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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos


Licenciatura em Contabilidade e Auditoria, 2º ano, 2º Semestre
Cadeira: Fundamentos de Teologia católica
3º Grupo
Actos Contra a Vida Humana
Estudantes:
Emelda Edgar Docente:
Festivaldo Aldino Pe. Agostinho Rosário
Introdução
Os avanços tanto em pesquisa quanto em tecnologia em muitas áreas da
assistência médica nas últimas décadas foram consideráveis, mas a evolução
dos conceitos éticos e legais infelizmente não acompanhou o ritmo. O campo
da reprodução humana não é excepção.
Objectivo Geral
Este trabalho revisa os principais pensamentos em torno dos actos contra a
vida humana. Busca mostrar e reinterpretar os conceitos de contracepção,
reprodução assistida e aborto.
Objectivos específicos:
• Conceituar a os termos Contracepção, Reprodução assistida e o Aborto;
• Descrever as vantagens e desvantagens dos métodos contraceptivos;
• Apresentar os tipos de aborto;
• Reflectir em torno dos que cooperam material e moralmente no aborto.
Conteúdo
 Contracepção:
Ventagens e Desvantagens
Reprodução Assistida:
Inseminação Artificial
Fecundação in vitro e transferência de embriões
Maternidade substitutiva
O Aborto
Aborto Espontâneo
Aborto Provocado
Reflexão Ética-Moral e Religiosa Sobre o Aborto
A Contracepção
A contracepção é o uso de medicamentos, dispositivos ou cirurgia
para prevenir a gravidez. Existem muitos tipos diferentes de
contracepção. Estes incluem métodos de barreira para impedir que o
esperma fertilize o óvulo, métodos hormonais, dispositivos
intrauterinos (DIUs) e cirurgia para fechar as trompas de falópio de
uma mulher ou cirurgia para fechar os dois tubos que transportam o
esperma para fora dos testículos nos homens. Também chamado de
regulação da natalidade (Sgreccia, 2002).
De acordo com Archer (2001), “os métodos contraceptivos ou
anticoncepcionais têm o objectivo de evitar uma gravidez não
programada e/ou prevenir doenças sexualmente transmissíveis
(DST), como no caso dos preservativos” (p.67).
Vantagens e Desvantagens

• Vantagens
Os métodos contraceptivos permitem controlar a reprodução,
mas não só. No caso do preservativo essa acção é mais
abrangente: é o método mais eficaz para proteger de doenças
sexualmente transmissíveis, como, por exemplo, a Sida, a
hepatite B, o vírus do papiloma humano ou o herpes genital
(Archer, 2001).
• Desvantagens
Em contrapartida, Sgreccia (2002) atesta que hoje, mais do que
nunca, o ser humano vê sua existência ameaçada pelo rápido
desenvolvimento das técnicas anticoncepcionais.
Vantagens e Desvantagens

Esta situação merece uma reflexão profunda e uma resposta


adequada do Direito, que necessita urgentemente regulamentar
determinados princípios bioéticos no plano constitucional, que
reconheçam o respeito às pessoas, a beneficência, a justiça e o
direito a vida. Todo esse desenvolvimento revoluciona não
apenas a história da ciência, mas também a da humanidade,
pois pela primeira vez o ser humano acessa o conhecimento de
seus próprios mecanismos vitais. Em outras palavras, a principal
desvantagem da contrcepção é o impedimento da existência de
um novo individuo.
Reprodução Assistida

De acordo com Sapato, Lucas e Cunlela (2014), “a reprodução


assistida consiste na assistência médica do processo de
reprodução humana” (p.43).

A reprodução assistida é conhecida como o conhecimento e as


técnicas que permitem substituir ou facilitar os diferentes
processos naturais que ocorrem na reprodução de seres
humanos ou animais (Giordano, 2001) .
Reprodução Assistida

Os principais tratamentos de fertilidade que existem hoje,


segundo Vieira Sgreccia (2002) são a “inseminação artificial (IA)
e a fertilização in vitro (FIV), que podem ser combinadas com
técnicas como doação de gametas ou diagnóstico genético pré-
implantação (actualmente conhecido como teste genético pré-
implantação, PGT) e a maternidade substitutiva” (p.91).
Inseminação Artificial

Consiste na colocação do esperma na vagina ou numa outra


parte do aparelho reprodutivo feminino por meios artificiais
(Johannes, 1988).
De acordo com Ladaria (1998), “a Inseminação Artificial consiste
na colocação de uma amostra selecionada de espermatozoides
previamente tratados em laboratório ou doados por terceiros
para optimizar a viabilidade dentro do útero da mulher e
aumentar as chances de sucesso da fertilização” (p.66).
Inseminação Artificial

Archer (2001) explica que é um procedimento indolor e muito


menos invasivo do que outras técnicas reprodutivas, como a
fertilização in vitro. Dependendo da origem da amostra de sêmen
utilizada, distinguimos dois tipos:
• A inseminação artificial homóloga (IAH) ou conjugal (IAC), ou
seja, é utilizada uma amostra do casal.
• Inseminação artificial heteróloga ou doadora (IAD), com
esperma de banco
Inseminação Artificial
No caso da inseminação artificial heteróloga ou doadora, Ladaria
(1998) argumenta que há dificuldade de manutenção dos
princípios matrimoniais, isto é, a unidade matrimonial, a
dignidade dos cônjuges, a vocação dos pais de ficar pai e mãe
exclusivamente através um do outro e o direito do filho de ser
concebido e nascer no matrimónio e através do matrimónio
A inseminação artificial é, portanto, um procedimento de
reprodução assistida que consiste na colocação de sêmen
previamente preparado em laboratório dentro do útero da
mulher.
Fecundação in vitro e transferência de embriões

Segundo Archer (2001), “a fertilização in vitro (FIV) é a união do


óvulo de uma mulher e do esperma de um homem em uma placa de
laboratório. In vitro significa fora do corpo. A fertilização significa que
o espermatozoide se prendeu e entrou no óvulo” (p.87).
Também chamada de fertilização extracorpórea, a fertilização in vitro
é um procedimento no qual os óvulos são removidos do ovário de
uma mulher e combinados com o esperma fora do corpo para formar
embriões. Os embriões crescem em laboratório por vários dias e são
então colocados no útero da mulher ou criopreservados (congelados)
para uso futuro (Ladaria, 1998).
Fecundação in vitro e transferência de embriões

• A pesar de ser desencorajada, a fertilização in vitro (FIV) é uma


das técnicas mais comuns disponíveis para melhorar as
chances de engravidar. Pois, é uma técnica focada em
conseguir a união do óvulo com o esperma em laboratório, para
obter embriões que podem ser transferidos para o útero da
mãe.
Maternidade substitutiva
A maternidade substitutiva, popularmente e erroneamente conhecida
como maternidade de aluguel, é um método de reprodução assistida
caracterizado pelo fato de que a mulher que gesta o bebê não será
sua mãe (Sgreccia, 2002).
Para Archer (2001) essa técnica é especialmente complexa do ponto
de vista ético e emocional, pois rompe com a ideia tradicional de
como uma família é formada.
A definição de barriga de aluguel implica que uma mulher, conhecida
como mãe de aluguel, concorda em gestar o filho de outra pessoa
ou casal. Os pais pretendidos do bebê são geralmente chamados de
pais pretendidos (Giordano, 2001).
Maternidade substitutiva
A maternidade substitutiva, popularmente e erroneamente conhecida
como maternidade de aluguel, é um método de reprodução assistida
caracterizado pelo fato de que a mulher que gesta o bebê não será
sua mãe (Sgreccia, 2002).
Para Archer (2001) essa técnica é especialmente complexa do ponto
de vista ético e emocional, pois rompe com a ideia tradicional de
como uma família é formada.
A definição de barriga de aluguel implica que uma mulher, conhecida
como mãe de aluguel, concorda em gestar o filho de outra pessoa
ou casal. Os pais pretendidos do bebê são geralmente chamados de
pais pretendidos (Giordano, 2001).
Maternidade substitutiva
A Conforme defende Johannes (1988) o ideal é que a gestante forneça apenas
o útero para manter a gravidez e dar à luz o futuro bebê.
Entretanto, Archer (2001) argumenta que dependendo de como a gravidez da
mulher grávida é alcançada, distinguimos dois tipos de barriga de aluguel:
• Barriga de aluguel tradicional ou parcial: a mãe de aluguel também é a
mulher que fornece a carga genética. Geralmente se refere à barriga de
aluguel realizada por meio de inseminação artificial com o sêmen do futuro pai,
embora também possa ser uma fertilização in vitro com óvulos da gestante.
• Sub-rogação gestacional ou gestacional completa: a mulher grávida não
dá seus óvulos para a criação do embrião que vai gestar, mas a dotação
genética vem da futura mãe ou, em alguns casos, de uma doadora de óvulos.
O ABORTO
Aborto é uma palavra de origem latina (ab-orior) que significa
fracassar na tentativa, na origem, e também morrer, extinguir-se,
etc. Assim, por exemplo, abortar um crime significa cortar ou
interromper o fluxo de eventos que levariam à execução de um
crime (Archer, 2001).
Esse significado se restringiu, pouco a pouco, a ponto de referir-
se, sobretudo, à interrupção do desenvolvimento de um embrião
ou feto, interrupção que o impede de se tornar aquilo a que se
destina: um ser vivo independente, biologicamente falando, do
corpo materno, limite que costuma ser considerado dado ao
nascimento (Sgreccia, 2002).
Tipos de Aborto
• Aborto Espontâneo
• Aborto Provocado
Aborto Terapêutico
Aborto Eugénico
Formas Disfarçadas de Aborto
Aborto Espontâneo
Aborto espontâneo é a morte embrionária ou fetal não induzida.
Este aborto pode ocorrer devido a veros factores, tais como:
ambientais, cromossómicos endócrinos, doenças infeciosas,
afeções desmetabolicas, malformações do trato genital, factores
de imunidade, causas psicológicas entre outros (Sgreccia, 2014).
Ladaria (1998) explica que este tipo de aborto surge quando a
gravidez é interrompida sem que seja por vontade da mulher.
Pode acontecer por vários factores biológicos, psicológicos e
sociais que contribuem para que esta situação se verifique
Aborto Provocado

• Para Ladaria (1998) aborto provocado é a interrupção


deliberada da gravidez; pela extracção do feto da cavidade
uterina de forma doméstica, química ou cirúrgica. Quando se
pensa em aborto é esta forma que é conhecida popularmente
• Segundo Sgreccia (2002) “pode acontecer quando existem
malformações congénitas, quando a gravidez resulta de um
crime contra a liberdade e autodeterminação sexual, quando a
gravidez coloca em perigo a vida e a saúde física e/ou psíquica
da mulher ou simplesmente por opção da mulher” (p.99).
Aborto Provocado

Aborto Terapêutico
Segundo diz Sgreccia (2014), antes de mais nada, temos que
saber que a designação “aborto terapêutico”, é impropria, ou
seja, não é exatamente terapêutico. Podemos dizer que terapia é
um procedimento medico usado para sanar ou tirar parte do
doente, nesse caso uma gravidez não podemos considerar como
uma doença. Porem o este aborto é denotado nesse sentido
devido as condições, nesse caso, este aborto acontece quando
se elimina a feto de forma a evitar o agravamento da saúde ou
perigo de vida da mãe.
Aborto Provocado

Aborto Eugénico
Este aborto consiste na eliminação de feto de modo a evitar o
nascimento de indivíduos tarados ou malformados, portadores
de deficiência. Sobretudo este aborto, diz-se que estes
indivíduos entre numa vida não humana, para evitar carga e
sacrifício das famílias e d sociedade (Sgreccia, 2014).
Segundo Sgreccia (2002), sub ponto de vista ético, a presença de uma
malformação ou de uma deficiência em nada diminui a realidade
ontológica do ser nascido; pelo contrario, por estar num estado de
diminuição devemos dar maior atenção, proteção e ajuda.
Aborto Provocado

Formas Disfarçadas de Aborto


No plano cientifico e social, vai se delineado uma tendência de mascarar
o termo aborto com outros nomes para das menos nas vistas. Na
pratica, estamos nos referidos a técnicas modernas de controle de
nascimentos, impropriamente designados por contraceptivos
(preservativos, implantes, entre outros) (Sgreccia, 2014).
“para facilitar a difusão do aborto _ escreve João Paulo II no n.13 da
Enciclica Evangelium vitae _ forma investidos e continuam sendo
investidos somas imensas destinadas a criação de fármacos que tornam
possível a morte do feto no seio materno sem a necessidade de recorrer
a ajuda do medico. A própria pesquisa cientifica parece quase
exclusivamente preocupada em obter produtos cada vez mais simples e
eficazas de subtrair o aborto a toda forma de controle e responsabilidade
social” (Sgreccia, 2014).
Reflexão Ética-Moral e Religiosa Sobre o Aborto
Segundo o magistério da Igreja, citado em Gaudium et Spes (2002), “desde
o primeiro momento da fecundação há uma pessoa humana completa, o
aborto torna-se, portanto, um acto moralmente inaceitável e condenável,
verdadeiro homicídio, um atentado contra a vida e, consequentemente,
contra o próprio Deus, criador da vida, um pecado gravíssimo”.
Outrossim, a condenação da interrupção voluntária da gravidez funda-se
numa proposição de fé, segundo a qual a vida humana tem carácter
sagrado por ser um dom divino. Paulo VI, citando Pio XII, explica que:
“Cada ser humano, também a criança no ventre materno, recebe o direito
de vida imediatamente de Deus, não dos pais, nem de qualquer sociedade
ou autoridade humana”. Portanto, atentar contra a vida é atentar contra o
próprio Deus. Do direito à vida derivam todos os outros direitos, dos quais
aquele é condição necessária.
Conclusão

• A legítima defesa de pessoas e sociedades não é excepção à


proibição da morte de inocentes que constitua homicídio
voluntário. Neste âmbito, a ação de se defender pode ter um
duplo efeito: um é a preservação da própria vida; a outra, a
morte do agressor. Pelo que nada impede que um único acto
tenha dois efeitos, dos quais apenas um é pretendido, mas o
outro está além da intenção. Diante do exposto, é possível
identificar bases éticas, morais e até religiosas para se defender o
direito a vida, tanto quanto para condenar actos vão contra a vida
humana. Assim, o direito à vida apresenta-se como um direito ao
mesmo tempo sagrado, natural e social.
Referencias bibliográficas
Archer. L. (2001). Dicionário de Bioética. Porto, Portugal: Perpétuo Socorro.
Gaudium et Spes (2002). Concílio Vaticano II. Constituições, Decretos e Declarações. Coimbra,
Portugal: Gráfica de Coimbra.
Giordano, F. (2001). A Teologia Hoje, síntese do pensamento teológico. Porto, Portugal: Perpétuo
Socorro.
Johannes, B. (1988). Dicionário de teologia bíblica. (4ª Ed.). São Paulo, Brasil: Edições Loyola.
Ladaria, L. (1998). Introdução à Antropologia Teológica II. São Paulo, Brasil: Edições Loyola.
Paulo VI (1967). Carta encíclica Populorum Progressio. Acedido a 30 de Agosto de 2022 de
http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/encyclicals/documents/hf_p-
vi_enc_26031967_populorum_po.html
Sapato, R. B., Cunlela, F. & Lucas, E. M. (2014). Manual de Fundamentos Teologia Católica. Beira,
Moçambique.
Sgreccia, E. (2014). Manual de Bioética I - Fundamentos e Ética Biomética. (2ª Ed.). São Paulo,
Brasil: Edições Loyola.
Sgreccia, E. (2002). Manual de Bioética I - Fundamentos e Ética Biomética. (2ª Ed.). São Paulo,
Brasil: Edições Loyola.
A vida Humana em Primeiro lugar

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