Sjlectos
140 Tecnologia e conteúdos informacionais Mudanças no processo de comunicação científica 141
fundamentais para o êxito na carreira acadêmica. O prestígio e a Uma nova perspectiva no processo
qualidade das publicações nesses periódicos têm perrnitido a avalia de comunicação científica
ção das contribuições do corpo docente de uma universidade, resul Em 1989, Piternick anunciava a grande mudança necessária
tando em promoções e em decisões relativas à concessão de estabili no processo de publicação científica, que aconteceria com a adoção
dade no emprego (OKERSON, 1992; ODLYZKO, 1995; HARNAD, ' 1995). elo formato eletrônico, o qual deveria resolver não só o problema elo
No entanto, esse processo de comunicação científica que está custo das assinaturas, mas também a pontualidade dos periódicos
relacionado principalmente com o modelo tradicional de publicação científicos, além de ajudar na visibilidade e acessibilidade da produ
em periódicos tem apresentado problemas como: demora na pu ção científica, por estar disponível para todos, a qualquer instante.
blicação do artigo; custos elevados de aquisição e manutenção de co Na verdade, começava-se a pensar nesse formato como solução para
leções atualizadas; rigidez do formato impresso em papel, quando os problemas citados anteriormente, e não somente para diminuir o
cornparado com a versatilidade dos formatos eletrônicos; dificuldade custo da publicação cm suporte impresso e o valor elas assinaturas.
para o investigador obter artigos de interesse devido ao grande nú Segundo Levy e Marshall (1994), a utilização desse novo formato
mero de periódicos e aos instrumentos pouco eficientes de identifica também viria a auxiliar a comunicação informal, que tem papel
ção e busca (PJTERNICK, ·t 989; MUELLER, 2000; TENOPIR, KING, 2000). importante em todo processo de comunicação científica, aqliisição e
Como referido por Turoff e Hiltz (1982), Piternick (1989) e criação de novos conhecimentos.
O suporte eletrônico apresentou-se como uma oportunidade
Tenopir e King (2000), o alto custo da assinatura dos periódicos tem
para as universidades recuperarem os seus direitos autorais e redu
sido um dos problemas mais citados na literatura, por repercutir no
zirem gastos. Sabe-se que elas são responsáveis pela produção de 70%
desenvolvimento das coleções das bibliotecas e centros ele documen
dos artigos científicos e compram dos editores comerciais cerca de 90%
tação, que não conseguem adquirir os títulos de interesse para os
dos artigos que consomem, comprometendo boa p;:irtc elo seu orça
investigadores da instituição, fato que vem se agravando devido ao
mento na aquisição de periódicos que trazem de volta os resultados
elevado número de periódicos existentes em áreas 111.ais especializadas
do seu próprio trabalho (OKERSON, 1991; TENOPIR, KING, 2000).
da ciência. Isso mostra claramente a dificuldade ele acesso à informa
Em decorrência disso e com o desenvolvimento das Tls, foi ado
ção científica que é produzida e cedida às grandes editoras pelos pró
tado por algumas instituições o consórcio ele bibliotecas, pilra a sele
prios investigadores dessas instituições.
ção, aquisição, manutenção e preservação da informação eletrônica,
Se, por um lado, a maior parte dos periódicos científicos rele
com o objetivo de diminuir ou dividir os custos orçamentários e
vantes internacionalmente são distribuídos por agentes comerciais an1pliar o universo de informações disponíveis ;:ios utilizadores
que, por terem o direito de venda exclusiva da publicação, adotam. (KRZYZANOWSKJ, TARUHN, 1998), favorecendo de maneira equiva
preços elevados, por outro, passamos a ver os produtores científicos lente instituições de diferentes portes, com a divisão proporcional elos
mantendo uma competição com os editores comerciais, produzindo valores a serem pagos por estas na aquisição das assinaturas
revistas que na verdade são constituídas com o objetivo de divulgar (KRZYZANOWSKJ, TARUHN, 1998; BROWN, 1998). Esta prática con
a sua própria produção científica sem terem que abrir mão ele seus firmou aspectos apontados por Lancaster (1996), quando referiu que
direitos autorais para os editores (LEVACOV, 1997). tanto as bibliotecas quanto os bibliotecários deveriam ;:icompanhar
Surge, então, o suporte eletrônico oferecendo um cortjunto de os avanços e preocupar-se basicamente com três atividades: facilitar
condições que permitem mudanças no processo tradicional ele comu à sua comunidade o acesso à informação; criar um conjunto de
nicação científica, apresentando soluções para essas dificuldades en informações eletrônicas de interesse para o utilizador; e resolver pro
contradas na publicação impressa (PITERNICK, 1989; OKERSON, 1991, blemas de licença para o acesso e distribuição de informação (direito
1992; TENOPIR, KING, 2000). autoral) além de defender as parcerias em geral.
140 Tecnologia e conteúdos informacionais Mudanças no processo de comunicação científica 141
fundamentais para o êxito na carreira acadêmica. O prestígio e a Uma nova perspectiva no processo
qualidade das publicações nesses periódicos têm permitido a avalia de comunicação científica
ção das contribuições do corpo docente de uma universidade, resul Em 1989, Piternick anunciava a grande mudança necessária
tando em promoções e em decisões relativas à concessão de estabili no processo de publicação científica, que aconteceria com a adoção
dade no emprego (OKERSON, 1992; ODLYZKO, 1995; HARNAD, 1995). do formato eletrônico, o qual deveria resolver não só o problema do
No entanto, esse processo de comunicação científica que está custo elas assinaturas, mas também a pontualidade dos periódicos
relacionado principalmente com o modelo tradicional de publicação científicos, além ele ajudar na visibilidade e acessibilidade ela produ
em periódicos tem apresentado problemas corno: demora na pu ção científica, por estar disponível para todos, a qualquer instante.
blicação do artigo; custos elevados de aquisição e manutenção de co Na verdade, começava-se a pensar nesse formato como solução para
leções atualizadas; rigidez do formato impresso em papel, quando os problemas citados anteriormente, e não somente para diminuir o
comparado com a versatilidade cios formatos eletrônicos; dificuldé!de custo da publicação em suporte n11presso e o valor das assinaturas.
para o investigador obter artigos de interesse devido ao grande nú Segundo Levy e Marshall (1994), a utilização desse novo formato
mero de periódicos e aos instrumentos pouco eficientes de identifica também viria a auxiliar a comunicação informal, ql1e tem papel
ção e busca (PITERNICK, ·t 989; MUELLER, 2000; TENOPIR, KING, 2000). importante em todo processo de comunicação científica, aquisição e
Como referido por Turoff e Hiltz (1982), Piternick (1989) e criação de novos conhecimentos.
O suporte eletrônico apresentou-se como uma oportunidade
Tenopir e King (2000), o alto custo da assinatura dos periódicos tem
para as universidades recuperarem os seus direitos autorais e redu
sido um cios problemas mais citados na literatura, por repercutir no
zirem gastos. Sabe-se que elas são responsáveis pela produção de 70%
desenvolvimento das coleções elas bibliotecas e centros de documen
dos artigos científicos e compram dos editores comerciais cerca de 90%
tação, que não conseglJem adquirir os títulos de interesse para os
dos artigos que consomem, comprometendo boa parte do seu orça
investigadores da instituição, fato que vem se agravando devido ao
mento na aquisição de periódicos que trazem de volta os resultados
elevado número de periódicos existentes em áreas mais especializadas
do seu próprio trabalho (OKERSON, 1991; TENOPIR, KING, 2000).
da ciência. Isso mostra claramente a dificuldade de acesso à informn
Em decorrência disso e com o desenvolvimento elas Tls, foi ado
ção científica que é produzida e cedida às grandes editoras pelos pró
tado por algumas instituições o consórcio de bibliotecas, pnra n sele
prios investigadores dessas instituições.
ção, aquisição, manutenção e preservação da informação eletrônica,
Se, por um lado, a maior parte dos periódicos científicos rele
com o objetivo de diminuir ou dividir os custos orçnmentários e
vantes internacionalmente são distribuídos por agentes comerciais ampliar o universo de informações disponíveis nos utilizadores
que, por terem o direito de venda exclusiva da publicação, adotam (KRZYZANOWSKJ, TARUHN, 1998), favorecendo de maneira equiva
preços elevados, por outro, passamos a ver os produtores científicos lente instituições de diferentes portes, com a divisão proporcional dos
mantendo uma competição com os editores comerciais, produzindo valores a serem pagos por estas na aquisição elas assinaturas
revistas que na verdade são constituídas com o objetivo ele divulgar (KRZYZANOWSKI, TARUHN, 1998; BROWN, 1998). Esta prática con
a sua própria produção científica sem terem que abrir mão ele seus firmou aspectos apontados por Lancaster (1996), quando referiu que
direitos autorais para os editores (LEVACOV, 1997). tanto as bibliotecas quanto os bibliotecários deveriam acompanhar
Surge, então, o suporte eletrônico oferecendo um cortjunto de os avanços e preocupar-se basicamente com três atividndes: facilitar
condições que permitem mudanças no processo tradicional de comu à sua comunidade o acesso à informação; criar um conjunto de
nicação científica, apresentando soluções para essas dificuldncles en informações eletrônicas de interesse para o utilizador; e resolver pro
contradas na publicação impressa (PITERNICK, 1989; OKERSON, 1991, blemas de licença para o acesso e distribuição de informação (direito
1992; TENOPIR, KING, 2000). autoral) além de defender as parcerias em geral.
142 Tecnologia e conteúdos informacionais Mudanças no processo de comunicação científica 143
Nesta fase, observa-se que as bibliotecas são reavaliadas, refor arquivamento, a revisão pelos pares e a interoperabilidade. Aqui
muladas e incorporadas rapidamente ao ambiente universitário rece chama-se a atenção para o auto-arquivamento (sclf archiving) que
bendo diferentes denominações corno virtual, eletrônica, digital, entre se refere ao direito que o autor tem de enviar o seu trabalho para a
outras (CORRALL, 1995). publicação sem intermédio de terceiros (CAFÉ ct ai., 2002; 2003). Esse
Durante este período de evolução das bibliotecas e déls novas tipo de publicação, caracteriza-se pelo acesso livre, conceito inovador,
tecnologias, surgiram prqjetos como o Birmingham and Loughbo cujos objetivos são tornar o trabalho disponível de forma rápida,
rough Eletronic Nctwork Dcvclopmcnt (BLEND), Quartct, ADONIS, favorecendo o acesso democrático e gratuito das publicações eletrô
ELVYN, Thc Univcrsity Liccnsing Program (TULIP 1 ), ClJC'mistry Online nicas, e enfraquecendo, com isso, o monopólio das grandes editoras
Rctricval Expcriment (CORE2 ) e o Journal Storagc (JSTOR3 ) que trat;:i científicas que até recentemente detinham cm seu poder os direitos
ram de questões relacionadas com a implementação de componentes de publicação. Segundo Ginsparg (2000), esse tipo de publicação é
de bibliotecas digitais no rn.eio acadêmico, direitos autorais, viabilidade bastante flexível, sendo possível coexistir com o sistema de publi
econômica da solução digital, em relação ao problema do arm.azc cação tradicional, de modo a ajudá-lo a chegar mais próximo elas
narnento físico da literatura científica, e desenvolvimento, avaliação, necessidades dos investigadores.
qualidade e distribuição de periódicos científicos eletrônicos Seguindo a mesma filosofia dos open archivcs, surgiu h.'.í
(MEf\DOWS, 1999; TENOPIR, KING, 2000; ROWLEY, 2002; SARMENTO pouco mais de dois anos o conceito ele Repositório Institucional (RI)
e SOUZA ct al., 2003). que está sendo utilizado para a divulgação de diferentes documen
Outra iniciativa com reconhecimento mundial é a Scicntific tos produzidos cm setores acadêmicos e universitários norte-ame
Elcctronic Library Online (SciEL04 ) que mantém uma coleção selecio ricanos e europeus, assunto que será abordado adiante.
nada de periódicos científicos brasileiros, de diferentes áreas elo co
nhecimento. A biblioteca utiliza a Metodologia SciELO para prepara
ção, armazenamento, disseminação e avaliação de publicações Tecnologias que suportam a mudança
científicas e1n formato eletrônico. Essa metodologia está sendo utili no sistema de publicação eletrônica
zada por outros países ela América Latina, Caribe e Europa permitin A evolução ocorrida no processo de comunicação científica, pela
do busca cm todos as coleções (PACKER ct al., 1998; MENEGI IINI, 1998, introdução do suporte eletrônico, trouxe problemas e agravou ou
PACKER, 2003). tros já existentes. O mais grave tem sido o aumento de formatos
Neste momento, destaca-se o desenvolvimento dos arquivos privados ou proprietários, isto é, produtos que não utilizam um
abertos (opcn archivcs) que tornam disponível à comunidade acadê padrão, não são reutilizáveis por outros desenvolvedores e não per
mica todo tipo de informação necessária à produção e à divulgação mitem interoperabilidade de sistemas. Isto faz com que os usu.'.írios
elo conhecimento científico e tecnológico (GINSPARG, 2000). precisem manter seus arquivos cm diferentes formatos e suportes
O conceito de arquivos abertos foi consolidado durante a Con para garantir a sua reutilização. Esta questão mostra a necessidade
venção ele Santa Fé," quando foram definidos os princípios de uma ela produção documental ser "inteligente", garantindo que no futu
nova filosofia para a publicação científica, entre-os quais o auto- ro ela seja lida por diferentes sistemas e versões do programa que a
produziu (RAMALHO, 2000).
1 http://www.elsevier.nl/hornepage/aboul/resprnj/trmenu. h l rn Outro problema está relacionado com a globalização da infor
'.2 hll p://www.dlib.org/d\ib/decc111bcr9 5/bricfi ngs/'I '.2core.htrnl
3 hltp://www.jslor.org mação. Como a Internet permite que os usuários tornem disponível
4 http://www.scielo.br e acessem as informações cm formato digital, esta facilidade vem
5 The Sanlil Fé Convention for the open archives initiative. Disponível e111 provocando wn aumento exponencial na quantidade ele documen
http://www.openarchives.org/sfc/sfc_enl ry .htm.
tos produzidos, sendo praticamente inviável disponibilizá-los cm
142 Tecnologia e conteúdos informacionais Mudanças no processo de comunicação científica 143
Nesta fase, observa-se que as bibliotecas são reavaliadas, refor arquivamento, a revisão pelos pares e a interoperabilidade. Aqui
muladas e incorporadas rapidamente ao ambiente universitário rece chama-se a atenção para o auto-arquivamento (sdf archiving) que
bendo diferentes denominações como virtual, eletrônica, digital, entre se refere ao direito que o autor tem ele enviar o seu trabalho para a
outras (CORRALL, 1995). publicação sem intermédio de terceiros (CAFÉ ct al., 2002; 2003). Esse
Durante este período ele evolução elas bibliotecas e elas novas tipo de publicação, caracteriza-se pelo acesso livre, conceito inovGdor,
tecnologias, surgiram projetos como o Birminghnm and Loughbn CLijOS objetivos são tornar o trabalho disponível de forma rápida,
rough Eletronic Network Dcvdopmcnt (BLEND), Quartet, ADONIS, favorecendo o acesso democrático e gratuito das publicações eletrô
ELVYN, Thc University Liccnsing Program (TUUP 1 ), Chcmistry Online nicas, e enfraquecendo, com isso, o monopólio das grandes editoras
Rctricval Experimcnt (CORE2 ) e o Journal Storagc (JSTOR1 ) que trata científicas que até recentemente detinham em seu poder os direitos
ram ele questões relacionadas com a implementação ele componentes de publicação. Segundo Ginsparg (2000), esse tipo ele publicação é
ele bibliotecas digitais no meio acadêmico, direitos autorais, viabilidade bastante flexível, sendo possível coexistir com o sistema de publi
econômica da solução digital, cm relação ao problema elo armaze cação tradicionGl, ele modo a ajudá-lo a chegar mais próximo das
namento físico da literatura científica, e desenvolvimento, avaliação, necessidades dos investigadores.
q ualidadc e distribuição de periódicos científicos eletrônicos Seguindo a mesma filosofia dos opcn archivcs, surgiu há
( MEADOWS, 1999; TENOPIR, KING, 2000; ROWLEY, 2002; SARMENTO pouco mais de dois anos o conceito de Repositório Institucional (RI)
e SOUZA ct al., 2003). que está sendo utilizado para a divulgação ele diferentes documen
Outra iniciativa com reconhecimento mundial é a Scicntific tos produzidos cm setores acadêmicos e universitários norte-ame
Elcctronic Library Online (SciEL04 ) que mantém uma coleção selecio ricanos e europeus, assunto que será abordado adiante.
nada de periódicos científicos brasileiros, de diferentes áreas elo co
nhecimento. A biblioteca utiliza a Metodologia SciELO para prepara
ção, armazenamento, disseminação e avaliação de publicações Tecnologias que suportam a mudança
científicas em form.ato eletrônico. Essa metodologia está sendo utili no sistema de publicação eletrônica
zada por outros países ela América Latina, Caribe e Europa permitin A evolução ocorrida no processo de comunicação científica, pela
do busca cm todos as coleções (PACKER et al., 1998; MENEGI IINI, ] 998, introdução do suporte eletrônico, trouxe problemas e agravou ou
PACKER, 2003). tros já existentes. O mais grave tem sido o aumento de formGtos
Neste momento, destaca-se o desenvolvimento elos arquivos privados ou proprietários, isto é, produtos que não utilizam um
abertos (open archives) que tornam disponível à comunidade acaclê padrão, não são reutilizáveis por outros desenvolvedores e não per
rnica todo tipo ele inforrn.ação necessária à produção e à divulgação mitem interoperabilidade de sistemas. Isto faz com que os usuários
do conhecimento científico e tecnológico (GINSPARG, 2000). precisem manter seus arquivos em diferentes formatos e suportes
O conceito de arquivos abertos foi consolidado durante a Con pé!ra garantir a sua reutilização. Esta questão mostra a necessidade
venção ele Santa Fé/' quando foram definidos os princípios de uma da produção documental ser "inteligente", garantindo que no futu
nova filosofia para a publicação científica, entre-os quais o Guto- ro ela seja lida por diferentes sistemas e versões do programa que a
produziu (RAMALHO, 2000).
1 http://www.elscvier.nl/homepage/aboul/resproj!trmenu.hlm Outro problema está relacionado com a globalização ela infor
2 hltp://www.cllib.org/cl!ib/cleccmbcr9 5/bricfi ngs;·12core.htmi
3 http://www.jslor.org mação. Como a Internet permite que os usuários tornem disponível
4 http://www.scielo.br e acessem as informações em formato digital, esta facilidade vem
5 Thc Santa Fé Convcntion for thc open archivcs initiative. Disponível en1 provocando um aumento exponencial na quantidade de documen
http://www.openarchives.org/sfc/sfe_enlry .htm.
tos produzidos, sendo praticamente inviável disponibilizá-los cm
144 Tecnologia e conteúdos informacionais Mudanças no processo de comunicação científica 145
formatos puramente textuais, pois isto dificulta a localização pelos Até à presente data sabe-se da existência de seis platnformas que
motores de busca e de indexação. Este fato fez com que surgissem possibilitam a implementação de Rls por universidades e centros de
projetos como Tcxt Encoding Iniciative (TEI) (SPERBERG-MCllUEEN; investigação, são elas: CERN Document Server sofh,vare (CDSwareé ),
BURNARD, 1994; IDE; SPERBERG-MCQUEEN, ] 995) e o Dublin Core DSpace, 7 Eprints Software (Eprints11), Toais and tcchnologies for Open
Metadata Initiativc (DCMI) (HEERY, 1996; DEMPSEY; HEERY, 1998), Repositories (i-Tor9 ), MyCoRe w e eDoc 11 Scrver. As cinco primeiras
que visam resolver esses problemas associando metadados aos do foram analisadas e comparadas tecnicamente pelo Open Society
cumentos, ou seja, acrescentando informações sobre as informações Institute que elaborou um guia para auxiliar os gestores de insti
de um documento (CAPLAN, 1995). A proposta de utilização do Dublin tuições na escolha elo melhor sistema a ser utilizado, realizando uma
Core (DC) parece resolver a questão da localização de documentos análise comparativa das plataformas nas seguintes vertentes: especi
na Internet, não se preocupando com o conteúdo, a estruturação e a ficações técnicas, administração do repositório e elo sistema, gestão
padronização de forrnatos dos mesmos (GOLDFARB, 1990 apud ele conteúdo, disseminação (interface do utilizador e fw1.cionalidades de
RAMALHO, 2000). pesquisa), arquivo e manutenção do sistema (CROW, 2003 ).
Os metadados são, portanto, insuficientes para descrição se Em comparação com os repositórios específicos de uma disci
mântica dos recursos. Como acontece em outras áreas e em re-lação plina e as bibliotecas digitais orientadas para um assunto ou temáticas,
à descrição dos recursos físicos, a padronização é um elemento-cha os Ris reúnem as pesquisas originais e outros bens intclectunis gera
ve na sua utilização em grande escala (BAPT!STA; MACHADO, 2001). dos pela população que constitui a instituição e que atun em muitos
Com o intuito de solucionar essa questão, foi desenvolvida campos. Assim definidos, os repositórios institucionais representa
pelo World Wide Web Consortium (W3C) uma linguagem comum ram a corporificação histórica e tangível da vidn intelectual e dn pro
de metadados como proposta de metodologia para a troca de infor cl ução ele uma instituição. E, à medida que a própria afiliação
mação. O enquadramento denominado Resource Description institucional serve como o filtro básico da qualidade, esse repositório
Framework (RDf) inclui um modelo e uma sintaxe, o RDF/XML, torna-se um indicador importante ela qualidade acadêmica da insti
construído com base no eXtensible Markup Language (XML), for tuição (CROW, 2002).
necendo, assim, um suporte de interoperabilidade de metadados na O conteúdo intelectual/acadêmico elo repositório pode ser agru
Web (BERNERS-LEE, 1999). pado em coleções de material científico, pedagógico, administrativo,
O RDF tornará a busca mais rápida e mais precisa, ajudando ou outro tipo determinado pela instituição, e deve ser cumulativo e
no agrupamento dos documentos por área de interesse e facilitando perpétuo, com políticas de acesso definidas pelas comunidades;
o processo de troca de informação. Espera-se que o RDF venha faci intemperável e com acesso aberto (CROW, 2002). Associado a estas
litar o acesso à informação e melhorar significativamente a qualida coleções é disponibilizado aos membros da instituição um cortjunto
de dos resultados das pesquisas na Web (BOSAK; 1999). de serviços para auxiliar a gestão, disseminação e preservação dos
materiais digitais (LYNCH, 2003).
Repositórios institucionais As plataformas utilizadas nos Rls permitem o depósito ele qual
quer formato de arquivo, no entanto, fica a critério cln instituição a
Os Rls surgiram recentemente com a primeira versão da plata
f orma E-print (CROW, 2003) e são definidos por Crow (2002), no 6 Ver http://cdsware.cern.ch
contexto universitário, como coleções digitais de documentos que 7 Ver http://www.dspace.org
armazenam, preservam e disponibilizam o acesso à produção inte 8 Ver http://www.eprints.org
9 Ver http://www.i-tor.org/en/toon
lectual de uma ou mais universidades, que pode ser produzida por 1O Ver http://www.mycore.de/engl/index.htrnl
investigadores, docentes, alunos e outros membros da instituição. 11 Ver http://edoc.mpg.de
144 Tecnologia e conteúdos informacionais Mudanças no processo de comunicação científica 145
formatos puramente textuais, pois isto dificulta a localização pelos Até à presente data sabe-se da existência de seis plataformas que
motores de busca e de indexação. Este fato fez com que surgissem possibilitam a imple1nentação de Ris por universidades e centros de
projetos como Text Encoding Iniciative (TEI) (SPERBERG-MCQUEEN; investigação, são elas: CERN Document Server software (CDSware"),
BURNARD, 1994; IDE; SPERBERG-MCQUEEN, 1995) e o Dublin Core DSpace,7 Eprints Software (EprintsH ), Toais anel tcchnologies for Open
Metadata Initiativc (DCMI) (HEERY, 1996; DEMPSEY; HEERY, 1998), Repositories (i-Tor9), MyCoRe w e eDoc11 Server. As cinco primeiras
que visam resolver esses problemas associando metadados aos do foram analisadas e comparadas tecnicamente pelo Opcn Society
cumentos, ou seja, acrescentando informações sobre as informações Jnstitute que elaborou um guia para auxiliar os gestores ele insti
de um documento ( CAPLAN, 1995). A proposta de utilização do Dublin tuições na escolha do melhor sistema a ser utilizado, realizando um.a
Core (DC) parece resolver a questão da localização de documentos análise comparativa das plataformas nas seguintes vertentes: especi
na Internet, não se preocupando com o conteúdo, a estruturação e a ficações técnicas, administração elo repositório e elo sistema, gestão
padronização de fonnatos dos mesmos (GOLDFARB, 1990 apud ele conteúdo, disseminação (interface elo utilizador e fw1cionalidades de
RAMALHO, 2000). pesquisa), arquivo e manutenção elo sistema (CROW, 2003).
Os metadados são, portanto, insuficientes para descrição se Em comparação com os repositórios específicos ele uma disci
mântica dos recursos. Como acontece em outras áreas e em re-lação plina e as bibliotecas digitais orientadas para um assunto ou temáticas,
à descrição dos recursos físicos, a padronização é um elemento-cha os Ris reúnem as pesquisas originais e outros bens intelectuais gera
ve na sua utilização em grande escala (BAPT!STA; MACHADO, 2001). dos pela população que constitui a instituição e que atua em muitos
Com o intuito de solucionar essa questão, foi desenvolvida campos. Assim definidos, os repositórios institucionais representa
pelo World Wide Web Consortium (W3C) uma linguagem comum ram a corporificação histórica e tangível ela vida intelectual e ela pro
de metadados como proposta de metodologia para a troca de infor dução de uma instituição. E, à medida que a própria afiliação
mação. O enquadramento denominado Resource Description institucional serve corno o filtro básico ela qualidade, esse repositório
Framework (RDF) inclui mn modelo e uma sintaxe, o RDF/XML, torna-se um indicador importante ela qualidade acadêmica da insti
construído com base no eXtensible Markup Language (XML), for tuição (CROW, 2002).
necendo, assim, um suporte de interoperabilidade de metadados na O conteúdo intelectual/acadêmico elo repositório pode ser agru
Web (BERNERS-LEE, 1999). pado em coleções ele material científico, pedagógico, administrativo,
O RDF tornará a busca mais rápida e mais precisa, ajudando ou outro tipo determinado pela instituição, e eleve ser cumulativo e
no agrupamento dos documentos por área de interesse e facilitando perpétuo, com políticas de acesso definidas pelas comunidades;
o processo de troca de informação. Espera-se que o RDF venha faci interoperávcl e com acesso aberto (CROW, 2002). Associado a estas
litar o acesso à informação e melhorar significativamente a qualida coleções é disponibilizado aos membros ela instituição um conjunto
de dos resultados das pesquisas na Web (BOSAK;l 999).
ele serviços para auxiliar a gestão, disseminação e preservação elos
materiais digitais (LYNCH, 2003).
Repositórios institucionais As plataformas utilizadas nos Ris permitem o depósito ele qual
quer formato de arquivo, no entanto, fica a critério ela instituição a
Os Ris surgiram recentemente com a primeira versão da plata
forma E-print (CROW, 2003) e são definidos por Crow (2002), no 6 Verhttp://cdsware.cern.ch
contexto universitário, como coleções digitais de documentos que 7 Verhttp://www dspace.org
armazenam, preservam e disponibilizam o acesso à produção inte 8 Ver http://www.eprinls org
9 Ver hltp://www.i-tor.org/en/toon
lectual de uma ou mais universidades, que pode ser produzida por 1O Ver http://www.mycore.de/engl/index.html
investigadores, docentes, alunos e outros membros da instituição. 11 Ver http://edoc.mpg.de
Mudanças no processo de comunicação científica 14 7
146 Tecnologia e conteúdos informacionais
disseminação da produção acadêmica, incentivando o desenvolvi XII ENDOCOM - Encontro Nacional de Informação em Ciênci;is da Comunicação.
mento de sistemas específicos para esse tipo de publicação, os quais Salvador, Bahia, Setembro, 2002.
têm provocado mudanças no processo tradicional de comunicJção CAFÉ, L.; MELO, B.A.; BARBOZA, E.M.F.; MARCELINO, E.; ARELLANO, M.A.M.
científica, podendo proporcionar de imediato e a médio prazo mu Repositórios inslit11cionais: nova estratégia para publicação científica na Rede.
Xtll ENDOCOM - Encontro Nacional de Informação em Ciências da Comunica
danças no comportamento de pesquisadores e na própria estrutura
ção. Belo Horizonte, Minas Gerais, Setembro, 2003.
universitária.
CAPLAN, P. You call it corn, we call it syntax-inclependcnt metadata for document
Diante da tendência de mudanças no processo de comunicação
like objects. T/Je Public-Acccss Computcr Systcms Review, v.6, 11.4, p.19-23, ·1995.
científica, espera-se que as universidades e institutos de pesquisas Disponível em hllp://info.lib.uh.eclu/pr/v6/n4/capl6n4.html. Acesso e111: 2 7 jul.
adotem, como estratégia, os Repositórios Institucionais. Acredita-se 2003.
que os Ris possam contribuir para a agilizar o processo de mudança, CORRAL, S. Acadernic librarics ili the inforrnation society. New library world, v.96,
que é um dos fatores críticos de sucesso para a disseminação do co p.35-42, 1995.
nhecim.ento produzido nessas instituições. Acredita-se, ainda, que a CROW, R. A guidc to lnstitutional Rcpository Software. 1a. ecliçJo. Oclobcr 2003.
reunião dessa produção intelectual num RI possa ajudar na solução Disponível em hltp://www.soros.org/openaccess/software. Acesso e111 23 out.
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incentiva o gerenciamento da publicação pelo próprio investigador Washington. 2002. Disponível em http://www.orl.org/sparc/lR/ir.html. Acesso
cm: 15 sel. 2003.
(auto-arquivamento), garantindo a disseminação e preservação de
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Além disso, a possibilidade dos Ris estarem integrados de acordo
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148 Tecnologia e conteúdos informacionais Mudanças no processo de comunicação científica 149
disseminação da produção acadêmica, incentivando o desenvolvi XII ENDOCOM - Encontro Nacional de Informação em Ciêncius da Comunicação.
mento ele sistemas específicos para esse tipo de publicação, os quais Salvador, Bahia, Setembro, 2002.
têm provocado mudanças no processo tradicional de comunicação CAFÉ, L.; MELO, 13.A.; BARBOZA, E.M.F.; MARCELINO, E.; ARELLANO, M.A.M.
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adotem, como estratégia, os Repositórios Institucionais. Acredita-se 2003.
que os Rls possam contribuir para a agilizar o processo de mudança, CORRAL, 5. Acaclemic libraries in the information society. Ncw library 1,vorld, v.96,
que é um dos fatores críticos de sucesso para a disseminaç5o do co p.35-42, 1995.
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de problemas da publicação científica e auxiliar a comunicação in 2003.
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incentiva o gerenciamento da publicação pelo próprio investigador Washington. 2002. Disponível cm bttp://www.orl.org/sparc/lR/ir.html. Acesso
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(auto-arquivamento), garantindo a disseminação e preservação de
DEMPSEY, L.; HEERY, R. Mctadata: A current view of practice and issues. Journal
seus arquivos digitais e a manutenção dos direitos autorais.
of Oocumcntation, v.54, n.2, 145-172, 1998.
Além disso, a possibilidade dos Ris estarem integrados de acordo
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(Doutorado em Informática, ramo Tecnologia da Programação) - Escola ele Enge
nharia, Universidade do Minho, Braga, Portugal.
Capítulo 9
Periódicos científicos eletrônicos
Critérios de qualidade*
* O tema desse capítulo foi objeto da dissertação de Mestrado ele Maria Ferna11C!.i
Sarmento e Souza, em Ciência ela Informação, defendido junto à Faculdade de Filo
sofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Câmpus ele Marília, SP. Foi apre
sentado e publicado na íntegr·a nos Procccdings da 7'1' Jnternational Confrrcncc 011
E/cctronic Publishing (ELPUB), Portugal, 2003.
Capítulo 9
Periódicos científicos eletrônicos
Critérios de qualidade*
* O tema desse capítulo foi objeto da dissertação de Mestrado ele Maria Fernanda
Sarmento e Souza, em Ciência ela Informação, defendido junto à Faculclacle ele Filo
sofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Câmpus de Maríli,1, SP. Foi apre
sentado e publicado na ínteg1·a nos Proccedings da 7'" lntcrnationa/ Confcrcnce O/J
Electro1Jic Publishing (ELPUB), Portugal, 2003.
154 Tecnologia e conteúdos informacionais Periódicos científicos eletrônicos 155
Visando manter as funções básicas dos periódicos - memória e da qualidade elas revistas médicas e uma melhor distribuição dos
disseminação - nas publicações eletrônicas, f oi desenvolvido o pro recursos financeiros disponíveis para asjá existentes, evitando o apa
tótipo do "Modelo de análise de estrutura de periódicos científicos recimento de outras que não fossem.justificadamente necessárias.
eletrônicos" composto por critérios de qualidade já consolidados em Em 1982, Braga e Oberhofer apresentaram um modelo para
publicações impressas e elementos da Arquitetura da Informação. avaliação de periódicos científicos e técnicos brasileiros, fundamen
Levaram-se também em consideração relatórios finais de experiências tado na proposta da UNESCO (1964). Ao novo método ele avaliação
que focalizaram a distribuição de periódicos eletrônicos; materinl foram incorporados sete critérios (normalização; duração; periodi
disponível nos sites de instituições nacionais e estrangeiras que uti cidade; indexação; difusão; colaboração e divisão de conteúdo; autori
lizam métodos de avaliação de periódicos e estudos sobre as necessi dade) que procuraram refletir aspectos de qualidade além de serem
dades dos leitores ele revistas eletrônicas. dirigidos à avaliação de parâmetros mensuráveis. Cada critério possuía
um número ele variáveis com suas respectivas pontuações. Ao final
do processo, a sornntória dos pontos determinou o nível de desempe
Modelos de avaliação ocistentes e critérios de qualidade
nho do periódico como: muito bom, bom, mediano e fraco.
indicados para o eletrônico
Com o intuito de aperfeiçoar e atualizar o núcleo básico de tí
A necessidade de assegurar a qualidade de publicações cientí tulos relevantes nas diferentes áreas do conhecimento, Krzyzanowski
ficas vem sendo discutida desde 1960. Alguns estudos demons et al. (1991) deram continuidade a um projeto desenvolvido cm 1988
tram a necessidade ele uma definição de parâmetros mensuráveis; sobre avaliação de revistas científicas brasileiras. A metodologia uti
outros discutem a qualidade da informação registrada em revistas lizada nos dois estudos teve como princípio analisar o mérito elas
científicas e técnicas (ARENDS, 1968; BRAGA; OBERHOFER, 1982; revistas pelos seus pares, utilizando pnrâmetros predefinidos por
GARFIELD, 1990; KRZYZANOWSKI ET AL., 1991; CASTRO ET AL., Krzyzanowski et al. Estes incluíam os seguintes tópicos: qualidade
1996; KRZYZANOWSKI; FERREIRA, 1998). Esta preocupação, advinda da publicação, natureza do órgão publicador, abrangência, indexação
dos periódicos impressos, está presente na produção de periódicos e tradição, regularidade e importância relativa dentro da área. Ao final
científicos eletrônicos. do estudo, os periódicos foram classificados em três níveis de rele
Sabe-se que um primeiro modelo de avaliação começou a ser vância: prioritária, importante e importância relativa.
discutido quando ocorreu o aumento da quantidade de títulos de Alguns anos depois, foi realizado por Castro et ai. (1996) um
periódicos médicos venezuelanos, prejudicando a regularidade dessas estudo dos periódicos latino-americanos indexados no Mcdlars Online
publicações e a qualidade da informação científica (Arencls, 1968). Esse e na Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
problema levou a um.a avaliação da qualidade dessas revistas, que teve (LILACS). Um dos objetivos era estabelecer um modelo de formulário
seu início em 1964. Na época, contou com o apoio do Grupo ele Tra para ser utilizado na avaliação inicial de revistas que solicitavam.sua
balho para a Seleção de Revistas Científicas e Técnicas Latino-ameri indexação na base de dados LILACS. Nesse estudo os autores adotaram,
canas (1964), organizado pelo Centro de Cooperação da UNESCO para com algumas modificações, o modelo de Braga e Oberhofer (1982).
a América Latina. Os critérios propostos para avaliação das revistas Após análise de publicações impressas, Krzyzanowski e Ferreira
baseiam-se principalmente na apreciação da qualidade dos artigos, (1998) desenvolveram urna metodologia para avaliação ele mérito
apresentação do material, duração, periodicidade, aceitação de cola (conteúdo) e desempenho (forma) de periódicos científicos e técnicos
boradores de outras instituições, nível de especialização e indexação. brasileiros em circulação. A avaliação de mérito seguiu procedimentos
Para cada item foi dada urna pontuação cuja somatória classificou os preestabelecidos e a de forma, o rn.odelo de Braga e Oberhofer (1982).
periódicos em: deficiente, regular, bom, muito bom.e excelente. Ao Em âmbito internacional, Garfield (1990) enfatiza que fatores
final da pesquisa, o autor propôs a criação de um organismo regulador qualitativos e quantitativos são observados durante o processo ele
154 Tecnologia e conteúdos informacionais Periódicos científicos eletrônicos 155
Visando manter as funções básicas dos periódicos - memória e da qualidade das revistas médicas e uma melhor distribuição dos
disseminação - nas publicações eletrônicas, foi desenvolvido o pro recursos financeiros disponíveis para asjá existentes, evitando o apa
tótipo do "Modelo de análise de estrutura de periódicos científicos recimento de outras que não fossem justificadamente necessárias.
eletrônicos" composto por critérios de qualidade já consolidados em Em 1982, Braga e Oberhofer apresentaram um modelo para
publicações impressas e ele1nentos da Arquitetura da Informação. avaliação de periódicos científicos e técnicos brasileiros, fundamen
Levaram-se também em consideração relatórios finais ele experiências tado na proposta da UNESCO (1964). Ao novo método de avaliação
que focalizaram a distribuição de periódicos eletrônicos; material foram incorporados sete critérios (normalização; duração; periodi
disponível nos sites de instituições nacionais e estrangeiras que uti cidade; indexação; difusão; colaboração e divisão de conteúdo; autori
lizam métodos de avaliação de periódicos e estudos sobre as necessi dade) que procuraram refletir aspectos de qualidade além de serem
dades dos leitores de revistas eletrônicas. dirigidos à avaliação de parâmetros mensuráveis. Cadél critério possuía
um número de variáveis com suas respectivas pontliações. Ao final
do processo, a somatória dos pontos determinou o nível de desempe
Modelos de avaliação existentes e critérios de qualidade
nho do periódico como: muito bom, bom, mediano e fraco.
indicados para o eletrônico
Com o intuito de aperfeiçoar e atualizar o núcleo básico de tí
A necessidade de assegurar a qualidade de publicações cientí tulos relevantes nas diferentes áreas do conhecimento, Krzyzélnowski
ficas vem sendo discutida desde 1960. Alguns estudos dem.ons et ai. ('l 991) deram continuidade a um projeto desenvolvido cm 1988
tram a necessidade de uma definição de parâmetros mensuráveis; sobre avaliação de revistas científicas brnsileiras. A metodologia uti
outros discutem a qualidade da informação registrada cm revistas lizada nos dois estudos teve como princípio analisar o mérito elas
científicas e técnicas (ARENDS, 1968; BRAGA; OBERI-lOFER, 1982; revistas pelos seus pares, utilizando parâmetros predefinidos por
GARFIELD, 1990; KRZYZANOWSKI ET AL., 1991; CASTRO ET AL., Krzyzanowski et al. Estes incluíam os seguintes tópicos: qualidade
1996; KRZYZANOWSKI; FERREIRA, 1998). Esta preocupação, advinda da publicação, natureza do órgão publicador, abrangência, indexação
dos periódicos impressos, está presente na produção de periódicos e tradição, regularidade e importância relativa dentro da área. Ao final
científicos eletrônicos. do estudo, os periódicos foram classificados em três níveis de rele
Sabe-se que um primeiro modelo de avaliação começou a ser vância: prioritária, importante e importância relativa.
discutido quando ocorreu o aumento da quantidade de títulos de Alguns anos depois, foi realizado por Castro et ai. (1996) um
periódicos médicos venezuelanos, prejudicando a regularidade dessas estudo dos periódicos latino-americanos indexados no Mcdlars Online
publicações e a qualidade da informação científica (Arends, 1968). Esse e na Literatura Latino-Americana e do Caribe cm Ciências da Saúde
problema levou a u1na avaliação da qualidade dessas revistas, que teve (LILACS). Um dos objetivos era estabelecer um modelo de formulário
seu início em 1964. Na época, contou com o apoio do Grupo de Tra para ser utilizado na avaliação inicial de revistas que solicitavam sua
balho para a Seleção de Revistas Científicas e T écnicas Latino-am.eri indexação na base de dados LILACS. Nesse estudo os autores adotaram,
canas (1964), organizado pelo Centro de Cooperação da UNESCO para com algumas modificações, o modelo ele Braga e Oberhofer (1982).
a América Latina. Os critérios propostos para avaliação das revistas Após análise de publicações impressas, Krzyzanowski e Ferreira
baseiam-se principalmente na apreciação da qualidade dos artigos, (1998) desenvolveram uma metodologia para avaliação de mérito
apresentação do material, duração, periodicidade, aceitação de cola (conteúdo) e desempenho (forma) de periódicos científicos e técnicos
boradores de outras instituições, nível de especialização e indexação. brasileiros em circulação. A avaliação de mérito seguiu procedimentos
Para cada item foi dada uma pontuação cuja somatória classificou os preestabelecidos e a de forma, o m.odelo de Braga e Oberhofer (1982).
periódicos em: deficiente, regular, bom, muito bom. e excelente. Ao Em âmbito internacional, Garfield (1990) enfatiza que fatores
final da pesquisa, o autor propôs a criação de um organismo regulador qualitativos e quantitativos são observados durante o processo de
15 6 Tecnologia e contctídos informacionais Periódicos científicos eletrônicos 15 7
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Tenopir e King (2000), referindo-se a novos modelos ele publi- ·w 8i� i58 [) Lf �
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blicação que permitam relação entre o autor e o leitor participam elo
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158 Tecnologia e conteúdos informacionais Periódicos cicntí[icos eletrônicos 159
Nél busca por critérios de qualidade que devan1 ser observados eletrônico. A disponibilidade elo artigo completo com as éltualizaçõcs
na avaliação de publicações eletrônicas, pode-se citar o Intcrnationnl não ocorria com o periódico tradicional, que aprescntavn apcnns em
Consortium for thc Advancement of Acadcmic Publication (ICAAP), fascículos seguintes a errata com as informações a serem corrigiclé!s.
que adota os seguintes critérios para a inclusão de um periódico nesta Finalmente, a publicação no meio eletrônico, em pnrticulm na
base: qualidade; apresentação de trabalhos completos; bnixo custo Internet, eleve considerar a pertinência ela aplicação elos elementos da
ou distribuição gratuita (JCAAP, 2002). Arquitetura dé! Informação, na estrutura elas páginas de periódicos
No Brasil, temos o Projeto SciELO (2001) que utiliza critérios científicos eletrônicos.
de avaliação pma o processo de admissão e permanência elos tílulos Segundo Rosenfeld e Morville (1998), a Arquitetura da Infor
de periódicos cm sua coleção eletrônica. O periódico não habilitado mação envolve quatro elementos básicos: sistemas ele organiznção,
automaticamente é avaliado de acordo com os seguintes indicnclorcs: rnm1eiras corno o conteúdo do site pode ser agrupado; sistemas ele
caráter científico; arbitragem por pares; conselho editorial; perio rotulagem, forrna como o leitor denomina o conteúdo elo grupo
dicidade; duração; pontualidade; resumo, palavras-chave e título em. informacional; sistemas de navegação, barras ele navegnção e mapas
inglês; normalização. elo site que permitem ao usuário mover-se entre as partes elo con
T rzcsniak (2001) apresenta uma proposta preliminar ele requi teúdo ou navegar fora dele; sistemas ele busca, auxilimn o usuário a
sitos direcionados para publicação eletrônica, destacando os seguin formubr consultas que podem resultar cm documentos relevantes.
tes procedimentos: tornar disponível a publicação em três servidores Os autores salientam que esses elementos devem ser observa
seguros em lornliclades diferentes; informação sobre proceclimentos dos durante o desenvolvimento ele web sites, ou seja, um conjunto
utilizados quanto à preservação do material publicado; visualização ele páginas interligadas que formam um sistema informacional. Nesse
da legenda bibliográfica em todas as telas; menção da data completn caso, considera-se que as páginas elo periódico científico eletrônico
e do horário de aceitação dos artigos; presença de links que facilitem a compõem um web site ou, ele forma simplificada, um site.
navegação do usuário; controle estatístico de acesso eletrônico elos Straioto (2002) apresentou um estudo sobre os quatro elemen
artigos. tos ela Arquitetura da Informação propostos por Roscnfclcl e Morvillc
O desenvolvimento da Internet e elas novas tecnologias ela in- (1998), utilizando-os para a análise de portais acadêmico-científi
formação e da comunicação trouxeram n necessidade de i<lenlifirnr e cos. Incluiu, em seu estudo, elementos adicionais como conteúdo dns
ele proteger o conteúdo dos documentos. Para isso, além dos códigos informações (RODRIGUES, 1998); usnbilidade do site (NIELSEN, 1998;
ISSN, CODEN e código ele barras, surgiram outros identificadores de GAFFNEY, 2001) e alguns tipos ele documentos (CLEVELAND, 1999).
publicações periódicas dentro do âmbito digital: Digital Object A estruturação adequada dos sistemas ele navegação, n buscn,
Iclentifier (DOI) e Serial Item anel Contribution Identifier (SIC!). O DO! rotulagem, organização, conteúdo informacional, e os tipos ele do
vem sendo utilizado por grandes editoras por ser uma cadeia ele cumentos e usabilidade elo site permitem que o leitor encontre rapi
cmactercs que permite identificar a propriedade intelectual no ambi damente as informações desejadas, uma vez que buscam na mídin
ente eletrônico. É um identificador único e permanente de determi eletrônica maior rapidez no acesso aos artigos.
nado conteúdo e um sistema que permite o acesso a esse conteúdo
digital (MARTÍN, 2001).
Desenvolvimento do protótipo do "modelo para análise
Também merece atenção no meio eletrônico a inclusão ele errata
de estrutura de periódicos científicos eletrônicos"
ou inform.ações atualizadas, mantendo-se os artigos antigos corres
pondentes (TENOPIR; KING, 2000). As facilidades apresentadas pelo O protótipo foi desenvolvido com base nos estudos ele: Braga e
uso elas tecnologias permitem a correção ou alteração imediata do texto Oberhofer (1982); McKnight (1993); T ULIP (1996); Krzyzanowski
disponível cm linha, sendo esta uma elas vantagens elo periódico e Ferreira (1998), e nos trabalhos AAAS/UNESCO/ICSU (1998);
15 8 Tecnologia e conteúdos informacionais Periódicos científicos eletrônicos 15 9
Na busca por critérios de qualidade que devam ser observados eletrônico. A disponibilidade do artigo completo com as atualizações
na avaliação de publicações eletrônicas, pode-se citar o lnternational não ocorria com o periódico tradicional, que apresentava apenas cm
Consortium for thc Advancement of Acadcmic Publication ([CAAP), fascículos seguintes a errata com as informações a serem corrigidas.
que adota os seguintes critérios para a inclusão de um periódico nesta Finalmente, a publicação no meio eletrônico, em particular na
base: qualidade; apresentação de trabalhos completos; baixo custo Internet, deve considerar a pertinência ela aplicação dos clcm.cntos dn
ou distribuição gratuita ([CAAP, 2002). Arquitetura da Informação, na estrutura dns páginas ele periódicos
No Brasil, temos o Projeto SciELO (2001) que utiliza critérios científicos eletrônicos.
de avaliação para o processo de admissão e permanência dos tílulos Segundo Rosenfcld e Morville (1998), a Arquitetura da Infor
de periódicos cm sua coleção eletrônica. O periódico não habilitado mação envolve quatro elementos básicos: sistemas de organização,
automaticamente é avaliado de acordo com os seguintes indimdorcs: maneiras como o conteúdo do site pode ser agrupado; sistemas de
caráter científico; arbitragem por pares; conselho editorial; pcrio rotulagem, forma como o leitor denomina o conteúdo do grupo
clicidade; duração; pontualidade; resumo, palavras-chave e título em. informacional; sistemas de navegação, barras de navegnção e mapas
inglês; normalização. do site que permitem ao usuário mover-se entre as partes do con
Trzcsniak (2001) apresenta uma proposta preliminar de requi- teúdo ou navegar fora dele; sistemas ele busca, auxiliam. o usuário a
sitos direcionados para publicação eletrônica, destacando os seguin formular consultas que podem resultar em documentos relevantes.
tes procedimentos: tornar disponível a publicação em três servidores Os autores salientam que esses elementos elevem ser observa
seguros em localidades diferentes; informação sobre procedimentos dos durante o desenvolvimento ele web sites, ou seja, um. conjunto
utilizados quanto à preservação do material publicado; visualização ele páginas interligadas que formam um sistema informacional. Nesse
da legenda bibliográfica en1 todas as telas; menção ela data completa caso, considera-se que as páginas do periódico científico eletrônico
e do horário ele aceitação elos artigos; presença ele links que facilitem a compõem un1 web site ou, de forma simplificada, um site.
navegação do usuário; controle estatístico ele acesso eletrônico elos Straioto (2002) apresentou um estudo sobre os quatro elemen
artigos. tos ela Arquitetura da Informação propostos por Rosenfelcl e Morville
O desenvolvimento da Internet e elas novas tecnologias ela in- (1998), utilizando-os para a análise ele portais acadêmico-científi
formação e ela comunicação trouxeram a necessidade ele idenlificar e cos. Incluiu, cm seu estudo, elementos adicionais como conteúdo das
ele proteger o conteúdo elos documentos. Para isso, além dos códigos informações (RODRIGUES, 1998); usabilidade do site (NIELSEN, 1998;
ISSN, CODEN e código de barras, surgiram outros identificadores de GAFFNEY, 2001) e alguns tipos de documentos (CLEVELAND, 1999).
publicações periódicas dentro do âmbito digital: Digital Object A estruturação adequada dos sistemas de navegação, i1 busca,
Identifier (DOI) e Serial Item and Contribution Identifier (SIC!). O DO! rotulagem, organização, conteúdo informacional, e os tipos ele do
vem sendo utilizado por grandes editoras por ser uma cadeia de cumentos e usabilidade elo site permitem que o leitor encontre rapi
caracteres que permite identificar a propriedade intelectual no ambi damente as informações desejadas, uma vez que buscam na mídii1
ente eletrônico. É um identificador único e permanente de determi eletrônica maior rapidez no acesso aos artigos.
nado conteúdo e um sistema que permite o acesso a esse conteúdo
digital (MARTÍN, 2001).
Desenvolvimento do protótipo do "modelo para análise
Também merece atenção no meio eletrônico a inclusão de errata
de estrutura de periódicos científicos eletrônicos"
ou informações atualizadas, mantendo-se os artigos antigos corres
pondentes (TENOPIR; KING, 2000). As facilidades apresentadas pelo O protótipo foi desenvolvido com base nos estudos ele: Braga e
uso das tecnologias permitem a correção ou alteração imecliata do texto Oberhofer (1982); McKnight (1993); TULIP (1996); Krzyzanowski
disponível cm linha, sendo esta uma elas vantagens do periódico e Ferreira (1998), e nos trabalhos AAAS/UNESCO/ICSU (1998);
160 Tecnologia e conteúdos informacionais Periódicos científicos eletrônicos 161
Rosenfeld e Morville (1998); Testa (1998, 2002); Tenopir e King padronização de fontes e softwares; envio de material por e-mail e
(2000); lbict (2001); Martín (2001); Trzesniak (2001); ICAAP (2002); ftp; documentos de aprovação do projeto pelo CEP e/ou CONEP.
Straioto (2002), JSTOR (2002). - Legenda bibliográfica: foi incluída a condição de visualização cm
O modelo de Braga e Obcrhofer (1982) utilizado na avaliação todas as telas, corno apontado por Trzesniak (2001).
de periódicos científicos e técnicos brasileiros tradicionais, foi um. dos - Paginação: incluiu-se o item sem paginação.
trabalhos considerados básicos durante o desenvolvimento do mo
delo proposto, por abordar os seguintes elementos: normalização, du
Variáveis incluídas:
ração, periodicidade, indexação, difusão, colaboração e autoridade. Tais
critérios refleten1 aspectos de qualidade elos periódicos e levam cm - Suportes de armazenamento, distribuição e acesso: abrange tópi
consideração a aplicabilidade, características peculiares aos periódicos cos apontados por AAAS/UNESCO/ICSU (1998); Tenopir e King
nacionais e conferem validade ao julgamento de qualidade das fun (2000); Trzesniak (2001), ICAAP (2002a,d); JSTOR (2002).
ções básicas das publicações periódicas: memória e disseminação. - Errata: incluída devido à necessidade de comunicar rapidamente
Em relação às variáveis consideradas dentro de cada critério, ao leitor qualquer alteração feita em artigo científico já disponível
além do modelo referido anteriormente, utilizou-se o modelo elabora na Internet (TENOPIR; KING, 2000).
do por Krzyzanowski e Ferreira (1998), fundamentado em Braga e - Data e/ou hora (inclusão sistemática): incluídos de acordo com
Oberhofer (1982). Trzesniak (2001): data completa e horário de aceitação dos arti
As variáveis apresentadas por Krzyzanowski e Ferreira (1998) gos; data de inserção dos artigos no meio eletrônico.
estão distribuídas em seis critérios: normalização (do periódico no - Referências e endereços eletrônicos: relacionada à existência de links,
todo; do fascículo e dos artigos); duração; periodicidade; indexação; como relatado no projeto TULIP (1996), Testa (1998, 2002),
difusão; colaboração e divisão de conteúdo. Tenopir e King (2000), Trzesniak (2001).
Em seguida foram incorporados critérios e variáveis que - Qualidade de apresentaç3o: vari5vel relacionada a textos e imagens,
complementam osjá existentes, refletindo aspectos de qualidade per como referido no relatório final do Projeto TULIP (1996).
tinentes a periódicos científicos eletrônicos em linha. Elementos do
modelo estão descritos a seguir. Periodicidade
Rosenfeld e Morville (1998); Testa (1998, 2002); Tenopir e King padronização de fontes e softwares; envio de material por e-mail e
(2000); Ibict (2001); Martín (2001); Trzesniak (2001); ICAAP (2002); ftp; documentos de aprovação do projeto pelo CEP e/ou CONEP.
Straioto (2002), JSTOR (2002). - Legenda bibliográfica: foi incluída a condição de visualização cm
O modelo de Braga e Oberhofer (1982) utilizado na avaliação todas as telas, como apontado por Trzcsniak (2001).
de periódicos científicos e técnicos brasileiros tradicionais, foi um elos - Paginação: incluiu-se o item sem paginação.
trabalhos considerados básicos durante o desenvolvimento elo mo
delo proposto, por abordar os seguintes elementos: normalização, du
Variáveis incluídas:
ração, periodicidade, indexação, difusão, colaboração e autoridade. Tais
critérios refletem aspectos de qualidade dos periódicos e levam cm - Suportes ele armazenamento, distribuição e acesso: abrange tópi
consideração a aplicabilidade, características peculiares aos periódicos cos apontados por AAAS/UNESCO/ICSU (1998); Tcnopir e King
nacionais e conferem validade ao julgamento de qualidade das fun (2000); Trzesniak (2001), ICAAP (2002a,d); JSTOR (2002).
ções básicas das publicações periódicas: memória e disseminação. - Errata: incluída devido à necessidade de comunicar rapidamente
Em relação às variáveis consideradas dentro ele cada critério, ao leitor qualquer alteração feita em artigo científico já disponível
além do modelo referido anteriormente, utilizou-se o modelo elabora na Internet (TENOPIR; KING, 2000).
do por Krzyzanowski e Ferreira (1998), fundamentado em Braga e - Data e/ou hora (inclusão sistemática): incluídos de acordo com
Oberhofer (1982). Trzesniak (2001): data corn.plcta e horário de aceitação elos arti
As variáveis apresentadas por Krzyzanowski e Ferreira (1998) gos; data de inserção dos artigos no meio eletrônico.
estão distribuídas em seis critérios: normalização (do periódico no - Referências e endereços eletrônicos: relacionada à existência de links,
todo; elo fascículo e dos artigos); duração; periodicidade; indexação; como relatado no projeto TULIP (1996), Testa (1998, 2002),
difusão; colaboração e divisão de conteúdo. Tenopir e King (2000), Trzesniak (2001).
Em seguida foram incorporados critérios e variáveis que - Qualidade de apresentação: variável relacionada a textos e imagens,
complementam osjá existentes, refletindo aspectos de qualidade per como referido no relatório final do Projeto TULIP (1996).
tinentes a periódicos científicos eletrônicos em linha. Elementos do
modelo estão descritos a seguir. Periodicidade
Variável incluída: publicação em fluxo contínuo.
Normalização
Os critérios duração, indexação, colaboração e divisão elo con • distribuição e meios de acesso: (papel, DVD, CD-ROM, Fita Dai, Internet)
teúdo e autoridade não foram alterados. • estrutura de armazenamento e acesso: computador-servidor com
espelhamento
Além disso, para compor o modelo, foram incluídos, de acordo
1.2 Fascfculo
com Rosenfeld e Morville (1998) e Straioto (2002), sete critérios cli 1.2.1 Sumário
retamente relacionados com elementos da arquitetura de web site: • existência (língua original)
sistema de organização; sistema de navegação; sistema de rotulagem; • existência (bilíngüe)
sistema de busca; conteúdo das informações; usabilidade do site; ti 1.2.2 Legenda bibliográfica
• existência
pos de documentos. Esses critérios, bem como suas variáveis, são res
• inclusão (leia inicial, demais telas de navegação e arquivos de impressiio)
ponsáveis por indicar a qualidade da estrutura do site do periódico
1.2.3 Referências bibliográficas
eletrônico, diretamente relacionada com o processo de recuperação e • normalização (150, ABNT, outros)
acesso à informação pelo leitor. O modelo completo pode ser 1.2.4 Errata
visualizado a seguir. • existência com data de inclusão
1.3 Artigos
1.3.1 Filiação auto1·
Modelo para análise de estrutura
• indirnç5o completa (fone, fax, e-mail)
de periódicos científicos eletrônicos • indicaçiio incompleta
Título _________________________ 1.3.2 Resumo (inclusão sistemática)
Instituição ______________________________ • só no idioma do texto
• só em outro idioma que não o do texto
Volume(s) __ Nºs. Ano Estado Agência Financiadora ____
• dois ou mais idiomas
1 NORMALIZAÇÃO 1.3.3 Descritores ou palavras-chave
1 .1 Peri6dico no todo • inclusiio em todos os artigos
1.1.1 ISSN e/ou 001 • não inclui
• existência .3.4 Data e/ou hora (inclusão sistemática)
• utiliza 001 (referente ao fascículo, referente ao artigo) • do recebimento e/ou aprovação dos artigos
• utiliza ISSN da revista impressa • da inserção dos artigos no meio eletrônico
• utiliza ISSN da revista em linha • da atualização de informações
• inclusão (leia inicial, demais telas de navegação, arquivos de imp1·essào) 'f.3.5 Paginaçiio
.1.2 Endereço • seqüencial no fascículo
• completo (e-mail, URL) • sem paginação
• incompleto 1.3.6 Referências e endereços eletrônicos
.1 .3 1 nstruções aos autores • existência
• existência • links
• completa (incluindo exemplo de referências bibliográficas e links eletrônicos) 1 .3. 7 Qualidade de apresentação
• mantém processo de avaliação por pares • de visualização
• indica normas e exemplos para referências (impressas e eletrônicas) • de impressão
• indica normas e exemplos para inclusão de links 2 DURAÇÃO
• indica formatos e tamanho de arquivos eletrônicos (texto e imagens)
• lempo ininterrupto de existência
• padronização de fonte e softwares
3 PERIODICIDADE
• modo de envio dos trabalhos (correio, e-mail, ftp)
• intervalo regular (indicar quantos fascículos por ano)
• documentos de aprovação do projeto pelo CEP e/ou CONEP
• intervalo irregular (atrasada)
1.4 Armazenamento, distribuição e acesso
• publicação em fluxo contínuo
162 Tecnologia e conteúdos informacionais Periódicos científicos eletrônicos 163
Os critérios duração, indexação, colaboração e divisão elo con • distribuição e meios de acesso: (papel, DVD, CD-ROM, Fita Dai, Internet)
teúdo e autoridade não foram alterados. • estruturn de arnrnzenamento e acesso: computador-servidor com
espelhamento
Além disso, para compor o modelo, foram incluídos, de acordo
1 .2 Fascículo
com Rosenfeld e Morville (1998) e Straioto (2002), sete critérios di 1 .2.1 Sumário
retamente relacionados com elementos da arquitetura de web site: • existência (língua original)
sistema de organização; sistema de navegação; sistema de rotulagem; • existênciil (bilfngüe)
sistema de busca; conteúdo das informações; usabilidade do site; ti 1.J.2 Legenda bibliográfica
• existência
pos de documentos. Esses critérios, bem como suas variáveis, são res
• inclusão (tela inicial, demais telils de navegação e arquivos de i111pressão)
ponsáveis por indicar a qualidade da estrutura do site do periódico
1.2.3 Referências bibliográficas
eletrônico, diretamente relacionada com o processo de recuperaç5o e • normalização (ISO, ABNT, outros)
acesso à informação pelo leitor. O modelo completo pode ser 1.2.4 Errata
visualizado a seguir. • existência com data de inclusão
1.3 Artigos
1.3.1 Filiação autor
Modelo para análise de estrutura
• inclicnçiio completa (fone, fax, e-111ail)
de periódicos científicos eletrônicos • indicação incompleta
Título ________________________ ______ 1.3.2 Resumo (inclusão sistemática)
Instituição ____________________________ • só no idioma do texto
• só cm outro idioma que não o cio texto
Volume(s) __ Nºs. Ano Estado Agência Financiadora ____
• dois ou mais idiomas
1 NORMALIZAÇÃO 1 3.3 Descritores ou palavras-chave
1 . 1 Periódico no todo • inclusão em todos os artigos
1.1.1 ISSN e/ou DOI • não inclui
• existência 1.3.4 Data e/ou hora (inclusão sistemática)
• utiliza DOI (referente ao fascículo, referente ao artigo) • do recebimento e/ou aprovação cios artigos
• utiliza ISSN da revista impressa • clil inserção cios artigos no meio eletrônico
• utiliza ISSN da revista em linha • ela atualização ele informações
• inclusão (leia inicial, demais leias ele navegação, arquivos ele impressão) ·t .3.5 Pilginação
.1.2 Endereço • seqüencial no fascículo
• completo (e-mail, URL) • sem pi!ginação
• incompleto 1.3.6 Referências e endereços eletrônicos
.1.3 Instruções aos autores • existência
• existência • links
• completa (incluindo exemplo ele referências bibliográficas e links eletrônicos) 1.3.7 Qualidade ele apresentação
• mantém processo de avaliação por pares • ele visualização
• indica normas e exemplos para referênciils (impressas e eletrônicas) • ele impressão
• indica normas e exemplos para inclusão de links 2 DURAÇÃO
• indica formatos e tamanho de arquivos eletrônicos (texto e imagens)
• tempo ininterrupto de existência
• padronização de fonte e softwares
3 PERIODICIDADE
• modo de envio dos trabalhos (correio, e-mail, flp)
• intervalo regular (indicar quantos fascículos por ano)
• documentos de aprovação do projeto pelo CEP e/ou CONEP
• intervalo irregular (atrasada)
1.4 Armazenamento, distribuição e acesso
• publicação em fluxo contínuo
164 Tecnologia e conteúdos informacionais Periódicos científicos eletrônicos 165
1994 pela edição de periódico eletrônico indexado cm bases nacio BRAGA, G. M.; OBERHOFER, C. A. Diretrizes para a avaliaçJo de periódicos cirn
nais e internacionais. tíficos e técnicos brasileiros. llcvisla Lalinoamcricana de Oocumcnlalion, 13rc1sílic1,
v.2, n.l, p.27-31, 1982.
O modelo aplica-se à análise de periódicos impressos cm tran
CASTRO, R. C. F.; FERREIRA, M. C. G.; VIDILI, A. L. Periódicos lali110-a111ericanos:
sição para mídia eletrônica e exclusivamente eletrônicos. O seu uso
avaliação das caractcrístirns formais e sua relação com a qualidade científica. Ciên
permite verificar se as funções básicas estão sendo mantidas nos pe cia da Informação, Brasília, v.25, n.3, p.357-367, 1996.
riódicos eletrônicos. Neste sentido, poderá contribuir com editores de CLEVELAND, G. Sdecling Elcctronic Documenl Formats. N;ilional Library of
revistas e pessoal técnico no que se refere à elaboração de projetos e Canada, July, ·1999_ Disponível em: <http://www.ifla.org/Vl/5/op/ucllopll/
ao desenvolvimento de revistas eletrônicas. A atenção dada aos ele udtopl l.hlm>. Acesso em: 19 abr. 2001.
mentos apontados poderá assegurar a qualidade da forma desses CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE - Resolução nº l 96/96. Diretrizes e 11ori11ils
periódicos e, em conseqüência, possibilitar indexações cm bases ele regula111entacloras de pesquisas cnvolvcnclo seres humanos. 9p. Dispo11ívcl cm:
<hllp://www.conselho.sauclc.gov.br>. Acesso em: 13 fcv. 2002.
dados nacionais e internacionais.
Em virtude ele o modelo apresentar critérios de qualidade rela DATAGRAMAZERO- Revista da Ciêncin ela Informação. Sobre a rcvislu. Disponí
vel c111: <hltp://www.clgz.org.br/dez99/idenlif.hl111>. Acesso em: 9 fcv. 2002.
cionados com a mídia eletrônica, de evolução extremamente rápida,
GAFFNEY, G. Usabilily: does it malter? Dispo11ívcl e111: <hltp://www.i11foclcsig11.
ele precisa ser periodicamente revisto, submetendo-se a alterações que
com.au/articles/clefault.html>. Acesso em: 7 sel. 2001.
o mantenham atualizado.
GARFIELD, E. J -low ISl selecls journals for coverage: quanlilalivc ilncl qualitalive
Estudos posteriores devem ser feitos no sentido ele atribuir pon
considcrations. Essays o( an ln(ormation Scicnlisl, Amslerdan, v.13, n.22, p.185-
tos aos critérios e variáveis apresentados no modelo, para que este 193, 1990.
possa contribuir, no que se refere à forma, cmn agências financiadoras GRUPO ele trabajo para la sclección de revistas científicas Jatino.:1111cricé111as, Rio
para a análise cio mérito científico de periódicos eletrônicos. Picclras, Puerlo Rico. Montcvidco: Centro ele Cooperación Científica de la UNESCO
O modelo poderá subsidiar autores na escolha ele periódicos para la América Latina, 1964. 1v.
eletrônicos ele qualidade, garantindo a credibilidade ela autoria e a 113lCT. Instruções para solicitação de código ISSN versão 3/2000. Dispo11ível cm:
visibilidade do trabalho; assessorar usuários de revistas eletrônicas < hltp://www.ibict.br/issn/solicitar.htm >. Acesso em: 29 abr. 2001;1.
quanto à sua identificação e utilização; auxiliar o trabalho ele profis IBICT. ISSN: número internacional normalizado para publicações seriadas. Dis
sionais da Ciência ela Informação, em particular ele bibliotecários que ponível em: <htlp://www.ibict.br/issn>. Acesso em: 29 abr. 2001 b.
atuam em setores de aquisição ele periódicos e de referência, no que lCAAP - lnternationiJl Consortium for lhe Advancerncnt of Acaclcmic Publicillion.
The Sociosile/lCAAP journals database and distribulion centre. Disponível cm:
diz respeito a exigir, no periódico científico eletrônico, a presença dos
<htl"p://www.icaap.org/clatabase/journals.html>. Acesso cm: 19 mar. 2002.
critérios ele qualidade já consagrados na revista impressa.
JSTOR. The need for JSTOR. Disponível cm: <http://www.jslm.org/about/
need.html>. Acesso em: 4 abr. 2002.
Referências KRZYZANOWSKI, R. F.; FERREIRA, M. C. G. Avaliação ele periódicos científicos e
técnicos brasileiros. Ciência da Informação, Brasília, v.27, 11.2, p. ·165-175, ·1998.
AAAS/UNESCO/ICSU WORKSHOP ON DEVELOPING PRACTICES ANO
STANDARDS FOR ELECTRONIC PUBUSHING IN SCIENCE. Report. 1998. Dispo KRZYZANOWSKI, R. F.; KRIEGER, E. M.; DUARTE, F.A. M. Program.:i de apoio
nível em: <http://www.aaas.org/spp/dspp/sfrl/projects/epub/stanclard.hlm>. às revistas científicas para a FAPESP. Ciência da Informação, Brasília, v.20, 11.2,
Acesso em: 2 maio 2002. p.137-150, 1991.
AMERICAN NATIONAL STANDARDS !NSTITUTE. /\NSI/NISO Z39.9-1992. MARTÍN, 5. G. Identificadores de publicaciones perioclicas. 111: SIMPOSIO
lnternational Standard Serial Numbering (ISSN). Bethesda, MD: NISO Press, 1992. ELECTRONICO: LAS REVISTAS ELECTRÓNICAS, 2., 2001, Buenos Aires. Anais ..
Disponível em: <http://www.niso.org/standards/resources/Z39-9.pdf>. Acesso Buenos Aires: Sociedade Argentina ele lnforrnacion, 2001.
em: lOjan. 2002. MARTINS, M. D. L. Avaliação ela normalização de periódicos brasileiros nas áreas
ARENDS, T. Las revistas médicas venezolanas: evaluación de sua caliclacl. Acta ele Ciência e Tecnologia. Revista de Biblioteconomia de Brasflia, Brasília, v.14, n.2,
Cientifica Venezolana, Caracas, v.19, n.4, p.148-151, 1968. p.197-208,jul./clez. 1986.
166 Tecnologia e conteúdos informacionais Pcrióc/icos científicos cletrônicos 16 7
1994 pela edição de periódico eletrônico indexado cm bases nacio BRAGA, G. M.; OBERI-IOFER, C. A. Diretrizes para a avaliaçJo de periódicos cirn
nais e internacionais. Líficos e técnicos br<1silciros. Rcvisla Lalinoamcricana de D0cu111c11/nlio11, Brc1síli,1,
v.2, n."I , p.27-31, 1982.
O modelo aplica-se à análise de periódicos impressos cm tran
CASTRO, R. C. F.; FERREIRA, M. C. G.; VIDILI, A. L. Periódicos l.1lino-an1cricanos:
sição para mídia eletrônica e exclusivamente eletrônicos. O seu uso
avaliação das características formais e sua relação com a qualidade cirnlírica. Ciê11-
permite verificar se as funções básicas estão sendo mantidas nos pe cia da Jnfor111ação, Brasília, v.25, n.3, p.357-367, 1996.
riódicos eletrônicos. Neste sentido, poderá contribuir com editores de CLEVELAND, G. Selccting Elcctronic Document Formats. Nalion,11 Librury of
revistas e pessoal técnico no que se refere à elaboração de projetos e Canada, July, 1999. Disponível em: <hltp://www.ifki.org/Vl/5/op/ucllopl ·1;
ao desenvolvimento de revistas eletrônicas. A atenção dada aos ele udtopl l .hlm>. Acesso em: 19 abr. 2001.
mentos apontados poderá assegurar a qualidade da forma desses CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE - Resolução 11°196/96. Diretrizes e normas
periódicos e, em conseqüência, possibilitar indexações cm bases ele regularncntadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. 9p. Dispo11ívcl cm:
<hllp://www.conselho.saude.gov.br>. Acesso em: 13 fcv. 2002.
dados nacionais e internacionais.
Em virtude de o modelo apresentar critérios de qualidade rela DATAGRAMAZERO- Revista da Ciência ela Informação. Sobre a rcvisl;:i. Disponí
vel cm: <hllp://www.clgz.org.br/dez99/idcnlif.htrn>. Acesso C/11: 9 fcv. 2002.
cionados com a mídia eletrônica, ele evolução extremamente rápida,
GAFFNEY, G. Usabilily: does it malter? Disponível em: <hltp://www.i11foclesign.
ele precisa ser periodicamente revisto, submetendo-se a alterações que
com.au/artidcs/default.html>. Acesso cm: 7 set. 2001.
o mantenham atualizado.
GARFIELD, E. I-low 151 selects journals for coverage: quantitalivc éllld qualitalive
Estudos posteriores elevem. ser feitos no sentido ele atribuir pon
considcrations. Essays o( an lnfom1atio11 Scirnlist, Amslerdan, v.13, n.22, p.185-
tos aos critérios e variáveis apresentados no modelo, parél que este 193, 1990.
possa contribuir, no que se refere à forma, corn agências financiacloréls GRUPO ele lrabajo para la sclección de revistas cienlíficas latinoa1ncric.:1nas, Rio
para a análise elo mérito científico ele periódicos eletrônicos. Piedras, Puerto Rico. Montcvidco: Centro de Cooperación Científic;:i de la UNESCO
O modelo poderá subsidiar autores na escolha ele periódicos para la América Latina, 1964. 1v.
eletrônicos ele qualidade, garantindo a credibilidade da autoria e a IBlCT. Instruções para solicitação de código ISSN versão 3/2000. Disponível cm:
visibilidade do trabalho; assessorar usuários de revistas eletrônicas <hltp://www.ibict br/issn/solicitar.ht111>. Acesso cm: 29 abr. 2001.:1.
quanto à sua identificação e utilização; auxiliar o trabalho ele profis IBICT. ISSN: nú111cro internacional normalizado para publicações seriadas. Dis
sionais da Ciência da Informação, em particular de bibliotecários que ponível em: <hllp://www.ibict.br/issn >. Acesso em: 29 abr. 2001 b.
atuam em setores de aquisição ele periódicos e ele referência, no que lCAAP - lnternational Consortium for the Advancemcnt of Acaclc1nic Public;:ilion.
The Sociosile/lCAAP journals database and clistribution centre. Dispo11ível em:
diz respeito a exigir, no periódico científico eletrônico, a presença dos
<htlp://www.icaap.org/databasc/journals.html>. Acesso em: ·19 mar. 2002.
critérios de qualidade já consagrados na revista impressa.
JSTOR. The need for JSTOR. Disponível em: <http://www.jstor.org/abouV
necd.hlrnl>. Acesso em: 4 abr. 2002.
Referências KRZYZANOWSKI, R. F.; FERREIRA, M. C. G. Avaliação de periódicos científicos e
técnicos brasileiros. Ciência da Informação, Brasília, v.27, n.2, p. 1· 65-1 75, 1998.
AAAS/UNESCO/ICSU WORKSHOP ON DEVELOPING PRACT ICES ANO
STANDARDS FOR ELECTRONlC PUBLISJ-IING IN SCIENCE. Reporl. 1998. Dispo KRZYZANOWSKI, R. F.; KRIEGER, E. M.; DUARTE, F.A. M. Programil de apoio
nível em: <http://www.aaas.org/spp/dspp/sfrl/projects/epub/standmd.hln1>. às revistas científicas para a FAPESP. Ciência da Informação, Brasília, v.20, 11.2,
Acesso em: 2 maio 2002. p.137-150, 1991.
AMERlCAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE. ANSI/NISO Z39.9-l 992. MARTÍN, S. G. Identificadores de publicaciones pcriodicéls. ln: SIMPOSIO
lnternahonal Standard Serial Numbering (lSSN). Bethesda, MD: NlSO Press, ·1992. ELECTRONICO: LAS REVISTAS ELECTRÓNICAS, 2., 2001, Buenos Aires. Anais..
Disponível em: <http://www.niso.org/standards/resources/Z39-9.pdf>. Acesso Buenos Aires: Sociedade Argentina de Inforrnacion, 2001.
em: 10jan. 2002. MARTINS, M. D. L. Avaliação da normalização de periódicos brasileiros nas áreas
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Cientifica Venezolana, Caracas, v.19, n.4, p.148-151, 1968. p.197-208, jul./dez. 1986.
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n"005 CONEP/CNS/MS, ele ·13 ele fevereiro ele 2002.
NIELSEN, J. What is "usabilily"? Zdzct Dcvclopcr, set. 1998. Disponível em: O caráter instrumental da diplomática
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para os procedimentos investigatórios do
ROSENFELD, L.; MORVILLE, P. InformationArchitcctun.· for lhe World Widc Web. crime de pornografia infantil na Internet
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RODRIGUES, B. Os !rês mandamentos: objetividade, navcgabiliclaclc, visibiliclacle.
Wcbworfd, jun. ·t 998. Disponível em: <http://www.uol.eom.br/wcbworlcl/
no contexto tecnológico*
tecnologia/wcbwriling/write2.htm>. Acesso em: 10 abr. 1999.
SARMENTO E SOUZA, Maria Fernanda. Elcctronic scientiíicjournals: 111oclcl for Mário Furlancto Neto
analysis of structure. 2002. 154f. Dissertation (M.Sc. in l11forn1ation Science) - José Augusto Chaves Guimarães
Faculclacle ele Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista - Unesp. Mcirília.
2002.
SCIELO. Critérios SciELO Brasil: critérios, política e proccclimentoss parc1 a aclmis
siío e a permanência ele periódicos cienlíficos llil coleçiío SciEJ.O Brasil. Disponível
em: <http://www.sciclo.br/critcria/scielo_brasil_pt.ht111l>. Acesso em: 7 nov.
2001. 1 Introdução
STRAIOTO, F. A arquitetura da informação para a World Wide Web: um esluclo
exploratório. 2002. l 20f. Dissertação (Mestrado em Ciência da lnforniação) -
Transcendendo a era da modernidade, a pornografia infantil foi
Faculclacle ele Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Maríliil. impulsionada com a invenção da fotografia (TATE, 1990, apud
TENOPIR, C.; KING, D. W. Towards cfectronicjournals: realilics for scicntists, lANDINI, 2000, p. 44), que viabilizou a edição de revistas impressas;
librarians, anel publishers. Washington: Special Libraries Association, 2000. 488p. porém, sua dimensão foi definitivamente potencializada, a partir da
TESTA, J. A base de dados !SI e seu processo de seleção de revistas. Ciência da In década de 1990, com a publicação de sites do gênero acessados em.
formação, Brasília, v.2 7, n.2, p.233-235, 1998. tempo real por meio da Internet, eliminando-se fronteiras territoriais
TESTA, J. The /SIà data base: thejournal selection proccss. Disponível em: <http:/ e barreiras cultw·ais.
/www.isinet.com/isi/hot/cssays/selectionofmaterialforcoverage/199701.ht111l>. Assim, várias páginas dessa natureza foram encontradas em
Acesso em: 29 jan. 2002.
países como os Estados Unidos da América, Portugal, Inglaterra e
TRZESNIAK, P. A concepção e a construção da revista cíentífíca. ln: CURSO DE
Brasil, que poderiam ser acessadas1 por quaisquer usuários, o que
EDITORAÇÃO CIENTÍFICA. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDITORES CIENTÍFI
COS, 10, Atibaia, 19 a 21 de novembro de 2001. Anais ... Alibaia, 2001. assinala a transnacionalidade do delito cometido por meio da web.
TULIP. Final rcport. July 18, 1996. Disponível em: <http://www.clsevie1.nl/
homepage/about/resproj/trmcnu.htm>. Acesso em: 1 abr. 2002.
* Extraído, adaptado e atualizado ela dissertação ele mestrado "Elementos cliplom/ili
cos como subsídio à caracterização do delito ele pornografia infantil na internet",
defendida no Programa de Pós-Graduação em Ciência ela Informação ela Unesp,
em 25 ele abril ele 2003, por Mário Furlaneto Neto, sob orientação ele José Augusto
Chaves Guimarães.
Pelo ordenamento jurídico brasileiro, acessar páginas de pornografia infantil não é
ct"ime. Incrimina-se, sim, o ato ele apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar
ou publicar, por qualquer meio ele comunicação, inclusive rede 111unclia\ ele com
putadores ou internet, fotografias ou imagens com pornografia ou cenas ele sexo
explícito envolvendo criança ou adolescente. Considera-se criança a pessoa com
até doze anos de idade e adolescente a pessoa entre doze e dezoito anos ele idade.
1 70 Tecnologia e conteúdos informacionais O caráter instrumental da diplomática 1 71
Desse modo, torna-se necessária uma análise mais profunda de consolidar a interdisciplinaridade da Ciência da Informação, como
tais páginas, o que leva à abordagem de seus elementos diplomáticos Ciência Social aplicada e que tem por objeto de estudo n informnção,
para que possam atuar como subsídio à caracterização do delito de enquanto conhecimento socializado que, urna vez organizado e re
pornografia infantil na Internet. Tal proposta, além de possuir uma cuperado, leva à construção de novo conhecimento individual e à
dimensão jurídica intrínseca, contempla três dimensões do termo tomadn ele decisão, área ele estudo em que se insere a Organização do
informação previstas por Buckland (1991, p. 352): information-as Conhecimento.
process (inquérito policial propriamente dito), information-as-thing
(documentos que compõem o procedimento investigatório) e
information-as-knowlcdge (conteúdos informativos extraídos elos 2 Análise diplomática de conteúdos informacionais na
documentos trazidos à colação no inquérito policial, e que visam Internet
precisamente a diminuir as incertezas que circundam o fato, sempre Ao tratar sobre o meio ambiente de um documento tradicio
em busca ela verdade real), revelando uma interface da Ciência da nal, Duranti ([NTERPARES PROJECT, 2003) delimita como seus com
Informação com o Direito, com a Ciência da Computação e com a ponentes básicos necessários: meio, conteúdo, forma, pessoas e
Diplomática. atos.
Assim, necessário se torna abordar a forma e o comportamento Em decorrência de a prova criminal buscar indícios suficien
dos sites do gênero, caracterizando-os diplomaticamente e levando tes ele autoria e materialidade do crime, o estudo centrou-se no ele
cm consideração a descrição da informação, de modo a chegar a uma mento pessoa, pois segundo o lnterparcs Projcct (2003), independen
ferramenta de análise que sirva de subsídio aos profissionais do temente ele serem físicas ou jurídicas, em todo documento,
Direito, visando ao enriquecimento ela prova, além ele propor melhoria necessariamente, concorrem três pessoas:
na legislação nacional em vigor. a) Auto1� pessoa competente para a criação do documento, ou seja,
Nesse contexto, a área de Organização ela Informação, mais sua edição ou comando, podendo coincidir ou não com o aulor
especificamente no que tange aos processos ele análise clocumentárin, da ação;
em sua interface com a Diplomática, pode trazer especial contribui b) Destinatário: pessoa para quem o documento é dirigido. O desti
ção para a colheita ele indícios, visto oferecer parâmetros operacionais natário pode ou não coincidir com o destinatário da ação. O des
para a identificação de estruturas clocumentárias ele conteúdo (GUI tinatário não é necessariamente a pessoa para quem um docu
MARJ-\ES, 1998)2 e, principalmente, em se considerando os recentes mento é remetido ou transmitido;
estudos do método diplomático em documentos eletrônicos, desen
e) Escrito1� pessoa intelectualmente responsável pela origem do do
volvidos por Luciana Duranti ( University of Britis h Columbia - Van
cumento.
couver - Canadá) e sua equipe no âmbito do lnterparcs Projcct, que
servirão de argamassa para a consecução dos objetivos de pesquisa
Esses elementos cio documento tradicional serviram de base
almejados, mormente na caracterização diplomática no decorrer do
pnra o Jntc1parcs Projcct (2003) iniciar a pesquisa dos elem.cntos es
mapeamento de sites do gênero localizados mediante busca simulada
senciais para conferir a identidade e autenticidade de um documento
na Internet.
eletrônico,-! concluindo pelos seguintes requisitos:
Assin1, ao resgatar a interface ela Diplomática com o Direito,
regulador do comportamento do homem em sociedade, procurou-se
2 Guimarães (1998) demonstra o ca ráter instrumental do método diplomático [Jara 3 No presente trabalho, observou-se que os requisitos de identidade e autenticidade
as a tividades de análise documentária, mais especificamente na área jurídica. do documento eletrônico também poderiam ser estendidos ao documento digit;il.
170 Tecnologia e conteúdos informacionais O caráter instrumental da diplomática 1 71
Desse modo, torna-se necessária uma análise mais profunda de consolidar a interdisciplinaridade da Ciência da Informação, com.o
tais páginas, o que leva à abordagem de seus elementos diplomáticos Ciência Social aplicada e que tem por objeto de estudo a informação,
para que possam atuar como subsídio à caracterização do delito de enquanto conhecimento socializado que, uma vez organizado e re
pornografia infantil na Internet. Tal proposta, além de possuir uma cuperado, leva à construção de novo conhecimento individual e i1
dimensão jurídica intrínseca, contempla três dimensões do termo tomada de decisão, área de estudo em que se insere a Organização do
informação previstas por Buckland (1991, p. 352): information-as Conhecimento.
process (inquérito policial propriamente dito), information-as-thing
(documentos que com.põem o procedimento investigatório) e
information-as-knowledge (conteúdos informativos extraídos dos
2 Análise diplomática de conteúdos informacionais na
documentos trazidos à colação no inquérito policial, e que visam
Internet
precisamente a diminuir as incertezas que circundam o fato, sempre Ao tratar sobre o meio ambiente ele um documento tradicio
em busca da verdade real), revelando uma interface da Ciência da nal, Duranti (INTERPARES PROJECT, 2003) delimita como seus com
Informação com o Direito, com a Ciência da Corn.putação e com a ponentes básicos necessários: meio, conteúdo, forma, pessoas e
Diplomática. atos.
Assim, necessário se torna abordar a forma e o comportamento Em decorrência de a prova crim.inal buscar indícios suficien
dos sites do gênero, caracterizando-os diplomaticamente e levando tes ele autoria e materialidade elo crime, o estudo centrou-se no ele
em consideração a descrição da informação, de modo a chegar a uma mento pessoa, pois segundo o Interpares Project (2003), indepenclen
ferrarnenta ele análise que sirva de subsídio aos profissionais do temen te ele serem físicas ou jurídicas, em todo documento,
Direito, visando ao enriquecimento da prova, além de propor melhoria necessariamente, concorrem três pessoas:
na legislação nacional em vigor. a) Autor: pessoa competente para a criação do documento, ou seja,
Nesse contexto, a área de Organização ela Informação, mais sua edição ou comando, podendo coincidir ou não com o autor
especificam.ente no que tange aos processos de análise docurnentária, da ação;
em sua interface com a Diplomática, pode trazer especial contribui b) Destinatário: pessoa para quem o documento é dirigido. O desti
ção para a colheita de indícios, visto oferecer parâmetros operacionais natário pode ou não coincidir com o destinatário da ação. O des
para a identificação de estruturas documentárias de conteúdo (GUI tinatário não é necessariamente a pessoa para quem um docu
MARÃES, 1998)" e, principalmente, em se considerando os recentes mento é remetido ou transmitido;
estudos do método diplomático em documentos eletrônicos, desen c) Escritor. pessoa intelectualmente responsável pela origem elo do
volvidos por Luciana Duranti ( University ofBritish Columbia - Van cumento.
couver - Canadá) e sua equipe no âmbito do Interpares Project, que
servirão de argamassa para a consecução dos objetivos de pesquisa Esses elementos elo documento tradicional serviram de base
almejados, mormente na caracterização diplomática no decorrer do
para o Inte1pares Project (2003) iniciar a pesquisa dos elem.entos es
mapeamento de sites do gênero localizados mediante busca simulada
senciais para conferir a identidade e autenticidade de um documento
na Internet.
eletrônico/ concluindo pelos seguintes requisitos:
Assirn, ao resgatar a interface da Diplomática com o Direito,
regulador elo comportamento do homem em sociedade, procurou-se
2. Guimarães (1998) demonstra o caráter instrumental do método diplomático para 3 No presente trabalho, observou-se que os requisitos ele identidade e aulcnticidacle
as atividades de análise documentária, mais especificamente na á,-eajurídica. do documento eletrônico também poderiam ser estendidos ao documento digital.
O caráter instrumental ela diplomática 1 73
1 72 Tecnologia e conteúdos informacionais
Quadro 2
Quadro 1 - Requisitos de identidade do documento eletrônico.
Como avaliar documentos na Web Como interpretar
Quadro 2
Quadro 1 - Requisitos de identidade do documento eletrônico.
Como avaliar documentos na Web Como interpretar
A vista de tais aspectos, torna-se possível analisar a climcnsiio minado loliscx, com endereço eletrônico www.russteeny.com/
diplomática de conteúdos específicos na Internet, rcvelünclo uma cyber/01/.
função emincnternente social, como no caso das investigações cri Logo no início da página, havia uma foto em preto e branco
minais. Nesse sentido, apresenta-se, a seguir, a abordagem do crime contendo uma modelo, cujas feições e compleição física levavam a
de pornografia infantil nél Internet, a partir do aporte teórico crer tratar-se ele uma criança ou adolescente, vestida apenas com
metodológico da diplomática. roupas íntimas, em pose erótica, tendo a seu lado a inscrição pedo
sex.
A página trazia vários links que faziam menção à pornografia
3 Análise diplomática de sites de pornografia infantil na
infantil. Ao ser acessado o segundo link free sample picturcs, o corn
Internet: um estudo de caso
putador, por meio de recursos da linguagem html utilizê!clos pelo
Quando se adentra o terreno ela pornografia infantil nél internet, webmaster, automaticamente abriram-se outros sites, entre os quais
observa-se que o termo designativo em língua inglesa - pretccns - os denominados topless lolita e beast sites, com endereços respectivos
está relacionado diretamente com o contexto, justamente por trazer www.topless-lolita.com/ e www.beastsites.com/. Ambos traziam
em seu bojo o conceito de pré-adolescência. em seu bojo listagens ele novas páginas com conotações ele conteúdo
ele pornografia infantil, dentre páginas de sexo adulto.
Para fins ele análise aplicaram-se ao referido corpus os critérios
3.1 Procedimentos metodológicos
previstos pelo Interpares Project e os previstos por Kapoun.
Desse modo, realizou-se busca pelo referido termo no portal
altavista.com, chegando-se a um total de 134 endereços.
Do resultado da busca selecionou-se uma amostra que pudes 3.2 Análise e discussão dos dados
se sugerir temáticas relacionadas à pornografia infantil. Em uma análise diplomática dos elementos extrínsecos elos
Assim, ao ser acionado o endereço denominado frce picturcs documentos eletrônicos apontados, como forma a descrever suas
free picturcs ofnude tecn girls, surgiu a página http:!/151.196.213. características particulares, destacando as semelhanças e respectivas
252/111/ contendo uma lista com cinco links: Free Photos; Very diferenças, podemos salientar que todos os sites ostentavam deno
Young Pedophiles; Lolita Fucking Gallcry; Very very joung... ; e minação .com, significando, de acordo com a Resolução n. 1, ele 15
Young Fuching&Sucking [Sample pie]. de abril de 1988 do Comitê Gestor Internet do Brasil, que estão clas
O link" free photos" levou diretamente ao site www.adultorigin. sificados como instituições comerciais, havendo necessidade ele CGC
com/index-2.html?from= 193 73, página composta por uma lista de para o registro do Domínio de Primeiro Nível (CORRÊA, 2000, p.18).
cinqüenta e dois novos enunciados, que na grande maioria, fazem Ao abordar aspectos jurídicos na Internet, Corrêa (2000, p.18)
alusão à pornografia infantil. sustenta que "a forma elo endereço eletrônico, ou o nome pelo qual
No intuito de caracterizar documentalmente tal busca, verifi se apresenta na Internet, deve observar os padrões estabelecidos
cou-se que os prin1eiros sete enunciados eram ilustrados com foto pelo protocolo denominado DNS (domain name system), também
grafias, sendo que, três deles apresentavam fotos que induziam o conhecido por domínio, sendo tais requisitos estipulados, neste país,
internautél a crer tratar-se de um. site com cenas de sexo explícito pelo Comitê Gestor Internet elo Brasil", por meio ela Resolução
envolvendo crianças e adolescentes. supramencionada.
Por amostragem, foi escolhido um dos endereços listados, Relata o autor (CORRÊA, 2000, p. 20):
intitulado hardpedophilia, justamente por trazer em seu bojo o
conceito de pornografia infantil. O link levou a um novo si te deno-
Ili
174 Tecnologia e conteúdos informacionais O caráter instrumental da diplomática 175
A vista de tais aspectos, torna-se possível analisar a dimensiio minado lolisex, com endereço eletrônico www.russteeny.com/
diplomática de conteúdos específicos na Internet, revelando uma cyber/01/.
função eminentemente social, como no caso das investigações cri Logo no início da página, havia uma foto em preto e branco
minais. Nesse sentido, apresenta-se, a seguir, a abordagem do crime contendo uma modelo, c1-tjas feições e compleição física levavam a
de pornografia infantil na Internet, a partir do aporte teórico crer tratar-se de uma criança ou adolescente, vestida apenas con1
metodológico da diplom5tica. roupas íntimas, em pose erótica, tendo a seu lado a inscrição pcdo
sex.
A página trazia vários links que faziam menção à pornografia
3 Análise diplomática de sites de pornografia infantil na
infantil. Ao ser acessado o segundo link f ree samplc picturcs, o com
Internet: um estudo de caso
putador, por meio de recursos da linguagem html utilizados pelo
Quando se adentra o terreno da pornografia infantil na Internet, webmaster, automaticamente abriram-se outros sites, entre os quais
observa-se que o termo designativo em língua inglesa - prrtccns - os denominados topless lolita e beast sites, com endereços respectivos
está relacionado diretamente com o contexto, justamente por trazer www.topless-lolita.com/ e www.beastsites.com/. Ambos traziam
em seu bojo o conceito de pré-adolescência. em seu bojo listagens de novas páginas com conotações ele conteúdo
ele pornografia infantil, dentre páginas de sexo adulto.
Para fins ele análise aplicaram-se ao referido corpus os critérios
3.1 Procedimentos metodológicos
previstos pelo Interpares Project e os previstos por Kapoun.
Desse modo, realizou-se busca pelo referido termo no portal
altavista.com, chegando-se a um total de 134 endereços.
Do resultado da busca selecionou-se uma amostra que pudes 3.2 Análise e discussão dos dados
se sugerir temáticas relacionadas à pornografia infantil. Em uma análise diplomática elos elementos extrínsecos elos
Assim, ao ser acionado o endereço denominado free pictures documentos eletrônicos apontados, como forma a descrever suas
frec pictures ofnude tecn girls, surgiu a página http:!/151.196.213. características particulares, destacando as semelhanças e respectivas
252/11 ]/ contendo uma lista com cinco links: Free Photos; Vcry diferenças, podemos salientar que todos os sites ostentavam deno
Young Pedophiles; Lolita Fucking Gallery; Very very joung ... ; e minação .com, significando, ele acordo com a Resolução n. 1, de 15
Young Fuching&Sucking (Sample pie]. de abril ele 1988 elo Comitê Gestor Internet elo Brasil, que estão clas
O link" free photos" levou diretamente ao site www.adultorigin. sificados como instituições comerciais, havendo necessidade de CGC
com/index-2.html?from= 193 73, página composta por uma lista de para o registro elo Domínio ele Primeiro Nível (CORRÊA, 2000, p.18).
cinqüenta e dois novos enunciados, que na grande maioria, fazem Ao abordar aspectosjurídicos na Internet, Corrêa (2000, p.18)
alusão à pornografia infantil. sustenta que "a forma do endereço eletrônico, ou o nome pelo qual
No intuito de caracterizar documentalmente tal busca, verifi se apresenta na Internet, deve observar os padrões estabelecidos
cou-se que os primeiros sete enunciados eram ilustrados com foto pelo protocolo denominado DNS (domain name system), também
grafias, sendo que, três deles apresentavam fotos que induziam o conhecido por domínio, sendo tais requisitos estipulados, neste país,
internauta a crer tratar-se de um. site con1 cenas de sexo explícito pelo Comitê Gestor Internet do Brasil", por meio da Resolução
envolvendo crianças e adolescentes. supramencionacla.
Por amostragem, foi escolhido um dos endereços listados, Relata o autor (CORRÊA, 2000, p. 20):
intitulado hardpcdophilia, justamente por trazer em seu bojo o
conceito de pornografia infantil. O link levou a um novo si te deno-
1 76 Tecnologia e conteúdos informacionais
O caráter instrumental da diplomática 177
Quanto ao critério da objetividade, procura-se estabelecer os cobrança monetária através de cartão de crédito para a obtenção de
objetivos a que a página se propõe e verificar como é detalhada a informações mais detalhadas e profundas do tema exposto no enun
informação e quais as opiniões expressadas pelo autor. Fica claro que ciado, o que caracteriza ato de mercancia.
os autores das páginas analisadas possuem o objetivo de oqJlorar
comercialmente irnagens de pornografia infantil. As informações são
4 Conclusões
detalhadas de forma a convencer o usuário de que o conteúdo da
página contém cenas de sexo explícito envolvendo crianças e adoles Conclui-se, desta análise, que referidas home pages não seguem
centes, em vários gêneros, tais como bestialismo, incesto, estupro e o padrão de uma página que busca a veiculação de uma informação
desvirginamento. Em cada link o autor desenvolve nos enunciados confiável dentro do suporte eletrônico. Na realidade, observa-se que
um marketing para aguçar o internauta a acreditar que ao acessar a existe, justamente, um propósito contrário. Por possuírem conteú
página irá realmente encontrar o que foi prometido na propaganda. do ilegal, há toda uma predisposição do autor em dar uma conotação
O critério da atualidade visa a apurar a freqüência pela qual a de cunho clandestino à informação veiculada, ocultando a autoria,
página é atualizada. As páginas beast sites e topless lolita prometem bem como conferindo volatilidade ao seu conteúdo e endereço ele
atualizações de seu conteúdo a cada quinze minutos, 11 enquanto a trônico, estrutura essa que revela um indício da própria ilegalidade
home page adult originas promete de hora em hora. A única página do site, evidência de que em seu bojo viola o ECA.
que não apresentou expressamente em seu bojo o período de atuali Assim, diante desse contexto, dados como data da criação e
zação foi a página lolisex, contudo, em face elo conteúdo ilegal de transmissão, que compreendem a data cronológica, data do recebi
tais páginas, necessário se torna frisar que os seus endereços tam mento e da h·ansmissão, devidamente anotados no ato da localização
bém são caracterizados pela volatilidade, visando dificultar suas da página web investigada, juntamente com o login ou o endereço
localizações pelo órgãos encarregados da fiscalização. eletrônico - URL - possibilitarão que se requisitem, m.ediante os
O último critério previsto pelo autor, batizado corno o ela trâmites legais, junto ao provedor de acesso, os dados do servidor
cobertura, prevê avaliar se a página requer software especial para de onde provém. a página, de forma a ser possível a requisição do
observação da informação, se a informação é taxada financeiramente nome das pessoas que concorreram para a formação do documento
ou se é livre, bem como se há opção para texto e imagens. Nas pági digital, marco inicial do procedimento investigatório do crime em
nas analisadas, os links não são avaliados, porém na sua grande espécie.
maioria completam o tema do documento proposto pela página prin Conclusão idêntica se obtém ao aplicar a metodologia do
cipal. São compostas por um balanço de imagens e textos, estes como Interpares Project (2003) para estabelecer a presunção de identidade
marketing para a divulgação daquelas. Por serem páginas que in e integridade do documento eletrônico nas páginas adult origin, topless
fringem mandamento proibitivo do Estatuto ela Criança e do Adoles lolita, beast sites e lolisex, pois o nome do autor, escritor e originador
cente - ECA (artigo 241 ), não há como saber, em uma análise super são omitidos nas páginas iniciais e somente poderão ser desvendados
ficial, se a informação veiculada é real ou fictícia, sendo necessária por meio do rastreamento do endereço eletrônico e do e-mail de contato
uma investigação mais aprofundada para apurar a veracidade dos deixado pelo webmaster e para tanto, um campo de vital importân
enunciados. Importa salientar que todas as páginas contêm campos cia para esse fim é o que estabelece as datas cronológica, de hospe
cujas informações são livres, mas que levam necessariamente à dagem, do arquivo e de transmissão, que deverão ser anotadas assim
que o site for localizado por meio do processo de busca simulada.
11 Não se sabe se isso não é apenas um recurso mercadológico, para convencer o
Sob uma ótica legal, em consonância com a declaração da
internauta a assinar a revista eletrônica ou se realmente se atualiza a página com UNESCO (1999), que prevê plano de ação para a criação de legislação
a atualidade prometida. específica e respectiva regulamentação em âmbito internacional,
178 Tecnologia e conteúdos informacionais U caráter instrumental da diplomática 179
Quanto ao critério da objetividade, procura-se estabelecer os cobrança monetária através de cartão de crédito para a obtenção de
objetivos a que a página se propõe e verificar como é detalhada a informações mais detalhadas e profundas do tema exposto no enun
informação e quais as opiniões expressadas pelo autor. Fica claro que ciado, o que caracteriza ato de mercancia.
os autores das páginas analisadas possuem o objetivo de explorar
comercialmente imagens de pornografia infantil. As informações são
4 Conclusões
detalhadas de forma a convencer o usuário de que o conteúdo da
página contém cenas de sexo explícito envolvendo crianças e adoles Conclui-se, desta análise, que referidas home pages não seguem
centes, em vários gêneros, tais como bestialismo, incesto, estupro e o padrão de uma página que busca a veiculação de uma informação
desvirginamento. Em cada link o autor desenvolve nos enunciados confiável dentro do suporte eletrônico. Na realidade, observa-se que
um marketing para aguçar o internauta a acreditar que ao acessar a existe, justamente, um propósito contrário. Por possuírem conteú
página irá realmente encontrar o que foi prometido na propaganda. do ilegal, há toda uma predisposição do autor em dar uma conotação
O critério da atualidade visa a apurar a freqüência pela qual a de cunho clandestino à informação veiculada, ocultando a autoria,
página é atualizada. As páginas beast sites e topless lolita prometem bem como conferindo volatilidade ao seu conteúdo e endereço ele
atualizações de seu conteúdo a cada quinze minutos, 11 enquanto a trônico, estrutura essa que revela um indício da própria ilegalidade
home pagc adult originas promete de hora em hora. A única página do site, evidência de que em seu bojo viola o ECA.
que não apresentou expressamente em seu bojo o período de atuali Assim, diante desse contexto, dados corno data da criação e
zação foi a página lolisex, contudo, em face do conteúdo ilegal de transmissão, que compreendem a data cronológica, data do recebi
tais páginas, necessário se torna frisar que os seus endereços tam mento e da transmissão, devidamente anotados no ato da localização
bém são caracterizados pela volatilidade, visando dificultar suas da página web investigada, juntamente com o login ou o endereço
localizações pelo órgãos encarregados da fiscalização. eletrônico - URL - possibilitarão que se requisitem, mediante os
O último critério previsto pelo autor, batizado com.o o da trâmites legais, junto ao provedor de acesso, os dados do servidor
cobertura, prevê avaliar se a página requer software especial para de onde provém a página, de forma a ser possível a requisição do
observação da informação, se a informação é taxada financeiramente nome das pessoas que concorreram para a formação do documento
ou se é livre, bern como se há opção para texto e imagens. Nas pági digital, marco inicial do procedimento investigatório do crime em
nas analisadas, os links não são avaliados, porém na sua grande espécie.
maioria completam o tema do documento proposto pela página prin Conclusão idêntica se obtém ao aplicar a metodologia do
cipal. São compostas por um balanço de imagens e textos, estes como Interpares Project (2003) para estabelecer a presunção de identidade
marketing para a divulgação daquelas. Por serem páginas que in e integridade do documento eletrônico nas páginas adult origin, topless
fringem mandamento proibitivo do Estatuto da Criança e do Adoles lolita, beast sites e lolisex, pois o nome do autor, escritor e originador
cente - ECA (artigo 241 ), não há como saber, em uma anólise super são omitidos nas páginas iniciais e somente poderão ser desvendados
ficial, se a informação veiculada é real ou fictícia, sendo necessária por meio do rastreamento do endereço eletrônico e do e-mail de contato
uma investigação mais aprofundada para apurar a veracidade dos deixado pelo webmaster e para tanto, um campo de vital importân
enunciados. Importa salientar que todas as páginas contêm campos cia para esse fim é o que estabelece as datas cronológica, de hospe
cujas informações são livres, mas que levam necessariamente à dagem, do arquivo e de transmissão, que deverão ser anotadas assim
que o site for localizado por meio do processo de busca simulada.
11 Niio se sabe se isso não é apenas um recurso mercadológico, para convencer o
Sob uma ótica legal, em consonância com a declaração da
internauta a assinar a revista eletrônica ou se realmente se atualiza a página com UNESCO (1999), que prevê plano de ação para a criação de legislação
a atualidade prometida. específica e respectiva regulamentação em âmbito internacional,
180 Tecnologia e conteúdos informacionais O caráter instrumental da diplomática 181
conclui-se que a legislação brasileira deveria adaptar-se para se ade Outro assunto que gerará árduas discussões entre doutri
quar à moderna legislação alierúgcna. nadores e que chegará aos nossos tribunais é a questão da responsa
O Supremo Tribunal Federal já havia decidido que o primitivo bilidade criminal dos provedores de informação e de acesso à internet,
artigo 241 do ECA era um tipo penal aberto e que podia ser praticado pois que o legislador incrimina a conduta de "assegurar, por qual
por qualquer meio, inclusive pela Internet, de maneira que não hou quer meio, o acesso, na rede mundial de computadores ou internet,
vesse, assim, necessidade de legislação para incluir a rede mundial de das fotografias, cenas ou imagens" que contenham. pornografia ou
computadores como elementar do crime, objetivo de vários projetos sexo explícito envolvendo criança ou adolescente, bem como "asse
de lei em curso no Congresso Nacional. gura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias,
Nesse sentido, o autor já se havia posicionado pela necessidade cenas ou imagens" dentro desse mesmo contexto.
de fazer a atualização do artigo 241 do ECA, tão somente para incri Em uma primeira análise, observa-se que a conduta de fornecer,
minar a posse de material relacionado à pornografia infantil, bem por qualquer meio, fotografias que contenham pornografia infantil
como para que a conduta do agente que transmitisse a outrem, por ou cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente,
e-mail, material pornográfico-infantil, também fosse considerada incriminou a ação de transmitir a outrem, por e-mail, referido
ilícito penal, eliminando-se, dessa forma, lacunas legais (FURI.ANETO material, porém, a simples posse de tais fotografias continuou a ser
NETO, 2003), indo ao encontro das legislações dos Estados Unidos um fato atípico.
da América, Espanha e Itália. Concomitantemente, deveria ser editada norma para permitir,
Porém, em 13 de novembro transato, foi publicada a Lei por prazo certo, que provedores de acesso mantivessem arquivados
n. 10.764, de 12 de novembro de 2003, que alterou o texto origi dados de comunicação eletrônica, sob sigilo legal e revelado apenas
nal do artigo 241 do ECA, passando a adotar a seguinte redação: por autorização judicial, no transcorrer de investigação criminal. 1.1
"apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou publicar, por Os elementos pesquisados permitem concluir ser a Diplomática,
qualquer meio de comunicação, inclusive rede mundial de compu por meio dos critérios de identidade documental propostos por Luciana
tadores ou internet, fotografias ou imagens com pornografia ou Duranti e sua equipe no Interpares Project (2003), alicerce teórico
cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente". para o procedimento investigatório visando a elucidar a autoria de
Em que pese a necessidade de uma análise mais profunda, 12 páginas de pornografia infantil na Internet.
pode-se observar, à primeira vista, impropriedades legislativas, a Nessa hipótese abrir-se-ia um novo fazer para o profissional
ponto de o poder lcgisferantc introduzir como elementares dois ver da informação, qual seja, o pertinente ao arquivo, registro e recupe-
bos que possuem o mesmo significado, visto que divulgar e publicar
corresponde a tornar público. 13 Um bom exemplo é a Diretiva 58/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho da
Comunidade Européia, que prevê que os países membros poderão adotar medidas
Ademais, em se tratando de norma penal, a adoção da elemen
legais para o armazenamento dos dados de tráfego por prazo certo por parle dos
tar por qualquer meio não impõe a necessidade de se exemplificar no provedores, para o auxílio de investigação de crime, cuja revelação está sujeita à
corpo do texto legal por quais meios o agente pode praticar a conduta autorização judicial. Isso levou o Governo espanhol a editar a lei 34/2002, de 11
para a concretização do delito, técnica adotada pelo legislador ao in de julho, na qual previu essa possibilidade por parte cios operadores de redes e ser
viços ele comunicações eletrônicas, em cujo contexto se insere a Internet, os prove
serir a rede mundial de computadores ou internet como modelos de dores de acesso a redes de telecomunicações e os prestadores de serviços de alqja
meio de comunicação. Ora, será que alguém tem dúvida de que a rede menlo de dados, pelo prazo de doze meses. No ordenamento juddico pát,·io alw1l,
mundial de computadores ou a internet é um meio de comunicação? essa medida somente poderá ser possível se prevalecer o entendimento de que é
admissível a quebra do sigilo de comunicação de dados, nos mesmos moldes do
das telecomunicações. Em sendo aceita essa tese, a atualização legislativa poderia
12 O que não será possível em virlude da proximidade entre a data da vigência ela dar-se no corpo do texto da Lei n. 9296, ele 24 de julho de 1996, que disciplina o
nova lei e a data da produção deste trabalho. procecli111ento para o processo ele interceptação telefônica.
180 Tecnologia e conteúdos informacionais O caráter instrumental da diplomática 181
conclui-se que a legislação brasileira deveria adaptar-se pam se ade Outro assunto que gerará árduas discussões entre doutri
quar à moderna legislação alienígena. nadores e que chegará aos nossos tribunais é a questão da responsa
O Supremo Tribunal Federal já havia decidido que o primitivo bilidade criminal dos provedores de informação e de acesso à internet,
artigo 241 do ECA era um tipo penal aberto e que podia ser praticado pois que o legislador incrimina a conduta de "assegurar, por qual
por qualquer meio, inclusive pela Internet, de maneira que não hou quer meio, o acesso, na rede mundial de computadores ou internet,
vesse, assim, necessidade de legislação para incluir a rede mundial de das fotografias, cenas ou imagens" que contenham pornografia ou
computadores como elementar do crime, objetivo ele vários projetos sexo explícito envolvendo criança ou adolescente, bem como "asse
de lei em curso no Congresso Nacional. gura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias,
Nesse sentido, o autor já se havia posicionado pela necessidade cenas ou imagens" dentro desse mesmo contexto.
de fazer a atualização do artigo 241 do ECA, tão somente para incri Em uma primeira análise, observa-se que a conduta de f ornecer,
minar a posse de material relacionado à pornografia infantil, bem por qualquer meio, f otografias que contenham pornografia infantil
como para que a conduta do agente que transmitisse a outrem, por ou cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente,
e-mail, material pornográfico-infantil, também fosse considerada incriminou a ação de transmitir a outrem, por e-mail, referido
ilícito penal, eliminando-se, dessa forma, lacunas legais (FURLANETO material, porém, a simples posse de tais fotografias continuou a ser
NETO, 2003), indo ao encontro das legislações dos Estados Unidos um fato atípico.
da América, Espanha e Itália. Concomitantemente, deveria ser editada norma para permitir,
Porém, cm 13 de novembro transato, foi publicada a Lei por prazo certo, que provedores de acesso mantivessem arquivados
n. 10.764, de 12 de novembro de 2003, que alterou o texto origi dados de comunicação eletrônica, sob sigilo legal e revelado apenas
nal do artigo 241 do ECA, passando a adotar a seguinte redação: por autorização judicial, no transcorrer de investigação criminal. u
"apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou publicar, por Os elementos pesquisados permitem concluir ser a Diplomática,
qualquer meio de comunicação, inclusive rede mundial ele compu por meio dos critérios de identidade documental propostos por Luciana
tadores ou internet, fotografias ou imagens com pornografia ou Duranti e sua equipe no Interpares Project (2003), alicerce teórico
cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente". para o procedimento investigatório visando a elucidar a autoria de
Em que pese a necessidade de uma análise mais profunda, 12 páginas ele pornografia infantil na Internet.
pode-se observar, à primeira vista, impropriedades legislativas, a Nessa hipótese abrir-se-ia um novo fazer para o profissional
ponto de o poder legisferante introduzir como clernentares dois ver da informação, qual seja, o pertinente ao arquivo, registro e recupe-
bos que possuem o mesmo significado, visto que divulgar e publicar
corresponde a tornar público. 13 Um bom exemplo é a Diretiva 58/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho da
Comunidade Européia, que prevê que os países membros poderão adotar medidas
Ademais, em se tratando de norma penal, a adoção da elemen
legais para o armazenamento dos dados de tráfego por prazo certo por parle dos
tar por qualquer meio não impõe a necessidade de se exemplificar no provedores, para o auxílio de investigação de crime, Cl!ͪ revelação está sqjeila à
corpo do texto legal por quais meios o agente pode praticar a conduta autorização judicial. Isso levou o Governo espanhol a editar a lei 34/2002, ele 11
para a concretização do delito, técnica adotada pelo legislador ao in de julho, na qual previu essa possibilidade por parte dos operadores de redes e ser
viços de comunicações eletrônicas, em cujo contexto se insere a Internet, os prove
serir a rede mundial de computadores ou internet como modelos de dores de acesso a redes de telecomunicações e os prestadores de serviços de alqja
meio de comunicação. Ora, será que alguém tem dúvida de que a rede mento de dados, pelo prazo ele doze meses. No ordenamento jurídico pátrio alw1l,
mundial de computadores ou a internet é um meio de comunicação? essa medida somente poderá ser possível se prevalecer o entendimento de que é
admissível a quebra cio sigilo ele comunicação de dados, nos mesmos moldes cio
das telecomunicações. Em sendo aceita essa tese, a atualização legislativa poderia
12 O que não será possível em virtude da proximidade entre a data da vigência da dar-se no corpo do texto da Lei n. 9296, de 24 de julho ele 1996, que disciplina o
nova lei e a data da produção deste trabalho. procedimento para o processo de interceptação telefônica.
182 Tecnologia e conteúdos informacionais O caráter instrumental da diplomática 183
ração, de forma precisa e cm tempo hábil, dos dados e informações o léxico é o mais forte caracterizador de uma especialidade. No en
necessários aos órgãos de investigação, um agir definido por Richard tanto, a necessidade de construir um corpo teórico e metodológico
Mason (1990) como o que leva a informação certa, da fonte certa, para discorrer sobre o tema impõe que o assunto seja discutido em
ao usuário (ou cliente certo), no momento certo, do modo adequado outra oportunidade.
e a um custo 14 justificado pelo seu uso.
Como vimos, a Diplomática, que originariamente nasceu para
Bibliografia
descrever e explicitar atos escritos, com o advento ela Internet pas
sou a ter seus princípios aplicados em documentos eletrônicos, ele BEGTHOL, Clare.A proposed ethical warranl for global knowlcdgc representai ion and
maneira que a metodologia proposta pelo fnterparcs Projcct (2003) organizalion systerns. Jouma/ of Oocumcntalion, u:mdon, v. 58, 11.5, p. 507-532,
2002.
para a identidade do documento eletrônico serve de base teórica em
um procedimento investigatório visando à descoberta da autoria do BUCKLAND, Michael K. l11forrnatio11 as lhing. Journal of lhe Amcrican Society
for /11fon11atio11 Seicncc, New York, µ. 351-360. ·199·1.
site de pornografia infantil na Internet.
Contribuição relevante também poderá ser fornecida pela CAVALCANTI, M. C. A pragmática da leitura: itens lexicais chaves corno íonle ele
problc111as potenciais. ln:_. tnteraçéio lcitor-tcxlo: aspectos ele interação prag
Terminologia, na análise do conteúdo do documento digital - sites
ndtica. Ca111pi11as. Editora da UNJCAMP, 1989. µ. 57-"125.
de pornografia infantil na Internet-, pois se observou que o marketing
COMUNIDAD EUROPEA. Dircctiva 2002/58/Cc Dei Pari;:1111cnto Europco Y dei
utilizado pelos autores de tais páginas para divulgar os endereços Consejo ele 12 de Julio de 2002. [Diario Oficial de las Comunidades Europeasl,
listados compunha-se de wna linguagem baseada em termos-cha Bruselas, L 201, de 31 jul. 2002, p. 37-47.
ves, fios condutores sernânticos (COLLERSON, 1973-4, apud ELIAS, Roberto João. Comentários ao Estatuto da Criança e d0Adolescc11lc. Lei 11.
CAVALCANTI, 1989, p.1l0) que, apostos aos enunciados, transmi 8.069, ele 13 dejulho de 1990. São Paulo: Saraiva, 1994. 235 p.
tiam ao internauta a informação do conteúdo que poderia ser en ESPANA. Ley orgánica 34/2002, ele 11 de julho. Disponível em: < hllp://
contrado naquele endereço. Assim, termos como Jolita, tecns, dentre noticias.juridicas.co111/base_dalos/Penal/lo34-2002.ht111l>. Acesso em: 26 111.rr.
outros, freqüentemente empregados nos enunciados de tais páginas, 2003.
trazem em si contextos que podem ser objeto de estudo da Semiótica FURLANETO NETO, Mário. Pornografia infantil na internet: elementos diplo111áti
e da Term.inologia. cos como su/.Jsfdio à caracterização cio delito. Marília, 2003. 144 f. Dissertação
Nesse contexto, há de se ressaltar que as culturas do submundo (Mestrado e111 Ciência da lnfor111ação) - Faculd;:icle de Filosofia e Ciênciils, U11iver
possuem uma linguagem própria para as diferentes espécies de deli siclade Estadual Paulista. Marília, 2003.
tos, estruturada pela relação entre termo e conceito, e representam GUIMARÃES, José Aug11sto Chaves. O caráter instru111cntal ela Diplomá! ica para
o tral;:imenlo lemático de docu111enlos na área jurídica. Cadernos da Faculdade de
os valores e predisposições de seus membros, condição denominada
Filosofia e Ciências, Marília, v. 7, n.1/2, p. 97-106, 1998.
por Beghtol (2002, p.511) de garantia cultural. Isso merece ser estu
INTERPARES Project. Rcquiremcnts for assessi11g anel maintaining theaulhcnticity
dado como linguagem de especialidade, e não como um simples jar
of clcctronic records. March, 2002. Disponível e111: <http://www.i11lcrpares.org/
gão popular, até porquê, em muitas oportunidades, relaciona-se com book/index.ht,11 >. Acesso e111: 18 ja11. 2003.
o grau de culpa do agente ou, em outras palavras, com o dolo, mor
KAPOUN, Jim. Teaching unclergrads WEB evaluation: A guidc for library
mente quando registrada em documento, ainda que digital, porque inslruclion. Cornell University Library, July/August, 1998. Disponível e111:
<hllp://www.library.corncll.edu/okuref/researcli/webcrit.hl11ll> . Acesso em:
·16 fev. 2000.
14 Quando se faz menção a custo, no âmbito da presente pesquisa, quer-se relevar a
relação tempo e espaço, e não o aspecto financeiro, pois a informação a que se LANDINI, Tatiana Savoia. Pornografia infanlil na internet: proliferação e visibili
busca tem que ser precisa e recuperada rapidamente, corno subsfdio para o suces dade. São Paulo, 2000. 158 f. Dissertação (Mestrado em Sociologiu) - Faculdade
so da investigação. de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. 2002.
182 Tecnologia e conteúdos informacionais O caráter instrumental ela diplomática 183
ração, de forma precisa e em tempo hábil, dos dados e infornrnções o léxico é o mais forte caracterizador de uma especialidade. No en
necessários aos órgãos de investigação, um agir definido por Richard tanto, a necessidade de construir um corpo teórico e metodológico
Mason (1990) como o que leva a informação certa, da fonte certa, para discorrer sobre o tema impõe que o assunto seja discutido em
ao usuário (ou cliente certo), no momento certo, do modo adequado outra oportunidade.
e a um custo 14 justificado pelo seu uso.
Como vimos, a Diplomática, que originariamente nasceu para
Bibliografia
descrever e explicitm atos escritos, com o advento da internet pas
sou a ter seus princípios aplicados em documentos eletrônicos, de BECTI IOL, Clare. A proposcd cthical warrant for global knowlcdgc rcprescntalion a11d
maneirn que a metodologia proposta pelo Inte1pares Project (2003) organizalion syslcrns. Joumal of Documcntation, London, v. 58, n.5, p. 507-532,
2002.
para a identidade do documento eletrônico serve de base teórica em
um procedimento investigatório visando à descoberta da autoria do BUCKLAND, Michael K. lnforination as lhing. Journal of lhe A111crican Society
for Jnfonnntion Scicncc, New York, p. 351-360.1991.
site de pornografia infantil na Internet.
CAVALCANTI, M. C. A pragmática da leitura: itens lcxirnis chaves corno fonte ele
Contribuição relevante também poderá ser fornecida pela
proble111as potcnci.:iis. 111: _. Jnteraç;-io lci/or-/cxlo: aspectos de interação prag-
Terminologia, na análise do conteúdo do documento digital - sites
111álirn. Ca111pinas. Editora d.i UNICAMP, 1989. p. 57-125.
de pornografia infantil na Internet-, pois se observou que o marketing
COMUNIDAD EUROPEA. Direcliva 2002/58/Cc Dei Parlarncnto Europeo Y dei
utilizado pelos autores de tais páginas para divulgar os endereços Consejo de 12 de Julio de 2002. [Diario Oficial de las Comunidades Europeas[,
listados compunha-se de uma linguagem baseada em termos-cha Brusclas, L 201, de 31 jul. 2002, p. 37-47.
ves, fios condutores semânticos (COLLERSON, 1973-4, apud ELIAS, Roberto João. Comentários ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei n.
CAVALO\NTI, 1989, p.110) que, apostos aos enunciados, transmi 8.069, de 13 deju/110 de 1990. São Paulo: Saraiva, 1994. 235 p.
tiam ao internauta a informação do conteúdo que poderia ser en ESPANA. Ley orgánica 34/2002, de 11 de julho. Disponível e111: <hllp://
contrado naquele endereço. Assim, termos como Jolita, teens, dentre noticias.juridicas.com/base_datos/Penal/lo34-2002.ht111l>. Acesso c111: 26 111.:ir.
outros, freqüentemente empregados nos enunciados de tais páginas, 2003.
trazem ern si contextos que podem ser objeto de estudo da Semiótica FURLANETO NETO, Mário. Pornografia infantil na internet: elementos diplom;-í/ i
e da Terminologia. cos como su/.Jsfdio à caracterização do deli/o. Marília, 2003. 144 f. Dissertação
Nesse contexto, há de se ressaltar que as culturas do submundo (Mestrado e111 Ciê11cia da lnfor111açiio) - Faculdade ele Filosofia e Ciências, Univer
sidade Estadual Paulista. Marília, 2003.
possuem uma linguagem própria para as diferentes espécies de deli
tos, estruturada pela relação entre termo e conceito, e representam GUIMARÃES, José Augusto Chaves. O caráter instrumental da Diplornática para
o trala111enlo lemático ele documentos 11a área jurídica. Cadernos da Faculdade de
os valores e predisposições de seus membros, condição denominada
Filosofia e Ciências, Marília, v. 7, n.1/2, p. 97-106, 1998.
por Beghtol (2002, p.511) de garantia cultural. Isso merece ser estu
INTERPARES Project. Rc(]uiremcnts for assessi11g anel rnaintaining lhe aulhcnticit y
dado como linguagem de especialidade, e não como um simples jar
of clcclronic records. March, 2002. Disponível cm: <http://www.i11lcrparcs.org/
gão popular, até porquê, em muitas oportunidades, relaciona-se com book/indcx.ht111>. Acesso cm: 18 jan. 2003.
o grau de culpa do agente ou, em outras palavras, com o dolo, m.or
KAPOUN, Jim. Tcaching unclergrads WEB cvaluation: A guide for library
mente quando registrada em documento, ainda que digital, porque inslructio11. Cornell Universily Library, July/ Augusl, 1998. Dispo11ível e111:
<hllp://www.library.corncll.edu/okuref/rcsearch/webcrit.htn1l> . Acesso cm:
·16 fev. 2000.
14 Quando se faz menção a custo, no âmbito da presente pesquisa, quer-se relevar a
relação tempo e espaço, e não o aspecto financeiro, pois a informação a (]Ue se LANDINI, Tatiana Savoia. Pornografia infantil na internet: proliferação e visibili
busca tem que ser precisa e recuperada rapidamente, corno subsídio para o suces dade. São Paulo, 2000. 158 f. Disser tação (Mestrado cm Sociologia) - Faculdade
so da investigação. de Filosofia, Letras e Ciências Hu111anas, Univcrsiclaclc de São Paulo. 2002.
184 Tecnologia e conteúdos informacionais
Tecnologias da Informação, Faculdade de Filosofia e Ciências - UNESP, nistração de Tupã - FACCAT, prof. de Linguagens de Programação,
Marília, SP. E-mail: fernanda_sarmento@yahoo.com ou Banco de Dados e Projetos de Sistemas na FACCAT e coordenador de
fsarmento@ cevap.org.br. projetos ele Tl na Grano! 5. A. E-mail: ricardo@faccat.com.br
M1R1AM CELí PIMENTEL PORTO FoRESTI SYLVli\ l ÍELENA MORALES I-!ORJGUELA DE MORAES
Doutora cm Educação, professora do Departamento de Educa Responsnvel pelo Escritório ele Pesquisa da UNESP/Campus de
ção, Instituto ele Biociências - UNESP, Botucatu, São Paulo; profes Marília, Marília, SP.
sora do Curso de Pós-Graduação em Ciência da Informação e Mem
bro do Grupo de Pesquisa - Novas Tecnologias ela Informação, TELMA ANTONIA MARQUES VIEIRA
Faculdade de Filosofia e Ciências - UNESP, Marília, São Paulo, Brasil. Doutora em Educação, docente elo Instituto de Biociências,
E-mail: mfforesti@uol.com..br Letras e Ciências Exatas da UNESP, São José do Rio Preto, SP. E-mail:
tamv@tcrra.corn.br)
Pi.ACIDA LEOPOLDINA VENTURA AMORIM DA COSTA SANTOS
Universidade Estadual Paulista - UNESP, Faculdade de Filoso
fia e Ciências - FFC, Departamento de Ciência da Informação, Pós
Graduação ern Ciência da Informação, Grupo de Pesquisa - Novas
Tecnologias em Informação, Marília/SP.
E-mail: placida@marilia.unesp.br
Tecnologias da Informação, Faculdade de Filosofia e Ciências - UNESP, nistração de Tupã - FACCAT, prof. de Linguagens de Programação,
Marília, SP. E-mail: fernanda_sarmento@yahoo.com ou Banco de Dados e Projetos de Sistemas na FACCAT e coordenador de
fsarmento@ ccvap.org.br. projetos de TI na Grano! S. A. E-mail: ricardo@faccat.com.br
M1R1AM CELí P1MENTEL PORTO FoRESTI 5YLVli\ l lELENA MORI\LES HORIGUELA DE MORAES
Doutora cm Educação, professora do Departamento de Educa Responsável pelo Escritório de Pesquisa da UNESP/Campus de
ção, Instituto de Biociências - UNESP, Botucatu, São Paulo; profes Marflia, Marília, SP.
sora do Curso de Pós-Graduação cm Ciência da Informação e Mem
bro do Grupo de Pesquisa - Novas Tecnologias da Informação, TELMA ANTONIA MARQUES VIEIRA
Faculdade de Filosofia e Ciências - UNESP, Marília, São Paulo, Brasil. Doutora cm Educação, docente do Instituto de Biociências,
E-mail: mfforesti@uol.com..br Letras e Ciências Exatas da UNESP, São José do Rio Preto, SP. E-mail:
tamv@tcrra.com.br)
PLÁCIDA LEOPOLDINA VENTURA AMORIM DA COSTA SANTOS
Universidade Estadual Paulista - UNESP, Faculdade de Filoso
fia e Ciências - FFC, Departamento de Ciência da Informação, Pós
Graduação em Ciência da Informação, Grupo de Pesquisa - Novas
Tecnologias em Informação, Marília/SP.
E-mail: placida@marilia.unesp.br
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gestão de projetos: da estudantes, docentes e pesquisadores, textos que
• g sistematização de princípios à
aplicação em ambientes acadêmicos
propiciem a discussão - e a reflexão - de temas
atuais e de interesse para a área.
para captação de
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recursos à pesquisa
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descritiva na Ciência da
Informação
ap
• Mudanças no processo de
comunicação científica:
a alternativa dos repositórios
institucionais
o�JUHUAV
• Periódicos científicos eletrônicos:
critérios de qualidade
A COLEÇÃO PALAVRA-CHAVE tem por
• O caráter instrumental da
objetivo oferecer aos profissionais da área, =00"'
diplomática para os procedimentos
e a outros interessados, textos básicos e ==
investigatórios do crime de =00
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