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Complicações da Esclerose Múltipla

Além de todos os sinais e sintomas causados por essa enfermidade, a EM pode


ainda apresentar vários problemas e complicações, casos de morte causada
diretamente pela doença são raras. A causa mais comum de morte é uma
broncopneumonia, após aspiração ou insuficiência respiratórias, outras causas
incluem insuficiência cardíaca, afecções malignas, septicemia (úlceras de
decúbito, infecções urinárias) e suicídio. Nas últimas décadas a
sobrevivência média aumentou de 25 para 35 anos após o início,
provavelmente em consequência do melhor tratamento das infecções e das
úlceras decúbito.
Veja no quadro abaixo as principais complicações relacionadas a EM.
Complicações Características
Psicossociais A inatividade prolongada intensifica os
sentimentos de ansiedade ou
depressão, podendo levar o indivíduo
ao desespero e alienação.
Neuromusculares Uma queda no nível geral das
aferências sensitivas devido a
inatividade prolongada prejudicam o
controle motor e a coordenação dos
movimentos.
Musculoesqueléticos A inatividade, mau posicionamento e
espasticidade negligenciada irão
contribuir para a deformidade
progressiva. Surgirão contraturas em
flexão dos quadris e joelhos,
deformidades dos pés podem também
aparecer se o paciente estiver
confinado ao leito ou na cadeira de
rodas. A perda da força contrátil e da
resistência dos músculos é
frequentemente dramática dentro de um
curto período, e a atrofia torna-se
visualmente aparente.
Digestivas A perda de apetite acompanhada por
uma queda geral gastrointestinal pode
levar a uma deficiente absorção
nutricional, cicatrização retardada e
problemas persistentes com
constipações
Cardiovasculares O descondicionamento cardiovascular
resulta numa queda da capacidade
geral de trabalho físico, maior
frequência cardíaca em resposta ao
esforço, hipotensão ortostática, queda
no volume de sangue circulante e
maior probabilidade de tromboflebite
Respiratórias Queda no volume pulmonar, na
resistência respiratória e na
eficiência do mecanismo da tosse e
maior probabilidade de infecções
respiratórias
Tegumentares As alterações no turgor cutâneo,
postura estática e pressão prolongada
sobre as proeminências ósseas
aumentam a probabilidade de disrupção
cutânea.
Calor O calor externo seja nas condições
climáticas ou de modalidades
terapêuticas, podem causar
exacerbação dos sintomas clínicos,
induzindo rapidamente a fadiga.
Estresse em sido frequentemente implicado por
pacientes na deterioração de seus
sintomas, na patogênese de outras
enfermidades crônicas, como a doença
cardiovascular ou as úlceras, embora
faltem estudos controlados a respeito

Tratamento da Esclerose Múltipla (EM) Segundo a Sociedade Portuguesa de


Esclerose Múltipla (SPEM)
Apesar de ainda não existir cura para a esclerose múltipla, muito se alterou ao longo
dos últimos 30 anos, existindo hoje em dia uma gama de fármacos eficazes na
contenção da doença, evitando e espaçando os episódios de surto-remissão.
O tratamento inclui:
Corticosteroides, utilizados quando ocorre um surto de EM, com o intuito de
controlar a inflamação aguda;
Imunomoduladores, que modulam o sistema imunitário, e imunossupressores, que
bloqueiam a resposta imunitária. São utilizados para diminuir o risco de ocorrência
de surtos e desacelerar a progressão da incapacidade;
Terapêutica sintomática utilizada com o objetivo de aliviar as manifestações da
doença.
O mecanismo de ação de cada um dos fármacos modificadores da doença é
distinto, nem todos se destinam à mesma fase de progressão da EM e a sua eficácia
difere de pessoa para pessoa.
O Ministério da Saúde ampliou o uso do natalizumabe no tratamento da esclerose
múltipla remitente-recorrente, o que representa 85% dos casos da doença. A
decisão foi publicada por meio da Portaria nº 49, em 11 de novembro de 2020. Com
isso, o medicamento será ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em até 180
dias.
Adultos diagnosticados com esclerose múltipla remitente recorrente poderão utilizar
o medicamento acetato de glatirâmer na versão de 40 miligramas (mg) via Sistema
Único de Saúde (SUS). Atualmente, a rede pública oferta apenas a versão de 20
mg. De acordo com o Ministério da Saúde, a incorporação vai permitir que o
paciente reduza de sete para três as doses injetadas todas as semanas, garantindo
maior qualidade de vida.
Avaliação/ processo de enfermagem aos portadores de Esclerose Múltipla
A aplicação efetiva do processo de enfermagem aos pacientes de EM permite
edificar as necessidades do portador, planejar e executar as intervenções de
enfermagem adequadas a cadadiagnóstico, bem como avaliar os resultados,
melhorando a qualidade dos cuidados e favorecendo um cuidado humanizado e
individualizado. Oferece também aos enfermeiros a oportunidade de avaliar e
reavaliar suas intervenções e decidir qual a melhor maneira de as desempenhar.
O cuidado sistematizado, visa melhorar a qualidade da assistência, diminuir os
fatores que podem acelerar a evolução da doença e promover a saúde. Nesse
contexto, a consulta de enfermagem sistematizada possibilita avaliar individualmente
o paciente e oferecer uma assistência integral com base em ações que contribuem
para a promoção, prevenção e reabilitação da pessoa, tendo como eixo norteador o
princípio da integralidade previsto pelo Sistema Único de Saúde. Diante dessa
doença complexa, cuja evolução resulta em limitações funcionais que podem levar a
múltiplas incapacidades, variando enormemente de uma pessoa para outra, é
fundamental oferecer um cuidado holístico e individualizado que contribua para a
promoção da saúde e melhora da qualidade de vida. Para humanizar a integralidade
do cuidado, o enfermeiro precisa desenvolver ações diferenciadas superando o
modelo tecnicista e mecanicista. É necessário que os pacientes tenham um espaço
para falar e refletir sobre suas dúvidas, aumentando seus conhecimentos sobre a
doença.
O enfermeiro atende o paciente em suas necessidades básicas, planejando suas
ações no sentido de promover a assistência, a recuperação, capacitando-lhe,
sempre que possível para o autocuidado, o que contribuirá para a integridade de sua
estrutura humana, seu desenvolvimento biopsico-sócio-espiritual até atingir o
equilíbrio no bem-estar dentro das limitações impostas pela EM.
O enfermeiro enquanto educador para o autocuidado tem a responsabilidade de
desenvolver as habilidades necessárias nos pacientes e seus familiares ou
cuidadores, sempre que possível, levando-os a perceberem suas responsabilidades
e seus papéis no processo de reabilitação. Na consulta de enfermagem, o paciente
tem um atendimento individualizado, permitindo que o enfermeiro identifique as
necessidades e a determinação do grau de dependência deste atendimento ao
paciente, fazendo intervenções nas queixas mais frequentes apresentadas.
Avaliação de enfermagem
A avaliação de enfermagem é realizada com conscientização dos problemas reais e
potenciais associados a doença. Procura-se fazer uma avaliação detalhada por meio
do exame físico e queixas apresentadas pelo paciente para assim poder planejar,
juntamente com ele e a família os cuidados a curto/médio e longo prazo.

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