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PLANO DE AULA : A TRADIÇÃO FRANCESA (D. Levine).

I-INTRODUÇÃO: “naturalismo atômico inglês” e sua recepção.


-descontinuidade entre emissão (inglesa) e recepção (francesa; alemã) = do
individualismo naturalista ao holismo racionalista.
II-GENEALOGIA: Montesquieu – Rousseau
a)Articulações entre postulados de Montesquieu e contratualismo de Rousseau.
1)Postulado do realismo social (onto-epistemológico) – Irredutibilidade do social
2)Postulado da normatividade social (fund. política da o. social) – Fonte política das
normas
3)Postulado da moralidade social (fund. social da moralidade humana) – F. institucional da
moral.
Comentários(professora):
.relativismo social montesquieusiano (historicidade do social) X evolucionismo
inglês (naturalismo do social)
.conceitos básicos: espírito geral (Montesquieu) e vontade geral (Rousseau)
b)Críticos franceses de Rousseau.(Bonald, De Maistre, Condorcet, Saint-Simon)
Revolução Francesa e “questão moderna” como referências empíricas e racionalismo
(Descartes) como referência filosófica por uma ciência positiva da realidade social e pela
construção histórica de uma ordem social “harmônica” X especulação holístico-naturalista
e democracia radical (direta) rousseauista.
Comentário (professora): Iluminismo kantiano (fato X valor) ↔ Ciência newtoniana
hipotético-indutiva (objetividade racional) = busca francesa por uma ciência da sociedade
ao mesmo tempo objetiva e moral (política).
III-ESSENCIALISMO SOCIAL.
a)Fundamentação: entre ciência (razão física e matemática) e ética (integração,
solidariedade, moralidade coletiva), um holismo positivista (hierarquia científica – “religião
da humanidade”).
b)Processo: de Saint-Simon (racionalismo progressista elitista) a Comte (dos 3 estágios
epistemológicos hierárquicos à conversão a uma “religião positiva”).
IV-A DISCIPLINA FRANCESA.
a)Processo: da tenacidade de ideias nacionais (anti-individualismo moral ; racionalismo
naturalista) à hegemonia da Sociologia fundada por Durkheim.
b)Fundamentação: síntese durkheimiana dos 3 postulados como combinação e
legitimação da tradição francesa.
1)Realismo social – RMS e O Suicídio como obras expressivas (dimensões onto-
metodológica, descritiva e explicativa da sociologia durkheimiana).
2)Normatividade social – a DTS como obra expressiva (dimensões ético-epistêmica,
sócio-histórica explicativa e prescritiva da sociologia durkheimiana).
3)Moralidade social – as FEVR como obra expressiva (dimensões onto-epistemológica,
relativista e explicativa da sociologia durkheimiana.
V- UMA HISTÓRIA E DUAS TRADIÇÕES:Complexidade do diálogo e da divergência
entre ciência, ética e ideologia:
.Ética individualista britânica X ética holística francesa.
Irredutibilidade entre tradição ética e ideologia: “totalitário” britânico (Hobbes com seu
Leviatã absolutista) ou francês (Rousseau com sua Vontade Geral tirânica) X “liberal”
britânico (Spencer com seu liberalismo burguês) ou francês (Durkheim com seu
“socialismo científico”)
Comentários (professora).
-A conjunção durkheimiana entre universalismo e relativismo (Boudon) ou entre holismo e
individualismo (Oliveira), além de sua curiosa mudança onto-epistemológica depois de
temporada na Alemanha com tradição historicista (Valade), são expressões da
complexidade do diálogo entre tradições e da irredutibilidade entre ciência, ética e
ideologia.
-A crítica de A. Comte a A. Smith sobre a desregulamentação liberal da economia, além
de exprimir os princípios da tradição francesa, também exprime que a crise social da 1ª
modernidade foi motivação nuclear clássica da sociologia.

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