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10 Estratégias para ajudar

crianças a falar
@fga.dra.jaquelinidias
Fga. Dra. Maria Jaquelini Dias dos Santos
Inspirado no texto de: Emily Ferjencik, MS, CCC-SLP
http://www.letsplaythespeechandlanguageway.com
1. Fale suas palavras
Exemplo:
Os pais estão brincando com algum brinquedo de
encaixe, com várias formas e cores.
E muitas vezes estão falando sobre as cores, as
formas, os tamanhos. Ok!

Esse vocabulário é para ser utilizado sim com a


criança, mas é importante que os pais interajam
com ela de forma que "falem suas palavras", ou
seja, compreendam qual o interesse inicial da
criança enquanto manipula o brinquedo.
E comecem então, a falar o que a criança está
fazendo!

Fga. Dra. Maria Jaquelini Dias dos Santos


2. Chame a criança para
participar da rotina da casa
Imagine que você está limpando os móveis da casa, e a criança pode parar e
ficar olhando para você, ou tentar imitar seus movimentos. Este momento, você
pode chamar ela para perto e convide-a para te ajudar, entregue algo para ela
fazer, e converse: "que linda (o), você está ajudando a mamãe/papai", "está
ficando tudo bem limpo".
Você pode falar cantando "limpa, limpa, limpaaaa... para ficar bem limpoooo".
Invente, deixe fluir naturalmente!!!

Ou quando você recolheu as roupas no varal, chame-a para separar um item,


por exemplo: as meias.

Estas atividades variam de acordo com a idade da criança, e isso não significa
que ela vai trabalhar em casa, mas participará de momentos em que a fala é
espontânea, e o mais importante, descreve o que vocês estão fazendo juntas e o
que ela está vendo!

Para bebês por exemplo: pegue o bebê no colo enquanto prepara a mamadeira,
ou esquenta a papinha, e descreva todas as suas ações: "vou pegar essa
mamadeira agora, colocar o leite, e esquentar", "mas que leite gostoso,
hummmm".

Fga. Dra. Maria Jaquelini Dias dos Santos


3. Associe sons, gestos e ações
Crianças tendem a imitar gestos e ações antes de
aprenderem a falar.
Usar gestos e ações com os sons permite às crianças
imitarem antes de conseguir falar o som. E a imitação é um
marco muito importante no desenvolvimento infantil!

Exemplos:
- Muitas crianças primeiro conseguem imitar o aceno com a
mão, antes de conseguirem falar "oi" ou "tchau". Isso é
ótimo! Continue fazendo isso, fale e faça um movimento!
- Tente falar uma palavra, "macaco", batendo palmas ou
batendo os pés no chão para cada sílaba.
- Contando uma história, quando falar do leão e fazer seu
rugido, também movimente a mão como se fizesse uma
garra. Falando do passarinho, use suas mãos e imite o
movimento das asas batendo... entre outros.

Fga. Dra. Maria Jaquelini Dias dos Santos


4. Cante junto com a criança!
É muito melhor quando realizamos alguma atividade com
alguém, do que quando fazemos sozinho!

Então quando for cantar uma música com a criança, deixe que
ela veja seus lábios se movimentando e cante com ela, ao
invés de pedir para ela cantar e esperar que ela cante sozinha.

Cantar músicas, ou falar de uma forma cantada proporciona


informações de padrões de repetição e faz com que a fala seja
mais previsível para criança, pois lembrando da melodia, a
palavra pode ser memorizada mais facilmente.

E não é só cantar: quando estiver contando uma história,


tente falar com uma entonação cadenciada: "vire - a - página",
toda vez que virarem a página.

Fga. Dra. Maria Jaquelini Dias dos Santos


5. Limite as opções
Quando existem muitos brinquedos na frente da criança, ou
muitos alimentos, ou seja, muitas opções para criança escolher, é
realmente desafiador para que ela possa fazer uma escolha e
então falar o que ela quer. Pois ela primeiro, tem que decidir, e
segundo tem que se lembrar de todos os nomes ou de todas as
funções para fazer sua escolha verbalmente. Muitas vezes,
excesso de informação pode gerar desatenção!

Então, se você sabe o que sua criança quer, dê duas opções para
ela, limite suas opções e assim ficará mais fácil dela lembrar o
nome e falar.

Exemplo:
Se você tem certeza que ela quer comer morangos, ofereça como
primeira opção outra fruta, "você quer manga ou morangos?".
Oferecendo o que ela quer como segunda opção, você cria
oportunidade de ela repetir a última palavra que ela ouviu. Isso
torna tudo mais fácil!

Fga. Dra. Maria Jaquelini Dias dos Santos


6. "Olhe para mim!"
As crianças são ocupadas! Super ocupadas! E não gostam de
serem interrompidas quando estão fazendo alguma coisa, para
olharem para nós adultos! Certo?!

Então chamar a atenção delas para olharem para nós quando


estamos falando, pode ser um pouco difícil, mas tente seguir essa
dica para chamar a atenção dela.

Exemplo:
Não está conseguindo achar alguma coisa/alguém? (ou você pode
esconder de propósito para criar esta situação).
Coloque as mãos em volta da boca em forma de copinho e chame
o que está procurando: "Papai? Papaaaaaaiiiii... onde está você?";
Está encontrando um brinquedo? "Bola? Bolaaaaaa... onde está
você?

Fga. Dra. Maria Jaquelini Dias dos Santos


7. "Desconstrua para construir"
"Quando as palavras são difíceis, tente sons".

Às vezes você tem que simplificar a palavra, dividindo-a em partes


menores.

Exemplo:
A criança adora futebol, mas nunca fala "futebol". Tente falar de
outra forma: "Fut,´ból´, futebooool..."
Ou gosta de bonecas. Tente falar "bonê, bô, néca, boneca".
Ou gosta de skate. Tente falar "kate".

Mas sempre dê a oportunidade da criança ouvir a palavra toda,


pois temos também que evitar falar sempre de forma
simplificada!

Fga. Dra. Maria Jaquelini Dias dos Santos


8. Às vezes, quanto menos você
sabe, mais você ajuda
"Criar oportunidades para falar é uma das principais formas de
conversar com as crianças".
E como criamos essas oportunidades?
Quando fingimos que esquecemos ou fingimos que não sabemos
onde as coisas estão, nós damos a chance das crianças nos
ajudarem.

Exemplos:
Ofereça um iogurte , mas "esqueça" de dar a colher.
Dê apenas uma bolacha, e "esqueça" dê dar mais.
Na hora do banho, coloque-a no banheiro, e "esqueça" de ligar o
chuveiro.
Na hora de assistir desenho, sente-se com ela no sofá, mas não
ligue a televisão. Pode ser que ela te olhe e olhe para a televisão,
talvez não fale nenhuma palavra ainda, mas olhar para você e
olhar para televisão, já é uma forma de comunicação e interação.
Então você fala: "ah, mamãe esqueceu de ligar a TV, ou ligar o
chuveiro, ou esqueci a colher "aqui está sua colher"...

Fga. Dra. Maria Jaquelini Dias dos Santos


9. Eu acho que isso é...
Troque as perguntas por frases afirmativas, mas com certo grau de
dúvida!

Exemplo:
Ao invés de perguntar "O que é isso", prefira falar: "Eu acho que isso
é", enquanto olha para uma figura de um animal em um livro, ou olha
para um objeto. E mude sua expressão facial como se estivesse com
dúvida (arqueie as sobrancelhas, puxe o canto da boca...).
Fale em voz alta "eu acho que isso é"... e espere um pouco para ver
se a criança completa a sua frase.
No início, talvez a criança não complete a frase, e então, você mesma
fala o nome do objeto/figura, e assim repetidamente, você estará
ensinando a criança a falar sem se sentir pressionada.

Pois sempre ficar perguntando "o que é isso?...", pode causar uma
certa tensão na criança, e essa forma de conversar com perguntas e
respostas, não estimula a comunicação de fato, estimula a nomeação
e não queremos que ela só nomeie, queremos que a criança
converse, se comunique!

Fga. Dra. Maria Jaquelini Dias dos Santos


10. "Deixe a criança esperando
um pouco mais"
Seu filho (a) adora determinada brincadeira, então dê nome à
brincadeira! E espere até a criança dar um indicativo de que quer você
continue a brincar com ela.
Exemplos:
Crianças pequenas, especialmente entre a faixa etária de 8 a 18* meses,
adoram a famosa brincadeira do "Achou", quando os pais escondem o
rosto com um pano, esperam alguns segundos e podem até falar "onde
está a mamãe?", e depois retiram o pano e sorriem e falam "achoooou".
Nesta brincadeira, você a repete várias vezes, e depois pare, e observe
se a criança sorri, ou tenta pegar o pano, balbucia, ou faz qualquer outro
movimento indicando que quer mais.
Outras ideias são: fazer bolhas de sabão, levantar a criança no ar e
imitar um avião com ela, colocar um brinquedo na cabeça e deixar ele
cair propositalmente e fazer careta... uma infinidade de atividades para
você repetir, e depois parar e esperar a criança se comunicar.

*Após os 18 meses, a maioria das


crianças já não se interessam muito,
pois já adquiriram a habilidade de
permanência do objeto.

Fga. Dra. Maria Jaquelini Dias dos Santos


Estas são algumas estratégias que podem
auxiliar Fonoaudiólogos (as) na orientação
de famílias de crianças com alterações de
fala, linguagem e comunicação,
especialmente, crianças com deficiência
auditiva!

@fga.dra.jaquelinidias
cursosfonojaque@gmail.com
Fga. Dra. Maria Jaquelini Dias dos Santos
CRFa. 3-18098/2

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