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escrita
autobiográfica
Bianca Santana
Qual o seu projeto de
escrita?
Escreva por favor,
em 7 minutos.
memória mortalha
“Os sobreviventes, aqueles que ficaram e não se afogaram definitivamente,
não conseguiram esquecer-se nem que o desejassem. É próprio da experiência
traumática essa impossibilidade de esquecimento, essa insistência na
repetição. Assim, seu primeiro esforço consistia em tentar dizer o
Walter Benjamin
“A elaboração da memória se dá no presente
e para responder a solicitações do
presente. É do presente, sim, que a
rememoração recebe incentivo, tanto quanto
as condições para se efetivar.”
Ulpiano Menezes
“Cabeça não fala minha filha, ela foi feita pra pensar, vê a direção com
tempo, no tempo, para Tempo. Velocidade, ação determinação. Nós,
bantus, falamos com o coração, que nos guia, dirigindo o caminho
para a estrada. Só assim podemos voltar da estrada para o caminho e
vise versa. Cabeça foi feita pra trazer as memórias que se registra
através do coração.”
Margareth Rago
“Redigir suas memórias, deixar para a posteridade sua autobiografia
é, sem dúvida, uma tentativa de levar os futuros leitores a
ver o autor através de uma imagem que ele mesmo
delineou. É nesse sentido que apresento a autobiografia como um
discurso de poder, o poder de moldar sua própria
vida, de deixar para as futuras gerações um autoretrato em forma
de texto.”
VILLAR, Marilia Santanna. A autobiografia como discurso de
poder, 1971
“Sabendo que os gêneros literários não são estáticos e sim dinâmicos e
que seu modo de recepção muda no tempo, é claro que o que a crítica
entende por autobiografia hoje não corresponde a um gênero nascido
em um momento único. Trata-se de uma escrita que se desenvolveu
em um processo que lhe é próprio, um
processo de escrita
e um processo de descoberta de si mesmo, pois a
autobiografia só pode nascer em uma sociedade em que o homem se
veja como indivíduo.”
Marilia Santanna Villar
Narre uma situação vivida
com outra pessoa, cuja
narrativa poderia gerar
conflito com a pessoa em
questão.
mas….
é tudo verdade?
“Então, as histórias não são inventadas? Mesmo as reais, quando são contadas. Desafio alguém a
relatar fielmente algo que aconteceu. Entre
o acontecimento e a narração do
fato, alguma coisa se perde e por isso se acrescenta. O real vivido fica
comprometido. E, quando se escreve, o comprometimento (ou o não comprometimento) entre o
vivido e o escrito aprofunda mais o fosso. Entretanto, afirmo que, ao registrar estas histórias,
continuo no premeditado ato de traçar uma
escrevivência .”
parrésia .”
Margareth Rago
“para que haja parrésia é preciso que,
dizendo a verdade, se abra, se instaure e se enfrente o
risco de ferir o outro, de irritá-lo, de deixá-lo com raiva
e de suscitar de sua parte algumas condutas que
podem ir até a mais extrema violência. É portanto a
verdade, no risco da violência”