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As Questões Éticas da Reprodução Assistida

A reprodução assistida é um tema complexo e controverso que tem gerado muitos


debates éticos e filosóficos.
A tecnologia de reprodução assistida permite que pessoas que antes não podiam ter
filhos biológicos, possam realizar esse desejo através de métodos como a fertilização in vitro, a
inseminação artificial e a doação de óvulos ou esperma. No entanto, essa tecnologia levanta
questões éticas importantes que precisam ser consideradas.

Em primeiro lugar, há a questão da comercialização do processo de reprodução assistida:


O uso de óvulos e esperma doados por desconhecidos pode levantar preocupações sobre
a exploração dos doadores, especialmente em países onde a compensação financeira é
permitida.
Mas será correta a doação por desconhecidos?
No meu entender, a doação por desconhecidos é, sim, correta.
Isto é, passando a exemplificar: uma mulher sem produção suficiente de óvulos que não tem
ninguém conhecido que se disponibilize para doar óvulos, pode sim aceitar, se for essa a sua
vontade, óvulos de uma desconhecida, para ser capaz de prosseguir com uma gestação.

Outro aspeto ético é a questão da seleção de caraterísticas genéticas:


A tecnologia de reprodução assistida permite que os pais escolham caraterísticas
específicas para os seus filhos, como o sexo, a cor dos olhos e altura, gerando a questão:

Será correto e justo poder escolher as caraterísticas do filho?


Penso que, a opção de escolher as caraterísticas dos filhos, por estes serem fruto de um método
de reprodução assistida é incorreto e injusto, pois leva a preocupações sobre a criação de uma
sociedade desigual, onde apenas os mais ricos podem pagar por caraterísticas privilegiadas para
os seus filhos. Basta recordar o que sucedeu na Alemanha de Hitler que defendia uma raça
ariana como a raça ideal/pura.

Além disso, há a questão da privacidade dos doadores, dos recetores e dos filhos
concebidos por meio da reprodução assistida:
As leis de privacidade variam consoante os países e, em alguns casos, os doadores, os recetores
e os filhos concebidos podem ter pouco ou nenhum controle sobre o acesso às informações
pessoais e genéticas.

Será correto os doadores e os filhos concebidos por reprodução assistida não poderem conhecer
ou saber informar-se sobre o outro?
Creio que os doadores, os recetores e os filhos não devem poder ter conhecimento à cerca do
outro por motivos de privacidade à família e por respeito aos termos aceitados. Por outras
palavras, ao aceitar ser doador este deve cumprir com o anonimato e não deve exigir qualquer
vínculo com o filho produzido sob a condição de doador do material genético, e vice-versa para
com os outros. A entidade destes só devem ser reveladas com motivos de urgência médica, ao
médico.

Por fim, a questão do destino dos embriões não utilizados:


A fertilização in vitro, por exemplo, geralmente resulta na produção de vários embriões.
Quantos mais embriões são produzidos do que os que serão utilizados, é preciso decidir o que
fazer com os embriões sobressalentes. Algumas opções incluem doação para outros casais, uso
em pesquisas científicas ou descarte.

Mas será moralmente correto doar para outros casais, usar para pesquisas científicas ou
descartar embriões humanos?
A meu ver, a doação de para outros casais, o uso para pesquisas científicas ou o descarte de
embriões é algo a ser autorizado pelo doador uma vez que, apesar de toda a terminologia que
necessita de ser aceite, isto é, retomando a questão anterior, o anonimato e o não pedido de
vínculo, este deve sim ter o direito de autorizar ou não o destino da sua doação após já terem
sido utilizados para o seu fim, ou seja, para proporcionar a alguém a possibilidade de realizarem
o seu desejo de serem pais.

Em resumo, a ética da reprodução assistida é um tema complexo e multifacetado que


requer um exame cuidadoso. É importante considerar as preocupações éticas relacionadas à
comercialização, seleção genética, privacidade e uso de embriões não utilizados, a fim de
garantir que a tecnologia seja usada de maneira responsável e ética.

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