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INDÚSTRIA DO ®

LEITE NO BRASIL
A produção mundial de leite de vaca foi de 714.382.147 toneladas em 2018, segundo dados
mais recentes da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). De
acordo com esses dados estatísticos da FAO, o Brasil é o terceiro maior produtor de leite do
mundo, com uma produção de 33.839.864 toneladas, ficando atrás somente dos Estados


Unidos (98.690.477 toneladas) e da Índia (89.833.590 toneladas).


O leite é um dos produtos mais importantes da agropecuária brasileira, apresentando gran-


de valor nutritivo.


Continue a leitura para aprender um pouco mais sobre os números e as tendências desse
importante setor da indústria de alimentos no Brasil.


OS NÚMEROS DA INDÚSTRIA DO LEITE


Você já ouviu falar em VBP?


O Valor Bruto da Produção (VBP) é um indicador de desempenho da agropecuária. É con-
siderado também um indicador do faturamento, sendo obtido pela multiplicação da quan-
tidade produzida pelo preço recebido pelo produtor. O cálculo do VBP é efetuado para os
estados e regiões brasileiras, com dados de 21 produtos de lavouras (como soja, arroz, café
e banana) e 5 atividades da pecuária (bovinos, suínos, frango, leite e ovos).

Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em 2020


o VBP foi o maior da história, tendo crescido impressionantes 17%! E a expectativa é de que
em 2021 o crescimento ainda aumente em 10,1% tendo como destaques na pecuária, bovi-
nos, frangos e leite.
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Isso demonstra a importância do produto para a agropecuária, tendo em vista que o lei-
te está entre os sete primeiros produtos mais importantes da agropecuária
® brasileira.
Segundos dados do VBP de 2019, o leite fica à frente de produtos tradicionais, tais como
café beneficiado e arroz.

Portanto, o agronegócio do leite e seus derivados desempenha um papel de grande rele-


vância na cadeia de suprimento de alimentos e na geração de empregos e renda para
a população.

Isso demonstra a importância do produto para a agropecuária, tendo em vista que o lei-


te está entre os sete primeiros produtos mais importantes da agropecuária brasileira.


Segundos dados do VBP de 2019, o leite fica à frente de produtos tradicionais, tais como
café beneficiado e arroz.


Portanto, o agronegócio do leite e seus derivados desempenha um papel de grande rele-


vância na cadeia de suprimento de alimentos e na geração de empregos e renda para


a população.


EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE LEITE


Em 2019, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os resultados defi-
nitivos do último Censo Agropecuário, que teve como base o ano de 2017. Confrontan-
do os resultados obtidos pelo Censo anterior, de 2006, é possível avaliar a transformação
ocorrida na atividade leiteira nesse período. A Tabela 1 a seguir mostra um resumo dessa
comparação.
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Tabela 1 - Indicadores da atividade leiteira no Brasil no período de 2006 a 2017


Fonte: IBGE (Censos Agropecuários de 2006 e 2017)



Como pode ser visto, em 2017 o Brasil contava com um número de estabelecimentos


produtores de leite 12,9% inferior ao número levantado em 2006. De forma semelhan-


te, o número de vacas ordenhadas também diminuiu (houve uma queda de cerca de
9,4% em 2017). Em contrapartida, mesmo com a redução no número de estabelecimentos


produtores e de vacas ordenhadas, a produção nacional de leite cresceu 46,6% em 2017.


Como justificar esse crescimento?


Segundo o Anuário Leite 2020, publicado pela Embrapa Gado de Leite, esse resultado ocor-
reu devido ao aumento do profissionalismo na gestão da atividade leiteira ao longo
desse período, além de programas de melhoramento genético animal e da maior adoção
de tecnologias através de assistência técnica especializada.

O CENÁRIO DE 2020
No 2º trimestre de 2020, a aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos que atuam sob
algum tipo de inspeção sanitária (Federal, Estadual ou Municipal) apresentou uma redu-
ção de 1,7% em relação ao 2º trimestre de 2019. Já em comparação com o 2º trimestre de
2018, o mesmo período de 2020 apresentou um aumento de 5,1% na captação de leite ins-
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pecionado, de acordo com os dados da Pesquisa Trimestral do Leite, divulgados pelo IBGE.
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Esses resultados mostram que o setor lácteo formal tem apresentado um bom resultado, o
que implica no crescimento do consumo aparente per capita formal.

Dentre as Unidades Federativas, Minas Gerais lidera o ranking nacional, com uma cap-
tação de 1.461.583 mil litros no 2º trimestre de 2020, seguido pelos estados do Paraná
(737.208 mil litros), Rio Grande do Sul (703.322 mil litros), São Paulo (653.119 mil litros), San-
ta Catarina (629.846 mil litros) e Goiás (569.056 mil litros), conforme demonstrado na Figura
1 a seguir.













 




 



 



 




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Figura 1 - Quantidade de leite cru adquirido por Unidade da Federação (mil litros) - 2° trimestre
de 2020. Fonte: IBGE (Pesquisa Trimestral do Leite).
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O CONSUMO DE LÁCTEOS NO BRASIL ®

De acordo com os dados do IBGE, o valor de vendas da fabricação de laticínios é inferior


somente ao valor de vendas para carnes, açúcar, cerveja e refrigerante. Além disso, o
leite compõe a cesta básica brasileira, o que o faz estar presente em quase 92% dos lares.

A Pesquisa Industrial Anual de 2018 do IBGE mostra que os queijos e o leite esterilizado/
UHT/longa vida são os derivados lácteos que apresentaram o maior valor de vendas
no setor (22,6% e 22,0%, respectivamente). A Figura 2 mostra um resumo do consumo de


lácteos no ano de 2018.



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Figura 2 - Participação por categorias de produtos lácteos no valor de vendas em 2018


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Dentre os queijos, os mais consumidos foram os queijos frescos não curados (como
mussarela e ricota), seguidos pelos queijos de massa semidura ou dura ® (como prato, pro-

volone e parmesão) e, na sequência, o queijo tipo minas (frescal e padrão), conforme mostra
a Figura 3 a seguir.

 

  
  
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Figura 3 - Participação de diferentes tipos de queijos no valor de vendas de queijos em 2018

A significativa participação dos queijos no valor de vendas dos produtos lácteos mostra a
tendência de diversificação no padrão de compra dos brasileiros em busca de produ-
tos de maior valor agregado. Os queijos oferecem uma grande variedade de tipos, sabo-
res e tamanhos, além de se apresentarem como alimentos nutritivos e de consumo prático
e conveniente.

É importante ressaltar que o consumo per capita de leite, assim como de outros produtos de
origem animal, são determinados por fatores econômicos, tais como o nível de renda e os
preços relativos. Normalmente, os produtos de origem animal têm uma maior elasticidade
renda da demanda. Isso quer dizer que um pequeno aumento na renda implica em um
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grande aumento nos gastos com esses produtos por parte da população. Em contra-
partida, os produtos lácteos estão susceptíveis à queda de consumo em®momentos de crise
econômica.

AS TENDÊNCIAS NA INDÚSTRIA DO LEITE


Bem-estar animal

O Anuário Leite 2020 (Embrapa) relata os resultados de uma pesquisa encomendada pela


World Animal Protection, segundo a qual, 82% dos consumidores alegam que compra-


riam produtos com selo de bem-estar animal. Desse total, 47% pertencem à classe A e
45% têm entre 40 e 45 anos. Portanto, a pesquisa mostrou que o grau de preocupação


com o bem-estar animal no Brasil varia de acordo com a renda e a idade. Além disso, os
resultados também indicam que 91% dos consumidores entrevistados acreditam que

lidade.

animais produzidos com práticas de bem-estar dão origem a produtos de maior qua-



No Brasil já existe certificação e selo para bem-estar animal, mas, em contrapartida, poucos


agentes do setor lácteo têm esta certificação, tendo em vista que isso exige um maior grau
de investimento. Portanto, apesar da tendência de demanda por bem-estar animal, por


parte dos consumidores, as indústrias do setor lácteo ainda não estão investindo nes-
te requisito. Isto sugere que, num futuro próximo, as empresas serão mais cobradas e a
certificação será uma estratégia de agregação de valor e permanência num mercado
de consumidores exigentes.

Leite orgânico

Segundo o MAPA, o “produto orgânico, seja ele in natura ou processado, é aquele obtido em
um sistema orgânico de produção agropecuária ou oriundo de processo extrativista susten-
tável e não prejudicial ao ecossistema local”.
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Dentre outros pontos, os sistemas orgânicos de produção têm por finalidade:
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• a oferta de produtos saudáveis isentos de contaminantes;


• a preservação da diversidade biológica dos ecossistemas naturais;
• o estabelecimento de relações de trabalho baseadas no tratamento com justiça, dignida-
de e equidade;
• a adoção de práticas que contemplem o uso saudável do solo, da água e do ar, reduzin-
do ao mínimo as formas de contaminação e desperdício;
• a reciclagem de resíduos de origem orgânica, reduzindo o emprego de recursos natu-
rais não renováveis;


• a utilização de práticas de manejo produtivo que preservem as condições de bem-estar


dos animais.


Um exemplo atual e de grande impacto é o leite em pó NINHO® Orgânico, da Nestlé, que
chegou às prateleiras no segundo semestre de 2019, sendo o primeiro projeto de leite orgâ-


nico produzido em larga escala no Brasil. Segundo vídeo de divulgação da própria empresa,


o leite orgânico é “respeito ao meio ambiente, aos animais, e sem a utilização de agro-
tóxicos, transgênicos ou medicamentos alopáticos”.




Figura 4 - Leite em pó NINHO® Orgânico, da Nestlé
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Saudabilidade entendida como bem-estar físico e mental
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A Revista Indústria de Laticínios (Ano XXV - Jul/Ago 2020 - nº 145) exibiu uma entrevista com
a gerente de pesquisa da Euromonitor International, Angelica Salado, na qual foi apresenta-
do um conceito interessante: segundo a gerente, o termo “saudabilidade” tem se tornado
cada vez menos um sinônimo de “baixo teor de açúcar ou gorduras”. Atualmente, a sau-
dabilidade tem sido associada com uma visão de bem-estar físico e mental.

Como exemplo, podemos citar o atual momento de pandemia no mundo, onde os con-
sumidores estão mais estressados e ansiosos. Esse cenário favoreceu o consumo da ca-


tegoria de leite condensado, favorecida pela retomada do hábito de cozinhar em casa e,


principalmente, por ser o ingrediente chave do brigadeiro, uma das receitas brasileiras mais
acessíveis.


Por outro lado, e com foco para os consumidores com maior poder aquisitivo, temos a en-


trada de produtos relacionados ao aumento da imunidade. O exemplo citado na entre-


vista é o Imunoday, lançado pela Piracanjuba. Trata-se de uma bebida láctea com proteínas
e vitaminas responsáveis por aumentar a imunidade dos consumidores. Segundo a gerente,


o “produto reforça um movimento importante de prevenção à saúde, ao invés da busca


por produtos com baixo teor de açúcar ou gordura, apenas”.


Figura 5 - Imunoday, da Piracanjuba
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ASPECTOS DE QUALIDADE ®

NA INDÚSTRIA DE LÁCTEOS
Desde 1º de junho de 2019, estão em vigor as novas normas do MAPA para a produção
de leite no país, especificando novos padrões de identidade e qualidade do leite cru refri-
gerado, do pasteurizado e do tipo A.

A Instrução Normativa (IN) nº 76, de 26 de novembro de 2018, aprova os Regulamentos Téc-


nicos que fixam a identidade e as características de qualidade que devem apresentar o leite
cru refrigerado, o leite pasteurizado e o leite pasteurizado tipo A.



A Instrução Normativa (IN) nº 77, de 26 de novembro de 2018, estabelece os critérios e pro-
cedimentos para a produção, acondicionamento, conservação, transporte, seleção e recep-


ção do leite cru em estabelecimentos registrados no serviço de inspeção oficial.


Com relação a etapa produtiva, as novas normas trouxeram uma mudança relacionada à


definição detalhada dos Programas de Autocontrole (PAC). Segundo a IN nº 77, os PAC


devem abordar o estado sanitário do rebanho, planos de qualificação de fornecedores de
leite, programas de seleção e capacitação de transportadores, sistema de cadastro de trans-


portadores e produtores, além de descrever todos os procedimentos de coleta, transvase e
higienização de quaisquer equipamentos e utensílios utilizados na coleta e transporte do
leite até o laticínio.

Dica: temos um curso de capacitação em Programas de Autocontrole


com ótimos exemplos e dicas de aplicação em indústrias de lácteos. Não deixe de
conferir!

Essas duas Instruções Normativas trouxeram muitas novidades para todas as etapas
da cadeia produtiva do leite, desde a produção até os critérios finais de qualidade dos
leites pasteurizados. Não deixe de ler o conteúdo do nosso blog para conferir as principais
atualizações das normas: IN 76 e IN 77: Novas exigências em relação ao Leite.
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SEJA O PROFISSIONAL QUE ®

A INDÚSTRIA PRECISA
As pessoas têm adotado hábitos alimentares e estilos de vida diversificados e cada vez mais
exigentes, além de demonstrarem maior interesse em conhecer a origem dos alimentos que
consomem. Portanto, isto se traduz em busca por qualidade, certificação e, acima de tudo,
rastreabilidade.


Enquanto profissional da indústria de alimentos, você deve estar preparado para oferecer


conhecimento técnico necessário para o desenvolvimento de uma indústria de lácteos mais
consolidada e de maior valor agregado frente aos seus consumidores.


Leia também: Indústria de Laticínios – 5 dicas para construir uma carreira de sucesso



Conte com o Ifope Educacional para se especializar e ser o profissional que a indústria pre-
cisa! Confira a nossa pós-graduação em Gestão da Qualidade, Higiene e Tecnologia de


Leite e Derivados e saia na frente em conhecimento teórico e prático de qualidade!



Autoria da redatora do Ifope:
Letícia Marinho
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