Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO
2. O CENTRO
O capítulo 9 traz cinco questionamentos, respondidos pelo próprio Biel (2007), a respeito da
função do centro capitalista dentro da atual etapa da economia política internacional.
1
empresa y el aumento de las relaciones de subcontratación creando lo que parece ser un mercado,
pero en realidad no es otra cosa que una nueva forma de control monopólico que no necesita ser
administrado de forma directa” (BIEL, 2007: 248).
de management habían sido históricamente inevitables” (BIEL, 2007: 251) e a qual suscitou a
fantasia de que governar é assunto meramente técnico (BIEL, 2007: 251);
(c) o pós-modernismo — corrente a qual, segundo Biel (2007), se afasta das grandes
narrativas (para usar um termo saidiano) generalizantes, em prol da análise das pequenas diferenças
(…) el keynesianismo tenía un problema, y es que no explicaba qué podría ocurrir una
vez alcanzado el pleno empleo (…). (…) Milton Friedman enfrentó estos problemas
2
(…) [com a teoria monetarista], sosteniendo que los ciclos comerciales estadunidenses
estaban asociados a las fluctuaciones de la emisión monetaria. Ampliamente se lo
interpretó como si hubiese dicho que la última era causa del primero. Detrás de este
argumento aparentemente técnico, había un punto filosófico que desafiaba
secretamente las bases del keynesianismo: sostenía la necesidad de despolitizar las
decisiones económicas (…). (BIEL, 2007: 252-253)
3
IV. O quarto questionamento explora a criação de uma agenda internacional por meio da
qual os países centrais controlam o sistema. Isso implica, sobretudo, uma redefinição das bases da
política de desenvolvimento, que, se no keynesianismo, calcava-se na industrialização interna
gerida fortemente pela mão do Estado, agora, deveria coadunar-se com o Estado mínimo, que não
atrapalhasse a internacionalização da produção (BIEL, 2007: 256-257) — e essa, por sua vez,
deveria ocorrer sem levar a que o Norte perdesse poder econômico elativo para o Sul (BIEL, 2007:
260). Para alcançar tais metas, apesar do discurso econômico liberal, o fato é que o Ocidente adotou
um modelo intervencionista, copiado do Japão. “La premisa central de este nuevo pensamiento fue
que, dado que los mercados no son realmente libres, las decisiones efectivas son aquellas que toman
los actores poderosso (las corporaciones y los estados) (…). De hecho, hubo que recnocer que los
actores económicos construían su propia ventaja comparativa” (BIEL, 2007: 261-262).
V. O quinto e último questionamento de Biel (2007) não tem tanto a ver com a instauração
do neoliberalismo pelos/nos países centrais, mas ao estado-da-arte do capital especulativo. Estaria
esse fora de controle? Tudo leva a crer que sim, e há muito tempo. Já em meados dos anos de 1980,
somente o mercado do eurodólar (ativo sem respaldo na economia real) movimentaa um volume
vinte e cinco vezes maior do que o do comércio mundial (BIEL, 2007: 264). Tudo isso graças aos
EUA, que, no contexto da reagonomics, marcada por boom consumista sem produção interna
equivalente, acabava importando muito dos demais países do Norte, gerando um excedente enorme
de capital, que se deslocava para o setor financeiro.
Com esse deslocamento, um paradoxo surgiu: “Para poder fortalecer a la ‘economía real’
(…) en el equilibrio de poder con el financiero, el estado debe ceder a sus demandas, eliminando, de
ser preciso, las restricctiones al crecimiento de monopolis. (…) ahora, la hora del neoliberalismo,
que supuestamente iba a marcar el triungo del libre mercado, no significó otra cosa que su
desapararición” (BIEL, 2007: 265). O mundo produtivo agora é das transnacionais.
A última consideração trata de que o alto grau de internacionalização do capital especulativo
já não permite ao mercado reverter problemas estruturais, como fazia no passado, estimulando o
deslocamento de capital de um setor para outro, na dinâmica de compensação de déficit da balança
comercial. Agora, a especulação acaba gerando movimentos pró-cíclicos que descambam em más
profecias autorrealizáveis (BIEL, 2007: 267). Esse desenfreio do capital especulativo é causa da
debilidade relativa do poder dos países centrais — cujo prestígio residia, justamente, no fato de
controlarem o capital. Por ora, a conjuntura ainda faz com que o Sul sempre seja mais afetado, mas
Biel (2007) crê que, quando a estrutura de acumulação atual começar a cair, o Norte perderá a
4
capacidade de se proteger — o que, novamente, revelou-se profético de sua parte, haja vista a atual
crise do sistema.
A luta do Norte é encontrar um mecanismo político que controle os fluxos de capital ao
redor do mundo.
3. A PERIFERIA
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A prova de que a dependência é fato e de que crises no Sul podem abalar o Norte provou-se
nos anos de 1990, na crise asiática, engendrada pelo fim das condições favoráveis à região e
agravada pelo capital especulativo. No momento em que Biel (2007) escreve, o Norte tentava-se
ilhar dos efeitos da crise, embora ele não visse efetividade nisso: “es posible que el mundo
industrializado se vea obligado a ahacer sacrificios para senar ciertos países recientemente
industrializados a fin de impedir la destrucción que pudiera causar su colapso” (BIEL, 2007: 318).
Biel (2007) aponta que há crises que ocorrem dentro do regime de acumulação e há crises
do regime (BIEL, 2007: 325). Estas só se resolvem por mudanças fundamentais. A crise dos anos
90 seria uma crise do regime, daí seus efeitos deletérios sobre o Norte: punha em xeque todo o
sistema capitalista. Qualquer otimismo de ruptura, contudo, é contrabalançado com a constatação de
que, outraz vezes, já pareceu que o capitalismo parecia atravessar um impasse estrutural, e ainda
assim ele encontrou jeito de lograr êxito.
Um êxito parcial, diga-se de passagem.
Parcial, porque as crises teriam sido superadas em termos estritamente econômicos, sem que
se resolvesse o problema da garantia de futura base de desenvolvimento do sistema — a parte
“socioecológica” da crise (BIEL, 2007: 328). Essa parte, alega Biel (2007), não se resolve pela
mera passagem para um novo regime de acumulação.
Em se tratando de resolver a faceta econômica da crise, Biel (2007) convoca as elites do Sul
a agirem: “Quizá presionadas desde abajo, las élites pudieran ejercer presión para obtener
7
concesiones que, si bien no tendrian por qué ser incompatibles con el capitalismo internacional
como um todo, bien podrían serlo con el régimen actual.” (BIEL, 2007: 327). Ele crê, contudo, que
a faceta socioecológica só se resolverá mediante uma fonte de ação: as forças populares. Essas, por
sua vez, seriam impelidas a exercer pressão e a demandar ação quando um novo regime de
acumulação, forjado para sair da faceta econômica de determinada crise, alcançasse certo patamar
de efeitos negativos para com os povos.
Com efeito, Biel (2007) via a chegada a esse patamar como consequência da solução da
crise dos anos de 1990. Mas não ainda. Não.
Ainda.
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA