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BENCHMARKING
Luanda-2022
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
BENCHMARKING
Turma:1N
Sala: 09
Ano: 3º
Luanda-2022
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 22
Mesmo sendo uma das melhores maneiras de estabelecer metas, sejam elas quantitativas ou
qualitativas, o benchmarking não é apenas um exercício numérico ou de simples
estabelecimento de metas compatíveis ou superiores aos das melhores organizações. O
ganho está no entendimento dos processos que as capacitam a conseguir seus resultados. A
observação de como as instituições conseguem ver seus resultados comumente é mais
importante e valioso do que obter algumas medições, quantificáveis ou não.
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OBJECTIVOS
Geral
Específicos
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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Esta transição, que ocorre através de quatro gerações de desenvolvimento desde a época da
aplicação do estudo de supermercado no Japão, é interpretada à luz da divulgação do
método de Benchmarking da Xerox Corporation no final dos anos 80, em resposta ao facto
de a Xerox ter ganho o Prémio Nacional de Qualidade de 1989. Com efeito, a Xerox
desenvolveu o conceito de Benchmarking competitivo durante os anos 80, estabelecendo
conhecimento científico no assunto e apresentando o conceito a outros através de clientes,
fornecedores, artigos escritos por funcionários da empresa e contactos com associações
profissionais.
Para Watson (1994, p. 7), o benchmarking tem sua evolução marcada por várias transições,
acarretando no desenvolvimento de uma nova disciplina de gestão:
Nº SOFISTICAÇÃO TIPO DE
BENCHMARKING
01 Primeira Geração Benchmarking engenharia
reversa
02 Segunda Geração Benchmarking Competitivo
03 Terceira Geração Benchmarking de Processo
04 Quarta Geração Benchmarking Estratégico
05 Quinta Geração Benchmarking Global
Fonte: adaptação do autor a partir de Watson (1994)
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1.1.3. Conceitos de Benchmarking
Neste sentido, Spendolini (1993, p. 09), apresenta uma definição ampliada do conceito,
para o mesmo autor, Benchmarking é um “processo contínuo e sistemático de avaliação de
produtos, serviços e processos de trabalho, de organizações que reconhecidamente praticam
as melhores técnicas com a finalidade de melhoria organizacional”.
Segundo o mesmo autor, essa ferramenta de gestão também serve como um processo de
pesquisa que permite realizar comparações de processos e práticas para identificar “o
melhor do melhor”, e alcançar um nível de superioridade ou vantagens competitivas.
O Benchmarking, para Madeira (1999), não versa apenas a discussão e adaptação de ideias
de outras empresas, mas sobretudo a construção de um esforço para melhorar
continuamente. O importante crescimento da tecnologia introduziu uma nova preocupação:
“balancear a necessidade de comparação com os concorrentes e a protecção da propriedade
intelectual relativa as tecnologias. Parte da resistência ao Benchmarking reside neste ponto,
já que o conceito apresenta um paradoxo: a necessidade de cooperar e competir” (Madeira,
1999:367).
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Watson (1994), assevera que, esta ferramenta representa uma mudança fundamental na
filosofia dos negócios competitivos. No Benchmarking, “além de se estabelecer uma
base para a colaboração, determinam-se os parâmetros para a cooperação”. Para o
autor,“ as empresas que “benchmark” os processos comuns umas das outras
compartilham semelhanças de processo que têm probabilidade de terem comparações
análogas em vez de métodos directamente competitivos de operação”.
Benchmarking Interno
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o objectivo de disseminá-las por todas as áreas da empresa. É tanto uma forma de busca
de melhorias, quanto uma oportunidade de autoconhecimento para a empresa.
Benchmarking Competitivo
Este tipo de informação pode ajudar a adaptar a estratégia de um negócio num caminho
mais realista, ou, pelo menos, ajudar a identificar os riscos de se fazer negócios em
determinados mercados.
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direção dos negócios das principais empresas atuantes no mercado, das tendências do
desenvolvimento de produtos/serviços, dos padrões de comportamento do consumidor,
etc.
As pessoas, por vezes, têm dificuldade em ser objectivas sobre aquilo em que estão
envolvidas. Como podem ser objectivas em relação a um negócio no qual passam sete a
dez horas todos os dias úteis? O Pensando “ fora da caixa” – “Aprendemos o que é
preciso para sermos bem-sucedidos dentro da nossa própria caixa, e tornamo-nos muito
bons na gestão uns dos outros para obtermos o que queremos” (Spendolini, 1993, pp.
23-24).
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1.4. Modelo do Processo de Benchmarking
Spendolini (1993), considerou que a questão estéctica contribuiu para que a forma
circular tivesse apelo: "Tem sentido estéctico e prático acrescentar as setas ao modelo
circular para sugerir com mais ênfase o conceito da reciclagem do processo de
Benchmarking, sem ter de dizê-lo efetivamente."
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assuntos específicos dos quais o Benchmarking é feito. Depois de conhecidos os
assuntos e os requisitos do cliente, podem ser identificados e obtidos os recursos
exigidos (tempo, dinheiro, pessoal) para conduzir uma investigação bem-sucedida de
Benchmarking.
Estádio 5 - Agir. Esta última fase do processo é influenciada pelos requisitos originais
do cliente e pelo uso da informação de Benchmarking. A acção pode variar da produção
de um relatório ou apresentação até à produção de um conjunto de recomendações, ou
mesmo até a implementação real da mudança com base, pelo menos em parte, nas
informações reunidas na investigação de Benchmarking. Todas as etapas seguintes, ou
actividades apropriadas de acompanhamento, são identificadas, incluindo a
continuidade do processo de Benchmarking.
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1.5. O PROCESSO DE BENCHMARKING PROPOSTO POR CAMP
FASES PASSOS
Planeamento - Identificar o que marcar para referência;
- Identificar empresas comparativas;
- determinar método de colecta.
Análise - Determinar a “lacuna” de corrente do desempenho;
- Projectar futuros níveis de desempenho
Integração - Comunicar descobertas de marcos de referência e obter
aceitação;
- Estabelecer metas funcionais.
Acção - Desenvolver planos de acção;
- implementar acções específicas e monitorar processos;
- Recalibrar marcos de referência.
Maturidade - Posição de liderança atingida;
- Práticas plenamente integradas aos processos.
Fonte: adopção a partir de Camp, 2002, p. 14
Fase 1 – Planeamento:
Fase 2 – Análise:
Fase 3 – Integração:
Fase 4 – Execução:
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Fase 5 – Maturidade:
Neste sentido, Camp (2002, p. 35) cita que “a identificação daquilo que deve ser tomado
como marco de referência, ou dos resultados do benchmarking, costuma ser um dos
passos mais difíceis do processo”, sendo este passo ligado diretamente à etapa de
planeamento. De acordo com o autor, no planeamento ainda torna-se necessário testar a
adequação dos resultados e do nível de detalhe necessário para garantir uma
investigação completa. A chave para esta abordagem é a necessidade de definir e
documentar adequadamente a operação, seu processo e seus métodos. Isto permite a
compreensão das diferenças encontradas através do benchmarking das práticas externas.
Os critérios de selecção a considerar na determinação do que será usado como marco de
referência também são cobertos.
Após a definição das fontes de informações, o método de colecta dos dados destas
fontes deve ser realizado utilizando critérios bem definidos, avaliando também a
qualidade destes dados. Neste contexto, vários são os factores que determinam o
método de colecta de dados. Spendolini (1993, p. 165) descreve que “um dos principais
fatores é impulsionado pelos requisitos de seu cliente: os tipos de informações
necessárias, os usos propostos para estas informações, o nível de detalhes exigido e os
requisitos de qualidade e quantidade.”
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Na fase de análise do processo de benchmarking, tem-se como premissa a avaliação dos
pontos fortes do líder na indústria ou sector de actuação e do próprio desempenho da
organização. Esta ideia de comparação é definida, de acordo com Camp (2002), como
lacuna competitiva corrente. Para ele, a” lacuna competitiva corrente é uma medida da
diferença entre o desempenho da organização interna e aquele da melhor organização na
indústria.” O autor apresenta que existem três tipos de lacunas de desempenho: positiva,
negativa ou de paridade.
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1.7.2. Princípio da Analogia
Para Watson (1994) “como a confiabilidade pode ser validada, a validade de medição de
processo deveria ser um objetivo para todos os autores de processo”. A fiabilidade dos
estudos pode ser validada por métodos estatísticos. Os participantes não devem confiar
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na sua intuição ou suposições que podem pôr em causa as conclusões do Benchmarking.
Segundo o autor, “depender de intuição, opinião ou suposição só leva a exagero que não
pode garantir validade nem confiabilidade.” Com risco de incorrer no exagero, esses
dois factores são a essência para um processo eficaz.
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Para Spendolini (1993), o Benchmarking é importante porque:
Segundo Teixeira (2017), existem Sete pontos-chave que se deve levar em conta na
transferência de conhecimentos através do benchmarking que são:
Usar o Benchmarking para criar sentido de urgência ou uma forte razão para
mudança: a comparação com os melhores do exterior pode servir para
demonstrar o interesse em olhar para fora em termos de comparação e procura
de novas ideias, e geralmente ajuda a “colocar a fasquia” num nível mais
elevado e a manter as pessoa a focalizar no mercado;
Focalizar esforços iniciais nos aspectos críticos do negócio cuja alteração
provoque elevado pay-off e estejam alinhados com os valore e a estratégia da
organização: é importante ter em atenção que as acções a desenvolver para a
aprendizagem e transferência das melhores práticas fazem consumir tempo e
talento. Por isso, é indispensável uma prévia análise do ROI (Return on
Investment) antes de pôr as equipas transversais a trabalhar no desenvolvimento
do projecto e dar prioridade àquelas que demonstram vir a desenvolver
capacidades organizacionais de longo prazo;
Assegurar-se que qualquer plano que se decida implementar tem condições para
ser executado: muitas vezes há a tendência para, num período de grande
excitação com a transferência das melhores práticas e dos ganhos que daí
podem advir, esquecer que uma organização só pode investir e apoiar um
número limitado de alterações num determinado intervalo de tempo. Deve ter-se
em atenção também que, além do mais, é desmoralizante encontrar as melhores
práticas para depois descobrir que o investimento para o efeito relativo a esse
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ano já foi utilizado ou que a fábrica ( por exemplo) não tem o pessoal necessário
para a sua implementação;
Não se deixar levar pelo sistema de controlo e avaliação existentes: de facto,
constata-se que a maior parte dos sistemas de controlo interno estão repletos de
inconsistências na colheita de dados e com muito espaço para interpretação
sobre as causas locais para diferença de desempenho. Mais do que gastar o
tempo a debater “qual é o melhor” e porque é que as medidas de controlo não
são apropriadas, é importante focalizar naquelas áreas onde as dramáticas
diferenças de desempenho apontam para diferenças reais do processo subjacente
e não as que têm que haver com artifícios dos esquemas d controlo;
Alterar o sistema de recompensas para encorajar a partilha e a transferência: a
efectiva transferência interna é um processo “ pessoa a pessoa” e, geralmente,
requer generosidade pessoal ou elevado interesse próprio ou duas coisas.
Compete ao(s) líder(es) promover, reconhecer e recompensar as pessoas que
adoptam as melhores práticas. É necessária uma abordagem que conduza à
definição de esquemas de recompensa pelo desenvolvimento colectivo, bem
como pelas contribuições individuais em tempo, talento e competência;
Usar a tecnologia como um catalisador, isto é, deve ser usada para apoiar o
desenvolvimento de dados e a procura interna das melhores práticas, mas não
como uma solução. É muito importante usar uma combinação das novas
tecnologias da informação, como o correio electrónico, “base de dados das
melhores práticas”, directorias internas e groupware para apoiar os empregados
na pesquisa do conhecimento e na colaboração através da empresa. Mas é
conveniente não esquecer que a tecnologia, só por si, não resolve o problema.
As pessoas, só por terem telefones, não estabelecem o contacto com quem não
conhecem;
Os líderes necessitam de, constantemente e de uma forma consistente, difundir a
mensagem a partilha e alavancagem do conhecimento para o aumento do
benefício de todos: tem-se verificado que os processos mais sucessos, tanto de
transferência de conhecimento como das melhores práticas, são aquelas que são
orientados pela procura manifestada, isto é, quando a pressão para aprender e
mudar provém da pessoa ou unidade que tem o problema ou a necessidade.
Compete aos líderes ajudar a criar e apoiar a procura e encorajar a colaboração
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através das fronteiras de estrutura, do tempo e das funções. Algumas das formas
de o fazer consistem em divulgar as histórias de sucesso, providenciar apoio
estrutural e alterar o sistema de remunerações de modo a remover as barreiras.
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De uma forma genérica podemos encontrar também as seguintes vantagens e
desvantagens do Benchmarking:
VANTAGENS DESVANTAGENS
- Maior conhecimento do mercado - Possibilidade de perda de identidade da
empresa
- Identificação dos pontos de sucesso - Excesso de concentração na concorrência
- Melhoria da comunicação empresarial - possível distorção de dados das empresas
analisadas
- Profissionalização dos processos da - Comparações mal realizadas que podem
empresa prejudicar a empresa
- Diminuição de erros - Falta de satisfação do cliente
- Redução de custos - Cria dependência no processo
- Aprimoramento de processos e práticas
empresariais
- Identificação de objectivos e prioridades
- Aumento da produtividade e do lucro
- Maior orientação para clientes
- Redução de riscos na operação
- Adaptar-se rapidamente as mudanças do
mercado
- Implementação de ideias criativas
Fonte: Camp (2002, p. 228)
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CONCLUSÃO
nas organizações e é uma ferramenta essencial e o elemento chave para o êxito das
organizações. Segundo Spendolini (1993), o Benchmarking é obrigatório para todos os
aprendizes desta ferramenta e é uma grande referência para os mais experientes. Watson
(1994) considera que o Benchmarking é mais do que uma moda passageira, é a
ferramenta essencial para os negócios de sucesso.
Num cenário de crescente competitividade, as empresas são cada vez mais confrontadas
com a necessidade de ferramentas de gestão que lhes permitam diagnosticar os factores
críticos do negócio, com o objectivo de corrigir rotas e de fazer mais e melhor. Sendo
assim, o Benchmarking existe para responder a esta necessidade e são muitas as
empresas que o procuram como instrumento de apoio à melhoria do seu desempenho.
Da pesquisa bibliográfica concluímos que o Benchmarking é uma poderosa ferramenta
que serve para melhor se conhecer o mercado, definido como a ferramenta que os
gestores possuem para a prevenção de futuros riscos e para compreensão e adaptação da
realidade das suas organizações.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Araùjo, L. C. G.; & Garcia, A. A. (2010). Gestão de Pessoas. São Paulo: Atlas.
Chiavenato, I. (2004). Gestão de Pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
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