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Assunto: - METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS
I - CARBOIDRATOS
Os carboidratos, sacarídeos, açucares, glicídios ou ainda hidrato de carbono são, dentre
os nutrientes orgânicos, a classe de biomoléculas mais abundantes na natureza e
representam a fonte primária de energia para os organismos.
O nome carboidrato vem do francês, hidrate de carbone, originalmente aplicado aos
compostos contendo C (carbono), H (hidrogênio) e O (oxigênio), com os dois últimos
elementos na mesma proporção que na água. A composição química dos carboidratos é:
(CH2O)n, no qual n ≥ 3.
Nas plantas, são os constituintes mais importantes (cerca de 75 a 80%), enquanto nos
animais não ultrapassam 0,5 a 1,5% do total corporal. Nas plantas, a origem de todos os
carboidratos é a fotossíntese, a partir de dióxido de carbono (CO2 atmosférico) e água.
Nos animais, de modo geral, somente se encontram dois carboidratos livres: glicose e
glicogênio. O segundo é polímero da glicose, e essa, quando não obtida diretamente da
alimentação, é sintetizada a partir de outras moléculas que não são carboidratos por meio
da gliconeogênese. Entretanto, o processo de gliconeogênese é quantitativamente
limitado e os animais necessitam receber carboidratos em sua dieta de forma a possibilitar
o funcionamento normal do organismo.
Desde que são os constituintes maiores do reino vegetal, nutricionalmente, o problema
não é a quantidade disponível, mas a capacidade dos animais em digerir e absorver os
carboidratos, assim como a seus derivados.
O produto final da digestão dos carboidratos são açucares simples que são
metabolizados organicamente produzindo água, CO2 e energia, ou participando da
construção de outras substâncias.
Em termos de classificação, os carboidratos são divididos em: monossacarídeos,
dissacarídeos e polissacarídeos.
III – DISSACARÍDEOS
Consistem da combinação de duas moléculas de monossacarídeos (hexoses), com
perda de uma molécula de água. São comumente chamados de açucares e possuem
importância dietética, pois são encontrados na natureza e concorrem como fonte de
energia para os animais, sendo os mais comuns:
- Sacarose (mais abundante e amplamente distribuído na natureza, formado por glicose
e frutose, por meio de ligação glicosídica α-1,4);
- Maltose (açúcar do malte e da cevada, formada por glicose e glicose também por ligação
glicosídica α-1,4);
- Lactose (encontrada somente no leite, sendo composta de glicose e galactose por
ligação glicosídica α-1,4);
- Celobiose (formada por duas moléculas de glicose por ligação glicosídica β - 1,4).
Esses dissacarídeos são importantes para o metabolismo da célula animal somente
após a sua digestão até a composição mais simples, ou seja, na forma de
monossacarídeo.
IV – POLISSACARÍDEOS
Os polissacarídeos são polímeros complexos de monossacarídeos e representam a
principal fonte de energia para os animais. Constituem o material de reserva e
estrutural das plantas, sendo, quantitativamente a fonte de energia mais importante na
natureza.
Quantitativamente, três polissacarídeos são de importância nutricional para os animais,
que são o amido, a celulose e o glicogênio. São polímeros de glicose, geralmente
classificados como homopolissacarídeos, desde que compostos somente por glicose.
- POLISSACARÍDEO DE RESERVA DOS VEGETAIS- AMIDO
O amido é uma mistura de glicanos (cadeias de glicose) sintetizado pelas plantas como
reserva nutricional, presente em grande quantidade em grãos de cereais e raízes, como
milho, sorgo, mandioca, aveia, batata, trigo, arroz, etc.
O amido é composto por unidades de glicose polimerizada por meio de ligações
glicosídicas α-1,4 e α-1,6, possuindo dois constituintes principais, que são a amilose
(representa de 15 a 30%, parte solúvel, é um polímero de glicose com ligações α-1,4 e
uma cadeia glicosídica reta) e a amilopectina (representa de 70 a 85%, parte insolúvel,
também um polímero de glicose, com a diferença que apresenta além das ligações α-1,4,
ligações α-1,6, que torna a molécula ramificada).
- POLISSACARÍDEO DE RESERVA DOS ANIMAIS- GLICOGÊNIO
O glicogênio é a única forma importante de reserva de carboidratos no organismo
animal, sendo pequena (1 a 1,5%) e distribuída principalmente no fígado, musculo
esquelético e nos rins. Serve para atender as demandas corporais imediatas de glicose em
situações em que há restrição no consumo de carboidratos, gasto energético muscular ou
de estresse. Os estoques de glicogênio são comparativamente pequenos com relação ao
total de energia requerida pelos animais e, dessa forma, são de pouca duração (algumas
horas). A estrutura do glicogênio é semelhante à amilopectina, com maior número de
cadeias ramificadas.
- POLISSACARÍDEO ESTRUTURAL DAS PLANTAS- CELULOSE
A celulose é o polímero de glicose mais abundante da natureza formada por
ligações glicosídicas do tipo β - 1,4, sendo um dos materiais estruturais da parece celular
dos vegetais. A celulose é um polímero linear de até 15.000 resíduos de glicose.
Animais não ruminantes como aves e suínos não produzem β-glicosidase em seus
tratos digestórios, e, portanto, não aproveitam de forma eficiente a celulose, ou seja, esses
animais não possuem capacidade enzimática para digerir esse polissacarídeo
estrutural. No entanto, em animais ruminantes (poligástricos) e não ruminantes de
ceco/colón funcional, a presença de microrganismos (bactérias, fungos e protozoários)
responsáveis pela secreção de enzimas, digere os nutrientes em um processo de
degradação ou digestão anaeróbica, conhecida por fermentação, com consequente
absorção dos produtos resultantes desse processo (ácidos graxos voláteis). Em ruminantes
a fermentação ocorre nos pré-estômagos (retículo, rúmen e omaso) e nos animais não
ruminantes herbívoros, os processos fermentativos estão localizados no intestino grosso
(ceco e cólon, principalmente).