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INSTITUTO COTEMAR

JEAN DA SILVA DOURADO

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DE CANDEIAS DO JAMARI-RO: UMA


RECONSTITUIÇÃO HISTÓRICA

ITAÚNA - MG
2015
INSTITUTO COTEMAR
JEAN DA SILVA DOURADO

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DE CANDEIAS DO JAMARI-RO: UMA


RECONSTITUIÇÃO HISTÓRICA

Trabalho de Conclusão de Curso – Artigo


Científico, apresentado ao Núcleo de Trabalhos
de Conclusão de Curso do Curso de Pedagogia,
como requisito obrigatório para a obtenção do
grau de licenciado.

ITAÚNA - MG
2015
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DE CANDEIAS DO JAMARI-RO: UMA
RECONSTITUIÇÃO HISTÓRICA
1
JEAN DA SILVA DOURADO
RESUMO
Este trabalho de pesquisa pretende resgatar a história da Educação de Jovens e Adultos, na EMEF. Dom
João Batista Costa. Ele foi elaborado a partir de uma pesquisa bibliográfica, com abordagem quantitativa
e com utilização das idéias de Paulo Freire e outros autores relacionados à Educação de Jovens e Adultos.
A pesquisa contou com a participação da diretora, coordenadora e professores que trabalham para
desenvolver essa modalidade de ensino, no período de maio a outubro de 2013. Pretende-se conhecer a
metodologia aplicada na Educação de Jovens e Adultos e promover um estudo que possa subsidiar futuras
pesquisas relativas à Educação de Jovens e Adultos. Acredita-se que o resgate da história da EJA
contribuirá para a valorização da história da Educação de Jovens e Adultos em Candeias do Jamari - RO.

Palavras chave: Educação; Jovens e Adultos; Legislação; História.


1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho de pesquisa bibliográfica (através de livros, revistas, internet,
artigos, entre outros) tem como enfoque a reconstituição da história da Educação de
Jovens e Adultos na Escola Municipal de Ensino Fundamental Dom João Batista Costa.
Interessa-nos estudar o tema em epígrafe porque trabalhamos com jovens e adultos e
percebemos que não existem registros suficientemente precisos em relação às diversas
ações “implementadas” a níveis governamentais e não governamentais.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, preconiza que os
sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e adultos que não puderam
efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas,
consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de
trabalho mediante cursos e exames.
Atualmente, a sociedade reivindica indivíduos “antenados” em tudo que está
acontecendo em tempo real e que seja flexível para novos aprendizados sem esperar que
a necessidade venha visitá-lo. Procura a educação na idade adulta não somente aquele
indivíduo que não teve oportunidade de acessá-la na sua juventude, mas também o
trabalhador em busca de qualificação e requalificação ou o executivo em busca de
especialização.
Sabe-se que a qualquer idade, a aprendizagem é um processo pessoal, pois ninguém
aprende por ninguém, implica numa troca mútua de conhecimentos, de condutas e de
experiências sociais, como resultado de uma necessidade interna e de uma demanda do
meio ambiente.

1
Há aprendizagens que requerem, especificamente, um professor, outras não. Aprender é
incorporar em si mesmo eixos, verdades e sensações que antes não eram externas e até
desconhecidas. Aprender é converter em substância intelectual ou iniciativa própria o
que anteriormente não pertencia ao educando. Aprender é aumentar a vida, é o meio
essencial do crescimento interior.
O presente trabalho de pesquisa bibliográfica divide-se em duas partes, onde a primeira
aborda a Educação de Jovens e Adultos no Brasil e na segunda sobre as bases legais que
as fundamentam; fazem-se comentários das influências de Paulo Freire na Educação de
Jovens e Adultos.
Vale lembrar que o procedimento metodológico da pesquisa faz uma caracterização do
Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Escola Municipal, Dom João
Batista Costa, para finalizar através das coletas de dados apresentar-se-á análise dos
dados da pesquisa.
Espera-se que este trabalho contribua para que a história da Educação de Jovens e
Adultos em Candeias do Jamari seja preservada.
2 SOBRE DOM JOÃO BATISTA COSTA
Dom João B. Costa nasceu em Luiz Alves, Estado de Santa Catarina, em 22 de
dezembro de 1902. Filho de Luiz Costa e de Dona Esperança Lazzaris Costa, oriundos
da região de Trentino, em San Tommaso D’Agordo, Itália. Em 1933, ordenou-se padre
em Turin, Itália. E sua primeira missa foi celebrada entre seus parentes de San
Tommaso D’Agordo.
Foi nomeado Bispo em 16 de março de 1947, onde iniciou o ministério epsicopal.
Participou do Concílio Vaticano 2º (1962 – 1965), tornando-se padre conciliar, e
trazendo para Amazônia a renovação da Igreja. Foi o primeiro em toda a história da
municipalidade a receber o título de “Cidadão Honorário” em 24 de maio de 1972, por
indicação do vereador Edgar Lobo de Vasconcelos. Construiu o Hospital São José, o
único da cidade, na época.
Dom João Batista Costa apresentou ao Papa sua demissão, em decorrência da idade-
limite, 75 anos e recolheu-se ao Colégio Dom Bosco, no intuito de continuar sendo útil
a comunidade. Veio a falecer na madrugada do dia16 de abril de 1996, com 93 anos
completos. Foi sepultado na Catedral Sagrado Coração de Jesus, o templo da fé ao qual
se dedicou durante toda a sua vida.
2.1 Estrutura e Funcionamento da escola
Sua estrutura física está dividida e composta em 23 (vinte e três) dependências, sendo:
15 (dez) salas de aula na sede, cinco (cinco) salas no Anexo I e 3 (três) salas no Anexo
II. Essas demais dependências são indispensáveis ao funcionamento da Escola.
Funciona nos turnos matutino com Ensino Fundamental Regular de 1º ano ao 5º ano,
vespertino com Ensino Fundamental Regular de 4º ano, 5º ano e do 6º ao 9º ano; e
noturno com ensino da EJA de 1ª a 8ª série, perfazendo um total de 30 (trinta) turmas,
atendendo aproximadamente cerca de 1.746, (mil setecentos e quarenta e seis) alunos,
todos moradores da comunidade local e bairros circunvizinhos.
Nas 15 (quinze) salas de aula da sede do Dom João Batista Costa está composto com
mesas e cadeiras e em todas as salas possuem instalados 01 central de ar.
Na sala dos Professores há uma mesa grande, possuem também 03 armários
guarda-volumes em aço de 16 portas para professor, um computador completo com
impressora jato de tinta, 01 ar-condicionado, um bebedouro elétrico com garrafão, todos
em bom estado de conservação, e três sofás.
Na secretaria há 01(um) computador com impressora a jato de tinta, 02(duas) mesas em
madeira, 01 (uma) estante para computador, 03 (três) cadeiras almofadadas, 02 armários
de aço, 01 estante de aço 03 (três) arquivos de aço.
Na sala da supervisão e Orientação, há (01) sofá, 02 (duas) mesas de madeira com
cadeiras, 01 (um) ar-condicionado, 01 (uma) estantes de ferro, 01 (uma) armário
ficheiro em aço e computador com impressora.
Na cozinha constam 02 (fogões) industrial, 01 (uma) mesa, 01 (uma) geladeira, 01 (um)
purificador de água, 02 (dois) bebedouros industriais, 01 (um) purificador de ar.
Na sala de informática possui 10 computadores e 10 cadeiras, 01 (uma) central de ar.
A escola possui 02 televisores de 29 polegadas, 02 aparelhos de DVD e 01 data show.
A escola possui 05 blocos de salas de aula, sendo que: 02 blocos com 02 salas cada, 03
blocos com 04 salas. Onde 02 salas possuem armário de ferro para livros. 01 sala para
secretaria da escola, 01 multifuncional, para alunos especiais.
Na sala da Direção há 02 (duas) mesas, 04 cadeiras, 01 (um) armário de aço com 02
portas, uma estante grande em madeira maciça, 01 (um) ar-condicionado, 01 (uma)
linha telefônica, 01 (um) freezer.
Na sala da Supervisão há 01 (um) retroprojetor, 01 (um) microscópio, 01 (uma) caixa
amplificada, 01 (um) aparelho de som micro-sistem, 01 (um) planetário, 01 (um)
grafoscópio, 01 (um) cortador elétrico de isopor, 01 (um) esqueleto humano, 01 (um)
dorso humano, Mapas e jogos pedagógicos.
3 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL: BASES LEGAIS
3.1 Breve Histórico
Até a 2ª Guerra Mundial, a Educação Popular era concebida como extensão da
Educação Formal para Todos, sobretudo para os menos privilegiados que habitavam as
áreas das zonas urbanas e rurais.
A partir da 2.ª Guerra Mundial, a Educação de Adultos tem ficado a cargo do Estado,
muito diferente da Educação não formal, que está vinculada às organizações não
governamentais.
Após a I Conferência Internacional de Educação de Adultos, realizada na Dinamarca,
em 1949, a Educação de Adultos tomou outro rumo, sendo concebida como uma
espécie de Educação Moral. Dessa forma, a escola, não conseguindo superar todos os
traumas causados pela guerra, buscou fazer um “paralelo” fora dela, tendo como
finalidade principal contribuir para o resgate do respeito aos direitos humanos.
Segundo Freire apud Gadotti (1979, p.72), nos anos 40, a Educação de Adultos era
entendida como uma extensão da Escola Formal, principalmente para a Zona Rural.
Já na década de 50, a Educação de Adultos era entendida como uma
educação de base, com desenvolvimento comunitário. No final dos
anos 50, surgem duas tendências significativas na Educação de
Adultos: a Educação libertadora (conscientizadora), pontificada por
Paulo Freire e a Educação de Adultos entendida como educação
funcional (profissional). Nesta época, surge a cartilha para adultos
baseada no método silábico que foi distribuída pela primeira vez no
País.

A partir da II Conferência Internacional de Educação de Adultos em Montreal, no ano


de 1963, a Educação de Adultos passou a ser vista sob dois enfoques distintos: como
uma continuação da Educação formal, permanente e como uma Educação de base ou
comunitária.
Nesta década, foi lançado o Plano Nacional de Alfabetização, orientado pelas idéias de
“Paulo Freire”. Artistas, intelectuais e estudantes engajaram-se em Centros de Cultura e
Alfabetização Popular e deram ênfase na dimensão política da Alfabetização e na
conscientização. Surge assim o método baseado em palavras geradoras retiradas do
universo vocabular dos educando.
Na década de 70, essas duas correntes continuaram a ser entendidas como Educação não
formal e como suplência da mesma. Com isso, desenvolve-se no Brasil a tão conhecida
corrente: o sistema MOBRAL, propondo princípios opostos aos de Paulo Freire.
A Lei de Reforma nº 5.692/71 atribuiu um capítulo para o ensino do supletivo e
recomendou aos Estados o atendimento de Jovens e Adultos. O MOBRAL criou um
programa correspondente ao primário, intitulado PEI-Programa de Educação Integrada,
que atenderia alunos de 1ª a 4ª séries.
Com o fim do período militar, o MOBRAL foi extinto e, em 1985, ocorreu a
implantação da Fundação Nacional para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), a
chamada Fundação Educar, que tinha como funções, entre outras, fomentar o
atendimento as séries do 1º grau, a produção de material e a avaliação de atividades.
Com a extinção dessa fundação, em 1990, os órgãos públicos, as entidades civis e outras
instituições assumiram a responsabilidade pela educação de Jovens e Adultos.
Ainda em 1990, o Brasil participou da Conferência Mundial da Educação para Todos,
em Jontien, na Tailândia, durante a qual se reforçou a necessidade de expansão e
melhoria do atendimento público na escolarização de Jovens e Adultos. Porém, somente
em 1994 foi concluído o Plano Decenal, fixando metas para o atendimento de Jovens e
Adultos pouco escolarizados.
A LDB 9.394/96, em seu artigo 22, propõe uma educação comprometida com a
cidadania e atribui à família o dever de participar do processo educativo. Ela diz que:
“A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios
deliberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho”.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDB nº9. 394/96, em seu
artigo 37, Inciso 1º e 2º, reafirma o direito dos jovens e adultos a um ensino
básico e o dever do poder público de oferecê-lo gratuitamente, na forma de
cursos e exames supletivos.

A lei altera a idade mínima para realização de exames supletivos para 15 anos, no
ensino fundamental, e 18 anos no ensino médio, além de incluir a educação de jovens e
adultos no sistema de ensino regular.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA, através da resolução CNE/CEB
nº01/2000, definem a EJA como modalidade da educação básica e como direito do
cidadão afastando-sedo ideal de compensação e suprimento e assumindo o ideal de
reparação, equidade e qualificação, o que representou uma conquista e um avanço no
processo educativo.
É importante ressaltar que nesta década a influencia do construtivismo e teorias
históricos culturais da aprendizagem obtém dos textos reais e produções dos Jovens e
Adultos analfabetos considerados como capazes de elaborar hipóteses sobre a escrita e
sobre sistema de numeração mesmo antes de terem freqüentado à escola.
2.1.1 O Ensino Supletivo e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Nº5692/71.
Toda a legislação possui atrás de si uma história de ponto de vista social. As disposições
legais não são apenas um exercício dos legisladores. Estes, junto com o caráter próprio
de representatividade parlamentar, expressam a multiplicidade das forças sociais.
As leis são expressão de conflitos históricos sociais e podem fazer avançar ou não um
estatuto que se dirija ao bem coletivo. Nesse sentido, a aplicabilidade das leis depende
do respeito, da adesão e da cobrança aos preceitos estabelecidos e , quando for o caso,
dos recursos necessários para uma efetivação concreta.
O ensino supletivo tem suas bases legais estruturadas a partir da lei 5.692/71. Ela
concedeu flexibilidade e autonomia aos Conselhos Estaduais de Educação para
normatizarem o tipo de oferta de cursos supletivos nos respectivos Estados. Essa lei
continha um capitulo com cinco artigos que se destinavam a suprir.
Os cursos poderiam acontecer via ensino à distância, por correspondência ou por outros
meios adequados. Eles seriam organizados dentro dos sistemas estaduais, de acordo
com seus respectivos Conselhos de Educação. “De acordo com o art. 26, os exames
seriam entregues a “estabelecimentos oficiais ou reconhecidos” cuja validade de
indicação seria anual, ou unificados na jurisdição de todo um sistema de ensino ou parte
deste”, cujo pólo seria um grau maior de centralização administrativa.
A Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 205, incorporou com princípio que toda
e qualquer educação visa o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Assim, a Educação de Jovens e Adultos, modalidade estratégica de esforço da nação em
prol de uma igualdade de acesso à educação como bem social, participa deste princípio
e sob esta luz deve ser considerada.
3.2 Educações de Jovens e Adultos e a Lei de Diretrizes e Base da Educação
Nacional Nº 9.394/96 de 20/12/1996.

A EJA é um direito adquirido por lei e o cidadão brasileiro tem esse direito, pois, para
transformar uma sociedade precisamos de pessoas críticas, conhecedoras dos seus
direitos e deveres, conforme a (Declaração de Hamburgo sobre a EJA, 1992).

A educação de adultos torna-se mais que um direito. É a chave para o século


XXI; é tanto conseqüência do exercício da cidadania como condição para
uma plena participação na sociedade. Além do mais, é um poderoso
argumento em favor do desenvolvimento ecológico sustentável, da
democracia, da justiça, da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento
socioeconômico e científico, e também um requisito fundamental para a
construção de um mundo onde a violência ceda lugar ao diálogo e à cultura
de paz baseada na justiça.

Hoje precisamos rever alguns conceitos no que se trata da EJA. Precisamos entender a
sociedade para sabermos que cidadão precisou formar. Quais os critérios necessários o
exercício da cidadania.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9.394/96 (LDB/96), em seu artigo
1º diz que:
“A educação abrange os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações
culturais”.
A EJA foi assegurada pela LDB/96, em seu artigo 37, ela preconiza que os sistemas de
ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e adultos que não puderam efetuar os
estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriada, consideradas as
características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante
cursos e exames.
O Art. 38 da mesma Lei prevê ainda que os sistemas de ensino mantenham cursos e
exames supletivos que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando
ao prosseguimento de estudos em caráter regular.
A Resolução CNE/CEBn.º 01/2000, por sua vez, institui as Diretrizes Curriculares
Nacionais para Educação de Jovens e Adultos. Essas diretrizes são obrigatórias tanto na
oferta quanto na estrutura dos componentes curriculares de Ensino Fundamental e
Médio, de cursos desenvolvidos em instituições próprias, integrantes da organização
Nacional, à luz do caráter peculiar dessa modalidade de educação.
As Diretrizes destacam que a EJA, como modalidade da educação básica, deve
considerar o perfil dos alunos a sua faixa etária ao propor um modelo pedagógico, de
modo a assegurar:
Equidade: distribuição específica dos componentes curriculares, a fim de propiciar um
patamar igualitário de formação e restabelecer a igualdade de direitos e deveres.
Diferença: Identificação e reconhecimento da alteridade própria e inseparável dos
jovens e dos adultos em seu processo formativo, da valorização do mérito de cada um e
do desenvolvimento de seus conhecimentos e valores.
Assim, faz-se necessário a utilização de metodologias adequadas e capacitação de
professores que atuam na EJA para que os objetivos do Ensino de Jovens e Adultos
sejam atingidos.
3.3Parâmetros Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) propõem uma educação comprometida


com a cidadania. Eles foram criados com o objetivo de ampliar e aprofundar um debate
educacional que envolva escola, pais, governo e sociedade e dê origem a uma
transformação no sistema educacional brasileiro. O artigo 22 da LDB/96 foi o
referencial para a elaboração dos PCN. Ele diz que: A educação básica tem por
finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para
o exercício da cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e em estudos
posteriores.
Os PCN (2001, p.7) “indicam como objetivos do ensino fundamental que os alunos
sejam capazes de: Compreender a cidadania como participação social e política”.
Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações
sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões
coletivas.
Conhecer características fundamentais do Brasil, nas dimensões sociais, materiais e
culturais pertinentes ao país;
Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro.
Perceber-se integrante, depende e agente transformador do ambiente, identificando seus
elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para melhoria do meio
ambiente.
Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas
capacidades afetivas, física, cognitiva, ética, estética de inter-relação pessoal e de
inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício de
cidadania.
Conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como
um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em
relação a sua saúde e à saúde coletiva;
Utilizar a diferente linguagem- verbal, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal-
como meio para produzir, expressar e comunicar as suas idéias, interpretar e usufruir
das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo as diferentes
intenções e situações de comunicação.
Saber utilizar diferentes fontes de informações e recursos tecnológicos para adquirir e
construir conhecimentos.
Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando
para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica,
selecionando procedimentos e verificando sua adequação.
Nesse contexto, a EJA, deve ser uma educação multicultural, que desenvolva o
conhecimento e a integração dos indivíduos na sociedade. Deve ser também uma
educação que propicie a inclusão e a participação social, onde todo indivíduo possa
exercer a cidadania.
Portanto, caberá aos professores do EJA a utilização de métodos e técnicas adequadas
para que os objetivos propostos pelos PCN sejam atingidos e para que a sociedade seja
transformada.
4 OUTROS DOCUMENTOS ESPECÍFICOS.
4.1 Declaração de Salamanca.
A Conferência Mundial de Educação Especial reunida em Assembléia entre os dias 7 e
10 de junho de 1994, na cidade de Salamanca (Espanha), reafirma o compromisso de
uma Educação para todos, reconhecendo a urgência para com as crianças, jovens e
adultos, esses considerados merecedores de uma educação especial por estarem fora da
faixa etária contemplada pela lei. A Declaração de Salamanca, em 1994, propõe uma
escola inclusiva, essencial à dignidade humana e ao desfrute e exercício dos direitos
humanos para que os excluídos da escolaridade possam atingir o máximo progresso
educacional e a integração social. Orienta, ainda, para o envolvimento comunitário que
deveria vir além das atividades da escola: associação de bairros, de famílias,
movimentos de jovens e voluntários.
4.2 Declaração de Hamburgo.
A Declaração de Hamburgo sobre a educação de Adultos, de 1997, da qual o Brasil é
Signatário, diz que a alfabetização, conhecida como conhecimento básico, necessário a
todos, num mundo em transformação onde se faz necessário, saber de seus direitos
humanos, pois, se torna fundamental. Em toda sociedade, a alfabetização é uma
habilidade primordial em si mesma e um dos pilares para o desenvolvimento de outras
habilidades. Para a EJA é um desafio oferecer esse direito a todos os pertencentes às
classes pobres. A alfabetização tem o papel de promover a participação em atividades
sociais e econômicas, políticas e culturais, além de ser um requisito básico para a
educação continuada durante a vida. A educação de adultos torna-se mais que um
direito - é uma chave para o século XXI - é tanto conseqüência do exercício da
cidadania como condição para uma plena participação na sociedade. Além do mais, é
um poderoso argumento em favor do desenvolvimento ecológico sustentável, da
democracia, da justiça, da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento
socioeconômico e científico, alem de um requisito fundamental para a construção de um
mundo onde a violência ceda lugar ao diálogo e a cultura de paz baseada na justiça.
5 A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO ESTADO DE RONDÔNIA
O Ensino de Suplência foi criado no Estado de Rondônia pelo Decreto nº 815 de 04 de
abril de 1977 no centro de estudos supletivo; Padre Morete pela sua dedicação a
Educação de Jovens e adultos.
Nas décadas de 70 e 80 foi oferecida suplência de educação geral em níveis
fundamental e médio modular, exames profissionalizantes de nível médio, curso
profissionalizante para o magistério.
A partir do ano de 2000, o Departamento de Ensino Supletivo – DESU – passa a ser
denominado de PROFA com a finalidade de atuar como um Projeto de Educação
fundamental vinculado a gerencia de educação com o objetivo de desenvolver e
acompanhar projetos destinados a EJA. Há EJA nas unidades de ensino da rede estadual
em 37 municípios.
A Rede Estadual de Ensino oferece cursos destinados a Educação de Jovens e Adultos –
Seriado Semestral em nível de Ensino Fundamental 1º seguimento (1ª a 4ª série) e 2º
seguimento (5ª a 8ª série) e Ensino Médio. Curso de Educação de Jovens e Adultos com
presença obrigatória (seriado semestral) e tele ensino. Cursos de Educação de Jovens e
Adultos com atendimento individualizado ou em grupo. Modular.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Educação de Jovens e Adultos no Município já contribuiu para a formação e
transformação de muitas pessoas. Nesse sentido, vale ressaltar que muitos educadores
que atuam na EJA já foram alunos da EJA.
Sabe-se que a EJA em Candeias do Jamari – RO, já atingiu muitos avanços, já existem
muitas modalidades de ensino, que facilitam o ingresso das pessoas na escola. No
entanto, é preciso solucionar algumas questões específicas que envolvem a prática-
pedagógica.
Foi Constatado que os materiais didáticos e a metodologia da EJA estão ultrapassados.
Teoricamente, a EJA deveria oferecer um ensino libertador. No entanto, através das
observações e pesquisa bibliográfica, percebe se que a educação oferecida na EJA é
semelhante à Educação oferecida no Ensino Regular.
Sabemos que é de suma importância que o professor tenha conhecimento científico
sobre o processo de ensino - aprendizagem. Porém, constatei que os professores e
coordenadores da EJA não recebem formação continuada, que é indispensável para uma
prática pedagógica eficiente.
Concluir que a Educação de Jovens e Adultos de Candeias do Jamari é uma modalidade
de ensino indispensável para a formação e capacitação das pessoas. Portanto, o poder
público e os profissionais que atuam na EJA devem se mobilizar para que ela cumpra os
objetivos propostos pela legislação em vigor.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARRETO, Vera (1998). Paulo Freire para Educadores. São Paulo: Arte e Ciências.
BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais (1997). Secretaria de Educação
Fundamental:Brasília.
BRASIL, Constituição da República Federativa do. (1988). Brasília: Senado
Federal.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9.394/96 (LDB/96).
BRASIL,Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Ensino de 1º e 2º graus
(1981). Legislação do Ensino supletivo. 2 Ed. Brasília.
DÓRIA, Ana Cristina Rocha; SILVA, Iraci Tavares; RIBEIRO, Ívine Dias (2005).
Educação de Jovens e Adultos: um resgate à cidadania. Porto Velho/RO.
FREIRE, Paulo (2001). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
docente. 20 ed.São Paulo: Paz e Terra.
______(1981). Pedagogia do Oprimido. 9ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
GADOTTI, Moacir (2003). História das ideias pedagógicas. São Paulo: Ática.
______(2002). Pensamento pedagógico brasileiro. São Paulo: Ática.
Metodologia Científica - 7ª Ed. 2008 - Marconi Marina de Andrade; Lakatos Eva Maria.

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