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Índice

Lista de tabelas, gráficos, mapas e figuras………. ……………………………. ………………v


Siglas e acrónimos…………………………………………………………………………….....vi
Declaração……………………………………………………………………….……………...vii
Dedicatória……………………………. ……………………………………………………… viii
Agradecimentos…………………. ……………………………………………………………. ix
Resumo……………………………………………………………………………………………x
0.0. Introdução .............................................................................................................................. 11
0.1. Delimitação do tema .............................................................................................................. 12
0.2. Justificativa ............................................................................................................................ 12
0.3. Formulação do problema ....................................................................................................... 13
0.4. Hipótese ................................................................................................................................. 13
0.5. OBJETIVOS .......................................................................................................................... 14
0.7. Metodologias ......................................................................................................................... 15
0.7.1. Tipo de pesquisa ................................................................................................................. 15
0.7.2. Métodos de abordagem ...................................................................................................... 15
0.7.3. Método de procedimento .................................................................................................... 16
0.7.4. Técnicas de recolha de dados ............................................................................................. 17
0.8. População e amostra .............................................................................................................. 17
CAPITULO I – ABORDAGEM TEORICA SOBRE IMPACTO SOCIO – AMBIENTAL DOS
ASSENTAMENTOS INFORMAIS ............................................................................................. 18
1.0. DINFINIÇÃO DE CONCEITOS BÁSICOS ........................................................................ 18
1.1. Assentamentos informais ...................................................................................................... 18
1.2. Impacto Sócio – ambientais dos assentamentos informais ................................................... 19
1.3. Papel de ordenamento territorial ........................................................................................... 20
1.4. Ocupação e uso do Espaço .................................................................................................... 21
1.5. Características e Factores de assentamentos informais ......................................................... 22
1.5.1. Características gerais dos assentamentos ........................................................................... 23
CAPITULO II – Localização geográfica, Descrição físico – natural e sócio – económica da área
do estudo. ...................................................................................................................................... 24
2.0. Localização geográfica da área em estudo ............................................................................ 24
2.1. Aspectos físicos – naturais .................................................................................................... 26
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2.1.1. Caracterização climática do Município .............................................................................. 26


2.1.2. Caracterização dos solos .................................................................................................... 27
2.1.3. Relevo ................................................................................................................................. 27
2.1.4. Vegetação ........................................................................................................................... 28
2.2. Aspectos humanos ................................................................................................................. 28
2.2.1. População ........................................................................................................................... 28
2.2.2. Habitação ............................................................................................................................ 29
2.2.3. Caracterização Sócio - Económica ..................................................................................... 30
2.3. Infra-estruturas e Serviços Sociais Básicos ........................................................................... 31
CAPITULO III – impactos sócio – ambientais do assentamento informal .................................. 37
3.0. Impactos sociais .................................................................................................................... 38
3.1.1. Acessibilidade deficitária ................................................................................................... 38
3.1.2. Ocorrência de criminalidade .............................................................................................. 38
3.1.3. Falta de serviços sociais ..................................................................................................... 39
3.1.4. Conflitos sócias .................................................................................................................. 39
3.1.5. Deficiente sistema de gestão de lixo .................................................................................. 41
3.1.6. Contaminação por doenças de veiculação hídrica .............................................................. 41
3.2. Impactos ambientais .............................................................................................................. 43
3.2.1. Impacto de escoamento superficial e desabamento das residências................................... 43
3.2.2. Deficiente saneamento do meio ......................................................................................... 44
3.3. Analise dos impactos sócio - ambientais ............................................................................... 44
3.4. Discussão dos Resultados ...................................................................................................... 45
3.4.1. Medidas de mitigação dos impactos sócio - ambientais..................................................... 49
4.0. Conclusão e sugestões ........................................................................................................... 52
4.1. Conclusão .............................................................................................................................. 52
4.2. Sugestões ............................................................................................................................... 53
5.0. Referências bibliográficas ..................................................................................................... 54
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0.0.Introdução

O crescimento populacional associado ao processo de urbanização caracterizado por sua


ampliação territorial e pela grande e intensa concentração humana, bem como o avanço do meio
- técnico - científico, que segundo SANTOS (2009:37), é “ (...) o momento histórico em que a
construção ou reconstrução do espaço se dará com um crescente conteúdo de ciência, de técnicas
e de informação”, vem atingindo de forma significativa e preocupante o meio natural e as
condições de vida não só da população como de todos os seres vivos. A presente pesquisa,
analisa o impacto sócio – ambiental dos assentamentos informais que se fazem sentir em grandes
escalas nos centros urbanos sobretudo nas áreas de expansão. Neste caso, no Município de
Chókwe, concretamente no 5o (quinto) bairro, onde verifica – se uma ocupação que não é
acompanhada pelo ordenamento territorial adequada, cria a degradação do meio ambiente dada a
falta do sistema de saneamento do meio, sistemas de drenagem de águas pluviais, a precariedade
das vias de acesso dificultando em grande medida a rede de abastecimento de água bem como de
energia e assistência social, e que outros espectros são as que proporcionam a qualidade de vida
da população. Todavia com este trabalho acreditamos que pode ajudar na mitigação destes
problemas e sobretudo pode ajudar na planificação futura de actividades de urbanização em
vários pontos do país.
Portanto estes problemas que adiantamos no parágrafo anterior, criam um conjunto de impactos
sócio – ambientais que passam pelo aumento superficial, desabamentos, criminalidade, conflitos
sociais e surgimento de certas doenças, isto é na falta da observância destes instrumentos mais
problemas sobretudo sociais podem surgir dificultando a qualidade de vida. A presente
monografia obedece a seguinte ordem, na primeira parte teremos a delimitação do tema,
justificativa, formulação do problema e suas hipóteses, os objectivos do trabalho, relevância do
tema em estudo e metodologia que serão enrolados em métodos de abordagem e métodos de
procedimento bem como técnicas de recolha de dados, e ainda nesta fase da monografia
analisamos alguns conceitos que versão sobre o tema sobretudo os assentamentos e fizemos
também a localização geográfica e cósmica da área em estudo trazendo as características físicos
– naturais e no último capitulo reflecte a análise e discussão de resultados.
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0.1.Delimitação do tema

A presente pesquisa, visa analisar o Impacto sócio – ambiental dos assentamentos informais no
Município de Chókwe, caso do 5o bairro, no período de 2009 a 2013. Portanto a área em estudo
foi seleccionada pelo facto de ser um dos bairros que apresenta uma ocupação desordenada do
espaço sem a observância dos instrumentos de gestão territorial dos espaços, que a mesma
ocupação começou a se verificar em 2009, visto que foi o ano em que o bairro em estudo começa
a ser mais concorrido devido a procura de espaço para a habitação como consequência do êxodo
rural na procura das melhores condições de vida na cidade, que segundo FERRO (2011:11), este
movimento verificou – se pela questão da municipalização e instalação da Industria de produção
e descasca do arroz. E neste processo o quinto bairro era um dos bairros que ainda não eram
habitados intensivamente como tem – se verificado nos últimos dias.

0.2.Justificativa

Com a introdução, em escala crescente, de tecnologias de produção dos bens de consumo,


permite a ele a garantia de condições mais confortáveis, ou menos rústicas, de sobrevivência na
zona urbana. Entretanto, desde sua origem, a cidade não será apropriada igualmente por seus
habitantes. A estrutura social e económica de cada sociedade, além de mecanismos específicos
de produção e apropriação do espaço irão determinar formas diferenciadas de acesso à cidade,
fazendo com que boa parte de seus moradores fiquem privados de condições de vida
consideradas adequadas. Portanto nos tempos remotos o Município de Chókwe, concretamente o
5o Bairro os primeiros habitantes daquele bairro detinham grandes dimensões de terra onde os
problemas ambientais era quase inexistentes, pois as actividades que a população praticavam não
causavam impactos significativos ao meio ambiente.
Actualmente verifica – se um crescimento populacional em grande escala num processo de
migração interna o chamado êxodo rural, no entanto o espaço em si não é suficiente, o tipo de
habitação não é segura e sem condições para a instalação de infra – estruturas básicas, ou seja
não oferecem condições mínimas que garantem a qualidade de vida.
A escolha do tema surge pelo facto de ter acompanhado e vivenciada uma história de um dos
antigos habitante daquele bairro que detinha um enorme espaço que ao andar do tempo de tanto
parcelar para outras famílias sem ter em conta a questão de ordenamento ficou sem espaço para
entrar no seu próprio terreno, criando assim conflitos sociais com as famílias vizinhas.
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0.3.Formulação do problema

O processo de urbanização em escala global provoca modificações ao meio ambiente, alterando


as características naturais. O desenvolvimento da cidade sem um correcto planeamento ambiental
resulta em inúmeros prejuízos para a sociedade. Sendo o acréscimo da poluição doméstica e
industrial, consequências do crescimento urbano, onde este, quando não recolhido e armazenado
de forma correcta, acarreta o desenvolvimento de doenças, poluição do ar, contaminação da água
subterrânea, entre outros (RODRIGUES 1998: 18).
No quotidiano a nível nacional, são notáveis problemas sócio – ambientais, dado que para a
construção de habitações, fazem de uma forma desordenada como forma de ocupar o espaço e
susceptível á problemas sócio – ambientais.
Na área em estudo o que constitui perigo, é a forma de ocupação do espaço e construção das
habitações sem ter em conta a relevância do ordenamento territorial e como consequência de
todas as vezes que se verifica a queda pluviométrica as águas não escoam perfeitamente criando
problemas sócio – ambientais que põe em causa a qualidade de vida da população, dai que se
coloca a seguinte pergunta de partida:

Ate que ponto os assentamentos informais geram impactos sócio – ambiental negativos no 5o
bairro no Município de Chókwè no período 2009 a 2013?

0.4.Hipótese
Na percepção de RODRIGUES (2007:45), as hipóteses conduzem a uma verificação empírica e
torna – se importantes para que a pesquisa tenham resultados úteis. Assim, a presente pesquisa
orientar – se a nas seguintes hipóteses:
 É provável que a forma de ocupação do solo para habitação dificulte a acessibilidade
domiciliária e instalação de infra – estruturas básicas de saneamento do meio;
 É provável que a procura de emprego e de serviços sociais básicos na zona urbana esteja
por detrás deste tipo de assentamento;
 É provável que a ocorrência de doenças, dificuldade de mobilidade de pessoas e bens
estejam relacionadas com a ocupação informal do espaço, como resultado da deficiente
implementação dos instrumentos de gestão territorial.
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0.5.OBJETIVOS
Em um trabalho científico os objectivos existem para demonstrar para que pesquisar e quais os
propósitos do estudo. Dividem-se em Objectivo Geral e Objectivos Específicos.

0.5.1.Objetivo geral
 Analisar o impacto sócio – ambiental dos assentamentos informais no 5o bairro, do
Município de Chókwe.

0.5.2.Objectivos específicos
 Caracterizar os assentamentos;
 Descrever a forma de crescimento dos assentamentos do 5o bairro;
 Identificar os impactos sócio – ambientais dos assentamento informal no 5o bairro, do
Município de Chókwe;
 Descrever os impactos sócio – ambientais dos assentamento informal no 5o bairro, do
Município de Chókwe;
 Propor algumas formas de mitigação dos impactos sócio – ambientais dos assentamento
informal no 5o bairro, do Município de Chókwe;

0.6.Relevância do tema

Com este tema espera – se, que venha despertar atenção às autoridades competentes isto é,
autoridades municipais de Chókwè no sentido de passar a implementar instrumentos de gestão
territorial como forma de contribuir na redução de diversos tipos de assentamentos que vem
surgindo nos últimos tempos naquele município e evitar o surgimento destes problemas nos
outros locais, devido aos impactos sócio – ambientais que podem advir e no plano social este
trabalho pode minimizar os conflitos que este tipo de assentamentos gera, já na área académica
esta pesquisa pode vir clarificar alguns conteúdos que diz respeito a matéria em análise
sobretudo no ensino de Geografia na matéria que versa sobre os assentamentos humanos
sobretudo na cadeira de Geografia de população e povoamento, partindo de principio que a
maior parte dos estudantes deste curso são formados para a área da docência estes podem
usufruir desta matéria para melhor abordagem nas sua aulas no campo de acção.
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Diante desta prerrogativa, é necessário que os professores possuam conhecimentos acerca desta
matéria e um desempenho diferenciado junto aos seus alunos. A geografia sendo uma ciência
eminentemente social, ainda que trabalhem com temas considerados físicos, as alterações
ocorridas nesta área são efeitos de acções humanas, no solo e mesmo no clima e os alunos
precisam compreender esta situação para saber agirem mediante o surgimento de novos casos de
assentamentos informais nas suas comunidades, pois Segundo Gomes, existe uma
interdependência a qual ele denomina interacção entre natureza e sociedade. “ (...) em qualquer
circunstância não podemos isolar a dinâmica evolutiva do mundo da natureza e da sociedade
quando empreendemos um estudo ou pesquisa científica” (GOMES, 1991:99).

0.7.Metodologias
A INVESTIGAÇÃO cientifica de qualquer área de saber ou conhecimento pressupõe o uso de
métodos de pesquisa que para CERVO e BERVIAM (1997:43) são um conjunto de processos,
ou de procedimentos gerais, baseadas em princípios lógicos e racionais, que permitem o seu
emprego em várias ciências. Para efeitos didácticos os métodos dividem se em dois grupos:
métodos de abordagem e de procedimentos.

0.7.1. Tipo de pesquisa


Pesquisa qualitativa onde pode ser definida como um estudo não estatístico, que identifica e
analisa em profundidade dados de difícil mensuração de um determinado grupo de indivíduos em
relação a um problema específico. Entre eles estão sentimentos, sensações e motivações que
podem explicar determinados comportamentos, apreendidos com o foco no significado que
adquirem para os indivíduos. (MATEUS, 2013:23)

0.7.2. Métodos de abordagem


São constituídos de procedimentos gerais, que norteiam o desenvolvimento das etapas
fundamentais de uma pesquisa científica, permitindo por isso, o seu emprego em várias ciências
LAKATOS e MARCONI; (1991:26). Para o efeito vai usar – se:
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I. Método hipotético dedutivo.


Como já dito, o método hipotético - dedutivo foi proposto por KARL POPPER e consiste na
adopção da seguinte linha de raciocínio:
[...] quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes
para a explicação de um fenómeno, surge o problema. Para tentar explicar as
dificuldades expressas no problema, são formuladas conjecturas ou hipóteses. Das
hipóteses formuladas, deduzem-se consequências que deverão ser testadas ou falseadas.
Falsear significa tornar falsas as consequências deduzidas das hipóteses. Enquanto no
método dedutivo se procura a todo custo confirmar a hipótese, no método hipotético -
dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la. (GIL,
2000:12) apud (PRODANOV & FREITAS, 2013:32)

A partir deste método, analisou - se o fenómeno dos assentamentos que – se verificam naquele
Município, permitindo a percepção das suas causas, seus impactos e prováveis soluções para a
mitigação dos problemas gerados no caso concreto do quinto (5o) bairro no Município de
Chókwè.

0.7.3. Método de procedimento

Constituem etapas mais concretas da investigação, com finalidade mais restrita em termos de
explicação geral dos fenómenos menos abstractos. Pressupõe uma atitude concreta em relação ao
fenómeno e estão limitados a um domínio particular nas ciências sociais (LAKATOS e
MARCONI, 1991:34).

I. Método comparativo histórico: a partir da análise histórica do local em estudo buscamos as


razões do que terá contribuído para o actual estágio dos assentamentos. O comparativo
por sua vez permitiu trazer uma abordagem comparativa do comportamento dos
assentamentos em várias fases, para a melhor compreensão das suas causas e
consequências no quinto bairro do Município de Chókwè.

II. Observação directa procurou saber sobre variações do mosaico paisagístico onde foi
possível averiguar o estágio real dos impactos sócio – ambientais dos assentamentos
informais da área em estudo como forma de testar as hipóteses adiantadas neste projecto
e ainda na mesma metodologia foi feita a descrição das formas de ocupação dos espaços
esta observação foi acompanhada por conversas formais com os secretários, com vista a
obtenção de dados sobre o número de habitantes, tipos de habitações e actividades
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predominantes neste local. Na recolha desta informação orientamos - nos pela ficha de
observação.

0.7.4. Técnicas de recolha de dados

I. Consulta bibliográfica de obras literárias físicas e electrónicas de diferentes obras que


versão sobre o tema, tais como: Lei Ambiental, Manuel Araújo sobre os assentamentos
humanos, Max Derruau sobre geografia humana, Aniceto dos Muchangos, sobre
Educação Ambiental entre outros, que incluiu a leitura, análise e interpretação de
manuais pós todo este material que foi recolhido depois submetemos a uma triagem, onde
a partir da qual foi possível estabelecer um plano de leitura.

II. Entrevista foram entrevistadas várias individualidades envolvidas na matéria de


urbanização no Município de Chókwè, a partir do secretário do bairro, chefes dos blocos
bem como a população residente naquele bairro, onde para dar mais credibilidade a
entrevista foi feita de uma forma aleatória de modo a perceber como é feita a atribuição
do espaço para as construções;

0.8.População e amostra

Foram entrevistadas 30 elementos, num universo de 8,118 habitantes do bairro em estudo. (INE:
2009) dos 30, foram 5 funcionários do Conselho Municipal da cidade de Chókwè, 10 elementos
entre o secretário do bairro e chefes dos blocos 15 membros da população residente naquele
bairro do município de Chókwè dos quais a escolha foi feita de uma forma aleatória para dar
mais credibilidade à pesquisa.
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CAPITULO I – ABORDAGEM TEORICA SOBRE IMPACTO SOCIO – AMBIENTAL


DOS ASSENTAMENTOS INFORMAIS

1.0.DINFINIÇÃO DE CONCEITOS BÁSICOS

Aqui far-se-á apresentação de alguns conceitos que facilitarão a análise longitudinal e transversal
do tema em análise atendendo que esses elementos são fundamentais na análise demográfica,
serão apresentados e discutidos ate ao ponto de tirarmos as nossas conclusões a partir de
conceitos de alguns autores que passamos a apresentar.

1.1.Assentamentos informais
Assentamentos informais é todo o aglomerado humano que não possui uma das seguintes
condições: acesso a água potável, acesso ao serviço de saneamento, segurança, habitação segura
e durável e espaço suficiente para viver. PNUMA (2007:32)

Assentamentos Informal, refere – se a ocupação acelerada do solo urbano, somada a políticas não
eficazes, proporciona uma morfologia que tende a dificultar a implementação de redes de
estrutura urbana, dificultando o acesso ao fornecimento de água potável, colecta e destinação
final de afluentes líquidos, drenagem urbana e colecta de resíduos urbanos”. KAUFFMANN e
PIENTEL da SILVA (2003)

Assentamento Informal “é toda a parte negligenciada da cidade onde a habitação e serviços


básicos são aparentemente pobre. Estas áreas variam entre o núcleo habitacional surgindo de
forma desordenada em algumas partes da cidade e bairros pobres, sendo que surgem de uma
forma espontânea em terreno público, de domínio não definido ou mesmo alheio, localizado em
áreas sem urbanização ou melhoramento”. (CITIES ALLIANCES, 2002, citado por MICOA
2012)

Assentamentos informais são zonas em constante crescimento, que não oferecem aos seus
residentes condições de vida minimamente aceitáveis apesar de existir neles aspectos bastantes
atractivos, sobretudo no que diz respeito a sua localização favorável em relação aos centros de
emprego e de serviço. Segundo o mesmo autor, estes assentamentos tem como características:
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casas de qualidade baixa, quer em termos de material de construção utilizado, quer em termo de
conservação, ausência quase total de ventilação, falta de arruamentos e consequentemente, de
rede de esgoto, iluminação pública inadequada, falta de água potável, de saneamento do meio e
valas de drenagem, resultando em acumulação de água no período chuvoso e exposição de
doenças infecto – contagioso e diarreicas. MICOA (2010)

Feita analise das abordagens que estes autores nos colocam podemos notar que centram as suas
ideias na questão da ocupação e organização da população num determinado espaço geográfico
bem como na forma em que a mesma, usa os recursos neles existentes e consideram
assentamentos informal a todo aglomerado humano, que é feita de forma acelerada sem
observância dos princípios do ordenamento territorial. Só que estes autores em nenhum momento
fala de necessidades de utilização dos instrumentos de gestão territorial, pós é na falta do uso
destes instrumentos que dificultam aos órgãos competentes a instalação de infra – estruturas
básicas que são indispensáveis para a promoção da qualidade de vida para as populações.

1.2.Impacto Sócio – ambientais dos assentamentos informais

Assentamentos informais provocam impacto sócio – ambientais no meio geofísico tais como:
erosão pluvial, compactação do solo, alteração da topografia, impermeabilidade do solo,
diminuição da infiltração, aumento do escoamento superficial e subterrânea, alteração de micro
clima. RIBEIRO (1999:34)

A compreensão do espaço como uma produção social leva a percepção de que as questões sócio
– ambientais decorem das relações entre o homem e a natureza. A questão ambiental refere – se
não apenas aos problemas da natureza, meio físico, mas também, e sobretudo, à problemática
decorrente da acção societária, (RODRIGUES, 1986: 24)

Impacto ambiental como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do
meio causadas por qualquer forma de matéria ou energia resultante das actividades humanas,
que, directa ou indirectamente, afectem: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as
actividades sociais e económicas; abiota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a
qualidade dos recursos ambientais. CONAMA, (2013:44)
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Impacto ambiental é qualquer alteração significativa no meio – em um ou mais de seus


componentes – provocada por uma acção humana. FEEMA (1990:89).

Já MOTA (2003:76) entende impacto ambiental como a cadeia de efeitos que se produzem no
meio natural e social (antrópico), como consequência de uma determinada acção.

Os entendimentos acima apresentam em comum a compreensão de que o impacto ambiental vai


sempre envolver uma alteração no meio, resultante de uma acção antrópica. Essa alteração pode,
em maior ou menor proporção, afectar a segurança e a saúde da população, pôr em risco a
existência de espécies animais e vegetais e comprometer a qualidade dos recursos naturais.
Historicamente, o homem, para satisfazer suas necessidades, tem provocado alterações no meio
ambiente, ao explorar os recursos naturais e promover a urbanização em larga escala, criando
uma série de problemas ambientais, como a geração de resíduos e a poluição do ar, da água e do
solo. As principais alterações podem ser citadas como sendo: desmatamento; impermeabilização
do solo; soterramentos de rios, córregos, lagoas; modificações nos ecossistemas e os grandes
problemas ambientais globais como: o efeito estufa; a destruição da camada de ozónio e outros.

Portanto podemos notar claramente nestes três autores que falam da questão dos impactos dos
assentamentos informais que ambos colocam como problema a alteração das propriedades físicas
que essas alterações vão alterar naquilo que é a composição e a estrutura física dos solos e
consequentemente os problemas relacionados com a saúde, segurança bem como o bem-estar da
população. Mas também monstra claramente que os assentamentos informais causam os
impactos de origem social bem como ambientais.

1.3.Papel de ordenamento territorial

Ordenamento territorial é, fundamentalmente, na gestão da interacção homem / espaço natural


pois, ele consiste no planeamento das ocupações, no potenciar do aproveitamento das infra-
estruturas existentes e no assegurar da preservação de recursos limitados. JUAN (1995:56)
21

Há necessidades de uma boa interacção da iniciativa privada e o poder público com o objectivo
de planear e implementar os instrumentos, de maneira que visa à minimização dos impactos,
trazendo uma melhor adequação do processo sócio – ambiental procurando sempre a equidade
social, (FERREIRA 2005:63)

Ordenamento territorial “é conjunto de princípios, directivas e regras que visam garantir a


organização do espaço nacional através de um processo dinâmico, continuo, flexível e
participativo na busca do equilíbrio entre homem o meio físico e os recursos naturais com vista a
promoção do desenvolvimento sustentável,” (Lei 19/2007 de 18 de Junho).

A eliminação dos assentamentos informais e seus impactos, exige o conhecimento das


características físicas da área, sua composição social e a dinâmica interna do grupo, e a estrutura
real da autoridade local. Exige se ainda uma compreensão tão perfeita quanto possível da
importância das relações com os outros bairros, a sua correcta inserção na rede de infra-
estruturas urbanas e rurais e as suas necessidades em torno de serviços e equipamentos sociais
(MICOA, 2010).

Olhando para estas abordagens podemos concluir que o ordenamento territorial é fundamental na
questão da relação homem e meio ambiente pois, que são sempre consideradas como elementos
mas importantes em qualquer intervenção de ordenamento e planeamento do uso da terra, dos
recursos naturais ou do património, onde por exemplo MICOA traz uma compreensão tão
perfeita quanto possível da importância das relações com os outros bairros, a sua correcta
inserção na rede de infra-estruturas urbanas e rurais e as suas necessidades em torno de serviços
e equipamentos sociais

1.4.Ocupação e uso do Espaço

Em termos gerais, o conjunto de diferentes usos da terra justapostos entre si. Tais usos definem
áreas, como: o centro da cidade, local de concentração de actividades comerciais, de serviço e de
gestão; áreas industriais e áreas residenciais, distintas em termos de forma e conteúdo social;
áreas de lazer; e, entre outras, aquelas de reserva para futura expansão. Este conjunto de usos da
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terra é a organização espacial da cidade ou simplesmente o espaço urbano fragmentado.


(SANTOS: 2010)

Os assentamentos humanos e as formas como se organizam no espaço são fenómenos dinâmicos


que adquirem características próprias de acordo com o tipo de desenvolvimento sócio –
económico e cultural do grupo humano e da forma como este se relacionam com a terra.
ARAÚJO (1997:23)

Visando assegurar a organização do espaço nacional e a utilização sustentável dos seus recursos
naturais, observando as condições legais, administrativas, culturais e materiais favoráveis ao
desenvolvimento económico do país, à promoção da qualidade de vida das pessoas, à protecção e
conservação do ambiente é estabelecido o ordenamento do território (LEI, No 19/2007,
Artigo11).
A mesma lei estabelece no seu artigo 10o, no5, os instrumentos de ordenamento territorial ao
nível da autárquico a saber: plano de estrutura urbana, planos gerais e parciais de urbanização e
planos de pormenor.

No entanto, no tocante ao papel específico de cada um dos instrumentos de ordenamento


territorial acima referidos, por exemplo, os planos pormenores define com pormenor a tipologia
de ocupação de qualquer área especifica do centro urbano, estabelecendo a concepção do espaço
urbano dispondo sobre usos de solo e condições gerais de edificação, o traçado das vias de
circulação, as características de redes de infra – estruturas e serviços, quer para novas áreas, quer
para áreas existentes caracterizando as fachadas dos edifícios e arranjos dos espaços livres.

1.5. Características e Factores de assentamentos informais

Os assentamentos informais são, em geral resultado das diferenças existentes entre as zonas
urbanas e rurais. Tais diferenças levam a que haja aumento da densidade populacional na
periferia das áreas de cimento, tendo como consequências a sobrecarga nos serviços básicos e
infra-estruturas MICOA (2012:7).
Portanto olhando para que nos avança MICOA podemos notar claramente que os assentamentos
informais em maior das vezes são responsáveis por vários problemas ligados à aspectos sociais e
23

ambientais que advém concretamente da má gestão do espaço urbano, dai que é preciso uma boa
planificação do espaço habitacional para albergar vários serviços que podem ajudar na melhoria
de qualidade de vida da própria população residente.
1.5.1. Características gerais dos assentamentos

MICOA (2010:4), Santos 2009 e MENDES 2011 avançam como características dos
assentamentos informais as seguintes:
 Ocupação desordenada e espontânea do espaço físico;
 Ocupação física sem espaço habitacional definido e suficiente;
 Sem habitação segura e durável;
 Deficientes vias de acesso;
 Acesso insuficiente ao saneamento básico;
 Acesso insuficiente à água potável;
 Falta de cuidados básicos de saúde;
 Elevada taxa de pobreza e desemprego.

A mesma fonte refere que todos os aspectos acima mencionados existem em todos os
assentamentos informais e com o mesmo grau de incidência, mas estes são problemas que devem
ser considerados ao conceber uma estratégia de intervenção para o melhoramento dos problemas
de assentamentos informais.
24

CAPITULO II – Localização geográfica, Descrição físico – natural e sócio – económica da


área do estudo.

Aqui far-se-á uma localização geográfica da área de, os aspectos físicos – naturais, população e a
forma como estão assentados bem das infra – estruturas públicas e serão apresentados e
discutidos ate ao ponto de tirarmos as nossas conclusões a partir de conceitos de alguns autores
que passamos a apresentar.

2.0.Localização geográfica da área em estudo

O quinto bairro, localiza – se no Posto Administrativo da cidade de Chókwè no Município do


mesmo nome (Chókwè).
A Cidade de Chókwè, sede do distrito do mesmo nome, tem como limites físicos o distrito de
Guijá ao Norte e o rio Limpopo ao Nordeste. Os restantes limites são artificiais, sendo definidos
por alinhamentos rectos, entre as coordenadas geográficas 24° 05' e 24° 48' Sul, de latitude, e 32°
31' e 33° 35' Este, de longitude. Com uma superfície de aproximadamente 35 km 2, onde o 5o
Bairro é limitado a Norte pelo 1o (primeiro) bairro, Este pela zona de expansão designado 6o
(sexto) bairro, Sul pelo 3o (terceiro) bairro a Oeste pelo 4o (quarto) bairro.

Mapa: 01 – Enquaframento Geografico da Área de estudo

Fonte: MICOA, 2015


25

Mapa da Área de Estudo

Fonte: Google, earth {10 de Fevereiro de 2015, 22:24’e 39”}


26

2.1.Aspectos físicos – naturais

2.1.1. Caracterização climática do Município

De acordo com a FAEF (2009:22), pode-se afirmar que o clima do Município de Chókwè e do
distrito em geral é do tipo semi-árido seco, caracterizado por grandes variações pluviométricas
ao longo do ano e entre os anos. A precipitação média anual ronda os 620 mm, ocorrendo,
essencialmente, de Novembro a Março e a evapotranspiração de referência média anual situa-se
nos 1500 mm. A temperatura média anual é de 26,2o C, registada no ano 2011 e o risco de
ocorrência de geadas é nulo, mesmo durante a época fria.
O clima do Município e dominado pelo tipo semi-árido (seco de savana), onde a precipitação
varia de 500 a 800mm, e a evapotranspiração potencial de referencia e de ordem dos 1400 a 1500
mm. As temperaturas médias anuais variam entre os 19 – 28º C. (INAM, 2013)

Olhando para estes dois autores quanto á análise climática da cidade de Chókwè podemos chegar
a uma conclusão de que os dois autores são unânimes ao no tratamentos de dados principalmente
á temperaturas médias anuais o que provavelmente vem condicionar a evapotranspiração na
ordem de 1500mm, e feita esta análise de uma forma profunda podemos olhar este tipo de clima
e associar a tipos de assentamentos que de certa forma sempre que ocorre a precipitação em
grande escala, torna mais difícil a transitabilidade nas vias daquele bairro.
Gráfico 01: temperaturas médias mensais e precipitação média mensal total.

Fonte: adaptado pelo autor a partir de dados da INAM


27

Olhando para o gráfico Termo - pluviométrico, podemos notar claramente que nos meses de
Janeiro, Novembro e Dezembro são meses que se verificam a maior queda pluviométrica no
Município de Chókwè e aliada a esta queda pluviométrico estes meses são tidas como meses que
traz a desgraça para o município, onde se verificam as inundações em quase todo Distrito, a
temperatura média anual é de 25.1oc e a precipitação total é de 790.92 mm e a amplitude térmica
anual é de 8%. (vide as tabelas em anexo)

2.1.2.Caracterização dos solos

Segundo a FAEF (2001), a distribuição dos principais tipos de solo é fortemente influenciada
pela geomorfologia da área. De acordo com Gomes et al. (1998) e INIA-DTA (1995), citados
por FAEF (2009:34), os solos do Município de Chókwè, podem ser agrupados da seguinte
maneira.
 Solos dos sedimentos marinhos do Pleistocénico nas áreas elevadas;
 Solos dos sedimentos marinhos do Pleistoceno nas depressões ou planícies;
 Solos dos sedimentos fluviais recentes que se desenvolveram sobre os sedimentos
recentes do rio Limpopo ocupando uma zona entre os meandros do rio.

É importante dizer, ainda, que os diferentes tipos de solos podem ocorrer na forma de complexos
ou associações de um mais tipos dos solos acima descritos. De uma maneira geral, pode-se dizer
que os solos do Município de Chókwè são solos maioritariamente argilosos e pesados (Vilanculos,
2005), apresentando, sedimentos de Mananga, coluviões e aluviões (INIA, 1995).

E por ser solos argilosos que se apresentam no quinto bairro (5 o) este tipo de solo quando à queda
pluviométrica tem dificultado o escoamento das aguas já que provavelmente a falta de infra-
estruturas de drenagem para escoar a água, dificulta a transitabilidade e criando condições para
aparecimento de certas doenças, como por exemplo a malária.

2.1.3. Relevo
Todo o distrito de Chókwe e uma planície com menos de 100 metros de altitude e composto por
aluviões ao longo do rio Limpopo, que atravessa todo o distrito no sentido NW-SE, por depósitos
indiferenciados no resto do distrito (A.D.C, 2004).
28

O relevo quase plana é caracterizado por solos cinzentos arenosos, argilosos e grânulos,
calcimórficos e solos hiromórficos. É vulnerável a inundações do rio Limpopo. Ocorre perca de
vegetação arbustiva (FAEF, 2013).

Ultimamente este relevo vem sendo modificado através de construções e actividade agrícola que
vem sendo intensificado naquela região do distrito de Chókwe e segundo FAEF (2013), diz que
este tipo de relevo é caracterizado por solos cinzentos arenosos, argilosos e granulares, segundo
os últimos acontecimentos ou das calamidade a uma tendência de modificação deste tipo de
relevo o de seus solos.

2.1.4. Vegetação
Antes da intensa ocupação do espaço, na área em estudo predominava a vegetação endémica
entre herbácea, arbustiva e arbórea como canhoeiros CARLOS (2010:53) e MUCAVEL (2011)
diz que a vegetação nativa foi substituída por árvores de sombra e alguns casos de fruteiras em
pequena escala.
Olhando para o que estes dois autores nos apresentam podemos chegar a uma conclusão de que
na medida em que a população vai construindo as suas residências estes vão removendo a
vegetação nativa em substituição vão colocando as frutíferas. O que de certa forma vem
modificando a paisagem endémica do bairro, mas na medida em que vão colocando as plantas
frutíferas também vão fortificando a paisagem o que vem sendo um aspecto positivo pois só com
o plantio de árvores tanto de sobra como de frutas que o ambiente vai agradecendo e não a
destruição sem observância deste princípio.
E olhando nos dados da pesquisa de campo a vegetação mais predominante neste momento é em
geral formada por fruteiras do tipo amêndoa, Laranjeiras, e sobretudo as de sombra como as
acácias.

2.2.Aspectos humanos

2.2.1.População
O Município possui 61.470 habitantes que compreendem a 20.376 homens e 41.094 mulheres.
Conta com 37.753 agregados familiares e uma densidade populacional aproximada de 21
hab/Km2 (INE, 2009)
29

Olhando para a situação que as estatísticas nos avança podemos notar claramente que esta Urbe
precisa de planeamento do perfeito nos bairros em expansão porque se comparar mos com dados
do ultimo senso da população e habitação podemos notar que houve um crescimento de cerca de
4% da população só em dois anos, isto é, 2007 era de 56.765 habitantes e em 2009 era de 61.470
habitantes o que mostra claramente que existe um crescimento acelerado da população.
Neste sentido, olhando para o universo da população municipal que é de 61.470, destes 8118, são
residentes na área de estudo que corresponde a 8%, tomando e considerando que estes são dados
fornecidos pelo instituto nacional de estatística referentes ao ano 2009 e olhando para estágio
actual do assentamento na área de estudo podemos notar claramente que os problemas avançadas
neste trabalho poderá estar aliada a este comportamento do assentamento.
No entanto o 5o bairro constitui um dos bairros onde se verifica a ocupação irregular do espaço,
resultante da falta de orientação para ocupação do mesmo. A maioria dos talhões possui
dimensões muito irregulares, vide a figura 21, onde os espaços são suficientes e a população
possui menor poder de acesso de espaços adequados para a habitação. Já que “as áreas melhor
localizadas e, portanto, com maior valor, são ocupadas pela população de maior renda, restando
as parcelas, com restrita acessibilidade a bens e serviços urbanos à população de menor renda”
(RODRGUES, 1998)

2.2.2.Habitação

O tipo de habitação que predomina no bairro em estudo é a palhota, com pavimento de terra
batida, tecto de capim ou colmo e paredes de estacas. As palhotas são construídas com material
vegetal, natural, facilmente deteriorável, colocando-as em situação de extrema vulnerabilidade
aos fenómenos naturais.
Outro tipo de casas mais comum é construído com base em material convencional constituído
por blocos de cimento e areia, cobertura de chapa de zinco ou telha e outros materiais duráveis.
Apenas nos bairros 1 e 2, é que apresenta melhores condições habitacionais verificando-se que a
maior parte da população vivem em casas com água canalizada (ligação domiciliária) e energia
eléctrica.
A terceira categoria de casas é de pau-a-pique com cobertura de chapa de zinco também
vulneráveis aos ventos ciclónicos, como ilustra a imagem em anexo.
30

2.2.3. Caracterização Sócio - Económica

Os principais grupos sócio - económicos do Distrito estão estratificados da seguinte maneira:


classes baixa, média e alta, dentre elas camponeses, criadores de gado, funcionários públicos e
comerciantes.
O grupo de camponeses e criadores de gado representa a maioria e é o mais desfavorecido e
vulnerável. A criação de animais é a forma de poupança mais usada pelas famílias do distrito. O
tipo de animais pode ser usado como indicador de grau de prosperidade de uma família, sendo os
galináceos os mais comuns, seguidos de caprinos, suínos e uma variedade de outras aves.
Segundo (MICOA, 2011) os hábitos culturais do distrito, é a criação de gado bovino e esta na
responsabilidade dos homens e os animais de pequena espécie na responsabilidade das mulheres.
A decisão sobre o destino dos animais é tomada pelo homem, embora os benefícios sejam
destinados para toda a família.
A principal fonte de rendimento e subsistência das famílias camponesas é a actividade Agro-
pecuária. Para além destas, algumas famílias sustentam-se através de remessas de emigrantes e
pequenos negócios.
O padrão dominante é de famílias sem rádio e electricidade, dispondo duma bicicleta em cada 6
famílias, vivendo em palhotas com latrinas e água colhida directamente em poços e furos.
(ADMINISTRAÇÃO DO DISTRITO DE CHOKWE, 2012)

Imagens: 01 – actividades económicas

Fonte: Autor, 2015


31

2.3. Infra-estruturas e Serviços Sociais Básicos

2.3.1. Energia
O fornecimento de energia eléctrica ao nível do Município, é garantido pela rede nacional de
energia, sob gestão da Empresa Pública Electricidade de Moçambique (EDM).
O Município conta com 4.702 consumidores, havendo uma perspectiva de expansão da rede bem
como o projecto de electrificação nos bairros em expansão (projecto ERAP).
Já no bairro em estudo devido a deficiência de acesso são usados como fontes alternativas da
energia para iluminação, sobretudo nas zonas em que há uma deficiência acentuada para a
instalação da rede eléctrica, o petróleo de iluminação, paines solares, bem como pequenos
geradores.
O principal constrangimento desta área prende-se com a fraca cobertura da rede de energia
devido o tipo de assentamento.

2.3.2.Abastecimento de Água
O abastecimento de água no Município, é feito através de uma rede pública, que alimenta a
cidade, dos quais 13 Pequenos Sistemas operacionais que abrangem todo Município. Para além
destes, o Município conta também com 25 furos operacionais com bombas manuais.

Figura: 03, fontes de abastecimento de água

Fonte: Autor, Dezembro, 2014


32

As comunidades recorrem também à água dos 10 poços tradicionais e outras fontes tais como
rios, lagoas, canais de regadio e represas, para consumo que em alguns locais é salobra. (CMCC,
2013)
O Município tem uma taxa de cobertura de abastecimento de água de 63.5% e no bairro em
estudo segundo Conselho Municipal, (2013). É a que apresenta a taxa mais baixa da cobertura
devido o tipo de assentamento que apresenta. A gestão de água na cidade, é feita pela FIPAG e
nos quarterões em que não é possível a instalação da rede de abastecimento de água pela esta
entidade, o abastecimento de água é feita através de furos e poços conforme ilustram as imagens
acima expostas, a situação mais crítica verifica – se no quarteirão “c” do mesmo bairro onde
devido a falta de acessibilidade continua a ser abastecido em quase 90% por poços tradicionais
como ilustra a figura 13 em anexo.

2.3.3. Saneamento e Drenagem

O tipo de sistema de saneamento usado no Município é o de latrinas, fossas sépticas e em alguns


casos com ligação ao colector geral. No bairro em estudo o lixo é enterrado ou queimado que
segundo (CMCC, 2013), esta situação é devido a má acesso da área de estudo para o processo de
recolha de resíduo sólidos, caracterizado pelo tipo de assentamentos que se verificam, e nos
outros bairros com melhor acesso o lixo é removido pelo Conselho Municipal para lixeiras
criadas para o efeito.
Os principais constrangimentos desta área são: Escassez de meios circulantes e financeiros e
irregularidade na remoção do lixo. (CMCC, 2013)
Na área de estudo a maior parte da população é de baixa renda e, aliada à forma de ocupação de
espaço físico e à degradação das vias de acesso, dificulta em grande medida a provisão de
serviços básicos, como sistema de recolha de resíduos sólidos (depositados nas vias de acesso
como forma de combater a erosão), sistema de drenagem entre outros, que são aspectos que põe
em causa a qualidade de vida, por esta possuir pouca capacidade de resposta aos problemas sócio
– ambientais consequentes. Esta situação é sustentada por MUELLER (1997) “que refere que a
condição de saneamento básico é determinada pela condição social do morador”, (vide figuras
14, 15 e 16) em anexo
33

Figura: 03, Imagem ilustrativa das consequências da falta de drenagens das águas pluviais.

Fonte: Autor Janeiro, 2015

Esta imagem demonstra claramente que a falta de drenagens neste bairro devido ao tipo de
assentamento cria problemas para certos habitantes, mesmo as que tem condições para vedar as
suas residências tal é o caso desta casa nesta imagem onde por falta deste sistema, quando se
verifica a queda pluviométrico as aguas vão se direccionando por qualquer parte e criando
ravinas e em alguns momento a erosão.

2.3.4. Educação
O Município de Chókwè possui uma rede escolar composta por 29 escolas que leccionam da 1a
classe até ao nível superior. Destas infra - estruturas 5 instituições de ensino são comunitárias e
privadas. Destas 29 escolas 6 escolas é que estão na área de estudo sendo 3 Escolas Primárias do
Primeiro Grau, 2 do Ensino Primária completa e uma do ensino secundário do primeiro Ciclo,
sendo todas públicas, e em maior parte destas escolas sobre tudo as primárias as condições seja
de acessibilidade assim como materiais não são das melhores, chegando ao ponto de alguns
alunos estudarem ao ar livre, (vide a figura 23 em anexo), esta situação deixa preocupante os
residentes deste bairro numa altura que o governo transferiu as responsabilidades destas escolas
para a gestão Municipal. Porém o município diz estar a pensar no modelo mais eficaz para a
construção das novas salas naquele bairro convista a responder a solicitação destas infra –
estruturas naquele bairro segundo o plano de acção em execução.
34

Tabela 03: número das escolas no Município de Chókwè


Tipo Classificação Total
Publica Comunitária Privada
Ep1 15 1 0 16
Epc 5 1 0 6
ESG ½ 4 0 0 4
E. Técnico 1 0 1 2
E. Superior 1 0 2 3
Total 32
Fonte: CMCC, 2013. Adaptado pelo autor

Como já avançamos destas escolas apenas 6 escolas é que estão na área de estudo sendo na
óptica da comunidade suficientes, sobretudo nas do ensino primário faltando apenas a
reabilitação e apetrechamento das salas de modo que os alunos não estudem em salas com
precárias condições como ilustram as imagens em anexo, mas contudo a mesma população
reclama a falta de uma escola do ensino Secundário do segundo ciclo para reduzir as distancias
que os alunos destas comunidade tem percorrida para as escolas que lecciona este nível escolar.

2.3.5. Saúde

O Município dispõe de uma rede sanitária composta por 07 Unidades, sendo um (01) Hospital
Rural e seis (06) Centros de Saúde dos quais um (01) do tipo I, cinco (05) do tipo II e quatro (04)
do tipo III. Destas, dois (02) funcionam com socorristas por falta de pessoal qualificado.
Existem no Município, duas (2) unidades sanitárias estatais com capacidade para internamento
(Hospital Rural de Chókwè e Centro de Saúde de Carmelo), três (03) com maternidade e as
outras unidades sanitárias em serviço ambulatório. (SDSC, 2013)
O Município conta com 118 técnicos de saúde, dos quais, 42 são de sexo feminino e 76
masculino. Destes, 14 são de nível superior que incluem 14 médicos, 57 do nível médio, 16 do
nível básico, 14 do nível elementar e 50 pessoal de apoio.
A capacidade de internamento do Município é de 323 camas, sendo a relação médica/habitante
de 20,330.
35

As principais doenças que ocorrem no Município são a malária, mal nutrição, diarreia,
HIV/Sida, tuberculose e cólera. E a maior parte destes casos são verificados no bairro em estudo
principalmente a malária devido a mau saneamento do meio.
Os casos de malária no Município, têm registado um decréscimo como resultado das acções de
pulverização intra domiciliária e distribuição de redes mosquiteiras nas mulheres grávidas e
crianças menores de cinco anos, assim como, a sensibilização nas comunidades, bem como a
requalificação dos bairros uma actividade que ta sendo levado a cabo pelo Conselho Municipal
da Cidade de Chókwè. (SDSC, 2013)
Portanto da situação relatada acima só faz uma reflexão do Município e no bairro em estudo não
existe nenhuma infra – estrutura hospitalar apesar de uma densidade populacional de 8% do
universo de toda população municipal dai que a mesma população esta sujeita a se deslocar a
procura destes serviços básicos nos outros bairros vizinhos, e as estruturas municipais
questionados sobre esta situação, dizem que esta em vista a instalação de uma unidade hospitalar
naquele bairro mas que ainda deve ocorrer o processo de requalificação do bairro em estudo para
poder programar melhor estas actividades a partir da identificação do local para implementação
da mesma infra – estrutura, pós neste momento depara com a situação do espaço para a sua
implementação.

2.3.6. Segurança Pública

Olhando para o tipo de assentamento que caracteriza a área de estudo, neste caso assentamento
informal podemos aliar ao tipo de segurança que o mesmo bairro merece devido a densidade
populacional elevado e falta de iluminação pública são mais frequentes os seguintes crimes
segundo au autoridades do bairro: crimes contra a propriedade e contra pessoas, destacando-se os
furtos e ofensas corporais. Como causas prováveis dos crimes, destacam-se a superstição,
amantíssimo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e desemprego. Outros tipos de crimes
que também ocorrem com menor frequência, são o roubo de gado bovino, linchamentos, roubo
com recurso a arma de fogo, roubo de viaturas, homicídio e violação de mulheres e crianças.
(ADMINISTRAÇÃO DO DISTRITO DE CHÓKWE, 2013).

Portanto a questão da segurança neste bairro só pode ser minimizado com o novo plano
municipal (requalificação do bairro), onde a partir deste programa será possível a implantação de
36

serviços básicos sociais sobre tudo na rede eléctrica, que pode vir a minimizar o impacto
negativo da criminalidade no bairro.

2.3.7.Vulnerabilidade à calamidades naturais

A concentração de infra-estruturas e serviços na área urbana, o baixo nível de escolaridade bem


como o clima tropical seco que caracteriza o Município, torna a população de Chókwè
vulnerável à doenças e calamidades naturais que de uma forma cíclica anulam os esforços feitos
pela população no ramo agro-pecuário. (MUCAVEL, 2008)
Nos períodos mais críticos é frequente a eclosão de epidemias (diarreias, cólera e malária)
devido ao deficiente saneamento do meio e consumo de água imprópria.
Em termos de calamidades, a seca tem sido o principal desastre que enfraquece a capacidade
produtiva das populações culminando com a falta de alimentos.
Para colmatar a situação da falta de alimentos, cujo pico ocorre durante o período entre Maio a
Setembro, as famílias recorrem a mecanismos de sobrevivência extrema que evoluem ao longo
dos meses. Dentro dos grupos vulneráveis, as crianças e idosos são os mais assolados pelas
calamidades.
Os mecanismos institucionais e/ou comunitários existentes para lidarem com estes riscos, são os
Comités de Gestão de Risco e Calamidades que em estreita colaboração com as autoridades
locais, delineiam estratégias para gerir as calamidades. Estes, carecem de treinamento e de
recursos para intervir em tempo real. (INGC, 2013)
37

CAPITULO III – IMPACTOS SÓCIO – AMBIENTAIS DO ASSENTAMENTO INFORMAL

Neste capitulo faz – se um cruzamento dos fundamentos bibliográficos com as evidencias na área
de estudo, no tocante os impactos sócio – ambientais do assentamento informal e todos dados
recolhidos no campo, fazendo uma menção aos instrumentos que regulam a organização da
população no espaço e seu uso a nível nacional e local.

Um problema ambiental é aquele que resulta da constatação da diferença entre um estado


ambiental concreto e a situação desejada, ou seja, a diferença entre a realidade e a finalidade
(MUCHANGOS, 2007)
Segundo autor supracitado “os problemas ambientais não são sós, os problemas à nossa volta,
mais aqueles que na sua origem e através das suas consequências tornam – se problemas sociais,
problemas dos cidadãos, da sua historia, das suas relações com o mundo e a realidade, das suas
condições de vida social e cultual.

Tabela 04. Impactos na área de estudo.


Impactos Sociais Impactos Ambientais
 Acessibilidade deficitária;  Alteração da paisagem natural;
 Ocorrência da criminalidade;  Alteração da forma de ocupação e uso do
 Desprovimento de serviços sociais; solo
 Conflitos sócias;  Alteração da qualidade do ar;
 Contaminação de doenças de veiculação  Recobrimento do solo;
hídrica;  Alteração na dinâmica das formas
geomorfologicas;
 Proliferação do lixo;
 Perda da qualidade dos solos;
 Desflorestamento.
 Saneamento do meio.
Fonte: adaptado pelo autor
38

3.0.Impactos sociais

3.1.1. Acessibilidade deficitária


Devido o tipo de assentamento que caracteriza a área de estudo, algumas vias de acesso são tão
estreita que não possibilitam o trânsito de viaturas e algumas das vezes da própria população
residentes do bairro, facto que dificulta a intervenção social no caso das doenças, perdas de vida,
na instalação da rede eléctrica e da água, o que influência a criminalidade e outros males que
enfraqueça o bairro em estudo segundo ilustram as imagens.

Figura 04, Imagens ilustrativas de vias de acesso

Fonte: Autor, Janeiro 2015

3.1.2. Ocorrência de criminalidade

Na área de estudo, tem – se verificado roubo, furto qualificado, homicídios voluntários simples e
enforcamentos. Alguns destes problemas, são motivados pela falta de iluminação pública nas
vias de acesso, sobretudo na via que dá acesso aquele bairro, (Jerónimo, 2014. Cp11). A ausência
de iluminação pública e a inacessibilidade das vias são os factores que estão na origem de alguns
crimes, dai a necessidade de uma rápida intervenção pela entidade competente (CMCC, 2014).

1
Jerónimo Michaque Cossa, secretário do bairro respondendo as questões do nosso inquérito.
39

Sendo que o município tem em vista a minimizar estes problemas, a partir da qualificação do
bairro em estudo

3.1.3. Falta de serviços sociais

Ao se tratar do fornecimento dos serviços ligados a infra – estrutura sociais básicas aos
munícipes, deve – se ter em conta não só a existência ou não de tais serviços, mas a
caracterização do ponto de vista da sua eficiência, da sua abrangência, da sua qualidade e de grau
de acessibilidade dos seus utentes (MATOS apud PEREIRA, 2010).
O 5o Bairro, isto é o bairro em estudo estando a registar uma expansão acelerada, caracteriza – se
por ocupação de extensas áreas da sua periferia, não previamente planificada para o
assentamento humano e/ ou fixação de residências. Esta situação propicia o desprovimento de
infra – estruturas e serviços urbanos básicas como sistemas de drenagem e saneamento do meio,
serviços de educação e saúde, água e electricidade, espaço de lazer e mercados, entre outras
acções empreendidas localmente pelos residentes, com envolvimentos das estruturas de base,
visando assegurar que a população os tenha, redundam em fracasso. Quando se fala de
constrangimentos inerentes ao acesso a infra – estruturas urbanas básicas, estão patentes as
dificuldades da gestão urbana.
Portanto na falta destas infra – estruturas básicas neste bairro em estudo torna o mesmo um
bairro caracterizado por vários problemas de índole social dos quais o saneamento do meio que
pode trazer vários problemas, tais como doenças de diversos tipos bem como o aumento da
criminalidade e o crescimento de áreas de imundice dai que é imperioso a instalação destas infra
– estruturas em falta.

3.1.4. Conflitos sócias

“O solo urbano é disputado por várias camadas da sociedade de forma diferenciada, gerando
conflitos entre indivíduos e usos”, (RODRGUES, 1998). Na área de estudo, existem conflitos
relacionados com a ocupação do espaço físico, e relacionamento entre certas famílias devido a
forma em que ocuparam o espaço, dado que este “pertence” aos donos das machambas e
residentes mais antigos do bairro, que de uma forma indevida foram parcelando o seus espaços
sem observância de alguns instrumentos e ou sem acompanhamento das estruturas competentes,
40

pois uma parte dos residentes é vendida o espaço para a habitação pelo estes e ou pela estrutura
do bairro. E muita das vezes, o mesmo espaço é concedida a duas ou mais pessoas. No entanto
não existe uma coordenação de ambas partes porque cada um tem seus “direitos” no mesmo
espaço, apesar de ser do conhecimento da própria estrutura, “que toda terra no território
moçambicano pertence ao estado e não deve ser vendida, penhorada e ou alienada” (LEI DE
TERRA, 1997).
Ainda neste bairro verifica – se um clima de conflito de uma parte da população residente, que
desconfiando das formas que o espaço é concedido, impedem os concessionários a ocupar certos
espaços que reservado para implementação de certas infra – estrutura sociais alegando que são
donos do espaço, situação minimizada com a intervenção da direcção do bairro comunal bem
como do chefe do posto administrativo que em conjunto com as estruturas Municipais
encontraram solução para ultrapassar este tipo de impasse (MANUEL, 2014, cp2). Segundo as
informações obtidas no terreno via entrevista, a população residente toma esta atitude porque
desconfia de qualquer tipo de intervenção de certas estruturas do bairro devido a falta de
honestidade destes.

Figura: 06, Imagens ilustrativas de algumas situações que causam conflitos sociais.

Fonte: autor, 2015


Nas imagens acima indicadas, a primeira mostra uma situação que cria conflitos sociais na
medida em que as casas de banho de uma das famílias foram construídas bem no limite entre os

2
Manuel Beula Sitoe, chefe do departamento da urbanização no município de Chókwe
41

dois terrenos, onde na medida em que uma das famílias toma banho toda água que vem deste
processo toma direcção para casa vizinha o que vem criando desavenças entre as duas famílias,
na segunda imagem está patente o que nos motivou a fazer este estudo uma família que parcelou
o seu espaço sem observar algumas medidas ou os instrumento de ordenamento territorial dai
que a mesma família depara com uma situação que so as autoridades municipais podem resolver,
isto é, não tem uma saída da sua casa para outros locais e na terceira imagem verifica – se a
situação similar com a da primeira.

3.1.5. Deficiente sistema de gestão de lixo

Lixo é tudo aquilo que já não tem utilidade e é jogado fora. É qualquer material sólido originado
em trabalhos domésticos e industriais e que é eliminado. Muitos dos resíduos que vão para o lixo
podem ser reutilizados através de um processo denominado reciclagem, onde no processo de
reciclagem, o lixo orgânico e inorgânico é reaproveitado, contribuindo para a redução da
poluição do meio ambiente, Segundo (MATOS, 2006).

O bairro está desprovido duma lixeira definida, observando – se o surgimento espontâneo de


amontoados de resíduos sólidos (lixo orgânico e inorgânico) nas vias públicas, depositados sem a
devida separação. Em algumas artérias do bairro foram alocadas contentores para depósito do
lixo mas estes mesmos cheios levam muito tempo para serem removidos pelas estruturas
competente, dai que segundo alguns moradores preferem enterrarem e ou queimar o lixo nos
quintais ou mesmo nas vias públicas sobretudo nos locais onde acessibilidade é deficitária. (vide
as figuras em anexo.

3.1.6. Contaminação por doenças de veiculação hídrica

A problemática em saúde mais comum associada à água poluída por esgotos é a gastroenterite,
que pode apresentar vários sintomas como enjoo, vómitos, dores de estômago, diarreia e febre,
que podem levar as pessoas, principalmente as crianças, à desidratação.
A deposição de resíduos sólidos nas vias de acesso (tida como forma de mitigação de erosão em
algumas vezes) assim como no interior das residências, constitui a causa fundamental para a
ocorrência de doenças como malária, “doenças infecciosas potencialmente grave, provocada por
42

parasitas (protozoários do género Plasmodium), que são transmitidos de pessoa para outra pessoa
pela picada do mosquito de género anopheles” (OMS, 2005).
Segundo os residentes entrevistados, a doença como a malária causa a perda de vidas humanas
no bairro em estudo, embora haja esforços evidenciados pelas instituições de saúde sobre tudo a
pulverização inter – domiciliário, distribuição de redes mosquiteiras e de vez em quando a
limpeza das locais consideradas propensas a reprodução dos mosquitos, pois esta e outras
doenças pandemias retardam o desenvolvimento sócio – económica do município e dos pais em
geral.
O risco de contrair a malária não é uniforme nos diferentes grupos sociais do bairro, pois
depende das relações sociais que se estabelecem e das condições económicas de cada grupo.
Por essa razão concordando com NAZARETH (1996), “a mortalidade também varia com as
principais componentes destas condições de vida são normalmente a alimentação, as condições
de higiene, o tipo de actividade, o clima e a capacidade de defesa em relação ao meio físico”.

Figura: 08, Imagens ilustrativas de situações da ploriferação de mosquitos causadores da


malária

Fonte: Autor, 2015


As imagens reflectem no ambiente que a maior parte da população deste bairro vive, isto é, na
primeira imagem esta patente uma situação de águas paradas já a muito empo que provoca um
cheiro náusea - bundo e assim como na terceira imagem é um ambiente propício para a
proliferação de mosquitos causador da malária bem como a contaminação ar devido o cheiro que
é produzido neste local.
43

3.2.Impactos ambientais

Impacto ambiental é uma mudança no meio ambiente que é causado graças à actividade do ser
humano. Esse impacto pode ser positivo ou negativo, sendo que o negativo representa uma
quebra no equilíbrio ecológico, que provoca graves prejuízos no meio ambiente. RIMA (2011)
A medição do impacto ambiental não pode ser feita de forma precisa porque o meio ambiente é
um sistema complexo. É possível fazer algumas estimativas, através do (EIA e RIMA, 2011)
As características do assentamento humano na área de estudo, apresentadas nos capítulos
anteriores, evidenciam uma vulnerabilidade à ocorrência de vários problemas sócio – ambientais,
ou seja maior probabilidade de ocorrência de eventos danosos, decorrentes da inexistência do
planeamento urbanístico ou de ineficiência na implementação. MAUSBACH citado por LOPES
(2006:63), considera que as causas ambientais urbanas, muitas das vezes irremediáveis
actualmente, provêm da ausência de um planeamento urbano a longo prazo.

3.2.1. Impacto de escoamento superficial e desabamento das residências

No processo de construção de habitação, é inevitável a eliminação de vegetação natural. Na área


de estudo, esta foi substituída por vegetação antrópica em quantidade reduzida
comparativamente a pré – existente, e que de alguma forma, interfere na drenagem natural das
águas causando o aumento do escoamento superficial, levando consigo sedimento, incluindo
resíduos sólidos urbanos (domésticos e comerciais) que acumulam – se nas áreas baixas
originando no bairro em estudo a ocorrência de enchentes e charcos que constitui habitat para os
mosquitos causadores da malária, conforme já mencionamos nos impactos sociais.

Figura: 07, Imagens que ilustram algumas situações do desabamento devido o material usado na
construção das mesmas casas

Fonte: Autor, 2015


44

Devido o tipo de habitação mais predominante na área de estudo constituído por de construção
mista, isto é, de material não durável, aliado ao tipo de solo e má qualidade sistema de
escoamento da água originando pela queda pluviométrica, torna com que estas casas sejam
susceptível ao desabamento pondo em risco a vida da própria população e ao meio ambiente.

3.2.2. Deficiente saneamento do meio

A maioria da população residente na área de estudo é de baixa renda e, aliada à forma de


ocupação do espaço físico e a degradação das vias de acesso, verificamos que dificulta em
grande medida a provisão de serviços básicos, como sistema de recolha e selecção de resíduos
sólidos (depositados nas vias de acesso como forma de combater a erosão), sistema de drenagem
entre outros, que são aspectos que põe em causa a qualidade de vida, por esta possuir pouca
capacidade de resposta aos problemas sócio – ambientais consequentes. Esta situação é
sustentada pelo MULLER (1997) “que refere que a condição do saneamento básico é
determinada pela condição social do morador” (vide a figura em anexo)

3.3.Analise dos impactos sócio - ambientais

Para facilitar a análise dos impactos consequentes do assentamento informal, foi utilizado o
método Ad – hoc que segundo PARTIDÁRIO (1994), consiste “na utilização de questionários
respondidos por pessoas seleccionado segundo interesse no problema, (…) listagem dos
possíveis impactos advir de uma actividade e avaliação dos impactos prováveis, o que possibilita
a análise e classificação de alternativas”. A partir deste, foi possível elaborar a tabela que ilustra
a análise dos impactos sócio – ambientais decorrentes do assentamento informal da área em
estudo. A identificação e análise destes impactos, resulta da observação directa e das entrevistas
feitas aliados ao plano estratégico do Município para a área em estudo.
45

Tabela 05 __ Impactos sócio – ambientais vs plano de acção do Município.

Reversibilidade
Impactos Sócio - ambientais Riscos Riscos
Alto Moderado Baixo Curto Médio Longo
Inacessibilidade X X
Doenças X X
Conflitos sociais X X
Criminalidade X X
Escoamento superficial X X
Erosão X X
Desabamento X X
Saneamento do meio X X
Qualidade de vida X X
Fonte: adaptado pelo autor na base de dados de entrevista, 2015

De acordo com os dados da tabela, a maioria dos impactos são de alto risco mas reversíveis a
curto e médio prazo. Para a sua mitigação é necessário que haja sensibilização da população para
que se identifique com os problemas e seus impactos, pois de acordo com a entrevista feita
verificou – se que a maior parte dos residentes não se identificam com os riscos a que estão
sujeitos, dai a necessidade de uma forte intervenção por parte de entidades competentes
(edilidade, sociedade civil, bem como as estruturas de base), com a participação da própria
comunidade.

3.4.Discussão dos Resultados

Baseando – se nos instrumentos de recolha de dados de recolha de dados com destaque na


observação directa, entrevista e revisão bibliográfica, o quinto (5o) bairro do Município da cidade
de Chókwè é um bairro semi – urbanizado, pelo que a maior parte dos munícipes foi ocupando o
espaço sem nenhuma orientação, ou seja, o assentamento não obedeceu os princípios de
ordenamento territorial.
46

A maioria parte da população entrevistada é proveniente do mesmo Município, isto é dos outros
bairro e do distrito de Chókwè e residem no bairro em estudo por diversos motivos dos quais a
procura de uma habitação própria.

A dimensão dos talhões é irregular, facto que é determinado pelo tempo de chegada ao local, isto
é, possuem maiores talhões as primeiras pessoas que ocuparam o espaço e os nativos seja embora
alguns destes nativos possuem actualmente menor espaço devida a venda do mesmo sabendo que
o espaço não pode ser, vendido e nem mesmo alienada, possui ainda o espaço menor os que
ocuparam o mesmo espaço logo a posterior. Notou se ainda uma grande desigualdade social
entre os residentes, a partir da dimensão dos talhões e o espaço ocupado (em áreas
ambientalmente sensíveis) assim como material utilizado para a construção das habitações.

Os secretários dos bairros atribuem espaço à população, mas tem consciência de que não lhes
compete a atribuição de talhões à população, mas estes fazem à revelia das entidades municipais,
(o que gera a má estruturação do bairro, falta de ordenamento e conflito de ocupação do espaço).
Para estancar os casos em apresso, tem havido reuniões resultantes de alguns conflitos na
comunidade, mas não lhes compete aplicação de medidas administrativos casos que na sua
maioria são canalizados a outros níveis para o seu desfecho, (MABESSA, cp3) no entanto, a
faltam de aplicação de medidas administrativas, estimulam a existência de conflitos sociais e
ocorrência deste tipo de assentamento na área em estudo.
Verifica – se também na maioria da população entrevistada a falta de consciência ambiental pois,
não se identificam com os riscos a que estão expostos o que contribui para ocupação de espaços
ambientalmente inadequados.
A eliminação ou mitigação dos impactos sócio – ambientais dos assentamentos informais,
constitui um enorme desafio para o Município de Chókwè, apesar de existir um plano de
intervenção referente a 2010 – 2020, pelo que, enfrenta grandes dificuldades relacionadas com a
falta de espaço habitacional, insuficiência de técnicos e meios financeiros.
Baseando nos dados do plano do desenvolvimento e do censo 2007, prevê – se nos bairros de
expansão onde esta inserido a área de estudo, que até 2020 continuarão a acolher maior numero
de habitantes e consequentemente, a necessidade de o Município reforçar e ou ampliar os

3
Jose Mabessa, chefe do bloco, falando na entrevista durante a pesquisa do tema desta monografia.
47

equipamentos a nível sócio – económica como, novos centro de saúdes, rede de distribuição de
água e energia, estradas assim como novos postos de trabalho e planos para novas áreas de
expansão do Município, (MANUEL, 2014, cp4). Este facto demonstra claramente que o
Município reconhece as fragilidades ou seja, a incapacidade de mitigação dos problemas sócio –
ambientais decorrentes, a curto prazo como referenciamos na tabela de análise dos impactos
sócio – ambientais.

A qualidade de vida do bairro em estudo é precária, dado aos riscos a que estão sujeitos, tais
como: o roubo, a falta de controlo das actividades criminosas (devido a inacessibilidade das vias)
e a proliferação dos vectores transmissores da malária, doenças que mais danos causa à
população e que esta aliada a falta de sistema de gestão das águas pluviais e sistema de recolha e
gestão de resíduos sólidos, entre outros. Segundo os residentes, a esperança de melhoria da
qualidade de vida é tão forte, apesar destes constrangimentos, desde que haja “inclusão física e
social do assentamento informal na estrutura da cidade ou vila” (MICOA, 2010), já que “ (…) o
espaço urbano produzido revela as desigualdades temporais da vida económica e social na
cidade, onde todos fazem parte de uma colectividade estatística designada população urbana,
mas poucas são os que desfrutam da urbanidade” (BAÍA, 2008).
48

Tabela: 06 - respostas da entrevista à população

Perg Respostas Sim Não Neutro


1 Residentes neste bairro acima de 5 anos 12 3 0
1.1 Na zona rural 8
Num dos bairros da cidade 5
Outros locais 2
1.2 Procura do emprego e estar perto da cidade e das instituições públicas. 9 3 3
1.3 De forma costumeira, a partir dos residentes mais antigos do bairro 13 2 0
1.4 Sim participo 0 0 0
Não participo 15 0 0
1.5 Sim existe os conflitos sociais 12 0 3
1.6 Através do FIPAG e EDM e furos geridos pelos secretários dos bairros 15 0 0
1.6.1 Arruamento deficitário 15 0 0
1.7 Enterrar e incineração nos quintais 10 2 3
Fonte: Autor, Janeiro de 2015

Gráfico, 04 – Representação gráfica dos dados obtidos na entrevista (Tabela 02)

Fonte: Autor, Janeiro de 2015


A tabela ilustra a entrevista direcionada para a população residente na área de estudo no geral
que foram escolhidos aleatoriamente para apura a veracidade do assunto em análise e o gráfico
49

monstra em termo percentual as mesmas respostas segundo o questionário que está nos
apêndices.

3.4.1. Medidas de mitigação dos impactos sócio - ambientais

A procura de possíveis soluções para os problemas sócio – ambientais que ocorrem num dado
espaço constitui uma tarefa da investigação sócio – ambiental. Perante um problema, a atitude do
investigador deve ser a de analisar as causas, os efeitos e procurar as possíveis soluções para o
mesmo, MUCHANGOS (2007),

As situações descritas nos capítulos anteriores, inerentes a forma de ocupação do espaço,


critérios de acesso a terra ou de concessão de terrenos para habitação, disposição das funções
urbanas e nível de gestão urbana, são conducentes a inferência de que as adversidades sócio –
ambientais que afectam os residentes da área do estudo estão intrinsecamente ligadas ao uso dos
recursos naturais e das transformações dos sítios pela sociedade, à interferência da acção
antrópica sobre o meio ambiente e às relações sociais. O Homem é o principal responsável pela
ocorrência de eventos danosos à vida ou seja e o causador vítima dos problemas sócio –
ambientais.

Uma serie de medidas podem ser delineadas, estruturais e não estruturais, considerando – se o
papel do cidadão na mitigação dos problemas sócio – ambientais e ate mobilizar todos os
recursos necessários, mas sem se esquecer de promover a consciência e sensibilidade sobre o
ambiente e seus problemas, os resultados almejados poderão tardar ou nunca chegar. Desta
forma, a sustentabilidade de qualquer intervenção visando fazer face aos problemas ambientais,
passa por uma consciencialização e divulgação ambiental.

Para a mitigação da erosão, do Desflorestamento, da deficiente gestão dos resíduos sólidos e dos
problemas de acessibilidade, são propostos as seguintes medidas:
 Arborização das vias públicas (ex: plantio de acácias nas bermas de ruas)
 Plantio da relva nos quintais e outros locais vulneráveis à ocorrência da erosão;
 Construção de cisternas nos domicílio para a captação, conservação e aproveitamento das
águas pluviais, pois para além de evitar a erosão vai diminuir os conflitos sociais entre
50

vizinhos causado pelo escoamento destas águas bem como evitar a acumulação deste
precioso liquido nas vias publica e nos quintais reduzindo a ploriferação dos mosquitos;
 Criação e gestão conveniente de lixeiras;
 Introdução de sistemas de tratamento e reciclagem dos resíduos sólidos;
 Introdução de mecanismos para a prática de separação de resíduos sólidos pelos próprios
citadinos;
 Arruamento nos quarteirões sem vias de acesso, isto é, requalificar o bairro para permitir
a implantação de infra – estruturas sociais.
 A necessidade de elaboração imediata de planos de estrutura, planos gerais e parciais de
urbanização e de pormenor, para que casos idênticos não se alastrarem para as novas
áreas habitacionais ou bairro em criação;
 Melhoramento das condições de saneamento do meio, criando um sistema eficiente de
gestão de resíduo sólidos.

3.5. Relação do tema de estudo com o ensino da Geografia


Visto que o autor do trabalho é um estudante formado na área de ensino, sobretudo na
Licenciatura em ensino da Geografia a uma necessidade de relacionar o trabalho com esta área
de conhecimento dai que logo em partida procuramos conteúdos que podemos encaixar estes
conteúdos dentro do programa de ensino sobretudo no segundo ciclo do ensino secundário Geral,
isto é, na 11a e 12a classe.
Tabela: 07 – Visão geral dos conteúdos da Geografia no 2o ciclo do ensino secundário geral
UT
11a UT
12a
1 Introdução ao pensamento geográfico 1 População *4
2 Cosmografia 2 Agricultura e pecuária
3 Ambiente Bicromático 3 Industria e comercio
4 Geomorfologia 4 Turismo
5 Pedogeografia 5 Transporte e comunicação
6 Hidrografia 6 Urbanismo *
Fonte: MINED - Programa de Ensino secundário.2010

*4 Conteúdos que podemos encaixar o nosso trabalho de pesquisa (O impacto sócio – ambiental dos assentamento
informais.
51

Porém olhando para os conteúdos programados para este ciclo podemos notar claramente que
este trabalho pode se encaixar em várias unidades temática a título de exemplo na 12 a classe na
Primeira unidade temática “População” Nesta unidade é importante que o professor promova
uma discussão sobre a importância de dados sobre a população apresentando exemplos concretos
de vários países, desenvolvidos e menos desenvolvidos, olhando sobretudo para o nosso pais e é
a partir dai que pode usar este trabalho para entender aos alunos como é que a população pode –
se organizar num determinado espaço geográfico e evitar os impactos sócio – ambientais.

Na abordagem do tema Teorias demográficas, o aluno poderá fazer a comparação das teorias e
tirar as conclusões relativas ao aparecimento destas teorias e a mais exemplificativa para a
explicação do crescimento da população mas também pode se recorrer a este trabalho para
entender melhor sobre os factores do crescimento demográfico tais como (fecundidade,
natalidade mortalidade e os movimentos migratórios) e os factores que as influenciam. Assim, é
importante explicar como é que estas variáveis demográficas têm influenciado no crescimento da
população.

Já na unidade 6 - urbanismo nesta unidade são referidos os factores que influenciaram o


desenvolvimento dos povoamentos dispersos, assim como a dinâmica actual de desenvolvimento
das cidades no mundo e os problemas daí resultantes. O aluno poderá realizar trabalhos de
investigação, por exemplo, sobre os critérios de definição de cidade, os principais problemas das
cidades, tendência do crescimento das cidades nos países desenvolvidos e nos países menos
desenvolvimento e usando este trabalho é claro que iria ajudar os mesmos alunos bem como o
corpo docente nesta matéria.
Poder-se-á orientar o aluno para a elaboração de pequenos planos de acção para a resolução de
problemas relacionados com a conservação e preservação do ambiente, podendo os planos estar
direccionados para o plantio de árvores, manutenção dos jardins, jornadas de limpeza, entre
outros, criando condições para que os mesmos sejam implementados, logo com este exercício
todo e baseando – se neste trabalho o aluno estaria a minimizar os impactos referidos neste
trabalho e ao mesmo tempo o mesmo alunos iria se identificar com os problemas da sua
comunidade e procurar formas de combater se precisar de muitos recursos e ou envolvimento de
autoridades competentes.
52

4.0.Conclusão e sugestões

4.1.Conclusão

Os assentamentos informais, constituem problemas que se faz sentir a nível mundial, sobretudo
nas zonas urbanas e suburbanas. Pela sua natureza, possuem uma densidade populacional
elevada devido a sua localização favorável em relação aos centros de emprego e de serviços
básicos e a pratica da agricultura, (MANUNUES, 2012). A pesar destas vantagens, verifica – se
nestes, problemas ambientais semelhantes que causam uma cadeia de impactos sócio –
ambientais semelhantes, diferenciando – se pela sua dimensão e magnitude e das características
físico – naturais do local.
Baseando – se nos instrumentos de colecta de dados, o quinto bairro é de facto um assentamento
informal, originando sobretudo ou como consequência da deficiente implementação dos
instrumentos de gestão territorial bem como a falta de honestidade das estruturas do bairro no
acto de parcelamento das novas áreas para habitação, bem como para outras actividades.
O Município da cidade de Chókwè, vive e convive com os problemas sócio – ambientais que
afligem os munícipes na área de estudo e reconhece a sua incapacidade para a mitigação dos
mesmos a curto prazo, devido a falta de espaço habitacional, insuficiência de técnicos, bem
como meios materiais e financeiros.
Observou – se ainda, que a forma de ocupação do espaço é determinada pela condição
económica do individuo, pelo que, as pessoas de alta renda, beneficiam – se dos melhores
espaços enquanto as de baixa renda, aglomeram – se nas áreas sensíveis, causando pressão sobre
o solo e possui menor capacidade de resposta aos problemas e impactos sócio – ambientais
consequentes.
A maioria dos quarteirões enfrenta problemas sócio – ambientais inerentes à inexistência,
insuficiência ou inoperância de infra – estruturas e serviços sociais como via de acesso, sistema
de drenagem e saneamento, serviços de saúde e educação, água e energia eléctrica, espaço de
lazer e mercados.
A mitigação dos impactos sócio – ambientais constitui um processo. Neste caso, é necessário
envolver a todos os intervenientes: o Governo, sector privado, sociedade civil a própria
população para garantir o sucesso na redução e prevenção dos assentamentos informais,
participando no processo de gestão do espaço urbano
53

A sustentabilidade de quaisquer medidas, estruturais e não estruturais, para a mitigação dos


problemas sócio – ambientais decorrentes do assentamento humano e sua organização no espaço,
só pode ser assegurada pela consciência e sensibilidade sobre o ambiente e seus problemas, pelo
que a educação ambiental é uma estratégia fundamental de operacionalização.

4.2.Sugestões

Face aos impactos sócio – ambientais do quinto bairro Município de Chókwe, apresentados no
presente trabalho, urge a necessidade de aplicar medidas imediatas, conducentes a travagem da
degradação ambiental e da qualidade de vida dos residentes, pelo que se recomenda:
 Definir correctamente a problemática da melhoria das condições de vida das populações
mas que se sustenta na providência dos serviços e infra – estruturas necessárias, habitação
condigna para uma vida decente;
 Mobilizar a capacidade e a motivação para melhorar a qualidade de vida e de habitação
nos assentamentos informais através de programas e acções que os residentes se sintam
parte integrante;
 Sensibilizar a população no sentido de se identificar com os impactos sócio – ambientais
e mudarem de atitude, participando no processo de gestão do espaço;
 Garantir a segurança na ocupação do espaço, através da atribuição de DUAT’S;
 A implementação de mecanismo de informação e mobilização da comunidade, em função
dos problemas sócio – ambientais que se registam no bairro e ou área de estudo, como
forma de se obter colaboração com as iniciativas publicas e melhoramento da qualidade
de vida;
 Criação de uma comissão que em paralelo com autoridades municipais façam auscultação
e mobilização dos residentes com vista a identificação dos espaços estratégicos para
abertura de vias de acesso;
 Na intervenção para o melhoramento do assentamento informal, é necessário que se tome
em conta as relações de orem social, económica, cultural, das pessoas a serem sujeitas a
operações de transferência do seu local de residência para o de reassentamento como
forma de acautelar possíveis impactos negativos que as mudanças podem trazer numa
primeira fase.
54

5.0.Referências bibliográficas

_____ Relatório das actividades do Distrito de Chókwè, sectores de actividades, 2013.


_____ Relatório dos Serviços Distritais da Educação Juventude e Tecnologia de Chókwè, 2013
______ Conselho Municipal da Cidade de Chókwè. Plano Estratégico do Município de Chókwè
2011 – 2020. Chókwè, 2011;
______ Relatório de Desenvolvimento Humano. Índice do desenvolvimento humano, 2013
ARAÚJO, Manuel G. Mendes de. Geografia dos povoamentos. Assentamentos humanos rurais e
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FAEF. Maputo. (2005).
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55

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Moçambique e www.portaldogoverno.gov.mz. 2012. Acessado no dia 22 de Junho de 2014
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