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1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
2 COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA/ALTERNATIVA ................................... 4
2.1 Histórico da comunicação alternativa (CA)........................................... 7
2.2 Recursos alternativos ........................................................................... 9
2.2.1 Sistema Makaton .......................................................................... 11
2.2.2 Sistema Bliss ................................................................................ 13
2.2.3 Sistema Pictogram Communication Symbols (PCS) .................... 14
3 TECNOLOGIAS VOLTADAS PARA COMUNICAÇÃO ........................... 16
3.1 Conhecendo o Software Boardmaker................................................. 17
3.2 Características do boardmaker .......................................................... 19
3.3 Prancha Genéricas e Específicas ...................................................... 20
4 CAA PARA LETRAMENTO DE PESSOAS COM AUTISMO .................. 22
4.1 Projeto SCALA ................................................................................... 24
5 CAA PARA PACIENTES INTERNADOS ................................................. 25
5.1 Método Reconecta ............................................................................. 29
5.2 Contato com o paciente...................................................................... 31
5.3 Variáveis a serem consideradas ........................................................ 32
5.4 Forma de aplicação e pranchas ......................................................... 33
5.4.1 Prancha 1 – Sinais ....................................................................... 33
5.4.2 Prancha 2 – Data ......................................................................... 35
5.4.3 Prancha 3 – Ambiente externo ..................................................... 36
5.4.4 Prancha 4 – Notícias .................................................................... 37
5.4.5 Prancha 5 – Emoções .................................................................. 38
5.4.6 Prancha 6 – Formação de frases ................................................. 39
5.4.7 Prancha 7 – Necessidades........................................................... 40
5.4.8 Prancha 8 – Dor ........................................................................... 42
5.4.9 Prancha 9 – Jogo ......................................................................... 43
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 45
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA/ALTERNATIVA
Fonte: www.reab.me
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Comunicação alternativa (CA) é uma das áreas mais importantes dentro do
que se conhece como Tecnologia Assistiva e aborda as ajudas técnicas para
comunicação, seja para complementar, suplementar, ou oferecer alternativas para
que o processo comunicativo aconteça. A Comunicação Alternativa como área de
conhecimento centra-se na comunicação como processo cognitivo e social e pretende
suplementar, complementar, aumentar ou dar alternativas para efetivar a
comunicação de pessoas com déficits nessa área (SARTORETTO; BERSCH, 2022).
O ideal é buscar compreender o que se adequa para cada pessoa, mas é muito
importante também estarmos sempre atentos aos métodos que sejam baseados em
pesquisas científicas, como é o caso do denominado Picture Exchange
Communication System (PECS). Trata-se de um sistema de comunicação que
ressalta a relação interpessoal, em que ocorre um ato comunicativo entre o indivíduo
com dificuldades de fala e um adulto, por meio de trocas de figuras. Dessa forma, o
PECS pode ser uma boa opção e há muitos estudos que mostram a eficiência do
método. Isso não quer dizer que ele é obrigatório para uma comunicação por figuras.
Esses elementos, ou componentes, são introduzidos pela Comunicação Alternativa,
destinada especificamente a ampliar as habilidades de comunicação para atender
indivíduos sem escrita funcional ou sem fala.
Uma maneira de auxiliar estas pessoas no processo de comunicação é a
Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA), a Comunicação Alternativa e
Suplementar (CAS), a Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA) ou somente a
Comunicação Alternativa (CA). O fato é que, levando em consideração suas
limitações, é necessário que de alguma maneira se torne possível ensinar a essa
criança a se comunicar. Impedida de se comunicar de alguma forma, a criança com
desenvolvimento atípico não pode ficar. É nesse momento que é necessário decidir
qual tipo de comunicação será utilizado para aumentar o repertório dessa criança em
relação à possibilidade dela se comunicar (SARTORETTO; BERSCH, 2022).
Na Comunicação Alternativa, nós podemos encontrar duas subdivisões:
comunicação apoiada e comunicação não apoiada. A comunicação apoiada
englobaria todas as formas de comunicação que possuem expressão linguística na
forma física e fora do corpo, como objetos reais, miniaturas de objetos, pranchas de
comunicação com fotografias, fotos e outros símbolos gráficos. A comunicação não
apoiada englobaria as expressões próprias da pessoa, tais como os sinais manuais,
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expressões faciais, língua de sinais, movimentos corporais, gestos, piscar de olhos
para indicar “sim” ou “não”.
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2.1 Histórico da comunicação alternativa (CA)
A história relata como a pessoa com deficiência era inabilitada para aceitação
social plena. Essa concepção segregacionista acompanhou as pessoas com algum
tipo de deficiência, muitas vezes lhes sendo negado o direito à vida. A respeito do
tratamento recebido pelas pessoas com deficiência, Grosko (2016) explica que muitas
das vezes, elas eram mortas, abandonadas ou temidas por abrigarem maus espíritos.
Foi por isso que, no final do século XVIII e início do século XIX, quando a sociedade
toma consciência da necessidade de prestar apoio a esse grupo, elas passaram a ser
institucionalizadas.
Essa institucionalização tinha caráter assistencialista e, de certa forma,
segregacionista, complementa o autor mencionado anteriormente que “A
Institucionalização de caráter assistencial e não educacional asilou todos aqueles que,
de alguma maneira, não se encaixavam nos padrões do convívio social” (GROSKO,
p 18, 2016).
Os estudos realizados por Grosko (2016) discutem a dificuldade de realizar
uma revisão histórica e detalhada da Comunicação Suplementar e/ou Alternativa
(CSA), pois envolve diversos países e profissionais, cujas disciplinas, incorrem em
bases teóricas e modelos conceituais distintos. Além dessa dificuldade, os estudiosos
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deste tema deparam-se com a falta de registros formalizados das práticas iniciais. Foi
volta de 1940, que pais de crianças com paralisia cerebral fundaram a New York State
cerebral Palsy Association. A autora nos conta que:
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Communication Symbols). Na década de 90, a Comunicação Alternativa começa a ser
questionada e implementada no campo cientifico, passando a compor a metodologia
utilizada por pesquisadores de programas de pós-graduação em educação especial.
Atualmente, existem inúmeros artigos, trabalhos, pesquisas e teses publicadas
que abordam a Comunicação Alternativa em diferentes contextos. A maioria
apresenta resultados positivos na sua aplicação, fornecendo caminhos e subsídios
para sua implementação, na perspectiva de uma inclusão responsável, numa visão
construtivista, transdisciplinar e multidisciplinar que valoriza a diversidade e busca
romper as barreiras existentes entre as dicotomias: ensino regular x ensino especial
na construção de estabelecimentos de sistemas educacionais com qualidade de
acordo com os preceitos constitucionais (GROSKO, 2016).
Para transmitir uma mensagem, a pessoa faz uso dos recursos que dispõe.
Esses recursos podem ser gestos, vocalização, choro, sinais manuais, apontar com
os olhos, mãos ou outra parte do corpo, atitude corporal, expressão facial não
dependem de dispositivos adicionais, são recursos do próprio corpo, utilizados na
CAA e estão sempre disponíveis. Outros recursos se associam aos recursos do
próprio corpo, na comunicação alternativa (CA), podem ser usados objetos (reais e
miniaturas), fotografias, desenhos coloridos ou em preto e branco, símbolos gráficos,
letras, palavras, frases, ou combinações desses recursos (SOUZA, 2000).
Podem ser colocados em dispositivos os recursos adicionais à comunicação,
como prancha de comunicação e, sendo assim, determinado vocabulário é
disponibilizado para que o indivíduo possa se expressar. Então, o indivíduo olha ou
aponta para um símbolo que significa a mensagem que ele “quer falar”. Estão
disponíveis uma grande variedade de opções para a organização e disposição dos
símbolos, fotos ou figuras. Podem ser usados um suporte resistente, como álbuns,
fichários, blocos de madeira, pedaços de madeira ou outro tipo de material rígido para
a fixação dos recursos adicionais e confecção das pranchas de comunicação. Outra
possibilidade é colocar os símbolos sobre mesa acoplada à cadeira de rodas (SOUZA,
2000).
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Segundo Souza (2000), para aumentar a durabilidade, os símbolos são
protegidos por capa plástica, contact ou placa de acrílico. As pranchas de
comunicação têm a vantagem de serem relativamente de fácil transporte, dependendo
das condições de locomoção do usuário e do tamanho da prancha. Apresentam,
porém, a desvantagem de limitar o número de símbolos, em função do tamanho dos
próprios símbolos e da prancha ou dispositivo semelhante.
O uso de um avental que o interlocutor (professor, terapeuta, pais) pode ser um
exemplo de outro tipo de suporte para colocação de símbolos. Isso possibilita à
criança olhar ou mesmo tocar no símbolo desejado durante determinada atividade.
Em casos em que crianças que apresentam comprometimento motor mais grave, o
acesso aos símbolos pode ser possibilitado ou facilitado quando estes estão dispostos
em equipamentos eletrônicos, como comunicadores e computadores. O computador
é uma importante via de acesso aos símbolos, com ou sem uso de adaptações, como
protetor de teclado keyboard, teclado expandido, mouse adaptado e acoplado a
acionadores. (SOUZA, 2000).
De acordo com os estudos de Almeida (2015), os meios de comunicação
alternativa e aumentativa são recursos especiais que podem proporcionar
possibilidades de comunicação e interação, através de dispositivos de mensagem
simples e múltiplas, com digitalização de voz, sistemas gráficos, tabelas de
comunicação, comunicadores de diversos tipos e até computadores com softwares,
que permitem a construção de quadros de comunicação e digitalização de voz.
A partir desses estudos, observa-se, então, a existência de dois tipos de
sistemas de Comunicação Alternativa e Aumentativa, como apresentado no Quadro
1.
Quadro 1- Tipos de sistemas de Comunicação Alternativa e Aumentativa
SISTEMA DE CAA DESCRIÇÃO
A CAA ocorre sem auxílios externos e, neste caso, valorizasse
a expressão do sujeito, a partir de outros canais de
comunicação diferentes da fala, utilizados e identificados
socialmente, para manifestar desejos, necessidades, opiniões
e posicionamentos. Não requerem, portanto, o uso de qualquer
Sem ajuda “Unaided”
objeto ou dispositivo físico. Os movimentos da cara, da cabeça,
das mãos, dos braços e de outras partes do corpo são os únicos
mecanismos físicos para a transmissão das mensagens.
Incluem-se, neste grupo, os gestos de uso comum e os
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sistemas de sinais manuais. São exemplos de gestos de uso
comum a afirmação e a negação com movimentos da cabeça,
bem como todos os outros que usamos, que enfatizam a
comunicação oral.
Têm como objetivo de ampliar o repertório comunicativo, que
envolve habilidades de expressão e compreensão e podem ser
organizados e construídos auxílios externos. Portanto, implicam
algum tipo de assistência externa, instrumentos ou ajudas
técnicas para que ocorra a comunicação, como cartões de
comunicação, digitalizadores e sintetizadores de fala, papel e
Com ajuda “Aided”
lápis, livros ou quadros/tabelas de comunicação (com símbolos)
ou o próprio computador que, por meio de software específico,
pode tornar-se uma ferramenta poderosa de voz e
comunicação, particularmente projetados de acordo com
necessidades específicas do utilizador.
Fonte: Adaptado de Almeida (2015)
Fonte: https://bityli.com/LNRoFR
Fonte: https://bityli.com/YhjBxNQ
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A imagem mostra mais um exemplo de prancha de comunicação, com símbolos
PCS coloridos. A prancha apresenta várias expressões sociais utilizadas para
cumprimentar, fazer perguntas e outras que representam sentimentos como: FELIZ,
TRISTE, COM FRIO, CALOR, DOENTE. Na parte inferior da prancha, estão os
símbolos representativos de tempo verbal: PASSADO, PRESENTE e FUTURO.
Associando estes últimos símbolos aos demais, o aluno pode expressar que o
conteúdo da sua comunicação está acontecendo, aconteceu e irá acontecer
(SARTORETTO; BERSCH, 2010).
Uma questão importante a ser considerada na escolha do sistema simbólico
para o recurso de comunicação é a opinião do próprio usuário, que pode manifestar
desinteresse por imagens mais infantis ou de difícil reconhecimento. Outras
alternativas de acesso a banco de imagens podem servir para a criação dos recursos
de CAA personalizados como, por exemplo: fotografias digitais, escaneamento e
digitalização de imagens, biblioteca de figuras ou fotos capturadas em clipartes ou
internet. (Figura 5).
As pranchas podem ser feitas sem símbolos, quando esta for a opção do
usuário; nesse caso, utilizam-se letras e palavras escritas (SARTORETTO; BERSCH,
2010).
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3 TECNOLOGIAS VOLTADAS PARA COMUNICAÇÃO
Fonte: https://bityli.com/dGoGIw
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forma para comunicação, não queremos substituir a fala, mas contribuir para que a
comunicação ocorra (MANZINI, 2006).
A Comunicação tem um impacto na independência, iniciativa, produtividade,
autoestima, integração e aprendizado. Os objetivos para usar a CA são complicações
médicas ou de saúde temporárias, atraso no desenvolvimento da linguagem ou
deficiência neuromotora ou condições associadas com o desenvolvimento da fala. Os
casos que se aplicam o uso da CA referem-se à indivíduos que não possuem fala e/ou
escrita funcional em consequência de paralisia cerebral, deficiência mental, TEA,
traumatismo crânio-encefálico, distrofia muscular progressiva, lesão medular,
deficiência estrutural (MANZINI, 2006).
Assim, a introdução da CAA, deve ser realizada o mais cedo possível, assim
que um gap (dificuldade) entre a linguagem receptiva e expressiva começa a se
apresentar, também quando a fala e/ou escrita começa a se distanciar, em relação a
fala/ escrita dos colegas ou quando a deficiência motora impede o aprendizado. Para
realizar uma introdução adequada, é necessário estabelecer uma avaliação do quadro
do aluno, que consiste em identificar as necessidades do indivíduo de se comunicar,
obter informação geral, entrevistar a família, envolver toda a equipe, observar o
indivíduo, avaliar a linguagem, combinar as habilidades com as características do
sistema, implementar o sistema e avaliar os resultados (MANZINI, 2006).
Para que a avaliação ocorra o professor pode utilizar recursos como,
entrevistas, avaliações padronizadas, questionário sobre a rotina em casa e/ ou na
escola. A avaliação deve ser focada naquilo que o indivíduo tem possibilidade de
realizar, trabalhando potencialidades. A CA oferece alguns recursos de alta
tecnologia, pois utilizam recursos tecnológicos e este é o caso de softwares como o
boardmaker (MANZINI, 2006).
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imagens e ferramentas que permitem a construção de recursos de comunicação
personalizados. No Brasil, o software Boardmaker é comercializado pela Clik
Tecnologia Assistiva, através do site www.clik.com.br (SARTORETTO; BERSCH,
2022).
O Boardmaker pode ainda ser associado a outro programa chamado de
Speaking Dynamically Pro que significa “falar dinamicamente”. Estes dois softwares
em conjunto se tornam uma importante ferramenta para construção pranchas de
comunicação onde, a partir da seleção de um símbolo, acontece a emissão de voz
pré-gravada ou sintetizada representativa da mensagem escolhida. Para comunicar-
se com voz o usuário utilizará seu computador ou um vocalizador portátil
(SARTORETTO; BERSCH, 2022).
O Speaking Dynamically Pro, possui uma série de ferramentas de programação
fáceis de usar e que permitem a criação personalizada de atividades educacionais,
recreativas e de comunicação. Dessa forma, o boardmaker é utilizado por pessoas
com as mais diferentes características cognitivas, sensoriais e motoras. Apresenta
ferramentas para construção de pranchas de comunicação personalizadas e
interligadas. O recurso de escrita com símbolos e os símbolos que associam imagem
e escrita.
Fonte: https://www.assistiva.com.br/BM_SDP_L01.pdf
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O objetivo da CAA, é definir o melhor recurso para que se estabeleça a
comunicação do aluno com deficiência a sua relação com o professor, colegas e
familiares, porém o professor em equipe é o profissional capacitado para o processo
servirão consideravelmente para os processos de alfabetização de alunos com
deficiência intelectual, surdez, dificuldades de comunicação oral e também para
crianças sem deficiência (SARTORETTO; BERSCH, 2022).
A comunicação ilimitada por meio de pranchas interligadas e teclados virtuais
favorecem alfabetização e produção escrita, e possibilita a construção de textos com
símbolos. Pedagogicamente outra importante característica deste software é a
acessibilidade. Um exemplo disso é que a seleção de teclas de mensagens ou de
teclas para escrita poderá acontecer por meio de varredura e acionadores.
Conhecendo os desafios educacionais que os alunos enfrentam no cotidiano escolar
e utilizando-se de muita criatividade, o professor especializado poderá criar os
recursos de comunicação e acessibilidade necessários aos seus alunos por meio das
várias ferramentas de seu Boardmaker (SARTORETTO; BERSCH, 2022).
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3.3 Prancha Genéricas e Específicas
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Figura 6 – Prancha Específica
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utilizando desde ilustrações do próprio software, quanto imagens escolhidas pelo
professor e aluno em conjunto (SARTORETTO; BERSCH, 2022).
Para introdução de figuras selecione a ferramenta localizador de símbolos, no
retângulo branco digite a palavra correspondente ao símbolo desejado. Após a
escolha, clique sob o símbolo desejado, e sob a célula onde deseja inserir o símbolo.
Você pode usar uma imagem que não faz parte da biblioteca boardmaker, salva no
computador ou em algum dispositivo móvel utilizando o localizador de símbolos.
Abra o localizador de símbolos, selecione a opção arquivo e, em seguida clique
em importar imagem. A partir das funções básicas para utilização do software
boardmaker, o professor está preparado para aprimorar as funções buscando a maior
interação possível com o aluno incluído (SARTORETTO; BERSCH, 2022).
Fonte: https://bityli.com/IirZslK
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Competências linguísticas: para que o professor possa investigar a
capacidade de comunicação em diferentes contextos com diferentes
pessoas;
Formas de expressão: para investigar como o aluno se expressa e se
compreende o que os outros expressam.
Habilidades: 1. Físicas: Avaliar a acuidade auditiva e visual, habilidades
motoras (preensão manual, flexão e extensão dos membros superiores),
habilidades perceptivas, dentre outras; 2. Emocionais: Com quem o
sistema será utilizado o sistema? pais, professores, amigos; 3.
Cognitivas – local onde o sistema será utilizado, verificar nível de
escolaridade, compreensão, por parte dos alunos dos acontecimentos
cotidianos;
Competências de autonomia pessoal – o que ele já desenvolve com
autonomia;
Nível geral de conhecimento - que conhecimentos prévios estes alunos
apresentam sobre o que é questionado;
Problemas de comportamento - que tipos de desajustes
comportamentais este aluno apresenta.
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4.1 Projeto SCALA
Fonte: https://bityli.com/dsudgc
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persuasão etc., proporcionam diferentes tipos de relacionamento. O efetivo sucesso
nestas ações depende da qualidade dos processos de comunicação, entretanto, por
vezes, a impossibilidade de comunicação verbal é a realidade das UTIs (VICENZO,
2020).
A literatura tem ressaltado que situações nas quais a comunicação verbal torna-
se limitada, fatores como ansiedade, irritabilidade e sensação de incapacidade podem
ser vivenciados tanto pelo paciente quanto pela equipe. A ocorrência destes aspectos
associa-se à limitação da comunicação, que é altamente modulada pelo substrato
emocional, o que implica o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento. Assim,
profissionais da enfermagem, por exemplo, descreveram que a falta de estratégias
confiáveis para facilitar a comunicação às vezes produzia resultados negativos para
os pacientes, incluindo necessidades psicossociais. Até mesmo enfermeiros
experientes indicaram problemas contínuos na comunicação com pacientes, apesar
de usarem uma infinidade de estratégias, o insucesso suscitava frustração e conflito
de papéis (VICENZO, 2020).
Entre as habilidades humanas, a linguagem destaca-se com notória
significância pois está presente de maneira fundamental nas relações sociais e na
formação que constitui cada indivíduo em si. A partir da adaptação do indivíduo ao
meio, no que tange aos aspectos biológicos e sociais, é possível definir sua linguagem
e, com isso, explicitar seu caráter essencial. A linguagem verbal é uma capacidade
única oriunda do intelecto humano e é entendida como uma das principais atividades
mentais. É por meio dela que o indivíduo consegue elaborar e expressar seus
sentimentos aos seus semelhantes. A partir da linguagem, todas as outras funções
cognitivas superiores se organizam (VICENZO, 2020).
A linguagem não é um simples acompanhante, mas sim um fio profundamente
tecido na trama do pensamento, para o indivíduo, é o tesouro da memória e a
consciência vigilante transmitida de pai para filho. Para o bem e para o mal, a fala é a
marca da personalidade, da terra natal e da nação, é o título de nobreza da
humanidade. A linguagem é compreendida como fundamental em vários aspectos,
contudo, não se pode minimizá-la às possibilidades, única e exclusivamente, de
comunicações verbais. Concomitantemente à comunicação verbal estão as formas
não verbais de comunicação. Formas essas que são compreendidas com o uso de
gestos, toque e olhares, por exemplo, como elementos que, sumarizados à
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comunicação verbal, efetuam em totalidade uma comunicação plena (VICENZO,
2020).
Alguns pacientes com restrições de linguagem podem utilizar sinais corporais,
balbucias ou movimentos oculares para expressar seu interesse/desejo por algo.
Considerar todas essas formas de comunicação auxilia com precisão única o contato
com os pacientes que sofreram alguma defecção em sua forma de linguagem. Dada
a importância que a linguagem exerce sobre o indivíduo, outorgando a este a
habilidade cognitiva para a comunicação humana, qualquer disfunção contraída que
comprometa negativamente sua autonomia de comunicar-se contribui direta e
demasiadamente nos aspectos sociais, bem como nas expressões de seus interesses
e seus pensamentos (VICENZO, 2020).
Há alterações na linguagem que acometem o indivíduo em decorrência de um
déficit em seu desenvolvimento, ou em decorrência de traumas ou sequelas
associadas a acidentes vasculares cerebrais, tumores cerebrais, acidentes, entre
outras intempéries de ordem semelhantes. Entre tais alterações de linguagem
decorrentes de lesão cerebral encontra-se a afasia. Ela é considerada um distúrbio
de linguagem, que ocorre em decorrência de uma lesão que acontece
majoritariamente no hemisfério esquerdo do cérebro. Ou seja, a afasia surge em
decorrência de uma lesão neurológica e é considerada um transtorno orgânico da
linguagem. Geralmente é causada por acidente vascular cerebral (AVC), mas pode
também acontecer como resultado de algum outro acometimento, como traumatismos
no hemisfério esquerdo, tumores ou hematomas, processos inflamatórios, escleroses
ou encefaloses e doenças degenerativas ou metabólicas (VICENZO, 2020).
A afasia é uma condição que pode causar a perda da capacidade de o indivíduo
afásico utilizar as funções da linguagem relacionadas à comunicação oral, afetando
diretamente a fala, assim como a forma de compreender e a interpretar as informações
recebidas. Portanto, há alterações nas formas de articulação das palavras, expressão
verbal, noção gramatical, interpretação da informação, leitura, escrita, além da
organização dos gestos que acompanham as palavras. Essas desordens causadas
pelo fenômeno afasia manifestam-se de maneiras diferentes, a depender do tipo de
afasia que se apresenta (VICENZO, 2020).
O tipo de afasia e os desajustes decorrentes dela são determinados de acordo
com o local exato da lesão, podendo ser classificada em: afasia de Broca, de Wernick
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e afasia total. Ademais, outros processos cognitivos relacionados à linguagem, como
por exemplo, a memória, a capacidade de separação, concentração e funções
executivas podem ser maleficiados. Essa ruptura na continuidade da linguagem, que
afeta a comunicação oral, causa a necessidade da realização de ajustes na
comunicação entre o indivíduo afásico e os demais (VICENZO, 2020).
Há outra forma de alteração da linguagem, conhecida como mutismo, que
ocorre quando o indivíduo expressa uma completa não responsividade, ainda que
consiga manter-se com os olhos abertos. A neurologia caracteriza este distúrbio como
mutismo acinético ou vigil. O mutismo é um transtorno relacionado à linguagem no
qual há a ausência de fala e que, diferentemente do que ocorre na afasia, a
capacidade de compreensão do conteúdo se mantém conservada, porém, não há a
utilização da fala como uma forma de resposta.
Existe, ainda, uma apresentação do mutismo, compreendido como mutismo
eletivo ou seletivo. Ele é comumente encontrado em crianças e tem sua origem, na
maioria dos casos, causada por vivência de conflitos interpessoais. Ele é
caracterizado como uma recusa em falar em situações específicas, ou seja, ele é um
comportamento no qual o indivíduo deliberadamente nega-se a entrar em contato
social, por meio da comunicação oral em ambientes e contextos particulares. Esse
comportamento é, por vezes, inicialmente percebido pelos familiares ou professores
como timidez, visto que ele acomete majoritariamente crianças no início da idade
escolar. Ele pode ser a manifestação de um grande sofrimento ou ansiedade
vivenciados pelo indivíduo, que geralmente é uma criança. Ao se deparar com alguma
situação na qual não se sinta segura, a criança pode ter seu desenvolvimento social
e escolar comprometidos (VICENZO, 2020).
É necessário sublinhar que o indivíduo que apresenta mutismo seletivo
mantém suas capacidades linguísticas e de compreensão inalteradas, sendo capaz
de comunicar-se com pessoas às quais se sinta seguro. Inicialmente, essa alteração
da linguagem era denominada afasia voluntária. Em casos de indivíduos que
apresentam o mutismo seletivo, pode haver comunicação não verbal por meio de
gestos, contato visual, além de outros sinais. A compreensão do significado e o
manejo e o tratamento do mutismo seletivo constituem grande desafio para o
profissional, em decorrência da complexidade presente na sua etiologia (VICENZO,
2020).
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Outra forma de alteração de linguagem é a glossolalia. O paciente é
compreendido com essa patologia quando sua comunicação verbal é aturdida por
uma fala gutural, com mínima capacidade de compreensão por parte dos ouvintes.
Essa fala pode ser descrita como um conglomerado indecifrável de sons. Quando da
aplicação de atividades escritas, a glossolalia é observada no paciente, fazendo com
que execute caracteres incompreensíveis. Quanto à fonética de suas elucidações, o
paciente é capaz de reproduzir as falas com o compasso certo (distinção das
palavras), contudo, com sons sem sentido linguístico (VICENZO, 2020).
Ainda sobre as alterações de linguagem, outra forma de designar as
dificuldades de comunicação do paciente é a bradifasia. Esse distúrbio é
caracterizado por influir ao paciente uma fala vagarosa em que as palavras são
pronunciadas numa sequência bastante lenta e com evidente dificuldade. Geralmente,
associa-se esse distúrbio a casos depressivos graves, estados de níveis demenciais
ou esquizofrenia crônica (VICENZO, 2020).
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O manual é subdividido em páginas que explicam as pranchas. Cada uma
dessas pranchas é concebida visando um objetivo específico. Antes de utilizar o
manual, é necessário verificar se o paciente já exercia previamente algum sinal para
se comunicar, como por exemplo movimento ocular, contração muscular, piscar de
olhos, aperto de mão ou ainda emissão de sons. Essa informação deve ser verificada
com os familiares ou equipe médica responsável pelo caso. Para os casos em que o
paciente não tenha aprendido ou não tenha sido desenvolvido um meio para se
trabalhar com o uso de sinais, faz-se necessário que o profissional se certifique junto
ao paciente de uma forma confortável de comunicação que será estabelecida como a
principal utilizada entre ambos. Cabe ao profissional que irá fazer o uso do manual
exercer uma atenção redobrada no que tange à empatia e sensibilidade, para que
observe com precisão os possíveis sinais de comunicação expressados pelo paciente.
Exemplos de frases que podem ajudar o profissional a estabelecer um modo de
comunicação:
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posto, é fundamental que se aplique as atividades com paciência, visando sempre ser
suscetível (compreender) a demanda peculiar de cada paciente (VICENZO, 2020).
De acordo com Vicenzo (2020) é muito importante que antes de iniciar o contato
com o paciente, o profissional leia seu prontuário para entender não só o quadro
clínico, mas também as informações pessoais. Essas informações podem facilitar o
contato, como, por exemplo, nacionalidade, idade e dados familiares.
Entendendo a dificuldade de comunicação do paciente, obterá maior sucesso
nesse diálogo. Deve buscar se comunicar de forma clara e atenciosa. Antes de aplicar,
é importante que o profissional tenha uma boa comunicação e se apresente ao
paciente conforme se demonstra a seguir:
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para conseguir se comunicar com o paciente. É necessário verificar
se o paciente tem utilizado algum sinal para se comunicar até o
momento, como, por exemplo: movimento ocular, contração
muscular, piscada do olho, aperto de mão ou sons. Essa informação
pode ser verificada com os familiares ou com a equipe responsável
pelo caso, se o paciente não conseguir informar. No caso de
pacientes que podem se comunicar com mais de um tipo de sinal,
verificar aquele que o deixa mais confortável.
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algo para mim. Por exemplo: se estiver precisando mudar de posição
ou se estiver sentindo algum desconforto. ” Apresentando a Prancha
8, informar: “Também pode me informar se estiver sentindo alguma
dor, bem como sua região e intensidade. ” “Se precisar, podemos
utilizar apenas essas opções hoje. ” (Nesse questionamento, buscar
as instruções da Prancha 1 para conseguir se comunicar com o
paciente).
2. Se o paciente recusar o atendimento, mesmo após a
apresentação e as orientações sobre as Pranchas 6, 7 e 8, sua
decisão deve ser respeitada de forma acolhedora e o profissional
pode tentar esse contato outros dias. No entanto, se responder
positivamente à comunicação, iniciar pelas pranchas indicadas
seguindo suas orientações.
3. É importante ter sensibilidade para perceber se o paciente está se
sentindo cansado com o diálogo. Não há a necessidade de utilizar
todas as pranchas em um único contato. (VICENZO, 2020, p. 8-9).
Orientar e ensinar o paciente sobre o uso dos sinais não verbais. As atividades
propostas têm como padrão questões alternativas que propõem uma resposta
de sim ou não.
Verificar se o paciente já utiliza algum sinal para se comunicar, por exemplo
movimento ocular, contração muscular, piscada de olho ou aperto de mão.
Essa informação pode ser confirmada com os familiares ou com a equipe
responsável pelo caso quando o paciente não consegue informar por si só.
(Figura 1).
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Figura 1 – Modelo da Prancha 1
Caso o paciente não aprendeu ou não foi estimulado para trabalhar com algum
tipo de sinal, é necessário que o profissional defina formas de comunicação que serão
utilizadas entre eles. Nesse momento, é necessário ter paciência e sensibilidade para
observar os possíveis sinais para se estabelecer esta comunicação. Por exemplo: “O
senhor consegue piscar o olho? ”, “O senhor consegue levantar o polegar? ” Ou “O
senhor consegue movimentar os olhos? Se sim, olhe para cima. ”
Para usar esta prancha orienta-se:
O objetivo desta prancha é orientar o paciente sobre a data atual e o local onde
se encontra. Levando em consideração que alguns pacientes internados podem não
ter acesso a meios de comunicação, janelas ou contato social, esta prancha objetiva
atualizá-los sobre sua localização e data.
Pacientes com esse nível de restrições e/ou alterações no quadro clínico, como
baixa oxigenação em decorrência de síndrome respiratória aguda grave (SARS),
podem perder noção de tempo e espaço. Ao fornecer essas informações, são
consideradas suas necessidades básicas de orientação.
Para utilizar esta prancha, orienta-se que:
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Figura 2 – Modelo da prancha 2
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Para utilizar a Prancha 3 é nessário:
1. Apresentar a Prancha 3 ao paciente.
2. Mostrar as figuras ali desenhadas.
3. Comentar: “Observe que vemos aqui um sol, sol com nuvens, nuvens com
chuva, nuvens com raios e, finalmente, uma lua.”
4. Conversar com o paciente informando-o como está o tempo lá fora e, nessa
ocasião, apontar para alguma alternativa: “Sr. Fulano, o dia está
ensolarado.” Aponte para o ícone do sol. “Qual o tipo de clima o sr. prefere?”
O profissional pode nesse momento expor sua preferência. “O sr. prefere
passear à noite ou em dias ensolarados?” Da mesma forma, o profissional
pode demonstrar o seu próprio interesse. É importante apresentar pausas
para o paciente apontar com o dedo a alternativa que está descrevendo,
facilitando assim a compreensão do diálogo.
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Para o uso desta prancha orienta-se que:
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Recomenda-se para isso:
Apresentar a Prancha 5 ao paciente e informar que gostaria de saber como ele
está se sentindo no momento.
Apontar para as imagens que estão representando as emoções e descrever o
significado de cada uma delas. E
m seguida, perguntar como ele está se sentindo. Neste momento, é necessário
solicitar ao paciente que execute o sinal anteriormente combinado e o
profissional deve apontar com o dedo sobre as sequências, sugerindo ao
paciente a imagem que melhor represente a sua emoção.
Trabalhar/acolher junto ao paciente a opção indicada por ele.
Conversar com o paciente: “Entendo que o senhor está com medo,
imagino que deve ser difícil passar por isso. Todas nossas emoções são
importantes e que bom que o sr. conseguiu falar sobre como está se sentindo.
Estamos aqui para ajudá-lo e gostaria que não se sentisse sozinho para lidar
com essa situação.”
Objetivo: fornecer instruções sobre como o paciente formará as frases com o auxílio
do profissional.
Figura 6 – Modelo da prancha 6
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A incapacidade de expressar-se pode gerar angústia e ansiedade no paciente,
afetando o seu estado emocional e físico. Por isso, recomenda-se o uso da prancha,
a partir das seguintes orientações:
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contribuindo para o agravamento de seu estado emocional e físico. Observe o modelo
desta prancha na Figura 7.
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5.4.8 Prancha 8 – Dor
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Prancha 1) e o profissional deve apontar com o dedo sobre as
sequências, sugerindo que o paciente indique qual imagem expressa a
sua necessidade premente.
Ao obter a resposta do paciente, informar a necessidade dele à equipe
responsável pelo caso. Esse diálogo com a equipe é importante para
não prejudicar o quadro clínico do paciente.
Dialogar com o paciente: “Por favor, pisque no momento em que eu
apontar uma das imagens em que se encontra sua dor.” Caso tenha sido
este o sinal previamente combinado. Repetir o mesmo diálogo para
captar a percepção da intensidade da dor pelo paciente.
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Para o uso desta prancha, recomenda-se:
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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