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TÍTULO: Os resultados da implementação de um sistema de distribuição de medicamentos em

hospitais brasileiros.

Autora: Eliane Ribeiro

Revista de Administração de Empresas, São Paulo, 33(6):62-73, 1993

Com o aumento do uso de medicamentos mais potentes, verificou-se maior incidência


de erros de medicação em hospitais (1 em 6 doses estavam erradas), mostrando necessidade
de revisar o sistema de distribuição e administração dos medicamentos. Com isso, foi criado o
sistema de Dose Única (DU), o qual demonstrou excelente eficácia em outros países, porém, à
época do proposto artigo, poucos hospitais brasileiros faziam uso. Logo, o material objetiva
aprimorar o conhecimento sobre o sistema e relatar o resultado da sua implantação nos
hospitais brasileiros (1993) através de um levantamento de custo e operação entre o antes e
depois da implantação desse sistema.

Com o sistema de distribuição em Dose Coletiva em uso no ano de 1993, foi verificada
uma grande incidência de erros de administração por parte da enfermagem, com maiores
atribuições aos problemas técnicos (grafia médica, abreviaturas, ordens verbais, informações
incompletas, transcrições, entre outros), bem como problemas referentes a estabilidade,
biodisponibilidade, armazenamento e preparo de medicamentos.

O estudo de antes e após a implantação da DU foi realizado em 03 hospitais, a saber:


Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (ICHC/USP), Hospital das Clínicas Dr, Paulo Sacramento (HCPS) e Hospital do
Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira (HSPE). No ICHC/USP o sistema DU
foi considerado bom por 83% dos funcionários, com uma maior interação entre Farmácia e
Enfermagem, melhor controle dos medicamentos distribuídos, diminuição das suas perdas,
redução do tempo gasto pela enfermagem para prepará-los e dos erros de medicação
causados pela enfermagem. Para o HCPS, verificou-se que, após três anos de adoção do
sistema, o consumo médico mensal caiu em US$ 78.324,40, reduzindo à metade após
implantação do DU. Verificou-se que o custo para a implantação do DU, na época, foi de US$
24.062,58. Em HSPE, verificou-se uma excelente economia no consumo de medicamentos por
paciente, o suficiente para aparelhar o hospital de mais seis farmácias satélites operando
através do sistema de distribuição DU, com período de pay-back em aproximadamente dois
meses, considerando apenas a economia do consumo de medicamentos.

A Dose Unitária se apresenta como um sistema mais seguro e controlado, com melhor
custo-benefício, bem como a melhoria da qualidade da assistência prestada ao paciente. Na
época do artigo, os hospitais se encontravam em transição e modernização de sistemas, porém
boa parte dos medicamentos ainda não podiam ser entregues prontos para administração.
Conclui-se que, por diversos motivos, a adoção desse sistema nos hospitais apresenta-se
como muito favorável.
O entendimento de que o sistema de DU tem um excelente custo-benefício, devolve ao
profissional farmacêutico o dom de exercer a sua própria profissão, é mais seguro e eficaz, já
deveriam ser justificativas mais do que suficientes para a implementação em todos os
hospitais. O conhecimento acerca do sistema de distribuição de hospitais é relevante tanto
como profissional farmacêutico, o qual, caso ingresse na carreira hospitalar, terá contato direto
com esse conhecimento, quanto como paciente, ficando mais simples identificar o sistema de
distribuição do hospital em questão e compreender o nível de segurança ao qual você está
sendo submetido. Acredito que esse estudo deva ser atualizado e ampliado para comparações
em outras grandes instituições.
Perguntas que podem ser feitas em cima desse artigo:

Por que o sistema de Dose Única se destaca frente aos demais como um sistema de
distribuição mais seguro?

Cite pelo menos três empecilhos da implementação desse sistema nos hospitais
brasileiros.

Que profissionais serão mais afetados com essa mudança de sistema de distribuição?
Por que?

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