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O presente ensaio tem como tema a reprodução assistida, que é um campo da medicina que

revolucionou a forma como a humanidade enfrenta desafios relacionados à fertilidade. Este


ensaio tem como objetivo principal explorar as diferentes técnicas de reprodução assistida e
examinar as questões éticas relacionadas a ela. Sendo um ensaio de natureza cientifica, foi usada
uma metodologia de investigação bibliográfica, e foi estruturado da seguinte maneira:
introdução, desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas.

Reprodução assistida
A reprodução assistida é um conjunto de técnicas, que através da intervenção do homem no
processo de reprodução natural, visa facilitar ou viabilizar que casais inférteis alcancem o desejo
da maternidade ou paternidade. (Heuschkel, 2015, p.10)

Dessa maneira, pode afirmar se que a reprodução assistida é um tratamento usado em clínicas
médicas para ajudar casais ou pessoas com problemas para engravidar.

Técnicas da reprodução assistida

De acordo com Sapato, Cunela e Maria (2016), as principais técnicas de reprodução assistida são
as seguintes:

 Fecundação in vitro e transferência de embriões

Esta técnica consiste em colocar o esperma (do marido ou do doador) e os óvulos em contacto
num vaso para realizar a fecundação, em um laboratório. (Sapato, Cunela & Maria, 2016, p.59)

Deste modo pode dizer se que, a fertilização in vitro consiste em uma técnica em que o óvulo é
fecundado pelo espermatozóide fora do organismo feminino, ou seja, num ambiente laboratorial.

De acordo com Heuschkel (2015), as principais etapas da fertilização in vitro são: a indução da
ovulação, aspiração dos folículos, identificação dos ovócitos, inseminação in vitro, cultura dos
embriões e transferência dos embriões.

Esta técnica levanta uma questão fundamental sobre o futuro dos embriões que foram
fertilizados, mas ainda não atribuídos às suas mães. Portanto, a igreja desencoraja esta técnica.

Sob o mesmo ponto de vista, a principal objeção à fertilização in vitro é que os humanos são
fabricados. Ao praticar a fertilização in vitro, os recém-nascidos podem ser produzidos em

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laboratório e o papel da mãe biológica na proteção do embrião da fertilização com o seu próprio
corpo pode ser legalmente transferido para outra pessoa. Como resultado, a fertilização in vitro
torna os embriões vulneráveis, colocando-os em risco de serem descartados, congelados ou
utilizados em experiências.

 O congelamento embrionário

O objetivo deste procedimento é possibilitar transferência de embriões produzidos ao excesso, os


quais geralmente são congelados posteriormente, caso não ocorra gravidez ou quando houver
desejo de outra, sem submeter a mulher a novo ciclo de indução da ovulação. (Sapato, Cunela &
Maria, 2016, p.61)

O congelamento é extremamente discutível sob a ótpica da ética, pois fere a dignidade do


embrião. Muitos embriões não sobrevivem ao processo de congelamento e descongelamento.
Outros problemas seriam o tempo de armazenamento e o abandono dos embriões.

 A doação de gametas

Segundo Sapato, Cunela e Maria (2016), a doação de gametas pode ser utilizada quando há
ausência de formação de gâmetas, tanto por parte do homem (azoospermia) quanto da mulher
(falência ovariana). (p.61)

Sendo assim, a doação de gametas é um acto de solidariedade para auxiliar homens, mulheres ou
casais a realizarem o sonho da maternidade ou paternidade quando este, por diversas razões, não
é alcançado por meio de óvulos ou espermatozoides próprios.

Para Paula, Maia, Nunes, Filho e Marins (2019), a doação de óvulos é dividida em três
categorias: altruística; sentimental e, doação relacional cruzada ou doação relacional anônima
personalizada. Na mais comum, a altruística, os óvulos são doados de forma anônima e gratuita.
Por sua vez, na sentimental a doação é feita por familiares ou amigos. Já a terceira é mais
complexa, por que há uma troca de óvulos, onde uma mulher oferecerá óvulos a outra, essa
receptora por sua vez providenciará uma doadora para a primeira mulher. (p.9)

As questões bioéticas em relação à doação de gâmetas envolvem a introdução de um terceiro


elemento na relação conjugal (o doador), a forma como os gâmetas são obtidos (pagamento ou

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não-pagamento do doador), a questão do anonimato ou não, os possíveis danos psicológicos
dessas crianças e o risco de consanguinidade.

Considera-se que a doação de material genético deve ser altruísta e livre de exploração
comercial. A grande discussão neste caso se concentra na obtenção dos óvulos. Diferente da
doação de sêmen, existe um risco para a doadora de óvulos, que precisará realizar a
superestimulação ovariana, através do uso de drogas, e a captação dos óvulos, procedimento
invasivo e que necessita anestesia.

 A maternidade de substituição

Trata-se de uma prática de empregar mulheres que são remuneradas para assumir a gestão de
embriões fecundados in vitro com óvulos e espermatozóides de outras pessoas ou dos bancos de
embriões. A igreja também desencoraja esta técnica. (Sapato, Cunela & Maria, 2016, p.63).

Deste modo, pode dizer se que, a barriga de aluguel envolve uma mulher carregando e dando à
luz um filho para outro casal. É uma técnica com implicações legais e éticas significativas,
relacionadas à compensação da gestante, direitos parentais e escolha da gestante.

Do ponto de vista ético, questiona-se se existe um terceiro elemento na relação conjugal,


questões relacionadas à escolha do doador, ao aproveitamento comercial do uso temporário do
útero, sem falar no potencial disputa, problemas com filhos ou abandono.

 A Inseminação Intrauterina (IIU)

Esta técnica baseia-se em depositar os espermatozóides qualificados em laboratório, seja a


amostra do parceiro ou de um doador, no útero através da inserção de um catéter sem anestesia
ou internamento, durante o período ovulatório da paciente. (Paula, Maia, Nunes, Filho e Marins,
2019, p.7)

Em síntese, a inseminação intrauterina envolve a introdução directa de espermatozoides no útero,


frequentemente usada em casos de esterilidade ou impotência masculina. É uma técnica menos
invasiva, mas menos eficaz em comparação com a fertilização in vitro.

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Em princípio, esta prática não apresenta dificuldades morais quando o esperma provém do
cônjuge.

Conclusão

Chegado ao fim do ensaio, pode concluir se que a reprodução é um conjunto de técnicas


utilizadas por médicos especializados em fertilidade para ajudar mulheres e homens com
problemas de concepção a engravidar. Esses métodos, como fertilização in vitro, congelamento
de embriãos, doação de gametas, maternidade substituta e inseminação intrauterina, envolvem o
processamento de óvulos, espermatozoides ou ambos, fora do corpo, permitindo que os casais
concebam sem relações sexuais. A grande questão ética é o equilíbrio entre o direito dos pais a
serem pais e a sua responsabilidade de garantir que todas as partes envolvidas sejam tratadas
com dignidade e respeito.

Referências Bibliográficas

Heuschkel, M., A. (2015). Aspectos epidemiológicos da reprodução humana assistida no brasil.


Curitiba, Brasil: Universidade Federal do Paraná.

Paula, P., J., et al. (2019). Técnicas de reprodução humana assistida: uma revisão bibliográfica.
Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Recuperado de
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/tecnicas-de-reproducao.

Sapato, R.B., Cunela, F. & Maria, E.L. (2016). Manual de Fundamentos de Teologia Católica.
Beira, Moçambique: Universidade Católica de Moçambique.

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