Comneno, imperador bizantino (1143-80), e da sua segunda esposa, Maria de Antioquia. Manuscrito iluminado, Biblioteca Apostólica Vaticana, vat. gr. 1176.
O preconceito dos venezianos equiparava-se ao dos restantes povos
latinos. Guilherme de Tiro, por exemplo, que escreveu nas décadas de 1170 e 1180, considerava os gregos preguiçosos e carentes de virtudes guerreiras, responsáveis pelas conquistas muçulmanas, movidos pela sua maldade inata e ódio aos cristãos latinos, afeitos a questões enigmáticas e respostas ambíguas, e dados a protelar as decisões.10 Os bizantinos também não poupavam palavras: descreviam os cristãos latinos como “arrogantes, destemidos de espírito, carentes de humildade e treinados para ser sanguinários”, e consideravam que eles “albergavam uma hostilidade perene contra os romanos [bizantinos], um ódio eterno”.11