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Coerência e Coesão Textual

Profª Patrícia Martins - Português/Redação Técnica


Da harmonia entre os serres que integram o meio
ambiente colhemos nossa qualidade de vida. Da harmonia
entre os fatores que integram um texto ganhamos a
qualidade da comunicação.

Profª Patrícia Martins - Português/Redação Técnica


Um texto não é apenas um amontoado de palavras ou uma
sequência de frases. Ele é produzido através da organização
de palavras que se unem, adequadamente, umas às outras.

Assim, os termos vão formando uma oração, e as orações vão


constituindo períodos. A ligação entre esses termos torna-se
responsável por articular os sentidos de cada parte de um
texto ao sentido do todo, essa ligação chama-se coesão.

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Um texto torna-se bem construído e coeso quando usamos
os elementos gramaticais ou coesivos (conjunções,
pronomes, preposições e advérbios), no interior das
frases, de forma adequada.

Portanto, a coesão refere-se à forma ou à superfície de


um texto. Ela é mantida através de procedimentos
gramaticais, isto é, pela escolha do conectivo adequado na
conexão dos diversos enunciados que compõem um texto

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Vamos relembrar as Classes Gramaticais:
- SUBSTANTIVO – é dita a classe que dá nome aos seres, mas não nomeia somente seres, como também
sentimentos, estados de espírito, sensações, conceitos filosóficos ou políticos, etc. Exemplo: Democracia,
Andréia, Deus, cadeira, amor, sabor, carinho, etc.
- ARTIGO – classe que abriga palavras que servem para determinar ou indeterminar os substantivos,
antecedendo-os. Exemplo: o, a, os, as, um, uma, uns, umas.
- ADJETIVO – classe das características, qualidades. Os adjetivos servem para dar características aos
substantivos. Exemplo: querido, limpo, horroroso, quente, sábio, triste, amarelo, etc.
- PRONOME – Palavra que pode acompanhar ou substituir um nome (substantivo) e que determina a
pessoa do discurso. Exemplo: eu, nossa, aquilo, esta, nós, mim, te, eles, etc.
- VERBO – palavras que expressam ações ou estados se encontram nesta classe gramatical. Exemplo:
fazer, ser, andar, partir, impor, etc.
- ADVÉRBIO – palavras que se associam a verbos, adjetivos ou outros advérbios, modificando-os.
Exemplo: não, muito, constantemente, sempre, etc.
- NUMERAL – como o nome diz, expressam quantidades, frações, múltiplos, ordem. Exemplo: primeiro,
vinte, metade, triplo, etc.
- PREPOSIÇÃO – Servem para ligar uma palavra à outra, estabelecendo relações entre elas. Exemplo: em,
de, para, por, etc.
- CONJUNÇÃO – São palavras que ligam orações, estabelecendo entre elas relações de coordenação ou
subordinação. Exemplo: porém, e, contudo, portanto, mas, que, etc.
- INTERJEIÇÃO – palavras ou expressões que evocam emoções, estados de espírito. Exemplo: Nossa!
Ave Maria! Uau! Que pena! Oh!

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Mecanismos de coesão
1 – por referência:
É um processo linguístico que remete a interpretação de um
elemento expresso no texto a outro que já foi utilizado para construir
esse texto.
“O Presidente foi a Portugal em visita. Em Portugal o presidente
recebeu várias homenagens."

Esse texto repetitivo torna-se desagradável e sem coesão. Observe


a atuação do advérbio e do pronome no processo de e
elaboração do texto.

"O Presidente foi a Portugal. Lá, ele foi homenageado."

Veja que o texto ganhou agilidade e estilo. Os termos “Lá” e “ele” referem-
se a Portugal e Presidente, foram usados a fim de tornar o texto coeso.
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2 - Elipse
Quando se omite um termo a fim de evitar sua repetição.
"O Presidente foi a Portugal. Lá, __ foi homenageado."

Veja que neste caso omitiu-se a palavra “Presidente”, pois é subentendida


no contexto.

3 - Lexical
Quando são usadas palavras ou expressões sinônimas de algum
termo subsequente:

"O Presidente foi a Portugal. Na Terra de Camões foi homenageado por


intelectuais e escritores."

Veja que “Portugal” foi substituída por “Terra de Camões” para evitar repetição e
dar um efeito mais significativo ao texto.
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4 – Por substituição
É usada para abreviar sentenças inteiras, substituindo-as por uma
expressão com significado equivalente.

"O presidente viajou para Portugal nesta semana e o ministro dos


Esportes o fez também."

A expressão “o fez também” retoma a sentença “viajou para Portugal”.

5 – Conjunções

- Por oposição:
Empregam-se alguns termos com valor de oposição (mas, contudo,
todavia, porém, entretanto, contudo) para tornar o texto compreensível.

"Estávamos todos aqui no momento do crime, porém não vimos o


assassino."
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-Causa:
- termos com valor de causa (porque, pois, como, já que, visto que, uma
vez que.)

"Estávamos todos aqui no momento do crime e não vimos o


assassino porque nossa visão fora encoberta por uma névoa muito
forte.”

-Condição:
- termos com valor de condição (caso, se, a menos que, contanto que)

"Caso estivéssemos aqui no momento do crime, provavelmente


teríamos visto o assassino.
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- Finalidade

- termos com valor de finalidade (para que, para, a fim de,


com o objetivo de, com a finalidade de, com intenção de)

"Estamos aqui a fim de assistir ao concerto da orquestra


municipal.

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Podemos entender coerência como aquilo que faz com que
um texto nos pareça „lógico‟, consistente, aceitável e com
sentido.

A coerência combina os textos com seu exterior, com a


situação sócio-comunicativa, com suas finalidades, com seu
contexto.

Quer dizer: a coerência tem a ver com conhecimentos e


informações. Ouvir ou ler um texto e entendê-lo, considerá-lo
coerente, significa conseguir processá-lo com os
conhecimentos e a habilidade de interpretação que se tem.

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Mecanismos de coerência

“Estava andando sozinho na rua, ouvi passos atrás de mim, assustado


nem olhei, saí correndo, era um homem alto, estranho, tinha em suas mãos
uma arma...”

►Não Contradição: não se pode ter situações ou ideias que se


contradizem entre si, ou seja, que quebram a lógica.

►Não Repetição de Palavras e Ideias: um texto coerente precisa


transmitir alguma informação, mas quando há repetição excessiva de
palavras ou termos, o texto corre o risco de não conseguir transmitir a
informação. Caso ele não construa uma informação ou mensagem
completa, então ele será incoerente.

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►Relevância: fragmentos de textos que falam de assuntos
diferentes, e que não se relacionam entre si, acabam tornando o
texto incoerente, mesmo que suas partes contenham certa
coerência individual.

Sendo assim, a representação de ideias ou fatos não relacionados


entre si, fere o princípio da relevância, e trazem incoerência ao
texto.

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Bons estudos!

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