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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos


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Fundamentos de Teologia Católica

Curso de Licenciatura em
Contabilidade e Auditoria
2º Ano

AULA 3, 4 e 5
Conteúdos
1.4. Revelação
1.4.1. Conceito de revelação
1.4.2 Tipos de Revelação
1.4.3. Conteúdos da revelação
1.4.4. Etapas da revelação
a) Deus se revela na criação
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Deus se revela na Criação
 Conceito de Criação
Deus é o criador
Cristo, princípio, centro e fim da criação
b) A Revelação em Abraão, Moisés,
Profetas e Jesus.
1.5. Dificuldades e objecções
1.6. Dimensão trinitária da criação
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Cont.
1.7.1. Transmissão da Revelação
divina.
1.7.2. A atitude do homem para
com a revelação.

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1.4. A Revelação
1.4.1 Conceito de Revelação
Por Revelação se entende ao acto de tornar
acessível uma verdade até então oculta.
Portanto, é o acto de dar a conhecer uma
verdade que até então era desconhecida.
É, portanto, “o conjunto de verdades
relacionadas com Deus, o Homem e o Universo
que algumas Religiões afirmam ter-lhes sido
‘’reveladas”, manifestadas, directa ou
indirectamente”. (Pinto, 2001, p.88)
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AULA 3
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1.4.2 Tipos da Revelação
a) Revelação natural: é aquela em
que, a partir dos vários aspectos da
criação, do finito, obra de Deus, o
Homem, através da sua
consciência e inteligência, pela
razão apenas, tem um certo
conhecimento natural de Deus.
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Cont.
b) Revelação em Jesus Cristo (Revelação
Bíblica): é aquela realizada em e por Jesus
Cristo, fazendo-se Homem igual a nós
excepto no pecado.

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1.4.3. Conteúdos e natureza da
Revelação
O Conteúdo da Revelação se encontra na
Constituição Dogmática sobre a Revelação
Divina no seu número 2 nos seguintes termos:
‘’Aprouve a Deus, na sua bondade e sabedoria,
revelar-se a si mesmo e tornar conhecido o
mistério da sua vontade, por meio do qual os
homens, através de Cristo, Verbo Incarnado,
têm acesso ao Pai no Espírito Santo e n’Ele se
tornam participantes da natureza divina’’
(Concílio Vaticano II, Dei Verbum, 2).
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Cont.
Portanto, Deus fez-se conhecer para
que o homem entre no mundo de
Deus.
E a Revelação é de natureza divina,
isto é, pertencente a Deus.

Docente: Pe. Agostinho Rosário


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1.4.4. Etapas da Revelação

Por etapas da Revelação se entende aos


diferentes momentos nos quais as verdades
sobre Deus foram reveladas à humanidade.
Temos como etapas da Revelação:
a) Deus se revela na criação: Deus se revela
como criador, aspecto comum nas três
grandes religiões: o judaísmo, o cristianismo e
o Islamismo.

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Deus se revela na criação
 Conceito de Criação
O termo ‘’criação’’ é um conceito
propriamente teológico de fé judaico-cristão
e refere-se ao conjunto de todos os seres
com o sinónimo de criaturas. Nela Deus
manifesta o seu amor omnipotente e
sapiente. É o primeiro passo para
estabelecer a aliança do único Deus com o
seu povo.
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Cont.
O termo ‘’criar’’ designa uma actividade
própria e exclusiva de Deus, uma actividade
diferente da fabricação humana. Não se
trata, portanto, de um mero fazer teórico e
instrumental que exige provas científicas,
mas sim um agir que envolve a
intencionalidade do agente (Deus) pela
própria inciativa como seu projecto.
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Cont.
Para designar a acção criadora de Deus,
se emprega o verbo em hebraico Barã
(criar), designa a criação de Deus. Ele
significa-não condicionada e livre de
requisitos-como marco histórico da
natureza e do espírito. Portanto, o que
não existia passa a existir (Cf. Ex 34,10;
Nm 16,30; Sl 51,12, etc.)
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Cont.
Assim se distingue o ‘’criar’’ (barã) do fazer
(asãh), onde o verbo barã designa a totalidade
da criação e este verbo é empregado
exclusivamente quando se fala de Deus, na sua
acção criadora, ou seja, na criação : ‘’ No
princípio, Deus criou o céu e a terra’’ (Gn 1,1). E
o verbo asãh, indica a realização consequente
de uma obra, a função determinada de uma
obra.

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Deus é o Criador
Deus é omnipotente por ter exercido a
sua actividade criadora, sobretudo a
criação do nada.
O evento da criação é apresentado
como criação mediante a palavra, pelo
que Ele cria pela sua palavra (Bauer,
1988).
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AULA 4
Cont.
 Cristo: princípio, centro e fim da
criação (Cl 1,15-20)
A história iniciada com a criação tem o
seu ponto culminante naquele que Deus
constituiu pela ressurreição, Jesus Cristo
(Hb 1,1). Com a sua presença, a criação
assume novas dimensões da nova
criação.
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Cont.
b) A Revelação em Abraão, Moisés, Profetas
e em Jesus Cristo
1. Deus chama Abraão para dele fazer um
grande povo, povo que ensinou por meio de
Moisés e dos Profetas para que o
reconhecessem como único Deus, vivo e
verdadeiro, Pai providente e justo juíz, e para
que esperassem o Salvador prometido
(Concílio Vat. II, O.C., 3).
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Cont.
Como se pode ler no texto conciliar,
Deus se revelou primeiro a Abraão,
em segundo a Moisés, e
seguidamente aos profetas e, após
ter chegado a plenitude dos
tempos, Deus falou por meio do
seu Filho, Jesus Cristo, o profeta
por excelência (Heb. 1,1-2).
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Cont.
Neste projecto de revelação estão
envolvidos os seguintes elementos:
a) A Palavra;
b) O encontro;
c) A Experiência num percurso
histórico.
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Cont.
2. Abraão: respondeu ao chamado de Deus e
obediente ao seu projecto partindo sem
saber para onde ele ia (Gen. 12). O
resultado dessa sua confiança é ser pai de
um grande povo. Por isso o chamamos
nosso pai na fé, é o Patriarca, isto é,
arquétipo da fé. O Deus que se revela em
Abraão é o Deus da promessa, pois
promete e cumpre a sua promessa da
salvação.
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Cont.
3.Moisés: Deus se revelou a
Moisés libertando o povo escravo
no Egipto. O seu nome ‘’Sou Aquele
que Sou’’ revela uma solicitude de
liberdade para o ser humano. Por
isso o Deus de Moisés é o Deus
libertador.
Docente: Pe. Agostinho Rosário
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Cont.
Logo, pode-se dizer que:
a)O Deus de Abraão é o Deus da
promessa;
b)O Deus de Moisés é o Deus
libertador ou da libertação.

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Cont.
4. Os Profetas: testemunham o cuidado de
Deus pela justiça no seio da humanidade.
Geralmente, eles aparecem como
defensores dos pobres e dos vulneráveis
da sociedade.
Assim Deus se revela para com os profetas
como um Deus dos pobres e injustiçados.

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Cont.
5. Jesus Cristo: nos últimos tempos, que
são os nossos, Deus se revelou em
Jesus Cristo, seu Filho, que constitui
centro e o ponto definitivo da história
da salvação.
Portanto, com Jesus a Lei e os Profetas
são orientados a Ele e somente n’Ele
encontram pleno cumprimento.
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Cont.
Os Sinópticos descrevem a actividade reveladora
de Jesus com dois verbos:
a)Pregar;
b)Ensinar
Com estes verbos os sinópticos querem
persuadir o leitor de que Jesus pregou o reino de
Deus e testemunhou com a sua própria vida,
mediante o pronunciamento das palavras
seguintes: ‘’Convertei-vos porque o reino de Deus
está próximo’’ (Mt. 4,17).
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Cont.
No Evangelho de São João Jesus é o
logos como sinónimo da Palavra de
Deus. Aqui Deus não fez ouvir sua
voz mas a sua palavra que se pode
reconhecer somente em Jesus
Cristo (Jo. 5,37-38).

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Cont.
A invisibilidade de Deus torna-se
visível na glória do Filho, pois este é o
unigénito, isto é, o único que possui a
vida mesma do Pai, o único que pode
revelar o Pai dada a sua preexistência
junto de Deus (Jo. 1,1-2).

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1.5. Dificuldades e objecções
Dificuldades e objecções porque:
a) Foi negada a criação como obra de Deus. Para
além do ateísmo científico, que afirma ter o
mundo começado pela explosão primordial em
que todas as radiações e toda a matéria
estavam numa bola primordial de fogo, e do
materialismo dialéctico, estas reflexões sempre
embateram a Igreja no ponto da criação.

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1.6. A atitude do Homem para com a
revelação divina
 Sendo o Homem destinatário da revelação, Deus
espera dele uma tomada de atitude:
a) Atitude de abertura;
b)Atitude de indiferença.
Tudo isto é para permitir que o Homem conheça a
Deus e conhecendo-O se salve.
 O encontro que Deus faz com a pessoa humana
acontece no coração e uma vez aberto o coração
professa-se com a boca o que se crê. (Rom. 10,10).

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Cont.
 O que Deus espera do homem
perante a sua iniciativa reveladora é
uma resposta positiva, abertura a
Deus, abandonar-se a Ele. A esta
resposta positiva chama-se fé.

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Cont.
Ela resulta da escuta à palavra pregada.
No entanto, a fé não se deve resumir em aceitar
cegamente as fórmulas aprendidas tanto na Igreja
como na Mesquita. Ela deve ser uma fé de
compromisso, operante, que se traduz em atitudes
concretas e humanizadoras, como por exemplo: se
eu tenho fé que Deus existe e a sua vontade é de
levar todos à salvação, então devo promover o
bem deixando de fazer o mal aos outros.

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Cont.
Porque Deus é pela justiça, pelo
amor, pela correcção fraterna, pela
compreensão, pelo perdão, e não
pela vingança, pelo ódio, pela inveja,
pela fofoca, pela usurpação dos bens
alheios, pois a fé sem obras é uma fé
morta (Tg 2,14-26).
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Cont.

AULA 5
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1.7. A dimensão trinitária da
criação
Segundo a concepção cristã, a criação do mundo
é um acontecimento trinitário: onde o Pai cria
pelo Filho e no Espírito Santo. Durante muito
tempo, a tradição teológica compreendeu a
criação como obra do Pai, Senhor da sua criação
(monoteísmo). Posteriormente, desenvolveu-se
uma doutrina especificamente cristológica da
criação, com ênfase na criação através da
Palavra, como podeis ver (cf. Gn 1,26)

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1.7.1. Transmissão da Revelação
divina
A Transmissão da revelação divina aconteceu
da seguinte maneira:
a) Depois de Cristo ter revelado o Pai, Ele
mandou os Apóstolos para que pregassem a
todos os homens o Evangelho, fonte de toda a
verdade salvadora e de toda a disciplina de
costumes, comunicando-lhes assim os dons
divinos (Concílio Vat. II, Dei Verbum, 7).
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Cont.
E os Apóstolos, por sua vez, foram fiéis
ao mandato e anunciaram o Evangelho
com palavras e a própria vida.
Os Apóstolos, por sua vez, deixaram os
Bispos como seus sucessores,
‘’entregando-lhes o seu próprio
magistério ’’ (Irineu, III, 3).

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OBRIGADO

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