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Método TEACCH1

O método foi desenvolvido na Universidade da Carolina do Norte (1966),


nos EUA. Eric Schopler coordenou um trabalho de pesquisa que resultou no
método TEACCH. Hoje o método se transformou em um programa estadual
para todas as escolas da localidade. É também utilizado na Europa, no Japão,
Austrália e Israel.
TEACCH Significa Tratamento e Educação para Autistas e Crianças,
com Deficiências relacionadas à Comunicação.
Após intensa observação Eric Schopler concluiu que:
1) A falta de estrutura aumenta a falta de objetivo na ação e piora o
comportamento estereotipado. Por isto é de vital importância a interação
pais/professores ou terapeutas a fim de determinar o
que/onde/quando/como em que sequência os aprendizados devem ser
realizados. Pontos importantes:
Espaço físico bem delimitado.
> Tempo.
> Duração.
> Material.
2) As crianças autistas possuem melhor acuidade visual que os outros
indivíduos, então o recurso visual deve ser sempre utilizado tanto para
autistas verbais quanto para autistas não verbais. Dessa forma pode-se
possibilitar a concretização da relação nome-objeto-ação e, assim, dar
significação para as palavras e para a comunicação que se configura em
um dos principais problemas para a pessoa que tem autismo.

Objetivos do TEACCH
Objetivo geral

 Propiciar um desenvolvimento adequado e compatível com as


potencialidades de cada indivíduo e com sua faixa etária, buscando maior
independência e funcionalidade, favorecendo seu bem estar emocional e
possibilitando a aproximação de um mundo de relações humanas
significativas.
 A meta fundamental é o desenvolvimento da comunicação e da
independência acreditando que um dos caminhos principais para isso é a
educação.

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Esse material foi organizado a partir da leitura dos livros constantes nas referências, a partir de
discussões no grupo das formadoras da EAPE e a partir de vivências em cursos específicos a respeito do
método TEACCH realizado pelas formadoras.

Objetivos específicos
 Adquirir um repertório mais funcional, bem como diminuir os graves
distúrbios de conduta.
 Promover ao máximo o desenvolvimento de suas capacidades pessoais
assim como a orientação adequada das famílias;
 Maximizar o conhecimento e as habilidades que fazem o aluno
independente, produtivo e aceito em diferentes ambientes de sua vida;
 Buscar a uniformidade nas atividades dos diferentes contextos do aluno.
(família-escola).

O Teacch propõe a adaptação do ambiente com o propósito de facilitar a


compreensão do aluno em relação aos diferentes espaços de sua vivência.
Visa o desenvolvimento da autonomia do aluno onde ele precise da
colaboração do professor, mas consiga, progressivamente, ocupar grande
parte de seu tempo com as atividades escolares de modo independente e
autônomo. O método propõe:
 Independência com autonomia
 Comunicação
 Funcionalidade
 Qualidade de vida

Para viabilizar essa proposta é necessário considerar aspectos do


processo de aprendizagem de cada estudante. Consideram-se, então, as três
principais áreas de comprometimento do quadro de autismo – a comunicação,
a interação social e a imaginação. A partir dessas áreas os indivíduos com esse
diagnóstico apresentam maior facilidade de aprendizagem a partir da relação
com materiais concretos no processo de aprendizagem.

Nesse sentido a organização do ambiente de modo estruturado para os


estudantes facilitam a compreensão dos objetivos educacionais propostos pela
escola.

O ambiente estruturado facilita o aprendizado e é utilizado no método


Teacch porque é uma técnica que busca uma forma de estrutura e organização
do ambiente onde o aluno possa adaptar-se da melhor maneira favorecendo
qualitativamente sua compreensão do ambiente, sua aprendizagem, sua
autonomia e seu processo de construção de conceitos.

O ensino intencional e estruturado possibilita que o estudante produza


novas estratégias, desenvolva novas competências e novas habilidades para
lidar com questões cotidianas consequentes do quadro de autismo nos
diferentes espaços sociais. Essa forma de ensinar potencializa, ainda, a
autonomia do estudante em atividades cotidianas nesses espaços.
A organização e estruturação do espaço de aprendizagem do aluno facilita
sua aprendizagem. Para a utilização do método TEACCH alguns aspectos
precisam ser observados quando se pretende adotá-lo como estratégia de
colaboração para a aprendizagem de alunos com diagnóstico de autismo:

 Organizar o espaço físico da sala de aula. Essa organização facilita a


compreensão do aluno sobre o que vai acontecer durante a aula.
Compreensão que antecipa acontecimentos e diminui a ansiedade do
estudante em relação à escola e ao período de aula.
o A estrutura de uma sala de aula TEACCH deve possuir:
 Área de aprendizagem – atividade desenvolvida com o
professor;
 Área de trabalho independente;
 Área de reunião – horário para contar história, apresentar a
agenda escolar, cantar músicas com todos os alunos
(geralmente no início da aula).
 Área de trabalho em grupo – atividades pedagógicas feitas
com os colegas supervisionadas pelo professor e
realizadas quando possível.
 Área de transição – onde o aluno busca informação sobre
a próxima atividade.
 Área de descanso - onde cuidadosamente selecionamos
tudo o que a criança gosta de fazer;

AS ÁREAS

Área de aprendizado

 A situação de aprendizado ocorre em uma mesa para duas pessoas, na


qual professor e aluno geralmente sentam-se um em frente ao outro.
 A mesa e os materiais devem estar organizados de forma que o aluno
compreenda com facilidade o que deve fazer.
 O professor deve preocupar-se em conseguir a atenção da criança antes
de dar instruções;
 O professor deve estar atento para sempre utilizar a linguagem verbal
específica para o nível de compreensão de cada criança;
 Não apresente um número grande demais de materiais ao mesmo
tempo;
 Organize a mesa e os materiais de maneira a indicar claramente a seu
aluno o que ele deve fazer. Os materiais devem ser apresentados de
forma organizada.
 Esteja certo de que as indicações utilizadas sejam as adequadas para o
nível e estilo de aprendizado do aluno;
o Antes de dar as instruções, o professor deve certificar-se de que
o aluno esteja o mais atento possível. A hierarquia de instruções
pode ser a seguinte:
 Comunicação visual, ou seja, a organização dos materiais
por si só fornece a indicação do que deve ser feito.
 Apoio verbal — instrua verbalmente o aluno de forma clara
e concisa.
 Demonstração — Se o aluno não compreendeu a proposta
de trabalho através da organização dos materiais e do
apoio verbal, você deve executar a atividade na frente
dele, devagar e com clareza, e verificar se depois disso ele
tenta executar a tarefa.

 As indicações devem ser apresentadas antes que o aluno responda de


forma incorreta. Caso se perceba irá responder de forma que o aluno irá
responder de forma incorreta deve-se induzi-lo à resposta correta.
 O local de trabalho deve ser montado de forma que o aluno não receba
falsas indicações;
 Preste atenção para que a resposta que o aluno recebe a erros ou
comportamentos inadequados seja clara;
 A AMA-DF utiliza a seguinte hierarquia de procedimentos para ensinar
uma determinada atividade a um aluno:
o A estrutura dos materiais indica a atividade a ser realizada,
o Demonstração pelo professor,
o Apoio verbal do professor,
o Apoio físico.
Por último, se as opções anteriores tiverem falhado, apoie o aluno na
execução correta da tarefa,
 O professor deve utilizar a linguagem no nível de compreensão da
criança e utilizar a comunicação verbal mínima necessária para cada
situação de aprendizado.
 O professor deve estar atento para não permitir que o aluno responda de
forma incorreta, indicando e apoiando sempre que necessário.
 O professor deve reagir de maneira consistente a problemas de
comportamento do aluno, evitando sempre que possível que esses
problemas apareçam.
 O professor deve preocupa-se em deixar à disposição de cada aluno
recursos através dos quais ele possa pedir ajuda.

Áreas de trabalho independente

 As áreas de trabalho independente devem ser marcadas de maneira que


o aluno possa dirigir-se a elas sozinho.
 O professor deve ter fácil acesso visual às áreas de trabalho de cada
aluno.
 Cada aluno deve ter definido o lugar onde guardar o trabalho terminado.
 As atividades de trabalho independente devem estar disponíveis ao lado
das áreas de trabalho e sempre que possível em local centralizado com
indicações para que os alunos possam localizá-las. Para isso, muitas
vezes coloca-se uma pequena estante ou mesa mais estreita aonde
possam ser colocadas as atividades que vão ser executadas pelo aluno;
 Os trabalhos de cada aluno devem ser reconhecidos por eles sem
espaço a dúvida.
 As fronteiras entre as áreas devem ser claras.
 A mesa de trabalho independente, muitas vazes, é colocada em frente a
uma parede por dois motivos: eliminar todos os fatores que possam
desviar a atenção do aluno e permitir que se fixe um painel na parede
para o aluno. Esse painel deve indicar as atividades que vão ser
executadas, a ordem de execução e para onde o aluno deve dirigir-se ao
terminar a execução das atividades propostas;
 Cada aluno da sala de aula pode ter uma mesa de trabalho
independente ou pode passar mais de um aluno por uma mesma mesa.
Nesse caso, o painel em frente à mesa, se houver, poderá ter uma linha
de fotos para cada aluno. Esta linha terá a foto do aluno e as atividades
que ele deverá executar;
 Quando possível, os materiais devem estar em um local centralizado
com informações para que os alunos possam localizá-las;
 Devem existir indicações claras e onde colocar a tarefa depois de
terminada.

Área de reunião
Nesta área pretende-se desenvolver a comunicação e a interação social.
Quando estão todos na sala, o grupo reúne neste espaço para dar as boas
vindas uns aos outros, conversar sobre o calendário, o tempo ou ouvir
pequenas histórias e canções. Nessa área você pode explorar objetos,
imagens, sons, calendário, tempo etc.

A aula inicia-se com o registro na lousa da sequência de atividades do dia com


o objetivo de antecipar para a turma a programação. Cabe ao professor, com a
ajuda sistemática do auxiliar, estimular e dirigir a atenção do aluno para este
momento. Constam deste registro os seguintes itens.

entrada: relata-se para o aluno que este momento já passou, trabalhando


assim informalmente o aspecto temporal.

oração: momento em que o professor estimula o grupo a realizar junto com


ele uma pequena saudação de agradecimento pelo dia, sinalizando o início dos
trabalhos.

música: além de atividade pedagógica específica, é utilizada para discriminar e


antecipar atividades programadas.

história: criada pelo professor, é contada todos os dias. Nela aparecem fatos
reais e de fantasia situando o aluno dentro do contexto. A mesma vai sendo
desenhada na lousa com giz colorido a medida que os fatos vão sendo
relatados. Fala-se sobre o clima, sobre a vegetação, sobre a forma como cada
criança chega à escola, a própria escola e suas dependências, os alunos e o
professor.

tarefa: consiste em atividades dirigidas, em mesa ou não, individual ou em


grupo, de acordo com os objetivos traçados para cada estudante. Estes são
traçados de acordo com a observação feita pelo professor e com o auxílio da
equipe pedagógica da escola. Merece cuidado a preparação do ambiente por
parte do educador, ou seja: material pedagógico previamente separado,
disposição de carteiras etc.

higiene: desenvolver habilidades que promovam maior independência em


autocuidados, lavar as mãos, escovar os dentes, tomar banho, vestir, despir-
se, pentear os cabelos etc. Esses aspectos serão trabalhados em momentos
específicos, nos ambientes em que normalmente ocorrem, dentro do contexto
escolar.

lanche: propicia o desenvolvimento de hábitos alimentares dentro do contexto


escolar. O aluno é estimulado a preparar sua mesa para o lanche, manusear
lancheira, pratos, copos, guardanapos e talheres. Embora esta situação
objetive prioritariamente a alimentação, também permite que se desenvolva o
respeito pelo lanche do colega, bem como compartilhá-lo quando for oportuno.

recreio: esse momento é muito importante dentro de toda a rotina, pois ocorre
a integração com as outras crianças da escola. Trata-se de uma situação livre,
pouco estruturada, onde a interação com os demais alunos da escola acontece
de forma espontânea, supervisionada a distância pelo auxiliar. É um momento
privilegiado, pois há uma solicitação direta ou indireta de uma adequação
comportamental ao código social partilhado no ambiente escolar.

recreação supervisionada: ocorre no parque da escola, na sala de aula ou no


pátio. Busca-se ampliar o repertório motor através de atividades lúdicas, jogos
com regras simples e materiais diversos. Procura-se nesta hora proporcionar
ao grupo momentos de socialização e lazer.

saída: o aluno é estimulado a guardar seus objetos pessoais na mochila e


ajudar na organização da sala. Os trabalhos se encerram com a despedida da
professora aos seus estudantes.

Este roteiro varia de acordo com o grupo, seu nível de desempenho e a


dinâmica da própria escola, sendo que o mais importante é estabelecer uma
rotina e segui-la.

Área de trabalho em grupo

Nessa área pretende-se desenvolver e ampliar o repertório de comunicação


dos alunos. Um de seus objetivos principais é trabalhar com a interação social
entre os alunos. Desenvolve-se atividades que necessitem da participação
conjunta dos alunos, como jogos, pinturas e ou produções coletivas para a
composição do espaço da sala. A realização das atividades é acompanhada
pelo professor.

Área de transição

Nessa área pretende-se demonstrar para o aluno sua rotina de trabalho


do dia. O professor confecciona tiras de rotina, que podem ser fixadas na
parede e em espaço definido na posição vertical ou horizontal, com a
sequência de atividades do dia para que o aluno possa acompanhar o que já
foi feito e o que ainda falta fazer. Deve-se confeccionar uma tira para cada
aluno e sinalizar com o seu nome e ou sua foto para facilitar sua identificação.
As tiras.
As tiras podem ser confeccionadas com figuras representativas das
atividades, com objetos que representem essas atividades ou com fotos do
estudante desenvolvendo cada uma das atividades do dia. A decisão por um ou
outro material depende da observação do professor e do desenvolvimento do
aluno.
As rotinas de diferentes alunos possuem pontos em comum como por
exemplo o horário da entrada, da estória, do lanche, da higiene, do final da
aula. Apesar disso, cada aluno terá sua rotina estabelecida conforme o seu
processo de aprendizagem e avaliação do professor. Essa avaliação pode ser
feita junto com a equipe pedagógica da escola. As atividades para a área de
aprendizagem e de trabalho individual deve obedecer ao andamento do
processo de aprendizagem de cada aluno.

Área de descanso ou lazer

 A área de descanso deve ser distinguida claramente das áreas de


trabalho.
 Na área de descanso a criança pode brincar sozinha, com outro aluno
ou com o professor.
 O descanso é o intervalo entre uma atividade e outra e o número de
intervalos devem ser avaliados de acordo com a tolerância de cada
aluno ao trabalho.
 O tempo de descanso deve também ser avaliado individualmente para
cada aluno.
 Não é permitido ao aluno deitar no chão, destruir materiais, ou invadir o
espaço de outro aluno, no espaço de descanso;
 Sempre que possível, os brinquedos disponíveis no descanso devem
estar fora do alcance da criança, que deve dispor de meios para pedir
que alguém pegue pra ela o brinquedo desejado.

COMEÇANDO A ORGANIZAÇÃO:

Primeira etapa:
1. Para quem será organizado?
a. Qual aluno precisa dessa organização para facilitar o processo de
aprendizagem?
b. Em quais aspectos o Teacch pode beneficiá-lo? Nesse caso a
equipe pedagógica da escola pode auxiliar nessa avaliação.
Avaliar as habilidades funcionais e as
dificuldades do aluno.
Segunda etapa:
2. Organização dos grupos de trabalho – quando possível:
a. Observar a idade cronológica;
b. Averiguar e considerar o que os alunos já sabem e as habilidades
que deverão ser desenvolvidas;
c. Observar a existência de comportamentos difíceis / graves.
Terceira etapa:
3. Preparação física da sala de aula:
a. Estrutura para uma sala de aula TEACCH
- A organização deve levar em conta
a necessidade de organização de
cada um dos alunos.
- Dividir a sala em espaços definidos com:
1. Área de aprendizagem – atividade desenvolvida
com o professor;
2. Área de trabalho independente;
3. Área de reunião – horário para contar história,
apresentar a agenda escolar, cantar músicas com
todos os alunos (geralmente no início da aula).
4. Área de trabalho em grupo – atividades
pedagógicas feitas com os colegas supervisionadas
pelo professor e realizadas quando possível.
5. Área de transição – onde o aluno busca informação
sobre a próxima atividade.
6. Área de descanso - onde cuidadosamente
selecionamos tudo o que a criança gosta de fazer;

Para cada área organizar uma rotina, ou sequência de atividades


visuais, que deve encontrar-se disponível de modo claro para cada aluno bem
como a forma de transição entre uma atividade e outra.
As áreas devem ser organizadas de modo que todas possam ser
distinguidas claramente pelos alunos.
Os materiais devem ser adequados e as atividades apresentadas de
modo que o aluno consiga entender a proposta visualmente.
O programa deve levar em conta que o aluno precisa aprender em
pequenos passos inclusive a aumentar a sua tolerância ao tempo de trabalho.

Rotina Diária
 Devem ser tomados todos os cuidados para que a rotina diária seja
adequada.
 A rotina diária deve estar definida claramente para o professor e para
cada aluno.
 A forma de comunicar a rotina ao aluno é muito importante e deve ser
compreensível para ele.
 A forma de comunicar rotina deve servir de apoio para as transições
indicando claramente aonde ir o que fazer e quando começa e termina
uma atividade.

Material pedagógico

O material pedagógico pode ser feito até mesmo a partir de sucata, mas
deve atender a uma série de importantes requisitos:
 Os materiais devem ser prioritariamente concretos. É muito difícil para a
maioria desses alunos trabalharem com lápis, papel, cola e materiais
desse tipo. A tendência é rasgar o papel, quebrar o lápis e comer a cola;
 Em casos muito especiais, o material deve ser sempre apresentado ao
aluno em cima de uma mesa;
 Com o tempo, a maioria dos alunos vai poder trabalhar com lápis e
papel, sempre iniciando o trabalho com este tipo de material em situação
individual de aprendizado junto com o professor;
 Ao manusear o material, é importante observar que o aluno posicione as
mãos de forma correta, Evite apoiar o material do aluno com sua mão,
apoie suavemente a mão dele para que aprenda a usar as duas mãos
em colaboração uma com a outra;
 O material não pode ser nem pequeno demais nem muito grande;
 Os materiais de uma determinada atividade devem ser apresentados de
forma organizada, e acondicionados em recipientes especiais (se você
tiver poucos recursos, utilize caixas de sapato);
 A atividade deve ser apresentada com um recipiente para cada diferente
tipo de material e outro para que o aluno coloque a atividade depois de
pronta. Por exemplo, se a atividade consistir em tampar uma caneta, ela
deve ser apresentada com três recipientes: um para canetas, outro para
as tampas, e outro, onde já deve haver uma caneta tampada, para que
ele coloque a caneta depois que a tampar;
 Os materiais de uma determinada atividade devem ter algum recurso de
fixação entre si como encaixes, envelopes onde deverão ser colocados
de maneira a permanecerem lá dentro sem cair, clipes, “velcro”, etc e
uma vez terminada a atividade os materiais devem permanecer fixos. A
atividade não deve desmontar-se facilmente e a criança nunca deve
desfazer o que acabou de fazer.

INFORMAÇÕES FINAIS

 A organização do ambiente possibilitada pelo TEACCH auxilia a relação


da estruturação do ambiente com o processo didático organizado para
facilitar a aprendizagem do aluno..
 Essa estrutura de organização precisa ser incorporada ao sistema de
comunicação do aluno aumentando ainda mais, e gradativamente, sua
autonomia durante a realização das atividades.
o Para isso, em cada área, confecciona-se uma sequência de
figuras que orientam e facilitam sua utilização.
o Cada aluno tem uma sequência específica pois o planejamento é
individual e personalizado.

 A incorporação no sistema de comunicação é feita através da confecção


de pistas visuais (que podem ser figuras prontas ou fotos do aluno
realizando as atividades) que possibilitem os alunos realizarem
atividades e movimentarem-se no espaço com autonomia.

 A organização do ambiente deve evitar estímulos visuais desnecessários


porque podem confundir o aluno.

 Todos os materiais devem ser apresentados aos poucos e organizados


de forma a comunicar ao aluno a atividade que será desenvolvida.

 O material concreto produzido e disponibilizado ao aluno precisa


demonstrar, para ele, as respostas das seguintes questões:
o O que fazer?
o Como fazer?
o Quanto tempo para fazer?
o Quando está pronto – visualização do fim da atividade.

 As atividades devem ser apresentadas de modo claro e objetivo


seguindo uma rotina estabelecida – apresentada visualmente para o
aluno.

 Deve-se trabalhar uma atividade por vez observando o tempo de


concentração de cada aluno. Esse tempo deve ser aumentado
gradativamente.
Referências

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BAPTISTA, C.R.; BOSA, C. Autismo e educação: reflexões e propostas de


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Considerações técnicas sobre o atendimento psicopedagógico do educando
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GAUDERER, Christian E. Autismo e outros atrasos do desenvolvimento – uma


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