Documentos operacionais PMSC CHC

POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA - PMSC
ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DA TRINDADE - APMT

CURSO DE HABILITAÇÃO DE CABOS - CHC
CADERNO DE ESTUDOS
DOCUMENTOS OPERACIONAIS
Edição 3 - 2022
F I C H A C ATA L O G R Á F I C A
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

P762
Polícia Militar de Santa Catarina. Academia de Polícia Militar
da Trindade. Curso de Habilitação de Cabos.
Caderno de estudos: documentos operacionais. / Polícia
Militar de Santa Catarina. – 3.ed. - Florianópolis: PMSC, 2022.
106 p. : il.
Bibliografia: p. 105 a 106.
1. Segurança Pública. 2. Documentos Operacionais - PMSC.

I. Polícia Militar de Santa Catarina. II. Curso de Habilitação de
Cabos. III. Título.
CDD: 363.2
Ficha catalográfica elaborada por

Dilva Páscoa De Marco Fazzioni - CRB: 14/636 e
Luciana Mara silva - CRB: 14/948.
Biblioteca da APMT (Cap. Osmar Romão da Silva).
Como referenciar esta publicação:
POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA. Academia de Polícia Militar da Trinda-

de. Curso de Habilitação de Cabos. Caderno de estudos: documentos operacio-
nais. 3. ed. Florianópolis: PMSC, 2022. [Intranet - Acesso Restrito].
@2022. TODOS OS DIREITOS DE REPRODUÇÃO SÃO RESERVADOS À POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA. SOMENTE SERÁ PERMITIDA A REPRODUÇÃO PAR-
CIAL DESTA PUBLICAÇÃO, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Edição, Distribuição e Informações:

Academia de Polícia Militar da Trindade - APMT
Divisão de Ensino a Distância - DEaD
Av. Me. Benvenuta, 265 - Trindade, Florianópolis - SC, 88035-001
www.pm.sc.gov.br
FICHA TÉCNICA
POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA DIVISÃO DE ENSINO A DISTÂNCIA - DEAD EQUIPE DE ELABORAÇÃO
COMANDANTE-GERAL CHEFIA AUTORIA

Coronel PM Marcelo Pontes Tenente-coronel PM Alexandre Alberto Kleine Major PM Gabriel Correa
1º Sargento PM Edenilson Paulo Wolfart
SUBCOMANDANTE SECRETÁRIA EAD
Coronel PM Evandro de Andrade Fraga 1º Sargento PM Lucélia Eler REVISÃO E ATUALIZAÇÃO
1º Tenente PM Edson Cesar Napoleão Junior
CHEFE DE ESTADO MAIOR PEDAGOGA EAD
1º Sargento PM Edenilson Paulo Wolfart
Coronel PM Jardel Carlito da Silva Prof.ª Dr ª Juliana Costa Müller
DESIGNER EDUCACIONAL PEDAGOGA EAD

ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DA TRINDADE Prof.ª Dr ª Juliana Costa Müller
Prof.ª Dr ª Arice Cardoso Tavares
DIRETOR-GERAL DESIGN EDUCACIONAL
DESIGNER GRÁFICO
Coronel PM Ricardo Alves da Silva Prof.ª Dr ª Arice Cardoso Tavares
Prof.ª Dr ª Mayara Atherino Macedo
COMANDANTE DA ESFAP PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Tenente-coronel PM Fred Hilton Gonçalves da Silva Prof.ª Dr ª Mayara Atherino Macedo
REVISÃO METODOLÓGICA
Prof.ª Dr ª Dilva Páscoa de Marco Fazzioni
Prof.ª Dr ª Luciana Mara Silva
SUMÁRIO
Unidade 1
10 12 16 Unidade 2
9 Evolução histórica Legislação

Resumo 17
Atendimento de do atendimento de
ocorrências Modalidades de boletins
ocorrências: evolução
na pmsc
histórica, aspectos legais e
doutrinários na pmsc
18 22 26 29 37
Modalidades de boletins Boletim termo Boletim prisão / Boletim comunicação Boletim notícia de
na PMSC circunstanciado (BO-TC) apreensão (BO-PA) de ocorrência policial infração penal ambiental
(BO-COP) (BO-NIPA)
38 39 44 Unidade 3
46
Boletim de ocorrência Outras formas de
Resumo 45 Documentos correlatos
(BO) encerramento de
ocorrência Documentos correlatos
47 50 52 54 57
Termo de compromisso Termo de manifestação Requisição para exame Requisição para exame Termo de apreensão
de comparecimento da vítima de corpo de delito direto de corpo de delito direto
– lesão corporal – dano
SUMÁRIO
59 60 63 Unidade 4
65
Termo de depósito Providências diversas
Resumo 64 Prescrições diversas
Prescrições diversas
66 76 79 80 81
Observações sobre o Observações sobre o Endereços dos Gírias e abreviações Individualização das
relato policial relato individual envolvidos condutas
85 Unidade 5
87 92 97
Resumo 86 Passo a passo para Passo a passo para
Resumo
elaboração do relato elaboração do relato

Relato policial policial do ocorrido policial do ocorrido
98 103 105
Atividades de Palavras finais… Referências
fixação
APRESENTAÇÃO
Caro aluno do Curso de Habilitação de Cabos da PMSC,
Damos início cumprimentando-o pela iniciativa de capazes de tornar esses registros céleres, mas sem
dedicar seu tempo e esforço para esta formação. perder a qualidade.
Sinta-se honrado por estar participando da primeira
edição do CHC referente ao novo modelo de pro- Sabemos que o atendimento das ocorrências é
gressão na carreira. algo complexo e que somos responsáveis por atuar
nas ações de prevenção aos delitos e desordens, o
É um momento importante para você e para a
corporação, pois está tendo a possibilidade de atendimento de ocorrências de crimes e até mesmo
ascender na carreira e, paralelo a isso, buscar co- de fatos não criminais, mas que geram a quebra da
nhecimentos para desempenhar suas funções com ordem pública. Ao formalizar o encerramento de
qualidade e, consequentemente, elevar ainda mais a ocorrências, os policiais lavram boletins de ocorrên-
imagem da nossa Polícia Militar. cia, que são os registros oficiais dos fatos e produ-
zem efeitos em diversas esferas distintas: adminis-
Dentre as disciplinas ofertadas no CHC, está a trativa, cível ou penal.
matéria de Documentos Operacionais que é, obvia-
mente, extremamente importante para todos os po- No passado, as ocorrências de infrações penais,
liciais militares. A importância se dá, principalmente, inclusive as de menor potencial ofensivo, deman-
porque é por meio do atendimento e do encerra- davam várias horas de atendimento e o transtorno
mento das ocorrências policiais que demonstramos era imenso, inclusive para as vítimas, que precisa-
a nossa competência e elevamos (ou compromete- vam de “duas polícias”, pois a PM se limitava a fazer
mos) a imagem da corporação perante a sociedade. conduções para as delegacias, muitas vezes loca-
Assim, é imprescindível que os policiais tenham lizadas até em municípios vizinhos, e que ficavam
amplo conhecimento dos conteúdos abordados sobrecarregadas devido ao excesso de conduções.
aqui e que contem com equipamentos/tecnologia Com isso, os cidadãos que já haviam sido vítimas de
6
APRESENTAÇÃO
crime, tornavam-se novamente vítimas, desta vez, Mobile foram enviadas para a INOVA/DTIC. Já, os
da burocracia do Estado. demais apontamentos referentes à atuação dos
policiais “da ponta” serão abordados em unidade
Portanto, o conhecimento dos temas abordados
nesta disciplina será fundamental para a condução específica deste caderno e o objetivo não está em
do processo de registro de toda e qualquer ocor- criticar, mas sim, em trazer sugestões para a me-
rência. Aqui serão abordados conceitos, normas e lhoria e para facilitar a compreensão do conteúdo
diretrizes que nos permitem decidir se será neces- estudado.
sário prender alguém e levar para uma Delegacia de Enfim, durante as aulas de “Documentos Operacio-
Polícia ou se podemos liberar as partes mediante a
nais” você terá a oportunidade de perceber a evo-
lavratura de um BO-COP. Ainda, se pode encerrar a
lução das ações da Polícia Militar de Santa Catarina
ocorrência através da mediação, sem a formalização
no contexto dos atendimentos de ocorrências.
de boletim ou, quem sabe, se poderá exercer o ciclo
Depois de formado, quando exercer a função de
completo de polícia, através da lavratura de um
Termo Circunstanciado. Cabo comandante de guarnição, poderá orientar
seus subordinados para encerrar e formalizar uma
Antes da construção deste caderno realizou-se uma ocorrência com a qualidade que o cidadão mere-
pesquisa e foi possibilitado que os policiais pudes- ce e alimentar os nossos sistemas com os dados
sem apontar as principais dificuldades, os erros de suficientes para uma boa gestão e fazer com que
procedimentos e as sugestões para a melhoria dos continuemos sendo considerados a melhor Polícia
boletins de ocorrências. Das respostas extraídas,
Militar do Brasil.
aquelas que se referiam às regras de amarrações e/
ou sugestões para melhorias do aplicativo PMSC Bons estudos!
1º Sgt PM Edenilson Paulo Wolfart

Coordenador da Disciplina
7
Minicurrículo do coordenador
Graduação Divisão de Educação Continuada da

Graduado em Tecnologia em APMT, na capital do estado. Tem
Segurança Pública - UNIDAVI. experiência na docência desde o ano
Especialização de 2015 nos cursos de Formação,
Especialista em Administração, Gestão Aperfeiçoamento, Graduação e Pós-
Pública e Políticas Sociais - Centro Graduação da FAPOM, nas disciplinas
Universitário Dom Bosco. de Documentos Operacionais (CFS e
Experiência Profissional CFSd), Gerenciamento da Atividade

É 1º Sargento da Polícia Militar de Operacional (CFS), Policiamento
Santa Catarina, e ingressou na PMSC Orientado ao Problema (CFS),
no ano de 2006. Atuou até 2017 Tecnologias em Segurança Pública
no 21º Batalhão de Polícia Militar, (CFSd) e Administração de Pessoal
Edenilson Paulo Wolfart
onde exerceu, dentre outras funções, (CFS) e Tutor de Documentos
1º Sargento PM
a de policiamento operacional em Operacionais (CFC e no CAS) e
Radiopatrulha e em Pelotão de de Legislação Institucional (CFC e
Patrulhamento Tático, Sargento Ronda, CFATemp). Além disso, atuou como
Escalante, auxiliar do P-3 e do P-1 e Membro da Banca de elaboração
auxiliar da Seção Técnica. Trabalhando de questões para o CFC e CFS
desde 2017 no (2018 e 2019) e foi Paraninfo do
Centro de Ensino da Polícia Militar, Curso de Formação de Sargentos
onde atuou como Sargento Monitor (2019) e Paraninfo do Curso de
do CFSd/2017 e desde novembro Aperfeiçoamento de Sargentos (2022).
de 2017 exerce suas funções na Currículo Lattes
UNIDADE 1
ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS:
EVOLUÇÃO HISTÓRICA, ASPECTOS
LEGAIS E DOUTRINÁRIOS NA PMSC
Objetivos de Aprendizagem
Na primeira unidade desta disciplina você irá constatar a
evolução obtida nos atendimentos das ocorrências policiais.
O avanço da legislação, somada às mudanças de hábitos
trouxe a necessidade de adaptar os procedimentos.
Ainda nesta primeira unidade, iremos identificar os aspectos

legais e doutrinários atinentes ao encerramento e a perse-
cução das ocorrências PMSC para que não restem dúvidas a
respeito da competência legal que foi atribuída a PMSC para
que possa lavrar os Termos Circunstanciados e os demais
documentos de encerramento das ocorrências policiais.
Seções da unidade
• Evolução histórica do atendimento de ocorrências
• Legislação
9
ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS: EVOLUÇÃO HISTÓRICA, ASPECTOS LEGAIS E DOUTRINÁRIOS NA PMSC • EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS
Evolução histórica do atendimento de

ocorrências
Foi-se o tempo em que atender ocorrências

exigia que policiais militares, montados em
cavalos, percorressem longos caminhos
para resolver as ocorrências policiais “no
local”, de maneira até empírica.
É comum ouvir nos corredores dos quartéis

que os policiais militares conduziam pessoas
embriagadas para lá. No quartel, ficavam
“presas” até o dia seguinte, sendo liberadas
somente após as viaturas terem sido lavadas.
As mudanças na legislação, o acesso à

informação e às novas tecnologias de-
mandaram a revisão dos procedimentos e
passaram a fazer parte do dia a dia da ca-
serna. A mudança reflete a busca por pautar
Documentos Operacionais • Unidade 1 10

ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS: EVOLUÇÃO HISTÓRICA, ASPECTOS LEGAIS E DOUTRINÁRIOS NA PMSC • EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS
nossos atos nos princípios fundamentais da preleções diárias e a revitalização contem-

administração pública, isto é, na legalidade, plava apenas um evento anual.
moralidade, impessoalidade, eficiência e
publicidade. Por essa razão, em 2011, a PMSC reuniu
especialistas de cada uma das áreas opera-
No contexto dessa evolução, está a publi- cionais para que fosse possível elaborar os
cação dos Procedimentos Operacionais Procedimentos Operacionais Padrão, que
Padrão (POP), conjunto de regramentos que têm por objetivo guiar e orientar as guarni-
trouxeram segurança na atuação do poli- ções para uma atuação correta, eficiente e
cial militar. Antes da edição dos POP´s, os eficaz.
policiais atendiam às ocorrências com base
em experiências passadas e nas orientações E pelo mesmo motivo, pela importância que
que eram trazidas nas preleções, antes do os POP´s possuem, é que eles são conside-
início do turno de serviço, e nas instruções rados assuntos transversais nas disciplinas,
de revitalização. Contudo, nem sempre era principalmente nesta que está sendo dispo-
possível manter um padrão institucional nas nibilizada aqui.

ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS: EVOLUÇÃO HISTÓRICA, ASPECTOS LEGAIS E DOUTRINÁRIOS NA PMSC • LEGISLAÇÃO
Legislação
A ação policial é pautada na legalidade, por- Art. 61. Consideram-se infrações penais
tanto é necessário conhecermos alguns con- de menor potencial ofensivo, para os
ceitos importantes ligados ao atendimento efeitos desta Lei, as contravenções pe-
das ocorrências policiais. Dados revelam que nais e os crimes a que a lei comine pena
a maioria das ocorrências criminais (cerca de máxima não superior a 2 (dois) anos,
80%) são relacionadas a infração penal de cumulada ou não com multa (BRASIL,
menor potencial ofensivo, como ocorrên- 1995, p. 12).
cias de perturbação do trabalho e sossego
alheios, ameaças, danos, lesão corporal cul- Saber diferenciar as infrações penais de
posa na direção de veículo automotor, posse maior potencial ofensivo das ocorrências
de drogas, dentre tantas outras ocorrências. de infração penal de menor potencial ofen-
Assim, o primeiro conceito trazido é defi- sivo é um dos fatores determinantes para
nido pela Lei nº 9.099/95, que estabelece que possamos definir qual das modalidades
o que é infração penal de menor potencial de encerramento cabe para cada um dos
ofensivo, como segue. tipos de ocorrência.

Agora que sabemos que a maior parte das

ocorrências criminais são de contravenções
penais e de crimes a que a lei comine pena IMPORTANTE
máxima não superior a 2 (dois) anos, preci- Portanto, para os casos em que o tipo
samos esclarecer que as causas do aumento penal preveja eventuais causas de
de pena não devem ser aplicadas na fase aumento de pena, cabe aos juízes a
policial. No item Prescrições Diversas da competência para interpretar a lei e
aplicar, se for o caso, o aumento de
Diretriz de Procedimento Permanente nº pena ao caso concreto na ordem es-
037/CMDO-G/2019 temos um importante tabelecida no preceito normativo. Isso
conceito, como segue. não afasta a possibilidade de lavratura
de BO-TC.
Nos casos em que haja a ocorrência

de infração penal de menor potencial Com base nos dois conceitos acima é pos-
ofensivo, em que determinada con- sível concluir o que são infrações penais de
duta do autor preveja o aumento de menor potencial ofensivo e que, ainda que
pena para mais de 02 (dois) anos, a prevejam situações de aumento de pena,
GUPM deverá proceder à lavratura do são passíveis da lavratura de Termos Cir-
competente Termo Circunstanciado cunstanciados.
(SANTA CATARINA, 2019a, p. 34).

Sabendo que essas situações serão enfren-

tadas cotidianamente, precisamos começar a
entender como se dará a atuação da PMSC R E F L I TA
frente a esses casos. Por isso, traremos um
Assim, sabendo que o ciclo completo
conceito importante, o de ciclo completo de
de polícia compreende todas as ações
polícia, a saber: realizadas por uma força policial que vai
desde o primeiro atendimento, perpas-
O ciclo completo de polícia é a possi- sando por todas as fases (levantamento
de informações, configuração da auto-
bilidade de um mesmo órgão policial ria e materialidade, solicitação de perí-
contemplar a prevenção, a repressão cias, cadastro de testemunhas) até que
criminal, bem como realizar o pa- o processo seja encaminhado concluso
trulhamento ostensivo preventivo, a para julgamento do Juizado Especial
Criminal, resta-nos indagar: a PMSC
investigação, o levantamento, a con- exerce o Ciclo Completo de Polícia?
figuração da materialidade e autoria
delitiva e, logo após conclusão dos A resposta é SIM, em várias áreas. Exerce-
autos, proceder ao encaminhamen- mos o Ciclo Completo de Polícia nas ocor-
to ao poder judiciário para que, de rências envolvendo crimes militares, nas
fato, este possa solucionar o conflito ocorrências de infrações penais ambientais,
(HERRERO, 2019, n.p). mas também o exercemos nas infrações pe-
nais de menor potencial ofensivo, isto é, nas
infrações penais (crime ou contravenções)
que prevejam pena máxima não superior a
dois anos.

TÍTULO PRIMÁRIO • TÍTULO SECUNDÁRIO
O § 1º do art. 77 da Lei 9.099/95 ensina que imediatamente ao Juizado, com o autor do

para o oferecimento da denúncia, é neces- fato e a vítima, providenciando-se as re-
sário seja lavrado um termo de ocorrência quisições dos exames periciais necessários.
(boletim Termo Circunstanciado) que vai até Parágrafo único. Ao autor do fato que,
dispensar o inquérito policial. após a lavratura do termo, for imedia-
tamente encaminhado ao juizado ou
Além disso, a mesma norma define quem assumir o compromisso de a ele compa-
será a autoridade policial competente para recer, não se imporá prisão em flagrante,
isso, conforme segue. nem se exigirá fiança. Em caso de violên-
cia doméstica, o juiz poderá determinar,
Art. 69. A autoridade policial que tomar como medida de cautela, seu afastamen-
conhecimento da ocorrência lavrará to do lar, domicílio ou local de convivên-
termo circunstanciado e o encaminhará cia com a vítima. (BRASIL, 1995, p. 13).

UNIDADE 1 RESUMO
Nesta Unidade você teve a oportunidade de perceber a evo-

lução histórica nos atendimentos das ocorrências. Impor-
tante destacar que, ao demonstrar a forma que os policiais
atendiam as ocorrências no passado não se pretende criti-
cá-los. Pelo contrário, pois eram extremamente eficientes e
eficazes e realizaram excelentes atividades de policiamento
para a época. As mudanças ocorridas foram consequência
da evolução natural e a forma de agir foi importante e servi-
rá sempre de exemplo e de aprendizado para todos nós que
vivemos uma nova geração.
Além disso, perceberam que o Decreto 660/2007 regula a

competência dos Órgãos de Segurança Pública do Estado
para lavratura de TC, BO e requisições Periciais. No entan-
to, constataram que não é ele que confere competência à
PMSC para lavratura de Termos Circunstanciados. Quem
confere essa competência é a Lei 9.099/95. Essa compe-
tência foi discutida e o Pleno do STF decidiu que PM pode
lavrar TC na ADIn 3807.

UNIDADE 2 MODALIDADES DE
BOLETINS NA PMSC
Nesta Unidade serão apresentados alguns conceitos impor-
tantes e, principalmente, as cinco modalidades de boletins
de ocorrência da PMSC, atualmente utilizados como procedi-
mento de encerramento de ocorrências no Sistema INTEGRA.
Seções da Unidade
• Boletim Termo Circunstanciado (BO-TC)
• Boletim Prisão / Apreensão (BO-PA)
• Boletim Comunicação de Ocorrência Policial (BO-COP)
• Boletim Notícia de Infração Penal Ambiental (BO-NIPA)
• Outras Formas de Encerramento de Ocorrência
17
MODALIDADES DE BOLETINS NA PMSC
Com a lavratura de boletins de ocorrências, e ações criminais. Além disso, ao encer-

a Polícia Militar de Santa Catarina deu um rar uma ocorrência com a lavratura de um
passo gigante em direção à melhoria da boletim, o policial alimentará o sistema de
qualidade dos serviços prestados. As vanta- bancos de dados da segurança pública com
gens que um boletim lavrado com qualidade inúmeras e preciosas informações, muitas
traz para os cidadãos e para a própria corpo- vezes em tempo real, e com isso a corpo-
ração é indiscutível. ração consegue realizar a prevenção e a
repressão com eficiência e eficácia.
Você sabe para qual finalidade os boletins de
ocorrência são utilizados? Vamos retomar? Mas, antes de iniciar a lavratura de um bole-
tim… você sabe qual o fluxo base do atendi-
Os boletins são usados para que as pessoas mento completo de uma ocorrência?
possam dar início a uma ação administrativa
(acionamento do seguro, por exemplo), ação Para isso, montamos o fluxo exemplificativo
cível (desacordos comerciais, por exemplo) a seguir:

Fluxo de lavratura de Boletins de ocorrência. Início de uma ocorrência

com o acionamento
Para visualizar
essa imagem
Acionamento via Acionamento via
PMSC Cidadão ligação 190
maior, clique aqui Atendente faz as perguntas

de risco e gera a ocorrência.
Geração da ocorrência
via SADE
Guarnição acionada para atendimento Guarnição acionada para apoio

(responsável pelo fechamento) (ajuda complementar da ocorrência)
BO-TC BO-PA BO-COP BO Ocorrência Fato s/informação Resolvido

inexistente para registro no local
Preenche a Preenche a Preenche a Preenche a

documentação documentação documentação documentação
correspondente correspondente correspondente correspondente
e imprime e imprime e imprime e imprime
Termo de Fecha a Integra com o Pode ser Guarnição repassa

Compromisso e ocorrência SISP para o tramitado para o relato a CRE
demais delegado dar a Polícia Civil
documentos continuidade
assinados (eventual correção)
Seção Técnica Integra SISP SISP: gravame

recebe e monta (forçado) de veículo e
o processo desaparecimento
de pessoa
Juntada de Apresenta o
provas e preso na
perícias delegacia, presta
depoimento e
apresenta provas
(exceção MP)
Homologa e
protocola
EPROC direto
para a JECRIM
SISP: para
conhecimento
FIM
Fonte: Elaboração dos Autores (2021).

O Comando Geral da PMSC, para manter que os boletins de ocorrência são docu-
um nível de qualidade elevado, editou a mentos operacionais destinados ao encer-
Diretriz nº 037/CMDO-G/2019. Por meio ramento dos atendimentos de ocorrência
dela, buscou-se padronizar os formulários na PMSC, que serão, obrigatoriamente,
para a lavratura dos boletins, trazer os con- gerados em algumas hipóteses, dentre eles,
ceitos fundamentais, o significado de cada quando existir a necessidade de lavrar um
um dos itens do Boletim de Ocorrência da Termo Circunstanciado, nos casos de Pri-
PMSC, os requisitos para a confecção dos sões/ Apreensões de Menor, para Comuni-
relatos policiais e o conceito de cada uma cações de Ocorrências Policiais, Acidentes
das modalidades de Boletins de Ocorrên- de Trânsito e Outras comunicações não
cias da PMSC, o qual pode ser comparado criminais que precisem ser formalizadas
a um “manual de instruções” para a correta (SANTA CATARINA, 2019).
lavraturas dos documentos operacionais.
O infográfico a seguir nos ajuda a compre-
Na Diretriz nº 037/CMDO-G/2019 encon- ender o processo de lavratura dos Boletins
tramos, portanto, o conceito que explica PMSC.

Lavratura dos Boletins
BOLETIM PMSC
Persecução Coleta de Fechamento/Finalização

(Administrativo, Informações/Dados da Ocorrência
Penal, Cívil, etc).
Fonte: Elaboração dos Autores (2021).
Como se percebe, em alguns tipos de em qualquer uma das modalidades abaixo,

ocorrência a lavratura de boletins não só o policial militar responsável pelo atendi-
é necessária, mas obrigatória. Para que mento deverá encerrar a ocorrência com a
não restem mais dúvidas, listamos a seguir lavratura de um boletim usando a modali-
as cinco modalidades de boletins e suas dade mais adequada dentre as citadas.
finalidades. Caso a ocorrência se encaixe

MODALIDADES DE BOLETINS NA PMSC • BOLETIM TERMO CIRCUNSTANCIADO (BO-TC)
Boletim Termo Circunstanciado (BO-TC)
Boletim de Ocorrência na forma de infrações penais de menor potencial ofensivo

Termo Circunstanciado (BO-TC) como sendo “as contravenções penais e os
crimes a que a lei comine pena máxima não
Documento operacional destina-
superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com
do ao registro e encerramento de
multa” (BRASIL, 1995). É importante lembrar
ocorrência de infrações de menor
potencial ofensivo. Será lavrado que não devem ser levadas em conta, nesta
pelo policial militar responsável pela fase, as causas de aumento de pena.

ocorrência, nos termos da Lei n°
Percebam que ao atender ocorrências de
9.099/95, e remetido ao JECrim,
obedecendo o prazo definido por infração penal de menor potencial ofensi-
este. Para sua lavratura utiliza-se o vo, já é possível pensar na possibilidade de
POP nº. 201.20.1 (SANTA CATARI- lavrar BO-TC. Mas antes, devemos analisar
NA, 2019, p.2, grifo nosso). outros fatores que são imprescindíveis.
Antes de prosseguirmos, consideramos im- O primeiro deles está nas ocorrências de

portante relembrar o conceito visto no início ação penal pública condicionadas à repre-
deste caderno que define as ocorrências de sentação, bem como nas de ação penal

privada. Nesses casos, há de se indagar a Portanto, é necessário que ele assine um dos
vítima para que dela se extraia ou não o in- documentos correlatos, que serão estudados
teresse de ver o autor do fato ser processa- na sequência, a saber: o “Termo de Compro-
do. A formalização desse desejo será feita misso de Comparecimento”.
por meio de um dos documentos correlatos
que estudaremos mais à frente, a saber: o A Portaria 085/GABS/SSP/2019 estabelece
Termo de Manifestação da Vítima. Portan- que nos casos em que o autor não aceite
to, nos casos de infração penal de menor ser compromissado, a modalidade correta
potencial ofensivo em que a vítima revelar deixa de ser o BO-TC, passando a ser o BO-
que não deseja representar criminalmente -PA (tratado no tópico específico).
ou exercer seu direito de queixa ou, ainda,
nos casos em que informar que vai decidir
Art. 14. Na hipótese de infração penal
posteriormente, a modalidade deixará de
de menor potencial ofensivo atendida
ser o BO-TC. Em segundo lugar, é necessário
pela Polícia Militar, serão observados os
que o autor do fato seja localizado e que seja
procedimentos dispostos nos parágrafos
possível prendê-lo. Isso se dá porque primeiro
seguintes.
o autor deve ser preso (se necessário utilizar
dos meios disponíveis). Somente depois, a lei § 1º. Se o autor do fato estiver presente e
permite que seja aplicado o previsto no art. 69 aceitar o compromisso de comparecer em
da Lei 9.099/95, “após a lavratura do termo, audiência no Juizado Especial Criminal, a
ser imediatamente encaminhado ao juizado ou Polícia Militar procederá a elaboração do
assumir o compromisso de a ele comparecer”. BO na modalidade Termo Circunstancia-

do por meio de dispositivo móvel integra- Art. 41. Aos crimes praticados com violên-
do com o SISP. cia doméstica e familiar contra a mulher,
§ 2º. Se o autor do fato estiver presente e independentemente da pena prevista, não
não aceitar o compromisso de comparecer se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setem-
em audiência no Juizado Especial Crimi- bro de 1995 (BRASIL, 1995, p. 11 ).
nal, a Polícia Militar procederá o enca-
minhamento à Delegacia de Polícia Civil Aliado a isso, está também o fato de que
da área, onde se aplicará o procedimento não lavramos BO-TC nas ocorrências de
previsto no art. 11 desta Portaria, caso o
crimes militares e nas ocorrências em que
autor mantenha a recusa no compromisso
o autor do fato seja menor de dezoito
(SANTA CATARINA, 2019c, p. 4).
anos. Do mesmo modo, é necessária aten-
ção especial para os casos de ocorrências
Outro ponto que deve ser levado em con-
envolvendo pessoas com prerrogativas de
ta, é que não se lavra BO-TC em ocor-
função, cujo procedimento de encerramen-
rências de Lei Maria da Penha, mesmo
quando se tratar de infrações penais de to deverá seguir expressamente o conteúdo
menor potencial ofensivo. Isso porque a Lei previsto no POP 201.4.23 – Procedimen-
11.340/2006 veda a aplicação dos bene- to Operacional Padrão - Atendimento de
fícios da Lei 9.099/95 para esses casos. Ocorrência Envolvendo Pessoas com Prer-
Assim, vejamos: rogativa de Função.

Cabe lembrar que o art. 301 do CTB define que
Ao condutor de veículo, nos casos de aci-

dentes de trânsito de que resulte vítima,
não se imporá a prisão em flagrante,
nem se exigirá fiança, se prestar pronto
e integral socorro àquela (BRASIL, 1997,
p. 111).
Como se pode perceber, em resumo, nas in-

frações penais de menor potencial ofensivo
de ação pública incondicionada ou se a víti-
ma “representou”, nas de natureza privada ou
condicionada em que for possível prender o
autor e ele for maior de idade, penalmente
imputável e sem prerrogativas que impeçam a
prisão, pode-se lavrar o BO-TC, desde que não
envolva crime militar e ocorrências de Lei Maria
da Penha. Mas, para isso, é necessário, também,
que o autor aceite ser compromissado a compa-
recer à audiência no Juizado Especial Criminal
(JECRIM).

MODALIDADES DE BOLETINS NA PMSC • BOLETIM PRISÃO / APREENSÃO (BO-PA)
Boletim Prisão / Apreensão (BO-PA)
Boletim de Ocorrência na forma de te, nas condições físicas e com os

Prisão/Apreensão (BO-PA) pertences descritos, bem como dos
objetos apreendidos na ocorrência.
Documento destinado ao registro e
Para sua lavratura utiliza-se o POP
encerramento de ocorrência em que
nº. 201.12.1 (SANTA CATARINA,
houver a prisão do suposto autor do
2019a, p. 2-3).
fato e/ou a apreensão se adolescen-
te e a subsequente condução à de- Podemos notar que o conceito anterior é
legacia de polícia ou sistema prisio- de fácil interpretação. Nas ocorrências em
nal, quartel da PM (ou outro órgão), que houver a condução coercitiva de pes-
para fins de autuação de prisão em soas presas para algum lugar (Delegacia de
flagrante delito, apreensão por ato Polícia Civil, Delegacia de Polícia Federal,
infracional, cumprimento de manda- Sistema Penitenciário, Quartel da PM - nos
do de prisão/apreensão ou a simples casos de crimes militares etc.), a modalidade
entrega do conduzido, dentro dos correta de encerramento é o BO-PA, ain-
aspectos legais, conforme o caso da que a unidade de destino tome medida
requerer. Este documento servirá de diversa como, por exemplo, que o delegado
comprovante da entrega do preso/ de Polícia lavre apenas um Termo Circuns-
apreendido ao órgão competen- tanciado para o autor.

T E O R I A N A P R ÁT I C A IMPORTANTE
Não se lavra BO-PA apenas para É importante ressaltar que se lavra

crimes de maior potencial ofensivo, apenas um boletim por protocolo
já que também é possível lavrar gerado.
quando o autor do fato precisa ser
conduzido para as delegacias por
Então, nas ocorrências com vários autores,
outros motivos, como nas infra-
ções penais de menor potencial mesmo que apenas um deles tenha come-
ofensivo e contravenções penais, tido crime de maior potencial ofensivo ou
nos casos em que ele não quis as- não tenha assinado o Termo de Compromis-
sinar o Termo de Compromisso de
so de Comparecimento, TODOS devem ser
Comparecimento, ou quando as par-
tes precisam ser tiradas do local por conduzidos para a DP, mediante a lavratura
algum motivo como, por exemplo, de uma única modalidade (BO-PA, nestes
para que seja garantida a segurança casos). Caso haja a participação de auto-
de todos os envolvidos na cena.
res adultos e menores de idade na mesma
ocorrência, deve-se seguir aquilo que está
previsto no art. 12 da Portaria 085/GABS/
SSP/2019. Assim, vejamos:

Art. 12. Nas ocorrências em que hou- Até agora estudamos duas modalidades de
ver a participação de menor de idade boletins. Na primeira, aprendemos que é
e adultos, a Polícia Militar fará o enca- possível lavrar BO-TC nas infrações penais
minhamento somente a uma Delegacia de menor potencial ofensivo, respeitadas
de Polícia, a qual se responsabilizará algumas observações e vimos também que
pelos demais encaminhamentos, quando quando houver a condução de pessoas
necessários. Parágrafo único. O encami- presas para algum órgão devemos encerrar
nhamento da Polícia Militar deverá ser com o BO-PA. Entretanto, existem algumas
feito à Delegacia de Proteção à Criança, situações que envolvem fatos criminais (ou
ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso com indícios de crime) e, nesses casos, a
(DPCAMI), sempre que houver esta uni- modalidade será o BO-COP, que estudare-
dade especializada no município do fato mos a seguir.
(SANTA CATARINA, 2019c, p. 3-4).

MODALIDADES DE BOLETINS NA PMSC • BOLETIM COMUNICAÇÃO DE OCORRÊNCIA POLICIAL (BO-COP)
Boletim Comunicação de Ocorrência Policial (BO-COP)
Boletim de Ocorrência na forma de apuração da infração penal, imedia-

Comunicação de Ocorrência Policial tamente após o encerramento no
(BO-COP) PMSC Mobile. Quando da lavratura
Documento operacional destinado do BO-COP a Polícia Civil deverá
ao registro e encerramento de ocor- ser acionada nos casos elencados

rência de comunicação de qualquer na Portaria nº 85/GABS/SSP/2019.
tipo de infração penal (crimes ou Para sua lavratura utiliza-se o POP
contravenções), não importando nº 201.21.1 (SANTA CATARINA,
o grau da ofensividade (maior ou 2019a, p. 3).
menor potencial ofensivo), des-
de que não estejam presentes as São inúmeros os exemplos de ocorrências
condições que permitam a lavratu- passíveis de lavraturas de BO-COP que po-
ra do Termo Circunstanciado ou a deríamos citar, no entanto nos deteremos
Prisão/Apreensão de Adolescente. a casos mais comuns, a exemplo daqueles
Este documento será tramitado que foram citados no art. 15 da Portaria nº
à Delegacia de Polícia local para 085/GABS/SSP/2019. Assim, vejamos:

Art. 15. A Polícia Militar registrará BO § 2º. Nos casos previstos neste artigo,
na modalidade Comunicação de Ocor- as partes serão orientadas para
rência Policial, conforme Art. 2º do De- que, em havendo necessidade de
creto Estadual 660/2007, nas seguintes complementação dos fatos comunicados,
hipóteses: esse procedimento deverá ser lavrado
junto à Delegacia de Polícia Civil da
I - se o autor do fato estiver ausente na
área, a partir do número de protocolo
cena do crime, ou sendo desconhecido,
fornecido, ou qualquer outro dado dos
não sendo por nenhum meio localizável;
envolvidos (SANTA CATARINA, 2019c, p.
II - no caso de ação penal privada ou 4, grifo nosso).
condicionada à representação em que
a vítima se manifesta pelo interesse de
Note que além dos casos anteriores, é
não exercer o direito de representação
importante lembrar daqueles em que não é
ou queixa, ou de decidir posteriormente.
possível prender o autor do fato, pelo moti-
§ 1º. Na hipótese do inciso II, a Polícia vo de ele contar com prerrogativa de fun-
Militar dará ciência expressa à vítima de ção ou por se tratar de pessoa que possa
seu direito de representação a ser exer- ser penalmente inimputável. Enfim, nessas
cido no prazo de 06 (seis) meses, orien- condições ou qualquer outra que impeça a
tando que essa manifestação deverá ser lavratura de um BO-TC ou BO-PA, o po-
realizada na Delegacia de Polícia Civil da licial militar finaliza a ocorrência com um
área do fato. BO-COP. A possibilidade de permitir que a

PMSC passasse a lavrar boletins em crimes Os casos omissos e conflitantes se-

de maior potencial ofensivo mesmo que as rão regulados por atos do Secretário
partes não tenham sido conduzidas para a de Estado da Segurança Pública e
delegacia ficou definida quando da edição Defesa do Cidadão (SANTA CATARI-
do Decreto nº 660/2007 no art. 2º que NA, 2007, p. 1).
consideramos trazer novamente à baila:
O art. 25 da Portaria nº 085/GABS/
SSP/2019 trata da tramitação automática
Art. 2º A Polícia Militar lavrará Boletim
dos boletins e, nos casos de BO-COP ficou
de Ocorrência na modalidade de Comu-
instituído que:
nicação de Ocorrência Policial, nos casos
em que não se configure a situação de
flagrância, devendo encaminhar a Polícia Art. 25. O SISP efetuará automatica-
Civil, para a devida apuração da infração mente o Encaminhamento Externo das
penal, no primeiro dia útil após o registro seguintes modalidades de BOs da Polícia
(SANTA CATARINA, 2007, p. 2). Militar:
I - Prisão/Apreensão, que será encami-
Ainda que o Decreto esteja vigente, algumas nhado externamente para a unidade da
alterações de procedimentos do artigo 2º Polícia Civil que prosseguiu o atendi-
ocorreram, fruto da publicação da Portaria mento da Polícia Militar;
085/GABS/SSP/2019. Porém, antes de II - Comunicação de Ocorrência Policial,
citá-las, é importante ressaltar que o Decre- ao ser finalizado, que será encaminhado
to permite que essas alterações sejam feitas para a Delegacia de Polícia Civil respon-
por ato da SSP quando no art. 7º definiu que

sável pela persecução do caso ou, em

caso de dúvida, para a Delegacia Regio-
nal de Polícia do local do fato (SANTA
CATARINA, 2019c, p. 7, grifo nosso). nome do pai;
Com essa evolução nos procedimentos, que nome da mãe;

faz com que os BOs tramitem automatica-
mente pelo sistema, já não se faz mais ne-
nome do próprio
cessário encaminhar os boletins físicos para
a Delegacia no primeiro dia útil seguinte,
envolvido;
mas continua a obrigatoriedade de se en-
caminhar os objetos apreendidos, no prazo data de nascimento;
acima, quando na lavratura de BO-COP.
CPF;
É importante salientar que há casos em que
o BO-COP não tramita automaticamente, fi- RG;
cando na “pendência” de ajuste por parte da
Seção Técnica. Esse ajuste é necessário em entre outros.
algumas circunstâncias, a exemplo da diver-
gência de dados dos envolvidos, tais como:

O BO-COP também não tramita automati- não seja caso de encaminhamento de

camente nos casos de falta de cadastro na pessoas ou bens/objetos à Delegacia de
base do SISP, (pessoa de fora do estado/ Polícia, a central de operações da Polícia
país) erro de cadastro de objetos (veículos Militar deverá dar conhecimento conco-
ou outros) entre outros. mitante à Delegacia de Polícia Civil da
área, por meio de ligação telefônica:
Enquanto não tramitar, a Polícia Civil não I - Homicídio doloso consumado e
tem conhecimento e não começa a investi- tentado;
gação, portanto o foco no correto preenchi-
II - Latrocínio consumado e tentado;
mento é fundamental. Além disso, a Portaria
estabeleceu outros procedimentos que pre- III - Tráfico de substâncias entorpecentes;
cisam ser adotados pelos policiais militares IV - Roubo a banco;

quando do atendimento de ocorrência. Um V - Sequestro ou Cárcere privado;
deles refere-se ao acionamento da PCSC
VI - Extorsão;
por telefone. Antes da edição da Portaria,
a PCSC precisava ser acionada em todas as VII - Crimes praticados por organizações
ocorrências finalizadas com BO-COP, mas criminosas ou associações criminosas.
agora, em seu art. 17, define que: VIII – Estupro e estupro de vulnerável.
[Incluído pela Portaria nº 082/
Art. 17. Nos casos de ocorrência dos CSSPPO/2022].
crimes abaixo elencados, desde que (SANTA CATARINA, 2019c, p. 5).

O Art. 17 trata da obrigatoriedade de acio- Art. 20. Para perícias urgentes, além do
nar a PCSC para que ela decida se deseja preenchimento do formulário no BO, o
comparecer ao local, quando a ocorrência policial deverá acionar a Polícia Científi-
se tratar de um dos casos citados anterior- ca também por telefone.
mente. Isso porque a missão dos atos de
Parágrafo único. Considera-se urgente a
polícia judiciária é da PCSC e ela pode que-
ocorrência que:
rer iniciar seus trabalhos já nesse momento,
no “calor da ocorrência”. I - envolva morte;
II - policiais estejam preservando o local

Dentre os avanços trazidos pela Portaria nº do fato;
085/GABS/SSP/2019, outro ponto que refle-
III - a Autoridade Policial assim
te positivamente na diminuição da burocracia
avaliar, levando em consideração a
está relacionado ao acionamento da perícia.
característica e o resultado do fato
E quais seriam os casos para acionamento (SANTA CATARINA, 2019c, p. 6).
da perícia? A resposta está logo a seguir.
Para ficar de mais fácil compreensão, é
O art. 20 definiu os casos em que o acio- importante que sejam analisados também
namento é obrigatório, veja a redação do os casos em que o acionamento da perícia é
documento. dispensável. Assim, vejamos:

Art. 21. O acionamento da equipe de corporal culposa na direção de veículo

perícia é dispensável quando, diante automotor (art. 303 do CTB), lesão cor-
das circunstâncias do caso concreto, poral leve ou culposa (art. 129 do CP), e
seja possível a realização de perícia nos casos de crime de dano simples (art.
indireta, desde que os fatos sejam de 163 do CP), os policiais militares poderão
menor gravidade, pouca repercussão emitir a Requisição para exame de corpo
e que não envolvam morte de pessoa. de delito direto de DANO e Requisição
Art. 22. Os policiais atendentes da para exame de corpo de delito direto de
ocorrência deverão inserir imagens e in- LESÃO CORPORAL para que as vítimas
formações no BO que auxiliem de for- lesionadas e/ou os objetos danificados
ma conclusiva a elaboração do laudo sejam apresentados ao IGP. A emissão
pericial, em especial no que se refere às das guias não substitui a necessidade de
circunstâncias qualificativas do crime coleta das provas no momento do fato
(SANTA CATARINA, 2019c, p. 6). na modalidade de:
Nas ocorrências de infrações penais de

IMPORTANTE
menor potencial ofensivo de competên- O policial deve ser
cia do Juizado Especial Criminal (JE- o responsável por
CRIM), inclusive nas finalizadas com BO- fazer o registro dos
FOTOS VÍDEOS ÁUDIOS vestígios.
-COP, especialmente nos casos de lesão

IMPORTANTE
Nas ocorrências de crimes de

maior potencial ofensivo, é possí-
vel que a PMSC acione a perícia
diretamente, mas nos casos em
que a perícia direta seja dispen-
sável e que possa ser substituída
pela perícia indireta, cabe aos
policiais militares a coleta de ima-
gens de qualidade e dados que
possibilitem que a perícia seja
realizada com base nelas.

MODALIDADES DE BOLETINS NA PMSC • BOLETIM NOTÍCIA DE INFRAÇÃO PENAL AMBIENTAL (BO-NIPA)
Boletim Notícia de Infração Penal Ambiental (BO-NIPA)
Você sabia que a Polícia Militar Ambiental tais. Será lavrado pelo policial militar
adota alguns procedimentos específicos, lotado na Polícia Militar Ambiental
diante da complexidade e da especificidade responsável pelo atendimento, au-
de sua missão? tuado por um Oficial Gestor e reme-
tido ao Ministério Público Estadual,
Portanto, existe uma modalidade de bole- obedecendo o prazo definido por
tins que é utilizado exclusivamente pelos este - ou arquivado na Seção Técnica
policiais lotados na Polícia Militar Ambien- de Boletins de Ocorrência, quando
tal, a saber: for o caso, e por indicação do MPSC
(SANTA CATARINA, 2019a, p. 3).
Boletim de Ocorrência na forma de
Notícia de Infração Penal Ambiental Nos casos de ocorrências de infração penal
(BO-NIPA) ambiental com flagrante, normalmente será
lavrado será o BO-PA ou o BO-TC. Na im-
Documento operacional destinado possibilidade de lavrar uma destas modalida-
ao registro e encerramento de ocor- des, o BO-NIPA será o procedimento que a
rência de infrações penais ambien- PMA irá adotar, em substituição ao BO-COP.

MODALIDADES DE BOLETINS NA PMSC • BOLETIM DE OCORRÊNCIA (BO)
Boletim de Ocorrência (BO)

Tratamos anteriormente dos casos criminais documentos, desacordos comerciais,
e, para todas as ocorrências que envolvam ocorrências de apoio aos demais
crime ou contravenção, uma das modali- órgãos e etc... Poderá ser utilizado,
dades acima deverá ser escolhida. Porém, quando for o caso, para a formaliza-
atendemos também inúmeras ocorrências ção do atendimento policial. Para sua
não criminais, e algumas delas também me- lavratura utiliza-se o POP nº. 201.5.1.
recem ser formalizadas por meio de Boletim (SANTA CATARINA, 2019a, p. 3).
de Ocorrência. Assim, para os casos em
Por isso, não somente nos casos criminais,
que não há nenhum crime e nem indício de
mas também nos casos de acidente de
crimes, a modalidade correta é o Boletim de
trânsito (desde que não tenha havido algum
Ocorrência (BO), como segue.
crime, obviamente) ou quando qualquer ou-
tro fato em que a guarnição constatar que o
Boletim de Ocorrência para outros caso atendido pode ter alguma persecução
registros (BO) Documento destinado administrativa (como acionamento de segu-
ao registro e encerramento de ocor- ro, emissão de segunda via de documentos
rência de situações não delituais, etc.), persecução cível (ação de danos mo-
cuja comunicação aos órgãos oficiais rais, danos materiais, desacordos comerciais
se faz necessária para os devidos etc.) ou qualquer outro motivo que a guarni-
desdobramentos judiciais, cíveis ou ção ou os envolvidos entendam que merece
administrativos, como, por exemplo, ser formalizado, deve-se lavrar o Boletim de
acidentes de trânsito, o extravio de Ocorrência na modalidade BO.

MODALIDADES DE BOLETINS NA PMSC • OUTRAS FORMAS DE ENCERRAMENTO DE OCORRÊNCIA
Outras Formas de Encerramento de Ocorrência

Nem todas as ocorrências serão ANEXO E - CÓDIGOS DE FECHAMENTO
finalizadas com boletins, pois CF01 Boletim de Ocorrência - Comunicação de Ocorrência Policial (BO - COP)
nem todas precisam ser percuti-
CF02 Boletim de Ocorrência - Prisão/Apreensão (BO - PA)
das ou formalizadas. Em algumas,
CF03 Boletim de Ocorrência - Termo Circunstanciado (BO - TC)
a falta de dados não permite a
CF04 Boletim de Ocorrência (BO)
lavratura de um boletim. Exis-
tem casos em que a guarnição CF05 Boletim de Ocorrência - Notícia de Infração Penal Ambiental (BO - NIPA)
consegue mediar no local ou até CF06 Ocorrência Inexistente

mesmo finalizar a ocorrência com CF07 Averiguação Policial sem Alteração
outro código de fechamento. Por CF08 Providências Administrativas de Trânsito Adotadas
isso, trazemos, a seguir, as de- CF09 Resolvido no Local
mais formas de encerramento de CF10 Atendimento Dispensado pelo Solicitante
ocorrências, destacando, entre CF11 Fato sem Informação para Registro
elas, a CF 06, CF 07, CF 09 e a
CF12 Ocorrência Duplicada
CF 11 que são tratados a seguir.
CF13 Falta de patrulha
CF14 Atendimento encaminhado a Al da OPM
CF15 Atendimento encaminhado a outros órgãos
CF16 Atendimento transmitido à rede de rádio
CF17 Atendimento encerrado automaticamente após 48 horas de sua criação
CF18 Inválido
As demais formas de encerramento de ocorrências

Fonte: DIRETRIZ 007/2019 CMG (2019).

OCORRÊNCIAS
INEXISTENTES
Ocorrências inexistentes são aquelas que, como
o próprio nome diz, não existiram, vulgarmente T E O R I A N A P R ÁT I C A
chamadas de nada constatado. Embora pareça
ser redundante, é comum que policiais confun- Como exemplo, podemos citar o
de alguém que tenha ligado para
dam esse tipo de encerramento com “fatos sem
o telefone 190 para dizer que há
informações para registro” ou com “averiguação uma pessoa ferida em frente ao
policial sem alterações” que serão estudados Centro de Ensino, mas ao chegar
mais adiante. Tem-se que a ocorrência inexis- no endereço, a guarnição percebe
que não há ninguém. Ao retornar
tente é aquela que não existiu e nem merece
para o solicitante, um paulista
constar nos sistemas da PMSC. atende e informa que está aqui
em Santa Catarina a passeio, mas
ligou do seu telefone para o 190
pensando que a ligação iria cair
no seu estado de origem e que a
ocorrência é na frente do Centro
de Ensino de São Paulo. Com isso,
para a PMSC, esta é uma ocorrên-
cia que não existiu e nem sequer
pode ser classificada como “trote”.

FAT O S S E M I N F O R M A Ç Õ E S PA R A R E G I S T R O
Neste caso, o fato existiu, mas quando a para a Central Regional de Emergência, que
guarnição chegou ao local, encontrou ape- é responsável por fazer novo contato com
nas alguns vestígios ou indícios, mas não se os solicitantes e, a partir das novas informa-
tem dados dos veículos ou das pessoas. ções levantadas, encaminhar a viatura para
novo atendimento ou encerrar com o código
No entanto, a ocorrência vai constar nos adequado.
sistemas da PMSC citando sempre o fato
acontecido (furto, acidente de trânsito,
roubo, etc.), mas, como não foi possível
estabelecer contato com os envolvidos, não
se tem as informações suficientes para que T E O R I A N A P R ÁT I C A
possa lavrar um boletim.
Tem-se como exemplo, as ocorrências
de acidente de trânsito que deixaram
Nos casos de ocorrências de “fatos sem marcas de frenagens, pedaços do
informações para registro” e as “ocorrências veículo, mas as partes já não estavam
inexistentes”, antes de encerradas, a guar- no local e também não puderam ser
localizadas.
nição transmitirá a informação, via rádio,

R E S O LV I D O N O L O C A L
Outra forma de encerramento bastante
comum é “Resolvido no local”. Esse tipo de
encerramento pode ser usado para fatos
não criminais como atos incivilizados, dis-
T E O R I A N A P R ÁT I C A
cussão entre vizinhos (desde que não tenha
havido ameaça, injúria ou qualquer outro Um exemplo muito comum de
crime) ou em desacordos comerciais nos encerramento com “Resolvido
quais a mediação resulte exitosa. Pode tam- no local” são as ocorrências de
“Perturbação do trabalho e do
bém, inclusive, ser usado para alguns fatos sossego alheios” que, embora seja
típicos, desde que devidamente autorizados uma contravenção penal, pode
pela PMSC. Para saber a quais fatos típi- ser encerrada como “Resolvido no
cos é permitido este tipo de encerramento, local” no primeiro atendimento,
desde que a mediação de confli-
basta consultar os POPs relativos aos fatos tos tenha sido exitosa.
atendidos.

AV E R I G UAÇ ÃO Finalizando, temos que esta parte do nos-

POLICIAL SEM so Caderno de Estudos buscou trazer as
A LT E R A Ç Ã O cinco modalidades de boletins, seus con-
ceitos e suas peculiaridades. Agora, che-
Este tipo de encerramento deve ser usado
gou a hora de conhecer as demais peças
nos casos em que a guarnição é empenha-
do Boletim.
da para um fato, constata-se que há, no
mínimo, indícios de que a ocorrência existe
e, portanto, que o chamado é procedente.
Contudo, após averiguação, não se constata
nenhuma ilicitude e percebe-se que se trata T E O R I A N A P R ÁT I C A
de algo que não merece ser formalizado
Como exemplo, citamos os casos em que
(não haverá persecução criminal, civil e/ a guarnição é acionada para verificar um
ou administrativa). Cabe destacar que esse veículo que, na percepção do solicitan-
caso é diferente do “ocorrências inexistente, estava parado em atitudes suspeitas
em frente a um comércio. Ao chegar, a
te" - vulgarmente chamado de nada cons-
guarnição abordou o veículo e constatou
tatado - bem como difere do “fatos sem que tratava-se de um familiar de uma
informações para registro” já explicados funcionária que estava aguardando den-
anteriormente. Agora, tratamos de casos tro do carro para dar carona para ela, fato
confirmado pelos funcionários, que reco-
em que a ocorrência (de averiguação de
nhecem o condutor como sendo o esposo
pessoas, residências, comércios ou veículos) da operadora de caixa. Ou seja, trata-se
é constatada pela guarnição, mas tudo ficou de ocorrência de averiguação policial que
esclarecido. terminou "sem alterações".

UNIDADE 2 RESUMO
Nesta Unidade, você teve a oportunidade

de rever os principais conceitos, orien-
tações e requisitos para o encerramento
de ocorrências. Além das modalidades de
boletins, foi possível perceber que existem
outras formas de encerramentos que po-
dem ser usadas nos casos em que não há
a necessidade de formalizar o registro por
meio de um boletim de ocorrência.

UNIDADE 3 DOCUMENTOS CORRELATOS
Agora que você já aprendeu identificar as modalidades de
BOs PMSC e os desdobramentos relativos às formas de
encerramento das ocorrências policiais e acionamentos da
Polícia Civil e da Polícia Penal, vamos nos dedicar a abordar
os Documentos Correlatos.
Seções da Unidade
• Termo de Compromisso de Comparecimento.
• Termo de Manifestação da Vítima.
• Requisição para Exame de Corpo de Delito Direto –
Lesão Corporal.
• Requisição para Exame de Corpo de Delito Direto
– Dano.
• Termo de Apreensão.
• Termo de Depósito.
45
DOCUMENTOS CORRELATOS
Inicialmente, é necessário que compreenda- • Termo de Compromisso de

mos que para que seja lavrado um BO-TC, Comparecimento.
precisamos de, no mínimo, um documento • Termo de Manifestação da Vítima.
correlato. Atualmente, existem seis docu-
• Requisição para Exame de Corpo de
mentos correlatos que, via de regra, são
Delito Direto – Lesão Corporal.
lavrados nos casos de BO-TC, mas que
podem ser emitidos também em BO-COP, • Requisição para Exame de Corpo de
BO-PA e até nos casos não criminais finali- Delito Direto – Dano.
zados com BO, porém apenas em algumas • Termo de Apreensão.
situações bem específicas. Abordaremos, a
• Termo de Depósito.
seguir, os seis documentos correlatos dis-
poníveis, conforme segue.

DOCUMENTOS CORRELATOS • TERMO DE COMPROMISSO DE COMPARECIMENTO
Termo de Compromisso
de Comparecimento
O primeiro documento correlato a ser trazido é

o Termo de Compromisso de Comparecimento
do Autor do Fato, por meio do qual o autor se
compromete a comparecer ao Juizado Especial
Criminal.
Este formulário será utilizado somente nos casos

de Termos Circunstanciados lavrados pela Polícia
Militar. É um documento obrigatório nos BO-TC
e, caso o autor não aceite ser compromissado,
será conduzido para a Delegacia de Polícia (exce-
to nas ocorrências de posse de drogas, pois, neste
caso, mesmo que o autor não queira assinar, será
compromissado oralmente e o Termo de Compro-
misso será assinado por duas testemunhas).
Na figura ao lado, apresentamos um exemplo Termo de Compromisso Impresso.

impresso do Termo de Compromisso, idêntico Fonte: Elaboração dos Autores (2021).
A partir da impressão de documento
àquele feito no atendimento de uma ocorrência. do PMSC Mobile.

Além da assinatura do compromissado Art. 14. Na hipótese de infração penal

e do policial militar, devem constar as de menor potencial ofensivo atendida
informações de data, hora e Comarca pela Polícia Militar, serão observados
responsável pela audiência. Normalmen- os procedimentos dispostos nos pará-
IMPORTANTE te, as datas já estarão disponíveis no grafos seguintes.
sistema, mas se não estiverem, o policial § 1º. Se o autor do fato estiver presen-
É importante que saibam
que não existe BO-TC poderá fazer contato com a Central para te e aceitar o compromisso de compa-
lavrado pela PMSC sem solicitar o horário do agendamento e recer em audiência no Juizado Especial
este documento, pois preencher a agenda manualmente. Ex-
a própria Lei 9.099/95 Criminal, a Polícia Militar procederá
cepcionalmente, isto é, somente nos ca- a elaboração do BO na modalidade
vincula a possibilidade de
lavrar BO-TC nos casos sos previamente autorizados pela Seção Termo Circunstanciado por meio de
em que o autor for ime- Técnica do Batalhão, a guarnição deixará dispositivo móvel integrado com o
diatamente encaminhado de agendar a audiência e assinalará a
ao JECrim (não é a reali- SISP.
opção “quando intimado pelo JECrim”.
dade em SC) ou “assumir § 2º. Se o autor do fato estiver pre-
o compromisso de a ele
comparecer”. A Portaria 085/GABS/SSP/2019 estabe- sente e não aceitar o compromisso de
leceu os procedimentos para quando o comparecer em audiência no Juizado
autor assinar e para os casos em que ele se Especial Criminal, a Polícia Militar
recuse a assinar o Termo de Compromisso procederá o encaminhamento à Dele-
de Comparecimento. Assim, vejamos: gacia de Polícia Civil da área, onde se

aplicará o procedimento previsto no assim devendo ser considerado pelo

art. 11 desta Portaria, caso o autor policial, ainda que a Lei nº 9.099/95
mantenha a recusa no compromisso preveja que ao autor de infração IMPORTANTE
(SANTA CATARINA, 2019, p. 4). penal de menor potencial ofensivo
que “assumir o compromisso de a ele Para os casos citados pelo §1º
e §2º do Art. 14 da Portaria é
Nas ocorrências envolvendo infração comparecer, não se imporá prisão em importante lembrar que existem
penal de menor potencial ofensivo flagrante, nem se exigirá fiança” (BRA- as exceções citadas anterior-
com mais de um autor e/ou vítimas, SIL, 1995, p. 10). Portanto, deve ser mente, dentre elas a de não se
devidamente revistado, ficando sob lavrar BO-TC nas ocorrências de
será lavrado um Termo de Compro-
Maria da Penha, quando o autor
misso de Comparecimento para cada custódia do policial, cabendo inclusive for menor de idade, quando for
um dos autores. A data e horário da o uso de algemas nos casos permitidos crime militar, bem como não se
audiência também deverá ser a mes- em lei. Assentindo em comparecer ao encaminhar autor que se nega a
juizado, mediante assinatura do Termo assinar o Termo de Compromisso
ma, ainda que os crimes cometidos por
se a ocorrência for de posse de
eles sejam distintos, desde que, obvia- de Compromisso de Comparecimento, drogas para consumo próprio etc.
mente, sejam passíveis de lavratura de não será lavrado o BO-PA, desconsti-
BO-TC. tuindo-se, neste momento, a prisão e
sendo liberado o autor. Caso contrário,
Cumpre destacar que, identificado não concordando, será conduzido à
como autor de infração penal, a situ- delegacia de polícia competente, me-
ação preliminar dele será a de preso, diante a lavratura de um BO-PA.

DOCUMENTOS CORRELATOS • TERMO DE MANIFESTAÇÃO DA VÍTIMA
Termo de Manifestação
da Vítima
O formulário que apresentamos na figura

a seguir, será utilizado somente nos casos
de Termos Circunstanciados para os crimes
de ação pública condicionada e privada,
para registrar a manifestação da vítima
sobre o seu interesse na representação ou
queixa, respectivamente. Não será emitido
nos casos de BO-PA (é a PCSC que irá for-
malizar a representação) e nem nas ocor-
rências de ação penal incondicionadas.
Na figura ao lado, apresentamos um exem-

plo impresso do Termo de Manifestação
da vítima com o interesse em representar
contra o autor.
Termo de Manifestação da Víti-
ma Impresso
Assim como já ocorre no Termo de Com-
Fonte: Elaboração dos Autores
promisso de Comparecimento do autor do (2021). A partir da impressão do
documento no PMSC Mobile.

DOCUMENTOS CORRELATOS • TERMO DE MANIFESTAÇÃO DA VÍTIMA
fato, no Termo de Manifestação da vítima

também constarão as informações de data,
hora e Comarca responsável pela audiência
de transação ou de conciliação. Aqui tam-
bém é comum que as datas e horários já
estejam disponíveis no Mobile, caso contrá-
rio, estas deverão ser solicitadas via rádio
deixando para utilizar a opção “quando inti-
mado pelo JECrim” somente nos casos devi-
damente autorizados pela Seção Técnica.
Da mesma forma que ocorre com o com-

promisso do autor, a Manifestação da
Vítima também exige um termo para cada
uma das vítimas. Todos os envolvidos no
mesmo BO-TC comparecerão à audiência
no mesmo dia e horário.

DOCUMENTOS CORRELATOS • REQUISIÇÃO PARA EXAME DE CORPO DE DELITO DIRETO – LESÃO CORPORAL
Requisição para Exame de Corpo

de Delito Direto – Lesão Corporal
A Requisição para Exame de Corpo de De- for “Mandado de prisão” em desfavor do

lito Direto – Lesão Corporal será expedida abordado, não há necessidade de condu-
nos casos de BO-TC ou BO-COP nas ocor- zi-lo para a Delegacia (não há flagrante de
rências de infrações penais de menor po- crime). Caso ele apresente algum tipo de
tencial ofensivo de competência do JECrim, lesão ou o responsável pelo recebimento
especialmente nos casos de lesão corporal exigir o exame, a guarnição deverá subme-
culposa na direção de veículo automotor tê-lo ao exame de corpo de delito direto de
(art. 303 do CTB), lesão corporal leve ou lesão corporal e, em seguida, emitir a guia
culposa (art. 129 do CP, exceto os casos de de lesão corporal.
maior potencial).
Nos casos não criminais finalizados com
Ela pode ser emitida também nos casos de BO, a guia deve ser expedida apenas nos
BO-PA, mas somente quando for casos de casos de acidente de trânsito com autole-
cumprimento de mandado de prisão e en- são, isto é, quando a própria vítima da lesão
trega direto no sistema penitenciário, pois foi quem deu causa ao acidente. Nestes
nos casos em que o único fato constatado casos, para fins de requerimento do DPVAT.

DOCUMENTOS CORRELATOS • REQUISIÇÃO PARA EXAME DE CORPO DE DELITO DIRETO – LESÃO CORPORAL
Nos casos de BO-PA, só deve ser emitida quan-

do for exclusivamente ocorrência de mandado
de prisão. Nos demais casos de BO-PA o exame
pericial será solicitado pela PCSC.
Sempre que esta for emitida, a guarnição deverá

orientar a vítima para que vá até o IGP de posse da
guia para a emissão do Laudo Pericial. Em breve o
texto de orientação será alterado para que toda a
informação conste do documento impresso.
Temos ao lado, a imagem de uma impressão de

“Requisição Para Exame de Corpo de Delito Dire-
to de Lesão”.
Requisição para Exame de Corpo de Delito Lesão Corporal Impresso

Fonte: Elaboração dos Autores (2021). A partir da impressão de documento no
PMSC Mobile. A partir da impressão do documento no PMSC Mobile.

DOCUMENTOS CORRELATOS • REQUISIÇÃO PARA EXAME DE CORPO DE DELITO DIRETO – DANO
Requisição para Exame de

Corpo de Delito Direto – Dano
Quando se tratar de BO-TC ou BO-COP de

crime de Dano Simples, isto é, quando hou-
ver dolo em destruir determinado objeto de IMPORTANTE
propriedade particular, a guia fica disponível
Importante lembrar que a PMSC, com base na
para impressão, devendo para isso ser ca-
Portaria nº 085/GABS/SSP/2019, pode acionar
dastrado o Fato: Dano, o objeto com a carac- a perícia diretamente para que ela compareça
terística “danificado” e um envolvido como ao local. Nos casos em que a perícia direta seja
vítima do Fato Dano. dispensável, esta será substituída pela perícia
indireta. Para tanto, cabe aos policiais militares
a coleta de dados e imagens de qualidade que
Para a emissão desta guia, as regras são subsidiem os trabalhos de perícia indireta.
praticamente as mesma da Guia de Lesão
Corporal, ou seja, não deve ser emitida nos Tem-se, ainda, que a guia não deve ser expedi-
casos de BO-PA e nem nos casos de BO- da nos casos de dano culposo, como casos de
acidente de trânsito com apenas danos materiais
-COP envolvendo crimes de maior potencial decorrentes culposamente do acidente, pois o
ofensivos como, por exemplo, dano qualifi- crime de dano exige o dolo do agente.
cado (com violência à pessoa ou grave ame-

aça, com emprego de substância inflamável

ou explosiva, contra o patrimônio público
ou por motivo egoístico ou com prejuízo
considerável para a vítima) ou qualquer ou- T E O R I A N A P R ÁT I C A
tro fato em que for afastada a competência Para caracterizar crime de dano, é
do JECrim. necessário que a intenção/dolo do
agente esteja clara e seja específica
de danificar ou assumir o risco de
Não podemos, também, confundir os casos
produzir o resultado dano (Exemplo:
de crimes de furto com rompimento de atirar uma pedra contra a casa de um
obstáculos, pois o rompimento é uma quali- vizinho, apontar um foguete acesso
ficadora do crime de furto e não caracteriza na direção do veículo de alguém etc.).
Não se confunde com casos em que
o crime de dano.
há dano em um objeto, mas este não
foi pretendido ou esperado pelo autor
Nos casos em que a Requisição para Exame (Exemplo: funcionário da companhia
de Corpo de Delito Direto de Dano for emi- de luz que deixa cair uma chave sobre
tida, a guarnição deverá orientar a vítima um veículo estacionado enquanto faz
a manutenção da rede). Outro pon-
para que ela apresente o objeto danificado to crucial para caracterizar o crime
no IGP, de posse da requisição para a emis- de dano, é a sua materialidade, ou
são do Laudo Pericial. seja, há necessidade de dano físico
em algum objeto. (Exemplo: alguém
que arremessa um objeto contra um
Disponibilizamos, na página a seguir, a ima-
veículo, mas não causa nenhum dano
gem de uma impressão de “Requisição Para aparente, não configura o crime.)
Exame de Corpo de Delito Direto de Dano”.

Observação Importante: atentar para o previs-

to no artigo 22 da Portaria de Integração 085/
GABS/SSP/2019, que dispõe o seguinte:
Art. 22. Os policiais atendentes da ocorrência

deverão inserir imagens e informações no BO
que auxiliem de forma conclusiva a elabo-
ração do laudo pericial, em especial no que
se refere às circunstâncias qualificativas do
crime (SANTA CATARINA, 2019, p. 6).
Havendo ou não a emissão da Requisição de

Perícia, para todo e qualquer atendimento em
que um boletim for lavrado, os policiais DE-
VEM colher por meio de imagens provas dos
fatos narrados (Exemplo: foto da lesão, foto do
indivíduo em óbito, foto dos veículos, fotos da
via, fotos de objetos e de tudo aquilo que tiver
qualquer relevância para o caso).
Requisição para Exame de Corpo de Delito Dano Impresso.

Fonte: Elaboração dos Autores (2021). A partir da impressão do documento no PMSC Mobile.

DOCUMENTOS CORRELATOS • TERMO DE APREENSÃO
Termo de Apreensão
O Termo de Apreensão será preenchido Quando se tratar de objeto ilícito

nos casos de BO-TC ou BO-COP (quando o (drogas ou outros materiais de origem
autor estiver no local, mas tiver prerrogativa ilícita), a apreensão ocorre normal-
de função que impeça a condução para a DP, mente, mas não deve ser emitido o
por exemplo) em que o material apreendido, Termo de Apreensão. Nesses casos,
utilizado na prática delituosa, seja de origem “os materiais envolvidos na prática
lícita e com valor agregado, servindo como delituosa serão apreendidos e descri-
recibo para o autor. tos, preferencialmente no próprio Bo-
letim de Ocorrência, e ficarão guarda-
O termo não deve ser emitido em ocorrên- dos na OPM até encaminhamento à
cias finalizadas com BO-PA, pois, nesses Justiça ou entregues na delegacia de
casos, a PMSC faz a retenção e apresentação polícia.
para a Polícia Civil, enquanto a apreensão O TERMO DE APREENSÃO também
será formalizada pelo delegado, se assim ele poderá ser utilizado nos casos de
entender. Nestes casos, é obrigatória a inclu- bens apreendidos em razão do exercí-
são de todos os itens que serão apresenta- cio da polícia administrativa e recibo
dos na delegacia no registro da PMSC, quer de bens de procedência legal com
sejam objetos pessoais do preso, quer sejam valor agregado” (SANTA CATARINA,
outros objetos envolvidos na atividade ilícita. 2019a, p. 27).

DOCUMENTOS CORRELATOS • TERMO DE APREENSÃO
Em qualquer situação duvidosa quanto

à origem, em que o objeto apreendido
é, aparentemente, lícito, o policial pode,
se assim entender necessário, lavrar a
apreensão e fornecer o recibo para o
envolvido proprietário/possuidor.
A informação do proprietário e do bem

deve ser precisa uma vez que a impres-
são trará estes dados servindo de recibo,
como se vê ao lado.
É importante, também, que o policial ca-

dastre com cuidado a marca, modelo, nú-
mero de série, e as condições do objeto
(se há dano, sinais de uso, peças conec-
tadas a ele, por exemplo) e que registre
essas informações também por imagem,
já que o Termo de Apreensão serve como
"recibo" do objeto apreendido.
Termo de Apreensão Impresso.

Fonte: Elaboração dos Autores (2021). A partir da im-
pressão de documento no PMSC Mobile.

DOCUMENTOS CORRELATOS • TERMO DE DEPÓSITO
Termo de Depósito
Este formulário será utilizado somente Assim como no Termo de Apreen-

nos casos em que houver a necessidade são, o Termo de Depósito, que pode
de deixar o autor do fato, ou outra pes- ser visualizado na imagem abaixo,
soa a ser indicada pela guarnição, como imprimirá as informações inseridas
depositário fiel dos bens apreendidos. na lavratura do boletim e deve ser
Para tanto, os objetos deverão ser lícitos preenchido com o máximo de carac-
e não necessitarem de análise pericial. terísticas possíveis do objeto.
Não será utilizado quando o material for
entregue no quartel ou na delegacia. Agora que você já conhece as prin-
cipais formas de encerramento, as
O depósito, principalmente para o modalidades de boletins e os docu-
autor, só deve ser uma prática quando mentos correlatos, devemos partir
o objeto por sua natureza não puder para os demais campos do boletim de
ser removido para o quartel (Exem- ocorrência.
plo: Animais vivos, grandes cargas de
madeira etc.).
Termo de Depósito.
Fonte: Elaboração dos Autores (2021). A partir
da impressão de documento no PMSC Mobile.

DOCUMENTOS CORRELATOS • PROVIDÊNCIAS DIVERSAS
Providências Diversas
Algumas providências complementares são

necessárias para o atendimento de alguns ti- III - Tráfico de substâncias entorpecentes;
pos de ocorrência. As principais e obrigatórias IV - Roubo a banco;
são as que fazem parte do que ficou estabe-
V - Sequestro ou Cárcere privado;
lecido na Portaria de Integração 085/GABS/
SSP/2019, em seu Art. 17: VI - Extorsão;
VII - Crimes praticados por organizações
Art. 17. Nos casos de ocorrência dos criminosas ou associações criminosas.
crimes abaixo elencados, desde que VIII – Estupro e estupro de vulnerável.
não seja caso de encaminhamento de [Incluído pela Portaria nº 082/
pessoas ou bens/objetos à Delegacia de CSSPPO/2022].
Polícia, a central de operações da Polícia
(SANTA CATARINA, 2019c, p. 5).
Militar deverá dar conhecimento conco-
mitante à Delegacia de Polícia Civil da
Os crimes elencados nos incisos I a VII do
área, por meio de ligação telefônica:
Art. 17 receberam especial atenção e ainda
I - Homicídio doloso consumado e não foram tratados no PMSC Mobile com
tentado; o realce que merecem, por isso merecem
II - Latrocínio consumado e tentado; especial atenção dos policiais. Inicialmente,

no caput do artigo, há a previsão de acio- O contato telefônico com a Polícia Civil de-
namento via “Central de Operações”, sendo verá ser feito pela CRE/COPOM para que
esperado que a CRE ou COPOM façam o fique gravado para posterior auditoria, se
contato e complementem a ocorrência com necessário. Após o contato, o Despachan-
os dados do policial civil que foi acionado. te da CRE informará ao policial atendente
da ocorrência o nome do Policial Civil que
atendeu e se eles se farão presentes no
local, ou não. Percebam, porém, que não há
obrigatoriedade de a Polícia Civil se fazer
presente nestes casos, pois essa informação
T E O R I A N A P R ÁT I C A
deve ser constatada em Boletim.
O contato telefônico feito pelo CRE
ou COPOM ficará gravado para Outra providência que foge à normalidade,
posterior auditoria, se necessário. Por
é o policial figurar no boletim como parte
esse motivo, o policial responsável
pela ligação deverá realçar o dever de (envolvido). Por padrão, os policiais aten-
comunicação via portaria. Percebam, dentes não são relacionados como "envol-
porém, que não há obrigatoriedade vidos", exceto se figurarem como autor,
de a polícia civil se fazer presente.
vítima ou testemunha de um fato. (Exem-
plo: Policial que sofreu ameaça, foi vítima
de lesão corporal, etc) Outra exceção é

trazida pela Portaria de Integração nº 085/ os requisitos do art. 25 do Código Penal

GABS/SSP/2019, conforme segue. (legítima defesa).
§ 2º. O policial envolvido na ocorrência
Art. 29. O BO de ocorrência que consig- de confronto deverá ser inserido no BO
nar confronto policial com pessoa ferida como envolvido, com as seguintes parti-
ou morta deve ser registrado conforme o cipações:
rol de fatos a seguir: I – “Autor”, caso não haja dúvidas quan-
I – Pessoa ferida em confronto por agen- to à autoria;
te público em serviço; II – “A apurar”, caso não seja possível
II – Pessoa ferida em confronto por confirmar, no momento do registro, a
agente público fora de serviço; efetiva participação nos fatos (SANTA
CATARINA, 2019c, p.1).
III – Pessoa morta em confronto por
agente público em serviço;
A criação dos fatos elencados nos incisos I
IV – Pessoa morta em confronto por
a IV do Art. 29 criam um “tipo penal” dife-
agente público fora de serviço.
rente de lesão corporal dolosa e homicídio
§ 1º. Considera-se confronto policial e, já de momento é feito o primeiro “jul-
quando a ação estiver relacionada com a gamento” do caso sob a égide da legítima
atividade policial e estiverem presentes defesa.

UNIDADE 3 RESUMO
Na lavratura dos documentos operacionais,

além dos Boletins a PMSC emite outros
Documentos Correlatos ao boletim, dentre
eles, para dois relativos a audiência judi-
cial e dois para requisitar Exame de Corpo
de Delito. Além disso, emite-se outro que
servem para formalizar a apreensão de
objetos lícitos e com valor agregado e mais
um para nomear uma das partes como Fiel
Depositária. Nesta unidade você conheceu
os requisitos para a emissão desses impor-
tantes documentos que complementam os
boletins, principalmente quando exercemos
o ciclo completo de polícia.

UNIDADE 4 PRESCRIÇÕES DIVERSAS
Nesta unidade do caderno de estudos iremos abordar algu-
mas orientações importantes que visam a melhora dos bole-
tins de ocorrências.
Seções da Unidade
• Observações sobre o Relato Policial
• Observações sobre o Relato Individual
• Endereço dos envolvidos
• Gírias e Observações
• Individualização das condutas
64
PRESCRIÇÕES DIVERSAS
Para a apresentação desta temática no Como o objetivo era abordar os eventuais

cadernos de estudos, foi enviada uma nota erros de procedimentos gerados pelos poli-
eletrônica para as Unidades contendo um ciais que atuam na atividade fim e/ou suges-
formulário objetivando obter sugestões dos tões de melhorias, optamos por não trazer
policiais que lavram boletins e/ou, erros de as sugestões ligadas ao aplicativo neste
procedimentos que as Seções Técnicas das documento. Como se tratam de propostas
Unidades constatavam e que mereciam ser valiosas, salientamos que as mesmas foram
abordados. Das respostas obtidas, trare- encaminhadas para a equipe da Inova/DTIC
mos alguns apontamentos importantes nas que é responsável, no âmbito estadual, pela
seções desta unidade. gestão de todo o processo atinente ao Bole-
tim de Ocorrência e ao PMSC Mobile.
Antes, porém, aproveitamos para agradecer
a todos os policiais que colaboraram com o Outro ponto que cabe destaque é que nem
preenchimento do formulário e informamos sempre pode-se dizer que os erros de proce-
que parte das problemáticas e/ou sugestões dimentos/enquadramentos ocorrem por cul-
apontadas referem-se ao sistema PMSC pa dos policiais militares. Isso porque, talvez o
Mobile (alterações das regras de amarra- assunto não tenha sido abordado nos mate-
ções, mudanças das funcionalidades etc). riais de consultas disponibilizados ou, quem
sabe, o enfoque não tenha sido aprofundado.

PRESCRIÇÕES DIVERSAS • OBSERVAÇÕES SOBRE O RELATO POLICIAL
Observações sobre o Relato Policial
Um dos assuntos mais abordados no for- exemplos, tema de nossa próxima unidade
mulário preenchido pelas Seções Técnicas de estudos.
demonstra a dificuldade de entender “o que
houve no local” devido à construção dos Antes, porém, reforçamos que o relato é
relatos, tanto os relatos policiais, bem como uma das principais partes do boletim. Caso
os relatos individuais. Por isso, agora fare- o policial tenha, por descuido ou desconhe-
mos alguns apontamentos. A maior parte cimento, optado pela tipificação incorreta,
das informações estão sendo extraídas do será mais fácil para ajustar e, até mesmo
Cadernos de Estudo da última instrução para julgar o autor, se o relato tiver com-
de revitalização da tropa que se dedicou pleto descrevendo todos os fatos, todos
a abordar, principalmente o relato policial, os detalhes e as condutas de cada um dos
oportunidade em que a autora do Caderno, envolvidos de maneira que alguém que não
Sra. Carolina Maria Bachmann descreveu a esteve no local consiga entender a dinâmica
forma correta de se elaborar um relato poli- da ocorrência e tudo aquilo que a guarnição
cial, inclusive com um passo a passo e com presenciou.

Um dos participantes do questionário O mesmo policial lembrou que:

afirmou que:
uma ocorrência pode

ser muito bem conduzida
Muitos crimes, para sua boa quanto à técnica (abordagem
materialização, dependem perfeita) no entanto, quando é
quase que exclusivamente materializada no relato policial
daquilo que é escrito. Muitos da ocorrência, muito se perde,
PPMM não colhem/transcre- resultando justamente na
vem informações básicas dos baixa qualidade deste
envolvidos sobre como os elemento de prova”.
fatos aconteceram (a maioria
consta: "Nada relatou"). Por
consequência se obtém um
relato policial pobre
que não descreve
fatos com clareza”.

É comum que os policiais se esforcem Exemplo 1

sobremaneira para interceptar um evento
“A guarnição chegou ao local e recebeu a in-
criminoso, prendendo o autor do crime,
formação de que João ameaçou José”, diante
mas todo esse trabalho pode ser perdido
dos fatos lavrou o presente procedimento.
e, quem sabe, até por culpa do próprio
policial, pois o julgador pode deixar de Não basta dizer isso, pois João ameaçou
condenar o agente dos fatos justamente fazer o quê?
pela baixa qualidade deste meio de prova,
pois o policial não apontou os elementos Ameaçou dar um abraço?
de autoria e materialidade no relato policial
da ocorrência e deixou de colher o relato
Ameaçou acionar ele na justiça
individual do autor, limitando-se a escrever
caso ele não pagasse a dívida?
“nada a declarar”.
Ou, ameaçou dar um tiro na cara

Ousamos apontar um exemplo de relato
caso ele não pagasse o aluguel?
em que restaram inúmeras dúvidas sobre a
individualização das ações, pois nos parece
quase que impossível imputar um fato a Para melhor exemplificar, vamos citar um
uma pessoa se não restou claro quais foram exemplo em que o autor do crime de ame-
as palavras usadas pelo autor, vejamos: aça direcionada a um policial militar deixou

de ser condenado, pois, segundo o juiz, no veículo e começou a assobiar e dizer:

relato policial faltaram informações para “ei! vamos logo com isso”. Logo apos
subsidiar a condenação, vejamos: desceu, foi até a viatura, colocou a
mão sobre a VTR e disse ao policial
No caso dos autos, os policiais que sofre- que estava fazendo a autuação den-
ram a suposta ameaça registraram no termo tro da mesma: “vamos logo com isso
circunstanciado, à e-STJ fls. 9/11, que: cara, porque vocês não vão atrás
de bandido?”. Em seguida foi até a
A VTR-4094, em rondas pela região casa de um morador defronte e de
do Alto de Mafra se deparou com o forma sarcástica disse: ” tive que me
veículo VW/Amarok de cor branca, controlar agora”. O condutor ficou
placas ABC-1234 de Mafra, condu- lá o tempo todo até que o policial
zida por Fulano de Tal (42), onde o teve que chamá-lo. Ao ser entregue
mesmo trafegava falando ao telefo- os documentos e oferecido os au-
ne celular e sem cinto de segurança. tos para assinar, esse insatisfeito e
Foi chamado a atenção do condutor com desprezo negou assinar e pegar
e esse visualizando os policiais e a suas vias e disse novamente para
VTR ignorou e seguiu utilizando o prender bandido. Ao entrar em seu
celular. Ao realizar a abordagem na veículo ameaçou a guarnição dizen-
Rua Jorge Sabatke, nº 560, o condu- do “ainda vou te achar sem farda”.
tor foi informado que ia ser autua- Após o fato a guarnição emanou
do. O mesmo permaneceu em seu ordem de parada sendo desobedeci-

da. Houve acompanhamento com o destes, constando apenas o rela-

“giro” ligado e com a sirene ligada, e to policial. Note-se que a suposta
o condutor não parava até que a via- ameaça não foi dirigida a todos os
tura parou logo ao lado e esse parou, policiais, pois o paciente afirma “ain-
os policiais desceram e deram ordem da vou te achar sem farda”. Contudo,
para o condutor encostar o veiculo a vítima não é identificada no termo
e descer. O condutor fechou o vidro circunstanciado nem na denúncia,
do seu veiculo e continuou a ignorar que arrola quatro policiais como
a ordem até que conseguiu sair com testemunhas, sem identificar a(s)
o veiculo e parou na Rua Ptolomeu vítima(s) do crime de ameaça.
de Assis Brasil, 265, onde o condutor
Nesse contexto, embora a represen-
saiu do veiculo e se refugiou em sua
tação no crime de ação penal públi-
residência. Diante dos fatos foi acio-
ca condicionada não exija maiores
nado o comandante de policiamento
formalidades, é imprescindível que
para auxiliar na condução da ocor-
se identifique a vítima, a pessoa que,
rência e lavrar o presente BO-TC por
na hipótese, se sentiu ameaçada, o
desacato seguido de ameaça.
que não consta do termo circuns-
Contudo, referido termo circunstanciado nem da denúncia, não se
tanciado não informa o nome da(s) vislumbrando, assim, quem repre-
vítima(s), não aponta qual ou quais sentou, motivo pelo qual não há se
policiais foram ameaçados, não falar em representação. Note-se
constando sequer a identificação que “é indispensável que o ofendido

efetivamente se sinta ameaçado, Identificou-se também, com base na partici-

acreditando que algo de mal lhe pação dos policiais que responderam à pes-
pode acontecer” (NUCCI, Guilherme quisa, que há necessidade de cuidado nos
de Souza. Código Penal Comentado. relatos policiais envolvendo crimes como o
15. ed. rev., atual. e ampl. Rio de de ameaça, desacato, resistência, violação
Janeiro: Forense, 2015. p. 817). de domicílio, injúria, dentre outros.
No caso dos autos, o fato de nem

Nos casos enquadrados como resistên-
ao menos ter se identificado a víti-
cia, quando a lei penal utiliza a expressão
ma, denota não apenas a ausência
opor-se à execução de ato legal, mediante
de representação, mas igualmente
violência ou ameaça, não está abrangendo
a deficiente configuração do tipo
toda e qualquer resistência, mas, sim, aque-
penal, pois não se pode concluir, pela
la de natureza ativa, já que a resistência
narrativa constante dos autos, que
passiva tampouco tipifica o ato.
os policiais se sentiram ameaçados
pela frase do “ainda vou te achar
Nesse sentido, é de extrema importância
sem farda”. Ademais, cuidando-se de
descrever no relato policial, de maneira
suposta ameaça contra uma pessoa
pormenorizada, qual resistência ativa foi
e não várias, reitero ser necessário
exercida pelo autor, apresentando se foi por
identificar quem é a vítima (TALON,
meio de vias de fato, lesões corporais ou
2019, n.p).

até mesmo resultando na prática do deli- do Charlie entrasse na casa o autor “saberia
to de homicídio. Vale lembrar ainda que a onde o policial e sua família residiam” [...].
ameaça também poderá ser utilizada como
Já no delito de desobediência não há vio-
meio para a prática do crime em estudo.
lência ou ameaça praticada pelo autor, ou
EXEMPLO DE RESISTÊNCIA ATIVA: seja, ocorre apenas um descumprimento da
ordem legal emitida por funcionário público,
[...] Que a guarnição 0506, dando cumpri- seja fazendo, ou mesmo deixando de fazer
mento ao mandado de busca e apreensão alguma coisa que a lei impunha. Nesses
nº 0004022-98.2022.8.26.0360, na Rua episódios é imprescindível descrever qual
das Nações nº 54, foi recebida pelo senhor ordem e como a determinação legal foi
Igor Almeida, proprietário da residência. O desobedecida, apresentando quem e de que
Sr Igor, após ser informado pelo soldado maneira ela foi emitida para que não restem
Charlie, através da leitura do mando de
dúvidas de que a ordem foi dada de forma
busca e apreensão, que a guarnição entra-
clara e que se tratava de determinação legal.
ria na residência para cumprir a diligência,
passou a opor-se ativamente a execução EXEMPLO DE DESOBEDIÊNCIA:
do ato legal desferindo empurrões e socos
sobre o colete do soldado Charlie, resultan- [...] Que a guarnição 0506, dando cumpri-
do na queda do policial ao chão, impedindo mento ao mandado de busca e apreensão
que ele adentrasse na residência. Salienta- nº 0004022-98.2022.8.26.0360, na Rua
-se ainda que o Sr Igor também ameaçou o das Nações nº 54, foi recebida pelo senhor
referido policial relatando que caso o solda- Igor Almeida, proprietário da residência. O

Sr Igor, tendo ciência inequívoca da ordem descreva quais palavras ou atos foram emi-
emanada pelo soldado Charlie, através da tidos durante a consumação do fato.
leitura do mando de busca e apreensão,
que a guarnição entraria na residência para EXEMPLO DE DESACATO:
cumprir a diligência, passou a desobede-
[...] Que a guarnição 0506, dando cumpri-
cer tal determinação ficando em frente à
porta da casa, impedindo que a guarnição mento ao mandado de busca e apreensão
adentrasse ao local, forçando, inclusive, a nº 0004022-98.2022.8.26.0360, na Rua

maçaneta da porta, desobedecendo todas das Nações nº 54, foi recebida pelo senhor
as ordens legais emanadas [...]. Igor Almeida, proprietário da residência. O
Sr Igor, tendo ciência inequívoca da ordem
Percebam que aqui ele segurou a maçaneta,
emanada pelo soldado Charlie, através da
mas isso não é suficiente para imputar o
leitura do mando de busca e apreensão,
crime de resistência, pois o crime de resis-
que a guarnição entraria na residência para
tência merece que ela tenha sido “ativa”.
cumprir a diligência, visivelmente revolta-
O crime de desacato deve ser entendido do com a situação passou a desacatar a

no sentido de faltar com o devido respei- guarnição policial com os seguintes dizeres
to, afrontar, menosprezar, sendo qualquer “vocês não fazem porra nenhuma, cambada
palavra ou ato que redunde em vexame, de pé de porco, filhos da puta, deveriam estar
humilhação ou desprestígio ao funcionário. prendendo bandido e não entrando na casa
Nesse sentido, torna-se imperioso que se de gente do bem” [...].

No exemplo acima, além de ter ficado baseada na impressão subjetiva do policial

claro o crime de desacato, também quanto à atitude suspeita do abordado.
evidenciou o cumprimento da Diretriz
nº 037/Cmdo-G/2019 que estabelece Nesse sentido, a fundada suspeita é requisi-
que o policial deve descrever de maneira to fundamental e imprescindível para justifi-
pormenorizada as condutas praticadas pelo car a efetivação da busca pessoal. As cir-
autor. Embora todos saibamos que o policial cunstâncias que caracterizaram a fundada
precisa ser cuidadoso em suas falas, não suspeita precisam ser descritas de maneira
podemos deixar de descrever as palavras expressa e detalhada no relato policial do
do autor do fato, para que fique evidente o boletim de ocorrência lavrado, para que não
crime praticado por ele. haja ilegalidade da prisão, ilicitude da prova
e nem eventual responsabilidade por abuso
Já a busca pessoal e a fundada suspeita, de autoridade.
encontram-se no centro do debate público,
mais ainda depois das recentes decisões Vejamos alguns exemplos de circunstâncias
dos Tribunais Superiores, que seguem no que caracterizam a fundada suspeita para a
sentido de desconsiderar a busca pessoal busca pessoal nas imagens da página seguinte.

Tentou fugir
da abordagem
policial. Foi sentido forte
Nervosismo e odor de maconha
mudança repentina exalado.
de direção após vi-
sualizar a viatura
policial.
IMPORTANTE
Foi visto
escondendo/ Não basta mencionar apenas a
arremessando objeto expressão “fundada suspeita” no
ao notar viatura relato policial, sendo indispensá-
policial. vel detalhar de maneira porme-
Volume exagerado norizada as circunstâncias que
nos bolsos, indicando a compõem, em conformidade
estar ocultando com o caso existente.
Denúncia anônima arma ou droga.
indicando que o agente
estava ocultando algo O ideal é que se apresente mais de
ilegal consigo. Foi visto objeto uma circunstância caracterizada no
saliente sob as relato policial.
vestes, dando nítida
impressão de estar
armado.

PRESCRIÇÕES DIVERSAS • OBSERVAÇÕES SOBRE O RELATO INDIVIDUAL
Observações sobre o Relato Individual
Agora que vimos os relatos policiais, vamos Inclusive os tribunais superiores já se ma-
verificar como deve funcionar em relação nifestaram apontando que a pessoa ao ser
aos relatos individuais? abordada, se pesar contra ela a prática de
um crime deve, antes de ser questionada,
Com relação aos relatos individuais advertida do seu direito ao silêncio, sob
(relato das partes), é indiscutível pena de confissão ser considerada ilícita e
que os envolvidos têm a opção as provas daí recorrentes.
de “nada declarar” no momento
da prisão em flagrante. É, inclusive, Nesse sentido o atendente da ocorrência,
um dos direitos constitucionais previs- responsável pela lavratura do BO, deverá
tos no Art. 5º, inciso LXIII da CRFB, no qual destinar a primeira linha do relato individual
está expresso que: para especificar o direito constitucional do
o preso será informado de seus envolvido na infração penal, sugerindo-se,
direitos, entre os quais o de perma- para tanto, o seguinte texto: "Advertido
necer calado, sendo-lhe assegurada a sobre o seu direito de permanecer em silêncio,
assistência da família e de advogado declarou que…"
(BRASIL, 1988, p. 7).

sua ação. Percebe-se que muitas vezes isso

acaba sendo “desperdiçado” pelo policial,
caso ele preencha o relato individual tão
somente com a afirmação de que “o
autor não quis se manifestar”. Essa
atitude contraria, inclusive, a previsão
deste caderno, pois ensinamos que
o relato individual deve ser preen-
chido com base nas informações
prestadas por eles, sem qualquer
interferência por parte da guarnição.
É importante ressaltar que aqui não está se

propondo que os policiais coajam a confissão,
pois, além de configurar ato ilegal, a confissão
Contudo, sabemos também que a gran- informal é nula se policiais não avisam sobre
de parte dos presos, mesmo após terem direito ao silêncio.
tomado ciência dos seus direitos, dentre
eles o de permanecer em silêncio, acabam Cabe advertir que o relato das partes é indi-
espontaneamente optando por relatar a sua vidual e deve ser construído com base nas
versão dos fatos e por contar detalhes da informações prestadas por elas, ainda que

o policial perceba que não são condizentes

com a realidade dos fatos.
Ainda que se perceba que o autor pode es-

tar mentindo, tudo o que ele declarar será
colocado no seu relato. É no relato policial
que tais contradições serão esclarecidas e
através do relato policial que a verdade será
assegurada, garantindo que os elementos
para instrução do feito e para sentença che-
guem ao Ministério Público e à Justiça.
Grande parte dos BO-TC que baixam para

novas diligências decorrem de relatos incom-
pletos e inconclusivos. Além de gerar retra-
balho, isso pode macular a imagem da cor-
poração que sempre zelou pela excelência.

PRESCRIÇÕES DIVERSAS • ENDEREÇOS DOS ENVOLVIDOS
Endereços dos envolvidos
Aproveitando a problemática que é gerada Acredita-se que é de conhecimento da

pela necessidade de realização de novas maioria que os nossos sistemas de inteli-
diligências citadas no parágrafo anterior, gência são abastecidos, em grande parte,
o formulário de coletas de dados que em- das informações extraídas do sistema SISP/
basou este trabalho trouxe vários aponta- Integra. Portanto, quando o policial deixa
mentos relacionados a não atualização dos de coletar o endereço atualizado e o núme-
endereços dos envolvidos por parte dos po- ro de telefone do envolvido e opta por usar
liciais responsáveis pelo encerramento das o endereço da ocorrência como “endereço
ocorrências. Há informações de que policiais residencial” ou o endereço auto completa-
estariam usando os endereços do local da do pelo sistema, corre-se o risco de estar
ocorrência como endereço residencial ou inserindo uma informação falsa no sistema,
usam o endereço já cadastrado no sistema dados que mais adiante seriam fundamen-
sem nem sequer perguntar se o envolvido tais para o cumprimento de uma diligência
ainda reside no local. Mais tarde, quando ou, até mesmo, para cumprimento de um
necessário localizá-lo, percebe-se que ele mandado.
deixou de residir no local há muito tempo.

PRESCRIÇÕES DIVERSAS • GÍRIAS E ABREVIAÇÕES
Gírias e abreviações
Já imaginou estar lendo um documento QTH, COPOM etc. Nas ocorrências com
e encontrar abreviações da internet e ou mais de um envolvido, lembrar de colocar
gírias comuns na linguagem coloquial? sempre o nome das partes nos relatos e evi-
tar usar termos ou abreviações que possam
Pois é… este é um cuidado que o policial confundir ou gerar dúvidas.
deve ter!
Você acha que o destinatário sabe o que
É interessante, também, que os policiais significa cada uma das abreviações?
evitem usar termos que são comuns em
nosso cotidiano, mas que possam gerar dú- Abreviação Significado
vidas para as demais pessoas. Cabe avisar GU Guarnição
que os boletins têm como destinatários as CRE Central Regional de Emergência
seguradoras, os membros dos Tribunais de E1 Envolvido nº 1
justiças, do Ministério Público, os advoga- V1 Veículo nº 1
dos, as empresas, as pessoas da comunida- VTR Viatura
des, enfim, são vários destinatários e nem QTH Local
todos sabem o que é GU, CRE, E1, V1, VTR, COPOM Central Operacional da Polícia Militar

PRESCRIÇÕES DIVERSAS • INDIVIDUALIZAÇÃO DAS CONDUTAS
Individualização das condutas
Vejam um outro exemplo que foi extraído identificados e suas condutas não foram
das respostas do Formulário de coleta de individualizadas. Imagine-se no lugar do
dados que foi disponibilizado para que os julgador para ver se é possível identificar:
policiais pudessem trazer sugestões para
este caderno de estudos: a) Qual das cunhadas? Como ela se chama?
b) E o marido dela, qual é o nome dele?
EXEMPLO
c) Entraram em atrito verbal, mas quais pa-
"Relatou que sua cunhada e o marido de sua lavras usaram? Usaram palavras injurio-
cunhada, estavam em atrito verbal em casa, sas? Quem proferiu as palavras? Todos
que a relatante ouviu a mãe do marido de sua os envolvidos?
cunhada, xingar sua sogra, e também xingou
d) A mãe do marido de sua cunhada xingou
a relatante de vagabunda, que ficou nervosa
a sogra, xingou a relatante de vagabunda
e partiu para vias de fato quando ela pegou o
(aqui, ao menos citaram o termo utiliza-
óculos e entrou na casa".
do pela autora, mas que não sabemos
No exemplo anterior, percebemos que há quem é).
mais de um envolvido e eles não foram e) Quem ficou nervosa? Quem pegou os

óculos? Esses óculos eram da própria É comum ouvir nos corredores dos quartéis
pessoa que pegou, pois estava caído ou que o policial não é perito e que ele não
alguém se apropriou de um par de ócu- pode descrever no boletim a sua opinião.
los de outra pessoa? De fato, o policial não é perito, mas muitas
f) Entrou na casa de alguém ou invadiu o vezes a opinião do policial é importante
domicílio de outra pessoa? para a resolução do feito. E é por isso que
a Diretriz de Procedimento Permanente nº
Lembramos que construir um relato policial 037/CMDO-G/2019 que estabelece no re-
vai muito além de “copiar e colar” o relato lato policial “pode conter, desde que assina-
dos envolvidos. Além de ser desnecessário ladas, como tais, opiniões e impressões do
e, até perda de tempo (pois os relatos das próprio agente policial sobre o fato”.
partes já estarão disponíveis no boletim),
não cumpre com os objetivos previstos na Dentre as sugestões obtidas no Formu-
Diretriz de Procedimento Permanente nº lário de respostas, percebeu-se, também,
037/CMDO-G/2019 que estabelece que o que nos casos de acidente de trânsito com
policial deve descrever todas as circunstân- vítimas (lesão corporal culposa na direção
cias relevantes, sua autoria e materialidade de veículo automotor), há muitos BO-TC
(tudo que viu e ouviu e concluiu), as provi- sendo lavrados nos casos em que a vítima
dências adotadas pela guarnição (se houve optou por “decidir posteriormente sobre a
apreensão de objetos, coletas de provas etc) representação”. A Portaria nº 085/GABS/
e, inclusive, quando necessário emitir, de SSP/2019 alterou a forma de encerramento
maneira imparcial, juízo de valor sobre o fato. das ocorrências envolvendo crimes de ação

penal pública condicionados a represen- É comum, também, que mesmo que não te-
tação e/ou privadas. Agora, caso a vítima nha tido vítimas de lesão (apenas danos ma-
optar por não representar (ou por decidir teriais), os policiais deixam de enquadrar os
posteriormente), a modalidade deixa de ser autores de acidentes que se evadem do local
BO-TC e passa a ser BO-COP, vejamos: para fugir à responsabilidade penal ou civil
que lhe possa ser atribuída, pois eles tam-
bém comentem o crime previsto no Art. 305
Art. 15. A Polícia Militar registrará BO
do CTB e, portanto, a modalidade já deixa de
na modalidade Comunicação de Ocor-
ser o BO e passa a ser, no mínimo, BO-COP
rência Policial, conforme Art. 2º do De-
e merece ser citado o enquadramento acima.
creto Estadual 660/2007, nas seguintes
hipóteses:
EXEMPLO
I - se o autor do fato estiver ausente na
A Guarnição é acionada para uma ocorrên-
cena do crime, ou sendo desconhecido,
cia de trânsito e, ao chegar, constata que há
não sendo por nenhum meio localizável;
uma motocicleta caída com danos de gran-
II - no caso de ação penal privada ou de monta e, ao lado dela, um motociclista
condicionada à representação em que com uma fratura exposta na perna. Ao con-
a vítima se manifesta pelo interesse de versar com o motociclista, descobrem que
não exercer o direito de representação o causador do acidente parou, recolheu o
ou queixa, ou de decidir posteriormente. espelho retrovisor do carro que havia caído,
(SANTA CATARINA, 2019c, p.1) mas evadiu-se do local em seguida.

Como percebem, no exemplo citado per- que lhe possa ser atribuída”, previsto
cebemos mais de um fato e, portanto, o no Art 305 do CTB,
autor deverá ser qualificado como:
f) Outros fatos constatados pela
guarnição.
a) Motorista do “acidente de trânsito
IMPORTANTE
com pessoa ferida ou morta”
Como já citado em outro campo des-
b) Autor do fato “acidente de trânsito Quando atenderem ocor-
te Caderno, não cabe, nesses casos, o
rência de veículos “arrom-
com pessoa ferida ou morta” enquadramento pelo crime de dano, pois bados” em que o objetivo
c) Autor da “lesão corporal culposa na o crime de dano exige o dolo (vontade do tenha sido furtar algo
do seu interior, na hora
direção de veículo automotor” previs- autor em danificar) e, no caso acima, os
de cadastrar o veículo é
ta no Art. 303 do CTB; danos causados pela batida decorreram necessário atribuir uma
d) Autor do fato “Deixar o condutor do de um acidente culposo. Seria diferente participação e, nesses
casos, jamais devem optar
veículo, na ocasião do acidente, de se fosse constatado que o autor teria
por preencher o campo
prestar imediato socorro à vítima, ou, agido de forma intencional, ou seja, se “subtraído”, pois isso pode
não podendo fazê-lo diretamente, por tivesse utilizado o veículo como “arma do gerar o alerta de “veícu-
justa causa, deixar de solicitar auxílio crime” para atingir com o intuito de ma- lo com registro de furto/
roubo” Afinal, na situação
da autoridade pública” conhecida chucar o motociclista ou danificar a sua citada acima, o veículo não
como “omissão de socorro”, prevista moto. Com isso, deixaria de ser “acidente foi subtraído, apenas dani-
no Art 304 do CTB; de trânsito” e, possivelmente os crimes ficado para que os objetos
que estavam dentro dele
e) Autor do fato “Afastar-se o condutor deixariam de ser do CTB e passariam a pudessem ser levados.
do veículo do local do acidente, para ser os crimes do Código Penal (lesão cor-
fugir à responsabilidade penal ou civil poral grave, dano qualificado etc.).

UNIDADE 4 RESUMO
Ainda que exerçamos o ciclo completo de polícia nos casos de

BO-TC, esses apontamentos são essenciais em todas as modalida-
des, pois um boletim de qualidade gera segurança para quem lê,
para quem julga e para quem precisa das informações. É, também,
um dos mais importantes meios de coletas de dados que serão
utilizadas pela corporação e, principalmente por você, pois quan-
do você consulta um nome de um suspeito e consegue ver quan-
tas vezes foi preso, o endereço das ocorrências, onde ele mora e
ver a foto dele, saiba que provavelmente esses dados foram inse-
ridos por um policial da ponta que teve a preocupação de coletar
as imagens e as informações de maneira correta.
Para finalizar esta temática, então, traremos agora uma unidade

dedicada a construção do relato policial e que contempla os re-
quisitos mínimos, os exemplos e os principais pontos que devem
ser observados para a construção de uma das partes mais impor-
tantes do boletim, a saber, o relato policial.

UNIDADE 5 RELATO POLICIAL
Sabemos que todos os assuntos abordados neste Caderno são de
grande importância, pois é, também, através de um boletim de
qualidade que levamos nossa imagem para fora da PMSC. Mas,
esta Unidade que agora inicia é fundamental para garantir a quali-
dade dos boletins. Nela, vocês aprenderão quais são os cuidados,
os principais requisitos e a importância de cada uma das etapas
do relato policial.
Seções da Unidade
• Passo a passo para elaboração do Relato Policial do Ocorrido
86
MODALIDADES DE BOLETINS NA PMSC • PASSO A PASSO PARA ELABORAÇÃO DO RELATO POLICIAL DO OCORRIDO
Passo a passo para elaboração do

relato policial do ocorrido
Todos os campos do Boletim têm a sua im- escritórios de advocacia, as seguradoras,

portância e requisitos para preenchimento. o Ministério Público, o Poder Judiciário,
Na Diretriz de Procedimento Permanente enfim, são inúmeras pessoas que precisarão
nº 037/CMDO-G/2019 estão expressos os entender o que houve no local e qual foi a
conceitos fundamentais e o significado de dinâmica dos acontecimentos.
cada item dos formulários e os procedimen-
tos de persecução dos documentos opera-
cionais PMSC.
Um dos pontos fundamentais para produzir

um boletim de qualidade é o relato poli-
cial, pois é por meio dele que a guarnição IMPORTANTE
descreverá tudo o que houve, de maneira Saber quem foi o autor de um
a permitir que alguém que não esteve no fato, quem foi a vítima, se há
local da ocorrência entenda claramente a testemunhas ou outros meios de
provas só será possível se houver
dinâmica dos fatos. O nosso boletim tem
empenho da guarnição na hora de
vários destinatários, isto é, os próprios construir o relato policial.
envolvidos na ocorrência, as empresas, os

Para que fique mais claro a importância do to policial, a guarnição deverá o fazer
relato policial, a Major PM Carolina Maria descrevendo todos fatos, de maneira
Bachmann (2021) trouxe aqueles que são que alguém que não esteve no local
os principais pontos desejáveis na constru- consiga entender a dinâmica da ocor-
ção do relato policial. Acompanhe: rência e tudo aquilo que a guarnição
presenciou (BACHMANN, 2021).
Preencher o relato policial na finali-
zação de uma ocorrência no PMSC Um dos pontos fundamentais para produzir
Mobile nada mais é do que descrever um boletim de qualidade é o relato policial,
tudo o que a guarnição viu, ouviu pois é através dele que a guarnição descre-
e o que concluiu com base no que verá tudo o que houve, de maneira a permi-
presenciou e nos relatos colhidos. tir que alguém que não esteve no local da
Além disso, no relato policial do ocorrência entenda claramente a dinâmica
ocorrido devem ser descritas todas dos fatos.
as providências adotadas pela guar-
nição, como por exemplo, apreensão O nosso boletim tem vários destinatários,
de objetos, coleta de provas através isto é, os próprios envolvidos na ocorrência,
de fotografia, vídeo, ou através de as empresas, os escritórios de advocacia, as
gravação por câmera policial indivi- seguradoras, o Ministério Público, o Poder
dual, providências administrativas Judiciário, enfim, são inúmeras pessoas que
de trânsito adotadas, necessidade de precisarão entender o que houve no local
uso da força etc. Ao elaborar um rela- e qual foi a dinâmica dos acontecimentos.

Saber quem foi o autor de um fato, quem de fotografia, vídeo, ou através de

foi a vítima, se há testemunhas ou outros gravação por câmera policial indivi-
meios de provas só será possível se houver dual, providências administrativas
empenho da guarnição na hora de construir de trânsito adotadas, necessidade
o relato policial. de uso da força etc.
Para que entendam a importância do relato Ao elaborar um relato policial, a

policial, a Major PM Carolina Maria Ba- guarnição deverá o fazer descre-
chmann trouxe aqueles que são os prin- vendo todos fatos, de maneira que
cipais pontos desejáveis na construção do alguém que não esteve no local
relato policial. consiga entender a dinâmica da
ocorrência e tudo aquilo que a
Preencher o relato policial na finali- guarnição presenciou (BACHMANN,
zação de uma ocorrência no PMSC 2021, p. 4).
Mobile nada mais é do que des-
crever tudo o que a guarnição viu, A Diretriz de Procedimento Permanente
ouviu e o que concluiu com base no nº 037/CMDO-G/2019 definiu o relato
que presenciou e nos relatos colhi- policial como: “Nada mais é do que o RE-
dos. Além disso, no relato policial do LATÓRIO DE ATENDIMENTO lavrado pelo
ocorrido devem ser descritas todas policial militar que atendeu a ocorrência
as providências adotadas pela guar- com descrição e conclusão com base nas pro-
nição, como por exemplo, apreensão vas colhidas e nas oitivas realizadas” (PMSC,
de objetos, coleta de provas através 2019b, grifo nosso).

Para a elaboração do relato policial, de dicação de que as partes demonstravam

acordo com a própria Diretriz, devem ser exaltação ou medo, por exemplo, podem
observados os princípios a seguir. ser exploradas na audiência de instrução
e julgamento, desde que tal fato chegue
1. Fornecer ao Ministério Público e à Justi- ao conhecimento da autoridade judicial);
ça os elementos para instrução do feito
5. Nos delitos formais ou de mera conduta
e para sentença.
(aqueles em que a ação do autor é a pró-
2. Ser objetivo, descritivo e sucinto, indi- pria consumação do delito, não exigindo
cando todas as circunstâncias considera- resultado material, tais como, violação de
das relevantes, sua materialidade/autoria domicílio, porte entorpecentes, ameaça,
e as provas colhidas e fazendo uso das calúnia, difamação etc.), é necessário que
informações contidas nas declarações o atendente, ao relatar o fato, descreva,
prestadas pelo autor, ofendido e eventuais pormenorizadamente, a conduta praticada,
testemunhas. inclusive referindo gestos, palavras, sinais
3. Direcionar a construção do relatório como e ações realizadas, pois que a essência do
forma de ENCERRAMENTO do atendi- delito é a ação do autor.
mento da ocorrência. 6. O atendente da ocorrência, responsável
4. Quando necessário, emitir, de maneira pela lavratura do BO, deverá destinar a
imparcial, juízo de valor sobre o fato. De primeira linha do Relatório para especifi-
modo que pode conter, desde que assi- car a infração penal ou fato que entende
naladas, como tais, opiniões e impressões ter ocorrido, sugerindo-se, para tanto, o
do próprio agente policial sobre o fato (in- seguinte texto: “Trata-se de ocorrência

de furto simples, furto qualificado, mento é, essencialmente, informal e

ameaça etc”. oral. Muitas vezes, este será o único
7. As testemunhas, quando da lavratura documento produzido na instrução do
do BO na forma TC, não serão inti- feito, sendo que deverá primar pelo
madas, pois a primeira audiência no conteúdo (PMSC, 2019, grifo nosso).
JECrim se destina à conciliação entre
É importante destacar que nem sempre
o(s) ofendido(s) e autor(es) da infração
os autores contarão todos os detalhes e
penal ou oferecimento da transação
existe a possibilidade de que eles venham IMPORTANTE
penal; a presença ou não de outras
até omitir informações ou contar uma
testemunhas do fato deverá constar O relato policial deve
versão que se afasta da realidade. Mas, o fazer uso das declarações
neste campo, visando evitar que, na
relato das partes é individual e deve ser das partes, das testemu-
fase judicial, ocorra o arrolamento de
nhas e das informações
construído com base nas informações
testemunhas não presenciais do fato. que conseguiu eviden-
prestadas por elas, ainda que o policial ciar no local (câmeras de
8. Presume-se fidedignidade de todas as perceba que podem não condizer com a monitoramento, vestígios
afirmações da autoridade que relata realidade dos fatos. É no relato policial etc.) para descrever de
os fatos, salvo quando antecipada- forma clara o que aconte-
que tais contradições serão esclarecidas ceu. Deve, inclusive, emitir
mente ressalve que decorre de infor- e através dele que a verdade será assegu- juízo de valor sempre que
mação das partes. rada, garantindo que os elementos para for possível, pois isso será
explorado na audiência vi-
9. O Relatório tem vital importância na instrução do feito e para sentença che- sando descobrir a verdade
apreciação do fato, eis que o procedi- guem ao Ministério Público e à Justiça.

Passo a passo para elaboração

do relato policial do ocorrido
O próprio aplicativo PMSC Mobile traz, na aba

do relato policial, um roteiro de elaboração de
relato, conforme detalhado na imagem a seguir.
Para esclarecer como preencher cada

um desses passos e atender a todos os
requisitos previstos na Diretriz de Proce-
dimento nº 037/CMDO-G/2019, exem-
plificaremos, a seguir, cada um dos passos
que devem ser adotados pela guarnição.
PMSC Mobile - Relato Policial.
Fonte: PMSC (2021).

Iniciar o relato indicando o(s) fa-

to(s) constatados pela guarnição, Informar como a guarnição tomou
da seguinte forma: Trata-se de conhecimento dos fatos.
ocorrência de [...]
Ex. 1: No dia 18/03/2021, por volta
Ex. 1: Trata-se de ocorrência de das 8h, a guarnição foi acionada pela
furto qualificado. Central Regional de Emergências para
atendimento de ocorrência de furto já
Ex.2: Trata-se de ocorrência de ocorrido no Mini Mercado Preço Bom.
acidente de trânsito apenas com
danos materiais. Ex. 2: No dia 18/03/2021, por volta
das 10h30, a guarnição em rondas
preventivas pela Rua das Flores depa-
rou-se com um acidente de trânsito
envolvendo os automóveis VW Gol
de placas AAA 1234, conduzido pelo
Sr José de Souza e Fiat Palio placas
YYY-4321, conduzido pela Sra Maria
da Silva.

Informar o que a guarnição constatou ao chegar no da via. O VW Gol de placas AAA 1234 apresentava
local dos fatos e quem eram as pessoas presentes avarias na parte dianteira e o Fiat Palio placas YYY-
no local. 4321 apresentava avarias no para-lamas traseiro es-
querdo e na porta traseira esquerda. Havia detritos
Ex. 1: Chegando ao local dos fatos, a guarnição se na pista e uma grande marca de frenagem. Nenhum
deparou com o Sr Armando da Silva, proprietário dos envolvidos apresentava lesões. A senhora Luíza
do Minimercado, o qual informou que, ao chegar Mendonça, que trabalha em um salão de beleza nas
para trabalhar pela manhã, percebeu que uma janela proximidades, estava também no local e disse que
basculante que fica nos fundos do estabelecimen- ouviu o barulho de frenagem de um veículo, seguido
to havia sido arrombada. A guarnição constatou o de um forte estrondo e saiu do interior do estabe-
arrombamento da janela, além de prateleiras vazias lecimento para ver o que havia ocorrido e se havia
alguém ferido precisando de ajuda.
e outras com mercadorias reviradas no interior do
estabelecimento. A gaveta do caixa do estabeleci-
IMPORTANTE: Lembre-se sempre de descrever se
mento também estava aberta e vazia. O expositor
havia testemunhas no local no momento da chegada
que fica junto ao caixa do minimercado, no qual
da guarnição e qualifique essas testemunhas. Se não
ficam as carteiras de cigarros, estava também com-
foi possível qualificá-las e ouvi-las, explique o mo-
pletamente vazio.
tivo. Deixe sempre claro se as testemunhas foram
Ex. 2: Ambos os veículos já haviam sido retirados identificadas pela própria guarnição ou se foram
do meio da pista e estavam estacionados na lateral indicadas pelas partes.

Fazer um breve resumo da dinâmica dos fatos, com bebidas. Não foi possível identificar com clareza as
base no que a guarnição constatou e com base no cores das vestimentas do autor do furto, por conta
que as partes relatam (o que ocorreu, como ocor- da baixa definição das imagens.
reu, quando ocorreu, onde ocorreu, quem eram os
Ex. 2: A guarnição então passou a ouvir as partes,
envolvidos e por que ocorreu). Encerrar informan-
sendo que o Sr. José de Souza, condutor do VW Gol,
do o que a guarnição concluiu sobre o ocorrido.
relatou que transitava pela Rua das Flores no sentido
Centro-Bairro quando o veículo Fiat Palio, conduzido
Ex. 1: O Sr. Armando relatou que saiu do mini mer-
pela Sra. Maria da Silva, saiu do estacionamento de um
cado na noite anterior, por volta das 21h e trancou o
salão de beleza que fica do lado direito da via e cortou
estabelecimento, como sempre faz. Deixou no caixa
sua frente, na tentativa de cruzar a pista com o propó-
apenas as cédulas menores, de R$ 2 e de R$ 5 e as
sito de seguir no sentido Bairro-Centro. O Sr. José rela-
moedas. Disse que acredita que havia cerca de R$
ta que tentou frear para evitar o impacto, mas não teve
50,00 no caixa. Relatou que o estabelecimento não
tempo. Já a senhora Maria da Silva afirma que olhou
conta com sistema de alarme, mas possui câmeras. A
para os dois sentidos antes de adentrar na via com seu
guarnição, então, passou a verificar as imagens junto
veículo e que avistou o VW Gol se aproximando, mas
ao proprietário do estabelecimento e percebeu que
imaginou que daria tempo de cruzar a via.
por volta das 2h da madrugada, um indivíduo magro,
vestindo um casaco de moletom, bermuda e boné Pelo relato das partes, e pelo que a guarnição verificou
claro, entrou no estabelecimento, arrombando a no local, conclui-se que o acidente foi causado por
gaveta do caixa e subtraindo os valores que ali se falha humana da condutora, Sra. Maria da Silva, que
encontravam. Os cigarros que estavam no expo- entrou na via sem a atenção devida, interceptando a
sitor também foram todos subtraídos e colocados trajetória do veículo conduzido pelo Sr. José de Souza
em uma mochila, assim como algumas garrafas de e provocando o acidente.

Descrever as diligências e providências adotadas Mobile. O Sr. Armando foi orientado a salvar as ima-
pela guarnição (apreensão de objetos, fotogra- gens do seu circuito fechado de TV. Todo o atendi-
fia, uso da força, uso de algemas, providências mento da ocorrência foi gravado por câmera policial
administrativas de trânsito adotadas, etc) bem individual. A janela arrombada e o interior do merca-
do foram devidamente fotografados e foi lavrado o
como o desfecho final (lavratura ou não de BO) e
presente BO-COP, encerrando-se a ocorrência.
local de encaminhamento das partes (delegacia,
hospital, liberadas após assinatura de termo de Ex. 2: A guarnição ofertou o teste do etilômetro aos
condutores, os quais se submeteram ao teste, que
compromisso de comparecimento etc.).
resultou em 0,00 mg/l para ambos. Foram verifica-
dos também os documentos de ambos os veículos
Ex. 1: A guarnição verificou se havia mais alguma e a habilitação dos condutores, constatando-se que
câmera de vídeo monitoramento voltada à rua nos o veículo Fiat Palio estava com licenciamento atra-
estabelecimentos próximos, a fim de confirmar o sado, razão pela qual lavrou-se o respectivo AIT,
sentido tomado pelo autor dos fatos após o furto e recolhendo-se o veículo ao pátio. Toda a ocorrência
o meio de fuga utilizado, mas não localizou nenhu- foi gravada por câmera policial individual e fez-se
ma câmera. Diante dos fatos, a guarnição coletou também o registro fotográfico do local e dos veí-
as imagens do sistema de vídeo monitoramento do culos. A guarnição então lavrou o presente Boletim
Minimercado através de filmagem da tela do moni- de Ocorrência e as partes permaneceram no local
tor e anexou essas imagens na ocorrência do PMSC (SANTA CATARINA, 2019a, p. 8-11).

UNIDADE 5 RESUMO
Finalizamos mais essa Unidade e, por meio dela,

tentamos demonstrar que todos os requisitos
para a construção do relato policial devem ser
respeitados.
Nos exemplos de relatos trazidos, ficou claro que

é possível expor o que houve e a dinâmica dos fa-
tos, de modo que uma pessoa que não esteve no
local consiga entender. E este é, talvez, um dos
requisitos mais importantes do botelim de ocor-
rência. A importância aumenta ainda mais nos
BO-TC, já que a autoridade que vai julgar o fato
apontado não esteve no local e é, via de regra, no
relato policial que vai buscar todas as informa-
ções para aplicar a justiça e a lei.

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
De acordo com a Lei 9.099/95 que Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, po-
demos afirmar as que:
Assinale V para as afirmações Verdadeira e F para as afirmações Falsas.

( ) A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado
e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providencian-
do-se as requisições dos exames periciais necessários.
( ) Ao autor de infração penal de menor potencial ofensivo que for imediatamente encaminha-
do ao Juizado ou que assumir o compromisso de comparecer ao Juizado Especial Criminal,
quando for solicitado, não se imporá prisão em flagrante
( ) Somente os oficiais da PMSC e os Delegados da Polícia Civil são autoridades competentes

para a lavratura do Termo Circunstanciado.
( ) Ao autor da infração penal de menor potencial ofensivo que for devidamente encaminhado
ao Juizado Especial Criminal ou assumir o compromisso de comparecer, mediante termo de
compromisso de comparecimento, nem sequer será dada a voz de prisão.
a) V V F F c) V F V F
Resposta
b) F F V V d) F V F V
Documentos Operacionais 98
Sobre a lavratura de boletins de ocorrência por parte da PMSC, analise as asser-

tivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA:
I O boletim lavrado pela PMSC, em suas diversas prisão do autor do fato ou a apreensão de ado-
modalidades, possui tripla finalidade, pois além lescente, e a subsequente condução à delegacia
de ser um documento de persecução cível, admi- de polícia ou de outro órgão competente, para
nistrativa e/ou criminal, também é o documento fins de possível autuação de prisão em flagrante
Operacional destinado a coleta de informações delito, apreensão por ato infracional, cumpri-
para análise criminal e desordens, assim como, mento de mandado de prisão/apreensão ou
serve para o ENCERRAMENTO e FORMALIZA- simples entrega, conforme o caso requerer.
ÇÃO dos atendimentos de nossas ocorrências.
IV Nos casos de acidentes de trânsito em que
II Não se admite a lavratura de BO-TC (termo tenham ocorrido apenas danos materiais, não
circunstanciado) para as situações de violência haverá a necessidade de lavratura de BO (bole-
doméstica contra mulher (Lei Maria da Penha). tim de ocorrência) caso as partes tenham en-
trado em acordo em relação ao ressarcimento
III O BO-PA (prisão/apreensão de adolescente) é dos prejuízos. Nesse caso, a ocorrência poderá
o documento operacional destinado ao registro ser encerrada com o código de fechamento de
e encerramento de ocorrência em que houver a "resolvido no local".
a) Todas as assertivas estão corretas.

Resposta
b) Todas as assertivas estão incorretas.
c) Apenas a assertiva I está correta.
d) As assertivas I, II e III estão corretas.
e) Apenas a assertiva II está correta.
Durante seu turno de serviço, você recebe uma ocorrência de furto via PMSC Mo-
bile, ao chegar no local da ocorrência conversa com a vítima, a qual informa ter
voltado para casa após o trabalho e se deparado com sua residência revirada e com
alguns objetos subtraídos. Após a realização da varredura na residência, você cons-
tata que não foi possível identificar o autor dos fatos. (Art. 155 - Subtrair, para si ou
para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa).
Conforme os fatos relatados, qual modalidade de boletim deve ser lavrado por sua
guarnição?
a) BO-PA.
b) BO-TC.
c) BO-COP.
d) NIPA.
e) BO.
Resposta

Os Documentos Correlatos são documentos emitidos pelas guarnições em casos

específicos, principalmente nas ocorrências que envolvam infrações penais de me-
nor potencial ofensivo. Existe um documento correlato que deve ser emitido toda
vez que se lavra um Boletim de Ocorrência na modalidade Termo Circunstanciado,
assinale a alternativa que indica este documento correlato:
a) Termo de Manifestação da Vítima.
b) Requisição para Exame de Corpo de Delito Direto – Lesão Corporal.
c) Termo de Apreensão.
d) Termo de Compromisso de Comparecimento.
Resposta

Em conformidade com o Caderno de Estudos e com a Diretriz de Procedimento

Permanente nº 037/2019/Cmdo G, assinale a alternativa CORRETA:
a) O Relato Policial nada mais é do que o c) No Relato Individual (do autor/vítima,

Relatório de Atendimento lavrado pelo testemunha, entre outros) devem-se
policial militar que atendeu a ocorrência descrever as informações relatadas por
com descrição e conclusão com base nas eles, relatando os fatos de acordo com a
provas colhidas e nas oitivas realizadas e narrativa deles. O relato individual deve
que, dentre outras finalidades, visa for- ser finalizado com a opinião do Policial
necer ao Ministério Público e à Justiça os Militar responsável pelo atendimento da
elementos para instrução do feito e para ocorrência.
sentença.
d) Nos casos em que haja a ocorrência de
b) O policial militar não deve emitir juízo de infração penal de menor potencial ofen-
valor sobre o fato no Relato Policial, de sivo, em que determinada conduta do au-
modo que pode não deve conter neste tor preveja o aumento de pena para mais
campo, opiniões e impressões do próprio de 02 (dois) anos, a guarnição não poderá
agente policial sobre o fato. mais lavrar o Termo Circunstanciado.
Resposta

Palavras Finais…
A implementação do PMSC Mobile propi- nem as melhores tecnologias conseguirão

ciou à PMSC o destaque e referência de substituir algumas missões realizadas por
atendimento de ocorrências em nível nacio- nossos gloriosos policiais militares.
nal. Tudo o que foi, e vem sendo, desenvol-
vido é motivo de orgulho para todos nós. O Saibam que, ao coletar os dados de uma
resultado disso foi, para os policiais milita- ocorrência através do PMSC Mobile, é im-
res, uma atuação mais segura e eficaz dos prescindível que a guarnição preencha todos
policiais militares e, para a sociedade cata-
os campos de maneira atenta e dedicada,
rinense, um trabalho de qualidade desem-
pois estas informações servirão para a aná-
penhado por uma Corporação bicentenária,
lise criminal, subsidiando o planejamento de
mas capaz de se superar a cada dia.
ações preventivas e repressivas futuras. Ser-
Entretanto, para que continuemos avançan- virá também para que as pessoas percebam
do a cada dia, é importante que se tenha que podem contar com a PMSC, pois foi
em mente que isso só será possível se os ofertado a eles um atendimento educado,
policiais tiverem o comprometimento com a cortês, mas, principalmente, com a qualidade
missão policial, pois nem o melhor aplicativo e a segurança que a sociedade merece.

Palavras Finais…
Um relato policial completo deve ser su- de você! Saiba que você é responsável por
ficiente para que as pessoas que não es- manter a imagem da PMSC e é capaz disso,
tiveram no local possam entender o que basta querer.
aconteceu, o que a guarnição viu, ouviu e o
Com isso, finalizamos a parte teórica da dis-
que, de fato, houve no local. Servirá, tam-
ciplina. Caso tenha restado alguma dúvida,
bém, para que as demais instituições (Mi-
basta perguntar.
nistério Público, Poder Judiciário, empresas
etc.), assim como toda a sociedade saibam Desejo êxito na avaliação e que tenha uma
que poderão contar conosco, a PMSC, cujo carreira de sucesso.
atendimento a todos em Santa Catarina
é digno de elogios. Isso dependerá muito Bons estudos a todos!

Referências
BACHMANN, Carolina Maria. PMSC mobile e docu-

mentos operacionais: instrução de Revitalização. Floria-
nópolis: PMSC, 2021.
BRASIL. Lei nº 9099, de 26 de setembro de 1995.

Dispõe sobre os juizados especiais cíveis e criminais e dá
outras providências. 1995. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm. Acesso em: 25
jul. 2022.
BRASIL. Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997. Ins-

titui o código de trânsito brasileiro. [1997]. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9503.
htm. Acesso em: 03 ago.2021.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil

1988. Brasília, DF. Disponível em: https://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.
htm Acesso em: 05 ago 2022.
HERRERO, Renan Delei. Ciclo completo de polícia e sua

eficiência na gestão e integração dos órgãos de segu-
rança pública. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 24, n.
5731, 11 mar. 2019. Disponível em: https://jus.com.br/
artigos/72324. Acesso em: 29 jun. 2022.
PMSC. PMSC usará farda histórica na reinauguração da

ponte Hercílio Luz. Florianópolis, 27 dez. 2019. Twit-
ter: @pmscoficial. Disponível em: https://twitter.com/
pmscoficial/status/1210668449036460034?lang=br.
Acesso em: 13 jul. 2021.
Documentos
Metodologia da Educação aOperacionais
Distância 105
REFERÊNCIAS
SANTA CATARINA. Comando Geral da Polícia Militar.

Diretriz de procedimento permanente nº. 037/CMDO-
-G/2019. Florianópolis: PMSC, 2019a. [Acesso restrito].
SANTA CATARINA. Comando Geral da Polícia Mili-

tar. Diretriz de procedimento permanente nº. 007/
CMDOG/2019. Florianópolis: PMSC, 2019b. [Acesso
restrito].
SANTA CATARINA. Decreto 660, de 26 de setembro

de 2007. Estabelece diretriz para a integração dos
procedimentos a serem adotados pelos órgãos da
segurança pública, na lavratura do termo circunstan-
ciado, conforme previsto no art. 69 da Lei Federal n°
9.099, de 26 de setembro de 1995. 2007. Disponível
em: http://server03.pge.sc.gov.br/LegislacaoEsta-
dual/2007/000660-005-0-2007-007.htm. Acesso em:
02 jul. 2021.
SANTA CATARINA. Portaria nº 085/GABS/ SSP/2019,

de 27 de março de 2019. Florianópolis: PMSC, 2019c.
[Acesso restrito].
TALON, Evinis. STJ: a representação, nos crimes de

ação penal pública condicionada, não exige maiores
formalidades. a representação, nos crimes de ação penal
pública condicionada, não exige maiores formalidades.
2019. Disponível em: https://evinistalon.com/stj-a-re-
presentacao-nos-crimes-de-acao-penal-publica-condi-
cionada-nao-exige-maiores-formalidades. Acesso em:
11 set. 2022
Documentos
Metodologia da Educação aOperacionais
Distância 106

Documentos operacionais PMSC CHC

Enviado por

Dados do documento

Descrição original:

Título original

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Documentos operacionais PMSC CHC

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA - PMSC

ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DA TRINDADE - APMT

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

1. Segurança Pública. 2. Documentos Operacionais - PMSC.

Ficha catalográfica elaborada por

Como referenciar esta publicação:

POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA. Academia de Polícia Militar da Trinda-

Edição, Distribuição e Informações:

COMANDANTE-GERAL CHEFIA AUTORIA

DESIGNER EDUCACIONAL PEDAGOGA EAD

9 Evolução histórica Legislação

elaboração do relato elaboração do relato

Caro aluno do Curso de Habilitação de Cabos da PMSC,

1º Sgt PM Edenilson Paulo Wolfart

Graduação Divisão de Educação Continuada da

Experiência Profissional CFSd), Gerenciamento da Atividade

Ainda nesta primeira unidade, iremos identificar os aspectos

Evolução histórica do atendimento de

Foi-se o tempo em que atender ocorrências

É comum ouvir nos corredores dos quartéis

As mudanças na legislação, o acesso à

Documentos Operacionais • Unidade 1 10

nossos atos nos princípios fundamentais da preleções diárias e a revitalização contem-

Documentos Operacionais • Unidade 1 11

Documentos Operacionais • Unidade 1 12

Agora que sabemos que a maior parte das

Nos casos em que haja a ocorrência

Documentos Operacionais • Unidade 1 13

Sabendo que essas situações serão enfren-

Documentos Operacionais • Unidade 1 14

O § 1º do art. 77 da Lei 9.099/95 ensina que imediatamente ao Juizado, com o autor do

Documentos Operacionais • Unidade 1 15

Nesta Unidade você teve a oportunidade de perceber a evo-

Além disso, perceberam que o Decreto 660/2007 regula a

Documentos Operacionais • Unidade 1 16

Com a lavratura de boletins de ocorrências, e ações criminais. Além disso, ao encer-

Documentos Operacionais • Unidade 2 18

Fluxo de lavratura de Boletins de ocorrência. Início de uma ocorrência

maior, clique aqui Atendente faz as perguntas

Guarnição acionada para atendimento Guarnição acionada para apoio

BO-TC BO-PA BO-COP BO Ocorrência Fato s/informação Resolvido

Preenche a Preenche a Preenche a Preenche a

Termo de Fecha a Integra com o Pode ser Guarnição repassa

Seção Técnica Integra SISP SISP: gravame

Fonte: Elaboração dos Autores (2021).

Documentos Operacionais • Unidade 2 19

Documentos Operacionais • Unidade 2 20

Lavratura dos Boletins

Persecução Coleta de Fechamento/Finalização

Fonte: Elaboração dos Autores (2021).

Como se percebe, em alguns tipos de em qualquer uma das modalidades abaixo,

Documentos Operacionais • Unidade 2 21

Boletim Termo Circunstanciado (BO-TC)

Boletim de Ocorrência na forma de infrações penais de menor potencial ofensivo

pelo policial militar responsável pela fase, as causas de aumento de pena.

este. Para sua lavratura utiliza-se o vo, já é possível pensar na possibilidade de

Antes de prosseguirmos, consideramos im- O primeiro deles está nas ocorrências de

Documentos Operacionais • Unidade 2 22

Documentos Operacionais • Unidade 2 23

Documentos Operacionais • Unidade 2 24

Cabe lembrar que o art. 301 do CTB define que

Ao condutor de veículo, nos casos de aci-