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0.0.Introdução
0.1.Delimitação do tema
A presente pesquisa, visa analisar o Impacto sócio – ambiental dos assentamentos informais no
Município de Chókwe, caso do 5o bairro, no período de 2009 a 2013. Portanto a área em estudo
foi seleccionada pelo facto de ser um dos bairros que apresenta uma ocupação desordenada do
espaço sem a observância dos instrumentos de gestão territorial dos espaços, que a mesma
ocupação começou a se verificar em 2009, visto que foi o ano em que o bairro em estudo começa
a ser mais concorrido devido a procura de espaço para a habitação como consequência do êxodo
rural na procura das melhores condições de vida na cidade, que segundo FERRO (2011:11), este
movimento verificou – se pela questão da municipalização e instalação da Industria de produção
e descasca do arroz. E neste processo o quinto bairro era um dos bairros que ainda não eram
habitados intensivamente como tem – se verificado nos últimos dias.
0.2.Justificativa
0.3.Formulação do problema
Ate que ponto os assentamentos informais geram impactos sócio – ambiental negativos no 5o
bairro no Município de Chókwè no período 2009 a 2013?
0.4.Hipótese
Na percepção de RODRIGUES (2007:45), as hipóteses conduzem a uma verificação empírica e
torna – se importantes para que a pesquisa tenham resultados úteis. Assim, a presente pesquisa
orientar – se a nas seguintes hipóteses:
É provável que a forma de ocupação do solo para habitação dificulte a acessibilidade
domiciliária e instalação de infra – estruturas básicas de saneamento do meio;
É provável que a procura de emprego e de serviços sociais básicos na zona urbana esteja
por detrás deste tipo de assentamento;
É provável que a ocorrência de doenças, dificuldade de mobilidade de pessoas e bens
estejam relacionadas com a ocupação informal do espaço, como resultado da deficiente
implementação dos instrumentos de gestão territorial.
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0.5.OBJETIVOS
Em um trabalho científico os objectivos existem para demonstrar para que pesquisar e quais os
propósitos do estudo. Dividem-se em Objectivo Geral e Objectivos Específicos.
0.5.1.Objetivo geral
Analisar o impacto sócio – ambiental dos assentamentos informais no 5o bairro, do
Município de Chókwe.
0.5.2.Objectivos específicos
Caracterizar os assentamentos;
Descrever a forma de crescimento dos assentamentos do 5o bairro;
Identificar os impactos sócio – ambientais dos assentamento informal no 5o bairro, do
Município de Chókwe;
Descrever os impactos sócio – ambientais dos assentamento informal no 5o bairro, do
Município de Chókwe;
Propor algumas formas de mitigação dos impactos sócio – ambientais dos assentamento
informal no 5o bairro, do Município de Chókwe;
0.6.Relevância do tema
Com este tema espera – se, que venha despertar atenção às autoridades competentes isto é,
autoridades municipais de Chókwè no sentido de passar a implementar instrumentos de gestão
territorial como forma de contribuir na redução de diversos tipos de assentamentos que vem
surgindo nos últimos tempos naquele município e evitar o surgimento destes problemas nos
outros locais, devido aos impactos sócio – ambientais que podem advir e no plano social este
trabalho pode minimizar os conflitos que este tipo de assentamentos gera, já na área académica
esta pesquisa pode vir clarificar alguns conteúdos que diz respeito a matéria em análise
sobretudo no ensino de Geografia na matéria que versa sobre os assentamentos humanos
sobretudo na cadeira de Geografia de população e povoamento, partindo de principio que a
maior parte dos estudantes deste curso são formados para a área da docência estes podem
usufruir desta matéria para melhor abordagem nas sua aulas no campo de acção.
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Diante desta prerrogativa, é necessário que os professores possuam conhecimentos acerca desta
matéria e um desempenho diferenciado junto aos seus alunos. A geografia sendo uma ciência
eminentemente social, ainda que trabalhem com temas considerados físicos, as alterações
ocorridas nesta área são efeitos de acções humanas, no solo e mesmo no clima e os alunos
precisam compreender esta situação para saber agirem mediante o surgimento de novos casos de
assentamentos informais nas suas comunidades, pois Segundo Gomes, existe uma
interdependência a qual ele denomina interacção entre natureza e sociedade. “ (...) em qualquer
circunstância não podemos isolar a dinâmica evolutiva do mundo da natureza e da sociedade
quando empreendemos um estudo ou pesquisa científica” (GOMES, 1991:99).
0.7.Metodologias
A INVESTIGAÇÃO cientifica de qualquer área de saber ou conhecimento pressupõe o uso de
métodos de pesquisa que para CERVO e BERVIAM (1997:43) são um conjunto de processos,
ou de procedimentos gerais, baseadas em princípios lógicos e racionais, que permitem o seu
emprego em várias ciências. Para efeitos didácticos os métodos dividem se em dois grupos:
métodos de abordagem e de procedimentos.
A partir deste método, analisou - se o fenómeno dos assentamentos que – se verificam naquele
Município, permitindo a percepção das suas causas, seus impactos e prováveis soluções para a
mitigação dos problemas gerados no caso concreto do quinto (5o) bairro no Município de
Chókwè.
Constituem etapas mais concretas da investigação, com finalidade mais restrita em termos de
explicação geral dos fenómenos menos abstractos. Pressupõe uma atitude concreta em relação ao
fenómeno e estão limitados a um domínio particular nas ciências sociais (LAKATOS e
MARCONI, 1991:34).
II. Observação directa procurou saber sobre variações do mosaico paisagístico onde foi
possível averiguar o estágio real dos impactos sócio – ambientais dos assentamentos
informais da área em estudo como forma de testar as hipóteses adiantadas neste projecto
e ainda na mesma metodologia foi feita a descrição das formas de ocupação dos espaços
esta observação foi acompanhada por conversas formais com os secretários, com vista a
obtenção de dados sobre o número de habitantes, tipos de habitações e actividades
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predominantes neste local. Na recolha desta informação orientamos - nos pela ficha de
observação.
0.8.População e amostra
Foram entrevistadas 30 elementos, num universo de 8,118 habitantes do bairro em estudo. (INE:
2009) dos 30, foram 5 funcionários do Conselho Municipal da cidade de Chókwè, 10 elementos
entre o secretário do bairro e chefes dos blocos 15 membros da população residente naquele
bairro do município de Chókwè dos quais a escolha foi feita de uma forma aleatória para dar
mais credibilidade à pesquisa.
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Aqui far-se-á apresentação de alguns conceitos que facilitarão a análise longitudinal e transversal
do tema em análise atendendo que esses elementos são fundamentais na análise demográfica,
serão apresentados e discutidos ate ao ponto de tirarmos as nossas conclusões a partir de
conceitos de alguns autores que passamos a apresentar.
1.1.Assentamentos informais
Assentamentos informais é todo o aglomerado humano que não possui uma das seguintes
condições: acesso a água potável, acesso ao serviço de saneamento, segurança, habitação segura
e durável e espaço suficiente para viver. PNUMA (2007:32)
Assentamentos Informal, refere – se a ocupação acelerada do solo urbano, somada a políticas não
eficazes, proporciona uma morfologia que tende a dificultar a implementação de redes de
estrutura urbana, dificultando o acesso ao fornecimento de água potável, colecta e destinação
final de afluentes líquidos, drenagem urbana e colecta de resíduos urbanos”. KAUFFMANN e
PIENTEL da SILVA (2003)
Assentamentos informais são zonas em constante crescimento, que não oferecem aos seus
residentes condições de vida minimamente aceitáveis apesar de existir neles aspectos bastantes
atractivos, sobretudo no que diz respeito a sua localização favorável em relação aos centros de
emprego e de serviço. Segundo o mesmo autor, estes assentamentos tem como características:
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casas de qualidade baixa, quer em termos de material de construção utilizado, quer em termo de
conservação, ausência quase total de ventilação, falta de arruamentos e consequentemente, de
rede de esgoto, iluminação pública inadequada, falta de água potável, de saneamento do meio e
valas de drenagem, resultando em acumulação de água no período chuvoso e exposição de
doenças infecto – contagioso e diarreicas. MICOA (2010)
Feita analise das abordagens que estes autores nos colocam podemos notar que centram as suas
ideias na questão da ocupação e organização da população num determinado espaço geográfico
bem como na forma em que a mesma, usa os recursos neles existentes e consideram
assentamentos informal a todo aglomerado humano, que é feita de forma acelerada sem
observância dos princípios do ordenamento territorial. Só que estes autores em nenhum momento
fala de necessidades de utilização dos instrumentos de gestão territorial, pós é na falta do uso
destes instrumentos que dificultam aos órgãos competentes a instalação de infra – estruturas
básicas que são indispensáveis para a promoção da qualidade de vida para as populações.
Assentamentos informais provocam impacto sócio – ambientais no meio geofísico tais como:
erosão pluvial, compactação do solo, alteração da topografia, impermeabilidade do solo,
diminuição da infiltração, aumento do escoamento superficial e subterrânea, alteração de micro
clima. RIBEIRO (1999:34)
A compreensão do espaço como uma produção social leva a percepção de que as questões sócio
– ambientais decorem das relações entre o homem e a natureza. A questão ambiental refere – se
não apenas aos problemas da natureza, meio físico, mas também, e sobretudo, à problemática
decorrente da acção societária, (RODRIGUES, 1986: 24)
Impacto ambiental como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do
meio causadas por qualquer forma de matéria ou energia resultante das actividades humanas,
que, directa ou indirectamente, afectem: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as
actividades sociais e económicas; abiota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a
qualidade dos recursos ambientais. CONAMA, (2013:44)
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Já MOTA (2003:76) entende impacto ambiental como a cadeia de efeitos que se produzem no
meio natural e social (antrópico), como consequência de uma determinada acção.
Portanto podemos notar claramente nestes três autores que falam da questão dos impactos dos
assentamentos informais que ambos colocam como problema a alteração das propriedades físicas
que essas alterações vão alterar naquilo que é a composição e a estrutura física dos solos e
consequentemente os problemas relacionados com a saúde, segurança bem como o bem-estar da
população. Mas também monstra claramente que os assentamentos informais causam os
impactos de origem social bem como ambientais.
Há necessidades de uma boa interacção da iniciativa privada e o poder público com o objectivo
de planear e implementar os instrumentos, de maneira que visa à minimização dos impactos,
trazendo uma melhor adequação do processo sócio – ambiental procurando sempre a equidade
social, (FERREIRA 2005:63)
Olhando para estas abordagens podemos concluir que o ordenamento territorial é fundamental na
questão da relação homem e meio ambiente pois, que são sempre consideradas como elementos
mas importantes em qualquer intervenção de ordenamento e planeamento do uso da terra, dos
recursos naturais ou do património, onde por exemplo MICOA traz uma compreensão tão
perfeita quanto possível da importância das relações com os outros bairros, a sua correcta
inserção na rede de infra-estruturas urbanas e rurais e as suas necessidades em torno de serviços
e equipamentos sociais
Em termos gerais, o conjunto de diferentes usos da terra justapostos entre si. Tais usos definem
áreas, como: o centro da cidade, local de concentração de actividades comerciais, de serviço e de
gestão; áreas industriais e áreas residenciais, distintas em termos de forma e conteúdo social;
áreas de lazer; e, entre outras, aquelas de reserva para futura expansão. Este conjunto de usos da
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Visando assegurar a organização do espaço nacional e a utilização sustentável dos seus recursos
naturais, observando as condições legais, administrativas, culturais e materiais favoráveis ao
desenvolvimento económico do país, à promoção da qualidade de vida das pessoas, à protecção e
conservação do ambiente é estabelecido o ordenamento do território (LEI, No 19/2007,
Artigo11).
A mesma lei estabelece no seu artigo 10o, no5, os instrumentos de ordenamento territorial ao
nível da autárquico a saber: plano de estrutura urbana, planos gerais e parciais de urbanização e
planos de pormenor.
Os assentamentos informais são, em geral resultado das diferenças existentes entre as zonas
urbanas e rurais. Tais diferenças levam a que haja aumento da densidade populacional na
periferia das áreas de cimento, tendo como consequências a sobrecarga nos serviços básicos e
infra-estruturas MICOA (2012:7).
Portanto olhando para que nos avança MICOA podemos notar claramente que os assentamentos
informais em maior das vezes são responsáveis por vários problemas ligados à aspectos sociais e
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ambientais que advém concretamente da má gestão do espaço urbano, dai que é preciso uma boa
planificação do espaço habitacional para albergar vários serviços que podem ajudar na melhoria
de qualidade de vida da própria população residente.
1.5.1. Características gerais dos assentamentos
MICOA (2010:4), Santos 2009 e MENDES 2011 avançam como características dos
assentamentos informais as seguintes:
Ocupação desordenada e espontânea do espaço físico;
Ocupação física sem espaço habitacional definido e suficiente;
Sem habitação segura e durável;
Deficientes vias de acesso;
Acesso insuficiente ao saneamento básico;
Acesso insuficiente à água potável;
Falta de cuidados básicos de saúde;
Elevada taxa de pobreza e desemprego.
A mesma fonte refere que todos os aspectos acima mencionados existem em todos os
assentamentos informais e com o mesmo grau de incidência, mas estes são problemas que devem
ser considerados ao conceber uma estratégia de intervenção para o melhoramento dos problemas
de assentamentos informais.
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Aqui far-se-á uma localização geográfica da área de, os aspectos físicos – naturais, população e a
forma como estão assentados bem das infra – estruturas públicas e serão apresentados e
discutidos ate ao ponto de tirarmos as nossas conclusões a partir de conceitos de alguns autores
que passamos a apresentar.
De acordo com a FAEF (2009:22), pode-se afirmar que o clima do Município de Chókwè e do
distrito em geral é do tipo semi-árido seco, caracterizado por grandes variações pluviométricas
ao longo do ano e entre os anos. A precipitação média anual ronda os 620 mm, ocorrendo,
essencialmente, de Novembro a Março e a evapotranspiração de referência média anual situa-se
nos 1500 mm. A temperatura média anual é de 26,2o C, registada no ano 2011 e o risco de
ocorrência de geadas é nulo, mesmo durante a época fria.
O clima do Município e dominado pelo tipo semi-árido (seco de savana), onde a precipitação
varia de 500 a 800mm, e a evapotranspiração potencial de referencia e de ordem dos 1400 a 1500
mm. As temperaturas médias anuais variam entre os 19 – 28º C. (INAM, 2013)
Olhando para estes dois autores quanto á análise climática da cidade de Chókwè podemos chegar
a uma conclusão de que os dois autores são unânimes ao no tratamentos de dados principalmente
á temperaturas médias anuais o que provavelmente vem condicionar a evapotranspiração na
ordem de 1500mm, e feita esta análise de uma forma profunda podemos olhar este tipo de clima
e associar a tipos de assentamentos que de certa forma sempre que ocorre a precipitação em
grande escala, torna mais difícil a transitabilidade nas vias daquele bairro.
Gráfico 01: temperaturas médias mensais e precipitação média mensal total.
Olhando para o gráfico Termo - pluviométrico, podemos notar claramente que nos meses de
Janeiro, Novembro e Dezembro são meses que se verificam a maior queda pluviométrica no
Município de Chókwè e aliada a esta queda pluviométrico estes meses são tidas como meses que
traz a desgraça para o município, onde se verificam as inundações em quase todo Distrito, a
temperatura média anual é de 25.1oc e a precipitação total é de 790.92 mm e a amplitude térmica
anual é de 8%. (vide as tabelas em anexo)
Segundo a FAEF (2001), a distribuição dos principais tipos de solo é fortemente influenciada
pela geomorfologia da área. De acordo com Gomes et al. (1998) e INIA-DTA (1995), citados
por FAEF (2009:34), os solos do Município de Chókwè, podem ser agrupados da seguinte
maneira.
Solos dos sedimentos marinhos do Pleistocénico nas áreas elevadas;
Solos dos sedimentos marinhos do Pleistoceno nas depressões ou planícies;
Solos dos sedimentos fluviais recentes que se desenvolveram sobre os sedimentos
recentes do rio Limpopo ocupando uma zona entre os meandros do rio.
É importante dizer, ainda, que os diferentes tipos de solos podem ocorrer na forma de complexos
ou associações de um mais tipos dos solos acima descritos. De uma maneira geral, pode-se dizer
que os solos do Município de Chókwè são solos maioritariamente argilosos e pesados (Vilanculos,
2005), apresentando, sedimentos de Mananga, coluviões e aluviões (INIA, 1995).
E por ser solos argilosos que se apresentam no quinto bairro (5 o) este tipo de solo quando à queda
pluviométrica tem dificultado o escoamento das aguas já que provavelmente a falta de infra-
estruturas de drenagem para escoar a água, dificulta a transitabilidade e criando condições para
aparecimento de certas doenças, como por exemplo a malária.
2.1.3. Relevo
Todo o distrito de Chókwe e uma planície com menos de 100 metros de altitude e composto por
aluviões ao longo do rio Limpopo, que atravessa todo o distrito no sentido NW-SE, por depósitos
indiferenciados no resto do distrito (A.D.C, 2004).
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O relevo quase plana é caracterizado por solos cinzentos arenosos, argilosos e grânulos,
calcimórficos e solos hiromórficos. É vulnerável a inundações do rio Limpopo. Ocorre perca de
vegetação arbustiva (FAEF, 2013).
Ultimamente este relevo vem sendo modificado através de construções e actividade agrícola que
vem sendo intensificado naquela região do distrito de Chókwe e segundo FAEF (2013), diz que
este tipo de relevo é caracterizado por solos cinzentos arenosos, argilosos e granulares, segundo
os últimos acontecimentos ou das calamidade a uma tendência de modificação deste tipo de
relevo o de seus solos.
2.1.4. Vegetação
Antes da intensa ocupação do espaço, na área em estudo predominava a vegetação endémica
entre herbácea, arbustiva e arbórea como canhoeiros CARLOS (2010:53) e MUCAVEL (2011)
diz que a vegetação nativa foi substituída por árvores de sombra e alguns casos de fruteiras em
pequena escala.
Olhando para o que estes dois autores nos apresentam podemos chegar a uma conclusão de que
na medida em que a população vai construindo as suas residências estes vão removendo a
vegetação nativa em substituição vão colocando as frutíferas. O que de certa forma vem
modificando a paisagem endémica do bairro, mas na medida em que vão colocando as plantas
frutíferas também vão fortificando a paisagem o que vem sendo um aspecto positivo pois só com
o plantio de árvores tanto de sobra como de frutas que o ambiente vai agradecendo e não a
destruição sem observância deste princípio.
E olhando nos dados da pesquisa de campo a vegetação mais predominante neste momento é em
geral formada por fruteiras do tipo amêndoa, Laranjeiras, e sobretudo as de sombra como as
acácias.
2.2.Aspectos humanos
2.2.1.População
O Município possui 61.470 habitantes que compreendem a 20.376 homens e 41.094 mulheres.
Conta com 37.753 agregados familiares e uma densidade populacional aproximada de 21
hab/Km2 (INE, 2009)
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Olhando para a situação que as estatísticas nos avança podemos notar claramente que esta Urbe
precisa de planeamento do perfeito nos bairros em expansão porque se comparar mos com dados
do ultimo senso da população e habitação podemos notar que houve um crescimento de cerca de
4% da população só em dois anos, isto é, 2007 era de 56.765 habitantes e em 2009 era de 61.470
habitantes o que mostra claramente que existe um crescimento acelerado da população.
Neste sentido, olhando para o universo da população municipal que é de 61.470, destes 8118, são
residentes na área de estudo que corresponde a 8%, tomando e considerando que estes são dados
fornecidos pelo instituto nacional de estatística referentes ao ano 2009 e olhando para estágio
actual do assentamento na área de estudo podemos notar claramente que os problemas avançadas
neste trabalho poderá estar aliada a este comportamento do assentamento.
No entanto o 5o bairro constitui um dos bairros onde se verifica a ocupação irregular do espaço,
resultante da falta de orientação para ocupação do mesmo. A maioria dos talhões possui
dimensões muito irregulares, vide a figura 21, onde os espaços são suficientes e a população
possui menor poder de acesso de espaços adequados para a habitação. Já que “as áreas melhor
localizadas e, portanto, com maior valor, são ocupadas pela população de maior renda, restando
as parcelas, com restrita acessibilidade a bens e serviços urbanos à população de menor renda”
(RODRGUES, 1998)
2.2.2.Habitação
O tipo de habitação que predomina no bairro em estudo é a palhota, com pavimento de terra
batida, tecto de capim ou colmo e paredes de estacas. As palhotas são construídas com material
vegetal, natural, facilmente deteriorável, colocando-as em situação de extrema vulnerabilidade
aos fenómenos naturais.
Outro tipo de casas mais comum é construído com base em material convencional constituído
por blocos de cimento e areia, cobertura de chapa de zinco ou telha e outros materiais duráveis.
Apenas nos bairros 1 e 2, é que apresenta melhores condições habitacionais verificando-se que a
maior parte da população vivem em casas com água canalizada (ligação domiciliária) e energia
eléctrica.
A terceira categoria de casas é de pau-a-pique com cobertura de chapa de zinco também
vulneráveis aos ventos ciclónicos, como ilustra a imagem em anexo.
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2.3.1. Energia
O fornecimento de energia eléctrica ao nível do Município, é garantido pela rede nacional de
energia, sob gestão da Empresa Pública Electricidade de Moçambique (EDM).
O Município conta com 4.702 consumidores, havendo uma perspectiva de expansão da rede bem
como o projecto de electrificação nos bairros em expansão (projecto ERAP).
Já no bairro em estudo devido a deficiência de acesso são usados como fontes alternativas da
energia para iluminação, sobretudo nas zonas em que há uma deficiência acentuada para a
instalação da rede eléctrica, o petróleo de iluminação, paines solares, bem como pequenos
geradores.
O principal constrangimento desta área prende-se com a fraca cobertura da rede de energia
devido o tipo de assentamento.
2.3.2.Abastecimento de Água
O abastecimento de água no Município, é feito através de uma rede pública, que alimenta a
cidade, dos quais 13 Pequenos Sistemas operacionais que abrangem todo Município. Para além
destes, o Município conta também com 25 furos operacionais com bombas manuais.
As comunidades recorrem também à água dos 10 poços tradicionais e outras fontes tais como
rios, lagoas, canais de regadio e represas, para consumo que em alguns locais é salobra. (CMCC,
2013)
O Município tem uma taxa de cobertura de abastecimento de água de 63.5% e no bairro em
estudo segundo Conselho Municipal, (2013). É a que apresenta a taxa mais baixa da cobertura
devido o tipo de assentamento que apresenta. A gestão de água na cidade, é feita pela FIPAG e
nos quarterões em que não é possível a instalação da rede de abastecimento de água pela esta
entidade, o abastecimento de água é feita através de furos e poços conforme ilustram as imagens
acima expostas, a situação mais crítica verifica – se no quarteirão “c” do mesmo bairro onde
devido a falta de acessibilidade continua a ser abastecido em quase 90% por poços tradicionais
como ilustra a figura 13 em anexo.
Figura: 03, Imagem ilustrativa das consequências da falta de drenagens das águas pluviais.
Esta imagem demonstra claramente que a falta de drenagens neste bairro devido ao tipo de
assentamento cria problemas para certos habitantes, mesmo as que tem condições para vedar as
suas residências tal é o caso desta casa nesta imagem onde por falta deste sistema, quando se
verifica a queda pluviométrico as aguas vão se direccionando por qualquer parte e criando
ravinas e em alguns momento a erosão.
2.3.4. Educação
O Município de Chókwè possui uma rede escolar composta por 29 escolas que leccionam da 1a
classe até ao nível superior. Destas infra - estruturas 5 instituições de ensino são comunitárias e
privadas. Destas 29 escolas 6 escolas é que estão na área de estudo sendo 3 Escolas Primárias do
Primeiro Grau, 2 do Ensino Primária completa e uma do ensino secundário do primeiro Ciclo,
sendo todas públicas, e em maior parte destas escolas sobre tudo as primárias as condições seja
de acessibilidade assim como materiais não são das melhores, chegando ao ponto de alguns
alunos estudarem ao ar livre, (vide a figura 23 em anexo), esta situação deixa preocupante os
residentes deste bairro numa altura que o governo transferiu as responsabilidades destas escolas
para a gestão Municipal. Porém o município diz estar a pensar no modelo mais eficaz para a
construção das novas salas naquele bairro convista a responder a solicitação destas infra –
estruturas naquele bairro segundo o plano de acção em execução.
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Como já avançamos destas escolas apenas 6 escolas é que estão na área de estudo sendo na
óptica da comunidade suficientes, sobretudo nas do ensino primário faltando apenas a
reabilitação e apetrechamento das salas de modo que os alunos não estudem em salas com
precárias condições como ilustram as imagens em anexo, mas contudo a mesma população
reclama a falta de uma escola do ensino Secundário do segundo ciclo para reduzir as distancias
que os alunos destas comunidade tem percorrida para as escolas que lecciona este nível escolar.
2.3.5. Saúde
O Município dispõe de uma rede sanitária composta por 07 Unidades, sendo um (01) Hospital
Rural e seis (06) Centros de Saúde dos quais um (01) do tipo I, cinco (05) do tipo II e quatro (04)
do tipo III. Destas, dois (02) funcionam com socorristas por falta de pessoal qualificado.
Existem no Município, duas (2) unidades sanitárias estatais com capacidade para internamento
(Hospital Rural de Chókwè e Centro de Saúde de Carmelo), três (03) com maternidade e as
outras unidades sanitárias em serviço ambulatório. (SDSC, 2013)
O Município conta com 118 técnicos de saúde, dos quais, 42 são de sexo feminino e 76
masculino. Destes, 14 são de nível superior que incluem 14 médicos, 57 do nível médio, 16 do
nível básico, 14 do nível elementar e 50 pessoal de apoio.
A capacidade de internamento do Município é de 323 camas, sendo a relação médica/habitante
de 20,330.
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As principais doenças que ocorrem no Município são a malária, mal nutrição, diarreia,
HIV/Sida, tuberculose e cólera. E a maior parte destes casos são verificados no bairro em estudo
principalmente a malária devido a mau saneamento do meio.
Os casos de malária no Município, têm registado um decréscimo como resultado das acções de
pulverização intra domiciliária e distribuição de redes mosquiteiras nas mulheres grávidas e
crianças menores de cinco anos, assim como, a sensibilização nas comunidades, bem como a
requalificação dos bairros uma actividade que ta sendo levado a cabo pelo Conselho Municipal
da Cidade de Chókwè. (SDSC, 2013)
Portanto da situação relatada acima só faz uma reflexão do Município e no bairro em estudo não
existe nenhuma infra – estrutura hospitalar apesar de uma densidade populacional de 8% do
universo de toda população municipal dai que a mesma população esta sujeita a se deslocar a
procura destes serviços básicos nos outros bairros vizinhos, e as estruturas municipais
questionados sobre esta situação, dizem que esta em vista a instalação de uma unidade hospitalar
naquele bairro mas que ainda deve ocorrer o processo de requalificação do bairro em estudo para
poder programar melhor estas actividades a partir da identificação do local para implementação
da mesma infra – estrutura, pós neste momento depara com a situação do espaço para a sua
implementação.
Olhando para o tipo de assentamento que caracteriza a área de estudo, neste caso assentamento
informal podemos aliar ao tipo de segurança que o mesmo bairro merece devido a densidade
populacional elevado e falta de iluminação pública são mais frequentes os seguintes crimes
segundo au autoridades do bairro: crimes contra a propriedade e contra pessoas, destacando-se os
furtos e ofensas corporais. Como causas prováveis dos crimes, destacam-se a superstição,
amantíssimo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e desemprego. Outros tipos de crimes
que também ocorrem com menor frequência, são o roubo de gado bovino, linchamentos, roubo
com recurso a arma de fogo, roubo de viaturas, homicídio e violação de mulheres e crianças.
(ADMINISTRAÇÃO DO DISTRITO DE CHÓKWE, 2013).
Portanto a questão da segurança neste bairro só pode ser minimizado com o novo plano
municipal (requalificação do bairro), onde a partir deste programa será possível a implantação de
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serviços básicos sociais sobre tudo na rede eléctrica, que pode vir a minimizar o impacto
negativo da criminalidade no bairro.
Neste capitulo faz – se um cruzamento dos fundamentos bibliográficos com as evidencias na área
de estudo, no tocante os impactos sócio – ambientais do assentamento informal e todos dados
recolhidos no campo, fazendo uma menção aos instrumentos que regulam a organização da
população no espaço e seu uso a nível nacional e local.
3.0.Impactos sociais
Na área de estudo, tem – se verificado roubo, furto qualificado, homicídios voluntários simples e
enforcamentos. Alguns destes problemas, são motivados pela falta de iluminação pública nas
vias de acesso, sobretudo na via que dá acesso aquele bairro, (Jerónimo, 2014. Cp11). A ausência
de iluminação pública e a inacessibilidade das vias são os factores que estão na origem de alguns
crimes, dai a necessidade de uma rápida intervenção pela entidade competente (CMCC, 2014).
1
Jerónimo Michaque Cossa, secretário do bairro respondendo as questões do nosso inquérito.
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Sendo que o município tem em vista a minimizar estes problemas, a partir da qualificação do
bairro em estudo
Ao se tratar do fornecimento dos serviços ligados a infra – estrutura sociais básicas aos
munícipes, deve – se ter em conta não só a existência ou não de tais serviços, mas a
caracterização do ponto de vista da sua eficiência, da sua abrangência, da sua qualidade e de grau
de acessibilidade dos seus utentes (MATOS apud PEREIRA, 2010).
O 5o Bairro, isto é o bairro em estudo estando a registar uma expansão acelerada, caracteriza – se
por ocupação de extensas áreas da sua periferia, não previamente planificada para o
assentamento humano e/ ou fixação de residências. Esta situação propicia o desprovimento de
infra – estruturas e serviços urbanos básicas como sistemas de drenagem e saneamento do meio,
serviços de educação e saúde, água e electricidade, espaço de lazer e mercados, entre outras
acções empreendidas localmente pelos residentes, com envolvimentos das estruturas de base,
visando assegurar que a população os tenha, redundam em fracasso. Quando se fala de
constrangimentos inerentes ao acesso a infra – estruturas urbanas básicas, estão patentes as
dificuldades da gestão urbana.
Portanto na falta destas infra – estruturas básicas neste bairro em estudo torna o mesmo um
bairro caracterizado por vários problemas de índole social dos quais o saneamento do meio que
pode trazer vários problemas, tais como doenças de diversos tipos bem como o aumento da
criminalidade e o crescimento de áreas de imundice dai que é imperioso a instalação destas infra
– estruturas em falta.
“O solo urbano é disputado por várias camadas da sociedade de forma diferenciada, gerando
conflitos entre indivíduos e usos”, (RODRGUES, 1998). Na área de estudo, existem conflitos
relacionados com a ocupação do espaço físico, e relacionamento entre certas famílias devido a
forma em que ocuparam o espaço, dado que este “pertence” aos donos das machambas e
residentes mais antigos do bairro, que de uma forma indevida foram parcelando o seus espaços
sem observância de alguns instrumentos e ou sem acompanhamento das estruturas competentes,
40
pois uma parte dos residentes é vendida o espaço para a habitação pelo estes e ou pela estrutura
do bairro. E muita das vezes, o mesmo espaço é concedida a duas ou mais pessoas. No entanto
não existe uma coordenação de ambas partes porque cada um tem seus “direitos” no mesmo
espaço, apesar de ser do conhecimento da própria estrutura, “que toda terra no território
moçambicano pertence ao estado e não deve ser vendida, penhorada e ou alienada” (LEI DE
TERRA, 1997).
Ainda neste bairro verifica – se um clima de conflito de uma parte da população residente, que
desconfiando das formas que o espaço é concedido, impedem os concessionários a ocupar certos
espaços que reservado para implementação de certas infra – estrutura sociais alegando que são
donos do espaço, situação minimizada com a intervenção da direcção do bairro comunal bem
como do chefe do posto administrativo que em conjunto com as estruturas Municipais
encontraram solução para ultrapassar este tipo de impasse (MANUEL, 2014, cp2). Segundo as
informações obtidas no terreno via entrevista, a população residente toma esta atitude porque
desconfia de qualquer tipo de intervenção de certas estruturas do bairro devido a falta de
honestidade destes.
Figura: 06, Imagens ilustrativas de algumas situações que causam conflitos sociais.
2
Manuel Beula Sitoe, chefe do departamento da urbanização no município de Chókwe
41
dois terrenos, onde na medida em que uma das famílias toma banho toda água que vem deste
processo toma direcção para casa vizinha o que vem criando desavenças entre as duas famílias,
na segunda imagem está patente o que nos motivou a fazer este estudo uma família que parcelou
o seu espaço sem observar algumas medidas ou os instrumento de ordenamento territorial dai
que a mesma família depara com uma situação que so as autoridades municipais podem resolver,
isto é, não tem uma saída da sua casa para outros locais e na terceira imagem verifica – se a
situação similar com a da primeira.
Lixo é tudo aquilo que já não tem utilidade e é jogado fora. É qualquer material sólido originado
em trabalhos domésticos e industriais e que é eliminado. Muitos dos resíduos que vão para o lixo
podem ser reutilizados através de um processo denominado reciclagem, onde no processo de
reciclagem, o lixo orgânico e inorgânico é reaproveitado, contribuindo para a redução da
poluição do meio ambiente, Segundo (MATOS, 2006).
A problemática em saúde mais comum associada à água poluída por esgotos é a gastroenterite,
que pode apresentar vários sintomas como enjoo, vómitos, dores de estômago, diarreia e febre,
que podem levar as pessoas, principalmente as crianças, à desidratação.
A deposição de resíduos sólidos nas vias de acesso (tida como forma de mitigação de erosão em
algumas vezes) assim como no interior das residências, constitui a causa fundamental para a
ocorrência de doenças como malária, “doenças infecciosas potencialmente grave, provocada por
42
parasitas (protozoários do género Plasmodium), que são transmitidos de pessoa para outra pessoa
pela picada do mosquito de género anopheles” (OMS, 2005).
Segundo os residentes entrevistados, a doença como a malária causa a perda de vidas humanas
no bairro em estudo, embora haja esforços evidenciados pelas instituições de saúde sobre tudo a
pulverização inter – domiciliário, distribuição de redes mosquiteiras e de vez em quando a
limpeza das locais consideradas propensas a reprodução dos mosquitos, pois esta e outras
doenças pandemias retardam o desenvolvimento sócio – económica do município e dos pais em
geral.
O risco de contrair a malária não é uniforme nos diferentes grupos sociais do bairro, pois
depende das relações sociais que se estabelecem e das condições económicas de cada grupo.
Por essa razão concordando com NAZARETH (1996), “a mortalidade também varia com as
principais componentes destas condições de vida são normalmente a alimentação, as condições
de higiene, o tipo de actividade, o clima e a capacidade de defesa em relação ao meio físico”.
3.2.Impactos ambientais
Impacto ambiental é uma mudança no meio ambiente que é causado graças à actividade do ser
humano. Esse impacto pode ser positivo ou negativo, sendo que o negativo representa uma
quebra no equilíbrio ecológico, que provoca graves prejuízos no meio ambiente. RIMA (2011)
A medição do impacto ambiental não pode ser feita de forma precisa porque o meio ambiente é
um sistema complexo. É possível fazer algumas estimativas, através do (EIA e RIMA, 2011)
As características do assentamento humano na área de estudo, apresentadas nos capítulos
anteriores, evidenciam uma vulnerabilidade à ocorrência de vários problemas sócio – ambientais,
ou seja maior probabilidade de ocorrência de eventos danosos, decorrentes da inexistência do
planeamento urbanístico ou de ineficiência na implementação. MAUSBACH citado por LOPES
(2006:63), considera que as causas ambientais urbanas, muitas das vezes irremediáveis
actualmente, provêm da ausência de um planeamento urbano a longo prazo.
Figura: 07, Imagens que ilustram algumas situações do desabamento devido o material usado na
construção das mesmas casas
Devido o tipo de habitação mais predominante na área de estudo constituído por de construção
mista, isto é, de material não durável, aliado ao tipo de solo e má qualidade sistema de
escoamento da água originando pela queda pluviométrica, torna com que estas casas sejam
susceptível ao desabamento pondo em risco a vida da própria população e ao meio ambiente.
Para facilitar a análise dos impactos consequentes do assentamento informal, foi utilizado o
método Ad – hoc que segundo PARTIDÁRIO (1994), consiste “na utilização de questionários
respondidos por pessoas seleccionado segundo interesse no problema, (…) listagem dos
possíveis impactos advir de uma actividade e avaliação dos impactos prováveis, o que possibilita
a análise e classificação de alternativas”. A partir deste, foi possível elaborar a tabela que ilustra
a análise dos impactos sócio – ambientais decorrentes do assentamento informal da área em
estudo. A identificação e análise destes impactos, resulta da observação directa e das entrevistas
feitas aliados ao plano estratégico do Município para a área em estudo.
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Reversibilidade
Impactos Sócio - ambientais Riscos Riscos
Alto Moderado Baixo Curto Médio Longo
Inacessibilidade X X
Doenças X X
Conflitos sociais X X
Criminalidade X X
Escoamento superficial X X
Erosão X X
Desabamento X X
Saneamento do meio X X
Qualidade de vida X X
Fonte: adaptado pelo autor na base de dados de entrevista, 2015
De acordo com os dados da tabela, a maioria dos impactos são de alto risco mas reversíveis a
curto e médio prazo. Para a sua mitigação é necessário que haja sensibilização da população para
que se identifique com os problemas e seus impactos, pois de acordo com a entrevista feita
verificou – se que a maior parte dos residentes não se identificam com os riscos a que estão
sujeitos, dai a necessidade de uma forte intervenção por parte de entidades competentes
(edilidade, sociedade civil, bem como as estruturas de base), com a participação da própria
comunidade.
A maioria parte da população entrevistada é proveniente do mesmo Município, isto é dos outros
bairro e do distrito de Chókwè e residem no bairro em estudo por diversos motivos dos quais a
procura de uma habitação própria.
A dimensão dos talhões é irregular, facto que é determinado pelo tempo de chegada ao local, isto
é, possuem maiores talhões as primeiras pessoas que ocuparam o espaço e os nativos seja embora
alguns destes nativos possuem actualmente menor espaço devida a venda do mesmo sabendo que
o espaço não pode ser, vendido e nem mesmo alienada, possui ainda o espaço menor os que
ocuparam o mesmo espaço logo a posterior. Notou se ainda uma grande desigualdade social
entre os residentes, a partir da dimensão dos talhões e o espaço ocupado (em áreas
ambientalmente sensíveis) assim como material utilizado para a construção das habitações.
Os secretários dos bairros atribuem espaço à população, mas tem consciência de que não lhes
compete a atribuição de talhões à população, mas estes fazem à revelia das entidades municipais,
(o que gera a má estruturação do bairro, falta de ordenamento e conflito de ocupação do espaço).
Para estancar os casos em apresso, tem havido reuniões resultantes de alguns conflitos na
comunidade, mas não lhes compete aplicação de medidas administrativos casos que na sua
maioria são canalizados a outros níveis para o seu desfecho, (MABESSA, cp3) no entanto, a
faltam de aplicação de medidas administrativas, estimulam a existência de conflitos sociais e
ocorrência deste tipo de assentamento na área em estudo.
Verifica – se também na maioria da população entrevistada a falta de consciência ambiental pois,
não se identificam com os riscos a que estão expostos o que contribui para ocupação de espaços
ambientalmente inadequados.
A eliminação ou mitigação dos impactos sócio – ambientais dos assentamentos informais,
constitui um enorme desafio para o Município de Chókwè, apesar de existir um plano de
intervenção referente a 2010 – 2020, pelo que, enfrenta grandes dificuldades relacionadas com a
falta de espaço habitacional, insuficiência de técnicos e meios financeiros.
Baseando nos dados do plano do desenvolvimento e do censo 2007, prevê – se nos bairros de
expansão onde esta inserido a área de estudo, que até 2020 continuarão a acolher maior numero
de habitantes e consequentemente, a necessidade de o Município reforçar e ou ampliar os
3
Jose Mabessa, chefe do bloco, falando na entrevista durante a pesquisa do tema desta monografia.
47
equipamentos a nível sócio – económica como, novos centro de saúdes, rede de distribuição de
água e energia, estradas assim como novos postos de trabalho e planos para novas áreas de
expansão do Município, (MANUEL, 2014, cp4). Este facto demonstra claramente que o
Município reconhece as fragilidades ou seja, a incapacidade de mitigação dos problemas sócio –
ambientais decorrentes, a curto prazo como referenciamos na tabela de análise dos impactos
sócio – ambientais.
A qualidade de vida do bairro em estudo é precária, dado aos riscos a que estão sujeitos, tais
como: o roubo, a falta de controlo das actividades criminosas (devido a inacessibilidade das vias)
e a proliferação dos vectores transmissores da malária, doenças que mais danos causa à
população e que esta aliada a falta de sistema de gestão das águas pluviais e sistema de recolha e
gestão de resíduos sólidos, entre outros. Segundo os residentes, a esperança de melhoria da
qualidade de vida é tão forte, apesar destes constrangimentos, desde que haja “inclusão física e
social do assentamento informal na estrutura da cidade ou vila” (MICOA, 2010), já que “ (…) o
espaço urbano produzido revela as desigualdades temporais da vida económica e social na
cidade, onde todos fazem parte de uma colectividade estatística designada população urbana,
mas poucas são os que desfrutam da urbanidade” (BAÍA, 2008).
48
monstra em termo percentual as mesmas respostas segundo o questionário que está nos
apêndices.
A procura de possíveis soluções para os problemas sócio – ambientais que ocorrem num dado
espaço constitui uma tarefa da investigação sócio – ambiental. Perante um problema, a atitude do
investigador deve ser a de analisar as causas, os efeitos e procurar as possíveis soluções para o
mesmo, MUCHANGOS (2007),
Uma serie de medidas podem ser delineadas, estruturais e não estruturais, considerando – se o
papel do cidadão na mitigação dos problemas sócio – ambientais e ate mobilizar todos os
recursos necessários, mas sem se esquecer de promover a consciência e sensibilidade sobre o
ambiente e seus problemas, os resultados almejados poderão tardar ou nunca chegar. Desta
forma, a sustentabilidade de qualquer intervenção visando fazer face aos problemas ambientais,
passa por uma consciencialização e divulgação ambiental.
Para a mitigação da erosão, do Desflorestamento, da deficiente gestão dos resíduos sólidos e dos
problemas de acessibilidade, são propostos as seguintes medidas:
Arborização das vias públicas (ex: plantio de acácias nas bermas de ruas)
Plantio da relva nos quintais e outros locais vulneráveis à ocorrência da erosão;
Construção de cisternas nos domicílio para a captação, conservação e aproveitamento das
águas pluviais, pois para além de evitar a erosão vai diminuir os conflitos sociais entre
50
vizinhos causado pelo escoamento destas águas bem como evitar a acumulação deste
precioso liquido nas vias publica e nos quintais reduzindo a ploriferação dos mosquitos;
Criação e gestão conveniente de lixeiras;
Introdução de sistemas de tratamento e reciclagem dos resíduos sólidos;
Introdução de mecanismos para a prática de separação de resíduos sólidos pelos próprios
citadinos;
Arruamento nos quarteirões sem vias de acesso, isto é, requalificar o bairro para permitir
a implantação de infra – estruturas sociais.
A necessidade de elaboração imediata de planos de estrutura, planos gerais e parciais de
urbanização e de pormenor, para que casos idênticos não se alastrarem para as novas
áreas habitacionais ou bairro em criação;
Melhoramento das condições de saneamento do meio, criando um sistema eficiente de
gestão de resíduo sólidos.
*4 Conteúdos que podemos encaixar o nosso trabalho de pesquisa (O impacto sócio – ambiental dos assentamento
informais.
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Porém olhando para os conteúdos programados para este ciclo podemos notar claramente que
este trabalho pode se encaixar em várias unidades temática a título de exemplo na 12 a classe na
Primeira unidade temática “População” Nesta unidade é importante que o professor promova
uma discussão sobre a importância de dados sobre a população apresentando exemplos concretos
de vários países, desenvolvidos e menos desenvolvidos, olhando sobretudo para o nosso pais e é
a partir dai que pode usar este trabalho para entender aos alunos como é que a população pode –
se organizar num determinado espaço geográfico e evitar os impactos sócio – ambientais.
Na abordagem do tema Teorias demográficas, o aluno poderá fazer a comparação das teorias e
tirar as conclusões relativas ao aparecimento destas teorias e a mais exemplificativa para a
explicação do crescimento da população mas também pode se recorrer a este trabalho para
entender melhor sobre os factores do crescimento demográfico tais como (fecundidade,
natalidade mortalidade e os movimentos migratórios) e os factores que as influenciam. Assim, é
importante explicar como é que estas variáveis demográficas têm influenciado no crescimento da
população.
4.0.Conclusão e sugestões
4.1.Conclusão
Os assentamentos informais, constituem problemas que se faz sentir a nível mundial, sobretudo
nas zonas urbanas e suburbanas. Pela sua natureza, possuem uma densidade populacional
elevada devido a sua localização favorável em relação aos centros de emprego e de serviços
básicos e a pratica da agricultura, (MANUNUES, 2012). A pesar destas vantagens, verifica – se
nestes, problemas ambientais semelhantes que causam uma cadeia de impactos sócio –
ambientais semelhantes, diferenciando – se pela sua dimensão e magnitude e das características
físico – naturais do local.
Baseando – se nos instrumentos de colecta de dados, o quinto bairro é de facto um assentamento
informal, originando sobretudo ou como consequência da deficiente implementação dos
instrumentos de gestão territorial bem como a falta de honestidade das estruturas do bairro no
acto de parcelamento das novas áreas para habitação, bem como para outras actividades.
O Município da cidade de Chókwè, vive e convive com os problemas sócio – ambientais que
afligem os munícipes na área de estudo e reconhece a sua incapacidade para a mitigação dos
mesmos a curto prazo, devido a falta de espaço habitacional, insuficiência de técnicos, bem
como meios materiais e financeiros.
Observou – se ainda, que a forma de ocupação do espaço é determinada pela condição
económica do individuo, pelo que, as pessoas de alta renda, beneficiam – se dos melhores
espaços enquanto as de baixa renda, aglomeram – se nas áreas sensíveis, causando pressão sobre
o solo e possui menor capacidade de resposta aos problemas e impactos sócio – ambientais
consequentes.
A maioria dos quarteirões enfrenta problemas sócio – ambientais inerentes à inexistência,
insuficiência ou inoperância de infra – estruturas e serviços sociais como via de acesso, sistema
de drenagem e saneamento, serviços de saúde e educação, água e energia eléctrica, espaço de
lazer e mercados.
A mitigação dos impactos sócio – ambientais constitui um processo. Neste caso, é necessário
envolver a todos os intervenientes: o Governo, sector privado, sociedade civil a própria
população para garantir o sucesso na redução e prevenção dos assentamentos informais,
participando no processo de gestão do espaço urbano
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4.2.Sugestões
Face aos impactos sócio – ambientais do quinto bairro Município de Chókwe, apresentados no
presente trabalho, urge a necessidade de aplicar medidas imediatas, conducentes a travagem da
degradação ambiental e da qualidade de vida dos residentes, pelo que se recomenda:
Definir correctamente a problemática da melhoria das condições de vida das populações
mas que se sustenta na providência dos serviços e infra – estruturas necessárias, habitação
condigna para uma vida decente;
Mobilizar a capacidade e a motivação para melhorar a qualidade de vida e de habitação
nos assentamentos informais através de programas e acções que os residentes se sintam
parte integrante;
Sensibilizar a população no sentido de se identificar com os impactos sócio – ambientais
e mudarem de atitude, participando no processo de gestão do espaço;
Garantir a segurança na ocupação do espaço, através da atribuição de DUAT’S;
A implementação de mecanismo de informação e mobilização da comunidade, em função
dos problemas sócio – ambientais que se registam no bairro e ou área de estudo, como
forma de se obter colaboração com as iniciativas publicas e melhoramento da qualidade
de vida;
Criação de uma comissão que em paralelo com autoridades municipais façam auscultação
e mobilização dos residentes com vista a identificação dos espaços estratégicos para
abertura de vias de acesso;
Na intervenção para o melhoramento do assentamento informal, é necessário que se tome
em conta as relações de orem social, económica, cultural, das pessoas a serem sujeitas a
operações de transferência do seu local de residência para o de reassentamento como
forma de acautelar possíveis impactos negativos que as mudanças podem trazer numa
primeira fase.
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5.0.Referências bibliográficas