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Através das forças dinamizadoras os atos humanos são impulsionados destacando se as necessidades e
os desejos. Ambos são impulsos geradores de tensão relativamente a um fim, sentindo como fonte de
prazer ou satisfação.
Mas o que é que são desejos e necessidades?
Necessidades
As necessidades dizem respeito a aspetos básicos da conduta que exigem ser atendidos, sob pena do
individuo não sobreviver ou viver em condições muito próximas da indigência.
Sendo assim todos os seres humanos têm a necessidade de se alimentar, de se vestir, de viver debaixo de
um teto com um mínimo de requisitos no que respeita a higiene, saúde e segurança. Estas necessidades
remetem a condições exigidas para que os riscos físicos sejam evitados e para que se possa continuar a
viver.
Neste contexto, podemos assim considerar que as necessidades determinadas carências de natureza
essencialmente orgânicas manifestam-se de modo automático, independentemente de qualquer controlo
voluntário por parte das pessoas.
As necessidades são caracterizadas inatas, ou seja, de raiz biológica e se não forem atendidas podem
conduzir a morte do individuo.
Quantos tipos de necessidades existem?
Assim uma pessoa deve procurar satisfazer uma necessidade quando a anterior já ter sido satisfeita.
Desejos
Os desejos dizem respeito a aspirações ou anseios dos sujeitos, cuja sobrevivência é alheia ao facto de
serem ou não atendidos. Os desejos não têm de ser realizados, e, em alguns casos, nem sequer o podem
ser, em virtude de entrarem no domínio da utopia e do sonho. Muitas pessoas desejam ter bons carros e
boas casas, viver em solidão ou rodeado de intelectuais e artistas e diverte se nos ambientes mais
requintados são quereres cuja realização, ou não nada tem a ver com a sobrevivência daqueles que os
detêm.
Ao contrário das nossas necessidades nós temos o poder de os controlar, racionalizando-os, extingui-los,
substituí-los e até dominá-los. Enquanto a necessidade é inata o desejo é essencialmente psicossocial e o
seu não entendimento mesmo que o deixe em situação de desequilíbrio, não acarreta perigos à sua
sobrevivência e continuidade.
Desejamos porque somos livres, e tê-los depende do querer da nossa vontade.
Segundo Freud, os atos que conduzem à satisfação de uma necessidade orgânica são acompanhados de
um sentimento de prazer, e a procura deste prazer leva a tendência de repetição desses mesmos atos. É o
que acontece com a criança que, ao sentir satisfação quando mama, transforma o seio materno, objeto
portador de alimento, num objeto gerador de prazer, passando a ser procurado por esse motivo.
Mamar interpreta-se, então, como um ato que não só atende a necessidade de alimento, como também
satisfaz o desejo de prazer infantil. Muitas vezes, a criança chora, fora de horas, para que mãe lhe dê de
mamar, mas é difícil clarificar se o faz para matar a fome ou para obter prazer.
Também no jovem, a carência orgânica de nutrientes desencadeia um mecanismo que o leva à ingestão
de alimento. Porém, a necessidade de comida e de bebida é acompanhada pelo desejo, o que faz com
que o objetivo não passe simplesmente por comer ou beber, mas comer ou beber o que lhe sabe bem,
como chocolates e refrigerantes, por exemplo.
Com o adulto passa-se o mesmo. Pode-lhe acontecer matar a fome numa refeição em que a companhia,
o ambiente e a excelência da comida sejam também fontes suplementares de prazer. Posteriormente, a
evocação deste prazer pode desencadear o desejo de outras refeições.
A perspetiva psicanalítica considera, pois, que os desejos se geram a partir das necessidades.
Conclusão
Concluindo, podemos dizer que a distinção entre as necessidades e os desejos é demasiado teórica.
Apesar de sabermos que as necessidades se ligam a elementos de ordem biológica e o desejo a
elementos de natureza psicológica como a conação e a cognição - vontade, perceção, aprendizagem,
memória-, a distinção torna-se difícil no quotidiano, considerando-se que a mente e a vida humana se
desenrolam num oscilar permanente entre a necessidade e o desejo.
Uma vez mais, se constata a natureza complexa da mente, constantemente a determinar-se por
elementos em que a base biológica se combina a elementos de outra natureza.
“Into The Wild”- Filme relacionado com o tema Necessidades e Desejos
Into the Wild (2007) Trailer #1 | Movieclips Classic Trailers
O filme "Into the Wild" retrata o contraste entre necessidade e desejo.
A personagem principal, Christopher McCandless, abandona sua vida confortável e decide viver na
natureza, á procura de liberdade e autossuficiência. Embora ele tenha escolhido viver de forma
minimalista, ele ainda tem necessidades básicas, como comida, abrigo e água. À medida que ele se
aventura mais profundamente na natureza, ele aprende a satisfazer essas necessidades por conta própria,
cultivando alimentos, construindo abrigos e encontrando água potável.
Ao mesmo tempo, o personagem também está a procurar os seus desejos mais profundos, como
liberdade, aventura e autodescoberta. Ele quer se livrar das convenções da sociedade e encontrar um
sentido maior na vida. No entanto, ao longo da jornada, ele percebe que a busca por seus desejos pode
ter consequências perigosas e até mesmo fatais.
O filme mostra como a procura pelo desejo e pela necessidade pode ser conflituosa, e como encontrar
um equilíbrio entre esses dois elementos pode ser difícil. Christopher McCandless aprende que é
importante encontrar um equilíbrio entre a realização de seus desejos e a satisfação de suas necessidades
básicas para sobreviver e encontrar a felicidade.
Trabalho de psicologia:
Renata Chaves nº 18
Diogo Matos nº 6