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Fig. 5.21 – Estado de tensões e deformações durante o embutimento de uma peça cilíndrica.
conforme a espessura da chapa/tira e/ou o tipo de estampagem para qual o material foi fabricado,
sendo identificado como índice de estampabilidade.
A importância de se registrar a carga de fratura, já que muitas máquinas para ensaio
de embutimento utilizam dinamômetros para este fim, se justifica na medida em que duas chapas
supostamente semelhantes e ensaiadas nas mesmas condições podem apresentar o mesmo índice
de estampabilidade (ou seja, a mesma altura de deformação). Porém, uma dessas poderá
necessitar menor força para obter esta deformação, logo esta chapa seria a preferida num
processo de estampagem por embutimento, já que a outra necessitaria maior força e
conseqüentemente maior robustez ao equipamento utilizado.
Na seqüência são descritos, e representados na Fig. 5.23, os principais ensaios de
embutimento utilizados na indústria e em laboratórios de pesquisa de materiais mecânicos.
Ensaio Erichsen: consiste na deformação de um material laminado em tira (corpo de
prova) preso numa matriz através de um prensa-chapa, e a partir do efeito de punção com ponta
esférica. Este punção possui diâmetro de 20mm e a carga no anel prensa-chapa é entorno de
1.000kgf (ou 10.000N) – mas esta carga pode variar conforme a espessura da chapa. Este ensaio
é o mais utilizado e difundido no ramo industrial se comparado aos demais, além do que, o atrito
entre o punção e a chapa é minimizado através da aplicação de graxa grafitada, conforme
previsto em normas técnicas que regem este ensaio. O momento em que ocorre a ruptura da
chapa pode ser acompanhado a olho nu ou pelo estalo característico da ruptura do material.
Ensaio Olsen: é semelhante ao ensaio Erichsen, porém possui alterações nas
dimensões de seus componentes. Neste caso, o punção esférico possui diâmetro de 22,2mm e os
corpos de prova apresentam formato de discos com 76mm de diâmetro. Também se utiliza
prensa-chapa e lubrificação entre o material e o punção.
Ensaio Swift: por sua vez, este ensaio utiliza um punção na forma cilíndrica e o
material a ser ensaiado também apresenta formato de disco além de lubrificação para evitar o
atrito com o punção.
Ensaio Fukui: um dos ensaios menos conhecidos para embutimento, é caracterizado
por utilizar um punção no formato de cone com vértice esférico, visando obter o a altura de
deformação possível ao material submetido ao processo de embutimento. Também utiliza
lubrificação e prensa-chapa.
Ensaio Nakazima: ensaio ainda menos utilizado, devido a sua complexidade, já que
predomina a operação de estiramento do material com redução na espessura da chapa. Este
processo é obtido através da ação de um punção e da fixação adequada (sem deslizamento) do
material, fazendo com que este não escorregue para dentro da matriz – ao contrário dos demais
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processos. Logo, e devido à rigidez de fixação, este processo não é tão difundido quanto aos
demais e, além disso, para chapas muito finas há dificuldade para verificação na variação da
espessura da chapa, necessitando mecanismos especiais de medição.
Variação de espessura
materiais tendem a apresentar propriedades que são dependentes da direção escolhida. Esses
materiais são chamados de anisotrópicos.
Para determinar e/ou pelo menos prever o índice de anisotropia “R” de uma
determinada chapa ou tira deve-se realizar um ensaio de tração em amostras retiradas na direção
de laminação, a 45º e a 90º em relação a esta direção. A Fig. 5.25 mostra a orientação dos corpos
de prova visando este ensaio.
Fig. 5.25 – Corpo de prova para o ensaio de tração visando obter o índice de anisotropia.
Assim, o índice de anisotropia “R” pode ser determinado pela razão entre a
deformação na largura “ ϕ b ” e a deformação na espessura “ ϕ S ”, conforme expresso na
equação (5.7) – considerando a largura inicial “b0” e final “b”, bem como, a espessura inicial
“S0” e final “S” do material.
ln . o
b
ϕ b
R= b = (5.7)
ϕ S ln . S o
S
( )
R00 + 2. R 450 + R90 0 (5.8)
R=
4
83
( )
R00 − 2. R 450 + R900 (5.9)
∆R =
2
Fig. 5.31 – Diâmetro inicial do disco para diversas geometrias de peças (continuação).
σ eE + σ eI
σ RADIAL − MÁX = σ e . ln R0 R ∴σ e = (5.12)
f 2
σ Rf = ln Ri R ∴σ Ri = ln RO R ∴σ R − MÁX = ln RO R (5.13)
f i f
Vale salientar que para o processo de embutimento ser possível em apenas uma
etapa, sem a necessidade de se adotar um processo escalonado de embutimento e visando evitar
que o material se rompa ao final do processo, a seguinte relação expressa pela equação (5.14)
deve ser atendida. Nesta equação, “σc” consiste no limite de resistência ao cisalhamento, que
equivale entre 0,75 a 0,8 vezes o limite de resistência à tração do material “σt”.
Hf
Hf X Df Hf
X= ∴N = = = (5.15)
Df ∆X ∆X D f .(∆X )
Do
Di = ∴ H i = i.(∆X ).Di ∴ i = 1,2,3,4,... (5.16)
1 + 4.(i ).∆X