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SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA ..............................................................................................................................11
1. Níveis de análise da língua........................................................................................................................................................................12
2. Morfologia classes de palavras................................................................................................................................................................12
3. Pronomes ...................................................................................................................................................................................................23
4. Substantivo................................................................................................................................................................................................27
5. Verbo ..........................................................................................................................................................................................................28
6. Sintaxe básica da oração e do período .................................................................................................................................................34
7. Concordância verbal e nominal ..............................................................................................................................................................37
8. Acentuação gráfica.................................................................................................................................................................................. 40
9. Colocação pronominal ............................................................................................................................................................................. 41
10. Regência verbal e nominal ....................................................................................................................................................................42
11. Crase ...........................................................................................................................................................................................................45
12. Pontuação ................................................................................................................................................................................................ 46
13. Tipologia textual ..................................................................................................................................................................................... 48
14. Compreensão e interpretação de textos............................................................................................................................................ 50
15. Paráfrase um recurso precioso .............................................................................................................................................................53
16. Ortografia .................................................................................................................................................................................................55
17. Acordo ortográfico da língua portuguesa...........................................................................................................................................59
18. Interpretação de textos......................................................................................................................................................................... 64
19. Demais tipologias textuais ................................................................................................................................................................... 66
20. Interpretação de texto poético ........................................................................................................................................................... 69
21. Estrutura e formação de palavras ........................................................................................................................................................73
22. Figuras de linguagem ............................................................................................................................................................................75
23. Redação de correspondências oficiais ................................................................................................................................................77
REDAÇÃO ................................................................................................................................................ 94
1. Redação para concursos públicos ..........................................................................................................................................................95
2. Dissertação expositiva e argumentativa ............................................................................................................................................. 99
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO.......................................................................................................106
1. Análise combinatória .............................................................................................................................................................................. 107
2. Teoria dos conjuntos ..............................................................................................................................................................................109
3. Conjuntos numéricos ...............................................................................................................................................................................111
4. Sistema legal de medidas ...................................................................................................................................................................... 115
5. Razões e proporções ...............................................................................................................................................................................116
6. Porcentagem e juros ............................................................................................................................................................................... 118
7. Probabilidade ...........................................................................................................................................................................................119
8. Sequências numéricas ............................................................................................................................................................................ 121
9. Matrizes, determinantes e sistemas lineares ..................................................................................................................................... 123
10. Funções, função afim e função quadrática ....................................................................................................................................... 129
11. Função exponencial e função logarítmica ......................................................................................................................................... 132
12. Trigonometria ........................................................................................................................................................................................ 134
13. Geometria plana .................................................................................................................................................................................... 138
14. Estatística descritiva ............................................................................................................................................................................. 143
15. Medidas de dispersão ou de variação................................................................................................................................................ 155
16. Medidas de forma: assimetria e curtose ........................................................................................................................................... 159
SUMÁRIO
SUMÁRIO
INFORMÁTICA ........................................................................................................................................162
1. Software ....................................................................................................................................................................................................163
2. Redes de computadores........................................................................................................................................................................ 167
3. Sistema windows 10 ............................................................................................................................................................................... 172
4. Segurança da informação .....................................................................................................................................................................184
5. Cloud computing ....................................................................................................................................................................................186
FÍSICA .....................................................................................................................................................189
1. Introdução à física ...................................................................................................................................................................................190
2. Cinemática escalar ...................................................................................................................................................................................191
3. Cinemática vetorial.................................................................................................................................................................................199
4. Movimento circular................................................................................................................................................................................206
5. Dinâmica..................................................................................................................................................................................................209
6. Leis de kepler e gravitação universal ................................................................................................................................................. 224
7. Estática .................................................................................................................................................................................................... 225
8. Óptica geométrica ................................................................................................................................................................................. 232
9. Termofísica ............................................................................................................................................................................................. 255
10. Gases ideais (ou perfeitos).................................................................................................................................................................260
11. Termodinâmica .......................................................................................................................................................................................261
12. Ondulatória............................................................................................................................................................................................264
13. Eletrostática .......................................................................................................................................................................................... 274
14. Eletrodinâmica...................................................................................................................................................................................... 283
15. Eletromagnetismo................................................................................................................................................................................ 289
GEOPOLÍTICA .........................................................................................................................................313
1. Brasil político: nação e território ...........................................................................................................................................................314
2. Organização do estado brasileiro ........................................................................................................................................................ 319
3. A divisão inter-regional do trabalho no Brasil.................................................................................................................................. 325
4. Globalização e subdesenvolvimento ................................................................................................................................................. 326
5. Intercâmbio multidirecional................................................................................................................................................................. 329
6. A estrutura urbana brasileira e as grandes metrópoles ................................................................................................................. 330
7. Distribuição espacial da população no Brasil e os movimentos migratórios internos .............................................................. 335
8. A evolução da estrutura fundiária e os problemas demográficos no campo ............................................................................. 339
9. A integração entre indústria e estrutura urbana, rede de transportes e setor agrícola no Brasil ...........................................344
10. Macrodivisão natural do espaço brasileiro: biomas, domínios e ecossistemas ........................................................................ 347
11. Política e gestão ambiental no Brasil................................................................................................................................................. 353
12. O brasil e a questão cultural ...............................................................................................................................................................360
13. A integração do brasil ao processo de internacionalização da economia.................................................................................. 363
14. O século xx: urbanização da sociedade e cultura de massas ....................................................................................................... 365
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SUMÁRIO
SUMÁRIO
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LÍNGUA PORTUGUESA 11
LÍNGUA PORTUGUESA
SUMÁRIO
1. NÍVEIS DE ANÁLISE DA LÍNGUA
Vamos começar o nosso estudo fazendo uma distinção entre quatro
níveis de análise da Língua Portuguesa, afinal, você não pode confundir-se
na hora de estudar. Fique ligado nessa diferença:
ї Nível Fonético / Fonológico: estuda a produção e articulação dos
sons da língua.
ї Nível Morfológico: estuda a estrutura e a classificação das palavras.
ї Nível Sintático: estuda a função das palavras dentro de uma
sentença.
ї Nível Semântico: estuda as relações de sentido construídas entre
as palavras.
Na Semântica, estudaremos, entre outras coisas, a diferença entre
linguagem de sentido denotativo (ou literal, do dicionário) e linguagem
de sentido conotativo (ou figurado).
Ex: Rosa é uma flor.
01. Morfologia:
Rosa: substantivo;
Uma: artigo;
É: verbo ser;
Flor: substantivo
02. Sintaxe:
Rosa: sujeito;
É uma flor: predicado;
Uma flor: predicativo do sujeito.
03. Semântica:
Rosa pode ser entendida como uma pessoa ou como uma planta,
depende do sentido.
Vamos, a partir de agora, estudar as classes de palavras.
LÍNGUA PORTUGUESA 12
REDAÇÃO
REDAÇÃO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
1.1 Por que Tenho que me Preparar com Antecedência para a Redação?
Quando a redação (questão discursiva) é solicitada, em geral, é uma etapa eliminatória (se o candidato não alcançar a nota mínima, é
eliminado do concurso). Então, por ter peso significativo, podendo colocá-lo na lista de classificação ou tirá-lo dela, merece atenção especial.
Entretanto, não se pode dar início ao estudo para concurso pela redação. É necessário que o aluno tenha conhecimento das regras gramati-
cais, da estrutura sintática das orações e dos períodos, dos elementos de coesão textual, ou seja, é essencial uma maturidade para, então, produzir
um texto. Além do domínio da norma culta, deve-se dedicar à disciplina de Atualidades, que, muitas vezes, já vem prevista no edital. Quem tem
conhecimento do assunto se sente mais confortável para escrever.
A prova discursiva valerá 20,00 pontos Os assuntos que o tema pode abordar foram Ao elaborar seu texto, faça o que se pede a seguir.
e consistirá da redação de texto disponibilizados no edital. Atualidades: 1
DEPEN - 2015 dissertativo, de até 30 linhas, acerca Sistema de justiça criminal. 2 Sistema prisional > Disserte a respeito da segurança como condição para o
de tema de atualidades, constantes do brasileiro. 3 Políticas públicas de segurança exercício da cidadania. [valor: 25,50 pontos]
subitem 22.2 deste edital. pública e cidadania. > Dê exemplos de ação do Estado na luta pela segurança
pública. [valor: 25,50 pontos]
> Discorra acerca da ausência do poder público e a
presença do crime organizado. [valor: 25,00 pontos]
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A partir disso, o aluno deve direcionar a sua leitura para temas a) Jamais se dirija ao leitor: o leitor é o examinador e o can-
da atualidade, para matéria do conteúdo programático (conhecimentos didato não deve estabelecer um diálogo com ele.
específicos) ou para assunto relacionado ao cargo ou à instituição a que b) Não use gírias; clichês, provérbios e citações sem critério.
está concorrendo. É crucial que conheça a banca examinadora e que
você pode acabar errando o autor da expressão (o que
tenha contato com as provas anteriores a fim de observar o perfil das
pega muito mal), ou até mesmo usá-la fora de contexto,
propostas de redação.
o que pode direcionar a sua redação para um lado que
Em geral, as bancas de concursos públicos exigem textos dis-
você não quer. Os ditados populares empobrecem o texto.
sertativos e apontam qual assunto o tema abordará (atualidades ou
Os examinadores não gostam de ver o senso comum se
conteúdo programático). Quando isso não ocorrer, deve-se levar em con-
repetindo.
sideração o perfil da banca e as provas anteriores para o mesmo cargo.
Ex.: Desde os primórdios da humanidade; fechar com chave de
1.3 Orientações para o Texto Definitivo ouro.
a) Não use a 1ª pessoa do singular: os textos formais exigem a a) Evite a construção de períodos longos: pode prejudicar
impessoalização da linguagem. Isso significa que, às vezes, a clareza textual. Além disso, procure escrever na ordem
é necessário omitir os agentes do discurso e as diversas direta.
vozes que compõem um texto. Então, empregue a terceira b) Respeite as margens da folha de redação: não ultrapasse
pessoa do singular ou do plural. o limite estipulado na folha do texto definitivo.
Ex.: Eu acredito que a pena de morte deve ser aplicada em casos c) Não use corretivo: se errar alguma palavra, risque (com
de crimes hediondos. (Incorreto) um traço penas) e prossiga. Não use parênteses nem a
Acredita-se que a pena de morte deve ser aplicada em casos de palavra “digo”.
crimes hediondos. (Correto) Ex.: A sociadade sociedade deve se conscientizar do seu papel.
Devemos analisar alguns fatores que contribuem para esse pro- a) Evite algarismos, a não ser que se trate de anos, décadas,
blema. (incorreto)
séculos ou referências a textos legais (artigos, decretos,
Alguns fatores que contribuem para esse problema devem ser etc.).
analisados. (Correto)
b) A letra deve ser legível: pode ser letra cursiva ou de
Atenção! A primeira pessoa do plural deve ser um sujeito social-
imprensa. Não se esqueça de fazer a distinção entre maiús-
mente considerado, como em “Nós (brasileiros) devemos enten-
der que o voto é uma importante ferramenta para se alcançar cula e minúscula.
uma mudança.” Não empregue de forma indiscriminada. c) Cuidado com a separação silábica.
Como impessoalizar a linguagem do texto Translineação: é a divisão das palavras no fim da linha. Eva em
dissertativo-argumentativo? conta não apenas critérios de correção gramatical, mas também reco-
ї Oculte o agente: mendações estilísticas (estética textual).
Para deixar o discurso mais objetivo, prefira por ocultar o agente 1) Não se isola sílaba forma apenas por uma vogal;
sempre que possível. Isso pode ser feito por meio de expressões como: é 2) Não se isola elemento cacofônico;
importante, é preciso, é indispensável, é urgente, é crucial, é necessário, 3) Na partição de palavras hifenizadas, recomenda-se repetir o
já que elas não revelam o agente da ação: hífen na linha seguinte.
Ex.: É necessário discutir alguns aspectos relacionados a essa
Maria foi secretária, ministra e era muito
temática.
amiga do antigo presidente. Quando entrou na disputa
É essencial investir em educação para minimizar tais problemas.
eleitoral, todos nós esperávamos que, lançando-
ї Indetermine o sujeito:
-se candidata, facilmente ganharia as eleições.
Indeterminar o sujeito também é uma estratégia de ocultar o
ADEQUADO
agente da ação verbal. A melhor forma de empregar essa técnica é por
meio do pronome indeterminador do sujeito (se).
Maria foi secretária, ministra e era muito a-
Ex.: Muito se tem discutido sobre a redução da maioridade penal.
miga do antigo presidente. Quando entrou na dis-
Acredita-se que a desigualdade social contribui para o aumento
puta eleitoral, todos nós esperávamos que, lançando-
da violência.
se candidata, facilmente ganharia as eleições.
ї Empregue a voz passiva:
INADEQUADO
Na voz passiva, o sujeito da oração torna-se paciente, isto é, ele
sofre a ação expressa pelo fato verbal. Empregá-la é um recurso que a) Não use as palavras generalizadoras, afinal sempre há uma
também oculta o agente da ação. exceção, um exemplo contrário ou algo assim.
Ex.: Devem ser analisados alguns fatores que contribuem para Ex.: “Todos jogam lixo no chão” ou “Ninguém faria isso” ou “Isso
o aumento da violência. jamais vai acontecer, é impossível.”
Medidas devem ser tomadas para a pacificação da sociedade. a) Não invente dados estatísticos, pesquisas, mentiras
convincentes.
REDAÇÃO 96
REDAÇÃO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
b) Não use a ironia. A ironia é uma figura de linguagem que não O assunto principal;
deve ser utilizada no texto dissertativo argumentativo. Nele R
A linguagem utilizada (formal, informal, com figuras de lingua-
E
nada deve ficar subentendido. A escrita deve ser sempre clara, gem ou não, com marcas de regionalismo ou não etc.). D
sem nada oculto, sem gracinha e de forma argumentativa. ї Gráficos
c) Não é uma boa ideia usar palavras rebuscadas. Seu texto Os gráficos possibilitam uma leitura mais ágil das informações.
pode ficar sem fluência e clareza, dificultando a compreen- Ao se deparar com eles, observe o seguinte:
são do corretor. Lembre-se: linguagem formal não é sinô- O título;
nimo de linguagem complicada. As informações na horizontal e na vertical;
Ex.: Hodiernamente, mister, mormente, dessarte, etc. A forma como os índices foram representados (colunas, fatias etc.);
a) Evite estrangeirismo: empregar palavras estrangeiras em O uso de cores diferentes (caso haja);
meio à nossa língua de forma desnecessária. Não é neces- A fonte da qual as informações foram coletadas.
sário fazer isso se há no português uma palavra correspon- ї Imagens
dente que pode ser usada. Muitas vezes as imagens podem vir sem nenhuma palavra. Se
Ex.: Stress em vez de estresse isso ocorrer, note:
a) Não se utilize de pergunta retórica. O que é a imagem (foto, quadro etc.)?
Pergunta retórica: é uma interrogação que não tem como objetivo Quem é o autor dela?
obter uma resposta, mas sim estimular a reflexão do indivíduo sobre Qual é o assunto principal?
determinado assunto. O que está sendo retratado?
Há marcas temporais ou regionais na imagem?
1.4 Temas e Textos Motivadores Se o aluno não souber nada sobre a temática apresentada, os tex-
Os textos motivadores - um grupo de textos apresentados junto à tos motivadores podem ser um ótimo suporte. Além dos dados expos-
proposta de redação - têm a função de situar o candidato acerca do tema tos, tais textos também provocam a reflexão sobre outros aspectos do
proposto, fornecendo elementos que possam ajudá-lo a refletir sobre o problema e jamais devem ser ignorados.
assunto abordado. Tais textos servem para estimular ideias para o desen-
volvimento do tema e são úteis por ajudar a manter o foco temático. 1.5 Título
O papel dos textos motivadores da prova de redação é o de moti- O título só é obrigatório se for solicitado nas instruções da prova
var, inspirar e contextualizar o candidato em relação ao tema proposta. de redação.
Esses textos não estão ali por acaso, então devem ser utilizados, e Pode ser que a Banca examinadora deixe o espaço para o título,
podem evitar que o candidato escreva uma redação genérica. Contudo, nesse caso, ele também é obrigatório.
não podem ser copiados, pois as provas que contêm cópias terão as Se puser o título e não for obrigatório (não for exigido), não rece-
linhas desconsideradas e podem, quando em excesso, levar à nota zero. berá mais pontos por isso e só terá pontos descontados se contiver
Então, a intenção não é que o aluno reproduza as informações algum erro nele.
contidas nos textos motivadores. O que se deseja é que o candidato leia Caso se esqueça de colocar título quando for obrigatório, a reda-
os textos, interprete-os e reelabore-os, interligando-os à sua discussão. ção não será anulada, mas poderá ter pontos (poucos) descontados.
Assim sendo, o ideal é retirar de cada texto motivador as ideias principais Dicas:
e que podem ser utilizadas na sua produção escrita.
ঠ Nunca utilize tema como título;
Leia todos com atenção e não se esqueça de procurar estabelecer
ঠ Não coloque ponto final;
uma relação entre eles, ou seja, busque os pontos em comum, e os conecte
de uma maneira que defina argumentos consistentes para sua redação. ঠ Não escreva todas as palavras com letra maiúscula;
Escreva as principais ideias em forma de tópicos e com as suas palavras. ঠ Não pule linha depois do título;
ঠ Construa-o quando terminar o texto.
Tipos de textos motivadores
Os textos motivadores podem ser de vários tipos 1.6 O Texto Dissertativo
ї Matérias jornalísticas/ Reportagens Dissertar significa expor algum assunto. Dependendo da maneira
Um dos tipos mais comuns de textos motivadores são as matérias como o esse assunto seja abordado, a dissertação poder ser expositiva
jornalísticas. Para que haja maior entendimento sobre elas, análise: ou argumentativa.
O que acontece? ї Dissertação expositiva: apresenta informações sobre assuntos,
expõe, explica, reflete ideias de modo objetivo, imparcial. O autor é
Com quem acontece? De que modo acontece?
o porta-voz de uma opinião, ou seja, a intenção é expor fatos, dados
Em que lugar acontece? Por que acontece? estatísticos, informações científicas, argumentos de autoridades
Quando acontece? Para que acontece? etc. Este tipo de texto pode ter duas abordagens: Estudo de Caso
ї Charges/Tirinhas (em que é apresentada uma solução para a situação hipotética
As charges ou as tirinhas são uma forma curta e, muitas vezes, apresentada) e Questão Teórica (em que é preciso apresentar con-
descontraída de apresentar informações relevantes para a produção ceitos, normas, regras, diretrizes de um determinado conteúdo).
do texto. Repare nelas: Vejamos um exemplo do tipo expositivo.
Os personagens; A forma temporária como tratam os vídeos criados reflete outro
O ambiente; aspecto característico desses apps. Em oposição à noção de que tudo
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o que é postado na internet fica registrado para a eternidade (e tem base em errônea interpretação. Se o administrado teve reconhecido
potencial de se transformar em viral), os aplicativos querem passar a determinado direito com base em interpretação adotada em caráter
sensação de efêmero. Quem não viu a transmissão ao vivo dificilmente uniforme para toda a administração, é evidente que a sua boa-fé deve
terá nova chance. Nisso, eles se assemelham a outro app de sucesso, ser respeitada. Se a lei deve respeitar o direito adquirido, o ato jurídico
o Snapchat, serviço de troca de mensagens pelo qual o conteúdo é perfeito e a coisa julgada, por respeito ao princípio da segurança jurídica,
destruído segundos após ser recebido pelo destinatário. não é admissível que os direitos do administrado fiquem flutuando ao
(VE JA, 2015, p. 98) sabor de interpretações jurídicas variáveis no tempo.
ї Dissertação argumentativa: defende uma tese (ideia, ponto de vista) Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito administrativo. p. 85 (com adaptações).
por meio de estratégias argumentativas. Tem a intenção de persuadir Considerando que o texto apresentado tem caráter estritamente
(convencer) o interlocutor. Em geral, há o predomínio da linguagem motivador, elabore uma dissertação a respeito dos atos administrativos
denotativa, de conectores de causa-efeito, de verbos no presente. e da segurança jurídica no direito administrativo brasileiro, abordando,
Vejamos agora um exemplo do tipo argumentativo. necessariamente, os seguintes aspectos:
1. os elementos de validade do ato administrativo e os critérios
Fazer pesquisa crítica envolve difíceis decisões de cunho ético e
para sua convalidação; [valor: 14,00 pontos]
político a fim de que, não importa quais sejam os resultados de nossos
estudos, nosso compromisso com os sujeitos pesquisados seja mantido. 2. distinção entre ato administrativo nulo, anulável e inexistente;
A questão é complexa por causa das múltiplas realidades dos múltiplos [valor: 10,00 pontos]
participantes envolvidos na pesquisa naturalística da visa social. Por 3. o controle exercido de ofício pela administração pública sobre
exemplo, no projeto de pesquisa de referência neste artigo, havia um os seus atos e o dever de agir e de prestar contas. [valor: 14,00 pontos]
componente que envolvia a observação participante da sala de aula, Considerando o tema proposto e os tópicos apresentados, pode-
isto é, a observação à procura das unidades e elementos significativos -se perceber que o candidato deve, necessariamente, produzir um texto
para os próprios participantes da situação. expositivo, já que o examinador avaliará o conhecimento técnico dele
(KLEIMAN, 2001, p. 49) sobre o assunto, e não o seu ponto de vista, a sua opinião. Para isso,
deverá fundamentar suas ideias por meio de leis, doutrina, jurisprudên-
Quando o texto dissertativo se dedica mais a expor ideias, a fazer
cia, citação de uma autoridade no assunto.
que o leitor/ouvinte tome conhecimento de informações ou interpreta-
ções dos fatos, tem caráter expositivo e podemos classificá-lo como
expositivo. Quando as interpretações expostas pelo texto dissertativo
1.7 Estrutura do Texto Dissertativo
vão mais além nas intenções e buscam explicitamente convencer o leitor/ Não há dúvida de que todo texto dissertativo (expositivo ou
ouvinte sobre a validade dessas explicações, classifica-se o texto como argumentativo) deve ter início, meio e fim, ou seja, introdução, desen-
argumentativo (COROA , 2008b, p. 121). volvimento e conclusão.
ї Introdução: a importância da introdução é evidente, pois é ela que
Vale mencionar que, muitas, vezes, nos editais, não fica claro se
determina o tom do texto, o encaminhamento do desenvolvimento
o texto será expositivo ou argumentativo. Quando isso ocorrer, o can-
e sua estrutura. Então, ela deve ser vista como um compromisso
didato deve analisar as provas anteriores para traçar o perfil da banca
que o autor assume com o restante do desenvolvimento. Nela
examinadora. Mas não se preocupe, pois a estrutura de ambos é igual, ou
haverá a contextualização do assunto que será desenvolvido ao
seja, os dois tipos de texto devem conter introdução, desenvolvimento e
longo do texto, ou seja, apresentação da ideia que será defendida
conclusão. Além disso, no primeiro parágrafo, deve haver a apresentação
(argumentação) ou esclarecida (exposição).
da ideia central que será desenvolvida.
ї Desenvolvimento: é a parte da redação em que há o desenvolvi-
Veja as propostas a seguir: mento da ideia apresentada no primeiro parágrafo. Vai ocorrer a
Foi recentemente publicado no Americam Journal of Preven- comprovação da tese por meio de argumentos – texto argumen-
tive Medicine um estudo com adultos jovens, de 19 a 32 anos de idade, tativo – ou a exposição de informações a fim de esclarecer um
apontando que quanto maior o tempo dispendido em mídias sociais de assunto – texto expositivo.
relacionamento, maior a sensação de solidão das pessoas. Além disso, Estrutura dos parágrafos de desenvolvimento:
esse estudo demonstrou também que quanto maior a frequência de Tópico frasal: apresentação da ideia-núcleo que será
uso, maior a sensação de isolamento social. desenvolvida(introdução);
(Adaptado de: ESCOBAR, Ana. Disponível em: http://g1.globo.com) Comprovação da ideia-núcleo (desenvolvimento);
Com base nas ideias do texto acima, redija uma dissertação sobre Fechamento do parágrafo (conclusão).
o tema: Jamais construa parágrafos com apenas um período. Os parágra-
Isolamento social na era da comunicação virtual fos de desenvolvimento devem ter, no mínimo, três períodos.
A partir da proposta apresentada, pode-se inferir que o exami- ї Conclusão: consiste no fechamento das ideias apresentadas. Não
nador quer saber o ponto de vista (opinião) do candidato em relação podem ser expostos argumentos novos nesse parágrafo. O que
ao assunto. A intenção é que seja apontado o que ele pensa a respeito ocorre é a retomada da ideia central (tese ou tema) e a apresen-
do tema, e não que ele apresente de forma objetiva informações a fim tação das considerações finais.
de esclarecer determinado assunto. Então, resta claro que a dissertação
terá caráter argumentativo.
Agora veja a proposta seguinte:
A segurança jurídica tem muita relação com a ideia de respeito à
boa-fé. Se a administração adotou determinada interpretação como a
correta e a aplicou a casos concretos, não pode depois vir a anular atos
anteriores, sob o pretexto de que os mesmos foram praticados com
REDAÇÃO 98
LÍNGUA PORTUGUESA 106
RACIOCÍNIO
LÓGICO-MATEMÁTICO
SUMÁRIO
ANÁLISE COMBINATÓRIA
107
Ex.: pódio de competição.
Combinação: usado quando os elementos (envolvidos no cálculo)
não podem ser repetidos E quando a ordem dos elementos não faz
diferença no resultado.
A fórmula da combinação é:
=
Sendo:
n = a todos os elementos do conjunto;
p = os elementos utilizados.
Ex.: salada de fruta. Resumo:
COMBINATÓRIA
1.5 Permutação
ANÁLISE
Permutação simples
Seja E um conjunto com n elementos. Chama-se permutação
simples dos n elementos, qualquer agrupamento (sequência) de n
elementos distintos de E em outras palavras, permutacao é a ORGA-
Os elementos
podem ser
repetidos?
NIZACAO de TODOS os elementos. Em outras palavras, permutação
a ORGANIZAÇÃO de TODOS os elementos
NÃO
Podemos, também, interpretar cada permutação de n ele-
SIM
mentos como um arranjo simples de n elementos tomados n a n,
ou seja, p = n. elementos faz a
da Contagem
Fundamental
A ordem dos
diferença?
Princípio
Nada mais é do que um caso particular de arranjo cujo p = n.
(P.F.C.)
Logo:
NÃO
Pn = n!
e = multiplicação
Combinação
ou = adição
Arranjo
SIM
elementos?
todos os
P5 = 120 anagramas
=
Atenção
PERMUTAÇÃO
P n = n!
= =
Sendo:
n = o número total de elementos do conjunto;
p = o número de elementos utilizados;
Cr = combinação com repetição.
Questões
01. (CESPE) Considere que três alunos tenham camisetas azuis, três tenham
camisetas brancas, dois tenham camisetas vermelhas, um tenha cami-
seta verde e um tenha camiseta preta. Nessas condições, existem 72
. 5! maneiras diferentes de se colocarem os dez alunos em fila, de tal
forma que alunos com camisetas de mesma cor fiquem sempre juntos.
Certo ( ) Errado ( )
Gabaritos
01 CERTO
02 CERTO
03 CERTO
04 CERTO
109
INFORMÁTICA
SOFTWARE
163
Durante o processo de boot3, o BIOS aciona a memória CMOS4,
Aplicativos
onde ficam armazenadas as últimas informações sobre o hardware do
computador e sobre a posição de início do sistema operacional no disco. Gerenciamento de entrada/saída
Em posse dessas informações, o BIOS executa o POST, a etapa que veri- Gerenciamento de drivers de dispositivos
fica se todos os dispositivos necessários estão conectados e operantes. Hardware
Após as verificações de compatibilidade, o BIOS inicia o processo Gerenciamento de memória
de leitura do disco indicado como primário a partir do ponto onde se Gerenciamento de CPU
encontra o sistema operacional, que é carregado para a memória prin-
cipal do computador. Hardware
Em um mesmo computador podem ser instalados dois ou mais Dentre os sistemas operacionais modernos, o Windows ainda é
sistemas operacionais diferentes, ou mesmo versões diferentes do mesmo o que mais se destaca em termos de número de usuários em compu-
sistema. tadores pessoais. Por outro lado, quando se questiona em relação ao
Quando há apenas um sistema operacional instalado no computa- universo de servidores na internet, deparamo-nos com o Linux como
dor, este é iniciado diretamente pelo BIOS, porém, se houver dois ou mais mais utilizado; o principal motivo relaciona-se à segurança mais robusta
se faz necessário optar por qual dos sistemas se deseja utilizar. oferecida pelo Linux.
Em uma situação em que existem dois sistemas operacionais Os exemplos de SO para computadores pessoais (PC) que podem
atribui-se a caracterização de Dual boot. ser citados em provas são:
Um computador que possua uma distribuição Linux instalada ঠ Windows;
e uma versão Windows, por exemplo, ao ser concluído o processo do ঠ Linux;
BIOS, inicia um gerenciador de boot. Em geral é citado nas provas ou o
ঠ Mac OS;
GRUB ou o LILO, que são associados ao Linux.
ঠ Chrome OS.
Sistemas operacionais (so) Porém, esses sistemas derivaram de duas vertentes principais o
O conteúdo de sistemas operacionais é cobrado de duas formas DOS e o UNIX. É de interesse da prova saber que o DOS foi o precursor
nas provas: prática e conceitual. Questões de caráter conceitual são do Windows e que a plataforma UNIX foi a base do Linux e também
colocadas de forma comparativa entre os sistemas, enquanto que as do Mac OS.
práticas estão associadas às ferramentas e modos de operação de cada Contudo, não encontramos SO apenas em PCs. Celulares, smartpho-
sistema. O conteúdo referente à parte prática é abordado em específico nes e tablets também utilizam sistemas operacionais. Atualmente, fala-se
nos tópicos Windows e Linux. muito no sistema do Google para esses dispositivos, o Google Android.
O sistema operacional é o principal programa do computador. Os Sistemas Operacionais podem ser divididos em duas partes
Ele é o responsável por facilitar a interação do usuário com a máquina, principais: Núcleo e Interface.
além de ter sido criado para realizar as tarefas de controle do hardware, O Núcleo de um Sistema Operacional é chamado de Kernel. Ele
livrando assim os aplicativos de conhecer o funcionamento de cada peça é a parte responsável pelo gerenciamento do hardware, como já expla-
existente no mundo. nado, enquanto que a interface é parte de interação com o usuário, seja
As tarefas de responsabilidade do SO são, principalmente, de ela uma interface apenas textual ou uma interface com recursos gráficos.
níveis gerenciais. O sistema operacional é o responsável por administrar A interface com recursos gráficos é comumente chamada de GUI
a entrada e a saída de dados de forma que, quando um usuário seleciona (Graphic User Interface - Interface Gráfica do Usuário), também citada
uma janela, ele está trazendo-a para o primeiro plano de execução. como gerenciador de interface gráfica. O nome Windows foi baseado,
Assim, sempre que o usuário digita um texto, por exemplo, o SO tem de justamente, nessa característica de trabalhar com janelas gráficas como
gerenciar qual a janela, ou seja, qual aplicativo receberá as informações forma de comunicação com o usuário.
entradas pelo teclado, mas ao mesmo tempo o SO receberá uma soli-
citação do aplicativo para que exiba na tela as informações recebidas. Sistema Operacional Kernel
É de responsabilidade do SO gerenciar o uso da memória RAM Windows XP NT 5.2
e do processador. O controle estabelecido pelo sistema operacional
Windows Vista NT 6.0
dita que programa será executado naquele instante e quais espaços
de memória estão sendo usados por ele e pelos demais aplicativos em Windows 7 NT 6.1
execução. Windows 8 NT 6.2
Para que o sistema operacional consiga se comunicar com cada Linux Linux 3.10
dispositivo, aquele precisa saber antes como estes funcionam, para
Em relação às GUIs, cada versão do Windows utiliza e trabalha
tanto, é necessário instalar o driver5 do dispositivo. Atualmente, a maio-
com apenas uma única interface gráfica, que só passou a ter um nome
ria dos drivers é identificada automaticamente pelo SO, mas o sistema
específico a partir do Windows Vista.
nem sempre possui as informações sobre hardwares recém-lançados.
Nesse caso, o sistema, ao não conseguir o driver específico, solicita ao
Windows GUI
usuário que informe o local onde ele possa encontrar o driver necessário.
XP Sem nomenclatura
Vista Aero
7 Aero
3 Boot: processo de inicialização do sistema operacional.
4 CMOS: uma pequena memória RAM alimentada por uma pilha de 9V . 8 Metro
5 Driver: conjunto de informações sobre como funciona um dispositivo de hardware.
INFORMÁTICA 164
SOFTWARE
Por outro lado, existem diversas GUIs para o Linux, algumas Dis-
Desenho Publisher Draw
tribuições Linux6 trabalham com apenas um gerenciador de interface
gráfica, enquanto que outras trabalham com múltiplas. As principais Banco de dados Access Base
GUIs do Linux são:
Fórmula Equation Math
ঠ Gnome; ঠ FluxBox;
Os editores de texto, planilha e apresentação são os mais cobra-
ঠ KDE; ঠ BlackBox;
dos em provas de concursos. Sobre esses programas podem aparecer
ঠ Unity; ঠ Mate; perguntas a respeito do seu funcionamento, ainda que sobre editores
ঠ XFCE; ঠ Cinnamon. de apresentação sejam bem menos frequentes.
Ao contrário do Windows, o Linux tem suporte a várias Interfaces Outro ponto importante a se ressaltar é que o Microsoft Outlook I
Gráficas. é componente da suíte de aplicativos Microsoft Office. Não foi destacado N
na tabela acima por não existir programa equivalente no BrOffice. F
Características de um sistema operacional O
Por vezes o concursando pode se deparar na prova com o nome
Os Sistemas Operacionais podem ser classificados de acordo com LibreOffice, o que está correto, pois o BrOffice é utilizado no Brasil
suas características comportamentais. apenas, mas ele é baseado no Libre Office. Até a versão 3.2, o BrOffice
Multitarefa era fundamentado no OpenOffice e, após a compra da Sun pela Oracle
Um Sistema Operacional é dito multitarefa quando consegue exe- a comunidade decidiu mudar para o Libre por questões burocráticas.
cutar mais de uma tarefa simultânea, como: tocar uma música enquanto
o usuário navega na internet e escreve um texto no Word. Softwares utilitários
Contudo, há duas formas de multitarefa empregadas pelos SO Alguns programas ganharam tamanho espaço no dia a dia do
modernos: Multitarefa Preemptiva e Multitarefa Real. usuário que, sem eles, podemos por vezes ficar sem acesso às infor-
Windows, Linux e Mac OS. mações contidas em arquivo, por exemplo.
Monotarefa São classificados como utilitários os programas compactadores
de arquivos e leitores de PDF. Esses programas assumiram tal patamar
Sistema Monotarefa é o sistema que, para executar uma tarefa,
por consolidarem seus formatos de arquivos. Entre os compactadores
deve aguardar a que está em execução terminar ou mesmo forçar o seu
temos os responsáveis pelo formato de arquivos ZIP, apesar de que,
término para que possa executar. Trabalha com um item de cada vez.
desde sua versão XP, o Windows já dispunha de recurso nativo para
DOS e algumas versões UNIX. compactar e descompactar arquivos nesse formato, muitos aplicativos
Multiusuário se destacavam por oferecer o serviço de forma mais eficiente ou prá-
É quando o Sistema Operacional permite mais de uma sessão de tica. Os compactadores mais conhecidos são: WinZip, BraZip e 7-Zip.
usuário ativa simultaneamente. Outro compactador que ganhou espaço no mercado foi o WinRar com
Se dois ou mais usuários estiverem com sessões iniciadas, elas o formato .RAR, que permite uma maior compactação do que o ZIP.
são de certa maneira tratadas independentemente, ou seja, um usuá-
rio não vê o que o outro estava fazendo, como também, em um uso Softwares de entretenimento
normal, não interfere nas atividades que estavam sendo executadas Nesta categoria, entram os aplicativos multimídias como players
pelo outro usuário. de áudio e vídeo, como o Windows Media Player, o Winamp, o iTunes,
O sistema multiusuário geralmente possui a opção trocar de VLC player e BS player, dentre inúmeros outros, assim como também
usuário, que permite bloquear a sessão ativa e iniciar outra sessão os jogos como Campo Minado, Paciência, Pinball e outros tantos de
simultânea. mais alto nível.
Monousuário Malwares (malicious softwares)
Em um sistema monousuário, para que outro usuário inicie ses- Os malwares são programas
são, é necessário finalizar a do usuário ativo, também conhecido como que têm finalidade mal intencionada,
efetuar Logoff. na maioria das vezes ilícita. Grande
Softwares de escritório parte das bancas cita-os como pragas
cibernéticas que infectam o compu- Para ser um malware tem
São aplicativos com utilização mais genérica, de forma a possibi- tador do usuário e trazem algum pre- que ser um software; do
litarem as diversas demandas de um escritório como também suprirem juízo; por outro lado, há bancas que contrário, pode ser uma
muitas necessidades acadêmicas em relação à criação de trabalhos. especulam sobre os diferentes tipos prática maliciosa, mas não
Nesta seção é apresentado um comparativo entre as suítes de de malwares. A seguir são destacados um malware.
escritório que são cobradas na prova. os principais tipos de malwares.
165
ঠ Infectar os arquivos do computador do usuário, principal- Podemos tratá-lo em essência como um meio para que outro
mente arquivos do sistema. malware seja instalado no computador. Da mesma forma como o cavalo
ঠ Depender de ação do usuário, como executar o arquivo ou da história serviu como meio para infiltrar soldados e como os soldados
programa que está contaminado com o vírus. abriram os portões da cidade, o malware também pode abrir as portas
ঠ Ter finalidades diversas, dentre as quais danificar tanto do computador para que outros malwares o infectem, o que acontece
arquivos e o sistema operacional, como também as peças. na maioria dos casos, portanto, pode trazer em seu interior qualquer
tipo de malware.
Vírus mutante Esse malware executa as ações para as quais, aparentemente,
É um vírus mais evoluído, que tem a capacidade de alterar algu- fora criado; como exibir uma mensagem, ou crackear9 um programa.
mas de suas características a fim de burlar o antivírus. Essa tarefa é realizada com o intuito de distrair o usuário enquanto que
os malwares são instalados.
Vírus de macro
O vírus de macro explora falhas de segurança das suítes de escri- Spyware
tório, principalmente da Microsoft. Uma macro, ao ser criada de certa Também conhecido como software espião, o spyware tem por
forma, anexa ao documento uma programação (comandos geralmente finalidade capturar dados do usuário e enviá-los para terceiros: nº de
em Visual Basic7), ele pode inserir seu código dentro deste código em VB. cartões de crédito, CPF, RG, nomes, data de nascimento e tudo mais
O Vírus de Macro geralmente danifica a suíte de escritório, inuti- que for pertinente para que transações eletrônicas possam ser feitas
lizando-a, além de poder apagar documentos do computador. utilizando seus dados.
Para que seja executado esse vírus, é necessário que o usuário Existem dois tipos de spywares: os KeyLoggers e os
execute o arquivo contaminado. ScreenLoggers.
Worm Keylogger
O worm é, por vezes, citado nas provas em português como Key = chave, Log = registro de ações.
verme, como forma de confundir o concursando. Ao contrário do vírus, O KeyLogger é um spyware cuja característica é capturar os dados
ele não depende de ação do usuário para executar; ele executa auto- digitados pelo usuário. Na maioria das situações o KeyLogger não cap-
maticamente: no momento em que um pendrive é conectado a um tura o que é digitado a todo instante, mas o que é teclado após alguma
computador, ele é contaminado ou contamina este. ação prévia do usuário, como por exemplo abrir uma página de um
Ele tem como finalidade se replicar, porém, não infecta outros banco ou de uma mídia social - alguns keyloggers são desenvolvidos
arquivos, apenas cria cópias de si em vários locais, o que pode encher para capturar conversas em programas de messenger.
o HD do usuário. Outra forma utilizada de se replicar é através da explo-
ração de falhas dos programas, principalmente os clientes de e-mail,
Screenlogger
enviando por correio eletrônico cópias de si para os contatos do usuário Screen = Tela
armazenados no cliente de e-mail. O ScreenLogger é uma evolução do KeyLogger na tentativa de
Um worm, muitas vezes, instala no computador do usuário um capturar, principalmente, as senhas de bancos, pois o ScreenLogger
bot, transformando aquele em um robô controlado à distância. Os indiví- captura fotos avançadas da tela do computador a cada clique do mouse.
duos que criam um Worm fazem-no com a finalidade de infectar o maior Essa foto avançada, na verdade, é uma foto de uma pequena área que
número possível de computadores, para que possam utilizá-los em um circunda o mouse, mas grande o suficiente para que seja possível ver
ataque de DDoS8, ou como forma de elevar a estatística de acessos a em que número o usuário clicou.
determinados sites. Também pode ser utilizado para realizar um ataque Muitos serviços de Internet Banking10 utilizam um teclado virtual,
a algum computador ou servidor na Internet a partir do computador no qual o usuário clica nos dígitos de sua senha ao invés de digitar.
infectado. Assim, ao forçar que o usuário não utilize o teclado, essa ferramenta de
segurança ajuda a evitar roubos de senhas por KeyLoggers. Por outro
Trojan horse (cavalo de troia) lado, foi criado o ScreenLogger, que captura imagens; então, como forma
O Cavalo de Troia foi batizado com esse nome, pois suas caracte- de oferecer segurança maior, alguns bancos utilizam um dispositivo
rísticas se assemelham muito às da guerra da Grécia com Troia. Na His- chamado de Token.
tória, os gregos deram aos troianos um grande cavalo feito de madeira O Token é um dispositivo que gera uma chave de segurança alea-
e coberto de palha para disfarçar que era oco, dentro do cavalo foram tória, a qual uma vez utilizada para acessar a conta, torna-se inválida
colocados vários soldados gregos que deveriam abrir os gigantes e fortes para novos acessos. Assim, mesmo sendo capturada, ela se torna inútil
portões da cidade de Troia para que o exército grego pudesse invadir ao invasor.
a fortaleza.
Um Cavalo de Troia é recebido pelo usuário como um presente de Cuidado para não confundir: Teclado Virtual em uma página
grego, de forma a levar o usuário a abri-lo, ou seja, ele depende de ação de Internet Banking é um recurso de segurança, enquanto o teclado
do usuário. Os presentes geralmente podem parecer um cartão virtual, virtual que faz parte do Windows é um recurso de acessibilidade.
uma mensagem, álbuns de fotos, e-mails com indicações de prêmios,
falsas respostas de orçamentos, folhas de pagamento, sempre alguma Hijacker
forma de chamar a atenção do usuário para que ele abra o Trojan.
9 Crackear: é uma quebra de licença de um software para que não seja necessário
7 Visual Basic (VB): é uma linguagem de programação criada pela Microsoft. adquirir a licença de uso, caracterizando pirataria.
8 DDoS: ataque de negação de serviço distribuído, veja mais no tópico segurança 10 Internet Banking: acesso à conta bancária pela internet, para realizar algumas
desse material. movimentações e consultas.
INFORMÁTICA 166
SOFTWARE
Adware
Adware (Advertising Software) é um software especializado em
apresentar propagandas.
Ele é tratado como malware, quando apresenta algumas caracte-
rísticas de spywares, além de, na maioria dos casos, se instalar no com-
putador explorando falhas do usuário, por exemplo, durante a instalação
de um programa em que o indivíduo não nota que em uma das etapas
estava instalando outro programa diferente do desejado.
Um exemplo clássico é o Nero gratuito, que é patrocinado pelo
ASK11. Durante a instalação, uma das telas apresenta algumas opções:
deseja instalar a barra de ferramenta do ASK; deseja tornar o motor de
busca do ASK como seu buscador padrão; deseja tornar a página do ASK
como sua página inicial, que, por padrão, aparecem marcadas esperando
que o usuário clique indiscriminadamente na opção “avançar”.
Muitos Adwares monitoram o comportamento do usuário durante
a navegação na Internet e vendem essas informações para as empresas
interessadas.
Backdoors
Backdoor, basicamente, é uma porta dos fundos para um ataque
futuro ao computador do usuário.
Um Backdoor pode ser inserido no computador por meio de Tro-
jan Horse, como também pode ser um programa adulterado recebido
de fonte pouco confiável. Por exemplo, um usuário baixa em um site
qualquer, diferente do oficial, o BrOffice, nada impede que o programa
tenha sido ligeiramente alterado com a inserção de brechas para ata-
ques futuros.
Rootkits
RootKit vem de Root = administrador do ambiente Linux. Kit =
conjunto de ferramentas e ações.
Um Rootkit altera aplicativos do Sistema, como gerenciadores de
arquivos, com o intuito de esconder arquivos maliciosos que estejam
presentes no computador. Por meio dele também o invasor pode criar
Backdoors no computador, para que possa voltar a atacar o micro sem
se preocupar em ter de contaminá-lo novamente.
167
LÍNGUA PORTUGUESA 189
FÍSICA
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO À FÍSICA nano n 10-9 = 0,000,000,001
A Física (a palavra “física”, do grego physis, significa natureza) é a ciência
pico p 10-12 = 0,000,000,000,001
que se preocupa em descrever e explicar os fenômenos naturais. Para
isso, cria modelos idealizados das situações reais, em que apenas os femto f 10-15 = 0,000,000,000,000,001
fatores que interessam são considerados. A partir de conclusões sobre atto a 10-18 = 0,000,000,000,000,000,001
o comportamento de um modelo, generaliza o resultado de forma a
explicar a situação real, e é capaz de prever circunstâncias futuras para 1.2 Grandezas Escalares e Vetoriais
o mesmo fenômeno.
E scalares: ficam totalmente definidas por um número, que
1.1 Sistemas de Unidades fornece a medida, e por uma unidade.
Para medir uma grandeza, devemos compará-la com um padrão Ex.: massa, tempo e energia.
arbitrariamente escolhido, o qual denominamos unidade. O número Vetoriais: necessitam, além de medida e unidade, de uma orien-
resultante dessa comparação é chamado de valor numérico. tação para ficarem totalmente definidas. A orientação é estabelecida
por um direção e um sentido.
Ex.: 12 Newtons ou, usando o símbolo N, 12 N. Nesse caso, 12 é o
valor numérico da força, e Newton é a unidade. Ex.: velocidade, força e campo elétrico.
FÍSICA 190
INTRODUÇÃO À FÍSICA
14
13
12
15
Observe que estamos seguros em relação aos algarismos 1, 4 e 3,
pois eles foram obtidos por meio das divisões inteiras da régua, ou seja,
eles são algarismos corretos. Entretanto, o algarismo 5 foi avaliado, isto
é, você não tem muita certeza sobre seu valor e outra pessoa poderia
avaliá-lo como sendo 4 ou 6, por exemplo. Por isso, esse algarismo
avaliado é denominado de duvidoso ou algarismo inCerto..
Algarismos significativos de uma medida são os algarismos
corretos e o primeiro algarismo duvidoso.
Operações com algarismos significativos
Na adição e na subtração, o resultado deve conter um número de F
casas decimais igual ao da parcela com menos casas decimais. I
S
3,32 + 3,1 = 6,42 Æ apresentamos o resultado com apenas uma
casa decimal: 6,4.
3,37 + 3,1 = 6,47 Æ apresentamos o resultado com uma casa
decimal e, levando em conta a regra do arredondamento, obtemos: 6,5.
Na multiplicação ou na divisão, devemos apresentar o resultado
com o número de algarismos significativos igual ao do fator que possui
o menor número de algarismos significativos.
2,31 . 1,4 = 3,234 Æ apresentamos o resultado com dois algaris-
mos significativos: 3,2.
OBS: como se faz o arredondamento?
Sendo o primeiro algarismo abandonado menor que 5, mantemos
o valor do último algarismo significativo; ou se o primeiro algarismo a
ser abandonado for maior ou igual a 5, acrescentamos uma unidade ao
último algarismo significativo.
191
LÍNGUA PORTUGUESA 299
ÉTICA E CIDADANIA
SUMÁRIO
1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA A seguir, analisaremos as características dos princípios funda-
mentais da administração pública que mais aparecem nas provas de
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA concurso público.
Neste capítulo, o objetivo é conhecer o rol de princípios funda-
mentais que norteiam e orientam toda a atividade administrativa do 1.2 Princípio da Legalidade
Estado, bem como toda a atuação da Administração Pública direta e O Princípio da Legalidade está previsto em dois lugares distin-
indireta. tos na Constituição Federal. Em primeiro plano, no Art. 5º, II: ninguém
Tais princípios são de observância obrigatória para toda a Admi- será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
nistração Pública, quer da União, dos Estados, do Distrito Federal, de lei. O Princípio da Legalidade regula a vida dos particulares e, ao
quer dos Municípios. São considerados expressos, pois estão descritos particular, é facultado fazer tudo que a lei não proíbe; é o chamado
expressamente no caput do Art. 37 da Constituição Federal de 1988. princípio da Autonomia da Vontade. Essa regra não deve ser aplicada
Art. 37. A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos à administração pública.
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios Em segundo plano, o Art. 37, caput do texto Constitucional, deter-
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, mina que a Administração Pública somente pode fazer aquilo que a lei
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (Ver CF/88). determina ou autoriza. Assim, em caso de omissão legislativa (falta de
lei), a Administração Pública está proibida de agir.
1.1 Classificação Nesse segundo caso, a lei deve ser entendida em sentido amplo,
Os princípios da Administração Pública são classificados como o que significa que a administração pública deve obedecer aos manda-
princípios explícitos (expressos) e implícitos. mentos constitucionais, às leis formais e materiais (leis complementares,
É importante apontar que não existe relação de subordinação e leis delegadas, leis ordinárias, Medidas Provisórias) e também às normas
de hierarquia entre os princípios expressos e os implícitos; na verdade, infra legais (decretos, resoluções, portarias, entre outros), e não somente
essa relação não existe entre nenhum princípio. a lei em sentido estrito.
Isso quer dizer que, em um aparente conflito entre os princípios,
um não exclui o outro, pois deve o administrador público observar ambos Princípio Para Todos os
ao mesmo tempo, devendo nortear sua decisão na obediência de todos Art. 5º
Particulares
os princípios fundamentais pertinentes ao caso em concreto.
Como exemplo, não pode o administrador público deixar de obser-
Legalidade
var o princípio da legalidade para buscar uma atuação mais eficiente (de
acordo com o Princípio da Eficiência), devendo ele, na colisão entre os dois
princípios, observar a lei e ainda buscar a eficiência conforme os meios Art. 37,
Princípio Para Toda
que lhes seja possível. caput Administração Pública
Os princípios explícitos ou expressos são aqueles que estão des-
critos no caput do Art. 37 da CF. São eles:
1.3 Princípio da Impessoalidade
O Princípio da Impessoalidade determina que todas as ações da
LEGALIDADE administração pública devem ser revestidas de finalidade pública. Além
disso, como segunda vertente, proíbe a promoção pessoal do agente
IMPESSOALIDADE público, como determina o Art. 37, § 1º da CF/88:
Art. 37, § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços
MORALIDADE e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
PUBLICIDADE de autoridades ou servidores públicos (Ver CF/88).
O Princípio da Impessoalidade é tratado sob dois prismas, a saber:
EFICIÊNCIA ї Como determinante da finalidade de toda atuação administra-
tiva (também chamado de princípio da finalidade, conside-
Os princípios implícitos são aqueles que não estão descritos no rado constitucional implícito, inserido no princípio expresso da
caput do Art. 37 da CF. São eles: impessoalidade).
ঠ Supremacia do Interesse Público; ї Como vedação a que o agente público se promova à custa das rea-
ঠ Indisponibilidade do Interesse Público; lizações da administração pública (vedação à promoção pessoal
do administrador público pelos serviços, obras e outras realizações
ঠ Motivação; efetuadas pela administração pública).
ঠ Razoabilidade; É pelo Princípio da Impessoalidade que dizemos que o agente
ঠ Proporcionalidade; público age em imputação à pessoa jurídica a que está ligado, ou seja,
ঠ Autotutela; pelo princípio da impessoalidade as ações do agente público são deter-
minadas como se o próprio Estado estivesse agindo.
ঠ Continuidade dos Serviços Públicos;
ঠ Segurança Jurídica, entre outros.
301
Art. 37, § 8º, CF. A autonomia gerencial, orçamentária e finan- a ordem jurídica confere ao agentes públicos para alcançar os objetivos
ceira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta do Estado. E o uso desses poderes, então, deve ser balizado pelo inte-
poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus resse público, o que impõe restrições legais a sua atuação, garantindo
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação
que a utilização do poder tenha por finalidade o interesse público e não
de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à
lei dispor sobre. o do administrador.
O Princípio da Eficiência orienta a atuação da administração pública Sendo assim, é vedada a renúncia do exercício de competência
de forma que essa busque o melhor custo benefício no exercício de suas pelo agente público, pois a atuação desse não é balizada por sua vontade
atividades, ou seja, os serviços públicos devem ser prestados com adequação pessoal, mas, sim, pelo interesse público, também chamado de interesse
às necessidades da sociedade que o custeia. da lei. Os poderes conferidos aos agentes públicos têm a finalidade de
auxiliá-los a atingir tal interesse. Com base nessa regra, concluímos
A atuação da Administração Pública tem que ser eficiente, o que
que esses agentes não podem dispor do interesse público, por não ser
acarreta ao agente público o dever de agir com presteza, esforço, rapi-
o seu proprietário, e sim o povo. Ao agente público cabe a gestão da
dez e rendimento funcional. O seu descumprimento poderá acarretar a
Administração Pública em prol da coletividade.
perda do seu cargo por baixa produtividade apurada em procedimento
da avaliação periódica de desempenho, tanto antes da aquisição da
estabilidade, como também após.
1.9 Princípios da Razoabilidade
e Proporcionalidade
1.7 Princípio da Supremacia do Interesse Os Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade não se
Público sobre o Privado encontram expressos no texto constitucional. Esses são classificados
como princípios gerais do Direito e são aplicáveis a vários ramos da
Esse princípio é também considerado o norteador do Direito
ciência jurídica. São chamados de princípios da proibição de excesso
Administrativo. Ele determina que o Estado, quando trabalhando com
do agente público.
o interesse público, se sobrepõe ao particular. Devemos lembrar que
esse princípio deve ser utilizado pelo administrador público de forma A razoabilidade diz que toda atuação da Administração tem que
razoável e proporcional para que o ato não se transforme em arbitrário seguir a teoria do homem médio, ou seja, as decisões devem ser tomadas
e, consequentemente, ilegal. segundo o critério da maioria das pessoas “racionais”, sem exageros
ou deturpações.
É o fundamento das prerrogativas do Estado, ou seja, da relação
jurídica desigual ou vertical entre o Estado e o particular. A exemplo, temos Razoabilidade: adequação entre meios e fins. O Princípio da Pro-
o poder de império do Estado (também chamado de poder extroverso), porcionalidade diz que o agente público deve ser proporcional no uso
que se manifesta por meio da imposição da lei ao administrado, admitindo da força para o cumprimento do bem público, ou seja, nas aplicações
até o uso da força coercitiva para o cumprimento da norma. Assim sendo, de penalidades pela Administração deve ser levada em conta sempre a
a administração pública pode criar obrigações, restringir ou condicionar os gravidade da falta cometida.
direitos dos administrados. Proporcionalidade: vedação de imposição de obrigações, res-
Limitações: trições e sanções em medida superior àquela estritamente necessária
ao interesse público.
ঠ Respeito aos demais princípios;
Podemos dar como exemplo a atuação de um fiscal sanitário, que
ঠ Não está presente diretamente nos atos de gestão (Atos de esteja vistoriando dois estabelecimentos e, em um deles, encontre um quilo
gestão são praticados pela administração na qualidade de de carne estragada e, no outro, encontre uma tonelada.
gestora de seus bens e serviços, sem exercício de supremacia Na aplicação da penalidade, deve ser respeitada tanto a razoa-
sobre os particulares, assemelhando-se aos atos praticados bilidade quanto a proporcionalidade, ou seja, aplica-se, no primeiro,
pelas pessoas privadas. São exemplos de atos de gestão a uma penalidade pequena, uma multa, por exemplo, e, no segundo, uma
alienação ou a aquisição de bens pela administração pública, penalidade grande, suspensão de 90 dias.
o aluguel a um particular de um imóvel de propriedade de Veja que o administrador não pode fazer menos ou mais do que
uma autarquia, entre outros). a lei determina, isso em obediência ao Princípio da Legalidade, senão
Exemplos de Incidência: cometerá abuso de poder.
ঠ Intervenção na propriedade privada;
ঠ Exercício do poder de polícia, limitando ou condicionando o
1.10 Princípio da Autotutela
exercício de direito em prol do interesse público; O Princípio da Autotutela propicia o controle da Administração
Pública sob seus próprios atos em dois pontos específicos:
ঠ Presunção de legitimidade dos atos administrativos. De legalidade: em que a Administração pode controlar seus pró-
prios atos quando eivados de vício de ilegalidade, sendo provocado ou
1.8 Princípio da Indisponibilidade de ofício.
do Interesse Público De mérito: a Administração Pública pode revogar seus atos por
Conforme dito anteriormente, o princípio da indisponibilidade do conveniência e oportunidade.
interesse público juntamente com o da supremacia do interesse público, Súmula 473 do STF. A Administração pode anular seus próprios
formam os pilares do regime jurídico administrativo. atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
Esse princípio é o fundamento das restrições do Estado. Assim deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de con-
veniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
sendo, apesar de o Princípio da Supremacia do Interesse Público prever
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
prerrogativas especiais para a Administração Pública em determinadas
relações jurídicas com o administrado, tais poderes são ferramentas que
303
Questões Gabaritos
04. (CESPE) Podemos afirmar que o princípio da eficiência foi um dos prin-
cípios originais da Constituição, ou seja, foi inserido em 1988, com a
promulgação da Constituição.
Certo ( ) Errado ( )
No que se refere aos poderes administrativos e aos princípios que regem
a Administração Pública, julgue os itens subsequentes.
05. (CESPE) O princípio da moralidade administrativa tem existência
autônoma no ordenamento jurídico nacional e deve ser observado não
somente pelo administrador público, como também pelo particular que
se relaciona com a Administração Pública.
Certo ( ) Errado ( )
GEOPOLÍTICA
SUMÁRIO
1. BRASIL POLÍTICO: NAÇÃO E [...] A União das duas coroas foi realizada em 1580. A Espanha não
tem inveja da presença portuguesa no Brasil e tolera bem o contrabando
TERRITÓRIO que se exerce pela Prata em benefício dos portugueses. A ocupação do
Em conjunto, o Brasil se apresenta em compacta massa territorial, Recife pelos holandeses desagrada Madrid, mas não ameaça os eixos
limitada a leste por uma linha costeira extremamente regular, sem sinuo- vitais da construção imperial - lembra apenas que seria loucura abrir ainda
sidades acentuadas nem endentações e, por isso, em geral, desfavorável mais o continente para o Sul, por Buenos Aires. Em 1625, os espanhóis
à aproximação humana e à utilização nas comunicações marítimas; e a enviam uma frota para libertar Salvador, depois deixam os portugueses
oeste, por territórios agrestes, de penetração e ocupação difíceis (e por praticamente sós face à empresa holandesa.
isso, até hoje ainda, muito pouco habitado), estendidos ao longo das CLAVAL, Paul. A Construção do Brasil: uma grande potência em emergência. Lisboa:
fraldas da Cordilheira dos Andes, e barrando assim as ligações com o litoral Piaget, 2010 .
Pacífico do continente. O Brasil, embora ocupe longitudinalmente a maior
A fundação da Vila de São Vicente no litoral Paulista, em 1532,
parte do território sul-americano, volta-se inteiramente para o Atlântico.
assinalou o início da colonização dos domínios portugueses na América,
Caio Prado Júnior. História Econômica do Brasil. Ed. Brasiliense, 2008.
com a distribuição das primeiras sesmarias, inspiradas na legislação
O processo de formação do território brasileiro, lento e irregular, fundiária portuguesa do século XIV.
é fruto de uma longa história de encontros de povos que aqui viviam e
No território colonial, os sesmeiros eram homens da pequena
de outros que vieram a ocupá-lo ao longo dos anos. O Brasil foi assim
nobreza, militares ou navegantes, que recebiam as suas glebas como
uma construção, na qual os colonizadores portugueses se apropria-
recompensa por serviços prestados à Coroa. Ao tomarem posse das
ram de certas áreas, geralmente expulsando, às vezes escravizando, ou
terras, ficavam obrigados apenas a fazê-las produzir em alguns anos
exterminando os índios que as ocupavam, e com o tempo expandiram
(em geral cinco) e pagar o dízimo à Ordem de Cristo.
o seu território e criaram neste novo mundo uma sociedade diferente,
que um dia se tornou um Estado-Nação “independente”. A extensão das sesmarias brasileiras girava em torno de 10 mil a
A gênese do Estado brasileiro encontra-se na colonização portu- 13 mil hectares. Assim, as sesmarias foram o embrião do modelo con-
guesa da América. A expansão oficial, realizada por expedições militares centrador que ainda hoje permanece na estrutura agrária brasileira.
a serviço de Portugal (desde o final do século XVI e, principalmente, Entre 1534-1536, a Coroa Portuguesa implantou o sistema polí-
no século XVII), foi responsável pela conquista de uma vasta porção tico-administrativo das capitanias hereditárias. O território foi dividido
do atual território brasileiro. Entretanto, o território não é apenas uma em capitanias, lotes doados a quem tivesse capital para colonizá-los.
continuação da América Portuguesa: a delimitação das fronteiras atuais, Os detentores desses lotes, transmitidos de pai para filho, eram os capi-
concluída apenas no início do século XX, envolveu diversos conflitos, tães-donatários. Esse regime fragmentou a América Portuguesa em
negociações econômicas e acordos diplomáticos. Nos primeiros séculos unidades autônomas e desarticuladas entre si.
de colonização, a ocupação portuguesa limitou-se ao litoral. A econo-
ANTIGO MAPA DAS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
mia voltava-se para o mercado externo, com a produção de açúcar nas
áreas próximas ao litoral. No interior, a presença europeia praticamente
limitava-se à vila de São Paulo e a um punhado de núcleos vizinhos.
Inicialmente, os portugueses ampliaram suas terras incorporando áreas
de domínio espanhol, ainda no período colonial. Diversos fatores con-
tribuíram para o processo expansionista, que acabou por ultrapassar
a linha de Tordesilhas.
GEOPOLÍTICA 314
BRASIL POLÍTICO: NAÇÃO E TERRITÓRIO
Em 2014, Jorge Cintra, do Instituto Histórico e Geográfico de São ÁREA INCORPORADA PELO TRATADO DE MADRI
Paulo, divulgou um novo mapa das capitanias hereditárias, baseando-se
em novas pesquisas que mostraram que os mapas anteriores das capi-
tanias foram elaborados com base nos paralelos e não nos meridianos,
o que muda a disposição das capitanias do extremo-norte da América
Portuguesa.
NOVO MAPA DAS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
315
1.4 O Período Republicano
Desde a proclamação da República, em 1889, as províncias foram
transformadas em estados. A Constituição Republicana de 1891 orga-
nizou o país como Estado federal. Com isso, os estados, unidades da
Federação, ganharam autonomia.
Ao longo da República, as mudanças nos limites político-adminis-
trativos das unidades da federação decorreram dos processos de criação
de territórios federais e de desmembramentos de estados.
O Acre foi o primeiro território federal, criado em 1903. A política
externa do início do período republicano foi marcada pela figura do
Barão do Rio Branco, responsável pela delimitação de quase um terço
da extensão das fronteiras terrestres. O principal feito do Barão do Rio
Branco foi a solução para a Questão do Acre. Após inúmeras revoltas
Duque de Caxias e o ditador paraguaio Francisco Solano Lopes de seringueiros contra a empresa Bolivian Syndicate, um cartel estadu-
A geração daqueles que lutaram na guerra, quer nos países alia- nidense, Rio Branco iniciou negociações que culminaram na assinatura
dos, quer no Paraguai, não registrava de forma positiva o papel histó- do Tratado de Petrópolis no ano de 1903.
rico de Solano López. Havia certeza da sua responsabilidade, quer no
desencadear da guerra, ao invadir o Mato Grosso, quer na destruição de
seu país, pelos erros na condução das operações militares e na decisão
de sacrificar os paraguaios, mesmo quando caracterizada a derrota,
em lugar de pôr fim ao conflito. Dessa geração nasceu a historiografia
tradicional sobre a guerra, que simplificou a explicação do conflito ao
ater-se às características pessoais de Solano López, classificado como
ambicioso, tirânico e, mesmo, quase desequilibrado.
DORATIOTO, Francisco. Maldita Guerra: Nova História Da Guerra Do Paraguai.
GEOPOLÍTICA 316
BRASIL POLÍTICO: NAÇÃO E TERRITÓRIO
FRONTEIRAS ATUAIS 1.7 Equidistância
O Brasil é considerado um país equidistante, pois as distâncias
entre o norte/sul (4.394,7km) e leste/oeste (4.319,4km) são prati-
camente as mesmas.
317
A Floresta Amazônica é a floresta tropical de maior extensão 09. A linha divisória entre Portugal e Espanha estabelecida pelo Tratado de
remanescente no mundo, com cerca de 5,5 milhões de km2, dos quais Tordesilhas não abrangia o Pacífico, mas apenas o Atlântico.
algo em torno de 60% encontram-se em território brasileiro. Certo ( ) Errado ( )
Originalmente, a Mata Atlântica recobria extensa faixa do litoral, 10. As capitanias hereditárias foram concedidas a militares portugueses,
do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. No Nordeste, a devasta- que recebiam as doações como reconhecimento por serviços prestados
ção foi tão acentuada, desde a colonização, que praticamente só res- à Coroa, bem como para reforçar a defesa do território colonial e facilitar
tou o nome Zona da Mata, onde ainda hoje se concentra o plantio de a sua exploração.
cana-de-açúcar. Certo ( ) Errado ( )
Na defesa das florestas e do meio ambiente, em geral, setores da
sociedade se mobilizam, muitas vezes em organizações não governa-
mentais (ONGs), para pressionar o poder público para que este também Gabaritos
assuma a responsabilidade da preservação.
Tendo as informações acima como referência inicial e considerando aspec-
tos relevantes da geografia brasileira, julgue os itens 03 e 04 01 ERRADO 06 ERRADO
GEOPOLÍTICA 318
LÍNGUA INGLESA
NUMBERS, DEFINITE ARTICLES, PRONOUNS, INDEFINITE ARTICLES
369
ї Antes de possessive adjectives: ATENÇÃO
His car is over there.
ї O elemento neutro representa vocábulos sem gênero na Língua
ї Antes de nomes de profissões (se o nome do profissional for
Inglesa, tais como: objetos, animais, fenômenos da natureza.
citado):
ї A 2ª pessoa, tanto do singular quanto do plural, possui a mesma
Judge Louis will talk to you later.
forma. Sendo assim, dependemos do contexto para identificá-la.
ї Antes de palavras que se referem a idiomas, desde que não sejam
ї A 3ª pessoa do plural é a mesma para o gênero masculino, femi-
seguidas do termo “language”:
nino ou ainda para os elementos neutros.
Portuguese is interesting.
Agora veremos o uso dos pronomes pessoais em frases. Os verbos
Indefinite articles (ações) estão sublinhados para que ajudem a identificar a posição do pronome,
seja antes (subject pronouns) ou depois (object pronouns).
Os artigos indefinidos em Língua Inglesa na forma do singular
são dois: a e an. Ambos só podem ser empregados com substantivos I live in New York.
contáveis. He bought a gift for you.
A é usado antes de palavras que iniciam com som de consoante They didn’t like it.
e AN antes das que iniciam com som de vogal. He saw her yesterday.
She has a doll. Boys, you don’t have to wake up early tomorrow.
Look! That’s an apple tree!
Attention!
Existem casos em que a pronúncia determina o uso de artigos
indefinidos. Observe as seguintes regras:
A
ї Antes de palavras que iniciam com H aspirado:
a house, a horse, a homerun
ї Antes de palavras que começam com os sons de eu, ew e u:
a European trip, a unicorn, a useful skill.
AN
ї Antes de palavras que iniciam com H não pronunciado (mudo):
an hour, an heir, an honest man.
1.4 Pronouns
São palavras que acompanham os substantivos, podendo subs-
tituí-los (direta ou indiretamente), retomá-los ou se referir a eles. Os
pronomes são divididos em várias categorias. Neste módulo falaremos
dos pronomes pessoais:
Personal pronouns
Os pronomes pessoais (personal pronouns) são termos utilizados
para substituir nomes completos ou substantivos em frases. Eles são
divididos de acordo com quatro classificações:
ї Quanto ao número: singular ou plural;
ї Quanto à pessoa: primeira, segunda ou terceira;
ї Quanto ao gênero: masculino, feminino ou neutro;
ї Quanto à função que cumprem nas sentenças: sujeito ou objeto.
Vejamos quais são os pronomes pessoais de acordo com as clas-
sificações a seguir:
391
LÍNGUA PORTUGUESA 411
DIREITO
ADMINISTRATIVO
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO 1.2 Conceito de Direito Administrativo
ADMINISTRATIVO Vários são os conceitos que podem ser encontrados na doutrina
Neste capítulo, vamos conhecer algumas características do Direito para o Direito Administrativo. Descreveremos dois deles trazidos pela
Administrativo, seu conceito, sua finalidade, seu regime jurídico peculiar doutrina contemporânea e citados a seguir:
que orienta toda a sua atividade administrativa, seja ela exercida pelo O Direito Administrativo é o ramo do direito público que tem por
próprio Estado-administrador, ou por particular. Para entendermos melhor objeto órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que inte-
tudo isso, é preciso dar início ao nosso estudo pela compreensão adequada gram a Administração Pública. A atividade jurídica não contenciosa
do papel do Direito na vida social. que exerce e os bens que se utiliza para a consecução de seus fins de
O Direito é um conjunto de normas (regras e princípios) impostas natureza pública1.
coativamente pelo Estado que regularão a vida em sociedade, possibi- O Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princípios
litando a coexistência pacífica das pessoas. jurídicos que regem órgãos, agentes e atividades públicas que tendem a
realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado2.
1.1 Ramos do Direito 1.3 Objeto do Direito Administrativo
O Direito é historicamente dividido em dois grandes ramos: o Os conceitos de Direito Administrativo foram desenvolvidos de
Direito Público e o Direito Privado. Em relação ao Direito Privado, vale forma que se desdobram em uma sequência natural de tópicos que
o princípio da igualdade (isonomia) entre as partes; aqui não há que se devem ser estudados ponto a ponto para que a matéria seja correta-
falar em superioridade de uma parte sobre a outra. Por esse motivo, mente entendida.
dizemos que estamos em uma relação jurídica horizontal ou uma hori-
Por meio desses conceitos, podemos constatar que o objeto
zontalidade nas relações jurídicas.
do Direito Administrativo são as relações da administração pública,
O Direito Privado é regulado pelo princípio da autonomia da von- sejam elas de natureza interna entre as entidades que a compõe, seus
tade, o que traduz a regra a qual diz que o particular pode fazer tudo órgãos e agentes, ou de natureza externa entre a administração e os
que não é proibido (Art. 5º, II, da Constituição Federal). administrados.
No Direito Público, temos o Estado em um dos polos, represen- Além de ter por objeto a atuação da administração pública, também
tando os interesses da coletividade, e um particular desempenhando é foco do Direito Administrativo o desempenho das atividades públicas
seus próprios interesses. Sendo assim, o Estado é tratado com supe- quando exercidas por algum particular, como no caso das concessões,
rioridade ante ao particular, pois o Estado é o procurador da vontade permissões e autorizações de serviços públicos.
da coletividade e, representada pelo próprio Estado, deve ser tratada
Resumidamente, podemos dizer que o Direito Administrativo tem
de forma prevalente ante a vontade do particular.
por objeto a administração pública e também as atividades administra-
O fundamento dessa relação jurídica vertical é encontrado no tivas, independentemente de quem as exerçam.
Princípio da Supremacia do Interesse Público, que estudaremos com
mais detalhes no tópico referente aos princípios. Mas já podemos adian- 1.4 Fontes do Direito Administrativo
tar que, como o próprio nome o interesse público é supremo. Desse
É o lugar de onde provém algo, no nosso caso, no qual emanam
modo, são disponibilizadas ao Estado prerrogativas especiais para que
as regras do Direito Administrativo. Esse não está codificado em um
possa atingir os seus objetivos. Essas prerrogativas são os poderes da único livro. Dessa forma, para o estudarmos de maneira completa, temos
administração pública. que recorrer às fontes, ou seja, a institutos esparsos. Por esse motivo,
Esquema da Divisão do Direito dizemos que o Direito Administrativo está tipificado (escrito), mas não
está codificado em um único instituto.
Lei: fonte principal do Direito Administrativo. A lei deve ser com-
Direito
preendida em seu sentido amplo, o que inclui a Constituição Federal,
Administrativo
as normas supra legais, as leis e também os atos normativos da própria
Público Desigualdade administração pública. Temos como exemplo os Arts. 37 ao 41 da Consti-
- Supremacia do Interesse
tuição Federal, a Lei nº 8.666/93, a Lei nº 8.112/90, a Lei de Improbidade
Público / Prerrogativas
Estado de Direito Público; Administrativa (Lei nº 8.429/92), Processo Administrativo Federal (Lei
Divisão do - Indisponibilidade do nº 9.784/99), etc.
direito Interesse Público / Deve- Jurisprudência: gênero que se divide entre jurisprudência e dou-
res da Administração;
Indivíduo - Verticalidade nas
trina. Jurisprudência são decisões quais são editadas pelos tribunais
relações jurídicas. e não possuem efeito vinculante; são resumos numerados que servem
Privado
de fonte de pesquisa do direito materializados em livros, artigos e
Igualdade pareceres.
Isonomia Doutrina tem a finalidade de tentar sistematizar e melhor expli-
Indivíduo Indivíduo car o conteúdo das normas de Direito Administrativo; doutrina pode ser
utilizada como critério de interpretação de normas, bem como auxiliar a
Horizontalidade nas Relações Jurídicas produção normativa.
Costumes: conjunto de regras não escritas, porém, observadas Via administrativa de curso forçado
de maneira uniforme, as quais suprem a omissão legislativa acerca de São situações em que o particular é obrigado a seguir todas
regras internas da Administração Pública. as vias administrativas até o fim, antes de socorrer ao poder judi-
Segundo o doutrinador do Direito Administrativo, Hely Lopes Mei- ciário. Isso é exceção, pois a regra é que, ao particular, é facul-
relles, em razão da deficiência da legislação, a prática administrativa vem tado socorrer ao poder judiciário, por força do Art. 5º, XXXV, da
suprindo o texto escrito e, sedimentada na consciência dos administradores e Constituição Federal.
administrados, a praxe burocrática passa a saciar a lei e atuar como elemento XXXV. A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
informativo da doutrina. ou ameaça a direito.
Lei e Súmulas Vinculantes são consideradas fontes principais do Exemplos de via administrativa de curso forçado:
Direito Administrativo. Jurisprudência, súmulas, doutrina e costumes Aqui, o indivíduo deve esgotar as esferas administrativas obriga-
são considerados fontes secundárias. toriamente antes de ingressar com ação no poder judiciário.
Justiça Desportiva: só são admitidas pelo poder judiciário ações
Principais Fontes relativas à disciplina e as competições desportivas depois de esgotadas
as instâncias da Justiça Desportiva. Art. 217, § 1º, CF.
Ato Administrativo ou a Omissão da Administração Pública que
contrarie Súmula Vinculante: só pode ser alvo de reclamação ao STF
Lei Súmulas Vinculantes depois de esgotadas as vias administrativas. Lei nº 11.417/2006, Art.
7º, §1º.
Habeas Data: é indispensável para caracterizar o interesse de
agir no Habeas Data a prova anterior do indeferimento do pedido de
Art. 37 ao 41 CF/ 88 informação de dados pessoais ou da omissão em atendê-lo sem que
Lei nº 8.666 /93 se confirme situação prévia de pretensão. STF, HD, 22-DF Min. Celso
Lei nº 8.112 /90 de Mello.
Lei nº 8.429 / 92
Lei nº 9.784 /99
1.6 Regime Jurídico Administrativo
É o conjunto de normas e princípios de direito público que regu-
Fontes lam a atuação da administração pública. Tais regras se fundamentam
Secundárias nos princípios da Supremacia e da Indisponibilidade do Interesse Público,
conforme estudaremos adiante.
O Princípio da Supremacia do Interesse Público é o fundamento
Jurisprudência Doutrina Súmulas dos poderes da Administração Pública, afinal de contas, qualquer pessoa
que tenha como fim máximo da sua atuação o interesse da coletivi-
dade, somente conseguirá atingir esses objetivos se dotadas de poderes
1.5 Sistemas Administrativos especiais.
É o regime que o Estado adota para o controle dos atos administrati- D
O Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público é o funda- A
vos ilegais praticados pelo poder público nas diversas esferas e em todos os D
poderes. Existem dois sistemas que são globalmente utilizados. mento dos deveres da Administração Pública, pois essa tem o dever de
nunca abandonar o interesse público e de usar os seus poderes com a M
O Sistema Francês (do contencioso administrativo), não utilizado
finalidade de satisfazê-lo.
no Brasil, determina que as lides administrativas podem transitar em
julgado, ou seja, as decisões administrativas têm força de definibilidade. Desses dois princípios decorrem todos os outros princípios e
Nesse sentido, falamos em dualidade de jurisdição, já que existem tri- regras que se desdobram no regime jurídico administrativo.
bunais administrativos e judiciais, cada qual com suas competências.
O Sistema Inglês, também chamado de jurisdicional único ou
1.7 Noções de Estado
unicidade da jurisdição, é o sistema que atribui somente ao poder judi- Conceito de estado
ciário a capacidade de tomar decisões sobre a legalidade administrativa Estado é a pessoa jurídica territorial soberana.
com caráter de coisa julgada ou definitividade.
Pessoa: capacidade para contrair direitos e obrigações.
O Direito Administra-
Jurídica: é constituída por meio de uma formalidade documental
tivo, no nosso sistema, não
pode fazer coisa julgada e e não por uma mulher, tal como a pessoa física.
todas as decisões administra- Territorial soberana: quer dizer que, dentro do território do Estado,
tivas podem ser revistas pelo esse detém a soberania, ou seja, sua vontade prevalece ante a das demais
A Constituição Federal de
poder judiciário, pois somente pessoas (sejam elas físicas ou jurídicas). Podemos definir soberania da
1988 adotou o sistema seguinte forma: soberania é a independência na ordem internacional (lá
ele pode dar resolução em
caráter definitivo. Ou seja, Inglês ou, o do não conten- fora ninguém manda no Estado) e supremacia na ordem interna (aqui
não cabem mais recursos, por cioso administrativo. dentro quem manda é o Estado).
isso, falamos em trânsito em
Elementos do estado
julgado das decisões judiciais
e nunca das decisões administrativas. Território: é a base fixa do Estado (solo, subsolo, mar, espaço
aéreo).
Povo: é o componente humano do Estado.
413
Governo Soberano: é o responsável pela condução do Estado. De acordo com ele, a administração é uma atividade neutra, nor-
Por ser tal governo soberano, ele não se submete a nenhuma vontade malmente vinculada à lei ou à norma técnica, e exercida mediante conduta
externa, pois, relembrando, lá fora o Estado é independente e aqui hierarquizada.
dentro sua vontade é suprema, afinal, a vontade do Estado é a vontade Não podemos confundir Governo com Administração Pública,
do povo. pois governo se encarrega de definir os objetivos do Estado e definir
Formas de estado as políticas para o alcance desses objetivos; a Administração Pública se
encarrega simplesmente em atingir os objetivos traçados pelo governo.
Temos duas formas de Estado:
O governo atua mediante atos de soberania ou, pelo menos, de
Estado Unitário: é caracterizado pela centralização política; não
autonomia política na condução dos negócios públicos. A Administra-
existe divisão em estados membros ou municípios, há somente uma
ção é atividade neutra, normalmente vinculada à lei ou à norma téc-
esfera política central que emana sua vontade para todo o país. É o
nica. Governo é conduta independente, enquanto a Administração é
caso do Uruguai.
hierarquizada.
Estado Federado: caracteriza-se pela descentralização política;
O Governo deve comandar com responsabilidade constitucional e
existem diferentes entidades políticas autônomas que são distribuídas
política, mas sem responsabilidade técnica e legal pela execução. A admi-
regionalmente e cada uma exerce o poder político dentro de sua área
nistração age sem responsabilidade política, mas com responsabilidade
de competência. É o caso do Brasil.
técnica e legal pela execução dos serviços públicos.
Poderes do estado
Sistemas de governo
Os poderes do Estado estão previstos no texto Constitucional.
Sistema de governo se refere ao grau de dependência entre o
Art. 2º. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre
si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. poder legislativo e executivo.
Os poderes podem exercer as funções para que foram investidos pela
Parlamentarismo
Constituição Federal (funções típicas) ou executar cargos diversas das suas
competências constitucionais (funções atípicas). Por esse motivo, não há É caracterizado por uma grande relação de dependência entre o
uma divisão absoluta entre os poderes, e sim relativa, pois o poder Executivo poder legislativo e o executivo.
pode executar suas funções típicas (administrar) e pode também iniciar o A chefia do Estado e a do Governo são desempenhadas por pes-
processo legislativo em alguns casos (pedido de vagas para novos cargos). soas distintas.
Além disso, é possível até mesmo legislar no caso de medidas provisórias Chefe de Estado: responsável pelas relações internacionais.
com força de lei. Chefe de Governo: responsável pelas relações internas, o chefe
de governo é o da Administração pública.
Poderes Funções Típicas Funções Atípicas
Presidencialismo
Criar Leis Administrar
Legislativo É caracterizado por não existir dependência, ou quase nenhuma,
Fiscalizar (Tribunal de Contas) Julgar Conflitos
entre o Poder Legislativo e o Executivo.
Criar Leis
Executivo Administrar
Julgar Conflitos
A chefia do Estado e a do Governo são representadas pela mesma
pessoa.
Administrar O Brasil adota o presidencialismo.
Judiciário Julgar Conflitos
Criar Leis
É importante notar que a atividade administrativa está presente
Formas de governo
nos três poderes, por isso, o Direito Administrativo, por ser um dos ramos Conforme Hely Meirelles, a forma de governo se refere à relação
do Direito Público, disciplina não somente a atividade administrativa do entre governantes e governados.
Poder Executivo, mas também a do Poder Legislativo e do Judiciário.
Monarquia
1.8 Noções de Governo Hereditariedade: o poder é passado de pai para filho.
O governo é atividade política e discricionária, tendo conduta Vitaliciedade: o detentor do poder fica no cargo até a morte.
independente. Governar está relacionado com a função política do
Ausência de prestação de contas.
Estado, a de comandar, de coordenar, de direcionar e de fixar planos
e diretrizes de atuação do Estado. O governo é o conjunto de Poderes República
e órgãos constitucionais responsáveis pela função política do Estado. Eletividade: o governante precisa ser eleito para chegar ao poder.
O governo está diretamente ligado com as decisões tomadas
Temporalidade: ao chegar ao poder, o governante ficará no cargo
pelo Estado. Exerce a direção suprema e geral, ao fazer uma analogia,
podemos dizer que o governo é o cérebro do Estado. por tempo determinado.
Dever de prestar contas.
Função de governo e função administrativa O Brasil adota a república como forma de governo.
É comum aparecer em provas de concursos públicos questões que
confundem as ideias de governo e de administração pública. Para evitar
esse erro, analisaremos as diferenças entre as expressões:
Segundo o jurista brasileiro, Hely Lopes Meirelles, o governo é uma
atividade política e discricionária e tem conduta independente.
DIREITO
CONSTITUCIONAL
SUMÁRIO
1. TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO ঠ consagrar um sistema de garantias da liberdade (mecanismos
Neste capítulo, trataremos da teoria geral da Constituição, de defesa do cidadão contra arbítrios estatais);
especificamente suas origens, seu conceito e sua classificação. Além ঠ conter o princípio da divisão de poderes, permitindo o
disso, veremos a classificação das normas constitucionais quanto à controle sistêmico do Estado por si mesmo;
sua eficácia; discutiremos o poder constituinte, e também as emendas
ঠ ser escrita.
constitucionais.
Classificação das constituições
1.1 Conceito de Constituição e Princípio As constituições podem ser classificadas por diversos critérios.
da Supremacia da Constituição Vejamos os principais deles:
Costuma-se dizer que a origem das Constituições seria a cha-
mada “Magna Charta Libertatum”, ou simplesmente “Magna Carta”, Quanto ao conteúdo
que foi assinada em 1215, pelo Rei João Sem Terra da Inglaterra, na Na verdade, não se trata de um critério de classificação de cons-
qual o mesmo aceitava limitações impostas à sua autoridade por parte tituições, mas sim de normas constitucionais.
dos nobres locais. Por ele, as normas constitucionais podem ser agrupadas em dois
Esse documento é considerado como um embrião das consti- grupos: constituição material e constituição formal.
tuições atuais porque, pela primeira vez, entendia-se que até o mesmo Constituição material: conjunto de regras substancialmente
próprio rei teria que se submeter a um documento jurídico. constitucionais, ou seja, são aquelas normas que tratam de assuntos
No entanto, embora se considere que essa seria a origem remota propriamente constitucionais, como organização do Estado, direitos
das constituições, o constitucionalismo, como ramo do Direito, surgiu fundamentais etc.
juntamente com as constituições escritas e rígidas, sendo que as primei- Constituição formal: o conjunto de todas as regras constantes
ras foram a dos Estados Unidos da América, em 1787, após a indepen- da constituição escrita, consubstanciada em um documento solene,
dência das 13 colônias inglesas, e a da França, em 1791, após a Revolução mesmo que algumas dessas regras tratem de matéria não propriamente
Francesa de 1789. constitucional. Ou seja, é tudo o que consta em uma constituição.
Essas duas constituições apresentavam dois traços marcantes: Existem normas que são formalmente constitucionais, porém
organização do Estado e limitação do poder estatal, por meio da pre- materialmente não o são, porque tratam de assunto que poderia muito
visão de direitos e garantias fundamentais. bem não estar da Constituição. Exemplo disso é a disposição constante
Mas, o que vem a ser uma constituição? no Art. 242, § 2º:
A palavra constituição tem o significado de estrutura, formação, § 2º. O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro,
organização. será mantido na órbita federal.
Pode ser definida como a lei fundamental e suprema de um Estado, Quanto à forma
que contém normas referentes à estruturação do Estado, forma de governo
Quanto à sua forma, as constituições dividem-se em escritas e
e aquisição do poder, direitos e garantias dos cidadãos.
costumeiras.
Ou seja, a Constituição vai definir, em normas gerais, o funciona-
As escritas, conforme o próprio nome indica, caracterizam-se por
mento do Estado, bem como os direitos fundamentais de seus cidadãos.
se encontrarem consubstanciadas em textos legais formais. A maioria
É o principal documento jurídico de uma nação e todas as leis dos países ocidentais adota essa forma.
lhe devem obediência, sendo que aquelas que contradisseram a Cons-
Ex.: constituições brasileira, americana, francesa, alemã, portu-
tituição serão consideradas como aberrações jurídicas, e não devem
guesa etc.).
produzir efeitos.
Já as constituições costumeiras são aquelas que não estão codifica-
Essa ideia de superioridade da Constituição em relação às leis é o
das somente em textos legais formais, mas são formadas pelos costumes
que se chama de “Princípio da Supremacia da Constituição”.
e decisões dos tribunais (a chamada jurisprudência) e em textos consti-
Para garantir tal supremacia, o Poder Judiciário utiliza-se do tucionais esparsos. Seu maior exemplo é o da Constituição Inglesa, pois
chamado mecanismo de controle de constitucionalidade, afastando do aquele país não possui um documento intitulado “Constituição”, sendo as
ordenamento jurídico aquelas normas consideradas inconstitucionais. normas organizadoras do Estado Inglês formadas ao longo de um extenso
Conceito ideal de constituição período de tempo.
Durante o século XIX, tendo em vista o surgimento de movimen- Quanto ao modo de elaboração
tos liberais em praticamente toda a Europa, exigindo que os respectivos
Quanto a esse critério, podem as constituições ser dogmáticas
monarcas de cada país aceitassem submeter-se a uma Constituição,
ou históricas.
surgiram muitos textos com esse nome, mas que, na prática, serviam
para legitimar o poder real. Na verdade, essa classificação está muito ligada à classificação
quanto à forma da constituição. As dogmáticas são sempre escritas e são
Ou seja, funcionavam como “falsas constituições” para reforçar
elaboradas por um órgão constituinte em um momento preciso e deter-
a autoridade dos reis.
minado, produzindo um documento que pode ser datado e que refletirá
Para combater isso, os constitucionalistas criaram o que ficou as ideias predominantes na sociedade em um determinado momento.
conhecido como “conceito ideal de Constituição”.
Toda constituição escrita é dogmática e vice-versa.
Segundo ele, uma constituição, para que possa ser de fato con-
Já as históricas, que estão associadas às constituições costu-
siderada como tal, deve:
meiras, têm sua formação dispersa no tempo, sendo consolidadas por
meio de um lento processo histórico, não havendo um momento em
que se possa dizer: “eis a nossa Constituição pronta!”, estando em um São chamadas de sintéticas por serem resumidas e tratarem
processo de contínua formação e alteração, uma vez que não estão somente dos assuntos materialmente constitucionais.
consubstanciadas em um único documento. As constituições mais recentes tendem a ser analíticas.
Uma vez mais, quem nos fornece o exemplo é a Constituição Exemplo de constituição analítica é a nossa atual e exemplo de
Inglesa. constituição sintética é a norte-americana.
447
por meio de constituições estaduais, respeitando as regras contidas na Restrições às emendas constitucionais
Constituição Federal. As restrições às emendas constitucionais podem ser de dois tipos:
Assim, no Brasil, por exemplo, cada Estado possui a sua própria materiais (também chamadas de cláusulas pétreas), temporais e formais.
Constituição, e os Municípios podem elaborar suas Leis Orgânicas.
Restrições materiais
1.3 Classificação das Normas Constitucionais Têm esse nome porque são restrições de conteúdo (matéria).
Ou seja, a Constituição proíbe a aprovação de emendas que tratem de
quanto à sua Eficácia determinadas matérias.
As normas constitucionais podem ser classificadas de acordo
Essas matérias que não podem ser objeto de emendas estão
com sua aplicabilidade, ou seja, de acordo com sua capacidade de pro-
previstas no Art. 60, § 4º, e são chamadas pela doutrina de cláusulas
duzirem efeitos.
pétreas.
A classificação tradicional é do jurista José Afonso da Silva, que
Vejamos o texto deste dispositivo:
divide as normas constitucionais em três categorias: normas de eficácia
Art. 60 (...)
plena, de eficácia contida e de eficácia limitada.
§ 4º. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda ten-
ঠ Normas de eficácia plena: são aquelas que, desde a dente a abolir:
entrada em vigor da Constituição, produzem ou podem I. A forma federativa de Estado;
produzir todos os seus efeitos essenciais, nos termos pro- II. O voto direto, secreto, universal e periódico;
postos pelo constituinte (Ex.: os remédios constitucionais). III. A separação dos Poderes;
ঠ Normas de eficácia contida: são aquelas que, embora IV. Os direitos e garantias individuais.
produzam seus efeitos desde logo, foi deixada margem,
pelo constituinte, de restrição, pelo legislador ordinário,
Teoria da dupla revisão
de seus efeitos. Ex.: Art. 5º, XIII. O constitucionalista português José Gomes Canotilho defendia
ser possível a alteração das cláusulas pétreas, desde que antes fosse
ঠ Normas de eficácia limitada: somente produzem seus alterado o texto constitucional que as defina (teoria da dupla revisão).
efeitos plenamente após a edição de lei ordinária ou com- Ou seja, primeiro altera-se o rol das cláusulas pétreas e depois altera-se
plementar que lhes desenvolva a aplicabilidade. Ou seja, a constituição no particular.
precisam ser regulamentadas. Ex.: Art. 7º, XI. No entanto, a maioria dos doutrinadores brasileiros rejeita esta
Além desses três tipos, podemos citar também as normas tese por ser uma forma de burlar a vontade soberana do Constituinte
programáticas: Originário.
ঠ Normas programáticas: caracterizam-se por expressarem
valores que devem ser respeitados e perseguidos pelo legis- Restrições temporais
lador. Não têm a pretensão de serem de aplicação imediata, O Art. 60, § 1º, estabelece que a Constituição não poderá ser
mas sim de aplicação diferida, paulatina, constituindo um emendada:
norte ao legislador. Por isso, normalmente, trazem conceitos ঠ na vigência de intervenção federal;
vagos e abertos. Um exemplo de norma programática seria ঠ na vigência de estado de defesa;
o Art. 7º, inciso IV, de nossa Constituição Federal, que trata
ঠ na vigência de estado de sítio.
do salário mínimo:
Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de Restrições formais
outros que visem à melhoria de sua condição social:
As restrições formais nada mais são do que os procedimentos
IV. Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado,
capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de necessários para que a emenda constitucional possa ser votada e
sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, aprovada.
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes Pelo fato de a nossa constituição ser rígida, a elaboração de
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada emendas à Constituição exige um processo legislativo mais rígido e
sua vinculação para qualquer fim; dificultoso do que o ordinário.
1.4 Emendas Constitucionais Ou seja, as restrições formais são os requisitos que deverão ser
No exercício do Poder Constituinte Derivado, o Estado pode alte- observados para a aprovação da emenda. Estão ligados à iniciativa para
rar o texto constitucional, respeitados os limites impostos pelo Poder a propositura da emenda, ao rito e ao quórum necessários para sua
Constituinte Originário. aprovação.
Estas alterações se dão por meio das chamadas emendas constitu- Iniciativa
cionais, as quais, uma vez aprovadas, passam a compor o texto original da De acordo com o Art. 60 da CF, a Constituição poderá ser emen-
Magna Carta, em pé de igualdade com as demais normas. dada mediante proposta:
A emenda constitucional é expressamente prevista como espécie I. De um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Depu-
normativa no Art. 59 da Constituição Federal. tados ou do Senado Federal;
No entanto, para sua aprovação, uma proposta de emenda II. Do Presidente da República;
constitucional não pode incidir em alguma das restrições previstas III. De mais da metade das Assembleias Legislativas das uni-
pelo constituinte. dades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela
maioria relativa de seus membros.
Questões
Gabaritos
01 CERTO
02 CERTO
D
C
O
N
449
DIREITO PENAL
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO PENAL E ї Para configurar infração penal, são necessários alguns
pressupostos:
APLICAÇÃO DA LEI PENAL Deve ser uma conduta humana, ou seja, o simples ataque de
1.1 Introdução ao Estudo do Direito Penal um animal não configura crime, porém, caso ele seja instigado por uma
pessoa, passa a ser um mero objeto utilizado na prática da conduta do
A Infração Penal é gênero que se divide em duas espécies: crimes agressor.
(conduta mais gravosa) e contravenções penais (conduta de menor gra-
Deve ser uma ação consciente, possível de ser prevista pelo
vidade). Essa divisão é chamada de dicotômica. A diferença básica incide
agente, quando a conduta do agente se der com imprudência, negligên-
sobre as penas aplicáveis aos infratores: enquanto o crime é punível com
cia ou imperícia. Responderá de forma culposa, entretanto se realmente
pena de reclusão e detenção, as contravenções penais implicam em pri-
houver intenção, ou seja, a conduta do indivíduo é motivada por desejo
são simples e multa, que pode ser aplicada de forma cumulativa ou não.
ou propósito específico, tem-se a conduta dolosa.
Para que a conduta seja definida como crime, tem que estar
Necessita ser voluntária. Por exemplo, caso o agente venha a
tipificada (escrita) em alguma norma penal. Não somente o próprio
agredir alguém por conta de um espasmo muscular, essa conduta é
Código Penal as descreve, mas também as Leis Complementares
tida como involuntária.
Penais ou Leis Especiais, por exemplo: Estatuto do Desarmamento (Lei
nº 10.826/2003), Lei de Tortura (Lei nº 9.455/1997), entre outras. Por ї A infração penal sempre gera um resultado que pode ser:
conseguinte, o Decreto-lei nº 3.688/1941 prevê as Contravenções Penais, ঠ Naturalístico: quando ocorre efetivamente a lesão do um
que também são conhecidas como Crime Anão ou Delito Liliputiano, bem jurídico tutelado. Por exemplo, no crime de homicí-
visto seu reduzido potencial ofensivo. Como essa espécie de infração dio, o resultado naturalístico ocorre com a interrupção da
não é o objetivo do estudo, não convém aprofundar o assunto, basta vida da vítima, pois a conduta modificou o mundo exterior,
apenas ressaltar que Contravenção Penal não admite tentativa. Porém, tanto do de cujus (falecido) como de seus familiares.
no Crime, a modalidade tentada é punível, desde que exista previsão
ঠ Jurídico: ocorre quando a lesão não se consuma. Utili-
legal (Código Penal).
zando o mesmo exemplo acima, ocorreria caso o agressor
Fique Ligado não tivesse êxito na sua conduta. Ele responderia pela
O Direito Penal é chamado de Direito das Condutas Ilícitas tentativa de homicídio, desde que não tivesse causado
lesão corporal. Convém ressaltar que, embora o agente
Reclusão Crime Infração Penal Contravenção Prisão não obtenha êxito no resultado pretendido, o Código
Detenção = (delito) (Divisão Penal = simples Penal sempre irá punir por aquilo que ele queria fazer
Dicotômica) (crime anão) Multa
(elemento subjetivo), contudo, nesse caso, gerou apenas
Não admite um resultado jurídico.
+ Grave - Grave tentativa
Fique Ligado
Conduta humana Todo crime gera um resultado, porém nem todo crime gera um
Consciente Proposital = Dolo
Descuidada = Culpa resultado naturalístico (lesão).
Voluntária
Putativo + P
E
→ Ilícito (antijurídico) – (contrário à lei) N
Lesão Ameaça a Lesão
(Resultado Resultado (Resultado +
Naturalístico) Jurídico)
→ Culpável (culpabilidade)
Fere Bens Jurídicos
Fundamentais Conceito de crime no direito penal brasileiro
ї Fato típico: para ser considerado fato típico, é fundamental que a
conduta esteja tipificada, ou seja, escrita em alguma norma penal.
Não obstante, é necessário que exista:
ঠ Conduta. É a ação do agente, seja ela culposa (descui-
dada) ou dolosa, intencional; comissiva (ação) ou omissiva
(deixar de fazer).
505
ঠ Resultado. Que seja naturalístico (modificação provocada em vigor no momento da prática da infração penal (Anterioridade).
no mundo exterior pela conduta) ou jurídico (quando não Fundamento Constitucional é o art. 5º, XXXIX.
houver resultado jurídico, não há crime). ї Princípio: Nullum crimen, nulla poena sine praevia lege (não há
ঠ Nexo Causal. O elo entre a ação e o resultado, ou seja, crime nem pena sem lei prévia).
se o resultado foi provocado diretamente pela ação do As normas penais incriminadoras não são proibitivas e, sim, des-
agente, há nexo causal. critivas. Por exemplo, o art. 121 diz que matar alguém, no Código Penal,
não é proibitivo, ou seja, não descreve “não matar”. O tipo penal prevê
ঠ Tipicidade. A conduta tem que ser considerada crime,
uma conduta, que, se cometida, possuirá uma sanção (punição).
deve estar tipificada, escrita na norma penal.
ї Ilícito (antijurídico): neste quesito, a ação do agente tem que Não são
ser ilícita, pois nosso ordenamento jurídico prevê legalidade em proibitivas
determinadas situações em que, mesmo sendo antijurídicas, serão Quem pratica um crime não
Normas Penais
permissivas. São as chamadas excludentes de ilicitude ou de anti- age contra a lei, mas de
Incriminadoras
juridicidade, sendo elas: Legítima Defesa, Estado de Necessidade, acordo com ela.
Estrito Cumprimento do Dever Legal ou Exercício Regular de um São
Direito. descritivas
507
A subsidiariedade tácita ocorre quando não há expressa referên- Princípio da alternatividade
cia na lei, mas, se um fato mais grave ocorrer, a norma subsidiária ficará Esse princípio é aplicado nos chamados crimes de ação múltipla
afastada. Isso ocorre, por exemplo, no crime do art. 311 do Código de ou de conteúdo variado. Os penais descrevem várias condutas para
Trânsito Brasileiro (CTB). O artigo expressa a proibição da conduta de um único crime. Tem-se como exemplo o art. 33 da Lei nº 11.343/2006:
trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabri-
de escolas, hospitais, estações de embarques e desembarques de pas- car, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito,
sageiros, logradouros estreitos ou onde houver grande movimentação transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entre-
ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano. gar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente,
Contudo, se o agente estiver conduzindo nessas condições e sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
acabar por atropelar e matar alguém, responderá pelo crime do art.
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de
302 do CTB, que descreve a figura do homicídio culposo na direção de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
veículo automotor. Assim, esse crime – mais grave – afastará aquele
Assim, pode-se afirmar que, se o agente tiver um depósito e
crime de perigo.
vender a droga, não responderá por dois crimes, mas somente por crime
Princípio da consunção único. Isso ocorre porque qualquer ação nuclear do tipo representa o
mesmo crime. Na prática, não há concurso material, respondendo o
Esse princípio pode ocorrer quando um crime “meio” é necessário
agente por uma pena somente.
ou durante a fase normal de preparação para outro crime. Por exemplo,
o crime de lesão corporal fica absorvido pelo crime de homicídio, ou ї Costume NÃO revoga nem altera lei.
mesmo o crime de invasão de domicílio que fica absorvido pelo crime ї Assim, pode-se dizer que há três princípios intrínsecos no art. 1º do
de furto. Código Penal: da Legalidade, da Anterioridade e da Reserva Legal.
Não estamos falando em norma especial ou geral, mas do crime É importante ressaltar que apenas a Lei Ordinária pode versar sobre
mais grave que absorveu o crime menos grave, que simplesmente foi matéria penal, tanto para criá-las quanto para extingui-las.
um meio necessário para a execução da conduta mais gravosa. Não obstante, convém ressaltar os preceitos existentes nos tipos
Ocorre também o princípio da consunção quando, por exemplo, penais. Por exemplo: art. 121, Código Penal, matar alguém. Pena de 6 a
o agente falsifica um documento com o intuito de cometer o crime de 20 anos. O preceito primário seria a conduta do agente − matar alguém
estelionato. Como o crime de falsificação é o meio necessário para o − e o preceito secundário seria a cominação da pena de 6 a 20 anos. Para
crime de estelionato, funcionando como a elementar fraude, fica por ser considerado crime, é fundamental que existam os dois preceitos.
esse absorvido.
Nesse sentido, o STJ editou a Súmula 17, que diz o seguinte:
1.6 Lei Penal no Tempo
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa
Súmula 17
de considerar crime, Cessado em virtude dela a execução e os
Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade efeitos penais da sentença condenatória.
lesiva, é por este absorvido.
Parágrafo único. A Lei posterior, que de qualquer forma modo
Outro ponto importante é quando se trata do assunto de crime favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que deci-
progressivo e progressão criminosa. Pode-se afirmar o seguinte: didos por sentença transitada em julgado.
No crime progressivo, o agente tem um fim específico mais grave,
contudo, necessariamente deve passar por fases anteriores menos graves. Conflito temporal
No final das contas, o crime progressivo é um meio para um fim. Isso ocorre Regra: irretroatividade da lei.
no caso do dolo de matar, em que o agente obrigatoriamente tem que Exceção: retroatividade para beneficiar o réu.
ferir a vítima antes, causando lesões corporais.
Retroatividade da Lei
Aqui tem-se a aplicação do Princípio da Consunção. Por outro
2000 2005 2008
lado, a progressão criminosa ocorre quando o dolo inicial é menos grave
e, no decorrer da conduta, o agente muda sua intenção para uma con- Julgado
duta mais grave (repare que há dois dolos). Lei retroage
Tem-se como exemplo do agente que inicia a conduta com o dolo Lei “A” (mais gravosa) Lei “B” (mais benéfica) Pena 4 a 8 anos
de lesionar e desfere socos na vítima , contudo, no decorrer da ação Pena 6 a 10 anos
(revogada pela Lei “B”) Aplica-se a Lei “B”
muda de intenção lhe desfere golpes de faca, causando o resultado (mais favorável ao réu)
morte.
Veja que há duas intenções, contudo, o Código Penal punirá o Em regra, o Código Penal sempre adota a lei vigente (“A”) no
agente somente pelo crime mais grave. Assim, no caso exemplificado, momento da ação ou omissão do agente. Sendo assim, se um crime
também for cometido nessa época, o agente irá responder pelo fato descrito
se aplica o Princípio da Consunção. no tipo penal. Contudo, por vezes, o processo se estende no tempo,
No entanto, pode ocorrer progressão criminosa com a incidên- e o julgamento do agente demora a acontecer. Nesse lapso temporal,
cia do concurso material, ou seja, aplicação de mais de um crime. Isso caso sobrevenha uma nova Lei (“B”), que torne mais branda a sanção
ocorre, por exemplo, no crime de roubo em que o agente no meio da con- aplicada, esta irá retroagir ao tempo do fato, beneficiando o réu.
duta resolve estuprar a vítima, ou seja, tem-se a progressão criminosa
com dois dolos, em que o agente responderá por dois crimes diversos.
Lei “A” (mais Lei “B” (mais Aplica-se a Lei Data do sequestro Prisão
benéfica) gravosa) Pena 6 a “A” (mesmo Janeiro Dezembro
Pena 4 a 8 anos 10 anos revogada) Protrai no tempo
Lei revogada
Não obstante a regra da irretroatividade, pode ocorrer a chamada
ultratividade de lei mais benéfica. Seria o caso que, no momento da Lei “A” Lei “B” Lei “C” Qual Lei utilizar?
ação, vigorava a Lei “A”, entretanto, no decorrer do processo, entrou 4 a 6 anos 6 a 8 anos 10 a 12 Lei “C”
anos
em vigência nova Lei “B”, revogando a Lei “A”, tornando mais gravosa
a conduta anteriormente praticada pelo agente.
Exemplo: O sequestro é um crime que se protrai no tempo, ou
Sendo assim, no momento do julgamento, ocorrerá a ultratividade
seja, a todo instante ele está se consumando; qualquer que seja
da lei, ou seja, a Lei “A”, mesmo não estando mais em vigor, irá ultra-agir
o momento da prisão , o agente estará em flagrante. Assim, nos
ao momento do julgamento para beneficiar o réu, por ser menos gravosa
casos de crimes permanentes ou continuados, aplica-se a pena
a punição que o agente irá receber.
no momento em que cessar a conduta do agente, ainda que mais
Abolitio criminis (abolição do crime) grave ou mais branda. Independe nessa circunstância a quantifica-
ção da pena, isto é, a lei vigente será considerada no momento que
Retroage cessou a conduta do agente ou a privação de liberdade da vítima,
2005 2007 com a prisão dos acusados.
Lei “B” deixa de
Lei “A”
Pena: 6 a 20 anos
considerar como crime 1.8 Lei Excepcional ou Temporária
o fato descrito na Lei
“A” Art. 3º A Lei excepcional ou temporária, embora decorrido o
Consequências: período de sua duração ou cessada as circunstâncias que a
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
ঠ Tranca e extingue o inquérito policial e a ação penal. Lei Excepcional: utilizada em períodos de anormalidade social.
ঠ Cassa imediatamente a execução de todos os efeitos Exemplo: guerra, calamidades públicas, enchentes, grandes
penais. eventos etc.
ঠ Não alcança os efeitos civis da condenação. Lei Temporária: período previamente fixado pelo legislador.
Em relação à Abolitio Criminis, ocorre o seguinte fato: quando Exemplo: lei que configura o crime de pescar em certa época do
uma conduta que antes era tipificada como crime pelo Código Penal ano (piracema). Após lapso de tempo previamente determinado,
deixa de existir, ou seja, passa a não ser mais considerada crime, dizemos a lei deixa de considerar tal conduta como crime.
que ocorreu a abolição do crime. Diante disso, cessam imediatamente
todos os efeitos penais que incidiam sobre o agente: tranca e extingue o
Exemplo:
inquérito policial. Caso o acusado esteja preso, deve ser posto em liber- ї de 2005 a 2006, o fato “A” era considerado crime. Aqueles que
dade. Entretanto, não extingue os efeitos civis, ou seja, caso o agente infringiram a lei responderam posteriormente, mesmo o fato não
tenha sido impelido em ressarcir a vítima da sua conduta mediante o sendo considerado mais crime.
pagamento de multa, essa ainda assim deverá ser paga. ї Só ocorre retroatividade se a lei posterior expressamente
Importante ressaltar que a lei que beneficia o réu não se trata determinar.
de uma faculdade do juiz, mas de um dever que deve ser adotado em É importante ressaltar que são leis excepcionais e temporárias, ou
D
benefício do acusado. seja, a lei irá vigorar por determinado tempo. Após o prazo determinado, P
tal conduta não mais será considerada crime. Entretanto, durante a sua E
1.7 Crimes Permanentes ou Continuados vigência, todos aqueles que cometerem o fato tipificado em tais normas, N
Nos crimes permanentes, ou seja, naqueles em que a consumação mesmo encerrada sua vigência, serão punidos.
se prolonga no tempo, aplica-se ao fato a lei que estiver em vigência Retroage
quando cessada a atividade, mesmo que mais grave (severa) que a
lei em vigência quando da prática do primeiro ato executório. O crime 2005 2006
se perpetua no tempo, enquanto não cessada a permanência. É o que
ocorre, por exemplo, com o crime de sequestro e cárcere privado. Assim, Período de surto Ultra-atividade da lei
endêmico
será aplicada a lei que estiver em vigência quando da libertação da
vítima. Observa-se, então, o momento em que cessa a permanência, Fato “A” é Crime Fato “A” não é mais
para daí se determinar qual é a norma a ser aplicada. É o que estabelece (notificação de epidemia) crime
a Súmula 711 do Supremo Tribunal Federal (STF).
Fique Ligado
Não existe abolitio criminis de Lei Temporária ou Excepcional.
509
1.9 Tempo do Crime Não se aplica a teoria do “resultado”.
Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou São considerados para os crimes a distância países diferentes.
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Não confundir os artigos.
Teoria da Atividade: o crime reputa-se praticado no momento da
conduta (momento da execução). L ugar
Art. 6º
Fique Ligado U biquidade
511
ঠ Territorialidade temperada: adota como regra a aplica- Extraterritorialidade
ção da lei penal brasileira no território nacional. Entre- Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no
tanto, com determinadas hipóteses, permite a aplicação estrangeiro:
de lei penal estrangeira a fatos cometidos no Brasil (art. I. Os crimes:
5º do CP). a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito
ঠ Imunidade: exclusão da aplicação da lei penal. Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa
ঠ Imunidade diplomática e consular: são imunidades previstas pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação
em convenções internacionais chanceladas pelo Brasil. instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu
ঠ Imunidade parlamentar: previstas na Constituição Federal serviço;
aos membros do Poder Legislativo. d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domici-
liado no Brasil;
Princípios da aplicação da lei penal no espaço
II. Os crimes:
ঠ Próprio. a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a
ঠ Por assimilação ou extensão. reprimir;
b) praticados por brasileiro;
Embarcação e aeronaves brasileiras: públicas ou a serviço do
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras,
Estado (em qualquer parte do planeta); privadas ou marcantes em águas
mercantes ou de propriedade privada, quando em território
ou terras de ninguém. estrangeiro e aí não sejam julgados.
Passa-se à análise dos princípios que regulam a aplicação da Lei § 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasi-
Penal no Espaço. leira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
§ 2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende
Princípio da territorialidade do concurso das seguintes condições:
A lei penal de um país será aplicada aos crimes cometidos dentro a) entrar o agente no território nacional;
de seu território. O Estado soberano tem o dever de exercer jurisdição b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
sobre as pessoas que estejam sem seu território. c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei bra-
sileira autoriza a extradição;
Princípio da nacionalidade d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter
É classificado também como Princípio da Personalidade. Os cida- aí cumprido a pena;
dãos de um determinado país devem obediência às suas leis, onde quer e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por
outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a
que se encontrem. Pode-se dividir esse princípio em: lei mais favorável.
ї Princípio da Nacionalidade Ativa: aplica-se a lei nacional ao cidadão § 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por
que comete crime no estrangeiro, independentemente da naciona- estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi-
lidade do sujeito passivo ou do bem jurídico lesado. ções previstas no parágrafo anterior:
ї Princípio da Nacionalidade Passiva: o fato praticado pelo cidadão a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
nacional deve atingir um bem jurídico de seu próprio estado ou b) houve requisição do Ministro da Justiça.
de um concidadão. A regra é: a Lei Penal brasileira se aplica apenas aos crimes pra-
ticados no Brasil (conforme estudado no art. 5º do Código Penal). No
Princípio da defesa, real ou de proteção entanto, há situações que, por força do art. 7º, Estado pode aplicar sua
Considera-se a nacionalidade do bem jurídico lesado (sujeito legislação penal no estrangeiro. Nessa norma, encontram-se diversos
passivo), independentemente da nacionalidade do sujeito ativo ou do princípios. São eles:
local da prática do crime. Da defesa ou real: amplia a aplicação da lei penal em decorrência
da gravidade da lesão. É o aplicável no art. 7º, nas alíneas do inciso I.
Princípio da justiça penal universal ou da a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República.
universalidade Caso seja a prática de latrocínio, não há a extensão da lei bra-
Todo Estado tem o direito de punir todo e qualquer crime, inde- sileira, visto que o latrocínio é considerado crime contra o patrimônio.
pendentemente da nacionalidade do criminoso, do bem jurídico lesado b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito
ou do local em que o crime foi praticado, bastando que o criminoso se Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa
encontre dentro do seu território. Assim, qualquer pessoa que cometa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação
crime dentro do território nacional será processado e julgado aqui. instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu
Princípio da representação serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domici-
A Lei Penal Brasileira também será aplicada aos delitos cometidos liado no Brasil.
em aeronaves e embarcações privadas brasileiras quando se encontra-
Há discussão sobre qual o princípio aplicável nesse caso, havendo
rem no estrangeiro e não venham a ser julgadas.
quem sustente ser da defesa, outros dizem ser da nacionalidade ativa
Fique Ligado e outra corrente, ainda, afirma ser relacionado ao princípio da Justiça
Penal Universal.
O Código Penal brasileiro adota o princípio da Territorialidade como
regra e os outros como exceção. Assim, os outros princípios visam Justiça Penal Universal (também chamada de Justiça Cosmopo-
disciplinar a aplicação extraterritorial da Lei Penal brasileira. lita): amplia a aplicação da legislação penal brasileira em decorrência
da de tratado ou convenção que o Brasil é signatário. Vem normatizada Se as penas são diversas, ou seja, de natureza diferente. Nesse
pelo Art. 7º, inciso II, alínea “a”: caso, deverá haver uma atenuação.
a) Que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir. Exemplo: no exterior, o agente cumpriu pena restritiva de liber-
Nacionalidade Ativa: amplia a aplicação da legislação penal brasi- dade e, no Brasil, foi condenado e teve sua pena substituída pela
leiro ao exterior caso o crime seja praticado por brasileiro. Está prevista prestação de serviços comunitários. Neste caso, deverá se atenuar
no art. 7º, inciso II, alínea “b”: a pena no Brasil.
b) Praticados por brasileiro.
Representação (também chamado de Pavilhão ou da Bandeira 1.13 Eficácia de Sentença Estrangeira
ou da Substituição): amplia a aplicação da legislação penal brasileira Art. 9º A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira
em decorrência do local em que o crime é praticado. Vem normatizada produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homolo-
gada no Brasil para:
pelo art. 7º, inciso II, alínea “c”:
I. Obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a
c) Praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras,
outros efeitos civis;
mercantes ou de propriedade privada, quando em território
estrangeiro e aí não sejam julgados. II. Sujeitá-lo a medida de segurança.
Nacionalidade Passiva: amplia a aplicação da legislação penal Parágrafo único. A homologação depende:
brasileira em decorrência da nacionalidade da vítima do crime. Vem a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte
interessada;
normatizada pelo art. 7º, §3º:
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extra-
§3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por dição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a
estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil. sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro
A regra de que a Legislação Penal brasileira será aplicada no da Justiça.
exterior vale apenas para os crimes e nunca para as contravenções A regra geral é de que a sentença penal estrangeira não precisa
penais. Apesar de a lei prever no art. 7º que a lei brasileira também ser homologada para produzir efeitos no Brasil. No entanto, o art. 9º traz
será aplicada no exterior, há determinadas regras para essa aplicação, duas situações que necessitam da homologação para que a sentença
também normatizadas pelos parágrafos do artigo em questão. Vejamos: produza efeitos no Brasil. São elas:
Extraterritorialidade incondicionada: é a prevista para os casos Para a produção de efeitos civis (por exemplo, reparação de
normatizados no art. 7º, inciso I, alíneas “a” até “d”. Segundo o Código danos, restituições, entre outros). Nesse caso, depende do pedido da
Penal, o agente será processado de acordo com a lei brasileira, mesmo parte interessada.
se for absolvido ou condenado no exterior (conforme normatizado pelo
Para a aplicação de medida de segurança ao agente da Infração
§1º do art. 7º). Não exige qualquer condição.
Penal. Caso exista tratado de extradição, necessita de requisição do
Extraterritorialidade condicionada: é a prevista para os casos Procurador-Geral da República. Caso inexista tratado de extradição,
normatizados no art. 7º, § 2º, alíneas “a” até “e”. São as condições: necessita de requisição do Ministro da Justiça.
a) Entrar o agente no território nacional.
b) Ser o fato punível também no país em que foi praticado. 1.14 Contagem de Prazo
c) Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei bra-
Art. 10 O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-
sileira autoriza a extradição.
-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.
d) Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou cum-
prido a pena. A regra aqui é diferente da processual, visto que o dia em que
e) Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro. se começa a contar o prazo penal é incluído no cômputo do prazo. Por
exemplo, imagine que determinado agente tenha praticado uma infração
Não estará extinta a punibilidade do agente, seja pela brasileira
penal em 10 de agosto de 2012. Supondo que essa infração penal possui
ou pela lei estrangeira.
um prazo prescricional de 8 anos, a pretensão punitiva irá prescrever
Extraterritorialidade hipercondicionada: é prevista para os casos em 9 de agosto de 2020.
normatizados no art. 7º, §3º. É chamado pela doutrina de hipercon-
dicionada porque exige, além das condições da extraterritorialidade 1.15 Frações Não Computáveis da Pena D
condicionada, outras duas. São condições: Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas P
ঠ Não ser pedida ou, se pleiteada, negada a extradição. restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as E
frações de cruzeiro. N
ঠ Requisição do Ministro da Justiça.
Caso após o cálculo da pena, remanesçam frações de dia. Por
1.12 Pena Cumprida no Estrangeiro exemplo, o agente é condenado à pena de 15 dias de detenção, com
uma causa de aumento de 1/2, sendo a pena final de 22,5 dias. Com a
Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no
Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, aplicação do art. 11, despreza-se a fração de metade e a pena final é
quando idênticas. de 22 dias.
Caso o agente seja processado, condenado e cumprido pena no Do mesmo modo, aplica-se a regra à pena de multa, não sendo
exterior, estipula-se no art. 7º que, caso venha a ser condenado pelo condenado o agente a pagar os centavo do valor aplicado.
mesmo fato no Brasil (no caso da extraterritorialidade incondicionada),
deverá se verificar: 1.16 Legislação Especial
Se as penas são idênticas, ou seja, da mesma natureza. Caso Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incri-
positivo, deverá ser computada como cumprida no Brasil. minados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.
Exemplo: as duas são privativas de liberdade.
513
As infrações penais não estão descritas apenas no Código Penal,
mas também em outras leis, chamadas de leis especiais. Nesses casos,
são aplicadas as regras gerais do Código Penal, desde que a legislação
especial não disponha de modo diverso.
Questões
02. (ALFACON) As regras gerais deste Código Penal aplicam-se aos fatos
incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.
Certo ( ) Errado ( )
Gabaritos
01 ERRADO
02 CERTO
03 ERRADO
04 CERTO
05 CERTO
DIREITO PROCESSUAL
PENAL
LEGISLAÇÃO
ESPECIAL
639
IV. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a
execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude
esta Lei.
V. Recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à
propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados
pelo Ministério Público.
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo,
a execução de ordem judicial expedida nas ações em que for parte
ou interveniente o idoso:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou
qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa
da de sua finalidade:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como
abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à entidade
de atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a
benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer
outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou
ressarcimento de dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação,
informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do
idoso:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a
outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles
dispor livremente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar,
testar ou outorgar procuração:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discer-
nimento de seus atos, sem a devida representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministé-
rio Público ou de qualquer outro agente fiscalizador:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
737
Observação: o princípio da separação de poderes é cláusula
pétrea (de acordo com o Art. 60, §4º, III).
A Teoria dos Freios e Contrapesos (“Checks and Balances”),
oriunda dos Estados Unidos da América, justifica a independência e a
harmonia entre os três órgãos do Poder de Soberania do Estado, sendo
estes o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, cada qual com atribuições
próprias e impróprias. A Constituição Federal consagra esse complexo
mecanismo de controles recíprocos entre os “três poderes”, de forma
que, ao mesmo tempo, um poder controle os demais e por eles seja
controlado.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais6 da República Fede-
rativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi-
gualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
06. Objetivos Fundamentais: a Constituição de 1988 destaca-se
por ser programática (diretiva ou dirigente), ou seja, caracte-
riza-se por conter normas definidoras de tarefas e programas
de ação a serem concretizados pelos poderes públicos. Os obje-
tivos Fundamentais são verdadeiros programas de governo,
estabelecidos em um rol exemplificativo a ser adotado, cujo
conteúdo é de extrema importância. Os objetivos elencados
como fundamentais consagram metas previstas na maioria dos
tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos7;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integra-
ção econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina,
visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
07. Prevalência dos Direitos Humanos: a prevalência dos direitos
humanos nas relações internacionais ganha maior relevância
no momento histórico em que vivemos, no qual, em virtude
do desenvolvimento tecnológico, as distâncias entre as nações
tendem a se encurtar cada vez mais e todas as pessoas tendem
a se tornar verdadeiras cidadãs do mundo. Um estado regido
pelo princípio fundamental da dignidade da pessoa humana
não pode desprezar as violações dos direitos humanos pratica-
das por ou em outros estados. Com a adoção desse princípio,
o Brasil une-se à comunidade internacional, assumindo com
ela e perante ela a responsabilidade pela dignidade de toda
pessoa humana.
Ministério da
Infraestrutura Dec.
Presidente nº 9.676/19. MEDIDA Objetivos (Art. 6º, CTB)
da República Subordinação / PROVISÓRIA Nº 870, DE Sistema Nacional de Segurança/ FLuidez/
(Art. 84, VI, designação 1º DE JANEIRO DE 2019 Trânsito (SNT) Art. 5º Conforto/ Meio Ambiente/
CF/88) 9º CTB Educação
Subordinação / Vinculação
Delegação
Câmaras Temáticas
CONTRAN 7º I Vinculação Art. 13 CTB;
Composição - Res.
Nº 218, de 20-12-2006
O Presidente do Contran é o
próprio ministro
Órgão consultivo e Normativo e
DENATRAN Coordenador de Trânsito 7º II
(Órgão máximo) Secretário
Executivo Executivo
Federal Estadual/DF
Federal DENATRAN - Art.19
CETRAN/CON
Orgãos CONTRAN TRANDIFE
Executivos Estadual /DF DETRAN - Art. 22 CIRETRAN’S
III
Órgão Exec. de
Município Trânsito Art. 24 Atua mediante convênio
Órgãos União
Executivos Estadual /DF Órgão \Rodoviário
Rodoviários Estadual
Art. 21 CTB
IV JARIs Estado/DF
VII
Órgão \Rodoviário
Município Municipal Estado/DF
4 Lei nº 10.233, de 05/06/2001: Dispõe sobre a reestruturação dos transportes aquaviário e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte, a
Agência Nacional de Transportes Terrestres, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes e dá outras providências.