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Avaliação e promoção da cultura de direitos humanos em Centros de Atenção Psicossocial:

potencialidades e desafios do QualityRights

Prof.ª Dr.ª Márcia Aparecida Ferreira de Oliveira – Pesquisador Responsável


Prof.ª Dr.ª Maria Fernanda de Silvio Nicácio – Pesquisador Colaborador/Coordenador de Campo
Prof.ª Dr.ª Sônia Barros – Pesquisador Colaborador
Prof. Dr. Fernando Sfair Kinker – Pesquisador Colaborador
Prof. Dr. Leon de Souza Lobo Garcia – Pesquisador Colaborador
Mestre Cláudia Pellegrini Braga – Apoio Técnico
Mestre Caroline Ballan – Apoio Técnico

1. INTRODUÇÃO
Considerando a complexidade da concretização das diretrizes da reforma psiquiátrica no cotidiano
dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), torna-se fundamental a realização de estudos que possibilitem
a reflexão sobre os desafios das práticas, especialmente os relativos à garantia e promoção de direitos das
pessoas com problemas de saúde mental e de seus familiares.
Nas duas últimas décadas a OMS tem preconizado a avaliação dos serviços de saúde e tem
enfatizado a necessidade de avaliar e monitorar os serviços de saúde mental em busca da qualidade da
assistência prestada, e garantir o tratamento universal e equitativo a todas as pessoas com problemas de
saúde mental e desabilidades psicossociais. Entre as dez recomendações da OMS para a saúde mental,
encontra-se o desenvolvimento da pesquisa e do monitoramento dos serviços, com indicadores da qualidade
do acesso, da adequação da assistência, da qualidade das intervenções preventivas e terapêuticas e da
avaliação dos resultados do tratamento, entre outros (WHO, 2001).
Desta forma, diversos países de alta renda – dentre eles EUA, Reino Unido, Itália, Canadá e
Austrália – têm buscado avaliar seus serviços de saúde mental de base comunitária com o objetivo de
garantir a melhor assistência aos usuários destes serviços (Barbato et al., 2014). Estudos recentes têm
incluído os usuários preconizando a participação em estratégias favorecedoras de empoderamento
(empowerment) e de participação no tratamento, de forma a promover sua participação efetiva no
planejamento terapêutico e na própria avaliação dos serviços de saúde mental e da sua inclusão social
(Yanos et al., 2008; Corrigan, Larson E Rüsch, 2009; Barbato et al., 2014; Boska, Claro, Pinho, Oliveira,
2018; Boska, Claro, Araújo, Oliveira, Pinho, 2018).
No âmbito do desenvolvimento de propostas de avaliação de serviços, em 2012, a Iniciativa
QualityRights da OMS desenvolveu com base na CDPD o QualityRights tool kit, que consiste em um kit
de ferramentas para "avaliar e melhorar a qualidade e [o respeito aos] direitos humanos em serviços de
saúde mental e de assistência social” (WHO, 2012a). Segundo Drew et al (2011, p. 1665), esse kit de
ferramentas tem por objetivo “promover movimentos na sociedade civil que advogam pela saúde mental”.
Cabe ressaltar que esse kit de ferramentas foi elaborado com a contribuição de especialistas
internacionais, incluindo pessoas com desabilidades psicossociais (WHO, 2012a), e que o QualityRights
tool kit foi traduzido oficialmente para o português e publicado pelo Ministério da Saúde, em 2015, com o
título "Direito é Qualidade" (Brasil, 2015b). A proposição é de utilização do QualityRights tool kit em
países com distintos níveis de desenvolvimento, em diversas modalidades de serviços de saúde mental e de
assistência social, podendo ser aplicado por diferentes grupos orientados para a promoção de direitos
humanos das pessoas com desabilidades psicossociais, como por exemplo, comissões nacionais de saúde e
de saúde mental, comitês de avaliação, organizações não-governamentais (WHO, 2012a).
Tendo como referência os Artigos da CDPD, o QualityRights tool kit abrange cinco temas de
direitos humanos:
O direito a um padrão de vida e proteção social adequados (Artigo 28)
O direito a usufruir o padrão mais elevado de saúde física e mental (Artigo 25);
O direito a exercer a capacidade legal e o direito à liberdade pessoal e segurança da pessoa (Artigos
12 e 14);
Prevenção contra tortura ou tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes e contra a
exploração, violência e abuso (Artigos 15 e 16);
O direito de viver de forma independente e de ser incluído na comunidade (Artigo 19) (Convenção,
2011; WHO, 2012a).
Esclarece-se que a CDPD tem como propósito “promover, proteger e assegurar o exercício pleno
e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência
e promover o respeito pela sua dignidade inerente”, sendo pessoas com deficiência aquelas que “têm
impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação
com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de
condições com as demais pessoas” (Brasil, 2009, s.p.). Assim, a CDPD, por meio de seus Artigos, reafirma

1
direitos humanos e liberdades fundamentais das pessoas com deficiência, que precisa ser defendida,
assegurada e promovida pelos Estados que ratificaram a Convenção.
Desde que foi lançado pela OMS, esse kit de ferramentas tem sido acolhido por diferentes países.
Em muitos países o kit de ferramentas foi utilizado em contextos de pesquisa em diferentes modalidades
de serviço.
O kit de ferramentas foi utilizado, também, no âmbito da gestão e em uma multiplicidade de
serviços, como em Astúrias, por exemplo, em que o QualityRights tool kit foi utilizado para avaliar a
qualidade e condições dos direitos humanos de diferentes tipos de serviços de saúde mental, como unidade
de internação em hospital geral, centros de tratamento integral, unidades residenciais, dentre outros. Nessa
experiência houve assessoria direta do próprio Departamento de Saúde Mental e Dependência de
Substâncias da Organização Mundial de Saúde (OMS) (WHO, 2010).
Outra experiência que cabe destacar, dada a pluralidade de serviços avaliados, é a realizada pelo
Escritório Regional para a Europa da OMS no contexto do desenvolvimento de um projeto focado em
adultos com desabilidades psicossociais e intelectuais moradores de instituições, com o objetivo promover
e facilitar processos de desinstitucionalização (WHO, 2018). Neste projeto, foi feita avaliação da qualidade
de cuidado e das condições dos direitos em 75 instituições localizadas em 25 países da Europa. A avaliação
teve como objetivo específico “compreender melhor a escala e qualidade de serviços e instituições de
cuidados de longo prazo” na região, de modo a conhecer o “número e as características” dessas instituições,
bem como a “identificar os problemas atuais nos padrões de cuidado a partir da perspectiva da Convenção
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência”; para tanto, o QualityRights tool kit foi
utilizado como o principal instrumento de avaliação (WHO, 2018, p.1). Os resultados dessa pesquisa
confirmam que, de modo geral, os padrões de qualidade dessas instituições avaliadas são inferiores ao
adequado; menos de um terço de todos os critérios avaliados estavam totalmente adequados aos padrões de
direitos humanos.
No cenário nacional, no contexto de desenvolvimento da política nacional de saúde mental do
SUS, a Coordenação Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do período de 2011 a 2015
apresentou a proposição de implantação do QualityRights, e de tradução oficial para o português com a
denominação de "Direito é Qualidade" (Brasil, 2015a, Brasil, 2015b, Brasil, 2015c, Brasil, 2915d, Brasil,
2015e, Brasil, 2015f). Na contextualização desta proposta, o Relatório de Gestão do referido período
destaca que:
a salvaguarda de direitos humanos e de cidadania que a Lei 10.2016/01 trouxe
a possibilidade real de transformações de relações e paradigmas, desde seu
processo de formulação até os dias atuais, principalmente quando se aplica
e/ou considera a lei nas ações do cotidiano. Podemos dizer que, sobretudo, ela
afirma o usuário como sujeito de direitos, cabendo ao Estado promover
espaços de participação política e de protagonismo, reconhecendo em suas
ações a autonomia e as manifestações dos movimentos sociais (Brasil, 2016,
p. 2).
Considerando a "desinstitucionalização como eixo organizador da política nacional de saúde
mental do SUS" (Brasil, 2016, p.) e que a reforma psiquiátrica sempre pautou-se no "respeito aos direitos
humanos e à liberdade, com vistas à promoção de autonomia e ao exercício de cidadania das pessoas com
sofrimento e/ou transtornos mentais", assinala que a inovação da estratégia QualityRights "consiste na
perspectiva de promoção da qualidade em serviços de saúde mental enquanto garantia de direitos de seus
usuários" (Brasil, 2016, p. 115).
Naquele período, a proposta de implantação do projeto "Direito é Qualidade" foi discutida em
eventos promovidos em 2013 - Encontro Nacional da RAPS; Reunião Regional de Usuários de Serviços de
Saúde Mental nas Américas; 1ª Oficina de Formação sobre o WHO QualityRights -. e em 2014 - Oficina
de Adaptação Cultural do QualityRights e XVII Reunião do Colegiado de Coordenadores de Saúde Mental
(Brasil, 2016). Programava-se o desenvolvimento do referido projeto, "com apoio da Fiocruz com base na
adaptação cultural dos instrumentos à realidade Brasileira", e, para o ano de 2016, foram então previstas,
dentre outras, as seguintes metas:
Desenvolver e validar, nas cinco regiões do país, a metodologia e instrumentos
auto instrutivo de formação em Direitos Humanos e Saúde Mental para
utilização por associações e movimentos sociais de saúde mental na condição
de multiplicadores; Implantação dessa metodologia de formação do 'Direito é
Qualidade' junto a Associações e movimentos sociais de saúde mental nas
cinco regiões do país; Implantação do Projeto de Formação em Direitos
Humanos e Saúde Mental em 25% (36) dos municípios Brasileiros acima de
200.000 habitantes; Implantação do programa de qualificação 'Direito é

2
Qualidade' nas Redes de Atenção à Saúde de 100% dos municípios acima de
200.000 habitantes (Brasil, 2016, p. 115).
Nesse sentido, Assis et al. (2014, p. 109) analisam, do ponto de vista da gestão, dimensões da
política nacional de saúde mental do SUS desenvolvida nos anos de 2011 a 2014 e destacam que a
promulgação da Lei 10216/2001 determinou o imperativo ético de assegurar o "cuidado em liberdade" e
inscreveu diversos desafios, dentre os quais, o de "efetivação da cidadania" das pessoas com experiência
de sofrimento psíquico; no que se refere à perspectiva e garantia de direitos humanos é ressaltada, no
período recente, a relevância da IV Conferência Nacional de Saúde Mental - Intersetorial (2010) e da
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Os autores apontam a proposição de
implementar o projeto QualityRights assinalando que o "neologismo denota a ideia de que a qualidade dos
serviços de saúde mental" apresenta-se diretamente articulada ao respeito, à promoção, e à proteção de
direitos humanos e, dessa forma, "a questão da qualidade está fundada na qualidade das relações"; indicam
que pretendia-se que as associações de usuários e familiares participassem ativamente da implementação
do processo e da avaliação de qualidade (Assis et al., 2014).
No que se refere aos estudos, às avaliações e análises realizados no cenário nacional que referem
ou adotam o QualityRights, importante assinalar, inicialmente os estudos desenvolvidos em CAPS.
A pesquisa de Pitta et al. (2015, p. 760) objetivou "avaliar as práticas dos Centros de Atenção
Psicossocial no respeito aos direitos humanos dos usuários, analisando suas percepções referentes às
crenças, valores, hábitos, preconceitos sofridos, reivindicações atendidas ou não e à participação
comunitária, como exercícios de cidadania", com base na "análise de dados etno-epidemiológicos do
Projeto Avaliar-Caps Nordeste (Ministério da Saúde/2013), utilizando questionários e observação direta, à
luz do QualityRights".
Destaca-se dentre os resultados que, em relação à "garantia dos direitos humanos e exercícios da
cidadania ativa", os autores identificaram, nesse estudo, que os CAPS "influenciam positivamente a vida
dos usuários, assegurando-lhes atividades que reduzem o preconceito, incentivam a participação em
assembleias, estimulam e respondem às suas reivindicações e realizam tratamentos com base no respeito e
na dignidade" (Pitta et al., 2015, p. 769).
Guerrero et al. (2019, p.41) realizaram pesquisa qualitativa de implementação com objetivo de
"levantar as principais barreiras e facilitadores para a implementação de ações e estratégias de
fortalecimento do protagonismo e de garantia dos direitos dos usuários, desenvolvidas em dois CAPS para
adultos". Na segunda etapa, foram utilizados os procedimentos de observação, entrevista e grupo focal para
"identificar as principais estratégias e ações de promoção de protagonismo e de exercício de direitos
incluindo a adequação das práticas aos padrões internacionais de promoção dos direitos humanos das
pessoas com sofrimento mental", sendo que a observação e a entrevista foram baseadas no kit de
ferramentas do QualityRights (Guerrero et al., 2019, p. 42).
Dentre os diversos aspectos abordados na análise, cabe ressaltar que Guerrero et al. (2019, p. 45)
assinalam que o CAPS "é considerado pelos usuários e familiares um serviço de acompanhamento de
qualidade, em que são respeitados os direitos humanos, como o direito de ir e vir, a integridade física e
liberdade de expressão". Apontam que, nos cenários do estudo, são promovidas ações de "Reabilitação
psicossocial para garantir o exercício dos direitos de cidadania a partir da articulação com recursos do
território", com o desenvolvimento de projetos de geração de trabalho e renda e de iniciativas no campo da
educação, e, também, ações para "garantir a documentação civil, benefícios sociais, segurança alimentar,
proteção jurídica, além de ofertar acesso à higiene pessoal e vestimentas" (Guerrero et al., 2019, p. 44-5).
Por outro lado, foram identificadas barreiras no que se refere à apropriação de informações sobre direitos
pelos usuários e familiares, dificuldades de ampliação de atuação frente às situações de moradia, e em
relação à efetivação de espaços de discussão sobre o serviço (Guerrero et al., 2019).
Em síntese, os autores consideram que os CAPS "demonstraram que mesmo com algumas
dificuldades [...] buscam aprimorar a participação do usuário visando garantir melhorias no cuidado" e
destacam a relevância, no estudo realizado, do "diferencial metodológico da participação dos tomadores de
decisão desde o desenho da pesquisa até seus desdobramentos" e de "mudanças implementadas nos CAPS
durante o processo da pesquisa" (Guerrero et al., 2019, p. 47-8).
No contexto de debates sobre a reforma psiquiátrica e a Lei 10216/2001, Saraceno, em conferência
proferida em evento em 2016, apresenta a conexão entre direitos humanos e desinstitucionalização, e
destaca que a história da trajetória da luta antimanicomial Brasileira é centrada na defesa dos direitos
humanos. O autor assinala que a violação de direitos humanos na atenção em saúde mental é presente e
sistemática em diversos países do mundo, independente de renda, e pode ocorrer não apenas nos hospitais
psiquiátricos, mas também em serviços na comunidade, em outras estruturas institucionais e, inclusive, na
comunidade (Saraceno, 2019).
No que se refere à questão de violação de direitos humanos e renda dos países, Saraceno (2019, p.
14), exemplificando situações de hospitais psiquiátricos situados em países de baixa e de alta renda, enfatiza

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a necessidade de distinção entre "pobreza da estrutura" e violação de direitos, e, assim, a exigência de um
"olhar inteligente" para avaliar a presença de violação de direitos; neste sentido, considera que o
instrumento QualityRights contribui para uma "mirada inteligente" no contexto local.
A revisão descrita expressa que é ainda recente e restrito o desenvolvimento de estudos, avaliações
e análises que referem ou adotam o QualityRights no cenário nacional.
Em relação aos contextos institucionais, cabe ressaltar que os cenários de estudos das três
pesquisas citadas (Guerrero et al., 2019 e Pitta et al., 2015) foram em serviços de base
comunitária/territorial, embora não se verifique a explicitação da modalidade de CAPS em dois deles. Por
outro lado, identifica-se, no material analisado, que os estudos não apresentam, dentre os objetivos
descritos, o de "aplicação" propriamente dita do QualityRights, apontando sua referência para elaboração
de instrumentos de coleta e/ou análise de dados, e, assim, não abordam as possibilidades e os pontos críticos
da utilização das ferramentas de avaliação. Destaca-se, ainda, que a análise não permite compreender o
desenvolvimento de planos e/ou projetos decorrentes da avaliação, sendo que Guerrero et al (2019) apontam
"Plano de Ação".
Considerando a relevância do lugar estratégico dos CAPS na RAPS e, em particular, dos CAPS
III, para a consolidação das diretrizes da reforma psiquiátrica no contexto do SUS, de superação do modelo
asilar e garantia do cuidado em liberdade e da cidadania das pessoas que vivem a experiência do sofrimento
psíquico, e de seus familiares, e de contribuir para o aprofundamento da reflexão teórica e para o
desenvolvimento de práticas pautadas na promoção de autonomia e de direitos humanos, o presente estudo
visa “identificar e analisar as potencialidades e os desafios do QR na perspectiva da avaliação de serviços
e de promoção e fortalecimento da cultura de direitos humanos nas práticas de Centros de Atenção
Psicossocial”.
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Identificar e analisar as potencialidades e os desafios do QR na perspectiva da avaliação de
serviços e de promoção e fortalecimento da cultura de direitos humanos nas práticas de Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS).
2.2 Objetivos específicos
1. avaliar a qualidade de CAPS III e CAPSad III na perspectiva de promoção e fortalecimento dos
direitos humanos, por meio do QR;
2. analisar a percepção de usuários e profissionais de CAPS III e CAPSad III em relação às temáticas
de Direitos Humanos (DH), cidadania, violação de direitos e experiência do QR;
3. analisar as potencialidades e os desafios do QR em CAPS III e CAPSad III visando ao
aprimoramento de práticas de CAPS orientadas para a promoção de direitos humanos e para o
fortalecimento de poder de contratualidade das pessoas com problemas de saúde mental;
4. desenvolver processo formativo sobre saúde mental e DH para os participantes da pesquisa;
5. contribuir para o debate e a formulação de proposições para a promoção de direitos humanos nos
CAPS na perspectiva do aprimoramento dos serviços substitutivos e territoriais no contexto do
Sistema Único de Saúde (SUS).
3 PERCURSO METODOLÓGICO
3.1 Tipo de estudo
Trata-se de estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualiquantitativa (Gil, 2007; Minayo,
2007) e para seu desenvolvimento serão adotados distintos procedimentos de coleta e análise de dados de
acordo com os objetivos e o QualityRights.
3.2 Cenário de estudo
O cenário para o desenvolvimento deste estudo serão os CAPS do município de São Paulo, que
totalizam 93 unidades, divididos em CAPS tipo II (18 unidades) e tipo III (14 unidades) com 92 vagas para
acolhimento noturno, e ainda, CAPSi (25 unidades), CAPS III ( 5 unidades com 29 vagas para acolhimento
noturno), CAPSad (13 unidades) e CAPSad III (18 unidades com 124 vagas para acolhimento noturno).
Eles estão presentes nas seis regiões de saúde da cidade de São Paulo, mas atualmente na página da SMS
consta apenas a relação de CAPS, sem outras informações tais como população de referência da região
(Secretaria Municipal de Saúde, São Paulo, 2020).
Nesta investigação, especificamente, os cenários em escolha, deverão ser 01 CAPS III e 01
CAPSad III. Não foram incluídos nesta investigação os CAPS voltados ao público infanto/juvenil, pois a
população atendida por modalidade de serviços tem especificidades diferentes dos atendidos nos CAPS
adulto e CAPSad.
A definição desses cenários considerou a relevância, para esse estudo, da modalidade de CAPS III
tendo em vista a complexidade e inovação da atenção contínua 24h no território, assim como a expansão
desses serviços no cenário nacional.

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A proposição desses contextos institucionais contemplou, ainda, a importância para o estudo de
operar com as diferentes demandas acompanhadas e as singularidades da atenção desenvolvida em CAPS
e CAPSad.
Os serviços eleitos para as ações desta pesquisa são o CAPS III do Itaim Bibi e o CAPSad III da
Brasilândia. Do ponto de vista operacional, a definição do número de dois serviços considerou a viabilidade
de execução do projeto em período determinado, tendo em vista a densidade da avaliação proposta pelo
QR.
O CAPS III do Itaim Bibi foi implantado como tal em julho de 2009, em parceria com uma
Organização Social, de acordo com a política de gestão de serviços de saúde na cidade. Era um Hospital
Dia desde os anos de 1990, e foi credenciado pelo Ministério da Saúde como CAPS II em 2003, conforme
Portaria 336 de 19 de fevereiro de 2002. O serviço está localizado na Subprefeitura de Pinheiros, na
Coordenadoria Regional de Saúde Centro Oeste da Cidade de São Paulo, na Supervisão Técnica de Saúde
Lapa/Pinheiros. O CAPS III é responsável pela cobertura de assistência de aproximadamente 289.743
habitantes dos Bairros de Pinheiros, Alto de Pinheiros, Brooklin, Itaim Bibi, Jardim Paulista e Vila
Madalena, segundo dados do Portal da Prefeitura de São Paulo (IBGE, 2010).
O serviço é o lócus de execução do Termo de Cooperação Técnica, didática e Cientifica firmado
entre a Coordenadoria de Saúde Centro-Oeste da Secretária de Saúde da cidade de São Paulo e a Área
Temática de Enfermagem em Saúde Mental do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e
Psiquiátrica da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo desde 2004. O serviço recebe
estagiários, alunos de graduação e pós-graduação da Escola de Enfermagem da USP, da Faculdade de
Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e do Curso de Terapia Ocupacional da
Faculdade de Medicina da USP.
O CAPSad III da Brasilândia iniciou suas atividades em fevereiro de 2001 se reclassificando como
serviço III em julho de 2012, neste mesmo período inaugura-se as Unidades de Acolhimento UAA I e UAA
II, sendo estes serviços mistos com no máximo 10 pessoas em cada unidade. Ressalta-se que o CAPSad III
Brasilândia é referência destas unidades. Esse serviço foi, no período de 2015 a 2017, cenário de prática do
Programa de Residência Multiprofissional em Álcool e outras Drogas da Escola de Enfermagem da
Universidade de São Paulo.
A escolha dos CAPS III mencionados pautou-se na articulação serviço-universidade que vem
sendo desenvolvida nos campos de enfermagem e de terapia ocupacional, uma vez que os referidos CAPS
III constituem cenários de práticas para ensino de graduação e para programas de residência
multiprofissional.
Todas as etapas deste estudo serão desenvolvidas nos cenários já descritos e as fontes dos dados e
análise serão específicas a cada uma das etapas.
3.3.1 Etapa I
Nesta etapa, a pesquisa terá uma abordagem qualiquantitativa para atender o objetivo de avaliar a
qualidade de CAPS III e CAPSad III na perspectiva de promoção e fortalecimento dos direitos humanos
por meio do QR. Para tanto será realizada a de avaliação proposta pelo QR, que está pautada nas principais
orientações e recomendações do documento "Direito é qualidade: kit de ferramentas de avaliação e melhoria
da qualidade e dos direitos humanos em serviços de saúde mental e de assistência social”, (Brasil, 2015a)
e utilizará as ferramentas propostas para o desenvolvimento de análise de documentação e observação, de
entrevistas, assim como os Formulários para Relatórios de avaliação do serviço e de consolidação de
avaliações locais (Brasil, 2015b1; Brasil, 2015c2; Brasil, 2015d3; Brasil, 2015e4).
3.3.1.1 Procedimentos para a coleta de dados
3.3.1.1.1 Temas para desenvolvimento da Avaliação QR
No que se refere aos cinco Temas integrantes do QR, identificou-se a necessidade de seleção para
garantir a viabilidade de desenvolvimento do presente projeto dada a amplitude do QR com o total de 116
critérios. Cabe ressaltar, que muitas questões se apresentam articuladas e complementares com "um grau
de sobreposição entre os padrões e os critérios sob os diferentes temas", e que, embora o documento do QR
recomende a adoção dos cinco Temas, é prevista a possibilidade de seleção (Brasil, 2015a, p. 19).
Com base no estudo do conjunto de Temas, e respectivos Padrões e Critérios, foram selecionados
três para a avaliação a ser desenvolvida nesse estudo, a saber:
Tema 2: O direito a usufruir o padrão mais elevado possível de saúde física e mental;

1
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/70927/9788533423282_por.pdf?sequence=53&isAllowed=y
2
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/70927/9788533423282__interview_por.pdf?sequence=55
3
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/70927/9788533423282__facility_por.pdf?sequence=56
4
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/70927/9788533423282__country_wide_por.pdf?sequence=57

5
Tema 3: O direito a exercer capacidade legal e o direito à liberdade pessoal e à segurança da
pessoa;
Tema 5: O direito de viver de forma independente e de ser incluído na comunidade.
O Tema 2 aborda, de forma mais abrangente, nos Padrões e Critérios respectivos, a dimensão da
prática terapêutica cotidiana.
Em relação ao Tema 3, compreende-se, nesse estudo, que o reconhecimento da capacidade legal
das pessoas com desabilidades assume centralidade uma vez que a cidadania das pessoas com sofrimento
psíquico é uma das diretrizes centrais da reforma psiquiátrica. Destaca-se, também, que a efetivação do
disposto no Artigo 12 da Convenção, ao qual o Tema 3 também faz referência, constitui um novo desafio
no campo, não apenas na dimensão jurídica, mas também no cotidiano das práticas e do agir profissional,
tendo em vista, inclusive, que gera proposições inovadoras como a prevista "Tomada de Decisão Apoiada
(TDA)" (Brasil, 2015a, p. 44; Brasil, 2015g; Brasil, 2015h, p. 88).
O Tema 5, relativo ao viver e conviver na comunidade, é particularmente significativo para a
avaliação e o fortalecimento de serviços substitutivos.
Os Temas 2, 3 e 5 totalizam 58 critérios.
3.3.1.1.2 Constituição de Comitê de Acompanhamento da Pesquisa, Conselho de Assessores, e
Equipes de Avaliação
Enquanto processo de trabalho, a implantação do kit de ferramentas requer, primeiramente, o
estabelecimento de uma equipe de gerenciamento pessoas, composta, por exemplo, por representantes do
Ministério da Saúde ou de outros Ministérios adequados, por representantes de organizações da sociedade
civil, por profissionais da saúde mental, dentre outros; essa equipe terá o papel e responsabilidade de
determinar os objetivos da avaliação, de ”supervisionar o projeto, fornecer orientação ao comitê que
realizará a avaliação”, além de “gerenciar e coordenar a avaliação, relatar os resultados e dar seguimento
às ações” (Brasil, 2015b, p.14). A equipe deve determinar o escopo de avaliação, realizar um mapeamento
de como os serviços de saúde, incluídos os de saúde mental, estão organizados no país, selecionar os
serviços para avaliação e selecionar os temas para avaliação (Brasil, 2015b).
Ainda, a equipe de gerenciamento determina quantos comitês de avaliação são necessários para
garantir o que foi definido como escopo da avaliação; define, também, o método de trabalho dos comitês e
as funções dos membros dos comitês, que devem ter autoridade oficial para conduzir a avaliação. Para a
seleção dos membros dos comitês de avaliação, a equipe de gerenciamento precisa considerar um conjunto
de princípios e questões: “as pessoas selecionadas devem ser independentes do governo e dos serviços em
avaliação”, o comitê deve ter caráter “multidisciplinar, reunindo pessoas com uma variedade de
competências e experiência”, incluindo os usuários do serviço e profissionais de saúde, e o comitê pode
contar entre seus membros com familiares e cuidadores, além de advogados e defensores dos direitos
humanos, líderes comunitários e outros (Brasil, 2015b, p.22).
A partir disso, a equipe de gerenciamento determina o número de profissionais, usuários e
familiares que serão entrevistados, por meio da ferramenta de entrevista já mencionada. Importante destacar
que para a seleção para as entrevistas precisam ser considerados como critérios a variedade e a amplitude,
no sentido de garantir que diferentes categorias de profissionais, usuários de diferentes gêneros e idades, e
diferentes familiares ou mesmo membros da rede de apoio social dos usuários precisa ser contemplada na
seleção; já em relação ao número de entrevistados, esse vai variar de acordo com as dimensões e
características de cada serviço, sendo previamente determinado pelo kit de ferramentas Direito é Qualidade.
Destaca-se que para este estudo os participantes serão os profissionais e usuários. Todas as entrevistas
somente podem ser realizadas mediante consentimento dos entrevistados, com assinatura de Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice 1 e 2).
Para que os comitês de avaliação possam realizar a avaliação e a qualificação dos serviços
determinados pela equipe de gerenciamento, é necessário que os membros desses comitês façam uma
reflexão e um treinamento sobre o os temas dos direitos humanos e sobre o uso do kit de ferramentas
disponível no kit de ferramentas Direito é Qualidade, incluindo o debate sobre a qualificação dos serviços.
Ainda, os membros do comitê precisam estar familiarizados com a política nacional de saúde e de saúde
mental, legislações e demais políticas públicas pertinentes. O conhecimento da produção bibliográfica,
incluindo artigos e relatórios, também pode ser relevante. Esse treinamento pode ser oferecido pela equipe
de gerenciamento e, também, por “tutores externos com conhecimento especializado”, como representantes
de associações, de instituições de direitos humanos, de organizações não governamentais e outros (Brasil,
2015b, p. 24).
Nesse estudo, será formado, inicialmente, o Comitê de Acompanhamento da Pesquisa (CAP)
constituído pela equipe de pesquisa e serão convidados os coordenadores (representantes e usuários) dos
CAPS III Itaim Bibi e CAPSad III Brasilândia. A opção por essa composição do CAP expressa o propósito
participativo e colaborativo para o desenvolvimento de pesquisa no contexto da relação
universidade/serviços, tendo como referência a literatura do cenário nacional que indica que a criação de

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Comitês, com diferentes denominações, tem sido adotada em pesquisas avaliativas, qualitativas e
participativas.
Considerando as recomendações do QR relativas à equipe de gerenciamento do projeto (Brasil,
2015a, p. 14), o CAP será responsável, nesse estudo, por: coordenação da pesquisa; formação e supervisão
das Equipes de Avaliação (EA); apresentação dos resultados aos participantes do estudo; coordenação e
desenvolvimento do processo formativo; coordenação e programação dos seminários da pesquisa.
Após a constituição do CAP, e com base na proposição de Comitê Consultivo que consta no
documento geral do QR (Brasil, 2015a, p. 14), será constituído o Conselho de Assessores, para o qual
foram convidados especialistas do contexto nacional e internacional, nos campos de saúde mental,
incluindo questões referentes à problemática de dependência de álcool e drogas, desinstitucionalização,
direitos humanos e QR. Foram realizadas, reuniões iniciais com alguns dos especialistas convidados para
apresentação preliminar das proposições do projeto, e pretende-se sistematizar reuniões periódicas com o
Conselho de forma a propiciar o acompanhamento do projeto e o desenvolvimento de discussões sobre
temáticas relevantes.
Posteriormente serão formadas as Equipe de Avaliação (EA) em consonância com as
recomendações do QR para composição do Comitê de Avaliação, dentre as quais: independência do
governo e do serviço em avaliação; multidisciplinaridade; participação de pessoas com desabilidades
psicossociais decorrentes de transtornos mentais, incluindo dependência de álcool e drogas, e de
representantes de familiares; participação de profissionais de saúde com conhecimento de saúde mental e
com experiência em distintos contextos institucionais de atenção à saúde; presença de advogados e de
defensores de DH; equilíbrio entre sexo, raça, desabilidades. Vale destacar que a proposta do QR de
participação de pessoas com desabilidades psicossociais na avaliação considera que "O seu conhecimento
específico e sua perspectiva são essenciais e ajudam a assegurar que as preocupações dos usuários dos
serviços sejam identificadas e abordadas" (Brasil, 2015a, p. 22).
De acordo com as recomendações, ressalta-se, também, a importância dos membros apresentarem
interesse na promoção dos DH das pessoas com desabilidades, reconhecimento de sua capacidade para
tomada de decisões, sensibilidade para a diversidade política, cultural, econômica, religiosa, e habilidade
de comunicação (Brasil, 2015a, p. 22-3).
Nesse estudo serão constituídas duas EA a serem formadas por profissionais de saúde mental e
usuários. Na composição das EA, com a perspectiva de propiciar um processo participativo e colaborativo
que possa promover um campo propício ao desenvolvimento de reflexão e de pensamento crítico sobre as
práticas cotidianas, serão convidados dois profissionais de cada equipe dos serviços a serem estudados, de
forma que profissionais do CAPS III integrem a EA que realizará a avaliação no CAPSad III e vice-versa.
Esses profissionais indicarão 02 usuários cada CAPS que, igualmente, participarão da EA responsável pela
avaliação do serviço ao qual não estão vinculados.
Serão convidados, também, tendo em vista o protagonismo das Associações de Usuários e
Familiares no contexto nacional da reforma psiquiátrica, 02 usuários e 02 familiares de duas Associações
do Estado de São Paulo.
Assim, está prevista a participação de 07 integrantes em cada EA. Ressalte-se que, dada a natureza
do trabalho a ser desenvolvido, é importante observar para a composição das EA habilidades de
comunicação e de trabalho em equipe.
Dando continuidade às recomendações do QR sobre o Comitê de Avaliação (Brasil, 2015a, p. 23),
o CAP definirá a responsabilidade dos membros das EA em relação aos diferentes aspectos do processo de
avaliação: coordenação e acompanhamento; realização de observação, revisão de documentos e de
entrevistas; redação do(s) relatório(s) da avaliação. Assim, membros da equipe de gerenciamento (CAP)
farão parte das Equipes de Avaliação, na condição de coordenação desde que sejam independentes do
governo e dos serviços e que não haja conflito de interesses na condução da avaliação.
Após esse processo, as visitas são programadas e a avaliação em si, incluindo a realização das
entrevistas, a revisão da documentação e a observação do serviço, é conduzida. Por fim, são produzidos os
devidos relatórios, que podem ser utilizados para a qualificação dos serviços.
3.3.1.1.3 Entrada em campo
Na entrada em campo, o CAP realizará reuniões, em cada um dos cenários, para expor os objetivos
do presente projeto, a avaliação a ser desenvolvida adotando o QR, convidar os atores a participar da
pesquisa, e apresentar os profissionais dos serviços que irão compor as EA, como mencionado. Estão
previstas as seguintes reuniões: com as equipes dos serviços, incluindo todos os profissionais, nos períodos
diurno e noturno; participação nas assembleias e nas reuniões com familiares. Cabe ressaltar a importância
destes encontros para compartilhar os conteúdos da pesquisa, discutir as indagações e os significados de
um processo de avaliação, buscando promover a compreensão que o projeto implica, embora de formas e
lugares distintos, o envolvimento de todos os atores.

7
A partir da formação completa das EA, e com base nas recomendações do documento "kit de
ferramentas" sobre treinamento para Comitês de Avaliação (Brasil, 2015a), o CAP realizará capacitação
para as EA com previsão de dez horas, a serem distribuídas em encontros oportunamente agendados, na
modalidade de aula expositiva dialogada, compartilhamento grupal e reflexão coletiva.
Em seguida, e dando início ao processo de avaliação QR propriamente dito, o CAP realizará
reuniões com os atores dos CAPS III, em continuidade às reuniões acima citadas, para apresentar o conjunto
dos membros das EA, o cronograma previsto de visitas e, sempre que necessário, retomar a explanação
sobre o presente projeto, e, em especial, sobre a avaliação a ser desenvolvida; assim, está prevista a
participação do CAP em conjunto com as EA nas reuniões de equipe dos CAPS III e CAPSad III, nos
períodos diurno e noturno, nas assembleias e nas reuniões com familiares.
Nesse estudo serão realizados seminários, em cada serviço, coordenados pelo CAP e EA com os
participantes do estudo, para apresentação e discussão do respectivo Relatório A.
Conforme orientações do documento do QR, os resultados e as recomendações devem compor
subsídios para elaboração de um "plano de melhoria da qualidade" articulado à gestão. Indica-se que
usuários, familiares e profissionais do serviço possam operar "em conjunto em uma abordagem
participativa para preparar um plano que inclua ações e metas concretas para evitar violações, promover os
direitos humanos e melhorar a qualidade do tratamento e dos cuidados no serviço", e destaca-se a
importância de avaliação contínua desse Plano, utilizando as estratégias previstas no QR (Brasil, 2015a, p.
40).
3.3.1.1.4 A coleta de dados e seus instrumentos
Dentre os instrumentos do kit de ferramentas Direito é Qualidade, há duas ferramentas de avaliação
e dois formulários para relatórios. Das duas ferramentas de avaliação, uma tem a função de possibilitar a
condução de entrevistas com os profissionais do serviço e com os usuários e a outra de possibilitar a revisão
e análise da documentação referente ao serviço, bem como orientar a observação do serviço. Sobre os
formulários para relatórios, um é referente à avaliação do serviço, sendo próprio para consolidar e
apresentar os “resultados, conclusões e recomendações para cada serviço”, e o outro é um relatório de
avaliação em nível nacional, destinado para a “consolidação e apresentação dos resultados, conclusões e
recomendações no âmbito nacional” (Brasil, 2015b, p.8).
Segundo definição da própria OMS, o “kit de ferramentas pode ser usado por vários grupos e
organizações nacionais e internacionais” para a implantação formal e oficial dessa estratégia no âmbito
nacional, tais como órgãos internacionais de direitos humanos, organizações internacionais não
governamentais, organizações nacionais não governamentais, órgãos e mecanismos nacionais, instituições
nacionais de direitos humanos, comissões nacionais de saúde ou de saúde mental (órgãos independentes do
Governo e dos serviços de saúde), órgãos de acreditação de serviços de saúde, e comitê ou órgão
estabelecido especificamente para avaliar a qualidade e os direitos humanos em serviços abrangidos por
essa ferramenta de avaliação e qualificação de serviços. Ainda, “pode ser utilizado para uma única avaliação
ou como parte de um programa em nível nacional para melhorar os serviços” (Brasil, 2015b, p.9).
Como assinalado, o QR propõe uma avaliação abrangente dos serviços de saúde mental que inclui
análise de documentação, realização de observação e de entrevistas com usuários, familiares e profissionais
(Brasil, 2015a, p.8; WHO, 2012a).
FONTE DE DADOS
Documentos institucionais
Os documentos institucionais dos CAPS III, participantes desse estudo, serão selecionados e
consultados para análise de documentação que compõe a avaliação, com base nas orientações do QR
descritas a seguir no item relativo à “Revisão da Documentação do Serviço".
Em relação à consulta e revisão de documentos institucionais, está previsto o apoio de um
profissional de cada CAPS III, a ser definido pelas equipes dos serviços.
A revisão e a análise dos documentos dos CAPS III serão desenvolvidas pelas EA tendo como
guia o documento "Ferramenta de Análise de Documentação e Observação" (Brasil, 2015b). Com base nas
recomendações do QR (Brasil, 2015a, p. 30), e considerando a realidade local, serão analisados, nesse
estudo, os seguintes documentos:
● Projetos institucionais;
● Registros e relatórios administrativos;
● Registros referentes a eventos significativos como queixas, internações, incidentes, óbitos;
● BPA/I, para verificação de registros de admissão no serviço;
● Prontuários, Registro das Ações Ambulatoriais de Saúde (RAAS), BPA/I, e Boletim de Produção
Ambulatorial Consolidado (BPA/C) de usuários participantes da avaliação do QR (Brasil, 2012c).
Para análise dos documentos citados será considerado o período de registro de um mês, anterior
ao início de realização da avaliação.

8
O objetivo central da revisão de documentação proposta no QR é identificar informações
relevantes em relação à qualidade e aos DH, e, dessa forma, a análise deve ser pautada em “padrões
internacionais e nacionais de direitos humanos para avaliar se os documentos condizem com estes padrões”
(Brasil, 2015a, p.30).
Exemplifica-se, no documento do QR (Brasil, 2015a) que os projetos e as diretrizes dos serviços
podem indicar, ou não, a promoção de DH e de qualidade. Por outro lado, é assinalado que, mesmo quando
esses documentos apresentam-se em consonância com padrões de DH e de qualidade, isso não é equivalente
à garantia na prática, e, assim, é importante que a avaliação considere essa verificação tanto na observação
como na realização de entrevistas (Brasil, 2015a, p. 30). Igualmente, a revisão de registros administrativos
e de eventos específicos pode revelar violação de direitos, pontos críticos da qualidade da atenção, e
apresentar informações que impliquem a necessidade de complementação na avaliação (Brasil, 2015a, p.
30).
No que se refere à revisão e análise de prontuários, o documento do QR propõe que os prontuários
de todos os usuários dos serviços sejam acessíveis para a avaliação, e que alguns sejam selecionados, de
forma aleatória, para revisão (Brasil, 2015a, p. 32). Sugere, ainda, que sejam verificadas, por exemplo, a
atualização dos prontuários e das prescrições, a participação dos usuários na elaboração e no
desenvolvimento do PTS, e a presença ou não de consentimento informado (Brasil, 2015a, p. 31).
Nesse estudo, definiu-se que serão consultados os prontuários, e de acordo com o contexto local,
os RAAS, BPA/I e BPA/C, referentes aos usuários a serem entrevistados, visando uma compreensão
abrangente e articulada de PTS, trajetória institucional, assim como de questões significativas em relação a
direitos.
O documento "Ferramenta de Análise de Documentação e Observação" (Brasil, 2015b) apresenta
todas as orientações necessárias para realização de análise de documentação nos Temas, Padrões e Critérios,
indicando espaço para registro. Neste documento constam dois itens - Informações Administrativas sobre
o serviço e Visão Geral da atual população usuária do serviço.
Serão consultados, também, o Boletim de Produção Ambulatorial Individualizado (BPA/I),
referente aos registros de admissão no serviço, e, em relação à atenção aos usuários participantes da
avaliação do QR, os seguintes documentos: Prontuários, Registro das Ações Ambulatoriais de Saúde
(RAAS), BPA/I, e Boletim de Produção Ambulatorial Consolidado (BPA/C) (Brasil, 2012c).
OBSERVAÇÃO
A observação será realizada pelas EA em todos os espaços dos CAPS, de acordo com o roteiro da
"Ferramenta de Análise de Documentação e Observação" (Brasil, 2015b). Importante assinalar que a
observação proposta não está circunscrita à estrutura dos serviços, e inclui observar a relação entre
profissionais e usuários visando identificar se "os usuários estão sendo atendidos com dignidade e respeito
e se os seus direitos e sua capacidade legal são respeitados" (Brasil, 2015a, p. 28).
As observações realizadas deverão ser registradas no próprio instrumento de coleta. No documento
"Ferramenta de Análise de Documentação e Observação" estão propostos a observação e o
acompanhamento de atendimentos, individuais e grupais, nos Temas 2 (Padrão 2.3), 3 (Padrão 3.3) e 5
(Padrão 5.1; 5.2; 5.3; 5.4); nesse estudo definiu-se que esta observação não será realizada nos atendimentos
dos usuários a serem entrevistados na avaliação do QR.
Além do descrito acima, a observação se dirige ao todo do serviço. Por conseguinte, como parte
da observação, os membros do comitê devem acompanhar atividades/atendimentos envolvendo
profissionais e usuários dos serviços, como por exemplo: Os usuários do serviço estão participando na
elaboração de seu projeto terapêutico? Os usuários podem expressar suas opiniões e escolhas referentes ao
seu tratamento, e estas são respeitadas? Ou estas decisões são tomadas sem sua participação. Observe se os
usuários do serviço parecem ter sido medicados em excesso. Os profissionais estão simplesmente fazendo
palestras para os usuários do serviço, ou os usuários estão participando ativamente no processo de
reabilitação psicossocial para aquisição de habilidades? Se possível, observe ações/atendimentos entre um
membro da equipe e um usuário do serviço e, se, documentos e os projetos terapêuticos são utilizados como
base para o tratamento ou interações; em particular, observe se o usuário do serviço está ativamente
envolvido em discussões e decisões sobre seu projeto. Também é importante, observar um atendimento
entre um membro da equipe e um usuário do serviço para discutir os resultados da avaliação e as opções de
tratamento, e observe se as informações são fornecidas ao usuário do serviço de maneira compreensível e
se ele ou ela tem a oportunidade de fazer perguntas e escolhas e tomar decisões. Neste estudo, as EA farão
as observações recomendadas de acordo com as possibilidades de cada serviço e deverão ocorrer
principalmente na ambiência.
PARTICIPANTES DO ESTUDO
No QR, as entrevistas com usuários, familiares e profissionais são compreendidas como
componente essencial do processo avaliativo e, conforme descrito, a definição do número de entrevistas

9
seguirá a orientação proposta pelo QR (Brasil, 2015a). Os participantes desta etapa do estudo serão usuários
e profissionais dos CAPS III Itaim Bibi e CAPSad III Brasilândia.
Para esta Etapa I, será utilizada a técnica de entrevista e as recomendações do QR indicam, para
cada serviço: 30% de usuários em acompanhamento, 50% de familiares do total de usuários entrevistados
e 30% do total de profissionais (Brasil, 2015a, p. 20).
No entanto, considerando limites de tempo para viabilização e desenvolvimento desta
investigação, para entrevista será considerada a amostra de 30% de usuários considerando os dois serviços.
Ou seja, 15% dos usuários com prontuários ativos no CAPSIII Itaim e, igualmente, 15% de usuários do
CAPSad III da Brasilândia.
Em relação aos usuários, a amostra de 15% de cada serviço, será definida, neste estudo, com base
em amostra aleatória, a partir de planilha atualizada dos serviços e que contém os principais dados de
identificação dos usuários com prontuário ativo. Serão incluídos usuários que atendam os critérios de estar
há pelo menos 1 mês no serviço, estar incluído em pelo menos dois procedimentos da RAAS e de
concordarem e se dispuserem a participar da pesquisa. Também, pretende-se constituir a amostra
contemplando diversidade de: gênero, idade, raça, estado civil, diagnóstico, tempo de acompanhamento.
Tendo em vista as informações iniciais dos serviços sobre o número de usuários em acompanhamento, de
357 CAPS III e 380 no CAPSad III, estima-se a participação de 53 e de 57 usuários respectivamente.
No que diz respeito aos profissionais, considerou-se importante que a "Ferramenta de Entrevistas
do QR" seja acessível para leitura e a seguir a realização das entrevistas para todos profissionais que se
disponibilizarem, de forma a garantir o percentual recomendado para a amostra. Caso o número de
profissionais, dos dois serviços, que manifeste interesse e disponibilidade ultrapasse 30% do total de
profissionais, será procedida à seleção, buscando contemplar a presença de diferentes categorias
profissionais e formação (universitária e de nível médio). Conforme as informações iniciais dos serviços
sobre número de profissionais, totalizando 46 no CAPS III e 68 no CAPSad III estima-se a participação de
7 no primeiro e 10 no CAPSad III.
O documento do QR indica recomendações para realização e condução de entrevistas, de particular
relevância neste estudo, dentre as quais: definição de local do serviço que assegure privacidade; empenho
para superar barreiras de comunicação e sensibilidade para interromper a entrevista quando necessário para
o entrevistado, e posterior continuidade; garantia de consentimento dos participantes; garantia de
confidencialidade e, assim, os membros das EA poderão discutir as entrevistas apenas com os outros
membros (Brasil, 2015a, p.33-34).
Apresenta, também, orientações para os entrevistadores, a saber: importância de apresentação,
explicação da finalidade da entrevista, e de discussão do TCLE; condução respeitosa; validação dos pontos
de vistas de todos entrevistados, em particular, usuários; realização por dois entrevistadores, sendo um
responsável pelo registro; evitar interrupções, excesso de anotações e indução; atenção ao volume,
velocidade e tom de voz; postura flexível, isto é, não necessariamente as questões serão respondidas na
ordem sendo que, algumas vezes, o conteúdo de uma resposta pode ser pertinente para outra questão (Brasil,
2015a, p. 33-35).
Destaca-se, ainda, a orientação para realização de questões abertas, evitando, o máximo possível,
perguntas fechadas, e, também, para verificação se as situações identificadas pelos usuários são constantes,
ou não, por exemplo: se um entrevistado relatar “que um membro do quadro de profissionais lhe falou com
desrespeito, tente verificar se isso aconteceu somente uma vez com um único profissional ou se essa
ocorrência é comum, com um ou diversos profissionais” (Brasil, 2015a, p. 35).
O referido documento alerta para a possibilidade de, no processo avaliativo, serem apresentadas
queixas de usuários, ou, ainda, situações de abusos ou negligência, e sugere que, antes do desenvolvimento
da avaliação, o Comitê de Avaliação defina o modo como essas questões serão abordadas, levando em
consideração, evidentemente, o consentimento dos usuários para o encaminhamento, assim como as
disposições legais (Brasil, 2015a, p. 36). Nesse estudo, a orientação às EA será de encaminhamento ao CAP
se situações desta natureza ocorrerem.
3.3.1.1.5 Análise dos dados
Resultados da Avaliação QR
Para a sistematização dos resultados da avaliação, serão adotados, nesse estudo, os dois
Formulários propostos pelo QR. O primeiro, o Formulário "Relatório de Avaliação com base no Serviço"
(Brasil, 2015d5) denominado, nesse estudo, "Relatório A", busca integrar, no mesmo Relatório, os achados
quantitativos e qualitativos e, assim, às classificações quantitativas devem ser agregados os resultados
qualitativos para propiciar um desenho abrangente da situação do serviço (Brasil, 2015a, p. 37).
As recomendações do QR (Brasil, 2015a, p. 37) indicam a necessidade de reunião dos membros
do Comitê de Avaliação (nesse estudo, as EA) para compilar e discutir os resultados da análise de

5
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/70927/9788533423282__facility_por.pdf?sequence=56

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documentação, observação e entrevistas realizadas, e sugere, quando for realizada a avaliação em mais de
um serviço, o mesmo procedimento para a elaboração de uma avaliação global, consolidando as avaliações
locais. Nesse caso, indica que os comitês possam discutir e integrar os resultados de cada serviço para
elaborar uma avaliação global.
Está previsto que as EA possam apresentar, além dos Relatórios específicos de cada serviço, uma
avaliação conjunta e, para tanto, será utilizado o Formulário "Relatório de Avaliação a nível nacional"
(Brasil, 2015e6) denominado, neste projeto, "Relatório B". Este segundo Formulário, destinado à avaliação
global em nível nacional ou distrital, oferece uma estrutura para consolidação de avaliações locais, e
também propõe integrar os achados quantitativos e qualitativos (Brasil, 2015a, p. 37-8). Nesse estudo, foi
definido que este formulário não será utilizado, tendo em vista a realização de avaliação em apenas dois
serviços. Futuramente, pesquisadores poderão usar o Banco de Dados do Formulário A, para outros estudos
que queiram considerar a visualização e compreensão de diferenças e semelhanças entre os dois CAPS III
em relação à situação de direitos humanos e à qualidade.
O Formulário referente ao "Relatório A", proposto pelo QR para documentar, de forma detalhada
e sistemática, a avaliação de um serviço, não é prescritivo, podendo ser complementado e reorganizado de
acordo com as necessidades das equipes de avaliação (Brasil, 2015d, p.1). Apresenta cinco seções, a saber:
1. Resumo executivo: síntese de visão geral do projeto, dos métodos, dos resultados obtidos para
cada Tema, da discussão, e das conclusões sobre a situação geral dos direitos humanos e da
qualidade do serviço e as recomendações de melhorias (Brasil, 2015d, p.1; p. 3-4);
2. Metodologia: métodos adotados na avaliação, incluindo composição, responsabilidades, reuniões,
e processo de capacitação das EA; aspectos éticos; descrição de documentos analisados,
observações e entrevistas realizadas; seleção dos entrevistados, situações relevantes, e
modalidades adotadas para definição da pontuação (Brasil, 2015d, p.1; p. 5-7);
3. Resultados: essa seção apresenta Tabelas dos resultados da pontuação com base na avaliação
conduzida no serviço, classificados em cinco níveis:
Alcançado totalmente (AT): Há evidência de que os critérios, padrões ou temas
foram completamente realizados. Alcançado parcialmente (AP): Há evidências
de que os critérios, padrões ou temas foram realizados, mas existe a
necessidade de complementá-los. Alcance iniciado (AI): Há evidência de
medidas sendo tomadas para cumprir os critérios, padrões ou temas, porém
melhorias significativas ainda são necessárias. Não iniciado (NI) Não há
evidência de cumprimento dos critérios, padrões ou temas. Não se aplica (NA):
Os critérios, padrões ou temas não são aplicáveis ao serviço em questão
(Brasil, 2015d, p.1).
Neste Formulário - referente ao Relatório A - está previsto o registro de: pontuação geral de cada
Tema, a partir da pontuação para cada Padrão, após pontuação de cada um dos Critérios que o compõem;
e informações sobre ações necessárias para alcance do Padrão.
A orientação para as equipes de avaliação é de iniciar avaliando os Critérios relativos aos Padrões,
discutir e buscar consenso na atribuição de pontuação, como base nas estratégias de avaliação realizadas -
análise da documentação, observação e entrevistas (Brasil, 2015d, p.1). A partir da pontuação para cada
Critério, a equipe deverá realizar, de forma coletiva, a ponderação e calcular a média para pontuar o Padrão,
e considerar que "não há fórmula matemática para combinar os critérios de pontuação de um padrão, uma
vez que há diversas combinações de pontuação e a pontuação depende da ponderação subjetiva de
determinados critérios" (Brasil, 2015d, p.1).
No documento do QR consta, ainda, que "Os padrões e os critérios do instrumento devem guiar
os membros do comitê na determinação do que é esperado de um serviço para que corresponda a marcos
de referência de qualidade e de direitos humanos" (Brasil, 2015a, p. 38). Reconhecendo a subjetividade
presente ao avaliar, e, ao mesmo tempo, a necessidade dessa ser limitada ou reduzida, destaca a importância
dos avaliadores discutirem em conjunto, de forma detalhada e aprofundada, as classificações e avaliações
na busca de consenso; caso não seja possível, as orientações do QR sugerem que seja adotada a
"classificação mais baixa" (Brasil, 2015a, p. 38).
Cabe destacar que em determinados Critérios das Ferramentas do QR constam terminologias - tais
como recovery, diretivas antecipadas de vontade, tomada de decisão apoiada, tomada de decisão substituta
(Brasil, 2015a, p. 78-86) - que, embora sejam explicadas no documento, remetem a noções e conceitos que,
de forma geral, apresentam restrita difusão no cenário nacional, não obstante sua relevância no campo de
direitos humanos e saúde mental. Dessa forma, definiu-se que, nas questões pertinentes, será apresentada a
definição presente nos documentos do QR, assim como no Glossário disponibilizado no conjunto de

6
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/70927/9788533423282__country_wide_por.pdf?sequen
ce=57

11
materiais do QR (Brasil, 2015f), e, quando for o caso, será indicado o registro de classificação "terminologia
não conhecida" distinguindo, assim, de "não aplicável" no sentido de expressar de forma mais adequada a
qual situação se refere.
4. Discussão: registro de discussão ampla e de análise aprofundada das conclusões da avaliação, de
forma a complementar e explicitar a pontuação dos resultados, expressando uma visão qualitativa
e contemplando os pareceres de todos os membros das EA (Brasil, 2015d, p. 2; p. 44).Orienta-se
o registro ordenado por Temas, iniciando com a descrição das observações e, posteriormente, a
síntese das conclusões das entrevistas, podendo ser assinalados situações vivenciadas e
comentários informados às EA durante as entrevistas, considerando, evidentemente, a necessária
confidencialidade. Os dados referentes à análise de documentação podem ser incluídos nessa seção
como item separado ou de forma complementar ao registro de observações e entrevistas. Devem
ser destacadas, também, as violações de direitos humanos, assim como as boas práticas
identificadas (Brasil, 2015d, p. 44).
5. Conclusões e recomendações: a última seção registra as principais conclusões, e igualmente ao
assinalado acima, também devem ser descritas as situações de violações dos direitos humanos e
as boas práticas. Importante constar, também, a indicação de recomendações com cronograma,
ressaltando-se que violações de direitos humanos requerem ações imediatas e que situações que
apresentem risco aos usuários podem implicar atenção urgente. Indica-se, ainda, que conste uma
declaração informando que o serviço será orientado na construção de um "plano de
aperfeiçoamento", com base nas recomendações, a ser desenvolvido em processo envolvendo
usuários, familiares, e profissionais do serviço (Brasil, 2015d, p. 45).
Nesse estudo serão realizados seminários, em cada serviço, coordenados pelo CAP e EA com os
participantes do estudo, para apresentação e discussão do respectivo Relatório A.
Conforme orientações do documento QR, os resultados e as recomendações devem compor
subsídios para elaboração de um “plano de melhoria da qualidade” articulado à gestão. Indica-se que
usuários, familiares e profissionais do serviço possam operar “em conjunto, em uma abordagem
participativa para preparar um plano que inclua ações e metas concretas para evitar violações, promover os
direitos humanos e melhorar a qualidade do tratamento e dos cuidados no serviço”, e destaca-se a
importância de avaliação contínua desse Plano, utilizando as estratégias previstas no QR (Brasil, 2015a,
p.40).
3.3.1.1.6 Aspectos Éticos
O estudo será realizado junto aos usuários de serviços e trabalhadores, portanto será solicitado
pedido de autorização aos gestores responsáveis pelos serviços. Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) com
Seres Humanos da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo – EEUSP, e ao CEP da Secretaria
Municipal de Saúde de São Paulo. O início da coleta de dados será realizado após autorização dos gestores
responsáveis, a assinatura do TCLE pelos participantes envolvidos.
Este estudo pode não trazer benefícios diretos e imediatos, mas ajudará a qualificação dos
dispositivos de saúde na perspectiva dos direitos humanos. Quantos aos riscos estão centrados no
desconforto e/ou constrangimento em relação ao kit de ferramentas do QualityRights.
3.3.2 Etapa II
A abordagem qualitativa desta etapa pretende atender os objetivos de analisar a percepção de
usuários e profissionais de CAPS III e CAPSad III em relação às temáticas de DH, cidadania, violação de
direitos e experiência do QR; analisar as potencialidades e os desafios do desenvolvimento do QR em CAPS
III e CAPSad III visando ao aprimoramento de práticas de CAPS orientadas para a promoção de direitos
humanos e para o fortalecimento de poder de contratualidade dos usuários; e, desenvolver processo
formativo sobre saúde mental e DH para usuários e profissionais de CAPS III e CAPSad III.
As recomendações do documento do QR assinalam que os resultados da avaliação podem revelar
necessidades de conhecimento sobre questões de DH e de qualidade e, assim, indica-se a realização de
capacitação envolvendo usuários e profissionais (Brasil, 2005a, p. 40).
Nessa perspectiva, e de acordo com os objetivos do presente projeto, é fundamental analisar a
percepção dos participantes desse estudo em relação ao campo de DH e saúde mental e sobre a experiência
de participação no QR e, também, propiciar um processo formativo.
3.3.2.1 Cenário
Esta etapa se dará, nos mesmos cenários dos CAPS III Itaim e CAPSad III da Brasilândia, já
descritos
3.3.2.2 Fonte de Dados
Os participantes desta etapa serão os usuários e profissionais que foram entrevistados com o QR
na Etapa I desta investigação. Serão participantes de duas fases nesta etapa. Na denominada Fase A,
participarão de Grupo Focal e na Fase B serão integrantes de um processo formativo.
FASE A

12
Grupos Focais
Após o desenvolvimento do QR, serão realizados grupos focais com usuários, e profissionais dos
CAPS III sobre suas experiências e conhecimento de temáticas de DH, cidadania, violação de direitos, e,
também sobre sua percepção da vivência do processo de avaliação do QR.
Nesse estudo serão realizados dois grupos focais, com os participantes vinculados aos dois CAPS
III, sendo um grupo de usuários (Ga), e, o segundo de profissionais (Gc). Essa definição considerou que
esses atores apresentam distintas trajetórias de vida e vivências em relação aos temas dos grupos focais,
anteriormente assinalados, e no que se refere ao desenvolvimento do QR, se situam, nos contextos
institucionais, em diferentes pontos de vista e lugares de poder contratual.
Os participantes do processo avaliativo do QR - usuários, e profissionais - serão convidados, pelo
CAP, a participar dos grupos focais, sendo prevista a participação de dez pessoas em cada grupo - cinco de
cada CAPS - tendo em vista orientações da literatura (Gatti, 2005, p. 22; Minayo, 2007, p. 270). Caso o
número de usuários que manifeste interesse e disponibilidade supere o previsto, será realizado sorteio.
Especificamente em relação aos grupos com profissionais, a partir da manifestação de interesse e
disponibilidade em participar, se o número ultrapassar o previsto, o CAP realizará seleção tendo em vista
a importância de buscar compor os grupos com participantes de distintas categorias profissionais, formação
(universitária, técnica e nível médio), e com diferente tempo de trabalho no serviço.
Serão realizados dois encontros por grupo, totalizando assim, quatro encontros, conduzidos por
dois profissionais do CAP, com as responsabilidades de moderador e de relator. Cabe ao moderador -
também denominado de animador e de facilitador - promover a participação, focar o tema, e buscar o
aprofundamento da discussão, indicando aos presentes que busquem conversar entre si e não com ele
(Kitzinger, 1995, p. 301; Minayo, 2007, p. 270).
No primeiro encontro de cada um dos grupos focais (G1) o moderador realiza a apresentação e a
explicitação dos objetivos dos encontros, de seu papel e do relator, dos modos de registro, além de todos os
aspectos previstos no TCLE (Apêndice 3 e 4); pretende-se abordar os temas de compreensão e experiência
sobre direitos humanos, cidadania e violação de direitos. No segundo encontro será focado o tema de
vivência no desenvolvimento do QR.
Os roteiros propostos (Apêndice 5), de acordo com os objetivos deste estudo, no sentido de orientar
e propiciar a discussão nos dois encontros de cada Grupo (Ga1, Ga2, Gb1, Gb2) serão utilizados de forma
flexível, na perspectiva de promover e facilitar a interação e o processo grupal (Gatti, 2005, p. 17; Onocko-
Campos, 2017, p.6).
Os quatro encontros serão gravados em áudio e as transcrições serão complementadas com as
anotações do relator (Gatti, 2005, p. 44).
FASE B
Processo Formativo
Os resultados do QR, assim como a análise do material dos grupos focais, constituem subsídios
para a elaboração do processo formativo para usuários e profissionais dos CAPS III.
Está prevista a realização de dois percursos, sendo um com os usuários dos dois CAPS III
participantes do estudo, e o outro com as equipes dos dois serviços, com carga horária total de 40 horas.
Posteriormente, pretende-se desenvolver dois encontros de 4 horas, totalizando 08 horas, em conjunto com
os dois grupos mencionados, para compartilhamento de reflexões. Serão realizadas aulas expositivas
dialogadas seguidas de reflexão e debates coletivos; o processo será coordenado pelo CAP e as aulas serão
ministradas por integrantes do CAP, EA, Conselho de Assessores e especialistas convidados.
Os participantes desse estudo serão convidados para os percursos formativos, totalizando 60
participantes, 30 em cada um. A participação é voluntária, e caso se disponibilizarem mais pessoas que o
previsto, será realizado sorteio. Nesse sentido, a proposta a ser desenvolvida opera com a perspectiva de
constituir multiplicadores em cada um dos serviços.
Pretende-se desenvolver os percursos abordando as temáticas de DH, cidadania, violação e
promoção de direitos sendo que a definição detalhada dos conteúdos será realizada a partir dos subsídios
descritos, e de forma participativa em conjunto com os participantes do estudo, identificando necessidades
formativas geradas no desenvolvimento do QR (Apêndice 6). Dentre as referências a serem adotadas,
assume centralidade as principais contribuições da literatura nacional e internacional, assim como o diálogo
com as recentes publicações da OMS que compõem o WHO QualityRights guidance and training tools
(versão preliminar WHO, 2017). Integrante do projeto WHO/QR, o conjunto de 15 módulos do
QualityRights guidance apresenta diversos temas do campo de saúde mental e direitos humanos e visa ao
treinamento e à orientação - em consonância com a Convenção e com padrões internacionais de DH - de
profissionais, usuários, e pessoas de associações da sociedade civil.
4 RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se com este estudo fortalecer as práticas de cuidado em liberdade na perspectiva dos
Direitos Humanos, na visão das pessoas com problemas de saúde mental e dos profissionais de Centros de

13
Atenção Psicossocial (CAPS); contribuir para a formulação de proposições de promoção de Direitos
Humanos nos CAPS na perspectiva do aprimoramento dos serviços substitutivos e territoriais no contexto
do Sistema Único de Saúde, contribuir para o desenvolvimento de Políticas Públicas de Saúde Mental
pautadas na perspectiva de Direitos Humanos e contribuir para o desenvolvimento da cultura de avaliação
dos serviços de saúde mental.
5 CRONOGRAMA
Atividades 2021 2022 2023
Revisão do Projeto Inicial janeiro
Encaminhar Projeto FAPESP maio
Encaminhar Projeto CEP/EEUSP novembro
Retorno Parecer FAPESP outubro
Retorno Parecer CEP/EEUSP junho
Elaboração do Manual de Coleta de Dados maio
Elaboração do Formulário para Coleta maio
Início das Atividades do Projeto agosto
Publicação de Artigo/Estado da Arte maio
Entrada no Campo de Pesquisa agosto
Treinamento das Equipes junho
Coleta de Dados/Etapa 1 setembro a
novembro
Coleta de Dados/Etapa 2 dezembro a fevereiro
fevereiro
Reuniões com o Comitê de Acompanhamento da fevereiro a janeiro a
Pesquisa, Conselho de Assessores e Equipe de Avaliação dezembro setembro
Apresentação em Congressos outubro a janeiro a janeiro a
dezembro dezembro dezembro
Análise dos Dados janeiro a
junho
Relatório Parcial outubro
Processo Formativo – Etapa 2/Fase B agosto a
outubro
Revisão da Análise de Dados junho a
agosto
Revisão do Relatório Parcial março
Elaboração de Artigo/Resultados Parciais janeiro a
abril
Relatório Final junho a
setembro
Revisão do Relatório Final setembro
Publicação do Relatório Final setembro

6 ORÇAMENTO DETALHADO
Benefício Especificação Valor Quantidade Valor Total
Unitário (R$) (R$)
Capital
Computador 4.900,00 2 9.800,00
Sony Vaio (FE15 Core i7
10ª Geração 8GB 256GB
SSD 15" Windows
10 Home)
Material Permanente HD Externo (2TB/USB 600,00 1 600,00
3.0)
Mini Gravador (Sony 320,00 2 640,00
Digital Voice Recorder
4GB - ICD-PX240)
Custeio
Transporte Ônibus/Metrô (Coleta 10,00 90 900,00
de Dados)

14
Material de Consumo Papel, Pastas, Banner 650,00 1 650,00
Serviços de Terceiros Traduções Transcrições 20.000,00 1 20.000,00
TOTAL 32.590,00

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2008 Vol. 59 n. 12.

APÊNDICES
APÊNDICE 1 (Formulário)
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (profissionais)
Convido o(a) senhor(a) para participar da pesquisa “Avaliação e promoção da cultura de
direitos humanos em Centros de Atenção Psicossocial: potencialidades e desafios do QualityRights
(QR)”. O objetivo geral desta pesquisa é identificar e analisar as potencialidades e os desafios do QR na
perspectiva da avaliação de serviços e de promoção e fortalecimento da cultura de direitos humanos nas
práticas dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Objetivos Específicos: (i) avaliar a qualidade de
CAPS III e CAPSad III na perspectiva de promoção e fortalecimento dos direitos humanos, por meio do
QR; (ii) analisar a percepção de pessoas com problemas de saúde mental e profissionais de CAPS III e
CAPSad III em relação às temáticas de Direitos Humano (DH), cidadania, violação de direitos e experiência
do QR; (iii) analisar as potencialidades e os desafios do QR em CAPS III e CAPSad III visando ao
aprimoramento de práticas de CAPS orientadas para a promoção de direitos humanos e para o
fortalecimento de poder de contratualidade das pessoas com problemas de saúde mental; (iv) desenvolver
processo formativo sobre saúde mental e DH para os participantes da pesquisa; (v) contribuir para o debate
e a formulação de proposições para a promoção de direitos humanos nos CAPS na perspectiva do
aprimoramento dos serviços substitutivos e territoriais no contexto do Sistema Único de Saúde.
Sua participação é voluntária e será por meio de uma única entrevista que terá duração máxima de
25 minutos e ocorrerá no próprio CAPS, em local privativo apenas na presença do pesquisador e do
participante. Será gravada e transcrita pelos pesquisadores e guardada em lugar seguro e em sigilo.
Durante as entrevistas o senhor(a) poderá sentir-se desconfortável e/ou constrangido em responder
algumas perguntas, pois o assunto tratado é sobre atividades desenvolvidas no CAPS, podendo mobilizar
sentimentos desagradáveis. Em caso de cansaço ao responder as questões, a entrevista poderá ser pausada
e retomada depois.
Os dados coletados serão confidenciais e de uso apenas do pesquisador, portanto você em nenhum
momento será identificado, garantindo sua privacidade. Você também tem liberdade para retirar seu
consentimento em qualquer momento da pesquisa sem qualquer prejuízo, lembrando que isto não interfere
na sua trajetória profissional. Não existem custos com a sua participação nem benefícios financeiros, no
entanto, caso você tenha algum gasto, haverá ressarcimento e se ocorrerem danos comprovadamente
relacionados a pesquisa, você poderá solicitar indenização.
Em qualquer etapa da pesquisa o senhor(a) terá contato com os pesquisadores responsáveis pela
investigação para o esclarecimento de dúvidas. A principal pesquisadora é a Profª Drª Márcia Aparecida
Ferreira de Oliveira, que pode ser encontrada no endereço: Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar 419, Bairro
Cerqueira César CEP: 05.403-000 São Paulo – SP, telefone (11)997615301, e-mail: marciaap@usp.br.
Caso tenha alguma dúvida sobre seus direitos como participante da pesquisa, entre em contato
com o Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo no
endereço: Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar 419, Bairro Cerqueira César CEP: 05.403-000 São Paulo –
SP, telefone (11)3061-8858, e-mail: cepee@usp.br ou com o Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da
Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo no endereço Rua General Jardim, 36, 8º andar, Vila Buarque
CEP: 01223-010, e-mail: smscep@gmail.com.
Caso você tenha entendido as informações e concorde em participar, por favor, assine/rubrique
todas as páginas e as duas vias deste Termo de Consentimento, guarde uma via com você assinada pelo
pesquisador e devolva a outra para o entrevistador.
Esta pesquisa atende todas as especificações da Resolução 466, de 12 de dezembro de 2012 que
aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos.
_________________________________
Assinatura do pesquisador
_________________________________
Assinatura do participante
___/___/_____
Data
APÊNDICE 2
(Formulário/Entrevista)
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (usuários)

20
Convido o(a) senhor(a) para participar da pesquisa “Avaliação e promoção da cultura de
direitos humanos em Centros de Atenção Psicossocial: potencialidades e desafios do QualityRights
(QR)”. O objetivo geral desta pesquisa é identificar e analisar as potencialidades e os desafios do QR na
perspectiva da avaliação de serviços e de promoção e fortalecimento da cultura de direitos humanos nas
práticas dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Objetivos Específicos: (i) avaliar a qualidade de
CAPS III e CAPSad III na perspectiva de promoção e fortalecimento dos direitos humanos, por meio do
QR; (ii) analisar a percepção de pessoas com problemas de saúde mental e profissionais de CAPS III e
CAPSad III em relação às temáticas de Direitos Humano (DH), cidadania, violação de direitos e experiência
do QR; (iii) analisar as potencialidades e os desafios do QR em CAPS III e CAPSad III visando ao
aprimoramento de práticas de CAPS orientadas para a promoção de direitos humanos e para o
fortalecimento de poder de contratualidade das pessoas com problemas de saúde mental; (iv) desenvolver
processo formativo sobre saúde mental e DH para os participantes da pesquisa; (v) contribuir para o debate
e a formulação de proposições para a promoção de direitos humanos nos CAPS na perspectiva do
aprimoramento dos serviços substitutivos e territoriais no contexto do Sistema Único de Saúde.
Sua participação é voluntária e será por meio de uma única entrevista que terá duração máxima de
25 minutos e ocorrerá no próprio CAPS, em local privativo apenas na presença do pesquisador e do
participante. Será gravada e transcrita pelos pesquisadores e guardada em lugar seguro e em sigilo.
Durante as entrevistas o senhor(a) poderá sentir-se desconfortável e/ou constrangido em responder
algumas perguntas, pois o assunto tratado é sobre a sua trajetória no CAPS, podendo mobilizar sentimentos
desagradáveis. Caso isso ocorra, além de parar a entrevista me comprometo a acolhê-lo se você desejar,
mas também poderá ser encaminhado e atendido pelos profissionais da equipe de saúde do CAPS. Em caso
de cansaço ao responder as questões, a entrevista poderá ser pausada e retomada depois.
Os dados coletados serão confidenciais e de uso apenas do pesquisador, portanto você em nenhum
momento será identificado, garantindo sua privacidade. Você também tem liberdade para retirar seu
consentimento em qualquer momento da pesquisa sem qualquer prejuízo, lembrando que isto não interfere
na assistência que você recebe neste serviço. Não existem custos com a sua participação nem benefícios
financeiros, no entanto, caso você tenha algum gasto, haverá ressarcimento e se ocorrerem danos
comprovadamente relacionados à pesquisa, você poderá solicitar indenização.
Em qualquer etapa da pesquisa o senhor(a) terá contato com os pesquisadores responsáveis pela
investigação para o esclarecimento de dúvidas. A principal pesquisadora é a Profª Drª Márcia Aparecida
Ferreira de Oliveira, que pode ser encontrada no endereço Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar 419, Bairro
Cerqueira César CEP: 05.403-000 São Paulo – SP, telefone (11)997615301, e-mail: marciaap@usp.br.
Caso tenha alguma dúvida sobre seus direitos como participante da pesquisa, entre em contato
com o Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo no
endereço: Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar 419, Bairro Cerqueira César CEP: 05.403-000 São Paulo –
SP, telefone (11)3061-8858, e-mail: cepee@usp.br ou com o Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da
Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo no endereço Rua General Jardim, 36, 8º andar, Vila Buarque
CEP: 01223-010, e-mail: smscep@gmail.com.
Caso você tenha entendido as informações e concorde em participar, por favor, assine/rubrique
todas as páginas e as duas vias deste Termo de Consentimento, guarde uma via com você assinada pelo
pesquisador e devolva a outra para o entrevistador.
Esta pesquisa atende todas as especificações da Resolução 466, de 12 de dezembro de 2012 que
aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos.
_________________________________
Assinatura do pesquisador
_________________________________
Assinatura do participante
___/___/_____
Data
APÊNDICE 3
(Grupo Focal)
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (profissionais)
Convido o(a) senhor(a) para participar da pesquisa “Avaliação e promoção da cultura de
direitos humanos em Centros de Atenção Psicossocial: potencialidades e desafios do QualityRights
(QR)”. O objetivo geral desta pesquisa é identificar e analisar as potencialidades e os desafios do QR na
perspectiva da avaliação de serviços e de promoção e fortalecimento da cultura de direitos humanos nas
práticas dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Objetivos Específicos: (i) avaliar a qualidade de
CAPS III e CAPSad III na perspectiva de promoção e fortalecimento dos direitos humanos, por meio do
QR; (ii) analisar a percepção de pessoas com problemas de saúde mental e profissionais de CAPS III e
CAPSad III em relação às temáticas de Direitos Humano (DH), cidadania, violação de direitos e experiência

21
do QR; (iii) analisar as potencialidades e os desafios do QR em CAPS III e CAPSad III visando ao
aprimoramento de práticas de CAPS orientadas para a promoção de direitos humanos e para o
fortalecimento de poder de contratualidade das pessoas com problemas de saúde mental; (iv) desenvolver
processo formativo sobre saúde mental e DH para os participantes da pesquisa; (v) contribuir para o debate
e a formulação de proposições para a promoção de direitos humanos nos CAPS na perspectiva do
aprimoramento dos serviços substitutivos e territoriais no contexto do Sistema Único de Saúde.
Sua participação é voluntária e será por meio da participação em dois encontros de Grupo Focal,
com duração de 1h e meia, em local confortável, no próprio CAPS. Serão gravados e transcritos pelos
pesquisadores e guardados em lugar seguro e em sigilo.
Durante os encontros o senhor(a) poderá sentir-se desconfortável e/ou constrangido em debater
alguns temas, pois o assunto tratado é sobre atividades desenvolvidas no CAPS, podendo mobilizar
sentimentos desagradáveis.
Os dados coletados serão confidenciais e de uso apenas do pesquisador, portanto você em nenhum
momento será identificado, garantindo sua privacidade. Você também tem liberdade para retirar seu
consentimento em qualquer momento da pesquisa sem qualquer prejuízo, lembrando que isto não interfere
na sua trajetória profissional. Não existem custos com a sua participação nem benefícios financeiros, no
entanto, caso você tenha algum gasto, haverá ressarcimento e se ocorrerem danos comprovadamente
relacionados à pesquisa, você poderá solicitar indenização.
Em qualquer etapa da pesquisa o senhor(a) terá contato com os pesquisadores responsáveis pela
investigação para o esclarecimento de dúvidas. A principal pesquisadora é a Profª Drª Márcia Aparecida
Ferreira de Oliveira, que pode ser encontrada no endereço: Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar 419, Bairro
Cerqueira César CEP: 05.403-000 São Paulo – SP, telefone (11)997615301, e-mail: marciaap@usp.br.
Caso tenha alguma dúvida sobre seus direitos como participante da pesquisa, entre em contato
com o Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo no
endereço: Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar 419, Bairro Cerqueira César CEP: 05.403-000 São Paulo –
SP, telefone (11)3061-8858, e-mail: cepee@usp.br ou com o Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da
Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo no endereço Rua General Jardim, 36, 8º andar, Vila Buarque
CEP: 01223-010, e-mail: smscep@gmail.com.
Caso você tenha entendido as informações e concorde em participar, por favor, assine/rubrique
todas as páginas e as duas vias deste Termo de Consentimento, guarde uma via com você assinada pelo
pesquisador e devolva a outra para o entrevistador.
Esta pesquisa atende todas as especificações da Resolução 466, de 12 de dezembro de 2012 que
aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos.
_________________________________
Assinatura do pesquisador
_________________________________
Assinatura do participante
___/___/_____
Data
APÊNDICE 4
(Grupo Focal)
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (usuários)
Convido o(a) senhor(a) para participar da pesquisa “Avaliação e promoção da cultura de
direitos humanos em Centros de Atenção Psicossocial: potencialidades e desafios do QualityRights
(QR)”. O objetivo geral desta pesquisa é identificar e analisar as potencialidades e os desafios do QR na
perspectiva da avaliação de serviços e de promoção e fortalecimento da cultura de direitos humanos nas
práticas dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Objetivos Específicos: (i) avaliar a qualidade de
CAPS III e CAPSad III na perspectiva de promoção e fortalecimento dos direitos humanos, por meio do
QR; (ii) analisar a percepção de pessoas com problemas de saúde mental e profissionais de CAPS III e
CAPSad III em relação às temáticas de Direitos Humano (DH), cidadania, violação de direitos e experiência
do QR; (iii) analisar as potencialidades e os desafios do QR em CAPS III e CAPSad III visando ao
aprimoramento de práticas de CAPS orientadas para a promoção de direitos humanos e para o
fortalecimento de poder de contratualidade das pessoas com problemas de saúde mental; (iv) desenvolver
processo formativo sobre saúde mental e DH para os participantes da pesquisa; (v) contribuir para o debate
e a formulação de proposições para a promoção de direitos humanos nos CAPS na perspectiva do
aprimoramento dos serviços substitutivos e territoriais no contexto do Sistema Único de Saúde.
Sua participação é voluntária e será por meio da participação em dois encontros de Grupo Focal,
com duração de 1h e meia, em local confortável, no próprio CAPS. Serão gravados e transcritos pelos
pesquisadores e guardados em lugar seguro e em sigilo.

22
Durante os encontros o senhor(a) poderá sentir-se desconfortável e/ou constrangido em debater
alguns temas, pois o assunto tratado é sobre a assistência desenvolvida no CAPS e que estão relacionadas
ao seu tratamento, podendo mobilizar sentimentos desagradáveis. Caso isso ocorra, além de você deixar o
grupo a me comprometo a acolhê-lo se você desejar, mas também poderá ser encaminhado e atendido pelos
profissionais da equipe de saúde do CAPS. Em caso de cansaço ao participar do grupo poderá sair sem
prejuízo de suas atividades.
Os dados coletados serão confidenciais e de uso apenas do pesquisador, portanto você em nenhum
momento será identificado, garantindo sua privacidade. Você também tem liberdade para retirar seu
consentimento em qualquer momento da pesquisa sem qualquer prejuízo, lembrando que isto não interfere
na sua trajetória profissional. Não existem custos com a sua participação nem benefícios financeiros, no
entanto, caso você tenha algum gasto, haverá ressarcimento e se ocorrerem danos comprovadamente
relacionados à pesquisa, você poderá solicitar indenização.
Em qualquer etapa da pesquisa o senhor(a) terá contato com os pesquisadores responsáveis pela
investigação para o esclarecimento de dúvidas. A principal pesquisadora é a Profª Drª Márcia Aparecida
Ferreira de Oliveira, que pode ser encontrada no endereço Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar 419, Bairro
Cerqueira César CEP: 05.403-000 São Paulo – SP, telefone (11)997615301, e-mail: marciaap@usp.br.
Caso tenha alguma dúvida sobre seus direitos como participante da pesquisa, entre em contato
com o Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo no
endereço: Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar 419, Bairro Cerqueira César CEP: 05.403-000 São Paulo –
SP, telefone (11)3061-8858, e-mail: cepee@usp.br ou com o Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da
Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo no endereço Rua General Jardim, 36, 8º andar, Vila Buarque
CEP: 01223-010, e-mail: smscep@gmail.com.
Caso você tenha entendido as informações e concorde em participar, por favor, assine/rubrique
todas as páginas e as duas vias deste Termo de Consentimento, guarde uma via com você assinada pelo
pesquisador e devolva a outra para o entrevistador.
Esta pesquisa atende todas as especificações da Resolução 466, de 12 de dezembro de 2012 que
aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos.
_________________________________
Assinatura do pesquisador
_________________________________
Assinatura do participante
___/___/_____
Data

APÊNDICE 5
ROTEIRO GRUPO FOCAL

1o Encontro
1. Compreensão sobre direitos humanos, cidadania e saúde mental.
2. Vivências de situações de violação de direitos das pessoas com experiências de sofrimento psíquico nos
contextos de vida e em serviços de saúde mental.
3. Vivências de situações de garantia e promoção de direitos das pessoas com experiências de sofrimento
psíquico nos contextos de vida e em serviços de saúde mental.
2o Encontro
1. Avaliação sobre o processo de avaliação por meio de do QR.
2. Necessidades identificadas durante o processo de avaliação em relação a: usuários, profissionais e
serviços.
3. Principais desafios identificados durante o processo da avaliação por meio do QR em relação a: usuários,
profissionais e serviços.
APÊNDICE 6
ROTEIRO PROCESSO FORMATIVO
Ementa: Pretende-se desenvolver os percursos abordando as temáticas de Direitos Humanos, cidadania,
violação e promoção de direitos sendo que a definição detalhada dos conteúdos será realizada a partir dos
subsídios descritos, e de forma participativa em conjunto com os participantes do estudo, identificando
necessidades formativas geradas no desenvolvimento do QualityRights (QR).
Conteúdo Programático: Principais temáticas
1. Direitos humanos e saúde mental
2. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e Lei Brasileira de Inclusão
3. Violação de direitos das pessoas com experiências de sofrimento psíquico nos contextos de vida e em
serviços de saúde mental

23
4. Garantia e promoção de direitos das pessoas com experiências de sofrimento psíquico nos contextos de
vida e em serviços de saúde mental
4. Garantia e promoção de direitos das pessoas com experiências de sofrimento psíquico nos CAPS
Estratégias
● Aula expositiva dialogada
● Reflexão e discussão coletiva
● Trabalho em grupo: leitura de textos indicados e/ou apresentação de vídeos indicados
Avaliação
Compõem o processo avaliativo: - avaliação processual e, assim, todos os participantes serão convidados a
apresentar seus pontos de vista e proposições durante o percurso; - avaliação final.
Referências Básicas
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. Direito é qualidade: kit de ferramentas de avaliação e melhoria da qualidade e dos
direitos humanos em serviços de saúde mental e de assistência social. Brasília, Ministério da
Saúde, 2015. 101p. Disponível em:
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/70927/9788533423282_por.pdf?sequence=53.
Acesso em: 26 de janeiro de 2020.
2. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2007). Convenção sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência: Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência: Decreto Legislativo n. 186, de 09 de julho de 2008.
3. Decreto n. 6.949, de 25 de agosto de 2009. 4ª ed., rev. e atual. Brasília, Secretaria de Direitos
Humanos, Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 2011.
Disponível em: http://www.sdh.gov.br/assuntos/pessoa-com-deficiencia/pdfs. Acesso em: 18 de
junho de 2020.

24

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