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COMPONENTE DE ÁREA I

LINGUAGENS E CÓDIGOS

MÓDULO II
SUMÁRIO

1- DESCOBRINDO OS “BRASIS” ............................................... 01


1.1- MESTIÇAGEM: AS CORES DO BRASIL ............................ 04
1.2- DIVERSIDADE CULTURAL .............................................. 07
2- MULTICULTURALISMO E GLOBALIZAÇÃO ............................ 11
2.1- ESTRANGEIRISMOS E EMPRÉSTIMO LINGUÍSTICO ……… 12
2.2- USE OR NOT USE? EIS A QUESTÃO! ……………………………. 15

CARDÁPIO: LEITURA, LITERATURA E (RE)EXISTÊNCIA LUGARES DE IDENTIDADE E ALTERIDADE


Componente Curricular I: LINGUAGENS E CÓDIGOS

Prezado (a) Aluno (a)

Seja bem-vindo (a) a um novo tempo na história da educação que muito contribuirá na sua formação
pessoal e educacional.

Você está recebendo um material preparado especialmente para você, pautado na Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) e adequado ao Novo Ensino Médio1.

Explicando de maneira fácil, a Base Nacional Comum Curricular2, conhecida pela sua sigla BNCC, diz
respeito ao conjunto de conhecimentos que todos os alunos têm direito a aprender. É um documento
importante para a promoção da igualdade no sistema educacional, colaborando para a formação integral e
para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva, por meio de um currículo comum e
igualitário a todos os alunos de rede pública e privada em todos os territórios e regiões brasileiras. Isso é
muito bom né?

Neste fascículo complementar estudaremos a área de Linguagens e Códigos, que engloba as


disciplinas de Português, Artes, Inglês e Educação Física. Você encontrará textos, biografias das
personalidades citadas, dicas de filmes, músicas, exercícios e várias outras atividades e interações que foram
pensadas com carinho para auxiliar em sua aprendizagem e em seu crescimento profissional e intelectual.

Aproveite todas as ferramentas que o CEJA te oferece e complemente sua aquisição de


conhecimento com os materiais complementares que serão disponibilizados na plataforma do CEJA Virtual.
Para acessá-los, digite no seu navegador de internet: http://cejarj.cecierj.edu.br/ava, utilizando o seu
número de matrícula como nome de usuário e senha e clicando em seguida em acessar.
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Bons Estudos!

1
https://www.gov.br/mec/pt-br/novo-ensino-medio
2 http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
CARDÁPIO: LEITURA, LITERATURA E (RE)EXISTÊNCIA LUGARES DE IDENTIDADE E ALTERIDADE
Componente Curricular I: LINGUAGENS E CÓDIGOS

1- DESCOBRINDO OS “BRASIS”
Olá,
Vamos iniciar os estudos desta unidade falando sobre cultura e diversidade.
Quem já viajou para outros estados ou regiões do Brasil, conheceu ou assistiu algum documentário,
filme ou reportagem percebeu que cada região brasileira é muito diferente da outra, seja na questão social,
cultural ou étnica da população, no entanto, somos uma nação única, unidos por uma mesma bandeira e
língua, apesar das variações regionais que esta apresenta. Mas o que nos faz ser tão diverso e ao mesmo
tempo único?
Podemos dizer que um dos fatores é a enorme extensão territorial que o Brasil ocupa, além das várias
influências que sofremos desde o início de nosso descobrimento dos povos que para cá migraram.
Mas o nosso país tem uma outra particularidade que o torna tão exótico: somos reflexo da cultura
que assimilamos, assim, ao invés de apenas trocarmos os nossos saberes e conhecimentos pelos trazidos
pelos colonizadores e imigrantes, misturamos tudo e criamos nossa própria história, como tão bem enxergou
o Grupo dos Cinco formado pelas pintoras Anita Malfatti e Tarsila do Amaral, e os escritores, Mário de
Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia. Esses artistas faziam parte da primeira fase modernista
e, juntos, lideraram a Semana de Arte Moderna no Brasil revolucionando e valorizando a cultura nacional.

https://www.artsy.net/artwork/sissi-kleuser-grupo-dos-cinco

Para você não ficar perdido vamos começar explicando o que foi a Semana de Arte Moderna.
Em 1922, um grupo de artistas promoveu uma exposição no Teatro Municipal de São Paulo, em que
se propunha uma renovação nas artes. Inspirada nos movimentos das Vanguardas Europeias, eles pregavam
o rompimento com o academicismo e a criação de uma nova arte: mestiça, libertária e com características
nacionais.

Ficou interessado em saber mais sobre a Semana de Arte Moderna, o Modernismo no Brasil e o
Grupo dos Cinco? Leia mais em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Modernismo_no_Brasil

Agora que você já leu e pesquisou sobre a Semana de 22, vamos conhecer algumas produções dos
artistas que compunham o grupo dos cinco?

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01
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A primeira obra é o quadro Tropical, da


artista Anita Malfatti.
Nela a artista representa uma mulher
de pele miscigenada carregando um cesto de
frutas e cercada por elementos tropicais, como
as folhas da bananeira e o coqueiro ao fundo.
Apesar de uma troca em seu estilo,
ainda é visível na pintura a forte manifestação
expressionista da artista, presente na leve
deformação da face e do corpo da mulher.

Quer ler mais sobre a importância


desta obra? Acesse o link abaixo:
https://fcs.mg.gov.br/a-importancia-
do-quadro-tropical-para-a-arte-brasileira/
Tropical”, óleo sobre tela, 1917.

A obra O vendedor de Frutas é de Tarsila do Amaral,


uma das mais famosas e importantes pintoras do Modernismo
Brasileiro, e faz parte da coleção intitulada Pau Brasil, em que
a autora explora os temas e as cores do nosso país.
Como na pintura anterior é retratado um vendedor
com seu cesto de frutas e, ao fundo, os pés de coqueiro, todos
estes elementos tropicais.
O vendedor, além de miscigenado, está sobre as águas,
que simbolizam os mares ou praias brasileiras, outro elemento
tropical e representativo de nosso povo, além de terem servido
de porta de entrada para os povos que para cá migraram.
Em outro plano tem-se ainda a igreja construída no alto
da colina, que também é uma marca cultural do Brasil e
representa a presença do colonizador e a catequização do povo
que se formava na nova terra.

Conheça melhor a autora e suas obras acessando:


https://tarsiladoamaral.com.br/
AMARAL, Tarsila. O vendedor de frutas. Óleo sobre tela.

Na área da literatura temos três grandes escritores que integram o Grupo dos Cinco. Comecemos
falando de Manuel Bandeira. Em seu poema Irene no céu podemos ver a descontração da personagem
Irene e a reverência com que ela é tratada por São Pedro.

IRENE NO CÉU
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Imagino Irene entrando no céu:
- Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
- Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.
BANDEIRA, M. Estrela da Manhã, 1936

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Um outro poeta que também exaltou os tipos brasileiros foi Oswald de Andrade.
No poema Pronominais, ele fala da preferência brasileira de um linguajar mais popular e apresenta
a diferença social e cultural entre os indivíduos. O professor e os alunos representam o academicismo; o
mulato sabido é o mestiço que foi doutrinado nos padrões europeus e o bom branco e o bom negro da nação
brasileira, tipifica o povo que não se importa com os padrões impostos e aponta para o surgimento de algo
novo.

PRONOMINAIS
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
ANDRADE, O. Obras completas, Volumes 6-7. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972

Finalizando o grupo dos Cinco, temos a poesia de Menotti Del Picchia. Um pouco mais contido na sua
escrita, ainda assim o poeta exalta o surgimento da cultura brasileira, por meio de sua admiração no
surgimento de uma falar que nasce a partir da fusão de outras culturas e que é totalmente brasileiro.

LÍNGUA PORTUGUESA
O povo menino Nos transatlânticos e cargueiros,
no seu presepe de palmeiras o Rei Cosmopolita,
aguardou as oferendas de Natal. que tem as cores do arco-íris
e os ritmos de todos os idiomas,
A nau primeira trouxe-lhe o régio presente
trouxe o Rei do Ocidente das articulações universais.
que lhe deu o tesouro sem-par
do Cantar de Amigo, Os três reis fizeram um acampamento das
dos Autos de Gil Vicente raças
e, depois, a epopeia de Camões. e ensinaram o povo menino
a falar a língua misturada
No navio negreiro de Babel e da América.
veio o Melchior do mocambo
talhado em azeviche como um ídolo benguela, E assim nasceste,
com a oferta abracadabrante e gutural ágil, acrobática, sonora, rica e fidalga,
dos monossílabos de cabala. ó minha língua brasileira!
DEL PICCHIA, Menotti. Poesias, 1907/1946. São Paulo: Martins, 1958. p.135-136

FICA A DICA!
Observe que na poesia há muitas palavras que talvez você não conheça o significado, assim, ao
longo de todo seu estudo, tenha por perto um dicionário ou pesquise na internet o significado destes
termos para compreender melhor os textos e ampliar seu vocabulário

ATIVIDADE 1:
A semana de 22 foi um marco na história do Brasil. Pesquise mais sobre a sua importância e as mudanças
que ela trouxe para o nosso cenário social e cultural.

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03
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1.1: MESTIÇAGEM: AS CORES DO BRASIL

O quadro abaixo foi pintado por Oscar Pereira da Silva3 em 1922 e se intitula Desembarque de Pedro Álvares
Cabral em Porto Seguro, 1500.

Até a chegada dos


portugueses o único povo que
aqui habitava eram os indígenas.
Com o tempo iniciou-se a
imigração forçada dos africanos
que eram trazidos para cá como
escravizados.
A união entre estes
diferentes biotipos humanos
acabou gerando indivíduos que
não eram completamente
indígenas, brancos ou negros, no
que se refere ao aspecto genético,
fenômeno a que chamamos
Miscigenação ou Mestiçagem.
Acervo do Museu da USP. Disponível em: http://acervo.mp.usp.br.

Segundo dados do IBGE, quase 50% da população brasileira se autodeclara mestiça. Vejamos o nome
de algumas destas combinações fenotípicas presentes no Brasil a partir da música Mestiçagem, de Antônio
Nóbrega4:

MESTIÇAGEM

Uma negra com um branco Eu vi nascer um crioulo


Vi casar na camarinha Do casal de atrás do muro
Um branco com uma índia Eu vi nascer um mazombo
Vi casar lá na matinha Do casal lá do escuro
Um negro com uma índia Eu vi nascer outro índio
Vi casar na capelinha Do casal porto seguro

Um negro com uma negra Uma mulata moleca


Vi casar atrás do muro Vi casar com um japonês
Um branco com uma branca Uma catita cafuza
Vi casar lá no escuro Com um sírio-libanês
Um índio com uma índia Crioulo com alemoa
Casaram em porto seguro Vejo casar todo mês

Eu vi nascer um mulato Me casei com uma mestiça


Do casal da camarinha Eu mestiço por inteiro
Vi nascer um mameluco Tivemos muitos mestiços
Do casal lá da matinha Cada vez mais verdadeiros
Eu vi nascer um cafuzo Cada vez mais misturados
Do casal da capelinha Cada vez mais brasileiros

Disponível em: http://antonio-nobrega.musicas.mus.br/letras/192486/. Acesso: 27/04/2022

3 https://www.escritoriodearte.com/artista/oscar-pereira-da-silva
4 https://antonionobrega.com.br/site/
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ATIVIDADE 2:
Será que você consegue completar a tabela abaixo identificando o nome da miscigenação formada
pelas diferentes combinações de biotipos humanos apresentadas na música? Aproveite para procurar a
música e ouvi-la:

ORIGEM NOME
Negro com branco
Branco com índio
Negro com índio
Negro com negro
Branco com branco
Índio com índio

AMPLIE SEUS CONHECIMENTOS!

A mestiçagem não é uma particularidade apenas do Brasil. Nos países pertencentes a CPLP5,
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, e colonizados por portugueses, as questões dos habitantes
são muito parecidas com a nossa. Vamos ler um poema de Francisco José Tenreiro, poeta africano de São
Tomé e Príncipe, que usou a poesia para exprimir a nova África, já não a dos postais ilustrados e dos povos,
plantas e animais exóticos, mas a de um novo tempo, marcado pela fusão de culturas:

CANÇÃO DO MESTIÇO

Mestiço! — Mestiço!
Nasci do negro e do branco a tua conta está errada.
e quem olhar para mim Teu lugar é ao pé do negro.
é como se olhasse
para um tabuleiro de xadrez: Ah! Mas eu não me danei...
a vista passando depressa e muito calminho
fica baralhando cor arrepanhei o meu cabelo para trás
no olho alumbrado de quem me vê. fiz saltar fumo do meu cigarro
cantei do alto
Mestiço! a minha gargalhada livre
que encheu o branco de calor!...
E tenho no peito uma alma grande
uma alma feita de adição Mestiço!
como 1 e 1 são 2.
Quando amo a branca
Foi por isso que um dia sou branco... Quando amo a negra
o branco cheio de raiva sou negro.
contou os dedos das mãos
fez uma tabuada e falou grosso: Pois é...

Disponível em: https://www.escritas.org/pt/t/8501/cancao-do-mestico. Acesso: 15/04/2022

5 https://www.cplp.org/

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Agora vejamos o quadro abaixo:

Este quadro se intitula “Mestiço” e foi pintado por


Cândido Portinari, artista plástico brasileiro, pertencente
ao movimento modernista e reconhecido mundialmente
pelas mais de cinco mil obras produzidas e inspiradas no
realismo, cubismo, surrealismo e muralismo mexicano.
Na imagem podemos identificar a figura de um
mulato de lábios grossos e grandes e nariz largo,
caracterizando-o como fruto da mistura entre brancos e
negros. Na pintura também fica evidente as mãos grandes
e os braços musculosos, que permite identifica-lo como
um trabalhador braçal.
Mais do que ilustrar um brasileiro nato e
miscigenado numa nação construída a partir da mistura de
raças, o artista denuncia a cor da classe trabalhadora do
Brasil.
Enquanto muitos artistas e intelectuais atribuíam
a causa do atraso e das mazelas do país à mestiçagem
racial, Portinari a tratava como o traço definidor do
verdadeiro caráter nacional e em várias de suas obras
explorava essa temática.

ATIVIDADE 3:
A partir de seus conhecimentos e da análise contemplativa da obra Mestiço, de Candido Portinari, elabore
um parágrafo discorrendo sobre as características sociais, históricas e físicas retratadas na pintura. levando
em conta a função desempenhada pela figura retratada:

CURIOSIDADES:
Você talvez nunca tenha visto ou ouvido falar dos Movimentos de Vanguarda, mas eles são muito
importantes para compreender a cultura e a arte, não só no Brasil, mas em todo o mundo.

Antes de seguirmos para a outra unidade, acesse o link abaixo e saiba mais!
https://www.suapesquisa.com/temas/vanguardas_europeias.htm

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1.2: DIVERSIDADE CULTURAL


Não foi apenas a cor da pele que se misturou no Brasil. Além de mudanças biológicas como
aparência, tipo físico, cabelo, etc., a cultura também se mesclou e gerou outras culturas, todas ricas, todas
únicas, todas brasileiras.
A culinária é uma dessas vertentes. Pratos tipicamente brasileiros, seja porque nasceram aqui ou
porque foram adaptados aos nossos ingredientes e gostos, fazem sucesso e são conhecidos mundialmente
variando de região para região. No Sudeste temos o Pão de Queijo, a Feijoada, o Virado Paulista, a Moqueca
Capixaba. Na região Norte encontramos o Tucupi, o Tacacá e o Caruru. Seguindo mais para o centro do Brasil,
na região Centro-Oeste são famosos o Arroz com Pequi, as Carnes Exóticas e o Caldo de Piranha. Indo para a
região Sul, destacam-se o Arroz Carreteiro e o Churrasco Gaúcho. Por fim, temos o Nordeste que também é
referência de muitas receitas como Buchada de Bode, Mungunzá, Baião de Dois, Moqueca, Acarajé e Vatapá,
patrimônio nacional que virou música na voz de Dorival Caymmi.

VATAPÁ

Quem quiser vatapá, ô Amendoim, camarão, rala um coco


Que procure fazer Na hora de machucar
Primeiro o fubá Sal com gengibre e cebola, iaiá
Depois o dendê Na hora de temperar
Procure uma nêga baiana, ô Não para de mexer, ô
Que saiba mexer Que é pra não embolar
Que saiba mexer Panela no fogo
Que saiba mexer Não deixa queimar
Procure uma nêga baiana, ô Com qualquer dez mil réis e uma nêga ô
Que saiba mexer Se faz um vatapá
Que saiba mexer Se faz um vatapá
Que saiba mexer Que bom vatapá

Bota castanha de caju Bota castanha de caju


Um bocadinho mais Um bocadinho mais
Pimenta malagueta Pimenta malagueta
Um bocadinho mais Um bocadinho mais

CAYMMI, Dorival. Vatapá. In: https://www.letras.mus.br/dorival-caymmi/924247/

ATIVIDADE 4:
Você sabe cozinhar? Qual é o seu prato preferido? Será que você conhece alguma receita típica de sua região
ou que seja tradição de família? Compartilhe conosco:

FICA A DICA!
Observou quantas comidas típicas maravilhosas temos ao nosso alcance? Mas será que você come
de tudo ou faz parte dos que detestam legumes e não podem achar um pedacinho de cebola na comida?
Em nossos dias muitas pessoas trocam alimentos saudáveis pelos famosos fast food, mas a dica é:
pense bem nas consequências da má alimentação, pois, mais cerdo ou mais tarde, problemas de saúde
como obesidade e diabetes podem acometer seu organismo.
Para saber mais sobre os danos da má alimentação para a saúde, assista ao documentário Super
Size-me: A dieta do palhaço, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=OlUHSeM6DZo

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A mestiçagem também se expandiu para outras áreas da nossa cultura. Na música “Lourinha
Bombril”, o grupo Paralamas do Sucesso6, expressa de maneira bem clara essa nossa heterogeneidade racial
e cultural. Vamos conferir a letra?

LOURINHA BOMBRIL

Pára e repara Essa mulata é da cor do Brasil


Olha como ela samba A cozinheira tá falando alemão
Olha como ela brilha A princesinha tá falando no pé
Olha que maravilha A italiana cozinhando o feijão
Essa crioula tem o olho azul A americana se encantou com Pelé
Essa lourinha tem cabelo bombril Häagen-dazs de mangaba
Aquela índia tem sotaque do Sul Chateau canela-preta
Essa mulata é da cor do Brasil Cachaça made in Carmo dando a volta no planeta
A cozinheira tá falando alemão Caboclo presidente
A princesinha tá falando no pé Trazendo a solução
A italiana cozinhando o feijão Livro pra comida, prato pra educação
A americana se encantou com Pelé Pára e repara
Häagen-dazs de mangaba Olha como ela samba
Chateau canela-preta Olha como ela brilha
Cachaça made in Carmo dando a volta no planeta Olha que maravilha
Caboclo presidente Häagen-dazs de mangaba
Trazendo a solução Chateau canela-preta
Livro pra comida, prato pra educação Cachaça made in Carmo dando a volta no planeta
Pára e repara Caboclo presidente
Olha como ela samba Trazendo a solução
Olha como ela brilha Livro pra comida, prato pra educação
Olha que maravilha Pára e repara
Essa crioula tem o olho azul Olha como ela samba
Essa lourinha tem cabelo bombril Olha como ela brilha
Aquela índia tem sotaque do Sul Olha que maravilha
Disponível em: http://os-paralamas-do-sucesso.musicas.mus.br/letras/30130/Acesso: 31/03/2022

ATIVIDADE 5:
A análise da música LOURINHA BOMBRIL nos permite perceber a mistura de raças e culturas nas tarefas
praticadas pelos personagens descritos. Destaque dois versos que comprovem essa afirmativa:

CURIOSIDADES:
Reuben Mattus, fundador da marca de Sorvetes Häagen-Dazs e o nome é
uma homenagem à Dinamarca, o único país que salvou judeus durante a II Guerra
Mundial. Para criar a marca apenas uniu duas palavras fictícias, colocou um trema
para chamar a atenção e registrou, mas, na verdade, elas não têm nenhum
significado.

6
http://www.osparalamas.com.br/

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AMPLIE SEUS CONHECIMENTOS!

No final da primeira década do século XIX, o médico e farmacêutico Renato Kehl trouxe para o Brasil
o eugenismo social. Em seu discurso ele pregava o branqueamento da população negra como a única forma
do país prosperar, além de defender a exclusão dos deficientes.
Vários outros cidadãos apoiavam estes ideais e entre eles estava João Batista de Lacerda, que
publicou o artigo "Sobre os Mestiços no Brasil" defendendo a "tese do embranquecimento" e apontando a
miscigenação, como salvação do país, pois, os traços brancos sendo superiores, se sobressairiam permitindo
que em cem anos o negro fosse extinto da sociedade.
Para ilustrar seu artigo, João Batista usou o quadro
“A redenção de Cam”, de Modesto Brocos, considerada
uma das pinturas mais racistas do século XIX.
Observa-se na pintura a figura materna
miscigenada, e a criança já embranquecida, motivo pelo
qual a negra, supostamente avó, estende as mãos em
agradecimento.
Essa ideologia teve consequências nefastas no
Brasil, à medida que parte da comunidade negra absorveu o
branqueamento estético, biológico e social como meta,
renegando suas origens e culturas.
No entanto, nas décadas de 20 e 30, a miscigenação
era tão grande que os brasileiros que se identificavam como
brancos tiveram que abandonar suas ideias racistas e criar
uma nova identidade distinta de qualquer outra sociedade,
enfraquecendo o ideal eugenista, mas deixando um legado
de preconceitos e das desigualdades que perduram até hoje.
Uma das formas encontradas para dirimir as diferenças e desigualdade econômicas, educacionais e
sociais entre cidadãos de diferentes raças foi a adoção das cotas, que se configuram como um avanço na luta
contra as injustiças históricas geradas e na reparação social e cultural do indivíduo de outras etnias,
proporcionando-lhe a possibilidade de se formar na universidade e progredir na carreira e vida pessoal,
diminuindo a probabilidade de que ele ou seus descendentes vivam na linha da pobreza, da marginalização
e da violência.

CURIOSIDADES:
Você sabia que o sistema de cotas não nasceu no Brasil?
Elas tiveram início na Índia na década de 30, com objetivo era beneficiar os “Dalits”, a casta mais
baixa do país e que representa 18% da população e são obrigatórias em todos os serviços públicos do país,
incluindo as instituições de ensino superior. Até 1950, apenas 1% destes cidadãos possuíam curso superior e
em 2005 esse percentual saltou para 12%, mostrando que, apesar da lenta evolução, as cotas contribuíram
para a melhoria de educação desta camada social.
A implantação das cotas na Índia influenciou países, como a Malásia, a Austrália, a Nova Zelândia e
até mesmo o ensino público nos Estados Unidos, Canadá e no nosso vizinho Colômbia.

Leia mais sobre o assunto em:


https://www.leiaja.com/carreiras/2019/07/06/como-seria-um-mundo-sem-cotas-0/

ATIVIDADE 6:
Agora que você leu e pesquisou sobre as cotas, qual a sua opinião? É a favor ou contra? Deixe seu comentário!

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RESUMINDO...
O Brasil possui dentro de si vários outros “brasis”, cada um com suas particularidades. Cada região
tem seus dialetos, suas gírias próprias, suas influências dos países que os colonizaram ou migraram para ele,
e até suas rivalidades com as outras regiões. Mas, ao invés de nos separar, essa diversidade nos une e nos
faz uma nação rica em sabores, cores e ritmos, como diz o poeta Ulisses Tavares: “Olha de novo: não existem
brancos, não existem amarelos, não existem negros: somos todos arco-íris”.

ATIVIDADE 7:
Para concluir essa unidade que tal usar seus conhecimentos adquiridos para analisar e definir a Cultura
Brasileira a partir da imagem abaixo?

Disponível em: https://idiomabrasil.com/2015/12/11/povo-brasileiro/. Acesso: 28/04/2022

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2- MULTICULTURALISMO E GLOBALIZAÇÃO
Bem vindos a unidade II do componente curricular de Linguagens e Códigos!
Você deve ter observado que, nos últimos anos, o número de imigrações tem aumentado cada vez mais
em todo o mundo. Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, no Brasil esse aumento foi de quase
25% em 10 anos, sendo em sua maioria pessoas oriundas da Venezuela, Colômbia, Angola, Haiti e Síria,
devido aos conflitos políticos e bélicos que estes países enfrentam.
Mas a imigração no Brasil já ocorre desde o final do séc. XIX. Impulsionada pela falta de emprego
provocada pela Revolução Industrial e o avanço tecnológico das máquinas que dispensou grande parte do
trabalho humano nas fábricas, milhares de italianos, suíços, alemães e japoneses vieram suprir a demanda
de mão de obra nas lavouras gerada pelo fim da escravidão
Atualmente podemos encontrar colônias formadas por descendentes de imigrantes espalhadas em todo
o território nacional, e, mais do que preservar a história de suas origens, elas influenciam e contribuem na
formação das regiões em que estão estabelecidas, seja no idioma, na culinária ou nos costumes.
Vamos observar um pouco dessa influência na arquitetura de algumas regiões brasileiras?

Castrolanda, Paraná - Influência holandesa Parati, RJ - réplica de um bairro de Lisboa, Portugal

Vale do Itajaí em Santa Catarina – influência alemã Santa Teresa, ES – cidade fundada por italianos

Penedo RJ- Inspiração na arquitetura da Finlândia Bairro Liberdade, SP- presença japonesa no Brasil

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Componente Curricular I: LINGUAGENS E CÓDIGOS

CURIOSIDADES:
Você sabe o que é Apropriação Cultural? É quando um determinado indivíduo ou grupo social adota
"costumes e tradições de outra cultura, desligando-o de sua origem e provocando o esvaziamento do seu
real significado, o que consequentemente o torna banal e o descaracteriza como elemento simbólico.

Leia mais sobre o assunto e elabore sua própria opinião acessando https://shre.ink/9Ql

2.1- ESTRANGEIRISMOS E EMPRÉSTIMO LINGUÍSTICO


Você lembra da música Lourinha Bombril que estudou na unidade anterior? Observou que a letra
possui algumas palavras em outro idioma? Häagen-dazs, Chateau, made in... É o que denominamos
estrangeirismo. Tal fato reflete não apenas a presença de outros povos que ajudaram a formar o Brasil, como
deixa claro um outro traço de nossa cultura que é não traduzir as palavras das outras línguas com as quais
temos contato. Quer ver um exemplo? Enquanto no Brasil usamos “mouse” em nosso “notebook” ou
“laptop”, Portugal utiliza “rato” em seu “computador portátil”.
Apesar de utilizarmos vários termos de origem tupi, africana e de outras nacionalidades, hoje em
dia, com a internet, as redes sociais e a globalização, a maioria das palavras novas vem do inglês, por ser uma
língua mais comercial, o que a torna mais conhecida e utilizada em todo o mundo. Há palavras estrangeiras
tão incorporadas em nosso idioma que já nem percebemos. É natural irmos ao “Shopping Center” comprar
um “jeans” ou ligar para o “I food” e pedir “delivery” de “hambúrguer”, “milk-shake” ou “sundae”.
Além do estrangeirismo, muitas vezes as palavras são aportuguesadas, ocorrendo o que chamamos
de empréstimo linguístico como ocorre em nailon (nylon), bife (beef), esporte (sport), sanduíche (sandwich),
suéter (sweater), xampu (Shampoo), futebol (football), abajur (abat-jour) e batom (bâton).
A música Samba do Aproach, do cantor Zeca Baleiro7, utiliza o estrangeirismo como recurso poético
para ironizar a mania brasileira de se apegar a palavras e modismos estrangeiros. Vamos conhece-la?

SAMBA DO APROACH
Venha provar meu brunch Eu tirei o meu green card
Saiba que eu tenho approach E fui pra Miami Beach
Na hora do lunch Posso não ser pop-star
Eu ando de ferryboat Mas já sou um nouveau riche
Eu tenho savoir-faire Venha provar meu brunch
Meu temperamento é light Saiba que eu tenho approach
Minha casa é hi-tech Na hora do lunch
Toda hora rola um insight Eu ando de ferryboat
Já fui fã do Jethro Tull
Eu tenho sex-appeal
Hoje me amarro no Slash
Saca só meu background
Minha vida agora é cool
Veloz como Damon Hill
Meu passado é que foi trash
Tenaz como Fittipaldi
Venha provar meu brunch Não dispenso um happy end
Saiba que eu tenho approach Quero jogar no dream team
Na hora do lunch De dia, um macho man
Eu ando de ferryboat E de noite, drag queen
Fica ligado no link Venha provar meu brunch
Que eu vou confessar my love Saiba que eu tenho approach
Depois do décimo drink Na hora do lunch
Só um bom e velho engov Eu ando de ferryboat
https://www.letras.mus.br/zeca-baleiro/43674/

7
https://pt.wikipedia.org/wiki/Zeca_Baleiro

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CARDÁPIO: LEITURA, LITERATURA E (RE)EXISTÊNCIA LUGARES DE IDENTIDADE E ALTERIDADE
Componente Curricular I: LINGUAGENS E CÓDIGOS

ATIVIDADE 1:
Utilizando um dicionário de inglês-português e consultando a internet, identifique e traduza as palavras da
música cujo significado você não conhece e construa um glossário. Depois releia a música ou tente reescrevê-
la substituindo os estrangeirismos por palavras equivalentes na nossa língua.

FICA A DICA!
Palavras em outras línguas quando usadas num texto em português, devem ser visualmente destacadas
por meio do uso de letras em itálico como na música “Wisky à gogo”, do grupo Roupa Nova:
Eu perguntava "Do You Wanna Dance"?
E te abraçava "Do You Wanna Dance"?
Lembrar você
Um sonho a mais não faz mal

Certamente você já se deparou com alguma propaganda da imagem abaixo nas ruas, em
alguma loja ou até mesmo viu na televisão ou internet:

Disponível em: https://ventosdalusofonia.wordpress.com/2013/03/31/ /Acesso: 28/04/2022

São muitas as palavras estrangeiras utilizadas em nosso dia-a-dia, não? Em qualquer lugar
encontramos palavras e expressões em outro idioma, pois, muitas vezes, além de serem mais sonoros para
os ouvintes e usuários, ao serem traduzidos esses termos perdem o seu real significado e sentido ou ficam
muito extensos, como é o caso de e-mail ao invés de “correio eletrônico” ou selfie no lugar de “fotografia de
si mesmo”.
Mas o contrário também acontece e em muitas situações não traduzir é que se torna perda de
tempo. Porque substituir “usuário” por username, “senha” por password, ou “digitalizar” por fazer um scan?

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Para saber se é melhor utilizar uma palavra ou termo em português ou em um idioma estrangeiro
tenha em mente três princípios que te ajudarão a decidir sem cometer exageros:
• A palavra pode ser traduzida por termos mais simples e de fácil compreensão?
• Ao traduzir uma palavra ou expressão o sentido se distancia muito do original?
• No ambiente em que se encontra o natural é traduzir ou usar o termo na língua original?

ATIVIDADE 2:
Você conhece ou utiliza palavras estrangeiras no seu dia-a-dia? E quando vai ao supermercado, que produtos
ou marcas utiliza com nomes em inglês? Tente lembrar alguns desses termos e escreva em seu caderno de
atividades, depois, pesquise o significado dos mesmos e os traduza.

FICA A DICA!
Além de socialmente relevante, usar estrangeirismos remete à ideia de uma pessoa antenada,
moderna e elegante e para alguns setores em expansão se tornou também sinônimo de cultura e
conhecimento, como no mercado de trabalho e no esporte e no lazer.
Mas será que você está por dentro dos termos da moda nestas áreas? Sabe o que é uma Startup?
Já ouviu falar em Design Inteligente? O que faz um Copywriter? Você é Fitness? Assina algum Streaming?
Saber alguns desses significados pode fazer uma grande diferença na sua vida, então, que tal se
atualizar?

AMPLIE SEUS CONHECIMENTOS!


Agora vamos ler um texto de Gilson Barbosa, jornalista do Diário do Nordeste, sobre o uso de
estrangeirismo no Brasil:

MANIA DE MACAQUEAR

Não é novidade o fato de que há tempos as palavras e expressões em língua estrangeira -


notadamente inglesa - invadiram o cotidiano dos brasileiros. Essa subserviência linguística está aí, presente
nas denominações de sofisticados edifícios, de lojas reluzentes e até mesmo nas relações comerciais entre
os cidadãos.
A Língua Portuguesa – “a última flor do Lácio, inculta e bela”, como diria Olavo Bilac8, diariamente
é aviltada por invenções que, por absoluta ignorância ou falta de criatividade, acabam por atingir o idioma
nacional, abalando suas estruturas e tornando-o estranho aos próprios brasileiros que deveriam exercitá-lo
com orgulho, dada a riqueza de seu conteúdo.
Não foi por outra razão que o deputado federal Aldo Rebelo 9do Partido Comunista do Brasil, por
São Paulo, apresentou projeto na Câmara dos Deputados, buscando reduzir a influência dos estrangeirismos
no país. Por causa disso, o hoje ministro dos Esportes foi até ridicularizado por setores da imprensa, onde o
colonialismo cultural encontra portas mais do que escancaradas. A mania de macaquear expressões e
palavras alienígenas, totalmente avessas à Língua nacional, encontra exemplos no dia a dia de todos nós.
O intervalo para o café, nas reuniões, virou coffee-break. A entrega em domicílio, delivery. Um
estabelecimento comercial não oferece mais 10% de desconto e, sim, 10% off. Há prédios, em Fortaleza, com
nomes como The Place ou Green Tower, ou coisa que os valha. E a mais recente mudança imposta nos nossos
limites geográficos é a mudança na denominação dos estádios de futebol, cujos nomes agora, por influência
da FIFA, procuram copiar as arenas, stadiums e coliseums, como assim são chamados esses locais nos EUA.
Aqui sempre tivemos estádios, e nunca arenas, palavra que remete aos sangrentos sacrifícios
humanos praticados na antiga Roma. Até mesmo a imprensa vem se rendendo à tal Arena Castelão, que,
mesmo repaginada para a Copa, continuará sendo, para mim e tantos outros, o Estádio Castelão.

8
https://www.academia.org.br/academicos/olavo-bilac/biografia
9
https://www.camara.leg.br/deputados/73428/biografia

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Respeitemos o português tão rico de palavras! Valorizemos nosso idioma, procurando praticá-lo
corretamente! Defendamos a Língua Portuguesa!
BARBOSA, Gilson. Extraído do jornal Diário do Nordeste (seção Debates e Ideias) – Fortaleza, Brasil.Publicado em: 24 mar. de 2013.

ATIVIDADE 3:
No texto o autor critica o uso exacerbado dos estrangeirismos, que, segundo ele, empobrecem a língua
materna. Você concorda com o jornalista? Acha necessária uma lei para reduzir essa prática? Desenvolva
um texto crítico sobre o assunto expressando seu ponto de vista a favor ou contra os argumentos do autor.

2.2- USE OR NOT USE? EIS A QUESTÃO!

Reparou que na imagem ao lado o registro da


palavra “lan house” apresenta vários erros de grafia? Isso
ocorre porque, no Brasil, é comum escrevermos da
maneira como falamos, o que pode induzir a essas falhas.
Além disso, há pessoas que já utilizam mal a língua
portuguesa, devido muitas variações, flexões e sinônimos
que esta apresenta, e, provavelmente, ao aportuguesar
essas palavras, utilizarão mal também os
estrangeirismos.
O famoso linguista Roman Jakobson1 afirmava
que "em matéria de língua não há propriedade privada;
tudo é socializado.” Conclui-se então que, dificilmente
conseguiremos remover o uso de estrangeirismos de
nosso dia-a-dia, ainda mais no mundo globalizando em
que vivemos, entretanto, é importante conhecer bem as
estruturas das palavras e as particularidades de cada
idioma, e em caso de dúvidas e dificuldades, consultar a
gramática e o dicionário ou pesquisar na internet é
sempre uma boa iniciativa.
https://slideplayer.com.br/slide/3049315/pag 8

ATIVIDADE 4:
Identifique nas imagens abaixo os erros na utilização dos estrangeirismos e faça a correção dos mesmos
traduzindo-os em seguida.

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FICA A DICA!
Não se deixe enganar. Algumas palavras em inglês são bem parecidas com português, mas seu
significado é totalmente diferente. Observe alguns exemplos:
Alias parece aliás, mas significa pseudônimo
Actually parece atualmente, mas significa realmente
Amass parece amassar, mas significa acumular; juntar
Cigar parece cigarro, mas significa charuto
College parece colégio, mas significa faculdade
Contest parece contestar, mas significa concurso
Ingenuity parece ingenuidade, mas significa criatividade
Jornal parece jornal, mas significa diário
Mayor parece maior, mas significa Prefeito
Prejudice parece prejudicar, mas significa preconceito
https://www.openenglish.com.br/blog/20-palavras-em-ingles-que-se-parecem-com-palavras-em-portugues-mas-significam-outra-coisa/

ATIVIDADE 5:
Agora observe a tirinha abaixo e explique a atitude do personagem e o que o induziu a ela:

ITURRUSGARAI, Adão. Folhinha de São Paulo, 03/05/2003.

CURIOSIDADES
Você sabe o que significa o termo Aldeia Global?
É um conceito criado pelo filósofo Marshall Mcluhan em 1960, segundo o qual
o avanço das tecnologias de informação e comunicação encurtaria as distâncias e
facilitaria as trocas culturais entre os povos, transformando o mundo em uma imensa
aldeia, exatamente o que vivemos hoje, concorda?
Não é à toa que Mcluhan é conhecido como profeta da Internet, concorda?

Conheça mais sobre este gênio visionário e suas outras teorias que viraram
realidade assistindo o vídeo no link: https://shre.ink/3Jx

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AMPLIE SEUS CONHECIMENTOS!

As grandes competições esportivas são uma


verdadeira Babel. Competidores de todas as partes
do mundo e os mais variados idiomas. Nestas
situações o inglês acaba sendo a língua mais usada,
se tornando tão importante quanto as modalidades
disputadas.
Para o atleta que tem sua vida bastante
corrida e que treina e participa destes eventos em
diferentes lugares e países, saber inglês pode lhe
proporcionar independência e segurança, nos
lugares que visitar, contribuindo na melhora de seu
desempenho individual e em grupo. E não podemos
deixar de mencionar a parte de lazer que todos os
atletas desfrutam. Apesar de treinarem muito, há os
períodos de folga em que podem passear e
conhecer os pontos turísticos. Tudo isso fica ainda
mais divertido sabendo falar inglês fluentemente. https://gate.ahram.org.eg/News/3424692.aspx

ATIVIDADE 6:
Se você pratica esportes, frequenta academia ou somente curte assistir os jogos e competições pela
TV, certamente percebeu que vários termos estrangeiros são usados para determinar um movimento,
exercício ou equipamento.
Pesquise e escreva os estrangeirismos usados no seu esporte preferido e depois, com a ajuda de um
dicionário pesquise o que eles significam.

RESUMINDO...
Para concluir esse capítulo queremos leva-los a uma reflexão.
Todos concordamos que os avanços tecnológicos e midiáticos aceleraram o processo de
Globalização e como previsto por Mc Luhan, vivemos em uma Aldeia Global em que culturas e línguas
diversas se misturam cada vez mais, nos aproximamos de pessoas do outro lado do mundo.
No entanto, quanto mais nos conectamos tecnologicamente, mais nos desconectamos de quem está
ao nosso lado, e, muitas vezes, nos tornamos insensíveis aos preconceitos e desigualdades, se estes não
acontecerem com alguém de influência nos meios sociais ou não forem noticiados nas grandes redes de
televisão.
Se a tecnologia nos aproxima, não deveríamos cometer os mesmos erros do passado, concorda? Em
nossa sociedade não deveria haver mais espaço para preconceitos e desigualdades, mas ainda insistimos nas
ideias pré concebidas e errôneas de superioridade, transformando a erradicação das diferenças em uma
utopia.
Que tal não apenas sonharmos, mas fazermos nossa parte para estarmos conectados não apenas nas
redes socias, mas no mundo real?
Que tal aprendermos a falar todos a mesma língua, a da compreensão e do respeito ao próximo?
E viva as diferenças que nos fazem ser indivíduos e termos uma identidade.

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Se estas palavras te inspiraram, leia o poema Pela Igualdade, de Aldrin Félix10

Poema Pela Igualdade

I II
Todos vivemos debaixo do mesmo sol: Todos vivemos debaixo do mesmo sol:
Somos de pele negra, clara ou avermelhada. Crenças e ritos, costumes, comidas e ritmos.
Somos da pele morena e tez amarelada. Simples dialetos ou idiomas complexos.
Ora sentimos frio, ora maldizemos o calor. As diferenças propiciam o intercâmbio,
Precisamos do frescor de uma brisa, todavia, as mesmas diferenças que nos unem,
ou da proteção do cobertor. frequentemente também nos separam.
Todos vivemos debaixo do mesmo sol; Todos vivemos debaixo do mesmo sol.
sujeitos às mesmas intempéries. E com alguma diversidade, pisamos o mesmo solo.
Cristãos, muçulmanos, judeus, ateus, hindus ou Já é hora de começarmos a olhar na mesma direção
budistas. construindo uma ponte de fraternidade entre nações
Na saúde ou nas doenças, na fartura ou avareza, Transformando o sonho da paz em realidade.
nas riquezas ou misérias, na feiura ou na beleza. Que as guerras covardes fiquem no passado!
Carregamos nossas alegrias e tristezas. Que os povos sejam muitos, e o amor uno,
Somos, a um só tempo, a voz das virtudes e vilezas. respeitando a diversidade, pela paz e a igualdade.
Todos vivemos debaixo do mesmo sol: O mal é a experiência que só resultou em erros.
Sob a mesma lua e as estrelas, Debaixo desse sol ainda viveremos e daremos as mãos
sob a mesma luz e a escuridão. num gesto de carinho, apoio e amizade.
Somos o joio e o trigo, a fúria e o perdão. Baniremos o orgulho, o ódio e o preconceito.
Primeiro planejamos a vingança, mas depois... É hora de abandonarmos e destruirmos nossas armas.
...Com nossos inimigos fazemos alianças. Dos velhos campos de batalhas, far-se-ão outros
Vivemos em regime de semiescravidão. floridos.

Disponível em: https://www.recantodasletras.com.br/poesiasdepaz/5189098

ATIVIDADE 7
Vamos finalizar este fascículo com chave de ouro?
Identifique situações cotidianas, onde o princípio da igualdade não está sendo assegurado e elabore
propostas de ações para coibir e erradicar a intolerância, a xenofobia, a exclusão e o preconceito em nossa
sociedade.

10
https://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=85642 18

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GABARITO DAS ATIVIDADES

UNIDADE 1: DESCOBRINDO OS BRASIS

ATIVIDADE 1
A Semana de 22 tinha como objetivo mostrar as novas tendências artísticas que vigoravam na Europa, mas
também renovar o cenário artístico brasileiro na literatura e na arte, rompendo com o academicismo.
Sua importância está na valorização e na contribuição do surgimento de uma arte genuinamente nacional.

ATIVIDADE 2

ORIGEM NOME
Negro com branco mulato
Branco com índio mameluco
Negro com índio cafuzo
Negro com negro crioulo
Branco com branco mazombo
Índio com índio índio

ATIVIDADE 3
A observação do quadro O Mulato, de Portinari, ilustra um personagem miscigenado, de traços fenotípicos
negroides como grossos lábios e de forte composição muscular, indicando que, historicamente, ele é
descendente de escravos e trabalha na plantação nas fazendas como seus ancestrais.

ATIVIDADE 4
Resposta Pessoal

ATIVIDADE 5
Essa crioula tem o olho azul / Essa lourinha tem cabelo bombril / Aquela índia tem sotaque do Sul
Essa mulata é da cor do Brasil / A cozinheira tá falando alemão / A princesinha tá falando no pé
A italiana cozinhando o feijão (ESCOLHER DUAS)

ATIVIDADE 6
Resposta Pessoal

ATIVIDADE 7
Resposta Pessoal (levando em conta que a imagem retrata um Brasil feito de diversidades étnicas e culturais)

UNIDADE 2: MULTICULTURALISMO

ATIVIDADE 1
Venha provar meu brunch (café da manhã reforçada) / Saiba que eu tenho approach (abordagem)
Na hora do lunch (almoço) / Eu ando de ferryboat (barco de travessia)

Eu tenho savoir-fare (Competência adquirida pela experiencia) / Meu temperamento é light (luz)
Minha casa é high-tech (de alta tecnologia) / Toda hora rola um insight (conhecimento)
Já fui fã do Jethro Tull (banda de rock)/ Hoje me amarro no Slash (guitarrista americano)
Minha vida agora é cool (fresco)/ Meu passado é que foi trash (lixo)

Mas fica ligada no link (ligação) / Que eu vou confessar my love (meu amor)

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Depois do décimo drink (bebem) / Só um bom e velho Engov (remédio para enjoo)
Eu tirei o meu green card (cartão verde) / E fui pra Miami Beach (praia de Miami)
Posso não ser pop star (estrela popular) / Mas já sou um nouveau riche (novo rico - francês)

Eu tenho sex appeal (apelo pelo sexo) / Saca só meu background (fundo)
Veloz como Damon Hill(automobilista americano) / Tenaz como Fittipaldi (automobilista brasileiro)
Não dispenso um happy end (final feliz) / Quero jogar no dream team (time dos sonhos)
De dia um macho man (homem) / E de noite drag queen (rainha arrastar/transformista)

ATIVIDADE 2
Resposta Pessoal

ATIVIDADE 3
Resposta Pessoal (o texto deverá ser no formato dissertativo argumentativo)

ATIVIDADE 4
Jiga baite = Gigabyte (unidade de armazenamento de dados)
Syber café = cyber café (café cibernético)
Nahgt club = Night Club (clube noturno)

ATIVIDADE 5
O personagem se confunde, pois Push se parece com puxar em português , mas em inglês significa
empurrar.

ATIVIDADE 6
Resposta Pessoal

ATIVIDADE 7
Resposta Pessoal (observar se não há proposta que fere os direitos humanos)

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