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PARECER DE INSPEÇÃO PREDIAL do xxx

R. General Arthur Carvalho, N° 06 Plaza Center (98) 98842-0809/98806-0809/3190-1731


Sala 23 Turú São Luís - MA - CEP 65110-000 upgrade.eng.slz@gmail.com
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São Luís, 22 de Junho de 2020.

Ao

Xxx

Assunto: Parecer de Vistoria do xxx

Em atenção à sua solicitação, temos o prazer de apresentar o Parecer Inspeção predial do xxx,
localizado no município de São Luís, Estado do MA.

Este trabalho foi conduzido por profissionais da xxx qualificados na atividade de Avaliações e
Perícias, tendo como base as normas técnicas.

Agradecemos pela oportunidade de oferecer nossos serviços, colocando-nos à disposição para


quaisquer esclarecimentos adicionais que se façam necessários.

_________________________________

Eng. Civil –
Especialista em Avaliações e Perícias

1. OBJETIVO

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Realizar a Inspeção Predial do XXX de acordo com as normas técnicas vigentes, legislação e boas
práticas acerca do tema.

De acordo com a norma NBR 16747-2020:

3.13 inspeção predial: processo de avaliação das condições técnicas, de


uso, operação, manutenção e funcionalidade da edificação e de seus
sistemas e subsistemas construtivos, de forma sistêmica e
predominantemente sensorial (na data da vistoria), considerando os
requisitos dos usuários

3.5 avaliação sensorial avaliação dos atributos de um produto pelos


órgãos dos sentidos para evocar, medir, analisar e interpretar reações
às características dos materiais como são percebidos pelos cinco
sentidos: visão, olfação, gustação, tato e audição

2. LOCALIZAÇÃO:

O referido imóvel está localizada na ilha de São Luís-MA, na xxx – Centro.

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3. Levantamento de dados e documentação

Não nos foi fornecido qualquer documento ou projeto acerca da edificação como projetos,
memorial descritivo ou especificações técnicas. Devido a idade, provavelmente não existam
mais tais documentos.

4. Análise dos dados e documentação solicitados e disponibilizados

A ausência da documentação técnica nos impede de fazer análise mais aprofundada acerca dos
sistemas vistoriados.

5. Anamnese

De acordo com portal Imirante o xxx foi construído a partir o ano de 1951, sendo inaugurado
em 30 de Julho de 1952 contendo 10 boxes de lanches. Ainda de acordo com o Portal existia em
elaboração pelo xxx no ano de 2018 projeto para reforma da edificação.

6. Vistoria:

De acordo com a norma NBR 16747-2020:

3.25 vistoria processo de constatação, no local, predominantemente


sensorial, do comportamento em uso da edificação, por ocasião da
data da vistoria (diligencia)

NOTA eventuais falhas, anomalias ou manifestações patológicas


que afetam o comportamento em uso (ou seja, o desempenho) da
edificação e seus sistemas, elementos e componentes construtivos são
registradas durante a vistoria.

A vistoria foi realizada no dia 18 de Junho de 2020 as 13 horas a convite do xxx

7. Dos achados:

7.1. Trinca por possível recalque de fundações:

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Foto 1: Trinca encontrada na parte frontal da edificação

Devido ao formato apresentado acreditamos que a causa deva ser o recalque de fundações,
visto que de acordo com o autor Ércio Thomaz em seu livro “Trincas em Edifícios”:

Item 6.3 Configurações Típicas de trincas causadas por recalques de


fundação
De maneira geral, as fissuras provocadas por recalques diferenciados
são inclinadas, confundindo-se as vezes com as fissuras provocadas por
deflexão de componentes estruturais. Em relação as primeiras, contudo
apresentam aberturas geralmente maiores, “deitando-se” em direção
ao ponto onde ocorreu o maior recalque.

7.1.1. Recomendações: (PRIORIDADE 1)

Não é possível identificar se trata-se de falha ou anomalia.

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Para que se tenha certeza do diagnóstico é necessário inicialmente a remoção do revestimento


com abertura do elemento. Recomendamos ainda um monitoramento da trinca para que
possamos saber se a mesma ainda encontra-se ativa, ou se já se estabilizou.

7.2. Oxidação de armaduras com desagregação do concreto: (Falha)

Foto 2: Processo de Oxidação Avançado nas Armaduras de Lajes e Vigas

Verificamos em vários pontos processo de oxidação avançada das barras em lajes e vigas (Foto
2). Devido a forma e cor do revestimento desplacado do teto, imaginamos que essa oxidação
seja antiga e tenha sido apenas “escondida” por meio de revestimento (manutenção
inadequada), sem efetivamente ter sido feito o tratamento adequado.

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Sendo assim, não é possível ver, mas acreditamos que em vários pontos ainda não visíveis essa
situação da oxidação das armaduras esteja acontecendo. Importante dizer que a forma de
tratamento dessa manifestação patológica consiste em:

1. Remoção do concreto desagregado até 2 cm de profundidade para além das armaduras.


Quanto a extensão do corte do concreto o mesmo deve ser interrompido somente
quando não houver sintoma ou detecção de sinais de contaminação da armadura (Item
3.2.6 do Livro “Patologia, recuperação e reforço de estruturas de concreto”.

Devido a essa profundidade recomendada de remoção do concreto, em laje se torna


inviável, pois devido a espessura pequena um corte 2 cm além da barra provavelmente
deixará o elemento estrutural fragilizado, sendo mais viável a demolição e reconstrução do
elemento.

2. Limpeza da barra para retirada de toda a corrosão da barra

Ocorre que em alguns casos isso se tornará inviável, necessitando de substituição da barra, uma
vez que a mesma já se encontra totalmente oxidada, conforme foto 3.

Foto 3: Estado avançado de oxidação da barra

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Foto 6: Armadura exposta e aparente má qualidade do concreto

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Foto 7: Viga invertida com ausência de concreto

Na parte de cima da estrutura verificamos em pontos diversos a armadura totalmente exposta


e oxidada como mostrada nas fotos 6 e 7. Também pudemos identificar uma aparente má
qualidade do concreto com excesso de agregado graúdo e uso de pedra brita e seixo na mesma
mistura ou má execução das manutenções.

7.2.1. Recomendações: (PRIORIDADE 1)

Análise aprofundada da extensão da oxidação nos elementos estruturais.

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7.3. Infiltração (Falha):

Foto 4: Manifestação patológica indicativa de Infiltração

Também identificamos em vários pontos manifestação patológica sintomática de infiltração


como as manchas escuras apresentadas na foto 4. Importante considerar que a infiltração
demonstra falha na impermeabilização da cobertura, possibilitando a penetração de agentes
agressivos no concreto, corroborando para o ataque as armaduras como demonstradas nas
fotos 2 e 3.

7.3.1. Recomendações: (PRIORIDADE 2)

Impermeabilização da laje e vigas superiores

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7.4. Lixiviação (Falha):

Foto 5: Processo de Lixiviação do Concreto

Identificamos ainda lixiviação processo que ocorre no concreto devido as infiltrações. As


estalactites mostradas na foto são frutos do carreamento do Hidróxido de cálcio formado no
processo de hidratação do cimento.

Esse processo que deve estar acontecendo há muitos anos provoca um aumento de vazios
submetendo o concreto à ação de agentes nocivos e auxiliando no processo de carbonatação
do concreto, o que abre espaço para os ataques de cloreto presentes na atmosfera,
principalmente em regiões com alto grau de salinidade como acontece na nossa ilha, resultando
na corrosão das armaduras como já demonstrado. Além de que uma quantidade maior de
espaços vazios influi diretamente na resistência mecânica do material.

7.4.1. Recomendações: (PRIORIDADE 1)

Para que possamos saber o grau de ataque ao concreto, sugerimos o ensaio com fenolftaleína
para medir a carbonatação.

Também sugerimos ensaios de medição da resistência como, por exemplo, a esclerometria.

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8. CLASSIFICAÇÃO DAS PRIORIDADES:

De acordo com a Norma 16747:

As recomendações técnicas para correção das anomalias, falhas de uso,


operação ou manutenção e/ou não conformidades com a
documentação analisada, devem ser organizadas em patamares de
urgência, conforme a seguir.
 a) prioridade 1: ações necessárias quando a perda de desempenho
compromete a saúde e/ou a segurança dos usuários, e/ou a
funcionalidade dos sistemas construtivos, com possíveis paralisações;
comprometimento de durabilidade (vida útil) e/ou aumento expressivo
de custo de manutenção e de recuperação. Também devem ser
classificadas no patamar “Prioridade 1” as ações necessárias quando a
perda de desempenho, real ou potencial, pode gerar riscos ao meio
ambiente;
 b) prioridade 2: ações necessárias quando a perda parcial de
desempenho (real ou potencial) tem impacto sobre a funcionalidade da
edificação, sem prejuízo à operação direta de sistemas e sem
comprometer a saúde e segurança dos usuários;
 c) prioridade 3: ações necessárias quando a perda de desempenho (real
ou potencial) pode ocasionar pequenos prejuízos à estética ou quando
as ações necessárias são atividades programáveis e passíveis de
planejamento, além de baixo ou nenhum comprometimento do valor da
edificação. Neste caso, as ações podem ser feitas sem urgência porque
a perda parcial de desempenho não tem impacto sobre a funcionalidade
da edificação, não causa prejuízo à operação direta de sistemas e não
compromete a saúde e segurança do usuário.

9. Avaliação da manutenção e uso:

9.1. Avaliação da Manutenção:

De acordo com nossa análise a manutenção e uso durante a vida útil foi realizada de forma
inadequada, o que provocou a chegada ao ponto encontrado da edificação.

9.2. Avaliação do uso:

Consideramos o uso irregular.

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De acordo com a norma 16747:

a avaliação do uso é classificada em: regular ou irregular, sendo que:

— uso regular: ocorre quando o uso está de acordo com o previsto em


projetos, normas técnicas, dados de fabricantes e manual de uso,
operação e manutenção;

— uso irregular: ocorre quando o uso apresenta divergência em relação


ao que foi previsto em projetos, normas técnicas, dados de fabricantes e
manual de uso, operação e manutenção.

10. Conclusões e considerações finais;

Alguns passos devem ser tomados (ver nas recomendações), antes do diagnóstico final da
estrutura. Porem ressaltamos que a edificação encontra-se em estado iminente de colapso, não
podendo ser usada da forma que se encontra devido ao risco a população.

De acordo com os autores Thomaz Ritter e Vicente Custódio em seu livro:

Independentemente de poder-se chegar a conclusão de que mais vale a


substituição de várias peças estruturais por outas, inteiramente novas,
a análise factual das inspeções podem levar a decisão técnico-
econômica da não intervenção, opção esta normalmente
desconsiderada, mas que poderá vir a ser perfeitamente a mais
razoável, por exemplo, em situação de danos muito graves, de custos
elevados para os trabalhos de reforço e recuperação, ou ainda em casos
em que o próprio propósito funcional da estrutura já ficou ou ficará
ultrapassado em breve.

Pela nossa experiência muito provavelmente o custo benefício da recuperação é maior do que
a demolição e construção de uma nova edificação, até pela idade da construção, o mau uso e as
manutenções não realizadas ou realizadas de forma inadequada ao longo do tempo. (a ser
confirmado após os ensaios recomendados).

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Este Laudo foi desenvolvido por solicitação do XXX e contempla o parecer técnico do subscritor,
elaborado com base nos critérios da ABNT NBR 16747;

São Luís, 18 de Junho de 2020

Xxx

Engenheiro Civil

Especialista em Avaliações e Perícias

CREA xxx

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