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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS - DEPARTAMENTO DE QUÍMICA


QUÍMICA EXPERIMENTAL - 207
ENGENHARIA QUÍMICA

PREPARAÇÃO DO ÁCIDO BÓRICO E


DETERMINAÇÃO DE SEU PONTO DE FUSÃO

Acadêmicos: RA:

Diana Otsuschi Sampaio 125908


Lorena Ap. R. Primon 124888
Luana Marques Bussolo 123982
Luanna Steindorff Guandalini Soares 119779
Rafaela Ferreira Silva 126353

Prof. Paulo Cesar S. Pereira

MARINGÁ
2022
1 - INTRODUÇÃO

1.1 – Fundamentação teórica


O grupo 13 (III-A), também conhecido como família do boro, é composto por alguns elementos
representativos, que são: boro (B), alumínio (Al), gálio (Ga), índio (In) e tálio (Tl). Um dos principais
elementos desse grupo é o boro, que é o único composto não-metal da família III-A; sua molécula é
trigonal plana; faz ligações covalentes e ele existe em várias modificações cristalinas, todas contendo
unidades 𝐵12.

Além disso, o boro na sua forma elementar tem brilho semi metálico opaco e é um
semicondutor elétrico. O boro livre não é encontrado na natureza, porém pode ser obtido através da
dissolução do bórax em ácido e cristalização de ácido bórico. Ademais, esse elemento forma série de
trihaletos, 𝐵𝑋3, que são compostos moleculares de baixo ponto de fusão; série de sais, chamados de

boratos; série de hidretos do boro ou boranos, que é formada quando o boro se combina com o
hidrogênio.
As ligações de três centros são ligações onde três orbitais atômicos de três átomos são
combinados com o objetivo de formar três orbitais moleculares, sendo que um é um ligante
molecular, no qual só um par de elétrons liga os três átomos. Esse tipo de ligação é encontrado na
estrutura de todos os boranos, como por exemplo: o diborano (𝐵2𝐻6), o tetraborano (𝐵4𝐻10) e o

decaborano (𝐵10𝐻14).

O ácido bórico (𝐻3𝐵𝑂3) é um sólido pouco solúvel e é um ácido fraco. O bórax e o ácido

bórico podem ser utilizados na retardância de chama em aplicações com celulose e outras fibras
naturais e podem ser aplicados como anti chamas para fibras de madeira. Além disso, o bórax é
usado em algumas formulações de detergentes; pode atuar como supressor de fumaça, supressor de
gotejamento e agente anti craquelamento em matrizes halogenadas ou não-halogenadas; e pode ser
aplicado no processo de formação de vidros que podem suportar mudanças bruscas de temperatura,
como o Pyrex e Kimax.

1.2 – Objetivos
Os objetivos dessa prática foram:
● Estudar as propriedades químicas e físicas dos elementos do Grupo III-A.
● Estudar as características principais que distinguem o boro dos demais elementos do
grupo.
● Escrever as fórmulas de Lewis para compostos simples de boro e para compostos
descritos por ligações de três centros.
● Relacionar a utilização do bórax e do ácido bórico na indústria.
● Preparar o ácido bórico e determinar seu ponto de fusão.
2 - PROCEDIMENTOS

O experimento foi realizado em duas partes, sendo

Parte I: Obtenção do ácido bórico

a) Transferir 3,70 g de bórax, para um béquer e adicionar 20 mL de água destilada;

b) Solubilize a mistura em uma temperatura de 80-90 ॰C, (82 ॰C no experimento);

c) Esfrie a solução por volta dos 50 ॰C (52 ॰C no experimento);

d) Adicionar uma solução de HCl 1:1 (mistura de 6 mL de água destilada com 6 mL de HCl
concentrado);

e) Deixe os cristais secando em um prato juntamente do papel de filtro;

f) Em seguida, determine a massa de papel de filtro contendo os cristais de ácido bórico e calcule o
rendimento, a partir da reação:

𝑁𝑎2𝐵4𝑂7 + 2𝐻𝐶𝑙 + 5𝐻2𝑂 → 4𝐻3𝐵𝑂3 + 2𝑁𝑎𝐶𝑙

Parte II: Determinação do ponto de fusão do ácido bórico

g) Coloque uma pequena quantidade do produto obtido num tubo capilar de vidro e fixe-o, com um
anel de borracha, ao bulbo de um termômetro;

h) Introduza este sistema no tubo de Thiele contendo glicerina, de modo que o bulbo do termômetro
fique na altura do braço do tubo, como ilustrado na Figura 1;

i) Aqueça cuidadosamente o braço do tubo Thiele, observe com atenção o início da fusão do sólido
dentro do capilar e anote o intervalo de temperatura de fusão;
Figura 1. Montagem para determinação do ponto de fusão usando um tubo de Thiele.

3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. DADOS OBTIDOS EXPERIMENTALMENTE

Na tabela a seguir, apresenta-se os dados da massa filtro + prato e massa .


ácido bórax / filtro + prato

Lembre-se que foram utilizados 3,71 g de bórax anidro e 20 mL de água destilada em uma
temperatura de 82°C para a obtenção do ácido bórico

Tabela 1. Dados obtidos experimentalmente

massa filtro + prato 98,61

massa ácido bórax / filtro + prato 99,80

Fonte: Os próprios autores

3.2. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Foi utilizado os dados da Tabela 1 para encontrar o valor experimental da massa do ácido bórico,
onde:

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎á𝑐. 𝑏ó𝑟𝑖𝑐𝑜/𝑒𝑥𝑝 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎á𝑐. 𝑏ó𝑟𝑎𝑥 / 𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑜 + 𝑝𝑟𝑎𝑡𝑜 − 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎𝑓𝑖𝑙𝑡𝑟𝑜 + 𝑝𝑟𝑎𝑡𝑜

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎á𝑐. 𝑏ó𝑟𝑖𝑐𝑜/𝑒𝑥𝑝 = 99, 80𝑔 − 98, 61𝑔

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎á𝑐. 𝑏ó𝑟𝑖𝑐𝑜/𝑒𝑥𝑝 = 1, 19𝑔


Dessa forma, foi possível usar a equação química para o desenvolver das contas, onde:

Na2B4O7 + 2HCl + 5H2O → 4H3BO3 + 2NACl

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎á𝑐. 𝑏ó𝑟𝑖𝑐𝑜/𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 = 3, 71𝑔𝑏ó𝑟𝑎𝑥 ( 1 𝑚𝑜𝑙 𝑏ó𝑟𝑎𝑥


201,2 𝑔 𝑏ó𝑟𝑎𝑥 ). ( 4 𝑚𝑜𝑙 á𝑐𝑖. 𝑏ó𝑟𝑎𝑥
1 𝑚𝑜𝑙 𝑏ó𝑟𝑎𝑥 ). ( 61,8 𝑔 á𝑐𝑖. 𝑏ó𝑟𝑎𝑥
1 𝑚𝑜𝑙 á𝑐𝑖. 𝑏ó𝑟𝑎𝑥 )
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎á𝑐. 𝑏ó𝑟𝑖𝑐𝑜/𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 = 4, 56𝑔.

Assim, foi realizado o rendimento, entre a massa do ácido bórico experimental e a massa do
ácido bórico teórico, temos que:

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 1,19
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙
. 100 = 4,56
= 0, 2609 . 100% = 26, 1%

Como pode ser observado houve uma notável perda de massa da substância em estudo, o
que afeta diretamente o rendimento do produto formado, existem algumas hipóteses do que pode
ter acarretado este decaimento na massa, explicitando entre elas a quantidade de água destilada
adicionada no momento da filtração para que parte da substância presa nas paredes do recipiente
fossem depositadas no filtro ou até mesmo os resquícios de substância no vidro podem não ter sido
removidas propriamente. Dentre outros fatores vale ressaltar que o tempo de exposição da mistura
ao gelo pode não ter sido suficiente para que a cristalização ocorresse por completo ou o período
que a substância ficou em repouso no exaustor com o aparelho ligado.
Contudo o processo de obtenção do ácido bórico por meio de cristalização foi bem sucedido,
foi obtido uma massa considerável de produto.
Na segunda parte do experimento , em que foi necessário determinar o ponto de fusão do
ácido bórico, em laboratório montamos o equipamento necessário para este processo, entretanto foi
necessário um termômetro com uma escala que chegasse a pelo menos 170°C, equipamento que
não é presente em laboratório. Porém foi possível compreender o funcionamento das correntes de
convecção presentes no tubo Thiele e a forma como elas agem para que o conteúdo presente no
tubo capilar atingisse seu ponto de fusão que teoricamente era preciso chegar a 170°C.

4 - CONCLUSÃO
Por fim, pode-se concluir que o processo de recristalização, apesar de bem sucedido, não
apresentou um percentual adequado de substância recuperada. Na segunda parte do experimento,
mesmo com a falta de material, ainda foi possível atingir o objetivo esperado.

5 - REFERÊNCIAS

1 - O’ CONNOR, R., Fundamentos de Química, Harper & Row do Brasil, 1977.


2 - LEE, J.D., Química Inorgânica, 4a. Ed., Trad. De Juergen H. Maar, Edgard Blucher
Ltda, Sao Paulo, 1996.
3 - VOGEL, A.I., Química Orgânica: Análise Orgânica Qualitativa, Ed., Rio de Janeiro, Ao
Livro Técnico, 1993.
4 - Apostila de Química Experimental do departamento de química 207 da Universidade
Estadual de Maringá.
5 - POLETTO, Murillo Ricardo Lombardo. Efeito da adição de resíduo de borossilicato como
aditivo retardante de chama em compósitos de polipropileno e fibra natural. 2019. Tese
de Doutorado. Universidade de São Paulo. Disponível em:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18158/tde-10122019-125547/publico/Diss
ertPolettoMurilloRLombardoCorrig.pdf
6 - RUSSELL, J. B. Química Geral. 2. ed. São Paulo: Pearson, v. 2, 2000.

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