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ITAÚNA - MG
2015
INSTITUTO COTEMAR
JEAN DA SILVA DOURADO
ITAÚNA - MG
2015
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DE CANDEIAS DO JAMARI-RO: UMA
RECONSTITUIÇÃO HISTÓRICA
1
JEAN DA SILVA DOURADO
RESUMO
Este trabalho de pesquisa pretende resgatar a história da Educação de Jovens e Adultos, na EMEF. Dom
João Batista Costa. Ele foi elaborado a partir de uma pesquisa bibliográfica, com abordagem quantitativa
e com utilização das idéias de Paulo Freire e outros autores relacionados à Educação de Jovens e Adultos.
A pesquisa contou com a participação da diretora, coordenadora e professores que trabalham para
desenvolver essa modalidade de ensino, no período de maio a outubro de 2013. Pretende-se conhecer a
metodologia aplicada na Educação de Jovens e Adultos e promover um estudo que possa subsidiar futuras
pesquisas relativas à Educação de Jovens e Adultos. Acredita-se que o resgate da história da EJA
contribuirá para a valorização da história da Educação de Jovens e Adultos em Candeias do Jamari - RO.
1
Há aprendizagens que requerem, especificamente, um professor, outras não. Aprender é
incorporar em si mesmo eixos, verdades e sensações que antes não eram externas e até
desconhecidas. Aprender é converter em substância intelectual ou iniciativa própria o
que anteriormente não pertencia ao educando. Aprender é aumentar a vida, é o meio
essencial do crescimento interior.
O presente trabalho de pesquisa bibliográfica divide-se em duas partes, onde a primeira
aborda a Educação de Jovens e Adultos no Brasil e na segunda sobre as bases legais que
as fundamentam; fazem-se comentários das influências de Paulo Freire na Educação de
Jovens e Adultos.
Vale lembrar que o procedimento metodológico da pesquisa faz uma caracterização do
Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Escola Municipal, Dom João
Batista Costa, para finalizar através das coletas de dados apresentar-se-á análise dos
dados da pesquisa.
Espera-se que este trabalho contribua para que a história da Educação de Jovens e
Adultos em Candeias do Jamari seja preservada.
2 SOBRE DOM JOÃO BATISTA COSTA
Dom João B. Costa nasceu em Luiz Alves, Estado de Santa Catarina, em 22 de
dezembro de 1902. Filho de Luiz Costa e de Dona Esperança Lazzaris Costa, oriundos
da região de Trentino, em San Tommaso D’Agordo, Itália. Em 1933, ordenou-se padre
em Turin, Itália. E sua primeira missa foi celebrada entre seus parentes de San
Tommaso D’Agordo.
Foi nomeado Bispo em 16 de março de 1947, onde iniciou o ministério epsicopal.
Participou do Concílio Vaticano 2º (1962 – 1965), tornando-se padre conciliar, e
trazendo para Amazônia a renovação da Igreja. Foi o primeiro em toda a história da
municipalidade a receber o título de “Cidadão Honorário” em 24 de maio de 1972, por
indicação do vereador Edgar Lobo de Vasconcelos. Construiu o Hospital São José, o
único da cidade, na época.
Dom João Batista Costa apresentou ao Papa sua demissão, em decorrência da idade-
limite, 75 anos e recolheu-se ao Colégio Dom Bosco, no intuito de continuar sendo útil
a comunidade. Veio a falecer na madrugada do dia16 de abril de 1996, com 93 anos
completos. Foi sepultado na Catedral Sagrado Coração de Jesus, o templo da fé ao qual
se dedicou durante toda a sua vida.
2.1 Estrutura e Funcionamento da escola
Sua estrutura física está dividida e composta em 23 (vinte e três) dependências, sendo:
15 (dez) salas de aula na sede, cinco (cinco) salas no Anexo I e 3 (três) salas no Anexo
II. Essas demais dependências são indispensáveis ao funcionamento da Escola.
Funciona nos turnos matutino com Ensino Fundamental Regular de 1º ano ao 5º ano,
vespertino com Ensino Fundamental Regular de 4º ano, 5º ano e do 6º ao 9º ano; e
noturno com ensino da EJA de 1ª a 8ª série, perfazendo um total de 30 (trinta) turmas,
atendendo aproximadamente cerca de 1.746, (mil setecentos e quarenta e seis) alunos,
todos moradores da comunidade local e bairros circunvizinhos.
Nas 15 (quinze) salas de aula da sede do Dom João Batista Costa está composto com
mesas e cadeiras e em todas as salas possuem instalados 01 central de ar.
Na sala dos Professores há uma mesa grande, possuem também 03 armários
guarda-volumes em aço de 16 portas para professor, um computador completo com
impressora jato de tinta, 01 ar-condicionado, um bebedouro elétrico com garrafão, todos
em bom estado de conservação, e três sofás.
Na secretaria há 01(um) computador com impressora a jato de tinta, 02(duas) mesas em
madeira, 01 (uma) estante para computador, 03 (três) cadeiras almofadadas, 02 armários
de aço, 01 estante de aço 03 (três) arquivos de aço.
Na sala da supervisão e Orientação, há (01) sofá, 02 (duas) mesas de madeira com
cadeiras, 01 (um) ar-condicionado, 01 (uma) estantes de ferro, 01 (uma) armário
ficheiro em aço e computador com impressora.
Na cozinha constam 02 (fogões) industrial, 01 (uma) mesa, 01 (uma) geladeira, 01 (um)
purificador de água, 02 (dois) bebedouros industriais, 01 (um) purificador de ar.
Na sala de informática possui 10 computadores e 10 cadeiras, 01 (uma) central de ar.
A escola possui 02 televisores de 29 polegadas, 02 aparelhos de DVD e 01 data show.
A escola possui 05 blocos de salas de aula, sendo que: 02 blocos com 02 salas cada, 03
blocos com 04 salas. Onde 02 salas possuem armário de ferro para livros. 01 sala para
secretaria da escola, 01 multifuncional, para alunos especiais.
Na sala da Direção há 02 (duas) mesas, 04 cadeiras, 01 (um) armário de aço com 02
portas, uma estante grande em madeira maciça, 01 (um) ar-condicionado, 01 (uma)
linha telefônica, 01 (um) freezer.
Na sala da Supervisão há 01 (um) retroprojetor, 01 (um) microscópio, 01 (uma) caixa
amplificada, 01 (um) aparelho de som micro-sistem, 01 (um) planetário, 01 (um)
grafoscópio, 01 (um) cortador elétrico de isopor, 01 (um) esqueleto humano, 01 (um)
dorso humano, Mapas e jogos pedagógicos.
3 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL: BASES LEGAIS
3.1 Breve Histórico
Até a 2ª Guerra Mundial, a Educação Popular era concebida como extensão da
Educação Formal para Todos, sobretudo para os menos privilegiados que habitavam as
áreas das zonas urbanas e rurais.
A partir da 2.ª Guerra Mundial, a Educação de Adultos tem ficado a cargo do Estado,
muito diferente da Educação não formal, que está vinculada às organizações não
governamentais.
Após a I Conferência Internacional de Educação de Adultos, realizada na Dinamarca,
em 1949, a Educação de Adultos tomou outro rumo, sendo concebida como uma
espécie de Educação Moral. Dessa forma, a escola, não conseguindo superar todos os
traumas causados pela guerra, buscou fazer um “paralelo” fora dela, tendo como
finalidade principal contribuir para o resgate do respeito aos direitos humanos.
Segundo Freire apud Gadotti (1979, p.72), nos anos 40, a Educação de Adultos era
entendida como uma extensão da Escola Formal, principalmente para a Zona Rural.
Já na década de 50, a Educação de Adultos era entendida como uma
educação de base, com desenvolvimento comunitário. No final dos
anos 50, surgem duas tendências significativas na Educação de
Adultos: a Educação libertadora (conscientizadora), pontificada por
Paulo Freire e a Educação de Adultos entendida como educação
funcional (profissional). Nesta época, surge a cartilha para adultos
baseada no método silábico que foi distribuída pela primeira vez no
País.
A lei altera a idade mínima para realização de exames supletivos para 15 anos, no
ensino fundamental, e 18 anos no ensino médio, além de incluir a educação de jovens e
adultos no sistema de ensino regular.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA, através da resolução CNE/CEB
nº01/2000, definem a EJA como modalidade da educação básica e como direito do
cidadão afastando-sedo ideal de compensação e suprimento e assumindo o ideal de
reparação, equidade e qualificação, o que representou uma conquista e um avanço no
processo educativo.
É importante ressaltar que nesta década a influencia do construtivismo e teorias
históricos culturais da aprendizagem obtém dos textos reais e produções dos Jovens e
Adultos analfabetos considerados como capazes de elaborar hipóteses sobre a escrita e
sobre sistema de numeração mesmo antes de terem freqüentado à escola.
2.1.1 O Ensino Supletivo e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Nº5692/71.
Toda a legislação possui atrás de si uma história de ponto de vista social. As disposições
legais não são apenas um exercício dos legisladores. Estes, junto com o caráter próprio
de representatividade parlamentar, expressam a multiplicidade das forças sociais.
As leis são expressão de conflitos históricos sociais e podem fazer avançar ou não um
estatuto que se dirija ao bem coletivo. Nesse sentido, a aplicabilidade das leis depende
do respeito, da adesão e da cobrança aos preceitos estabelecidos e , quando for o caso,
dos recursos necessários para uma efetivação concreta.
O ensino supletivo tem suas bases legais estruturadas a partir da lei 5.692/71. Ela
concedeu flexibilidade e autonomia aos Conselhos Estaduais de Educação para
normatizarem o tipo de oferta de cursos supletivos nos respectivos Estados. Essa lei
continha um capitulo com cinco artigos que se destinavam a suprir.
Os cursos poderiam acontecer via ensino à distância, por correspondência ou por outros
meios adequados. Eles seriam organizados dentro dos sistemas estaduais, de acordo
com seus respectivos Conselhos de Educação. “De acordo com o art. 26, os exames
seriam entregues a “estabelecimentos oficiais ou reconhecidos” cuja validade de
indicação seria anual, ou unificados na jurisdição de todo um sistema de ensino ou parte
deste”, cujo pólo seria um grau maior de centralização administrativa.
A Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 205, incorporou com princípio que toda
e qualquer educação visa o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Assim, a Educação de Jovens e Adultos, modalidade estratégica de esforço da nação em
prol de uma igualdade de acesso à educação como bem social, participa deste princípio
e sob esta luz deve ser considerada.
3.2 Educações de Jovens e Adultos e a Lei de Diretrizes e Base da Educação
Nacional Nº 9.394/96 de 20/12/1996.
A EJA é um direito adquirido por lei e o cidadão brasileiro tem esse direito, pois, para
transformar uma sociedade precisamos de pessoas críticas, conhecedoras dos seus
direitos e deveres, conforme a (Declaração de Hamburgo sobre a EJA, 1992).
Hoje precisamos rever alguns conceitos no que se trata da EJA. Precisamos entender a
sociedade para sabermos que cidadão precisou formar. Quais os critérios necessários o
exercício da cidadania.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9.394/96 (LDB/96), em seu artigo
1º diz que:
“A educação abrange os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações
culturais”.
A EJA foi assegurada pela LDB/96, em seu artigo 37, ela preconiza que os sistemas de
ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e adultos que não puderam efetuar os
estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriada, consideradas as
características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante
cursos e exames.
O Art. 38 da mesma Lei prevê ainda que os sistemas de ensino mantenham cursos e
exames supletivos que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando
ao prosseguimento de estudos em caráter regular.
A Resolução CNE/CEBn.º 01/2000, por sua vez, institui as Diretrizes Curriculares
Nacionais para Educação de Jovens e Adultos. Essas diretrizes são obrigatórias tanto na
oferta quanto na estrutura dos componentes curriculares de Ensino Fundamental e
Médio, de cursos desenvolvidos em instituições próprias, integrantes da organização
Nacional, à luz do caráter peculiar dessa modalidade de educação.
As Diretrizes destacam que a EJA, como modalidade da educação básica, deve
considerar o perfil dos alunos a sua faixa etária ao propor um modelo pedagógico, de
modo a assegurar:
Equidade: distribuição específica dos componentes curriculares, a fim de propiciar um
patamar igualitário de formação e restabelecer a igualdade de direitos e deveres.
Diferença: Identificação e reconhecimento da alteridade própria e inseparável dos
jovens e dos adultos em seu processo formativo, da valorização do mérito de cada um e
do desenvolvimento de seus conhecimentos e valores.
Assim, faz-se necessário a utilização de metodologias adequadas e capacitação de
professores que atuam na EJA para que os objetivos do Ensino de Jovens e Adultos
sejam atingidos.
3.3Parâmetros Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.