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Laplaciano e algumas de suas origens

Teoria de soluções no sentido da viscosidade


References

Avanços recentes em teoria de regularidade


elı́ptica - Parte I

João Vitor da Silva

Universidade Estadual de Campinas (jdasilva@unicamp.br)


.
V Colóquio de Matemática da Região Nordeste
.
Universidade Federal de João Pessoa - UFPB - 07 a 11 de novembro de 2022

07 de Novembro, 2022

João Vitor da Silva Avanços recentes em teoria de regularidade elı́ptica - Parte I


Laplaciano e algumas de suas origens
Teoria de soluções no sentido da viscosidade
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1 Laplaciano e algumas de suas origens

2 Teoria de soluções no sentido da viscosidade

3 References

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Laplaciano e algumas de suas origens
Teoria de soluções no sentido da viscosidade
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Laplaciano e algumas de suas origens

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Laplaciano e algumas de suas origens
Teoria de soluções no sentido da viscosidade
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Uma breve apresentação

Inicialmente, o que necesitamos para termos uma EDP (Equação Diferencial Parcial)?

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Uma breve apresentação

Inicialmente, o que necesitamos para termos uma EDP (Equação Diferencial Parcial)?
1 Um domı́nio Ω ⊂ RN (Aqui consideraremos N = 1, N = 2 ou N = 3);

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Uma breve apresentação

Inicialmente, o que necesitamos para termos uma EDP (Equação Diferencial Parcial)?
1 Um domı́nio Ω ⊂ RN (Aqui consideraremos N = 1, N = 2 ou N = 3);
2 Um Operador Diferencial L[u] (Função que calcula/opera derivadas);

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Uma breve apresentação

Inicialmente, o que necesitamos para termos uma EDP (Equação Diferencial Parcial)?
1 Um domı́nio Ω ⊂ RN (Aqui consideraremos N = 1, N = 2 ou N = 3);
2 Um Operador Diferencial L[u] (Função que calcula/opera derivadas);
3 Dados do problema: f : Ω → R (termo de força) e g : ∂Ω → R (condição de bordo);

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Uma breve apresentação

Inicialmente, o que necesitamos para termos uma EDP (Equação Diferencial Parcial)?
1 Um domı́nio Ω ⊂ RN (Aqui consideraremos N = 1, N = 2 ou N = 3);
2 Um Operador Diferencial L[u] (Função que calcula/opera derivadas);
3 Dados do problema: f : Ω → R (termo de força) e g : ∂Ω → R (condição de bordo);
4 Candidato(s) a solução.

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Uma breve apresentação

Inicialmente, o que necesitamos para termos uma EDP (Equação Diferencial Parcial)?
1 Um domı́nio Ω ⊂ RN (Aqui consideraremos N = 1, N = 2 ou N = 3);
2 Um Operador Diferencial L[u] (Função que calcula/opera derivadas);
3 Dados do problema: f : Ω → R (termo de força) e g : ∂Ω → R (condição de bordo);
4 Candidato(s) a solução.
Em resumo, buscamos u : Ω ⊂ RN → R satisfazendo (em um sentido apropriado)

L[u] = f (x) em Ω

u(x) = g(x) em ∂Ω

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onde
L(x, u(x), ∇u(x), D2 u(x)) (Operador Diferencial)
(
L[u] = 
∇u(x) = ∂x , · · · , ∂x
∂u ∂u
Gradiente de u
1 N

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onde
L(x, u(x), ∇u(x), D2 u(x)) (Operador Diferencial)
(
L[u] = 
∇u(x) = ∂x , · · · , ∂x
∂u ∂u
Gradiente de u
1 N

e a Hessiana de u:

∂2 u ∂2 u ∂2 u
 
∂x21 ∂x1 ∂x2 ··· ∂x1 ∂xN
 
∂2 u ∂2 u ∂2 u
···
 
∂x2 ∂x2 ∂x22 ∂x2 ∂xN
 
D2 u(x) = 
 
 .. .. .. .. 

 . . . . 
∂2 u ∂2 u ∂2 u
 
∂xN ∂x1 ∂xN ∂x2 ··· ∂x2N N ×N

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Agora consideremos para u ∈ C2 (Ω)

N
∂2 u ∂2 u ∂2 u
∆u(x) = ∑ ∂xi2
(x) = 2 (x) + · · · + 2 (x)
∂x1 ∂xN
Operador Laplaciano em homenagem a
i=1

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Agora consideremos para u ∈ C2 (Ω)

N
∂2 u ∂2 u ∂2 u
∆u(x) = ∑ ∂xi2
(x) = 2 (x) + · · · + 2 (x)
∂x1 ∂xN
Operador Laplaciano em homenagem a
i=1

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Referências
Pierre-Simon Laplace, 1749-1827: A Life in Exact Science (by Charles Coulston
Gillispie), Princeton University Press; Revised ed., 336 pp., 2000.

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References

Referências

Pierre Simon Laplace, 1749-1827: A Determined Scientist (by Professor of History


Roger Hahn), Harvard 322 pp., 2005.

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Homenagem: Estátua de Laplace


Pierre-Simon Laplace

Beaumont-en-Auge - Calvados - Basse-Normandie - Place de Verdun (by Robert Delandre)

Bronze statue of Laplace standing with his left hand resting on a celestial globe.

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Homenagem à Laplace

Selos em homenagem à Laplace.

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Homenagem à Laplace

Video sobre a história Laplacea .

Laplace - The “French Newton”. Youtube - Ecole polytechnique -


https://www.youtube.com/watch?v=SZELDEf_dP0

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Uma breve apresentação

Sobre o Laplaciano

Note que u 7→ ∆u(x) é:

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Sobre o Laplaciano

Note que u 7→ ∆u(x) é:


1 Operador Diferencial de 2a Ordem – (Involve as derivadas segundas de u);

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Sobre o Laplaciano

Note que u 7→ ∆u(x) é:


1 Operador Diferencial de 2a Ordem – (Involve as derivadas segundas de u);
2 Linear
∆(u ± cv)(x) = ∆u(x) ± c∆v(x) para c ∈ R.

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Sobre o Laplaciano

Note que u 7→ ∆u(x) é:


1 Operador Diferencial de 2a Ordem – (Involve as derivadas segundas de u);
2 Linear
∆(u ± cv)(x) = ∆u(x) ± c∆v(x) para c ∈ R.

3 Possui coeficientes constantes

∂2 u ∂2 u
∆u(x) = a1 (x) 2
(x) + · · · + aN (x) 2 (x) com ai ( x ) ≡ 1 1 ≤ i ≤ N.
∂x1 ∂xN

4 Invariância por transformações ortogonais: Se U ∈ O(n) então

∆(u ◦ U) = ∆u ◦ U.

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Observemos que o Laplaciano possui duas naturezas como operador:

Forma Divergente Forma Não-Divergente


∆u(x) div(∇u(x)) Tr(D2 u(x))
Tipo de solução Clássica/Fraca Clássica/Viscosa

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Observemos que o Laplaciano possui duas naturezas como operador:

Forma Divergente Forma Não-Divergente


∆u(x) div(∇u(x)) Tr(D2 u(x))
Tipo de solução Clássica/Fraca Clássica/Viscosa


Variacional: Recordemos que se F = (F1 , · · · , FN ) (campo vetorial) então


→ −→ ∂ ∂
div( F ) = ∇ · F = F1 + · · · + FN .
∂x1 ∂xN

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Observemos que o Laplaciano possui duas naturezas como operador:

Forma Divergente Forma Não-Divergente


∆u(x) div(∇u(x)) Tr(D2 u(x))
Tipo de solução Clássica/Fraca Clássica/Viscosa


Variacional: Recordemos que se F = (F1 , · · · , FN ) (campo vetorial) então


→ −→ ∂ ∂
div( F ) = ∇ · F = F1 + · · · + FN .
∂x1 ∂xN

Não-Variacional: Se A(x) = (aij (x))N


i,j=1 (matriz quadrada) então

N
Tr(A(x)) = a11 + · · · aNN = ∑ aii (x).
i=1

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Observemos que o Laplaciano possui duas naturezas como operador:

Forma Divergente Forma Não-Divergente


∆u(x) div(∇u(x)) Tr(D2 u(x))
Tipo de solução Clássica/Fraca Clássica/Viscosa


Variacional: Recordemos que se F = (F1 , · · · , FN ) (campo vetorial) então


→ −→ ∂ ∂
div( F ) = ∇ · F = F1 + · · · + FN .
∂x1 ∂xN

Não-Variacional: Se A(x) = (aij (x))N


i,j=1 (matriz quadrada) então

N
Tr(A(x)) = a11 + · · · aNN = ∑ aii (x).
i=1

Portanto
∂2 u ∂2 u
div(∇u(x)) = 2
(x) + · · · + 2 (x) = Tr(D2 u(x))
∂x1 ∂xN
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Solução Clássica: Equação de Poisson

Para Ω ⊂ RN um domı́nio regular, seja u ∈ C2 (Ω) ∩ C0 (Ω) satisfazendo o Problema


de Dirichlet-Poisson:
−∆u(x) = f (x) em Ω

u(x) = g(x) em ∂Ω

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Referências

Siméon-Denis Poisson: Les mathématiques au service de la science (by Yvette


Kosmann-Schwarzbach). Editions de l’école polytechnique, 2013.

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Equação de Poissona



 Existência
Unicidade/Multiplicidade

Teoria Clássica do Potencial ⇒

 Regularidade
Estabilidade

Além disso,

Fórmula de representação explı́cita de soluções (alguns domı́nios
Teoria do Potencial ⇒
Regularidade explı́cita de soluções para alguns dados.

D.G. Figueiredo, Teoria Clássica do Potencial. [Classical potential theory] Editora Universidade de Brası́lia,
Rio de Janeiro 1963 iv+166 pp.

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Solução do Problema de Dirichlet para a Equação de Equação de Poisson

Para Ω ⊂ RN um domı́nio regular, seja u satisfazendo o Problema de


Dirichlet-Poisson:
−∆u(x) = f (x) em Ω

u(x) = g(x) sobre ∂Ω

Então,

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Solução do Problema de Dirichlet para a Equação de Equação de Poisson

Para Ω ⊂ RN um domı́nio regular, seja u satisfazendo o Problema de


Dirichlet-Poisson:
−∆u(x) = f (x) em Ω

u(x) = g(x) sobre ∂Ω

Então,
ˆ ˆ

u(x0 ) = G(x, x0 )f (x)dx + g(x) G(x, x0 )dS (Integral de Poisson)
Ω ∂Ω ∂η

onde
G(x, x0 ) = H(x) + Φ(x) (Função de Green)

X Φ solução fundamental;
X H função harmônica;
X G(x, x0 ) = 0 sobre ∂Ω;

X ∂η G(x, x0 ) Núcleo de Poisson.

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References

Referências
L.C. Evans, Partial Differential Equations. Second edition. Graduate Studies in
Mathematics, 19. American Mathematical Society, Providence, RI, 2010. xxii+749
pp. ISBN: 978-0-8218-4974-3.

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Funções Harmônicas

Na equação de Poisson quando f = 0 diremos que u é uma função Harmônica e

− ∆u(x) = 0 em Ω (1.1)

é conhecida como Equação de Laplace.

Propriedade da Média

−∆u(x) = 0 em Ω ⇔ u(x) = u(y)dS = u(y)dy ∀ Br (x) ⊂ Ω.


∂Br (x) Br (x)

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References

Referências

S. Axler, P. Bourdon & W. Ramey, Harmonic function theory. Second edition.


Graduate Texts in Mathematics, 137. Springer-Verlag, New York, 2001. xii+259 pp.
ISBN: 0-387-95218-7.

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Densidade de substâncias em equilı́brio


Considere o modelo de uma determinada substância, cuja densidade u, está confinada
(em equilı́brio) em uma região sólida Ω.

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Densidade de substâncias em equilı́brio


Considere o modelo de uma determinada substância, cuja densidade u, está confinada
(em equilı́brio) em uma região sólida Ω.
Assim, para qualquer subregião U ⊂ Ω, o fluxo de u ao longo de ∂U é zero, i.e.,
¨

→ −

F · νd S = 0,
∂U



onde F denota o fluxo de densidade e ν é o vetor normal unitário exterior à ∂U.

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Densidade de substâncias em equilı́brio


Considere o modelo de uma determinada substância, cuja densidade u, está confinada
(em equilı́brio) em uma região sólida Ω.
Assim, para qualquer subregião U ⊂ Ω, o fluxo de u ao longo de ∂U é zero, i.e.,
¨

→ −

F · νd S = 0,
∂U



onde F denota o fluxo de densidade e ν é o vetor normal unitário exterior à ∂U.
Agora, em vista do Teorema da Divergência (Teo. de Gauss-Ostrogradski), temos que
˚ ¨

→ −
→ −

div( F )dV = F · νd S = 0.
U ∂U



Dado que U é arbitrário, concluı́mos que div( F ) = 0 em Ω (Via Teo. D. de Lebesgue).

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Densidade de substâncias em equilı́brio


Contudo, em muitas aplicações em fı́sica-matemática, é razoável que a densidade u flua
da região de maior concentração para a região de menor concentração. Desta forma,
(Cálculo em várias variáveis nos assegura que)



F = − cΩ ∇ u (Lei de Fourier),

onde cΩ > 0 é uma constante que representa as propriedades de heterogeneidade do meio.

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Densidade de substâncias em equilı́brio


Contudo, em muitas aplicações em fı́sica-matemática, é razoável que a densidade u flua
da região de maior concentração para a região de menor concentração. Desta forma,
(Cálculo em várias variáveis nos assegura que)



F = − cΩ ∇ u (Lei de Fourier),

onde cΩ > 0 é uma constante que representa as propriedades de heterogeneidade do meio.


Portanto, concluı́mos que



0 = div( F ) = −div(cΩ ∇u) = −cΩ ∆u, i.e. −∆u = 0.

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Um pouco sobre Análise Complexa


Consideremos os seguintes pares de funções:

u(x, y) = x2 − y2

 e v(x, y) = 2xy ou
u(x, y) = x3 − 3xy2 v(x, y) = 3x2 y − y3 ou


 e
u(x, y) = ex sin(y) e v(x, y) = −ex cos(y) ou
 u(x, y) = arctan y 1

  
v(x, y) = − ln(x2 + y2 )

e para x > 0.
x 2

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Um pouco sobre Análise Complexa


Consideremos os seguintes pares de funções:

u(x, y) = x2 − y2

 e v(x, y) = 2xy ou
u(x, y) = x3 − 3xy2 v(x, y) = 3x2 y − y3 ou


 e
u(x, y) = ex sin(y) e v(x, y) = −ex cos(y) ou
 u(x, y) = arctan y 1

  
v(x, y) = − ln(x2 + y2 )

e para x > 0.
x 2

Assim é de simples verificação que

−∆u(x, y) = 0 = −∆v(x, y).

Mas o que estariam realmente por trás destes exemplos de funções harmônicas?

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Um mágico nunca revela seus segredos?

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Um mágico nunca revela seus segredos?

Equações de Cauchy-Riemann em Análise Complexa:

∂u ∂v ∂u ∂v
Se h(x, y) = u(x, y) + iv(x, y) então = e =− .
∂x ∂y ∂y ∂x

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Um mágico nunca revela seus segredos?

Equações de Cauchy-Riemann em Análise Complexa:

∂u ∂v ∂u ∂v
Se h(x, y) = u(x, y) + iv(x, y) então = e =− .
∂x ∂y ∂y ∂x

Assim,
∂2 u ∂2 v ∂2 u ∂2 v
= e =− .
∂x2 ∂y∂x ∂y2 ∂x∂y

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Um mágico nunca revela seus segredos?

Equações de Cauchy-Riemann em Análise Complexa:

∂u ∂v ∂u ∂v
Se h(x, y) = u(x, y) + iv(x, y) então = e =− .
∂x ∂y ∂y ∂x

Assim,
∂2 u ∂2 v ∂2 u ∂2 v
= e =− .
∂x2 ∂y∂x ∂y2 ∂x∂y

Logo
∂2 v ∂2 v
−∆u = − + =0 (Teorema de Clairaut-Schwarz)
∂y∂x ∂x∂y
e
∂2 u ∂2 u
−∆v = − =0 (Teorema de Clairaut-Schwarz)
∂y∂x ∂x∂y

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Resumidamente temos o seguinte:

Theorem (Analiticidade ⇒ Hamonicidade)


Se uma função h(z) = u(x, y) + iv(x, y) é analı́tica, então u e v são funções hamônicas.

A recı́proca também se verifica:

Theorem (Hamonicidade ⇒ Analiticidade )


Se u(x, y) é uma função harmônica, então existe uma v(x, y) (conjugada harmônica) tal que
h(z) = u(x, y) + iv(x, y) é analı́tica.

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Referências

The Origins of Cauchy’s Rigorous Calculus (by Judith V. Grabiner). Dover Books on
Mathematics, pp. 274, 2012.

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Princı́pio de minimização de energia - Princı́pio de Dirichlet


Sejam f ∈ L2 (Ω) ∩ C0 (Ω) e u ∈ C2 (Ω) ∩ C0 (Ω) uma função satisfazendo
ˆ   ˆ  
1 1
J (u) = |∇u|2 − fu dx ≤ |∇v|2 − fv dx = J (v)
Ω 2 Ω 2

dentre todas funções admissı́veis v ∈ C2 (Ω) ∩ C0 (Ω) satisfazendo v = u = g em ∂Ω.


Em outras palavras, u é um minimizante de um “funcional energia” sob um
espaço de funções admissı́veis.

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Princı́pio de minimização de energia - Princı́pio de Dirichlet
Assim, para qualquer função teste ϕ ∈ C0∞ (Ω) temos como aplicação da 2a
Identidade de Green temos que
ˆ    ˆ
d 1
|∇(u + tϕ)|2 − f (u + tϕ) dx

0= = (∇u · ∇ ϕ − f ϕ)dx
dt Ω 2 t=0 ˆΩ
J (u + tϕ) − J (u)
0 = Dν J (u) = lim = (−∆uϕ − f ϕ)dx
t→0 t ˆΩ
= (−∆u − f ) ϕdx

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Princı́pio de minimização de energia - Princı́pio de Dirichlet
Assim, para qualquer função teste ϕ ∈ C0∞ (Ω) temos como aplicação da 2a
Identidade de Green temos que
ˆ    ˆ
d 1
|∇(u + tϕ)|2 − f (u + tϕ) dx

0= = (∇u · ∇ ϕ − f ϕ)dx
dt Ω 2 t=0 ˆΩ
J (u + tϕ) − J (u)
0 = Dν J (u) = lim = (−∆uϕ − f ϕ)dx
t→0 t ˆΩ
= (−∆u − f ) ϕdx

Portanto ao invocarmos o (“Expecto Patronum”)

Lemma (Lema Fundamental do Cálculo das Variações - DuBois-Reymond)


ˆ
Sejam Ω ⊂ RN e h ∈ C0 (Ω) tal que hϕdx = 0 ∀ ϕ ∈ C0∞ (Ω). Então h = 0 em Ω.

podemos concluir que −∆u = f em Ω (em um sentido adequado).

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Laplaciano e algumas de suas origens
Teoria de soluções no sentido da viscosidade
References

Uma breve apresentação

O que seria uma Solução Fraca?

Para Ω ⊂ RN um domı́nio regular, diremos que u ∈ H1 (Ω) é dita uma solução fraca de

− ∆u(x) = f (x) em Ω (1.2)

se
ˆ ˆ
∇u · ∇φdx = f φdx ∀ φ ∈ C0∞ (Ω).
Ω Ω

Definition
Definimos o espaço de Sobolev (Hilbert) H1 (Ω) = W 1,2 (Ω) dado por
 
∂u
H1 (Ω) = u : Ω → R; u, ∈ L2 ( Ω ) , ∀ 1 ≤ i ≤ N
∂xi

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Teoria de soluções no sentido da viscosidade
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Uma breve apresentação

Oráculo de Delfos: Solução Fraca

Grosseiramente deveria valer a integração por partes. De fato, se u é regular,


multiplicando (1.2) por φ ∈ C0∞ (Ω) e integrando usando o Teorema da Divergência, obtemos

ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ
∂u
f φdx = (−∆u)φdx = ∇u · ∇φdx − φ dσ = ∇u · ∇φdx
Ω Ω Ω ∂Ω ∂η Ω

Isso assegura a consistência da Definição:

Solução Clássica =⇒ Solução Fraca.

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Teoria de soluções no sentido da viscosidade
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Uma breve apresentação


Não-Existência de soluções (Clássicas) para o Problema de Dirichlet

Theorem (Zaremba’1911 - [4])


Sejam Ω = B1 (0) \ {0} ⊂ RN e g : ∂Ω → R tal que g(x) = 0 se x ∈ ∂B1 (0) e g(0) = 1.
Então, o problema de Dirichlet

−∆u(x) em Ω

= 0
u(x) = g(x) em ∂Ω

não admite uma solução u ∈ C2 (Ω) ∩ C0 (Ω).

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References

Uma breve apresentação


Não-Existência de soluções (Clássicas) para o Problema de Dirichlet

Theorem (Zaremba’1911 - [4])


Sejam Ω = B1 (0) \ {0} ⊂ RN e g : ∂Ω → R tal que g(x) = 0 se x ∈ ∂B1 (0) e g(0) = 1.
Então, o problema de Dirichlet

−∆u(x) em Ω

= 0
u(x) = g(x) em ∂Ω

não admite uma solução u ∈ C2 (Ω) ∩ C0 (Ω).

Theorem (Lebesgue’1913 - [4])


Existe um aberto Ω ⊂ R3 homeomorfo a bola B1 (0) e g ∈ C0 (∂Ω) tal que o problema de
Dirichlet
−∆u(x) = 0 em Ω

u(x) = g(x) em ∂Ω

não admite uma solução u ∈ C2 (Ω) ∩ C0 (Ω).


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Teoria de soluções no sentido da viscosidade
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Prova do Teorema de Zaremba.


Suponha que exista uma solução u ∈ C2 (Ω) ∩ C0 (Ω);

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Uma breve apresentação

Prova do Teorema de Zaremba.


Suponha que exista uma solução u ∈ C2 (Ω) ∩ C0 (Ω);
Então u é harmônica em Ω e contı́nua em B1 com u(0) = 1;

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Uma breve apresentação

Prova do Teorema de Zaremba.


Suponha que exista uma solução u ∈ C2 (Ω) ∩ C0 (Ω);
Então u é harmônica em Ω e contı́nua em B1 com u(0) = 1;
Como u é limitada em Ω (Princı́pio do Máximo), pode-se estendê-la continuamente
até B1 de modo que a extenção, a saber ū, seja uma função harmônica em B1
(Singularidade removı́vel para perfis harmônicos).

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Uma breve apresentação

Prova do Teorema de Zaremba.


Suponha que exista uma solução u ∈ C2 (Ω) ∩ C0 (Ω);
Então u é harmônica em Ω e contı́nua em B1 com u(0) = 1;
Como u é limitada em Ω (Princı́pio do Máximo), pode-se estendê-la continuamente
até B1 de modo que a extenção, a saber ū, seja uma função harmônica em B1
(Singularidade removı́vel para perfis harmônicos).
Por unicidade de soluções do problema de Dirichlet em B1 , tal extensão deve
identicamente igual a 0, pois ū = u ≡ 0 em ∂B1 .

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Prova do Teorema de Zaremba.


Suponha que exista uma solução u ∈ C2 (Ω) ∩ C0 (Ω);
Então u é harmônica em Ω e contı́nua em B1 com u(0) = 1;
Como u é limitada em Ω (Princı́pio do Máximo), pode-se estendê-la continuamente
até B1 de modo que a extenção, a saber ū, seja uma função harmônica em B1
(Singularidade removı́vel para perfis harmônicos).
Por unicidade de soluções do problema de Dirichlet em B1 , tal extensão deve
identicamente igual a 0, pois ū = u ≡ 0 em ∂B1 .
No entanto, isso contradiz o fato de que u é contı́nua em B1 com u(0) = 1. Portanto,
não existe solução para o problema original.

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Não-Existência de soluções (Clássicas) para o Problema de Dirichlet

Theorem (Pan-Yan’2022 - [3])


Existe uma função contı́nua f tal que a única solução do problema de Dirichlet

−∆u(x)

= f (x) em B1 (0)
u(x) = 0 em ∂B1 (0)

não é C2 (B1 (0)), mas é duas vezes diferenciável em B1 (0) com Hessiana limitada.

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Não-Existência de soluções (Clássicas) para o Problema de Dirichlet

Theorem (Pan-Yan’2022 - [3])


Existe uma função contı́nua f tal que a única solução do problema de Dirichlet

−∆u(x)

= f (x) em B1 (0)
u(x) = 0 em ∂B1 (0)

não é C2 (B1 (0)), mas é duas vezes diferenciável em B1 (0) com Hessiana limitada.

Example
A famı́lia de funções radialmente simétricas (para β > 0 e α = 2β + 1) define perfis que são
duas vezes diferenciáveis com Laplaciano limitado (porém descontı́nuo) e Hessiana limitada:
(  
1
(x2 + y2 )α sin ( x2 + y2 ) β
em 0 < x2 + y2 ≤ 1
ω (x, y) =
0 se x=y=0

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Soluções no sentido da viscosidade

Uma introdução à teoria de soluções no


sentido da viscosidade

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Teoria de soluções no sentido da viscosidade
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Soluções no sentido da viscosidade: o que seriam?

Diz-se que u ∈ C0 (Ω) é uma sub-solução (resp. super-solução) no sentido da viscosidade de

−∆u(x) = f (x) em Ω

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Soluções no sentido da viscosidade: o que seriam?

Diz-se que u ∈ C0 (Ω) é uma sub-solução (resp. super-solução) no sentido da viscosidade de

−∆u(x) = f (x) em Ω

se sempre que x0 ∈ Ω e ϕ ∈ C2 (Ω) tal que

u(x0 ) = ϕ(x0 ) e u(x) < ϕ(x) (Max. Loc.) (resp u(x) > ϕ(x) (Min. Loc.)) ∀ x 6= x0

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Soluções no sentido da viscosidade: o que seriam?

Diz-se que u ∈ C0 (Ω) é uma sub-solução (resp. super-solução) no sentido da viscosidade de

−∆u(x) = f (x) em Ω

se sempre que x0 ∈ Ω e ϕ ∈ C2 (Ω) tal que

u(x0 ) = ϕ(x0 ) e u(x) < ϕ(x) (Max. Loc.) (resp u(x) > ϕ(x) (Min. Loc.)) ∀ x 6= x0

então

−∆ϕ(x0 ) ≤ f (x0 ) (resp. − ∆ϕ(x0 ) ≥ f (x0 ))

Sub-solução + Super-solução ⇒ Solução de viscosidade.

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Representação Geométrica da Noção de Viscosidade

Aqui temos que


F(D2 u, Du, u, x) = −∆u(x) − f (x).

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Teoria de soluções no sentido da viscosidade
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Red Pill: Consistência da definição

Suponha que u ∈ C2 (Ω) é solução de −∆u = f e ϕ ∈ C2 (Ω) uma função teste tal que

u(x0 ) = ϕ(x0 ) e u(x) > ϕ (x) (resp u(x) < ϕ(x)) ∀ x 6= x0

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Red Pill: Consistência da definição

Suponha que u ∈ C2 (Ω) é solução de −∆u = f e ϕ ∈ C2 (Ω) uma função teste tal que

u(x0 ) = ϕ(x0 ) e u(x) > ϕ (x) (resp u(x) < ϕ(x)) ∀ x 6= x0

Considere agora ω (x) = u(x) − ϕ(x).

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Red Pill: Consistência da definição

Suponha que u ∈ C2 (Ω) é solução de −∆u = f e ϕ ∈ C2 (Ω) uma função teste tal que

u(x0 ) = ϕ(x0 ) e u(x) > ϕ (x) (resp u(x) < ϕ(x)) ∀ x 6= x0

Considere agora ω (x) = u(x) − ϕ(x).


X Assim, ω (x) ≥ 0 (resp ≤ 0 ∀ x) e ω (x0 ) = 0 (ponto de mı́nimo/máximo local).

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Red Pill: Consistência da definição

Suponha que u ∈ C2 (Ω) é solução de −∆u = f e ϕ ∈ C2 (Ω) uma função teste tal que

u(x0 ) = ϕ(x0 ) e u(x) > ϕ (x) (resp u(x) < ϕ(x)) ∀ x 6= x0

Considere agora ω (x) = u(x) − ϕ(x).


X Assim, ω (x) ≥ 0 (resp ≤ 0 ∀ x) e ω (x0 ) = 0 (ponto de mı́nimo/máximo local).
X Então,
∇ω (x0 ) = 0 e D2 ω (x0 ) ≥ 0 (resp ≤ 0)

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Red Pill: Consistência da definição

Suponha que u ∈ C2 (Ω) é solução de −∆u = f e ϕ ∈ C2 (Ω) uma função teste tal que

u(x0 ) = ϕ(x0 ) e u(x) > ϕ (x) (resp u(x) < ϕ(x)) ∀ x 6= x0

Considere agora ω (x) = u(x) − ϕ(x).


X Assim, ω (x) ≥ 0 (resp ≤ 0 ∀ x) e ω (x0 ) = 0 (ponto de mı́nimo/máximo local).
X Então,
∇ω (x0 ) = 0 e D2 ω (x0 ) ≥ 0 (resp ≤ 0)

X Logo, ∆u(x0 ) − ∆ϕ(x0 ) = ∆ω (x0 ) = Tr(D2 ω (x0 )) ≥ 0 (resp. ≤ 0).

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References

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Red Pill: Consistência da definição

Suponha que u ∈ C2 (Ω) é solução de −∆u = f e ϕ ∈ C2 (Ω) uma função teste tal que

u(x0 ) = ϕ(x0 ) e u(x) > ϕ (x) (resp u(x) < ϕ(x)) ∀ x 6= x0

Considere agora ω (x) = u(x) − ϕ(x).


X Assim, ω (x) ≥ 0 (resp ≤ 0 ∀ x) e ω (x0 ) = 0 (ponto de mı́nimo/máximo local).
X Então,
∇ω (x0 ) = 0 e D2 ω (x0 ) ≥ 0 (resp ≤ 0)

X Logo, ∆u(x0 ) − ∆ϕ(x0 ) = ∆ω (x0 ) = Tr(D2 ω (x0 )) ≥ 0 (resp. ≤ 0).


X Portanto,

−∆ϕ(x0 ) ≥ −∆u(x0 ) = f (x0 ) (resp. −∆ϕ(x0 ) ≤ f (x0 )).

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Red Pill: Consistência da definição

Suponha que u ∈ C2 (Ω) é solução de −∆u = f e ϕ ∈ C2 (Ω) uma função teste tal que

u(x0 ) = ϕ(x0 ) e u(x) > ϕ (x) (resp u(x) < ϕ(x)) ∀ x 6= x0

Considere agora ω (x) = u(x) − ϕ(x).


X Assim, ω (x) ≥ 0 (resp ≤ 0 ∀ x) e ω (x0 ) = 0 (ponto de mı́nimo/máximo local).
X Então,
∇ω (x0 ) = 0 e D2 ω (x0 ) ≥ 0 (resp ≤ 0)

X Logo, ∆u(x0 ) − ∆ϕ(x0 ) = ∆ω (x0 ) = Tr(D2 ω (x0 )) ≥ 0 (resp. ≤ 0).


X Portanto,

−∆ϕ(x0 ) ≥ −∆u(x0 ) = f (x0 ) (resp. −∆ϕ(x0 ) ≤ f (x0 )).

X Solução Clássica =⇒ Solução de Viscosidade.


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Teoria de soluções no sentido da viscosidade
References

Referências

Nikos Katzourakis, An Introduction to Viscosity Solutions for Fully Nonlinear PDE


with Applications to Calculus of Variations in L∞ . Springer - Edition 2015, pp. 123.

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Teoria de soluções no sentido da viscosidade
References

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Soluções no sentido da viscosidade: Guia do Mochileiro das Galáxiasa



 Existência
Unicidade

Teoria de operadores não-divegentes ⇒

 Regularidade
Estabilidade

M.G. Crandall; H. Ishii & P.-L. Lions, User’s guide to viscosity solutions of second order partial differential
equations. Bull. Amer. Math. Soc. (N.S.) 27 (1992), no. 1, 1-67.

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Passeio aleatório: Probabilidade Versus EDPs


Um turisma desorientado em Maceió procura chegar à praia. Em cada esquina ele
decide aleatoriamente, se segue para o quarteirão da frente, ou para o quarteirão de trás, ou
se caminha para a esquina à sua direita ou se vai para a da esquerda. Dado que ele inicia
em um ponto (x, y) da cidade, qual é a probabilidade dele chegar na praia antes de cruzar
os limites de Maceió?

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References

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Passeio aleatório: Probabilidade Versus EDPs
Para responder tal questionamento, devemos utilizar espectativa condicionada, ou seja,
se o turisma encontra-se em um ponto (x, y) ∈ M, então

1
uh (x, y) = (u (x + h, y) + uh (x − h, y) + uh (x, y + h) + uh (x, y − h)) ,
4 h

onde h é o tamanho da malha de quarteirões, (x + h, y) é a esquina à direita, (x − h, y) é a


da esquerda, (x, y + h) é a esquina da frente, e (x, y − h) a esquina de trás. Vide

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Teoria de soluções no sentido da viscosidade
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Passeio aleatório: Probabilidade Versus EDPs


Desta forma, podemos reescrever a expressão acima da seguinte forma:

0 = (uh (x + h, y) + uh (x − h, y) − 2uh (x, y)) + (uh (x, y + h) + uh (x, y − h) − 2uh (x, y)) .

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Passeio aleatório: Probabilidade Versus EDPs


Desta forma, podemos reescrever a expressão acima da seguinte forma:

0 = (uh (x + h, y) + uh (x − h, y) − 2uh (x, y)) + (uh (x, y + h) + uh (x, y − h) − 2uh (x, y)) .

Em contrapartida, como a cidade de Maceió é uma magalópole, devemos analisar o


problema a nı́vel contı́nuo limite (em uma escala micro/infinitesimal), i.e., fazer h → 0+ .
Desta forma, se dividirmos a expressão acima por h2 e fazendo h → 0+ obtemos:
   
uh (x+h,y)+uh (x−h,y)−2uh (x,y) uh (x,y+h)+uh (x,y−h)−2uh (x,y)
0 = h2
+ h2
2
∂ u 2
= ∂x2
u(x, y) + ∂∂yu2 u(x, y) (uh → u quado h → 0+ )
= Tr(D2 u(x))
= ∆u(x, y).

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Passeio aleatório: Probabilidade Versus EDPs


Em conclusão, a probabilidade do turista chegar à praia antes de cruzar os limites de
Maceió, dado que ele inicia no ponto (x, y) é u(x, y), onde u satisfaz (num sentido
adequadoa - viscosidade):
 ∆u =

0 em M
u = 1 em P
u = 0 em F,

onde M representa a região (interior) da cidade de Maceió, P ⊂ ∂M é a praia e F = ∂M \ P.

P. Blanc, F. Charro, J.J. Manfredi & J.D. Rossi, Asymptotic mean-value formulas for solutions of general
second-order elliptic equations. Advanced Nonlinear Studies 22 (1): 118-142.

J.D. Rossi, On the interplay between nonlinear partial differential equations and game theory. Advanced
courses of mathematical analysis V, 253-280, World Sci. Publ., Hackensack, NJ, 2016.

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Passeio aleatório: 2500 Passos Versus 25000 Passos

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Teoria de soluções no sentido da viscosidade
References

Referências
Pablo Blanc and Julio Daniel Rossi, Game Theory and Partial Differential Equations.
Volume 31 in the series De Gruyter Series in Nonlinear Analysis and Applications, pp
234, ISBN: 978-3110619256.

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Passeio aleatório: Probabilidade Versus EDPs


A rigor, a passagem ao limite quando h → 0+ no passeio aleatório não está bem
justificada.

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Passeio aleatório: Probabilidade Versus EDPs


A rigor, a passagem ao limite quando h → 0+ no passeio aleatório não está bem
justificada. De fato, temos:
4
∑ uh (Xh + ∆h ) − uh (Xh )
j
0=
j=1

onde
X uh está definida em Ωh ⊂ Ω (malha interior de Ω);
X Xh ∈ Ωh (ponto da malha);
j
X {∆h }4j=1 = {(±h, 0), (0, ±h)} (deslocamentos verticais/horizontais).

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A rigor, a passagem ao limite quando h → 0+ no passeio aleatório não está bem
justificada. De fato, temos:
4
∑ uh (Xh + ∆h ) − uh (Xh )
j
0=
j=1

onde
X uh está definida em Ωh ⊂ Ω (malha interior de Ω);
X Xh ∈ Ωh (ponto da malha);
j
X {∆h }4j=1 = {(±h, 0), (0, ±h)} (deslocamentos verticais/horizontais).
Neste contexto, existe u ∈ C0 (Ω) tal que uh → u uniformemente e

sup |uh (x) − u(x)| → 0 (h → 0+ ) (Áscoli-Arzelá assintótico).


Ωh

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Sejam ϕ ∈ C2 (Ω) e X0 ∈ Ω tais que (u − ϕ)(X0 ) é mı́nimo local estrito.

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Sejam ϕ ∈ C2 (Ω) e X0 ∈ Ω tais que (u − ϕ)(X0 ) é mı́nimo local estrito.
Para h > 0 e Xh ∈ Ωh

j
0 ≤ k Xh − X0 k  1 ⇒ (u − ϕ)(X0 ) < (u − ϕ)(Xh + ∆h ).

Particurlamente, da convergência uniforme uh → u temos que

j
0<h1 ⇒ (uh − ϕ)(Xh ) ≤ (uh − ϕ)(Xh + ∆h )

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Sejam ϕ ∈ C2 (Ω) e X0 ∈ Ω tais que (u − ϕ)(X0 ) é mı́nimo local estrito.
Para h > 0 e Xh ∈ Ωh

j
0 ≤ k Xh − X0 k  1 ⇒ (u − ϕ)(X0 ) < (u − ϕ)(Xh + ∆h ).

Particurlamente, da convergência uniforme uh → u temos que

j
0<h1 ⇒ (uh − ϕ)(Xh ) ≤ (uh − ϕ)(Xh + ∆h )

Em consequência
4
∑ (uh − ϕ)(Xh + ∆h ) − (uh − ϕ)(Xh )
j
0 ≤
j=1
4
− ∑ [ ϕ(Xh + ∆h ) − ϕ(Xh )]
j
=
j=1

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Por fim, dado que ϕ ∈ C2 (Ω), obtemos ao passar o limite em

1 4
h2 j∑
j
0 ≤ − [ ϕ(Xh + ∆h ) − ϕ(Xh )]
h = 1   i
ϕ(xh +h,yh )+ ϕ(xh −h,yh )−2ϕ(xh ,yh ) ϕ(xh ,yh +h)+ ϕ(xh ,yh −h)−2ϕ(xh ,yh )
= − h2
+ h2

que
−∆ϕ(X0 ) ≥ 0.

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Por fim, dado que ϕ ∈ C2 (Ω), obtemos ao passar o limite em

1 4
h2 j∑
j
0 ≤ − [ ϕ(Xh + ∆h ) − ϕ(Xh )]
h = 1   i
ϕ(xh +h,yh )+ ϕ(xh −h,yh )−2ϕ(xh ,yh ) ϕ(xh ,yh +h)+ ϕ(xh ,yh −h)−2ϕ(xh ,yh )
= − h2
+ h2

que
−∆ϕ(X0 ) ≥ 0.
Analogamente, se (u − ϕ)(X0 ) tem um máximo local estrito, então

−∆ϕ(X0 ) ≤ 0.

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References

Uma breve apresentação

Equação de Laplace: Distintas noções de soluções

Portanto, podemos estabelecer a seguinte sequência de equivalências para soluções dea

−∆u(x) = 0 em Ω (Domı́nio Regular)

João Vitor da Silva Avanços recentes em teoria de regularidade elı́ptica - Parte I


Laplaciano e algumas de suas origens
Teoria de soluções no sentido da viscosidade
References

Uma breve apresentação

Equação de Laplace: Distintas noções de soluções

Portanto, podemos estabelecer a seguinte sequência de equivalências para soluções dea

−∆u(x) = 0 em Ω (Domı́nio Regular)

Solução Clássica ⇔ Solução Fraca ⇔ Solução de Viscosidade.


a

P. Juutinen, P. Lindqvist & J.J Manfredi, On the equivalence of viscosity solutions and weak solutions for
a quasilinear equation. SIAM J. Math. Anal. 33 (2001), no. 3, 699-717.

M. Medina & P. Ochoa, On viscosity and weak solutions for non-homogeneous p-Laplace equations. Adv.
Nonlinear Anal. 8 (2019), no. 1, 468-481.

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Teoria de soluções no sentido da viscosidade
References

Equivalência de noção de solução

Proposition
Seja u ∈ C2 (Ω). Então, ∆u = 0 em Ω no sentido da viscosidade se e somente se ∆u = 0 em
Ω no sentido clássico.

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Equivalência de noção de solução

Proposition
Seja u ∈ C2 (Ω). Então, ∆u = 0 em Ω no sentido da viscosidade se e somente se ∆u = 0 em
Ω no sentido clássico.

Proof.
1 Clássica ⇒ Viscosidade: OK!

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Teoria de soluções no sentido da viscosidade
References

Equivalência de noção de solução

Proposition
Seja u ∈ C2 (Ω). Então, ∆u = 0 em Ω no sentido da viscosidade se e somente se ∆u = 0 em
Ω no sentido clássico.

Proof.
1 Clássica ⇒ Viscosidade: OK!
2 Viscosidade ⇒ Clássica:
Dados x0 ∈ Ω e ε > 0 seja

ε
ϕ (x) = u(x) − k x − x0 k 2 (Note que ϕ ∈ C2 (Ω)).
2N

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References

Equivalência de noção de solução

Proposition
Seja u ∈ C2 (Ω). Então, ∆u = 0 em Ω no sentido da viscosidade se e somente se ∆u = 0 em
Ω no sentido clássico.

Proof.
1 Clássica ⇒ Viscosidade: OK!
2 Viscosidade ⇒ Clássica:
Dados x0 ∈ Ω e ε > 0 seja

ε
ϕ (x) = u(x) − k x − x0 k 2 (Note que ϕ ∈ C2 (Ω)).
2N

ε kx − x k2 , então
Assim, x0 é ponto de mı́nimo local de (u − ϕ)(x) = 2N 0

0 ≥ ∆ϕ(x0 ) = ∆u(x0 ) − ε (Def. super-sol. de viscosidade).

Logo, como ε > 0 é arbitrário, comcluimos que ∆u(x0 ) ≤ 0.


Analogamente, provamos que ∆u(x0 ) ≥ 0.

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Soluções de viscosidade

Lemma (Princı́pio de Comparação)


Sejam B = BR (x0 ) ⊂ RN , u ∈ C0 (B) e ψ ∈ C0 (B) ∩ C2 (B) função harmônica.
(A) Se u é super-harmônica no sentido da viscosidade em B e u ≥ ψ em ∂B, então u ≥ ψ
em B;
(B) Se u é sub-harmônica no sentido da viscosidade em B e u ≤ ψ em ∂B, então u ≤ ψ
em B.

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Soluções de viscosidade

Prova (A): Para ε > 0 fixado, seja

ε
ϕ (x) = ψ (x) + kx − x0 k2
2N

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Soluções de viscosidade

Prova (A): Para ε > 0 fixado, seja

ε
ϕ (x) = ψ (x) + kx − x0 k2
2N

Então, temos que

ε 2
min(u − ϕ) = min(u − ϕ) ≥ − R (pois u ≥ ψ em ∂B)
B ∂B 2N

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Soluções de viscosidade

Prova (A): Para ε > 0 fixado, seja

ε
ϕ (x) = ψ (x) + kx − x0 k2
2N

Então, temos que

ε 2
min(u − ϕ) = min(u − ϕ) ≥ − R (pois u ≥ ψ em ∂B)
B ∂B 2N

Suponha que a identidade acima não se verifica, i.e., u − ϕ atinge o mı́nimo em xˆ0 ∈ B.
Então, da definição de super-solução de viscosidade temos que
 ε 
0 ≥ ∆ϕ(xˆ0 ) = ∆ψ(xˆ0 ) + ∆ kx − x0 k2 (xˆ0 ) = 0 + ε > 0,
2N

o que claramente é uma contradição.

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References

Soluções de viscosidade

Prova (A).
Logo a identidade acima se verifica. Assim,

ε 2
(u − ϕ)(x) ≥ min(u − ϕ) = min(u − ϕ) ≥ − R (pois u ≥ ψ em ∂B)
B ∂B 2N

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Soluções de viscosidade

Prova (A).
Logo a identidade acima se verifica. Assim,

ε 2
(u − ϕ)(x) ≥ min(u − ϕ) = min(u − ϕ) ≥ − R (pois u ≥ ψ em ∂B)
B ∂B 2N

Portanto,
u(x) ≥ ϕ (x) − ε 2
2N R
= ψ (x) + ε
2N k x − x0 k2 − 2N
ε
R2
ψ (x) − 2 2
2N R − kx − x0 k
ε
=
Por fim, dado que ε > 0 é arbitrário concluimos que u ≥ ψ em B.

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References

Soluções de viscosidade são clássicas

Theorem
Seja u ∈ C0 (Ω). Se ∆u = 0 no sentido da viscosidade em Ω, então u ∈ C2 (Ω) e ∆u = 0 no
sentido clássico.

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Soluções de viscosidade são clássicas

Theorem
Seja u ∈ C0 (Ω). Se ∆u = 0 no sentido da viscosidade em Ω, então u ∈ C2 (Ω) e ∆u = 0 no
sentido clássico.

Prova: Sabemos (da fórmula de representação de Poisson) que a equação de Laplace em


bolas com dados contı́nuos é unicamente solúvel, i.e.,

2 ˆ
 2
 R − |y − x0 | g(z)
em BR (x0 )
ψg (y) = NωN R ∂B (
R 0x ) | z − x0 |N
g(y) ∂BR (x0 ).

sobre

é de classe C2 (BR (x0 )) ∩ C0 (BR (x0 )) e satisfaz

∆ψg (y) = 0 em BR (x0 ).

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References

Soluções de viscosidade são clássicas

Proof.
Sejam x0 ∈ Ω e 0 < R  1 tais que B = BR (x0 ) b Ω.

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References

Soluções de viscosidade são clássicas

Proof.
Sejam x0 ∈ Ω e 0 < R  1 tais que B = BR (x0 ) b Ω. Considere agora

∆ψu = 0

em B
ψu = u sobre ∂B.

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References

Soluções de viscosidade são clássicas

Proof.
Sejam x0 ∈ Ω e 0 < R  1 tais que B = BR (x0 ) b Ω. Considere agora

∆ψu = 0

em B
ψu = u sobre ∂B.

Dado que u é super-harmônica (resp. sub-harmônica) no sentido da viscosidade e u ≥ ψu


(resp. u ≤ ψu ) sobre ∂B, então do Princı́pio de Comparação temos que

u ≥ ψu (resp. u ≤ ψu ) em B.

Portanto, pelo descrito acima u = ψu em B e segue o resultado.

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Teoria de soluções no sentido da viscosidade
References

References

Djairo Guedes de Figueiredo, O Princı́pio de Dirichlet. Matemática Universitária


N. 1 (1985), 63-84.
Djairo Guedes de Figueiredo, Métodos Variacionais em Equações Diferenciais.
Matemática Universitária N. 7 (1988), 21-47.
Yifei Pan and Yu Yan, Examples of twice differentiable functions II: continuous
Laplacian and bounded Hessian. Arxiv arXiv:2210.10099v1.
Augusto Ponce, Métodos Clássicos em Teoria do Potencial. Publicações
Matemáticas, IMPA, Rio de Janeiro, 2009. ISBN: 978-85-244-0244-9.
Julio Rossi, Tug-of-War games and PDEs. Course in Maxwell Centre for Analysis
and Nonlinear PDEs. Edimburg. Scotland. May 2010.
Eduardo V. Teixeira, Introdução à teoria de regularidade elı́ptica: uma
abordagem geométrica. III ENAMA, Maringá, 2009.

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Teoria de soluções no sentido da viscosidade
References

Muito obrigado pela atenção : −)!


Espero encontrá-la(o)s em breve na UNICAMP ; −)!

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