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MACKENSIE AGRIBUSINESS

Agribusiness

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ÃOMACKENSIE
ECONÔMICA
Agribusiness
NEJAMENTO FINANCEIRO 2011
NOVA EDIÇÃO
esultado empresarial está
mentado em um bom
sso de planejamento
mentário”.
aujo – CFO Mackensie Agribusiness
Nosso Negócio é Planejamento
Operacional-Financeiro e a Gestão de Custos
Uma Empresa de Alta Performance no Agronegócio
ABRIL DE 2017 |1
artigo

2 | ABRIL DE 2017
MACKENSIE AGRIBUSINESS

ÍNdICE
Índice
ÍNdICE
> A retomAdA do setor suCroenergétiCo __________________ 4
Gestão de Custos - Custo Padrão e Margem de Contribuição .............................................. 06
> A retomAdA do setor suCroenergétiCo __________________ 4
> d estAbilizAção à reCuperAção eConômiCA __________________ 6
Planejamento AOperacional no Agronegócio .............................................. 08
> dA estAbilizAção à reCuperAção eConômiCA __________________ 6
Tomada
> Custos: um desAfio pArA A gestãode __________________ 810
Decisão ..............................................
no AgronegóCio

> CustosProdutividade
: um desAfio pArA Axgestão
Lucratividade __________________ 813
no AgronegóCio ..............................................
> modelo de gestão __________________ 14
Era da Informação: Vamos analisar os dados .............................................. 23
> modelo de gestão __________________ 14
> indiCAdores de produtividAde no setor CAnAvieiro __________________ 17
Gestão Estruturada de Custos .............................................. 25
> indiCAdores de produtividAde no setor CAnAvieiro __________________ 17
Big do
> Custo-pAdrão, A melhor respostA pArA gestão Data Farms
proCesso - Revolução
produtivo naoperACionAl
e efiCiênCiA __________________ 2128
Gestão ..............................................
> Custo-pAdrão, A melhor respostA pArA gestão do proCesso produtivo e efiCiênCiA operACionAl __________________ 21
> Crise globAl, umA Crise de gestão __________________ 24
> Crise globAl, umA Crise de gestão __________________ 24
> progrAmA de redução de Custos __________________ 27
> progrAmA de redução de Custos __________________ 27
> A Crise de gestão, A voltA As origens __________________ 29
> A Crise de gestão, A voltA As origens __________________ 29
> gAnhos de produtividAde e resultAdo operACionAl no AgronegóCio __________________ 32
> gAnhos de produtividAde e resultAdo operACionAl no AgronegóCio __________________ 32

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ABRIL DE 2017 |3
artigo

4 | ABRIL DE 2017
MACKENSIE AGRIBUSINESS

> Carlos araujo Sumário das Qualificações


Executivo com elevado nível acadêmico e capacidade relevante em liderança na
gestão da equipe. Experiência em empresas nacionais e multinacionais como

SController e CFO.
umário daS QualificaçõeS
Economista com especialização em economia empresarial e finanças; Douto-
rando em Engenharia de Produção – Otimização do Planejamento Operacional
•e Especialista
Financeiro; em Agribusiness - Gestão Empresarial, Finanças e
Na Mackensie Agribusiness desenvolve e implementa projetos de planejamento
Controladoria;
•operacional
Capacitação e financeiro; como consultor da TOTVS atua nas várias cadeias do
em Gestão Empresarial nos USA e Canadá;
agronegócio;
• Atuação como executivo em empresas nacionais e multinacionais:
Na gestão de custo desenvolveu o modelo técnico do custo padrão e margem
Copersucar, Unifrax,
de contribuição, TI Automotive,
alcançando ABC
efetiva redução dosGroup;
custos agroindustriais. Capaci-
•tação técnica
Sólido em gestão empresarial
“background” em “startup no Canadá e US;
operations” e reestruturação
Atuou como
empresarial; executivo na Copersucar, Unifrax, TI Automotive e ABC Group.

Economista Agrícola com especialização em custos agroindustriais;


Realizou os seguintes projetos:
••Execução de projetos
Brazil Agribusiness na -implantação
2050 do planejamento orçamentário,
The World’s “Supermarket”
estudos
• Modelode viabilidade
Econômico econômica
e Financeiro parae Tomada
BusinessdePlan de novas
Decisão unidades
no Agronegócio
• Modelagem Financeira
sucroalcooleiras. – Agrícola e Industrial na Produção de
Cana-de-açúcar, Açúcar e Etanol
• Planejamento Operacional Otimizado para Agronegócio
• Integração Usina Flex – Cana-de-açúcar e Milho
f
• Gestão
ormação acadêmica
na Redução de Custos - Agrícola e Industrial no setor Bioenergético
• Lucro Líquido e Produtividade no Agronegócio

• Doutorando em Engenharia de Produção – UNIMEP;


Formação Acadêmica
••MBA em Finanças
Doutorando IBMECdeSP
em Engenharia ;
Produção – UNIMEP
••Administração
MBA em Finanças FGV;
IBMEC/INSPER SP
••Agribusiness
Administração, Harvard
EAESP FGV Business School;
• Economia de Empresas, EAESP FGV
• Finanças Stern School of Business – New York University
• Agribusiness Harvard Business School
••Estratégia Operacional
Finanças Stern – Harvard
School of Business Business
– New School.
York University
• Estratégia Operacional – Harvard Business School
ProjetoS
Palestras Internacionais:
Brazil - Overview of Brazil Agribusiness: Brazil –“World’s Supermarket” – 2014
••Usaciga,
Texas A&MUsina São -Domingos,
University ETH, Usina Agreste, Dedini, SLC
College Station, Texas, US, Department of Agricultu-
Agrícola
ral Economics.
••Professor
Louisiana State UniversitydoAgricultural
Convidado PECEGECenter , Baton Rouge,
– ESALQ –USP Louisiana,
•LA–US,
AutorDept.deofartigos
Agricultural Economics & Agribusiness.
sobre agribusiness publicados nas revistas
• University of Illinois at Urbana Champaign – Illinois, Lemann Institute for
especializadas,
Brazilian Studies.
Gazeta Mercantil e Folha de São Paulo

cAutor dos Livros:


ontato
Gestão de Custos – Produtividade – Custo - Lucro - 2010
Gestão Econômica do Agronegócio – 2017
ceduardo@mackensie.com.br
Contato:
+55 19 3417.1300
ceduardo@mackensie.com.br

ABRIL DE 2017 |5
artigo

Gestão de Custos
Custo Padrão e Margem de Contribuição:
“Eficiência e Eficácia de Gestão”

A
metodologia de dos talhões – entende-se por ambiente
custo padrão, é a de produção - “O Centro de Tecnolo-
técnica adequada gia Canavieira (CTC), desde o início
para determinar da década de 80, vem trabalhando
o custo do produ- no mapeamento dos solos cultivados
to, porque consi- com cana-de-açúcar, possuindo uma
dera uso adequa- metodologia de Levantamento de So-
do dos fatores de los específica para a cultura da cana.
produção (máquinas e equipamen- Nesse sistema, os solos são classifica-
tos, insumos, mão de obra, tecnolo- dos de acordo com suas características
gia e capital), determinado através morfológicas, químicas e texturais, em
de uma abordagem técnica específi- diferentes unidades de mapeamento
ca (especialistas), além de identificar (tipos de solos). A carta de solos tem Se adicionar os custos, independente do
as causas das variações entre o cus- diferentes finalidades dentro da cultura ambiente de produção, o tomador de de-
to orçado e realizado, completando da cana-de-açúcar, sendo as principais: cisão está sendo conduzido ao erro e não
como uma técnica de identificar as manejo de variedades, conservação de determinando o custo efetivo do talhão.
causas das variações e análise de per- solos, preparo de solos e cultivo, adu- Estão somando laranja com banana.
formance. Adicionando vantagem do bação, época de plantio e de colheita e Como avaliar a performance: no exem-
custo padrão, é o modelo ideal para sistematização de talhões”1. Integrando plo abaixo, foi definido no orçamento,
o Planejamento Operacional e Finan- o ambiente de produção com os fatores a compra de um insumo ao preço de
ceiro da empresa. de produção tais como o uso compatível R$ 9,75/t e na compra houve uma que-
de máquinas e equipamentos, e quanti- da de preço para R$ 9,50/t; por outro
Como adotar o custo padrão dade e qualidade de insumos agrícolas lado foi definido a aplicação destes in-
Metodologia adotada tem por premis- determinando assim o custo ideal em sumos em uma quantidade de 85 tone-
sa, identificar o ambiente de produção condições normais de operação”. ladas e foram utilizadas 90 toneladas.

Zoneamento da Área Agrícola Ambiente de Produção


FONTE: MACKENSIE AGRIBUSINESS

O comprador da usina cumpriu o orça-


mento e de outra forma a área agrícola
aplicou mais insumos que o necessário.
Em tempos de margens operacionais ne-
gativas na produção de cana de açúcar,

62 | ABRIL DEDE
JANEIRO 2017
2017
MACKENSIE
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1523, quando a coroa portuguesa fi-


Análise das Variações
nanciou o primeiro engenho de açúcar
VALORES DEFENIDOS INSUMO A VALORES CONSTATADOS em Pernambuco e fizemos nossa pri-
(PADRÃO) (REAL)
meira exportação de açúcar) o setor
• Qpadrão = 85 t • Qprod = 90 t
• Custo = R$ 9,75 / t • Custo = R$ 9,50 / t ficou na dependência do Governo.
Apesar do governo ter liberado o preço
VAR. PREÇO VAR. QTD. VAR. MISTA
do açúcar, etanol e cana-de-açúcar em
Cálculos = (9.50-9.75) x 85 = = (90-85) x 9.75 = = (90-85) x (9.50-9.75) = 1998, o setor ainda depende do
- $ 21.25 $ 48.75 - $ 1.25 Governo em função da administração
Resultado Favorável Desfavorável ? de preços dos derivados de petróleo e
Ações Benchmark para Identificar as medidas ? energia. Para o produtor de cana e usi-
outras áreas necessárias nas não há outra solução senão buscar
um aumento de produtividade e redu-
a gestão de custos deve focar nos mi- foi que o elevado número na margem de ção de custos (mas precisa saber exa-
cros detalhes, porque são nestes pon- contribuição negativa ocorreu devido: tamente qual seu custo de produção de
tos que as usinas e produtores estão 1. Idade do Canavial; cana-de-açúcar, etanol e açúcar). Sem
perdendo dinheiro. Hoje, com o au- 2. Falta de tratamento de cana planta um sistema de informação aderente
mento da gasolina e variação cambial, e soca; emetodologia correta de custos, não es-
os prejuízos foram minimizados. O se- 3. Talhão acima do raio médio; taremos realizando a gestão de custos.
tor somente será estável se houver um 4. Variedades inadequadas ao am- É necessário conhecer os custos ante-
planejamento operacional e financeiro biente de produção; cipadamente e preços de venda. Caso
eficiente, uma gestão de custo direcio- 5. Uso ineficaz de máquinas e equipa- contrário a empresa estará caminhan-
nada a redução dos custos e aumento mento agrícolas. do para a quebra econômica. Isto é a
da produtividade agrícola. economia de mercado.
Com esta avaliação, o tomador de de- Conclusão: Com uma visão avançada de redução
cisão pode analisar a performance da Nos últimos trinta e cinco anos, tenho de custos, proponho um outsourcing
equipe e corrigir os rumos. constatado que as usinas de açúcar e no planejamento agrícola e financeiro
Uma outra possibilidade de interpreta- etanol não se integram no processo e gestão do custo de produção. Nas usi-
nas, encontramos excelentes profissio-
nais nestas áreas, porém eles estão en-
Margem de Contribuição
volvidos na geração dos números para
apresentar relatórios para o tomador
de decisão, diretoria e acionistas, além
44% de executarem as tarefas operacionais
56% de uma safra que é um verdadeiro cam-
po de guerra. Empresas de primeira li-
nha já adotaram esta estratégia como
a GM, focando no desenvolvimento e
Margem de Contribuição Positiva
Margem de Contribuição Negativa
produtividade de seus produtos.
ção desta metodologia – custo padrão produtivo: a partir do preparo de solo 1 - Carta de Solos e Ambiente de
por talhão nos leva a análise marginal, até a venda do produto no mercado Produção – CTC – Revista Coplacana
ou seja: Receita do Talhão – Custo Va- futuro, variáveis como taxa de câmbio,
riável = Margem de Contribuição Bruta. impostos e taxas de juros no mercado
Em um estudo realizado pela Macken- internacional e interno impactam dire-
sie Agribusiness e TOTVS AGRO (,) com tamente no custo de produção de ca-
uma amostra de 202 talhões, a conclu- na-de-açúcar.
são foi de que 66% dos talhões à mar- É essencial a integração da cadeia
gem de contribuição foi negativa e 44% produtiva para ocorrer ganhos de es-
margem de contribuição positiva. Ana- cala e produtividade. CARLOS ARAUJO
lisando os resultados, nossa conclusão Precisamos olhar fora da caixa (em CFO - Mackensie Agribusiness

ABRIL DE
JANEIRO DE 2017
2017 | 73
artigo

Planejamento
Operacional no
Agronegócio

E
Premissas: mentos. O controle de produção as- Primordialmente, estes conceitos
m uma Usina segura que a equipe de produção seja devem incorporar-se na cultura em-
produtora de capaz de atingir as metas definidas, presarial para em seguida envolver-
açúcar, etanol e maximizando os recursos e a redução -se em uma visão de longo prazo do
energia elétri- continua de custos por unidade pro- planejamento de produção.
ca, a integração duzida. Consequentemente, os objetivos de
do processo de Planejamento e controle são com- planejamento de produção são os se-
planejamento e ponentes essenciais para sucesso de guintes:
controle da pro- uma unidade agroindustrial. • Preservar a quantidade e qualida-
dução é essen- Os pontos fortes do planejamento e de da matéria-prima, equipamentos e
cial para torná-la eficiente, eficaz e controle: etc.; estarem disponíveis durante os
economicamente sustentável. • Assegura a utilização ótima da ca- períodos de safra;
O planejamento de produção e pos- pacidade de produção dos recursos, • Assegurar que a utilização da ca-
terior controle orienta as característi- devidamente planificado; pacidade produtiva está em sintonia
cas da produção agrícola e industrial • Garante que os níveis de estoque se- com a demanda prevista em todo o
– do início do processo até os produ- rão mantidos em níveis econômicos ciclo operacional – safra e entressafra;
tos finais, ou seja, do preparo do solo, no período determinado, ou seja, não
plantio, tratos culturais e colheita até há excesso e nem falta dos recursos; Um planejamento de produção bem
a produção de açúcar, etanol e ener- • Preserva que o tempo de produção elaborado assegura que o ciclo con-
gia elétrica. será mantido em um nível ótimo e tinuo do processo seja simplificado,
Manter elevados e constantes os ín- não haverá volatilidade de produção; fornecendo os seguintes benefícios:
dices de produtividade, são os obje- Uma vez estabelecido todos os aspec- • Garante com precisão diária a ne-
tivos do planejamento e controle da tos da produção, a qualidade e produ- cessidade de cana para a produção
operação, otimizando o uso dos fa- tividade serão sempre preservados. de açúcar e etanol;
tores de produção (terra, máquinas • Certifica junto aos fornecedores as
e equipamentos, insumos, capital de Planejamento de produção necessidades de máquinas e equipa-
giro e tecnologia). Uma característica Os conceitos básicos da economia es- mentos agrícolas para o preparo do
não muito abordada nas usinas é a tão fundamentados em: solo, plantio, tratos culturais e colheita;
questão dos estoques.
O Planejamento de produção é rele- 1) O que produzir; O planejamento da produção reduz o
vante para a programação, expedi- 2) Quanto produzir; custo total de produção por induzir a
ção, inspeção, gestão da qualidade, 3) Quando produzir e eficiência e o melhoramento continuo
suprimentos, máquinas e equipa- 4) Para quem produzir; da operação, ou seja, duas estratégias

82 | ABRIL DE 2017
NOVEMBRO DE 2016
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O planejamento
da produção
reduz o
custo total
de produção
básicas para a qualidade de gestão e
por induzir a outra, mesmo na mesma região. Há
planejamento do processo. O plane- eficiência e o outros fatores que devemos conside-
jamento de produção é composto em rar: natureza de operação (a) incluir
três diferentes níveis dependentes do
melhoramento o CCT ou não; b) cana própria ou de
tempo, ou seja, planejamento de lon- continuo da terceiros); tamanho da operação: O
go prazo que trata de planejamento planejamento de produção de uma
da infraestrutura e formação do cana-
operação, unidade de moagem de 2 mil tonela-
vial que exige investimento de capi- ou seja, duas das é diferente de uma moagem de 6
tal. O planejamento de médio alcance mil toneladas.
com previsão de demanda tais como
estratégias
expansão do canavial e determinação básicas para Conclusão:
do complexo varietal visa abastecer O planejamento da produção e seu
a usina no início, meio e fim de safra.
a qualidade controle, garante a utilização máxima
O planejamento de curto prazo tem de gestão e dos fatores de produção tais como
como foco a gestão das operações di- matéria prima, mão de obra, maqui-
árias no campo e indústria.
planejamento nas e equipamentos, capital de giro
do processo.” e tecnologia.
Controle de produção Todas as informações relacionadas
Tem como eixo o foco de utilizar com a produção devem ser registra-
várias metodologias e técnicas de das afim de estabelecer o controle de
controle para alcançar o melhor de- As vantagens de um controle sólido entrada e saída a partir da matéria
sempenho do sistema de produção da produção são como se segue: prima até produto acabado, para ob-
para atingir as metas empresariais. a) Fluxo continuo de todos os pro- ter eficiência e otimizar a utilização
Sintetizando os objetivos de controle cessos de produção; dos fatores de produção. •
de produção são as seguintes: b) Economias de custo de produção re-
1) Manter uniforme o fluxo de maté- duzindo perdas do processo e recursos;
ria prima e produtos em processo e c) Manter um padrão de qualidade
produto final; através de cada etapa do processo e
2) Sistematiza os cronogramas de do produto.
produção; O controle de produção não pode
3) Aplicação ótima dos recursos e ser igual em todas as usinas porque
processo de produção e regularizar os parâmetros técnicos, clima e solo CARLOS ARAUJO
os desvios; são diferentes de uma empresa para CFO - Mackensie Agribusiness

ABRIL DE
NOVEMBRO DE 2017
2016 | 93
artigo

Tomada
de Decisão
Premissas: Cada decisão que fazemos (ou não fazemos) molda o nosso futuro.

T
odo mundo ten- no resultado da tomada de decisão das em informações confiáveis e
ta tomar boas para garantir um bom resultado; dados verificáveis, tempo adequado
decisões. No 2. Objetivos - Uma compreen- deve ser utilizado para pesquisar
entanto, é fácil são clara dos resultados desejados minuciosamente as opções e as suas
esquecer um orienta a tomada de decisão e faz implicações. Decisões tomadas sem
fator importan- com que seja mais fácil, lógico, e fundamentos, são difíceis de defen-
te, perder uma menos estressante. (os executivos der e encontra obstáculos inespera-
opção desejá- evitam tomar decisões em função dos quando implementado.
vel, ou basear a da falta de objetivos claros.) A tomada de decisão requer tempo.
decisão em informações confiáveis. 3. Opções - Esforços relevantes O tempo e esforço despendido deve
Além disso, o medo de fazer uma devem ser feitos para avaliar as ser proporcional à importância da
escolha errada pode levar-nos a opções disponíveis, estudar como decisão.
adiar as decisões, levando à perda cada uma pode ser implementada
de oportunidades. Um processo de e quais os resultados que irão pro- A sequência de um passo a passo do
tomada de decisões estruturado, ga- duzir. Demasiadas vezes, as pessoas processo de decisão deve ser docu-
rante que as decisões importantes limitam-se a algumas escolhas ób- mentado para cada etapa da tomada
sejam feitas na hora e são alicer- vias, e não exploram ideias inovado- de decisões, ajudando a esclarecer
çados em fatos, pesquisa e análise. ras ou inéditas. o pensamento e assegurando o pro-
Este artigo, descreve os componen- 4. Critérios - Os critérios empre- gresso sustentado rumo a uma boa
tes básicos das decisões e um pro- gados para selecionar as melhores decisão.
cesso de tomada de decisão passo a opções possíveis são determinados
passo. Este processo pode ser facil- pelo contexto e os objetivos. Crité- Processo de tomada de
mente adaptado e utilizado diaria- rios rígidos são condições que de- decisão
mente. vem ser satisfeitas, a fim de ter uma Um processo de decisão eficaz, ga-
decisão útil, como o orçamento ou rante que todos os quatro compo-
Elementos das Decisões restrições de tempo. Critérios fra- nentes sejam analisados. Os mode-
O aspecto mais importante da toma- cos são as condições que requerem los são usados para simplificar o
da de decisões estruturado é reco- uma avaliação subjetiva, e, por con- trabalho e lembrar-nos de aspectos
nhecer e analisar os componentes seguinte, podem ser mais difíceis importantes de cada componente.
básicos de decisões. de aplicar. Exemplos são o nível de Os passos são normalmente conclu-
1. Contexto - Descreve a situação conflito organizacional e satisfação ídos de uma forma sequencial. No
em torno da decisão. Por exemplo, do colaborador. entanto, é aceitável para avançar e
o prazo e quem estará envolvido Decisões bem-sucedidas são apoia- rapidamente anotar algumas infor-

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2 ||NOVEMBRO
ABRIL DE 2017
DE 2016
MACKENSIE
MACKENSIE AGRIBUSINESS
AGRIBUSINESS

Um processo de decisão eficaz


garante que todos os quatro
componentes sejam analisados.
Os modelos são usados para
simplificar o trabalho e lembrar-
nos de aspectos importantes de
mações enquanto ele está recente cada componente. Os passos
em sua memória, ou para voltar e
adicionar uma nova informação
são normalmente concluídos de
que foi ignorado inicialmente. uma forma sequencial.”
Passo 1: Determinar a importân-
cia e o contexto da decisão
Use uma planilha para analisar o con-
texto. Na planilha, liste o seguinte: O contexto determina as possíveis uma excelente opção ‘fora da caixa’
• Até quando é que a decisão deve consequências da decisão, o perío- soluções. Para incentivar a criati-
ser tomada? do de tempo envolvido, e quem pre- vidade, todas as opções devem ser
• Qual é o período de tempo para a cisa estar envolvido no processo de listados sem crítica. Uma vez que
implementação desta decisão? decisão. Tempo e esforço expressivo todas que todas as opções disponí-
• Qual será o resultado no caso de devem ser investido para decisões veis foram listados, dissertar cada
uma decisão bem-sucedida? Qual significativas. opção e selecionar as mais promis-
será resultado de uma decisão er- soras para posterior análise. (Tenha
rada? Quais serão as consequências Passo 2: Determinar os objeti- cuidado para não descartar opções
de não tomar uma decisão? vos para a decisão muito cedo no processo).
• Quem será afetado pela decisão? Em uma planilha, detalhar os obje-
Quem são as pessoas-chave que aju- tivos primários e secundários para Passo 4: Explore as opções pro-
darão a tomar a decisão de sucesso? a decisão. Deverão ser incluídos os missoras
• Que tipo de atividades e mudanças resultados desejados e indicados os As opções mais promissoras, deve-
no ambiente e comportamentos se- resultados esperados e quais fatos rão ser discutidas e analisadas para
rão necessários? devem ser evitados. determinar como elas podem ser
• Se a decisão terá impacto sobre um aplicadas e quais os resultados que
grande número de indivíduos ou en- Passo 3: Liste todas as opções irão produzir. Considere como as
tidades, que recursos e ações serão Listar as opções expressivas. Use o opções se relacionam entre si, e se
necessários para gerir este impacto? “brainstorming” ou outros métodos algumas opções têm componentes
• Quem são as pessoas-chave que para identificar o maior número de comuns ou fazer a implementação
terão de apoiar a decisão no que diz opções adicionais e possíveis. Fazer de outras opções mais fáceis. Em
referente ao financiamento ou re- um esforço especial para identificar paralelo com esta análise, identifi-
cursos humanos, a fim de torná-lo as opções impossíveis ou irrealistas, car as opções que precisam de mais
bem sucedido? uma vez que estes podem levar a investigação ou esclarecimento..

ABRIL DEDE
NOVEMBRO 2017||113
2016
artigo

Ao trabalhar
Várias técnicas estão disponíveis
com as etapas ções. As estratégias podem ser de-
para analisar as opções, a fim de de decisão no senvolvidas para gerir esses riscos.
compreender as suas implicações.
• Mapa mental pode ser usado para
papel, você Limitações de tempo
analisar as inter-relações das opções. vai saber que Frequentemente, limitações de tem-
• Uma análise SWOT pode ser usada po nos obrigam a tomar decisões
para determinar as forças, fraque-
informação antes de nós sentirmos que temos
zas, oportunidades e ameaças para está faltando, todas as informações necessárias.
cada opção. Ao trabalhar com as etapas de de-
As opções são analisadas para obter
as possíveis cisão no papel, você vai saber que
uma compreensão clara das suas im- consequências informação está faltando, as possí-
plicações antes de aplicar os critérios veis consequências de uma decisão
de tomada de decisão. Isto é, para as-
de uma errada, e os riscos envolvidos se a
segurar que as opções não são des- decisão errada, decisão for adiada. Esta informação
cartadas prematuramente e que uma permite-lhe decidir se tomar a deci-
análise exata pode ser aplicada.
e os riscos são agora, adiá-la, ou começar a im-
envolvidos se plementar algumas opções durante
Passo 5: Estabelecer critérios a coleta de informações e feedback
de decisão
a decisão for para finalizar a decisão.
Analise profundamente seus objeti- adiada.”
vos, como você irá desenvolver o con- Conclusão
junto de critérios que serão utilizados A estruturação da tomada de decisão,
para avaliar as opções. Os critérios terminada pela soma da classificação requer uma análise completa dos fa-
devem ser claros e efetivos para as ponderada para todos os critérios. tores de decisão - contexto, objetivo,
tomadas de decisão ou requerem Este” Matrix” de opções de critérios é opções, e critérios. A análise deve ser
uma análise subjetiva ou qualitativa. particularmente útil para avaliar cri- avaliada com base em dados verda-
Atribuir uma classificação é essencial térios mais substanciais. É também deiros. Seguindo um processo de
a cada critério. chamado de uma Matriz de Prioriza- tomada de decisão passo a passo e
ção ou Matrix de Decisão. trabalhando nos dados e opções, te-
Passo 6: Avaliar as opções em remos todas as informações necessá-
função dos critérios Passo 7: Selecione as opções rias para apresentar e justificar suas
Quando as opções e critérios forem para prosseguir decisões, bem como para começar a
estabelecidos, um modelo de decisão Examine a Matrix de Decisão para implementá-las e colher resultados. •
é desenhado com as opções listadas determinar se algumas das opções
nas linhas e os critérios enumerados podem ser combinadas para criar
nas colunas. Cada opção é avaliada uma solução melhor. Resuma as op-
para cada critério e o valor escrito ções selecionadas para a implemen-
na célula correspondente da tabela. tação e suas consequências.
Em seguida, a cada critério é dada
uma classificação de importância nu- Passo 8: Analisar os riscos
mérica. A matriz final é gerada pela Todas as decisões envolvem uma va-
multiplicação e classificação de cada riável de risco. “Force Field Analysis”
opção por um critério de avaliação de é útil para descobrir os riscos envol-
importância dos critérios. Avaliação vidos ou dificuldades que precisam CARLOS ARAUJO
completa de uma opção é então de- ser superadas na aplicação das op- CFO - Mackensie Agribusiness

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4 ||NOVEMBRO
ABRIL DE 2017
DE 2016
artigo MACKENSIE
MACKENSIE AGRIBUSINESS
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Produtividade
x
Lucratividade

O
presente “paper”, visa trata-se um recurso importante para nentemente real, inclui todas as ati-
identificar fatores- a gestão. Produtividade, é a capaci- vidades da organização, que devem
-chave da produtivi- dade do capital investido valorizar a ser estruturadas em conjunto para
dade empresarial e, atividade empresarial. Indica a capa- efeito de desempenho continuamen-
expandir a produti- cidade da empresa para atingir um te crescente.
vidade no processo determinado nível da operação em- Para cumprir este objetivo, é fun-
operacional. Almeja- presarial estabilizada. damental elaborar um sistema de
-se também, definir Produtividade está fortemente ligada métricas técnicas que impactam na
um modelo de produtividade e lucra-
tividade. O uso das informações in-
ternas e externas são relevantes para
Interligação entre diagnóstico e produtividade
conduzir o sucesso empresarial.
A aplicação do modelo de produtivi-
Diagnósticos da empresa Produtividade da empresa
dade de uma empresa, define o lucro
Inclui a avaliação e É o resultado de aplicação
líquido como o indicador natural para
Identificando toda os das operações e processos,
validar o aumento de produtividade. processos da empresa sob resultando na otimização
Qual é a pré-condição que leva a em- uma visão sistêmica. e lucro.
presa ao lucro e ao crescimento a
longo prazo?
Figura 1: Relação bilateral entre diagnóstico e produtividade

INTRODUÇÃO
O diagnóstico do processo de gestão, a outra categoria econômica, a maxi- produtividade, análise, avaliação de
identifica se a empresa caminha den- mização dos fatores de produção (ca- resultados e proposições para o me-
tro dos objetivos estabelecidos. Esta pital, terra, máquinas e implementos, lhoramento continuo. Esse é o foco
análise, inclui organização, planeja- tecnologia e gestão). do diagnóstico. Os resultados dos
mento, tomada de decisão, controle A relação descrita, demonstra um processos operacionais, apresentam
e liderança. processo de transformação em que a situação atual da empresa e identi-
A pré-condição inevitável das fun- os inputs se transformam em ou- ficam o potencial não utilizado.
ções de gestão acima, é a informação; tputs. Os outputs determinam o nível A Figura 1 acima, expressa a relação
recentemente caracterizada por uma de produtividade da empresa. O au- mútua entre diagnóstico e produti-
acumulação rápida devido ao uso de mento da produtividade é a condição vidade. Com a crise mundial e prin-
tecnologias de informação e comuni- prévia para o seu crescimento do va- cipalmente no Brasil, tornou-se rele-
cações on-line. lor da empresa. vante aumentar a produtividade das
A informação sobre produtividade, A produtividade é um tópico perma- empresas.

ABRIL DEDE
ABRIL 2017||131
2017
artigo

Diagnóstico da Produtividade plo: relevância de um problema e ur- dos fatores de produção (capital, ter-
O diagnóstico, é um processo que in- gência de sua solução, assim como, ra, máquinas e equipamentos, tecno-
clui atividades relativamente distin- suas principais causas. logia e gestão).
tas e relacionadas entre si: fase intro- O processo de diagnóstico é concluí- Os produtos resultantes da quanti-
dutória, descrição da situação atual. do com a apoio e elaboração do rela- dade utilizada dos fatores de produ-
O desenvolvimento do objeto, o teste tório final para fornecer propostas de ção, devem ser remunerados e gerar
de diagnóstico, a análise diagnóstica, resolução dos problemas e garantir a um excedente, ou seja, a produção
a síntese e a fase final, serão demons- sua eficácia deve ser maior do que o volume de
trados na Figura 2. entrada.
A ideia principal da fase introdutória Produtividade da empresa Neste artigo, a transformação de
é a seleção de um diagnóstico do pro- A produtividade é atualmente uma processos demonstra os fundamen-
cesso, neste caso, a produtividade e dos termos mais utilizados global- tos econômicos e o processo de pro-
a definição de parâmetros operacio- mente. Seu conteúdo não é exata- dução, que podem ser fisicamente ou
nais. Verifica-se após, uma descrição mente definido, depende do modo de financeiramente quantificados mo-
da situação e da evolução da produ- interpretação sobre os parâmetros netariamente.
tividade por meio do instrumento de quantificados e qualificados. Entradas e saídas é o assunto da con-
diagnóstico.
O teste de diagnóstico ainda inclui
comparar e avaliar a produtividade
efetiva, com os padrões técnicos ope-
racionais e financeiros identificando
anormalidades e definição dos pro-
blemas existentes.
Figura 3: Processo de Produção

tabilidade. A principal tarefa das in-


formações contábeis, não são apenas
para ilustrar o processo em termos
de receitas e despesas monetárias,
mas também para toda a circulação
financeira em seu processo de trans-
formação.
A produtividade definida anterior-
mente, apresenta a necessidade de
desenvolver um conjunto de indica-
dores para avaliar a produtividade
da empresa.
É importante para desagregar o va-
lor presente líquido (o indicador
mais relevante para produtividade)
em indicadores financeiros, que es-
Figura 2: Diagnóstico dos Processos
tão interligados a indicadores opera-
cionais. Exemplo: Quantidade de ATR
A quarta etapa do processo de diag- A definição geral de produtividade: (Açúcar Redutor Total) por tonelada
nóstico, é a análise de diagnóstico; “capacidade de valorização do capi- de cana.
agora, abrange-se toda a intensidade, tal”. O critério de valorização o ca- Os indicadores não financeiros são
frequência, causa e direção do proble- pital, nada mais é que o valor atual bases para os indicadores financei-
ma, bem como a quantificação de con- líquido sobre o capital investido. O ros. Os indicadores financeiros são
sequências e previsão de tendência. capital é valorizado, por meio do pro- variáveis expressas pelo mesma uni-
Um objetivo da síntese do diagnóstico cesso de transformação da empresa, dade financeira - que é significativa
é definir o fato diagnosticado, exem- este é o processo de transformação para a sua comparabilidade.

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MACKENSIE
MACKENSIE AGRIBUSINESS
AGRIBUSINESS

representa as alterações monetárias


da empresa, permitindo avaliar a li-
quidez e sua capacidade de gerar
recursos financeiros e apresenta a
necessidade de fontes financeiras.
O fluxo de caixa, interliga o Balanço
Patrimonial e a Demonstração de Re-
sultados, se houver divergências na
comparação do real e desejado, os pro-
blemas devem ser identificados e clas-
sificados de acordo com suas caracte-
rísticas. A existência de problemas faz
parte integrante das empresas.

Problemas resultantes do
diagnóstico de produtividade
1) Redução das receitas;
2) Redução do lucro por unidade de
produção;
3) Redução de market share;
4) Redução da produtividade
operacional;
5) Redução do volume operacional;
6) Redução do Patrimônio Líquido;
7) Redução do lucro por ação;
Figura 4: Indicadores Financeiros para determinar a Produtividade
8) Queda do valor de mercado;
9) Baixa qualidade;
Estes indicadores são ilustrados na f) transparência; 10) Problemas com P&D e inovação.
Figura 4, e devem ser analisados sob g) definição simples e coleta de
duas visões: dados para processamento; Análise do diagnóstico e síntese
• Indicadores de produtividade da da empresa
empresa; Após descrição da situação e análise A condição primária para uma aná-
• Indicadores de produtividade dos do diagnóstico, o processo continua lise do diagnóstico bem sucedido é:
acionistas; com o teste de diagnóstico, que in- • a alta precisão;
Os indicadores não financeiros, são clui: • descrição operacional atual;
métricas baseadas no valor e no pro- • definição e seleção dos critérios re- • evolução da produtividade.
cesso operacional. Eles incluem tem- comendados;
po de entrega, qualidade, serviço, • comparação da situação real com Teste do diagnóstico
satisfação do cliente, inovação, etc. os critérios recomendados; O conteúdo da análise do diagnós-
Ao criar o conjunto de princípios • identificação de problemas. tico é o exame da produtividade da
para a medição da produtividade Os critérios de validação são entra- empresa, indicadores, quantidade
da empresa, é necessário manter os das predeterminadas que expressam dos fatores de produção utilizados,
princípios primários da seguinte for- um objetivo a ser alcançado. O nível estoque de matéria prima e de pro-
ma: real de produtividade de uma empre- dutos acabados.
a) quantidade adequada; sa está documentado na demonstra- Especificamente, os seguintes itens
b) mensurável; ção de resultados e no fluxo de caixa. são investigados no campo diagnos-
c) capacidade de influenciar; O balanço inclui informações sobre ticado:
d) capacidade de agregação os ativos e passivos da empresa. • Periodicidade ou aleatoriedade do
e) possibilidade de conjunção Com base na avaliação de receitas e aumento / diminuição da produti-
up-to-down; custos no período, o fluxo de caixa vidade da empresa; expressas por

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2017
artigo

meio de métricas financeiras e não b) Satisfazer as necessidades e dese- expressivo para utilizar e, comprovar
financeiras; jos dos clientes por meio de serviços a produtividade.
• Intensidade (níveis de) aumento / de qualidade; Como qualquer outro modelo, fornece
diminuição de indicadores; um conteúdo simplificado da realida-
• Frequência de mudanças; 2. Medidas de exploração dos pontos de econômica de acordo com critérios
• Influência da variação de preços, da fortes dos concorrentes: definidos e responde às questões que
capacidade de produção, dos custos a) Maior qualidade; surgem durante seu desenvolvimento.
fixos e variáveis que influenciam o au- b) Preço justo; A base do modelo é o lucro líquido.
mento / diminuição da produtividade; c) Pacotes de serviços. Lucro líquido da empresa, é um in-
• Razões para a diminuição da pro- dicador de quantidade de fatores de
dução - alteração do preço, escala de 3. Receitas em queda: produção da empresa e é expressa
produção; a) Introdução de novas tecnologias; como uma margem entre as receitas
b) Melhoria da organização e da e custos totais. Se as receitas exce-
A síntese do diagnóstico agrega e re- gestão; derem os custos, o lucro é realizado,
sume os conhecimentos adquiridos
c) Aumento do nível técnico-cultural caso contrário, ocorre a perda.
pela análise efetuada. Descreve tam-
dos funcionários. O objetivo de aprender a estrutura
bém a gravidade do problema, a ur-
econômica da renda e a análise dos
gência da sua solução e as suas prin-
Modelo de diagnóstico: fatores, é descobrir possíveis inefici-
cipais causas.
Produtividade ências no processo de transformação,
A síntese do diagnóstico resulta na
O modelo de diagnóstico da produtivi- o que pode diminuir o potencial de lu-
validação do diagnóstico, verificado
dade inclui determinadas atividades e cro. Informações sobre lucros e preju-
em exemplos fundamentados em to-
suas consequências, apresenta o que ízos é muito valiosa para o sucesso da
das as atividades realizadas nas fases
é relevante, como e qual o indicador gestão da produtividade.
anteriores do processo do diagnósti-
co; o status quo da produtividade da
empresa também é descoberto, es-
pecialmente os problemas essenciais
na produtividade da empresa, que
incluem:
• Diminuição das receitas da empresa;
• A produção não atinge o ponto de
equilíbrio operacional e financeiro,
elevando o custo fixo;
• Queda da produtividade da mão de
obra, matéria-prima;
• Queda da satisfação do cliente;
• Crescimento das despesas e redução
nas receitas.

A fase final do processo de diagnós-


tico da produtividade, é identificação
do problema e a definição da alter-
nativa adequada para solução. Elimi-
nando fraquezas, fortalecendo pontos
fortes e prevenindo crises; o trabalho
exige tempo e comprometimento das
equipes. Para a produtividade cres-
cer, é necessário:
1. Medidas de aumento da produção:
Figura 5: Modelo Geral de Diagnóstico da Produtividade
a) Ganhar novos clientes;

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MACKENSIE
MACKENSIE AGRIBUSINESS
AGRIBUSINESS

A principal fonte de lucro é a receita


das atividades econômicas, que é uma
parte do lucro das atividades opera-
cionais.
É definido como uma diferença en-
tre as receitas de vendas de bens e
serviços e custos. Exemplificando: O
lucro é consequência da eficiência e
eficácia da produção; o nível de ren-
dimento das atividades econômicas é
influenciada pela capacidade de reali-
zar uma produção eficaz, pela escala
de produção, pelos custos unitários e
preço de venda por unidade.

Figura 6: Decomposição do Modelo da Renda Líquida

A receita das operações financeiras,


MODELO DE RENTABILIDADE (R$) 2012 2013 2014 2015 2016
estão incluídas na receita associadas
Receita Operacional 78.191 60.014 51.113 57.887 67.751
a utilização de fontes externas, manu-
Custo Opercional 78.685 59.313 50.821 57.191 69.856
tenção de obrigações e outros investi-
Lucro Operacional -494 701 292 696 -2.105
mentos financeiros. A soma do resul-
tado das atividades operacionais e da Receita Financeira 4.377 95 31 9 6.742
receita, leva ao lucro de um período. Custo Financeiro 2.640 600 742 643 3.419
É possível também, analisar a estrutu- Receita não Operacional 1.737 -505 -711 -634 3.323
ra de renda por meio do modelo Receitas Totais Antes dos Impostos 1.243 196 -419 62 1.218
gerencial, verificando a diferença en- Impostos não Operacionais 22 83 24 22 248
tre as receitas de vendas e custos. Renda Líquida 1.221 113 -443 40 970
Receitas não Operacionais 20 44 88 118 47
Custos não Operacionais - - 2 - -
Renda Liquida antes dos impostos 20 44 86 118 47
Impostos não Operacionais 11 22 22 9
Renda após Impostos 20 33 64 96 38
Renda Liquida após Impostos 1.241 146 -379 136 1.008
Tabela 1: Decomposição da DRE

A principal fonte de lucro é a


receita das atividades econômicas,
que é uma parte do lucro das
atividades operacionais.”
ABRIL DEDE
ABRIL 2017||175
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artigo

Gráfico 1 – Receita Operacional e Custo Operacional

Gráfico 2 – Lucros & Perdas (R$)

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MACKENSIE
MACKENSIE AGRIBUSINESS
AGRIBUSINESS

Para os economistas, a principal meta


TIPOS DE RECEITA 2012 2013 2014 2015 2016
da empresa é o crescimento da em-
Vendas de produtos 75.127 56.713 46.686 54.639 65.672
presa no longo prazo. A realização de
Variação nos Estoques 1
1.679 1.715 1.046 1.181 823
lucros é a condição prévia para este
Receitas de Estoques 116 105 2.700 1.259 374
objetivo. Lucro é o objetivo e o motivo
para conduzir uma empresa. Outras Receitas 1.269 1.481 681 808 882
Receitas Operacional Total 78.191 60.014 51.113 57.887 67.751
Outras Receitas 6.740
Receitas venda de Ativos 4.280 -
Receitas Financeiras 97 95 31 9 2
Receitas não operacionais 20 44 88 118 47
Receitas não operacionais Totais 4.397 139 119 127 6.789
Receitas Totais 82.588 60.153 51.232 58.014 74.540
Tabela 2: Demonstração das Receitas ¹ Estoques Matéria Prima, Produtos em Processos e Acabados

Além do lucro como objetivo do em- relevante para a tomada de decisão em formas de aumentar o lucro: por meio
preendedor, empresários, outros ob- uma empresa. O nível de lucro está as- da redução de custos (isto é, eficiên-
jetivos monetários (segurança patri- sociado a certo nível de risco. cia), por meio do aumento das receitas,
monial, maximização dos resultados Quanto maior o lucro esperado (capi- ou por meio de ambos. Ambas as vari-
de negócios, etc.) e não-monetárias tal investido e rentabilidade), maior o áveis são importantes e são influencia-
(alcance do poder econômico, lide- nível de risco. O gestor deve buscar das por diversos fatores.
rança de mercado, independência e o maior lucro possível, pois o lucro é Uma empresa, obtém receita por meio
consolidação da marca), são valores a principal fonte de crescimento da de suas operações, elas são refletidas
relevantes para o negócio. empresa e do aumento da renda do no crescimento do ativo e redução dos
O lucro e a produtividade são fatores empresário. passivos. Os custos da empresa repre-
decisivos para a tomada de decisões. O lucro é a diferença entre as receitas sentam fontes efetivamente utilizadas
A maximização do lucro, é um critério e os custos das empresas. Existem três para obter receita.

CUSTOS 2012 2013 2014 2015 2016


Matéria Prima e Energia 28.101 28.057 17.860 21.488 26.064
Serviços 27.962 6.926 9.888 16.599 24.292
Salários 15.522 16.583 13.168 12.061 12.802
Encargos Sociais 5.735 6.084 4.947 4.419 4.630
Taxas 505 655 968 731 762
Depreciação e Amortização 647 833 775 669 784

A maximização Depreciação Outras


Subsidios
145
-
86
-
2.999
-
1.181
-
101
371
do lucro, é Custos Diversos 68 89 216 43 50

um critério Custo Operacional Total


Titulos vendidos
78.685
2.140
59.313
-
50.821
-
57.191
-
69.856
2.873
relevante para Outros Custos Financeiros 500 600 742 643 546
a tomada de Custo Financeiro Total 2.640 600 742 643 3.419
Custos Diversos - - 2 - -
decisão em Custo Total 81.325 59.913 51.565 57.834 73.275
uma empresa.” Tabela 3- Custos Operacionais

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2017
artigo

O lucro é determinado na Demonstra-


Receitas ( R$/1000) 2012 2013 2014 2015 2016
ção de Resultados. Deve ser compila-
Receita Operacional 1
-494 701 292 696 -2.105
do mensalmente e, apresentado como
Rceita Financeira 1
-1.737 -505 -711 -634 3.323
lucro acumulado a partir do início do
exercício. Também é monitorado com Receita não Operacional 1
20 44 86 118 47
o índice EBIT, que significa lucro antes EBIT -2.211 240 -333 180 1.265
do pagamento de juros e impostos. Tabela 4: EBIT EBIT = Receitas - juros e impostos

O EBIT tem uma notável capacidade


Receitas 2012/13 2013/14 2014/15 2015/16
de informação, uma vez que nos in-
EBIT % -81 -238 154 682
forma a capacidade de geração de
caixa da empresa. Devemos ressaltar
Tabela 5: Variação do EBIT em % - Por conta contábil

também que o EBIT, tem sua validade


quando a empresa pode ser desmem- Receitas 2012/13 2013/14 2014/15 2015/16
brada e uma fusão. Receita Operacional 1
94,62 -170 121,32 -1.556
Em condições normais, outros indica- Receita Financeira 1
177,51 85,83 23,12 2.198,33
dores também deveram ser avaliados. Receita não Operacional 1
1,90 17,50 9,61 39,44
Mas retomando a análise, o impos-
Tabela 6: Variação do EBIT em %
to neste exemplo para validação do
modelo, obteve uma redução: 29%
em 2012, caiu para 25% em 2013 e
2014, foi de 19%. A partir de deter- Portanto, EBIT pode ser utilizado de longo prazo em cada uma das de-
minado período, houve uma redução para esta análise. Os resultados da monstrações de resultados e nos da-
dos impostos. O nível de lucro após empresa de forma mais objetiva, ju- dos do Balanço Patrimonial. Até 2014,
juros e impostos varia de acordo com ros e impostos são consequências verificou-se uma tendência decres-
o nível de imposto. Um imposto mais dos impostos e o EBIT, reflete a queda cente e uma alteração com tendência
elevado diminui o lucro e vice-versa. da produtividade. crescente a partir do próximo ano.
A empresa apresenta uma perda des- A análise da situação da empresa cons-
de então, o EBIT começou a aumentar tatou que a produtividade teve uma
passo a passo até que a produtivida- queda no período de 2012-2014, em
de voltou a crescer. Nas Tabelas 5 e função de perdas (vendas), reduzindo
6 (acima), foram demonstradas as al- o valor da empresa para o acionista.
terações EBIT e a influência de cada Com base no diagnóstico e síntese aci-
conta no período analisado. ma, o plano de ação para aumento da
A porcentagem de alterações inter- produtividade foi elaborado conside-
A porcentagem bancárias do EBIT, foi calculada e ana- rando as seguintes premissas:

de alterações lisada por meio de indicadores com


base no ano anterior. Por meio da
• Aumento das vendas;
• Diversificação de produtos;
interbancárias análise horizontal, foram calculados • Redução dos custos;
do EBIT, foi os indicadores de avaliação, usado
para identificar eventuais tendências
• Foco no crescimento do lucro;
• Investimentos em marketing.
calculada
e analisada Produtos
Produto A
Preço
3,43
Custos
3,36
Custos (%)
98
EBIT
0,07
EBIT (%)
2
por meio de Produto B 10,07 9,76 96 0,32 3
indicadores Produto C 0,90 0,87 91 0,73 8
Produto D 3,70 3,33 90 0,37 10
com base no Serviços 1,90 1,84 97 0,06 3
ano anterior.” Tabela 7 - Preço Unitário, Custos Unitário e EBIT por produtos

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MACKENSIE
MACKENSIE AGRIBUSINESS
AGRIBUSINESS

A projeção de crescimento dos cus-


Produtos Produto 1 Produto 2 Custos ? Custos 2 EBIT ? EBIT 2
tos e a produtividade da empresa, foi
Produto A 2 10 7.310 90,98 143 11,34
identificado por meio EBIT, gerando
Produto B 1 10 7.220 9,85 233 18,43
um crescimento de 10% na produção
Produto C 8 10 6.849 9,35 604 47,79
e produtos.
Produto D 2 10 6.708 9,16 745 58,92
Serviços 4 10 7.230 9,87 223 17,68
Média 3 10 7.063 9,64 390 30,83
Tabela 8 - Simulação de Crescimento nos Custos, Crescimento na Produtividade e EBIT 1
Quantidade2 %, ?R$

Os dados apresentados foram ex- atividades de suporte. A redução do


pressos monetariamente e em por- custo de mão de obra normalmente
centagem, comparados com o ano é utilizada, mas nem sempre eficaz.
de 2016 para cada tipo de produto Uma análise sobre o outsourcing
isoladamente, calculados os valores foi elaborada conforme a Tabela 9
médios. (abaixo), comparando os custos por
Uma alternativa para redução de hora dos funcionários da empresa e
custos pode ser o “outsourcing” nas terceirizados (outsourcing).

Mão de Obra Operador 1 Operador 2 Operador 3


Custo Total da Mão de Obra - Empresa 200 240 200
Custo Total da Mão de Obra - Outsourcing 120 160 120
Redução de Custo por hora (R$) 80 80 80
Redução de Custo por hora (%$) 40.000 33 40.000
Tabela 9 - Comparação entre operários da empresa e custo de outsourcing

No período de longo prazo, é mais adequado


maximizar o lucro por meio do aumento da
produtividade de produção, em função de novos
processos operacionais, novas tecnologias.”

Encontrar fornecedores capazes de to, só é possível no curto prazo, uma


oferecer materiais de qualidade con- vez que, um lucro elevado encoraja
forme especifica tem influência dire- os concorrentes e haverá aumento
ta na redução dos custos. Contudo, é de oferta; consequentemente haverá
importante encontrar o melhor forne- uma redução no preço unitário dos
cedor destacando os seguintes itens: produtos.
qualidade, preço e prazo de entrega. No período de longo prazo, é mais
O salário médio deve crescer mais adequado maximizar o lucro por meio
lentamente do que a produtividade do aumento da produtividade de pro-
da operação, resultando crescimento dução, em função de novos processos
nos lucros. Esta estratégia, no entan- operacionais, novas tecnologias.

ABRIL DEDE
ABRIL 2017
2017 ||219
artigo AGRIBUSINESS MACKENSIE

CONCLUSÃO
Em uma economia globalizada, as tec- as relações e conexões do evento eco-
nologias da informação possibilitam nômico diagnosticado. Também sua
retornos no curto prazo, otimizando avaliação, pode ser utilizada como
processos e extraindo atividades que critérios de teste e avaliações de com-
não agregam valor ao produto e em- paração.
presa. Ocorre também, uma redução A aplicação do modelo de diagnóstico
da lealdade dos clientes, pressão so- geral da produtividade da empresa,
bre os concorrentes e praticamente com foco no lucro líquido, apontou
uma relação on-line entre empresa- para um problema frequente na prá-
-fornecedores e consumidor final. tica empresarial.
Critérios importantes para uma em- Este é o problema da demonstração
presa ter sucesso e sobreviver no do lucro, é uma pré-condição inevi-
mercado, incluem alta qualidade e tável para desenvolvimento e cresci-
baixos custos, que juntamente com mento da empresa a longo prazo. O
valor agregado ao cliente, além de fle- diagnóstico possibilita o acesso à pro-
xibilidade, rapidez nos processos de dutividade da empresa, que permite o
vendas, pagamentos e logística. reconhecimento de problemas espe-
Este diagnóstico é analisado como cíficos, em maior detalhe, que resulta
uma ciência que conduz a um proces- no diagnóstico de cada processo da
so contínuo de aumento de produtivi- empresa.
dade da empresa. É condição prévia O modelo foi testado com dados empí-
para suportar o desenvolvimento da ricos e, demonstrou ser uma excelente
empresa a ter sucesso no mercado. É ferramenta para a tomada de decisão
necessário ressaltar, que os diagnós- na busca da melhoria contínua da pro-
ticos não são análise econômica. O dutividade e, do crescimento do lucro
diagnóstico corporativo inclui todas líquido no longo prazo.

Em uma economia globalizada, as tecnologias da


informação possibilitam retornos no curto prazo,
otimizando processos e extraindo atividades que
não agregam valor ao produto e empresa.”

CARLOS ARAUJO
CFO - Mackensie Agribusiness

22
10 | ABRIL
ABRIL DE
DE 2017
2017
artigo MACKENSIE AGRIBUSINESS

Era da informação:
Vamos analisar os dados

A
s usinas produ- competitiva que as grandes empresas 2. Estratégia de monetização
toras de açúcar, possuem no uso da análise e, está de- Desenvolver estratégias de monetiza-
etanol e ener- saparecendo à medida que o custo de ção como valiosos ativos corporati-
gia, como as acesso, processamento e armazena- vos. Uma estratégia de monetização é
demais empre- mento de dados, está despencando. um plano para alcançar uma ou mais
sas da cadeia Grandes equipes de cientistas de da- metas de negócios, por meio de táti-
produtiva do dos e milhões de dólares, não são mais cas ou ações que melhorem a última
agronegócio, necessários para direcionar “insights” linha do DRE, aumentando a receita
devem conside- dos ativos de dados de uma empresa. ou reduzindo custos. Da mesma for-
rar o uso de um volume de grandes da- Métodos analíticos e ferramentas, es- ma, uma usina pode desenvolver KPIs
dos analíticos, e ainda, entender como tão se tornando mais onipresentes e para ajudar a gerenciar e entender o
a análise dos dados tem um impacto menos onerosos, nivelando desta for- desempenho do negócio. As estraté-
direto na estratégia corporativa e nos ma, o “campo do jogo” para grandes e gias de monetização que impulsionam
processos operacionais. pequenas empresas. uma vantagem competitiva, devem ser
Dados e análises, redefiniram a for- Os executivos que sabem liderar esta desenvolvidas continuamente e com-
ma de como competimos no mer- nova era de análise de dados, ultra- partilhadas em toda a empresa.
cado interno e no mercado global passarão a concorrência. Isso exigirá
de commodities. Os dados, são um uma mudança na forma como você vê 3. Desenvolver informações e
ativo corporativo crítico, no qual as a análise e a importância que a empre- capacidades escalonáveis
empresas que estão começando a ge- sa se coloca na construção de capaci- Construir soluções analíticas, tem
rar receita, precisam atuar de novas dades analíticas. Existem cinco chaves sido a norma na América do Norte
formas objetivando estar à frente de para liderar na era da análise: corporativa. Horas são derramadas
sua concorrência. em resolver problemas difíceis para
As empresas que alavancam os dados 1. Análises como uma capturar uma oportunidade de re-
para impulsionar o desempenho das estratégia corporativa ceita, apenas para ter a análise; uma
decisões operacionais no campo, na Incorporar capacidades analíticas vez desenvolvido para apoiar planos
indústria, na logística e no comércio e estratégicas em seus objetivos de negócio.
internacional; estão avançando em corporativos. Ter uma visão clara Os líderes devem procurar desen-
uma taxa mais rápida do que as de- de ganhar. Por meio dessa análise, volver estratégias de monetização e
mais empresas do setor. é essencial fornecer uma direção e análises automatizadas, repetíveis e
Uma tendência alarmante para as energia organizacional para o de- escaláveis em toda a empresa. Esta
grandes corporações, é que o tamanho senvolvimento dessas capacidades. abordagem, levará a análises que
da organização, não é mais uma bar- É por meio destes novos métodos, são escalonadas em toda a organi-
reira competitiva para produzir aná- ferramentas e técnicas, que iremos zação e, que outros departamentos,
lises de classe mundial. Esta direção desenvolver novos produtos, servi- podem se alavancar, ao invés de
emergente no mercado, é a vantagem ços, mercados e oportunidades. construir suas próprias soluções.

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artigo MACKENSIE AGRIBUSINESS

Grandes equipes
de cientistas de
dados e milhões
de dólares,
não são mais
necessários
4. Big Data é mais do que para direcionar dações sobre compras, venda cruza-
apenas grande análise de dados “insights” dos da produtos, ou resolver problemas
Se sua organização não começou o ca- de consumo.
minho para a construção de um gran-
ativos de dados A questão principal para um líder
de ambiente de dados, você encontra- de uma empresa.” analítico é: Como alavancar I.A? E
-se atrás da curva. Os grandes dados, ainda: Por onde começar?
estão aqui para ficar e oferecer vários Fora do mundo de varejo, a indústria
benefícios e novas capacidades. determinar os níveis de estocagem está começando a usar os avanços
Um dos principais impulsionadores direito de vários produtos com base em I.A, na automatização de pesqui-
da primeira onda de implementa- em padrões de pesquisa do cliente. Se sas e especialmente, no campo médi-
ções, trata a redução da estrutura de os consumidores dentro de um certo co e em campos legais.
custos, no que tange ao armazena- raio estão pesquisando mais em cami- No Agronegócio, as perspectivas são
mento de um oceano de dados que as nhões, eles são capazes de otimizar os imensas, desde a determinação do
organizações estão nadando, dentro níveis de estoque para atender a de- melhor e produtivo plantel varietal,
de plataformas de dados tradicionais manda antecipada dos consumidores. integração do consumo de combustí-
caras e que, não fornecem uma solu- vel por equipamento determinando o
ção econômica para armazenar enor- 5. Inteligência Artificial ponto de equilíbrio de cada colhedo-
mes quantidades de informações. Como líderes, compreender as ca- ra ou trator, associação do consumo
Ao alavancar um hardware de baixo pacidades atuais da Inteligência Ar- e produtividade; até a identificação
custo, as empresas podem armaze- tificial, o que ela pode trazer para a do melhor ambiente de produção,
nar petabytes de informações a um sua empresa e, onde começar a sua sua respectiva variedade.
custo razoável. trajetória; serão questões-chave para Tudo isso objetivando e tornando
Uma vez que as organizações têm solucionar estas indagações. principalmente, a gestão eficaz e a
reunido um grande número de con- Há diversas alternativas para a utili- tomada de decisão eficiente, ou seja,
juntos de dados diferentes, eles são zação da Inteligência Artificial – I.A um objetivo excelente. •
capazes de conduzir novos “insights” e, quão rápido ele irá automatizar
que eram anteriormente dificílimos trabalhos. A verdade, é que estamos
ou caros para produzir. muito longe das massas perdendo
Isso inclui, menor nível de dados gra- seus empregos para a IA, mas exis-
nulares, informações de mídia social, tem várias maneiras de começar a
dados de pesquisa, imagens e ainda, explorar essa tecnologia emergente.
manter um histórico mais rico de in- Um ponto importante que devemos
formações. Um exemplo deste tipo de considerar, é que a I.A não é nova.
análise, é o uso de grandes dados por Ela tem sido alavancada em sites da
concessionárias de automóveis que empresa de varejo desde o final dos CARLOS ARAUJO
estão utilizando dados de busca, para anos 90, ajudando a fazer recomen- COO, Mackensie Agribusiness

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artigo MACKENSIE AGRIBUSINESS

Gestão
Estruturada de
Custos

O
impacto da desa- Medidas de controle de custos, fatores de custo e, tomar medidas
celeração da eco- são frequentemente negligencia- para gerenciar os custos de manei-
nomia no Bra- das, além do desinvestimento na ra sustentável.
sil nos últimos própria cultura da cana-de-açúcar Algumas dos pontos relevantes
anos, já é consi- (custos fixos que geram prejuízo para a gestão de custos, incluem:
derado a maior no investimento em canaviais que gestão do capital de giro, da efici-
crise econômica geram lucro), incluindo a não reno- ência operacional e da cadeia de
ocorrida desde vação dos canaviais; acarretando suprimentos.
1929 e, muitas quedas de produtividade, produção No atual estágio do mercado bio-
empresas não estavam preparadas ociosa e abaixo da capacidade ope- energético, a questão significativa
para um impacto tão severo. racional, assim como, uma gestão não é “onde podemos ganhar” e
Iniciamos um processo lento de re- que deixa a desejar em seus pro- sim, “onde estão as perdas”.
cuperação; especificamente no setor cessos operacionais.
bioenergético. Na safra 2016/2017, Uma abordagem estruturada para a Gestão de capital de giro
as receitas operacionais e custos gestão de custos, significa entre ou- É um componente vital de um ne-
operacionais se igualaram. Alguns tros, pensar além da economia de gócio sustentável. O principal obje-
grupos econômicos com atuação custos no curto prazo para avaliar tivo, é concentrar-se no capital de
no setor, obtiveram um lucro mar- e questionar os modelos de negó- giro e, garantir um fluxo de caixa
ginal em função do cambio referen- cios subjacentes. Concentrando-se para os processos de produção,
te a venda de açúcar e o retorno da em algumas das principais dimen- vendas; garantindo, desta forma,
CIDE (Contribuição de Intervenção sões do negócio, as usinas líderes a liquidez continua e a redução
no Domínio Econômico). podem identificar os principais da dependência e exposição das

No atual estágio do mercado bioenergético,


a questão significativa não é ‘onde podemos
ganhar’ e sim, ‘onde estão as perdas’.”

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artigo MACKENSIE AGRIBUSINESS

No plantio da cana-de-açúcar,
o cultivo mínimo expandiu-se,
novos processos de plantio estão
no mercado, com a muda pré-
brotada (MPB), onde que, o uso
de drones, informa em tempo real
o que ocorre na lavoura.”
necessidades de financiamento no
curto prazo.
Adotar políticas de exposição e ris-
co nas contas a receber, contas a
pagar e gerenciamento de estoque,
bem como gerenciamento liquido
do caixa, apresentam desafios dife- Processos operacionais mentando a produtividade. Além da
rentes para atender às necessidades e introdução de novas usina flex, utilizam a cana e o milho
de liquidez, atestando processos e tecnologias para a produção de etanol durante
ciclos mais eficientes e abraçando Ao longo das últimas décadas, as 365 dias do ano, reduzindo o custo
também, novas tecnologias e ava- funções de compras evoluíram signi- fixo da usina e, elevando o lucro.
liação da qualidade do capital de ficativamente até o ponto em que as
giro no balanço patrimonial. empresas de “melhores práticas”, con- Cadeia de suprimentos,
sideram-na, um componente compe- manutenção agrícola e
Eficiência operacional titivo e estratégico em seus negócios. industrial
O foco das empresas, tem sido no Com o aumento dos custos, muitas As empresas precisam reconfigurar
crescimento estratégico e muitas equipes de suprimentos enfrentam suas cadeias de suprimentos para
vezes, resulta em um foco reduzido pressão crescente. Isso pode impli- maximizar o capital de giro e, res-
em processos e eficácia operacional. car uma atenção mais estratégica, ponder às alterações nas formas de
Empresas bem-sucedidas, com- consolidação de fornecedores e realizar negócios com clientes, for-
preendem que a força financeira melhoria da gestão de contratos, necedores e funcionários.
é construída a partir de uma pla- assim como, estoques por meio da As ineficiências nas redes de gestão
taforma operacional coesa e bem eficácia do processo de compras. e distribuição de canais, precisam
gerenciada. No entanto, como as No plantio da cana-de-açúcar, o cul- ser identificadas e compreendidas
empresas enfrentam uma desace- tivo mínimo expandiu-se, novos pro- para otimizar os ganhos ao longo
leração no crescimento e maiores cessos de plantio estão no mercado, da cadeia de suprimentos.
custos operacionais, essas inefici- com a muda pré-brotada (MPB), onde A capacidade da empresa, necessi-
ências tornam-se grandes riscos. que, o uso de drones, informa em ta definir adequadamente seu esco-
Eliminar as ineficiências do processo, tempo real o que ocorre na lavoura. po e gerenciar as mudanças. É um
melhora os custos e a posição da em- Na indústria, tecnologias desenvolvi- pré-requisito para a efetivação de
presa para um futuro crescimento. das para elevar o teor alcoólico, au- vantagem competitiva.

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artigo MACKENSIE AGRIBUSINESS

Efetiva otimização de custos Protótipo Conclusão


agrícolas e industriais Que oportunidades estão disponíveis O custo de produção agrícola e in-
Um projeto eficaz de otimização de e quais devem ser desenvolvidas? dustrial, nunca foi uma prioridade
custos, baseia-se em uma análise 3 Fases e otimização de recursos nas usinas produtoras de açúcar,
profunda e, técnicas de pesquisa (capital, terra, máquinas e equipa- etanol e energia elétrica. Nunca
de fatos e dados, tais como, análise mentos, mão de obra, tecnologia e foram prioritários, principalmente,
de custos ou análise de operacio- gestão); em função do setor ser controlado
nal do processo e, seu ambiente de 3 Definição do plano de otimização; pelo governo.
produção; podendo assim, suportar 3 Estimativa de implementação, Na última década, após diversos
o gerenciamento estruturado de riscos e lucratividade; planos de negócio de novas usinas
custos para identificar, quantificar irem a “pique”, o setor iniciou uma
e priorizar oportunidades de redu- Implementação singela gestão de custos.
ção de custos. Quais as oportunidades devem ser Os custos, sempre foram para aten-
A análise de dados e fatos, em um implementadas e em que ordem? der a contabilidade e não a gestão
nível gerencial, poderá ser imple- 3 Implementar as etapas do plano dos processos agroindustriais. Com
mentado como um programa que do projeto; a queda do açúcar no mercado in-
visa aumentar a eficiência opera- 3 Desenvolver o projeto, treina- terno e externo e a baixa produti-
cional por meio de alternativas de mento e manutenção; vidade, as usinas e novos gestores,
novos processos etnológicos; ou, direcionaram suas forças para uma
trocar equipamentos com tecnolo- Manutenção e efetiva gestão de custos, procu-
gia avançada e, implementar mode- desenvolvimento rando metodologias, softwares e
los de gestão, fundamentado na ló- O que pode ser melhor executado? modelos que melhor captassem a
gica e não em incertezas da cadeia Como os benefícios e melhorias im- realidade das usinas, apresentando
produtiva. pactam o desempenho financeiro sua eficiência e eficácia, promoven-
ser permanentemente incorporado? do dessa forma, a excelência. •
Diagnóstico: 3 Desenvolver continuamente o
Como estabelecer o projeto de oti- programa.
mização de custo?
3 Objetivos e estratégia da organi-
zação; NÚCLEO DE CUSTOS
3 Modelagem prévia e determina-
ção da performance do desempenho;
3 Otimização da hipótese inicial;

Quais são as metas/escopo do pro- Drives de Otimização de Custos


jeto?
Gestão do Capital de Giro
Qual são os custos de oportunida-
des para otimização? Processo Produção
3 Identificação gaps e oportunida-
des de ganhos e perdas; Eficiência Operacional
3 Identificação, quantificação e de- CARLOS ARAUJO
finição das oportunidades;
Cadeia de Suprimentos COO, Mackensie Agribusiness

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artigo

Big Data Farms


Revolução na
Gestão

É
tempo de co- Uma frente de corte pode alcan- que o servidor de uma usina não
lheita – ca- çar até 3.500 toneladas ha, ou pode suportar com o crescimento
minhões ca- R$ 300.000,00 em matéria-prima, constante das informações e a ne-
navieiros, além do capital investido na colhe- cessidade de tomada de decisão,
colhedoras e dora, transbordo, tratores, cami- em função dos dados operacionais
tratores para nhões e mão de obra. da usina.
transbordo, Estas estruturas operacionais para José Caetano Ribeiro, gerente de
cruzam a fa- a colheita da cana-de-açúcar, são produção e tecnologia de uma usina,
zenda para le- apenas uma pequena parte, de um descreve que dentre suas responsa-
var matéria-prima para a unidade grande volume de informações, bilidades, sua macro atividade prin-
indústria. Do outro lado, inicia-se cipal, é manter o controle de tudo.
a renovação dos canaviais com ele- “A forma como as coisas se comuni-
vado número de caminhões e trato- cam agora e interagem mudou mui-
res transportando mudas e adubos to nos últimos anos”, disse Caetano.
para o plantio. É uma verdadeira O crescimento das usinas foi rele-
operação de guerra, onde não há vante, há uma década atrás eram
espaço para erros, seja em função 2.000 ha, hoje atinge 36.000 ha.
de parar a produção de açúcar, eta- A forma como Quando a fazenda era menor e as
nol e/ou energia. No mesmo sen- “nuvens” ainda significavam ape-
tido, o atraso no plantio tem con-
as coisas se nas coisas inchadas brancas no
sequências desastrosas nas safras comunicam céu, os dados das fazendas eram
futuras. Nestas operações, a análise armazenados no local. Agora, tudo
do teor de sacarose, brix, produtivi-
agora e pode ser transmitido para um ser-
dade e qualidade da cana-de-açúcar interagem vidor em nuvem.
são alguns dos fatores registrados. “Toda a tecnologia que usamos é
Estas são algumas das informações
mudou muito para nos tornar os melhores”, disse
de uma frente de corte, muitas nos últimos Caetano.
mais seguiram e, com muito mais A fazenda usa drones (Aeromode-
dados a serem armazenados para a
anos”, disse los) e VANTs (Veículos Aéreos Não
produção industrial. Caetano Tripulados) para imagens aéreas.

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MACKENSIE
MACKENSIE AGRIBUSINESS
AGRIBUSINESS

Grandes dados trazem grandes


oportunidades. A avançada
tecnologia de precisão, permite
aos agricultores triturar grandes
quantidades de dados coletados
por meio de sensores que
sugerem na utilização de mudas,
estratégias de plantio para
melhorar a produção, reduzir
Segundo Caetano: “Para que possa- custos operacionais e, minimizar
mos ver nossas forças e fraquezas
a qualquer momento no campo”.
o impacto ambiental.”
Máquinas e softwares orquestram
o planejamento da fazenda, um
processo que automatiza as taxas
de aplicação de produtos químicos
e plantio com base em mapas de O Big-Data Farms, propõe integrar to novo. Como o operador recebe
campo detalhados. informações de diversas platafor- por produção, em sua jornada pro-
Segundo Caetano, o fato de poder mas gerando informações ágeis e duziu 800 ton/dia, o custo de ma-
assistir isso acontecer em tempo fieis, relatórios e análises técnicas, nutenção subiu exponencialmente
real e receber os dados também econômicas e financeiras. Big Data atingindo 49% do valor do equipa-
em tempo real, aumento sua pro- Farms, é um serviço que tem como mento novo.
dução e eficiência. “É tudo para objetivo: acessar, analisar e geren- Serviços de análise de dados, como:
cortar custos, aumentar a produ- ciar elevados volumes de dados e o consumo de combustível por má-
ção e ser mais eficiente”. ainda, elaborar relatórios para a quinas e caminhões, variedades e
Grandes dados trazem grandes tomada de decisão em busca da lu- insumos adequados aos seus res-
oportunidades. A avançada tec- cratividade. pectivos ambientes de produção,
nologia de precisão, permite aos Um dos projetos, é a avaliação da podem ser realizados de forma ágil
agricultores triturar grandes quan- margem de contribuição por ta- e eficaz. •
tidades de dados coletados por lhão. Em um estudo técnico, de
meio de sensores que sugerem na 220 talhões analisados em uma
utilização de mudas, estratégias de fazenda na região de Jaú; identifi-
plantio para melhorar a produção, camos que: 66% dos talhões pos-
reduzir custos operacionais e, mi- suíam margem de contribuição
nimizar o impacto ambiental. negativa.
Mas, à medida que os dados agre- Em outro caso, uma colhedora tem
gam valor, surgem questões espi- por média, uma produção de 600
nhosas: quem e quando as análises ton/dia e seu custo de manutenção CARLOS ARAUJO
dos dados são realizadas. é de 25% do valor do equipamen- COO, Mackensie Agribusiness

ABRIL DEDE
NOVEMBRO 2017||293
2016
artigo

32 | ABRIL DE 2017

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