Você está na página 1de 117

ORGANIZAÇÃO DAS INDÚSTRIAS

PARTE 2: FUNDAMENTOS EM GESTÃO DE OPERAÇÕES E


LOGÍSTICA / CADEIA DE SUPRIMENTOS

Prof. Leonardo Luiz Lima Navarro, D.Sc.

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 1
UFRJ
Gestão de Operações: Conceitos Básicos
• O temo OPERAÇÕES refere-se aos PROCESSOS DE PRODUÇÃO (manufatura e
serviços) usados para TRANSFORMAR OS RECURSOS empregado por uma empresa
em PRODUTOS desejados pelos clientes

• PROCESSOS DE MANUFATURA produzem PRODUTOS FÍSICOS, como um


automóvel, um computador

• PROCESSOS DE SERVIÇOS produzem PRODUTOS INTANGÍVEIS, como um call


center que tire dúvidas dos clientes de um banco

• A GESTÃO DE OPERAÇÕES envolve o PROJETO, OPERAÇÃO E MELHORIA DOS


PROCESSOS que criam e entregam os produtos e serviços da empresa.

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 2
UFRJ
Gestão de Operações: Conceitos Básicos
• LOGÍSTICA E CADEIA DE SUPRIMENTOS (objeto de futuras aulas) envolvem os
processos que movimentam materiais para, e a partir de, processos de manufatura
e serviços da empresa

• Por exemplo: processos de transporte, processos de armazenamento

Fornecedores Sua empresa Clientes

PRODUTOS, INFORMAÇÕES, $$$

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 3
UFRJ
Os Sistemas de Administração da Produção

• O que produzir e comprar?

• Quanto produzir e comprar?


SISTEMAS DE Auxiliam
ADMINISTRAÇÃO a decisão
DA PRODUÇÃO sobre... • Quando produzir e
comprar?

• Com que recursos produzir


e comprar?
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 4
UFRJ
Sistemas de Administração da Produção Tradicionais

• Sistemas de produção
empurrada (ex. sistemas
“tradicionais”, tipo MRP)
SISTEMAS DE Filosofias
ADMINISTRAÇÃO alternativas de
DA PRODUÇÃO ação
• Sistemas de produção
puxada (ex. Just in Time/
STP)

• Sistemas sincronizados pela


Restrição (ex. Teoria das
Restrições)
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 5
UFRJ
Sistemas de Administração da Produção Tradicionais

• Sistemas de produção
empurrada (ex. sistemas
“tradicionais”, tipo MRP)
SISTEMAS DE Filosofias
ADMINISTRAÇÃO alternativas de
DA PRODUÇÃO ação
• Sistemas de produção
puxada (ex. Just in Time/
STP)

• Sistemas sincronizados pela


Restrição (ex. Teoria das
Restrições)
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 6
UFRJ
Sistemas MRP – Conceitos Básicos
• MRP = Material Requirement Planning = Planejamento das Necessidades de
Materiais

• Procedimento desenvolvido no final dos anos 1950

• Baseado em cálculos de necessidades de materiais

• Se conhecemos todos os componentes de um produto e os tempos de obtenção


(compra ou produção) de cada um deles, podemos, com base em previsões das
necessidades dos produtos, calcular em que momento cada componente deve ser
obtido.
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 7
UFRJ
Sistemas MRP – Exemplo

• Você pretende preparar um delicioso bacalhau para a família e


amigos na sexta feira, dia 24 de junho

• Você estima que 15 pessoas estarão presentes no evento

• A receita que você possui rende para 5 pessoas.

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 8
UFRJ
Exercício Relâmpago ⚡⚡ - 10 min
“Dessalgue o bacalhau por 24 horas. Cozinhe-o
• Receita:
por 10 minutos. Em um refratário, junte o
o 1kg de bacalhau sem pele bacalhau cozido com batatas cozidas (20
o 12 batatas grandes minutos), cebola e azeite. Deixe o refratário
descansando por 12 horas. Leve o refratário
o 6 cebolas grandes em camadas
descansado ao fogo baixo por 2 horas. Junte o
o 4 ovos cozidos refratário quente aos ovos cozidos (10 minutos),
o 2 xícaras de azeite brócolis cozido (15 minutos) e azeitonas.”
o 1 brócolis
➢ Você pretende servir o bacalhau às 13h de sexta-
o 18 azeitonas portuguesas
feira, dia 24. Que horas cada componente da
receita deve estar disponível, e em qual
quantidade?
➢ (Considere tempos de montagem desprezíveis)
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 9
UFRJ
Resolvendo – 1º passo: a Bacalhoada e seus
componentes, receita para 5 pessoas
Bacalhoada
1

Assado Ovos Brócolis


Azeitonas
pronto 1
cozidos cozido
18 4 1

Refratário
Ovos Brócolis
descansado
4 1
1

Refratário
montado
1

Batatas Bacalhau
Cebola Azeite
cozidas cozido
6 2xic 12 1

Bacalhau
Batatas
dessalgado
12 1
x3
Bacalhau
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020
1kg
Organização das Indústrias
Departamento de Engenharia Industrial 10
UFRJ
Resolvendo – 2º passo: a Bacalhoada e seus
componentes, receita para 15 pessoas
Bacalhoada
3

Assado Ovos Brócolis


Azeitonas
pronto 3
cozidos cozido
54 12 3

Refratário
Ovos Brócolis
descansado
12 3
3

Refratário
montado
3

Batatas Bacalhau
Cebola Azeite
cozidas cozido
18 6xic 36 3

Bacalhau
Batatas
dessalgado
36 3

Bacalhau
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020
3kg
Organização das Indústrias
Departamento de Engenharia Industrial 11
UFRJ
Resolvendo – 3º passo: cálculo dos tempos de obtenção de
cada componente, a partir da data de entrega
Precisam estar Bacalhoada
disponíveis ~ 13h sexta 3

Assado Ovos Brócolis


Azeitonas
pronto 3
cozidos cozido
54 12 3

Refratário
Ovos Brócolis
descansado
12 3
3

Refratário
montado
3

Batatas Bacalhau
Cebola Azeite
cozidas cozido
18 6xic 36 3

Bacalhau
Batatas
dessalgado
36 3

Bacalhau
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020
3kg
Organização das Indústrias
Departamento de Engenharia Industrial 12
UFRJ
Resolvendo – 3º passo: cálculo dos tempos de obtenção de
cada componente, a partir da data de entrega
Precisam estar Bacalhoada
disponíveis ~ 13h sexta 3

Assado Ovos Brócolis


Azeitonas
pronto 3
cozidos cozido
54 12 3

Precisa estar disponível Refratário


Ovos Brócolis
~ 11h sexta descansado
12 3
3

Refratário
montado
3

Batatas Bacalhau
Cebola Azeite
cozidas cozido
18 6xic 36 3

Bacalhau
Batatas
dessalgado
36 3

Bacalhau
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020
3kg
Organização das Indústrias
Departamento de Engenharia Industrial 13
UFRJ
Resolvendo – 3º passo: cálculo dos tempos de obtenção de
cada componente, a partir da data de entrega
Precisam estar Bacalhoada
disponíveis ~ 13h sexta 3

Assado Ovos Brócolis


Azeitonas
pronto 3
cozidos cozido
54 12 3

Precisa estar disponível Refratário


Ovos Brócolis
~ 11h sexta descansado
12 3
3

Refratário
Precisam estar
montado
disponíveis ~ 23h quinta 3

Batatas Bacalhau
Cebola Azeite
cozidas cozido
18 6xic 36 3

Bacalhau
Batatas
dessalgado
36 3

Bacalhau
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020
3kg
Organização das Indústrias
Departamento de Engenharia Industrial 14
UFRJ
Resolvendo – 3º passo: cálculo dos tempos de obtenção de
cada componente, a partir da data de entrega
Precisam estar Bacalhoada
disponíveis ~ 13h sexta 3

Assado Ovos Brócolis


Azeitonas
pronto 3
cozidos cozido
54 12 3

Precisa estar disponível Refratário


Ovos Brócolis
~ 11h sexta descansado
12 3
3

Refratário
Precisam estar
montado
disponíveis ~ 23h quinta 3

Batatas Bacalhau
Cebola Azeite
cozidas cozido
18 6xic 36 3

Bacalhau
Batatas
dessalgado ~ 22:50h quinta
36 3
~ 22:40h quinta
Bacalhau
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020
3kg
Organização das Indústrias
Departamento de Engenharia Industrial 15
UFRJ
Resolvendo – 3º passo: cálculo dos tempos de obtenção de
cada componente, a partir da data de entrega
Precisam estar Bacalhoada
disponíveis ~ 13h sexta 3

Assado Ovos Brócolis


Azeitonas
pronto 3
cozidos cozido
54 12 3

Precisa estar disponível Refratário


Ovos Brócolis
~ 11h sexta descansado
12 3
3

Refratário
Precisam estar
montado
disponíveis ~ 23h quinta 3

Batatas Bacalhau
Cebola Azeite
cozidas cozido
18 6xic 36 3

Bacalhau
Batatas
dessalgado ~ 22:50h quinta
36 3
~ 22:40h quinta
Bacalhau ~ 22:50h quarta
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020
3kg
Organização das Indústrias
Departamento de Engenharia Industrial 16
UFRJ
Solução final
• Ou seja, nossas necessidades de obtenção são:

o Precisamos comprar (ou pegar no estoque, se tiver):


▪ 3kg de bacalhau até 22:50 de quarta;
▪ 36 batatas grandes até 22:40 de quinta;
▪ 6 xícaras de azeite e 18 cebolas até 23:00 de quinta;
▪ 12 ovos e 3 brócolis até 12:50 de sexta e 12:45, respectivamente;
▪ 54 azeitonas até 13:00 de sexta.

o Precisamos produzir:
▪ 3kg de bacalhau dessalgado até 22:50 de quinta;
▪ 3kg de bacalhau cozido, 36 batatas cozidas e um refratário montado até 23:00 de quinta;
▪ Um refratário descansado até 11:00 de sexta;
▪ O assado pronto, brócolis e ovos cozidos até 13:00 de sexta.
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 17
UFRJ
Sistemas MRP – Conceitos básicos
• O procedimento que acabamos de executar é exatamente o mesmo do MRP,
amplamente usado na indústria...

• ...Entretanto, em situações fabris reais, a quantidade de informações é várias


ordens de grandeza maior:

o Em vez de um pedido, são inúmeros, em diferentes momentos do tempo


o Em vez de um produto, são dezenas / centenas...
o ... com milhares de componentes!

• O tratamento intuitivo é impossível, são necessários sistemas de computador para


‘rodar’ o procedimento MRP

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 18
UFRJ
Síntese do sistema MRP
• Finalidade: calcular os momentos e as quantidades que devem ser
obtidas (compradas os produzidas) de cada componente

• Premissas:

o A estrutura do produto (árvore de materiais) tem que ser conhecida


PLANEJAMENTO DAS
NECESSIDADES DE o Depende de um bom sistema de previsão de vendas
MATERIAIS: MRP* • Lógica: “Explosão” das necessidades de materiais no tempo, com
programação para trás (a partir da data de entrega de produtos
*Do inglês Material
Requirements Planning
acabados).

Principal limitação: não leva em consideração a capacidade de


recursos transformadores (recursos humanos, equipamentos,
entre outros)

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 19
UFRJ
Jogo ilustrativo de conceitos importantes para as operações
Parte 1 – Empurrando a produção, produzindo para estocar

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
20
Objetivo geral do jogo
• Introduzir os alunos a conceitos básicos em gestão de operações, através do jogo
ilustrativo

• Serão simuladas duas situações de uma mesma linha de montagem de canetas,


onde cada ator terá atividades a executar e metas

• Reunir um grupo de 9 pessoas:


o 3 operadores para a linha de montagem
o 1 gestor da qualidade
o 5 cronometristas

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
21
Perguntas de partida, para pensar
• Como uma organização pode medir a eficiência de suas operações?
• Como uma organização pode medir a eficácia de suas operações?
• O que é um posto gargalo em um processo produtivo?
• O que é uma linha de produção balanceada? O que é uma linha de produção
sincronizada? Esses termos são iguais?
• O que é um processo produtivo empurrado? O que é um processo produtivo
puxado?
• O que é o tempo de atravessamento de um produto?
• O que é o tempo de ciclo de um processo produtivo?
• Objetivo principal dos jogos ilustrativos: proporcionar aos alunos a compreensão
desses conceitos e sua relevância para o projeto de operações.
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
22
Jogo – Linha de Montagem de Canetas
• O processo de montagem das canetas envolve 5 atividades, realizadas por 3
operadores e um gestor da qualidade:

Operador 1 Operador 2 Operador 2 Operador 3 Gestor da Qualidade

Verificar se a carga
Matéria prima Enroscar o fundo da Colocar a carga da Colocar a tampa da Avaliar a qualidade Caneta vendida
da caneta esta
disponível caneta caneta caneta da caneta ao mercado
funcionando

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
23
O processo de montagem das canetas
Atribuições do Operador 1
Operador 1 Operador 2 Operador 2 Operador 3 Gestor da Qualidade

Verificar se a carga
Matéria prima Enroscar o fundo da Colocar a carga da Colocar a tampa da Avaliar a qualidade Caneta vendida
da caneta esta
disponível caneta caneta caneta da caneta ao mercado
funcionando

• Atividade 1: Enroscar o fundo da caneta


• Responsável: Operador 1
• Objetivo: Maximizar sua produção local,
colocar o máximo de fundos possível no
decorrer do jogo

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
24
O processo de montagem das canetas
Atribuições do Operador 2
Operador 1 Operador 2 Operador 2 Operador 3 Gestor da Qualidade

Verificar se a carga
Matéria prima Enroscar o fundo da Colocar a carga da Colocar a tampa da Avaliar a qualidade Caneta vendida
da caneta esta
disponível caneta caneta caneta da caneta ao mercado
funcionando

• Atividade 2: Colocar a carga na caneta


• Responsável: Operador 2

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
25
O processo de montagem das canetas
Atribuições do Operador 2
Operador 1 Operador 2 Operador 2 Operador 3 Gestor da Qualidade

Verificar se a carga
Matéria prima Enroscar o fundo da Colocar a carga da Colocar a tampa da Avaliar a qualidade Caneta vendida
da caneta esta
disponível caneta caneta caneta da caneta ao mercado
funcionando

• Atividade 3: Verificar se a carga está


funcionando (escrever OK na etiqueta e colar
na caneta)
• Responsável: Operador 2
• Objetivo: Maximizar sua produção local,
colocar e testar o máximo de cargas ao longo
do jogo
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
26
O processo de montagem das canetas
Atribuições do Operador 3
Operador 1 Operador 2 Operador 2 Operador 3 Gestor da Qualidade

Verificar se a carga
Matéria prima Enroscar o fundo da Colocar a carga da Colocar a tampa da Avaliar a qualidade Caneta vendida
da caneta esta
disponível caneta caneta caneta da caneta ao mercado
funcionando

• Atividade 4: Colocar a tampa da caneta


• Responsável: Operador 3
• Objetivo: Maximizar sua produção local,
colocar o máximo de tampas no decorrer do
jogo

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
27
O processo de montagem das canetas
Atribuições do Gestor da Qualidade
Operador 1 Operador 2 Operador 2 Operador 3 Gestor da Qualidade

Verificar se a carga
Matéria prima Enroscar o fundo da Colocar a carga da Colocar a tampa da Avaliar a qualidade Caneta vendida
da caneta esta
disponível caneta caneta caneta da caneta ao mercado
funcionando

• Atividade 5: Avaliar a qualidade da caneta


• Responsável: Gestor da qualidade
• Objetivo: Garantir que produtos defeituosos
não cheguem ao mercado

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
28
Atribuições dos cronometristas
• Cronometrista 1: coleta amostras do tempo de atravessamento dos produtos [tempo decorrido
desde o início da atividade 1 até o final do controle da qualidade]

• Cronometrista 2: posicionado próximo ao operador 3, mede o tempo de ciclo do processo [de


quanto em quanto tempo um produto chega ao mercado?]

• Cronometrista 3: posicionado próximo ao operador 1, coleta amostras de seu tempo padrão


[tempo decorrido desde o início até o término de uma operação]

• Cronometrista 4: posicionado próximo ao operador 2, coleta amostras de seu tempo padrão


[tempo decorrido desde o início até o término de uma operação]

• Cronometrista 5: posicionado próximo ao operador 3, coleta amostras de seu tempo padrão


[tempo decorrido desde o início até o término de uma operação]

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
29
O processo de montagem das canetas
Atribuições do Cronometrista 1

Operador 1 Operador 2 Operador 2 Operador 3 Gestor da Qualidade

Verificar se a carga
Matéria prima Enroscar o fundo da Colocar a carga da Colocar a tampa da Avaliar a qualidade Caneta vendida
da caneta esta
disponível caneta caneta caneta da caneta ao mercado
funcionando

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
30
O processo de montagem das canetas
Atribuições do Cronometrista 2

Operador 1 Operador 2 Operador 2 Operador 3 Gestor da Qualidade

Verificar se a carga
Matéria prima Enroscar o fundo da Colocar a carga da Colocar a tampa da Avaliar a qualidade Caneta vendida
da caneta esta
disponível caneta caneta caneta da caneta ao mercado
funcionando

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
31
O processo de montagem das canetas
Atribuições do Cronometrista 3

Operador 1 Operador 2 Operador 2 Operador 3 Gestor da Qualidade

Verificar se a carga
Matéria prima Enroscar o fundo da Colocar a carga da Colocar a tampa da Avaliar a qualidade Caneta vendida
da caneta esta
disponível caneta caneta caneta da caneta ao mercado
funcionando

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
32
O processo de montagem das canetas
Atribuições do Cronometrista 4

Operador 1 Operador 2 Operador 2 Operador 3 Gestor da Qualidade

Verificar se a carga
Matéria prima Enroscar o fundo da Colocar a carga da Colocar a tampa da Avaliar a qualidade Caneta vendida
da caneta esta
disponível caneta caneta caneta da caneta ao mercado
funcionando

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
33
O processo de montagem das canetas
Atribuições do Cronometrista 5

Operador 1 Operador 2 Operador 2 Operador 3 Gestor da Qualidade

Verificar se a carga
Matéria prima Enroscar o fundo da Colocar a carga da Colocar a tampa da Avaliar a qualidade Caneta vendida
da caneta esta
disponível caneta caneta caneta da caneta ao mercado
funcionando

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
34
Premissas gerais
• A demanda no mercado de canetas é virtualmente infinita. Tudo que for produzido
com qualidade será imediatamente vendido. Quanto mais, melhor.

• O jogo rodará por 5 minutos, simulando o período de 1 mês (Cada 10 segundos


equivalem a um dia). No final do 3º minuto, faremos uma “pausa” para avaliar
nossa linha de montagem.

• Meta de produção → 35 canetas boas produzidas.

• Nossa visão é funcional: queremos melhorar o desempenho de cada operador,


maximizando a utilização dos recursos. O bate-papo é proibido!
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
35
A visão funcional da empresa
Empresa de Canetas
360

Assessoria de
Gestor da Qualidade
Qualidade

Aqui é
trabalho!
Departamento de
Enroscamento
Departamento de
Carga e Etiquetagem
Departamento de
Tampagem
Nada de
Bate-papo!

Operador 1 Operador 2 Operador 3

Meta: Realizar no Meta: Realizar no Meta: Realizar no


mínimo 35 mínimo 35 mínimo 35
operações (quanto operações (quanto operações (quanto
mais melhor) mais melhor) mais melhor) Nosso gerente

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
36
Premissas de custos do jogo
• Os custos totais mensais serão calculados levando em consideração:
o Custo de material (produtos bons) = $ 1 por produto vendido
o Custo de material (produtos defeituosos) = $ 1 por produto sem qualidade
o Custo de distribuição = $ 20% dos custos de produtos vendidos
o Custos de manter estoques (seguro, obsolescência, manuseio, etc) = $ qtde. média de
produtos em estoque x 30% ao mês
o Custos fixos ($ 16 de salários + $ 4 de outras despesas gerais) = $ 20

o Custo total = $ somatório dos custos anteriores

o Custo unitário do produto = $ Custo total / Produtos vendidos


Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
37
Preparados?
Mãos à obra!
Começar Parte 1!

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
38
Os resultados gerais do Jogo 1
ÍNDICE DE PRODUÇÃO JOGO 1

Tempo de Jogo (Minutos) 5


Meta de Produção (Produtos Bons) 35
Produção (Bons) 19
Produção defeituosa 4
Produção TOTAL 23

Estoque em Processo (Quantidade de Corpos na Fotografia) 14

Tempo de Atravessamento (segundos) AUMENTANDO


Tempo de Ciclo do Processo - Total (segundos) 13,04

Tempo de Ciclo do Processo - Produtos Bons (segundos) 15,79

Eficácia 54%

Eficiência 83%

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
39
Medidas de eficiência e eficácia

Processo de
Transformação

Insumos Operador 1 Operador 2 Operador 2 Operador 3 Gestor da Qualidade


Produtos
Verificar se a carga
Matéria prima Enroscar o fundo da Colocar a carga da Colocar a tampa da Avaliar a qualidade Caneta vendida
da caneta esta
disponível caneta caneta caneta da caneta ao mercado
funcionando

Controle da
[Produção boa/
Eficiência
(fazer certo a coisa, com excelência, Produção Total]
de acordo com os melhores padrões)

[Produção boa/ Controle da


Meta de produção] Eficácia
(fazer a coisa certa, alcançar os
objetivos, bater as metas)

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
40
Entendendo os resultados do Jogo 1
• Suponha que:
o A produção é empurrada → Os operadores começam a realizar suas atividades tão
cedo quanto possível, independente de uma demanda manifesta

o O operador 1 leva 4 segundos para concluir sua atividade

o O operador 2 leva 7 segundos para concluir sua atividade (é o gargalo)

o O operador 3 leva 3 segundos para concluir sua atividade

o Os tempos de transporte serão considerados desprezíveis

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
41
Entendendo os resultados do Jogo 1

Recursos

Op 1 1 PROD
2 3 1 4 5 PROD
6 7 28 9 PROD
10 11 312 13 PROD
14 15 416 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

Op 2 1 2 3 4 5 6 PROD
7 8 91 10 11 12 13PROD
14 15 162 17 18 19 20PROD
21 22 233 24 25 26 27 28

PROD PROD PROD


Op 3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
1 2 3

Tempo

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
42
Perguntas
• Uma vez que o sistema entra em regime, o que acontece com o tempo de ciclo do
processo no Jogo 1? Qual é o valor do tempo de ciclo do processo, em segundos?

• Por que isso ocorre?

• Uma vez que o sistema entra em regime, o que acontece com o tempo de
atravessamento do produto?

• Por que isso ocorre?

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
43
Entendendo os resultados do Jogo 1 – tempo de ciclo do processo

Recursos

Op 1 1PROD
2 3 14 5PROD
6 7 28 9PROD
10 11 312 13PROD
14 15 416 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

Op 2 1 2 3 4 5 6 PROD
7 8 91 10 11 12 13PROD
14 15 162 17 18 19 20PROD
21 22 233 24 25 26 27 28

7 seg 7 seg
PROD PROD PROD
Op 3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
1
14 15 16 17 18 19 20
2
21 22 23 24 25 26 27
3
28

Tempo
C. Processo – 7 C. Processo – 7
seg seg

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
44
Perguntas
• Uma vez que o sistema entra em regime, o que acontece com o tempo de ciclo do
processo no Jogo 1? Qual é o valor do tempo de ciclo do processo, em segundos?
o Resposta: O ciclo do processo se mantém constante, no valor de 7 segundos.

• Por que isso ocorre?


o Resposta: isto ocorre porque quem dita o ritmo da produção é o posto gargalo

• Uma vez que o sistema entra em regime, o que acontece com o tempo de
atravessamento do produto?

• Por que isso ocorre?

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
45
Entendendo os resultados do Jogo 1 – tempo de
atravessamento do produto
Recursos

Op 1 1 PROD
2 3 1 4 5 PROD
6 7 28 9 PROD
10 11 312 13 PROD
14 15 416 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

Op 2 1 2 3 4 5 6 PROD
7 8 91 10 11 12 13PROD
14 15 162 17 18 19 20PROD
21 22 233 24 25 26 27 28

PROD PROD PROD


Op 3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
1
14 15 16 17 18 19 20
2
21 22 23 24 25 26 273 28

Atravessame Atravessame Atravessame Tempo


nto– 14 seg nto – 17 seg nto– 20 seg

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
46
Perguntas
• Uma vez que o sistema entra em regime, o que acontece com o tempo de ciclo do
processo no Jogo 1? Qual é o valor do tempo de ciclo do processo, em segundos?
o Resposta: O ciclo do processo se mantém constante, no valor de 7 segundos.

• Por que isso ocorre?


o Resposta: isto ocorre porque quem dita o ritmo da produção é o posto gargalo

• Uma vez que o sistema entra em regime, o que acontece com o tempo de
atravessamento do produto?
o Resposta: o tempo de atravessamento do produto aumenta a cada produto produzido

• Por que isso ocorre?


o Resposta: Porque a produção é empurrada (característica de sistemas de produção para
estoque), há um gargalo no processo produtivo (linha com cargas desbalanceadas), e há
formação de estoques crescentes antes do Op 2

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
47
Entendendo os resultados da simulação
Recursos Era realmente necessário
começar a produzir esses
produtos neste momento?

Op 1 1 PROD
2 3 1 4 5 PROD
6 7 28 9 PROD
10 11 312 13 PROD
14 15 416 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

Op 2 1 2 3 4 5 6 PROD
7 8 91 10 11 12 13PROD
14 15 162 17 18 19 20PROD
21 22 233 24 25 26 27 28

PROD PROD PROD


Op 3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
1
14 15 16 17 18 19 20
2
21 22 23 24 25 26 273 28

Esta situação, muito comum mais comum do que se imagina, traz grandes Tempo
inconvenientes: altos estoques (com todos os problemas associados),
incapacidade de informar a situação dos pedidos e prazos aos clientes
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 48
UFRJ
Os resultados de custos do Jogo 1
JOGO 1
Item de Custo
$ % do total

Custo de Material (Produtos bons) $ 19,00 37%

Custo da distribuição (20% dos produtos


$ 3,80 7%
vendidos)

Custo da materiais (Produtos defeituosos) $ 4,00 8%

Custo de manter estoques ($ estoque


$ 4,20 8%
médio em processo x 30%)

Custo Fixo (salários + despesas gerais) $ 20,00 39%

Custo Total $ 51,00 100%

Custo Total Unitário (Custo Total /


$ 2,68
Quantidade de Produtos Vendidos)

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
49
Exercício - 5 min

•Reflita sobre quais intervenções você faria no processo


produtivo para:
o Reduzir os tempos de atravessamento
o Reduzir o tempo de ciclo do processo
o Reduzir os níveis de estoque em processo

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
50
Sistemas de Administração da Produção Tradicionais

• Sistemas de produção
empurrada (ex. sistemas
“tradicionais”, tipo MRP)
SISTEMAS DE Filosofias
ADMINISTRAÇÃO alternativas de
DA PRODUÇÃO ação
• Sistemas de produção
puxada (ex. Just in Time/
STP)

• Sistemas sincronizados pela


Restrição (ex. Teoria das
Restrições)
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 51
UFRJ
Jogo ilustrativo de conceitos importantes para as operações
Parte 2 – Puxando a produção

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
52
Premissas da parte 2
• Mesmas atividades da primeira parte, com as seguintes diferenças:

o (1) O objetivo de cada um dos operadores, a partir de agora, não será mais
maximizar a produção local → Utilização de quadrados kanbans entre os
postos de trabalho, para que a produção passe a ser puxada

OPERADOR 1 OPERADOR 2 OPERADOR 3 GEST. QUAL

OBJETIVO DO OPERADOR 1: OBJETIVO DO OPERADOR 2: OBJETIVO DO OPERADOR 3: Só


Só dar início à produção Só dar início à produção dar início à produção
quando o quadrado do quando o quadrado do quando o quadrado do
operador 2 estiver vazio operador 3 estiver vazio Gestor da Qualidade
estiver vazio
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
53
Premissas da parte 2
• Mesmas atividades da primeira parte, com as seguintes diferenças:

o (2) O operador 3 ajudará no controle de qualidade, selecionando apenas


materiais que não estejam com defeito

o O controle da qualidade, agora, é de responsabilidade de todos;

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
54
Preparados?
Mãos à obra!
Começar Parte 2!

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
55
Os resultados gerais do Jogo 2
ÍNDICE DE PRODUÇÃO JOGO 1 JOGO 2

Tempo de Jogo (Minutos) 5 5


Meta de Produção (Produtos Bons) 35 35
Produção (Bons) 19 27
Produção defeituosa 4 0
Produção TOTAL 23 27

Estoque em Processo (Quantidade de Corpos na Fotografia) 14 3

Tempo de Atravessamento (segundos) AUMENTANDO ESTÁVEL


Tempo de Ciclo do Processo - Total (segundos) 13,04 11,11

Tempo de Ciclo do Processo - Produtos Bons (segundos) 15,79 11,11

Eficácia 54% 77%

Eficiência 83% 100%

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
56
Os resultados gerais do Jogo 2

JOGO 1 JOGO 2
Item de Custo
$ % do total $ % do total

Custo de Material (Produtos bons) $ 19,00 37% $ 27,00 51%

Custo da distribuição (20% dos produtos


$ 3,80 7% $ 5,40 10%
vendidos)

Custo da materiais (Produtos defeituosos) $ 4,00 8% $ - 0%

Custo de manter estoques ($ estoque


$ 4,20 8% $ 0,90 2%
médio em processo x 30%)

Custo Fixo (salários + despesas gerais) $ 20,00 39% $ 20,00 38%

Custo Total $ 51,00 100% $ 53,30 100%

Custo Total Unitário (Custo Total /


$ 2,68 $ 1,97
Quantidade de Produtos Vendidos)

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
57
Entendendo conceitualmente os resultados do Jogo 2
Sistemas Just in Time

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 58
UFRJ
Sistemas de produção Just in Time
• O Just in Time surgiu no Japão, sendo sua origem creditada à Toyota, e ganhou os
“holofotes” do mundo a partir da década de 1970

• Contexto internacional → crises do petróleo e diminuição da demanda global de


automóveis

• A empresa japonesa conseguia coordenar a demanda por diferentes modelos de


veículos, com um mínimo de atraso e custos significativamente mais baixos que
seus tradicionais competidores norte-americanos

• As explicações do tipo “a mão de obra japonesa é mais barata” não foram capazes
de convencer sobre as verdadeiras razões do sucesso
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 59
UFRJ
Sistemas de produção Just in Time
• Atualmente, a “manufatura enxuta” (lean manufacturing) – que teve origem no Sistema
Toyota de Produção – é uma verdadeira filosofia de administração da produção!

• Ela engloba aspectos de:


o Planejamento e Controle da Produção e administração de materiais
o Gestão da qualidade
o Arranjo físico
o Projeto do produto
o Organização do trabalho

• Não à toa, a “manufatura enxuta” rapidamente se disseminou para outros países e


setores produtivos

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 60
UFRJ
Sistemas de produção Just in Time

• O objetivo central da filosofia enxuta é a melhoria contínua do processo produtivo,


apoiada em uma lógica de redução de desperdícios e erros

• Para atingir este objetivo, são contestados alguns pressupostos dos tradicionais
“sistemas americanos de produção” (produção em massa para mercados em
massa, orientação predominante nos EUA à época e usualmente apoiada pela
lógica MRP)

• Um primeiro pressuposto questionado diz respeito ao papel dos estoques nos


sistemas produtivos

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 61
UFRJ
Sistemas de produção Just in Time
• Tradicionalmente, considerava-se os estoques como benéficos para evitar a
descontinuidade do processo produtivo
• O Sistema Toyota de Produção vai no sentido oposto: altos níveis de estoques
camuflam uma série de problemas no processo produtivo.

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 62
UFRJ
Sistemas de produção Just in Time
• Quanto maior a rotatividade de estoques:

o Menor o capital de giro empregado para manter estoques

o Maior a capacidade de adaptação às flutuações de demanda

o Menor a quantidade de material defeituoso quando se constata uma falha no processo

o Menor a quantidade de material obsoleto quando ocorre uma mudança no produto

o Menor necessidade de espaço físico

o Sistemas de controle mais simples

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 63
UFRJ
A produção puxada - O Kanban na Prática
• Kanban é um termo japonês que significa cartão

• Os cartões são mecanismos visuais usados para “sincronizar” a produção em diferentes etapas do
processo produtivo → Fazer com que todas as etapas trabalhem em um mesmo ritmo, sem
geração de excesso de estoque entre etapas

• Uma determinada etapa só irá produzir se houver uma demanda manifesta colocada pela próxima
etapa. Dessa forma, diz-se que a produção é “puxada” pela demanda.

CP CP CP
15 16 17

Fluxo do material

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 64
UFRJ
A produção puxada - O Kanban na Prática
• Há vários modelos de Kanban, o mais difundido é o originalmente usado na Toyota,
com dois cartões principais:

o Kanban de Produção (KP): dispara a produção de um lote de peças de determinado


tipo em determinado centro de produção

o Kanban de Transporte (KT): autoriza a movimentação do material pela fábrica, entre o


centro de produção que gera determinado componente até o centro de produção que
o consome

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 65
UFRJ
O Kanban na prática
• O Kanban de Produção circula entre o mini estoque de saída e o painel de produção de um
Centro de Produção

• O Kanban de Transporte está sempre preso ao container que movimenta os itens, circulando
entre o mini estoque de entrada de um Centro de Produção e o mini estoque de saída do
Centro de Produção anterior

CP CP CP
15 16 17

Fluxo do material
Fluxo do Kanban de Transporte
Fluxo do Kanban de Produção

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 66
UFRJ
Projeto de um processo produtivo
A relação entre o tempo de ciclo do processo e a capacidade
de um fluxo produtivo

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 67
UFRJ
Projeto de um processo produtivo
• O tempo de ciclo do processo é medido como o intervalo de tempo médio entre os
produtos completos produzidos

• É um fator vital no projeto de processos produtivos, normalmente é uma das primeiras


medidas a serem calculadas

• O ciclo do processo determinará o passo ou a “batida de tambor” do fluxo produtivo

• O processo produtivo deve ser projetado de forma a atender o ciclo de processo


demandado

• Finalmente, é calculado considerando a demanda provável em um período de tempo


definido

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 68
UFRJ
Projeto de um processo produtivo
• Imagine um processo produtivo que “opera” 8 horas por dia, durante 22 dias no
mês.
• Imagine que essa empresa deve produzir 880 produtos em um mês

• Calcule o tempo de ciclo demandado deste processo produtivo, em minutos.

Tempo de ciclo demandado = tempo disponível / quantidade demandada


Tempo de ciclo = 8 x 60 min x 22 / 880 produtos
Tempo de ciclo = 10.560 / 880

Tempo de ciclo = 12 minutos / produto

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 69
UFRJ
Projeto de um processo produtivo
• Imagine que o processo produtivo tem as seguintes atividades, sequências, e
tempos:

8 min

5 min 6 min 4 min 6 min 10 min

A B C E G

4 min

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 70
UFRJ
Projeto de um processo produtivo
• Imagine que o recurso crítico para realizar as atividades é um recurso humano (um
funcionário/ operador).

• Nós poderíamos contratar um funcionário para realizar cada atividade, de forma


que tivéssemos 7 funcionários no nosso processo produtivo.

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 71
UFRJ
Projeto de um processo produtivo
• Embora essa solução pareça eficaz (ou seja, ela nos permite atingir o ciclo do
processo demandado de 12 minutos por peça), ela não parece ser econômica (há
muita ociosidade entre os funcionários!)
• A questão que deveríamos responder agora é: “como podemos agrupar atividades
de forma a ter o número mínimo de funcionários necessários para atender ao ciclo
do processo demandado?”

????

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 72
UFRJ
Projeto de um processo produtivo
• Precisamos descobrir qual é o número mínimo de funcionários/etapas que seriam
necessárias para atender ao ciclo do processo demandado!

• Isso pode ser calculado dividindo o conteúdo de trabalho total pelo ciclo do
processo demandado

• Conteúdo de trabalho total = 43 minutos (5 + 6 + 4 + 8 + 6 + 4 + 10)

• Ciclo do processo demandado = 12 minutos

• Número mínimo de etapas = 43/12 = 3,58 = 4

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 73
UFRJ
Projeto de um processo produtivo
• O próximo desafio é alocar as atividades para cada etapa.
8 min

5 min 6 min 4 min 6 min 10 min

A B C E G

4 min

• O ciclo do processo será restringido pela etapa com mais trabalho, logo...

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 74
UFRJ
Projeto de um processo produtivo
Arranjo 1
• ... Logo, nenhuma etapa poderá ter mais de 12 minutos de atividades
8 min

5 min 6 min 4 min 6 min 10 min

A B C E G

4 min

F Etapa 4 = 10
minutos

Etapa 1 = 11 Etapa 2 = 12 Etapa 3 = 10


minutos minutos minutos
(gargalo)

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 75
UFRJ
Projeto de um processo produtivo
Arranjo 2
• ... Logo, nenhuma etapa poderá ter mais de 12 minutos de atividades
8 min

2X D

5 min 6 min 4 min 6 min 10 min

A B C E G

4 min

F
Etapa 1 = 21
minutos Etapa 2 = 22
minutos

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 76
UFRJ
Projeto de um processo produtivo
Arranjo 3
• ... Logo, nenhuma etapa poderá ter mais de 12 minutos de atividades
8 min

4X
D

5 min 6 min 4 min 6 min 10 min

A B C E G

4 min

F
Etapa única =
43 minutos

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 77
UFRJ
Cada tipo de arranjo tem suas vantagens e
desvantagens!
• Vantagens do arranjo 1 :
o Maior especialização
o Maior destreza, capacidade de melhorar métodos e ferramentas de trabalho
o Menores tempos de set-up, troca de atividades

• Vantagens do arranjo 3:
o Maior polivalência dos operadores → menores riscos de interrompimento da produção
o Trabalho menos monótono/ repetitivo
o Maiores tempos de set-up

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 78
UFRJ
Supondo que o tempo de ciclo do processo
demandado é de 11 min, calcule o número mínimo
de etapas e agrupe as etapas 5 min
F 2 min

5 min J
5 min
B
G
2 min 1 min 1 min 3 min
4 min

A D E 4 min
M N
3 min 6 min K
C H

3 min 7 min
Conteúdo do trabalho = 51 min
Tempo de ciclo = 11 min
Conteúdo / tempo = 51/11 = 4,6 etapas I L

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 79
UFRJ
Supondo que o tempo de ciclo do processo
demandado é de 11 min, calcule o número mínimo
de etapas e agrupe as etapas 5 min
F 2 min

5 min J
5 min
B
G
2 min 1 min 1 min 3 min
4 min

A D E 4 min
M N
3 min 6 min K
C H

3 min 7 min

I L

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 80
UFRJ
Exercício
• Em grupos, re-projetem o processo produtivo de forma a:

o Manter sua Eficiência em 100%

o Melhorar a Eficácia (Meta – 35 produtos)

o Reduzir o Custo Unitário do Produto

• Atenção: cada operador na linha de produção custa $ 4 (o controlador de qualidade


é obrigatório)

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
81
Exercício

• Critérios de Avaliação:

o 1° Critério – Eliminatório – Eficácia. Quem não atingir a eficácia de 100% está


fora da disputa pelo prêmio

o 2° Critério – Custo Unitário. Entre os que conseguirem atingir a eficácia de


100%, o grupo ganhador será aquele que tiver o menor custo unitário

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
82
Exercício

• Dicas para re-projeto do processo produtivo:


o Alterar o layout do processo

o Padronizar os métodos e ferramentas de trabalho

o Redividir as tarefas

o Aumentar a capacidade nos gargalos

o Adotar sistemas Kanban

o ...

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
83
RESULTADOS

ÍNDICE DE PRODUÇÃO JOGO 1 JOGO 2 GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4

Tempo de Jogo (Minutos) 5 5 5 5 5 5


Meta de Produção (Produtos Bons) 35 35 35 35 35 35
Produção (Bons) 19 27 32 35 35 59
Produção defeituosa 4 0 3 0 0 2
Produção TOTAL 23 27 35 35 35 61

Estoque em Processo (Quantidade de Corpos na Fotografia) 14 3 4 4 4 8

Tempo de Atravessamento (segundos) AUMENTANDO ESTÁVEL ESTÁVEL ESTÁVEL ESTÁVEL ESTÁVEL


Tempo de Ciclo do Processo - Total (segundos) 13,04 11,11 8,6 8,6 8,6 4,9

Tempo de Ciclo do Processo - Produtos Bons (segundos) 15,79 11,11 9,4 8,6 8,6 5,1

Eficácia 54% 77% 91% 100% 100% 169%

Eficiência 83% 100% 91% 100% 100% 97%

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 84
UFRJ
RESULTADOS

JOGO 1 JOGO 2 GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4


Item de Custo
$ % do total $ % do total $ % do total $ % do total $ % do total $ % do total

Custo de Material (Produtos bons) $ 19,00 37% $ 27,00 51% $ 32,00 51% $ 35,00 55% $ 35,00 55% $ 59,00 57%

Custo da distribuição (20% dos produtos


$ 3,80 7% $ 5,40 10% $ 6,40 10% $ 7,00 11% $ 7,00 11% $ 11,80 11%
vendidos)

Custo da materiais (Produtos defeituosos) $ 4,00 8% $ - 0% $ 3,00 5% $ - 0% $ - 0% $ 2,00 2%

Custo de manter estoques ($ estoque


$ 4,20 8% $ 0,90 2% $ 1,20 2% $ 1,20 2% $ 1,20 2% $ 2,40 2%
médio em processo x 30%)

Custo Fixo (salários + despesas gerais) $ 20,00 39% $ 20,00 38% $ 20,00 32% $ 20,00 32% $ 20,00 32% $ 28,00 27%

Custo Total $ 51,00 100% $ 53,30 100% $ 62,60 100% $ 63,20 100% $ 63,20 100% $ 103,20 100%

Custo Total Unitário (Custo Total /


$ 2,68 $ 1,97 $ 1,96 $ 1,81 $ 1,81 $ 1,75
Quantidade de Produtos Vendidos)

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 85
UFRJ
Sistemas de Administração da Produção Tradicionais

• Sistemas de produção
empurrada (ex. sistemas
“tradicionais”, tipo MRP)
SISTEMAS DE Filosofias
ADMINISTRAÇÃO alternativas de
DA PRODUÇÃO ação
• Sistemas de produção
puxada (ex. Just in Time/
STP)

• Sistemas sincronizados pela


Restrição (ex. Teoria das
Restrições)
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 86
UFRJ
A Teoria das Restrições (TOC)
• Teoria das restrições – Theory of Constrains (TOC)

• Concebida pelo físico israelense Eliyahu Goldratt e


apresentada no livro “A Meta”

• Objetivo básico de uma empresa com fins lucrativos é


“ganhar dinheiro hoje e no futuro”

• No nível da produção, isso significa aumentar o fluxo e,


simultaneamente, reduzir estoques e despesas
operacionais

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
87
Teoria das Restrições – conceitos básicos
• Fluxo (througput): é a taxa segundo a qual a empresa gera dinheiro
com a venda de seus produtos; [Na simulação que apresentamos, o
fluxo está diretamente relacionado ao ciclo do processo – supondo
que a demanda é maior que a capacidade do processo] aumentar

• Estoques (inventory): Quantificado pelo dinheiro que a empresa


empregou em matérias-primas nos produtos que pretende vender.
[Produtos ainda não vendidos são classificados como estoques]
reduzir

• Despesas operacionais (operating expenses): todo o dinheiro que o


sistema gasta para transformar estoque em fluxo.

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
88
Teoria das Restrições – conceitos básicos
• Objetivo básico de uma empresa com fins lucrativos é “ganhar dinheiro
hoje e no futuro”

• A TOC denomina RESTRIÇÃO qualquer fator que limite a empresa de atingir


seu objetivo básico:
o Matéria-prima escassa,
o Mão-de-obra escassa,
o Gargalos fora do processo produtivo (por ex: capacidade limitada de
distribuição)
o Demanda escassa
o Entre outros

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
89
Teoria das Restrições – conceitos básicos
• Nesta aula, explicaremos alguns dos princípios da TOC para a gestão da produção,
partindo das seguintes premissas:
o A demanda é um “doce problema”, virtualmente infinita, maior que a
capacidade do nosso processo produtivo
o A RESTRIÇÃO dos processos apresentados é dada por um GARGALO no
processo produtivo (etapa com < capacidade no processo)

• A lógica de programação da produção da TOC dá atenção ao GARGALO/RESTRIÇÃO


do processo produtivo, e é chamada de DRUM- BUFFER – ROPE (TAMBOR –
PULMÃO – CORDA)

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 90
UFRJ
Princípios da TOC
• Princípio 1

SINCRONIZE O FLUXO, EM VEZ DE BALANCEAR A CAPACIDADE

• Maior ênfase deve ser dada na sincronização do processo como um todo do que no
balanceamento das capacidades individuais de cada etapa do processo

• Mostrar simulações

PRINCÍPIO
CONVERGENTE À
JIT

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
91
Princípios da TOC
• Princípio 2

UTILIZAÇÃO E ATIVAÇÃO DE UM RECURSO


NÃO SÃO SINÔNIMOS

• A utilização do recurso está relacionada à utilidade do que é gerado, ou seja, à


contribuição daquele recurso para o objetivo da organização (“ganhar dinheiro”)

• A ativação do recurso está relacionado ao uso integral de sua capacidade

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
92
Princípios da TOC
• Princípio 2
UTILIZAÇÃO E ATIVAÇÃO DE UM RECURSO
NÃO SÃO SINÔNIMOS
Capacidade = 10 u/h Capacidade = 5 u/h

ATV 1. ATV 2. Taxa de 5 UNIDADES/


produção
10 UNIDADES/HORA 5 UNIDADES/HORA HORA

Restrição
Ativação: 100% Ativação: 100%

Utilização: 50% Utilização: 100%

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
93
Princípios da TOC
• Princípio 2

UTILIZAÇÃO E ATIVAÇÃO DE UM RECURSO


NÃO SÃO SINÔNIMOS
Capacidade = 10 u/h Capacidade = 5 u/h

ATV 1. ATV 2. Taxa de 5 UNIDADES/


produção
5 UNIDADES/HORA 5 UNIDADES/HORA HORA

Restrição
Ativação: 50% Ativação: 100%
PRINCÍPIO
Utilização: 100% Utilização: 100% CONVERGENTE À
JIT

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
94
Princípios da TOC
•Princípio 5
UMA HORA PERDIDA NUMA RESTRIÇÃO É UMA
HORA PERDIDA NO PROCESSO COMO UM TODO

• A taxa de saída (throughput) do processo determina a capacidade da empresa de


ganhar dinheiro (se a restrição não estiver no mercado)

• Por sua vez, a taxa de saída do processo é determinada pelo recurso “gargalo”

• Logo, todo esforço deve ser planejamento e controle da produção deve ser feito
para garantir a utilização plena do recurso “gargalo”

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
95
Princípios da TOC
• Princípio 5

UMA HORA PERDIDA NUMA RESTRIÇÃO É UMA


HORA PERDIDA NO PROCESSO COMO UM TODO
Restrição: capacidade 5 u/h

ATV 2.
5 UNIDADES/HORA

Tempo de Tempo de processamento


preparação

Se conseguirmos reduzir em uma


hora os tempos de setup da etapa,
conseguimos ganhar uma hora de
processamento em todo o processo
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
96
Princípios da TOC
• Princípio 6

UMA HORA GANHA NUMA NÃO-RESTRIÇÃO


NÃO É NADA, SÓ UMA MIRAGEM
Não-Restrição: capacidade 10 u/h

ATV 1.
5 UNIDADES/HORA

Tempo de Tempo de Tempo


preparação processamento ocioso

Em um recurso não-restrição
100% utilizado, sempre haverá
tempo ocioso...
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
97
Princípios da TOC
• Princípio 6

UMA HORA GANHA NUMA NÃO-RESTRIÇÃO


NÃO É NADA, SÓ UMA MIRAGEM
Não-Restrição: capacidade 10 u/h

ATV 1.
5 UNIDADES/HORA

Tempo de Tempo de Tempo


preparação processamento ocioso

... portanto, reduzir uma hora


de preparação só aumentará a
ociosidade do recurso
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
98
Considerações sobre a programação da produção na TOC
• Imagine um processo produtivo com as seguintes características:

10 U/H 8 U/H 5 U/H 15 U/H 7 U/H 9 U/H


Taxa de
produção ????

Capacidade: 10 Capacidade: 8 Capacidade: 5 Capacidade: 15 Capacidade: 7 Capacidade: 9


Ativação: 100% Ativação: 100% Ativação: 100% Ativação: 100% Ativação: 100% Ativação: 100%
Utilização: ??? Utilização: ??? Utilização: ??? Utilização: ??? Utilização: ??? Utilização: ???

➢ Qual é a taxa de produção (fluxo) deste processo?

➢ Qual é a utilização de cada atividade? É realmente possível ativar


100% cada atividade, como sugere a figura acima?

➢ Onde se formarão estoques crescentes?


Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
99
Considerações sobre a programação da produção na TOC

EMP EMP EMP Taxa de


10 U/H 8 U/H 5 U/H produção
5 U/H 5 U/H 5 U/H

Capacidade: 10 Capacidade: 8 Capacidade: 5 Capacidade: 15 Capacidade: 7 Capacidade: 9


5u/h
Ativação: 100% Ativação: 100% Ativação: 100% Ativação: 33,3 % Ativação: 71,4 % Ativação: 55,6 %
Utilização: 50% Utilização: 62,5% Utilização: 100% Utilização: 100 % Utilização: 100 % Utilização: 100 %

Qual é a restrição (atividade gargalo) deste processo produtivo?

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
100
Considerações sobre a programação da produção na TOC

FLUXO EMPURRADO A PARTIR DA


RESTRIÇÃO

EMP EMP EMP Taxa de


10 U/H 8 U/H 5 U/H produção
5 U/H 5 U/H 5 U/H

Capacidade: 10 Capacidade: 8 Capacidade: 5 Capacidade: 15 Capacidade: 7 Capacidade: 9


5u/h
Ativação: 100% Ativação: 100% Ativação: 100% Ativação: 33,3 % Ativação: 71,4 % Ativação: 55,6 %
Utilização: 50% Utilização: 62,5% Utilização: 100% Utilização: 100 % Utilização: 100 % Utilização: 100 %

O primeiro passo da programação via TOC é identificar a restrição do


processo . O processo produtivo pode ser empurrado a partir da
restrição
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
101
Considerações sobre a programação da produção na TOC

FLUXO EMPURRADO A PARTIR DA


RESTRIÇÃO

EMP EMP EMP Taxa de


10 U/H 8 U/H 5 U/H produção
5 U/H 5 U/H 5 U/H

Capacidade: 10 Capacidade: 8 Capacidade: 5 Capacidade: 15 Capacidade: 7 Capacidade: 9


5u/h
Ativação: 100% Ativação: 100% Ativação: 100% Ativação: 33,3 % Ativação: 71,4 % Ativação: 55,6 %
Utilização: 50% Utilização: 62,5% Utilização: 100% Utilização: 100 % Utilização: 100 % Utilização: 100 %

O segundo passo da programação via TOC é explorar a restrição →


reduzir tempos de setup, produzir produtos sem defeito, produzir sem
interrupções etc.→ garantir sua ativação em 100% do tempo
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
102
Considerações sobre a programação da produção na TOC

FLUXO PUXADO ATÉ A FLUXO EMPURRADO A PARTIR DA RESTRIÇÃO


RESTRIÇÃO

PUX PUX EMP EMP EMP Taxa de


5 U/H produção
5 U/H 5 U/H 5 U/H 5 U/H 5 U/H

Capacidade: 10 Capacidade: 8 Capacidade: 15 Capacidade: 7 Capacidade: 9


5u/h
Capacidade: 5
Ativação: 50% Ativação: 62,5% Ativação: 100% Ativação: 33,3 % Ativação: 71,4 % Ativação: 55,6 %
Utilização: 100% Utilização: 100% Utilização: 100% Utilização: 100 % Utilização: 100 % Utilização: 100 %

O terceiro passo da programação via TOC é subordinar todas as atividades não-


restrição à restrição → todos as atividades trabalhando com utilização 100%, para
evitar estoques crescentes!

A restrição é quem ditará o ritmo do processo como um todo (é o TAMBOR do


processo) → O fluxo antes da restrição deve ser puxado (sincronizado) até ela
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
103
Considerações sobre a programação da produção na TOC

FLUXO PUXADO ATÉ A FLUXO EMPURRADO A PARTIR DA RESTRIÇÃO


RESTRIÇÃO

PUX PUX EMP EMP EMP Taxa de


5 U/H produção
5 U/H 5 U/H 5 U/H 5 U/H 5 U/H

Capacidade: 10 Capacidade: 8 Capacidade: 15 Capacidade: 7 Capacidade: 9


5u/h
Capacidade: 5
Ativação: 50% Ativação: 62,5% Ativação: 100% Ativação: 33,3 % Ativação: 71,4 % Ativação: 55,6 %
Utilização: 100% Utilização: 100% Utilização: 100% Utilização: 100 % Utilização: 100 % Utilização: 100 %

(Para efeito de comparação, lembre-se que no JIT todo o processo é


puxado a partir do estoque de produtos acabados (Puxado a partir da
demanda), por meio dos Kanbans)

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
104
[O Efeito das Incertezas sobre a Programação da
Produção]
• A programação da produção na TOC considera os efeitos de incertezas que afetam
o processo produtivo

• Nos exemplos anteriores, pressupomos que a taxa de produção de cada etapa é


fixa no tempo (por exemplo, 5 unidades/ hora)...

• ... Mas, em uma situação real, eventos incertos afetam essas taxas de produção

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
105
[O Efeito das Incertezas sobre a Programação da
Produção]
• Exemplos de eventos indesejáveis:
o Faltas do operador
o Falta de experiência do operador
o Quebra de equipamentos
o Falhas de fornecimento
o Equipamentos em mau estado de conservação
o Entre muitos outros...

• Ou seja: os tempos de processamento e movimentação de materiais não costumam ser fixos, mas
variar de acordo com uma distribuição estatística

5
U/H

5
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
106
[O Efeito das Incertezas sobre a Programação da
Produção]
• Se cada etapa do processo fosse isolada das demais, as flutuações estatísticas
tenderiam a somar zero...

• ... Um atraso na etapa seria compensado por um posterior adiantamento na


mesma etapa

• Mas como nosso processo é um encadeamento de atividades, os efeitos das


incertezas se propagam na cadeia...

• ... Um atraso em uma etapa tem impacto sobre as etapas posteriores, mas um
adiantamento não necessariamente
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
107
A lógica de programação da produção na TOC
Tambor – Corda - Pulmão

Taxa de
PUX PUX 5 U/H EMP EMP EMP produção

5u/h

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
108
A lógica de programação da produção na TOC
Tambor – Corda - Pulmão
O que aconteceria se, em um determinado
dia, faltasse um operador em uma dessas
atividades após a restrição?

Taxa de
PUX PUX 5 U/H EMP EMP EMP produção

5u/h

Resposta: não seria um grande


problema, porque como essas
atividades têm capacidade maior que a
restrição, o tempo perdido poderia ser
recuperado posteriormente.

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
109
A lógica de programação da produção na TOC
Tambor – Corda - Pulmão
O que aconteceria se, em um determinado dia,
faltasse um operador da atividade restrição?

Taxa de
PUX PUX 5 U/H EMP EMP EMP produção

5u/h

Toda atenção deve ser dada


Resposta: Grande problema! Cada para explorar a restrição,
minuto perdido na restrição é um garantir confiabilidade desta
minuto perdido no fluxo, é diminuição etapa, garantir ativação
do throughput! 100%!

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
110
A lógica de programação da produção na TOC
Tambor – Corda - Pulmão
O que aconteceria se, em um determinado
dia, faltasse um operador em uma dessas
atividades que alimentam a restrição?

Taxa de
PUX PUX 5 U/H EMP EMP EMP produção

5u/h

Devemos proteger a restrição


Resposta: Pode ser um grande
de eventos indesejáveis que
problema... Se a restrição ficar
podem interromper seu
desabastecida e parar sua
funcionamento.... Através de
operação!!!
“pulmões” protetores!!

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
111
A lógica de programação da produção na TOC
Tambor – Corda - Pulmão

Este elemento tem a função de proteger o gargalo.


A TOC chama este “estoque” de time-buffer (pulmão de tempo).

Taxa de
Acti
Acti produção
PUX
PUX PUX
PUX 55 U/H
U/H EMP
EMP EMP
EMP EMP
EMP
vity
vity
5u/h

Aqui há uma importante crítica aos sistemas JIT e lógica Kanban


Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
112
A lógica de programação da produção na TOC
Tambor – Corda - Pulmão
O tamanho do pulmão de tempo é calculado em função das
probabilidades de interrupção de etapas anteriores ao gargalo (manter
um histórico de TMEF e TMPR é útil) e do nível de confiabilidade que se
deseja

Taxa de
Acti
Acti produção
PUX
PUX PUX
PUX 55 U/H
U/H EMP
EMP EMP
EMP EMP
EMP
vity
vity
5u/h

Exemplo: Se uma máquina fornecedora da restrição quebra frequentemente com


tempo de conserto de dois dias, convém planejar a chegada dos materiais da máquina
fornecedora à restrição dois dias antes de seu processamento na restrição
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
113
A lógica de programação da produção na TOC
Tambor – Corda - Pulmão

“A primeira etapa do processo só é programada (as matérias primas


só são admitidas no sistema para começarem a ser processadas) de
acordo com as necessidades futuras de chegada de material nos
pulmões protetores”

Taxa de
Acti
Acti produção
PUX
PUX PUX
PUX 55 U/H
U/H EMP
EMP EMP
EMP EMP
EMP
vity
vity
5u/h
Estas atividades são “puxadas” a
partir da demanda de
alimentação do estoque protetor,
no tempo correto
Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
114
Considerações sobre a programação da produção na TOC

O início do processo é “amarrado” à


necessidade de materiais no estoque
protetor da restrição, em uma data
prevista que proteja o funcionamento da
restrição
Início

Taxa de
Acti
Acti produção
PUX
PUX PUX
PUX 55 U/H
U/H EMP
EMP EMP
EMP EMP
EMP
vity
vity
5u/h

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
115
Considerações sobre a programação da produção na TOC

“CORDA” LÓGICA DE PROGRAMAÇÃO


DBR (DRUM-BUFFER-ROPE)
ROPE

Taxa de
Início

Acti
Acti produção
PUX
PUX PUX
PUX 55 U/H
U/H EMP
EMP EMP
EMP EMP
EMP
vity
vity
“PULMÃO” 5u/h
BUFFER

“TAMBOR”
DRUM

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial
UFRJ
116
O processo da TOC para lidar com as restrições

1. Identificar
Sim a
Restrição

5. Eliminou 2. Explorar
A Não a
Restrição? Restrição

4. Elevar 3. Subordinar
a Tudo a
Restrição Restrição

Navarro, Leonardo Luiz Lima, 2020

Organização das Indústrias


Departamento de Engenharia Industrial 117
UFRJ

Você também pode gostar