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Psicopatologia ?

Psicopatologia
 Berrios, German E.. (2016), Introdução ao pensamento de Gustav
Störring1. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 19(2),
303-310. https://dx.doi.org/10.1590/1415-4714.2016v19n2p303.8

 O termo composto Psycho-pathologie teve seu primeiro aparecido em


1845 em um livro de E. F. Von Feuchtersleben 19450. E a palavra
Psicopatologia (sem o hífen) foi formada quando a palavra em alemão
foi transliterada para a versão inglesa do seu livro, The Principles of
Medical Psychology 1847.

1. Gustav Wilhelm Störring, estudou Teologia, doutorou-se em Filosofia em 1890 e doutorou-se em medicina
em 1894. Störring, Gustav. (1900/2016). Palestras sobre a psicopatologia e a sua importância para a psicologia
normal. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 19(2), 311-321.
https://dx.doi.org/10.1590/14154714.2016v19n2p311.9
Algumas citações das Palestras sobre a psicopatologia e a sua
importância para a psicologia normal (Störring (1900/2016)

“Definiremos agora o termo de psicopatologia. Entende-se por ele


a ciência dos processos mórbidos da consciência.”

“A psicopatologia trata então, na sua parte geral, dos sintomas das


doenças mentais.”

“Ela é, portanto, geralmente dividida em teoria das anomalias da


cognição, das anomalias do afeto e das anomalias da volição.”
25
25
Martins, Francisco (1999). O que é phatos?. Revista
Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 2(4), 62-80.
https://dx.doi.org/10.1590/1415-47141999004005

“As concepções teóricas são fruto de um longo e tortuoso percurso


na história. Elas não se fazem per se. Os conceitos, mesmo os
utilizados na atualidade, quase sempre são recriações de um
pensamento originário. Essa verdade nem sempre é fácil de ser
mostrada, em especial quando uma concepção prevalente encobre
e procura tornar sem importância outras acepções. Contudo, logo
que o conceito fundamental de um determinado setor ou de uma
prática é desvirtuado a ponto de se perderem noções essenciais,
torna-se premente repensar a questão. No nosso caso, que somos
clínicos profissionais: O que é pathos?
O que é pathos?
No subtítulo Sentido principal do conceito de pathos na atualidade,
Martins (1999) afima que:
“Nos tempos modernos, o termo pathos foi transformado em um radical
que, quando presente, envia quase diretamente a uma concepção de
doença na sua forma médica atual. Essa dimensão tornou-se
praticamente o único sentido que tem sido valorizado por todos os
compêndios, dicionários, mesmo livros especializados e, de uma forma
larvar, induz à compreensão vulgar do homem comum de todos os
dias”.

“Com certeza, a concepção moderna privilegiada não deve nem pode


ser diminuída sob pena de se passar a desconhecer boa parte daquilo
que interessa ao pathos. Como veremos, o problema é o
desconhecimento ou mesmo a (de)negação das origens e dos sentidos
fundamentais que envolvem o pathos na atualidade”.
No subtítulo, O conceito originário de pathos está ligado com o filosofar,
Martins (1999) aponta que:

... “Heidegger1 foi o pensador que melhor clareou o que seria o pathos,
retomando-o como fazendo parte da dimensão filosófica do homem. Ao
fazê-lo, permitiu reabrir e refundar problemas eternos, pertencentes à
própria história e constituição do pensamento e das práticas atuais de
uma maneira crítica. Com efeito, já Platão (Teeteto, 155d) concebe a
fundação da própria filosofia como relacionada com o pathos: “É
verdadeiramente de um filósofo este pathos, o espanto; pois não há
outra origem imperante da filosofia que este”. O pathos aqui referido
pelo filósofo é o ato ou efeito de espantar-se (thaumázein), que formaria
a própria possibilidade de começar e de dar eficácia à possibilidade do
filosofar.
1. Martin Heidegger. “Que é isto – a filosofia?” (1955). In Conferências e escritos filosóficos/
Heidegger. Trad. de E. Stein. São Paulo: Nova Cultural, 1989.
.... “A filosofia surgiria desta arkhê2, significando arkhê não só aquilo
de onde surge a filosofia, mas que a carrega e, mais ainda, que
impera no interior da filosofia. Trata-se de algo permanente e não
somente que precede ou serve de movimento inicial. O espanto
estaria na origem da filosofia grega na leitura que fazemos. Este
espanto é pathos por excelência, fato observado por Heidegger
também na sua leitura de Aristóteles: “Pelo espanto os homens
chegam agora e chegaram à origem imperante do filosofar”
(Metafísica, I, 2, 982 b 12 ss.).

2. Arché significa a fonte, a origem e a raiz de todas as coisas da physis, de onde as coisas vêm e
para onde vão. Além disso, pode ser compreendida como o princípio de uma coisa, que, embora
intangível e indemonstrável, provê as condições de possibilidade da coisa..
No subtítulo Pathos é essencialmente dis-posição fundamental,
Martim (1999) nos ensina que:

“O conceito de pathos traz consigo possibilidades e problemas


mais amplos que o sentido de doença, não fazendo parte de um
só campo de estudos como a palavra “patologia” indica.
Investigando-se com mais cuidado percebe-se que se trata de
uma dimensão essencial humana. O pathos seria
compreendido como uma disposição (Stimmung) originária
do sujeito que está na base do que é próprio do humano.
Assim, o pathos atravessa toda e qualquer dimensão humana,
permeando todo o universo do ser.”...
“A idéia de sentimento, afecção, sofrimento, mal, nada ou
pouco se encontra ligada ao conceito originário de pathos.
Certamente a noção mais habitual em que é utilizado o termo
deriva desses sentidos, em especial aquele que toca a noção
de doença”, no entanto, ... “pathos estaria antes ligado a uma
dis-posição (Stimmung) que antecede o conhecer e o
querer... Com efeito, pathos se encontrará sempre na base,
dis-posição geral organizadora e propulsora do destino
humano,... e também nos destinos específicos, pessoais, que
os seres humanos enfrentam”.

O pathos é determinante de certa forma de ser e de sofrer


“Efetivamente, traduzir pathos como dis-posição nos permite
enveredar no clima essencial e fundamental que domina cada
passagem da existência.,, Estando o sujeito pré-disposto, ele já
terá algo organizado (dis-posição) com relação, por exemplo, aos
outros, o que fatalmente estará presente nem que seja sob a forma
de uma [transferência]3 contratransferência... Efetivamente, traduzir
pathos como dis-posição nos permite enveredar no clima essencial
e fundamental que domina cada passagem da existência”.

3. Termo progressivamente introduzido por Sigmund Freud* e Sandor Ferenczi* (entre 1900 e 1909),
para designar um processo constitutivo do tratamento psicanalítico mediante o qual os desejos
inconscientes do analisando concernentes a objetos externos passam a se repetir, no âmbito da
relação analítica, na pessoa do analista, colocado na posição desses diversos objetos.
Dicionário de psicanálise/Elisabeth Roudinesco, Michel Plon — Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
Destino e pathos

• “Assim, um estudo que envolva a dimensão páthica envolve o


entendimento do que é estruturante de toda e qualquer
destinação humana possível”..., sendo que neste caso, o “destino
é mais que a obra de um acaso ou de algo fornecido
gratuitamente pelos deuses. O destino pode ser também
construído e estruturado na história vivida do homem”..., no
entanto, se “a questão do destino tem um ar finalista, ela tem de
ser movida por algo, no caso [da psicanálise] o pulsional
(biopsíquico), que não deixaria de ser identificado com a dis-
posição fundamental do sujeito.
A disposição fundamental do sujeito.
• Em 1913, no 4º. Congresso Psicanalítico Internacional, realizado em
Munique. Freud aprestou o artigo intitulado: A Disposição à neurose
obsessiva – uma contribuição ao problema da escolha da neurose.

Nas conferências de introdução à psicanálise (1916-17), conferência XXII –


Algumas Ideias sobe o desenvolvimento e regressão – Etiolgoa,
considerando os fatores etiológicos das neuroses, Freud propôs sua
equação etiológica considera dois níveis de fatores (série complementares) :

• 1° nível: constituição (intensidade pulsional, 19371) + experiências infantis =


predisposição (fixação da libido + robustez do eu)
2° nível: predisposição + experiências da vida adulta = neurose

• 1. Análise terminável e interminável


O 1° nível refere-se à conjugação entre o que trazemos à vida (o
que foi herdado- onto/filogeneticamente- e o que a vida nos traz
(o que foi adquirido pela experiência infantil).

A primeiro série compõem a (pre)disposição da cada ser


humano e não é determinante de qualquer distúrbio que a
pessoa possa vir a ter.
Nau dos Loucos
2° nível – a predisposição somando-se às experiências
acidentais da vida adulta.
Os acidentes e acontecimentos que a vida oferece, são
fundamental na formação dos sintomas, nas suas relações
dialéticas com a disposição.
FATORS EXPERIÊNCIAS
COSTITUCIONAS INFANTIS

ACONTECIMENTOS
(PRE)DISPOSIÇÃO DA VIDA ADULTA

ESTRUTURA
PSÍQUICA
ADOECIMENTO
ESTRUTURA PSIQUICO
DE PERSONALIDADE
Estrutura Psíquica
(Estrutura Cognitivos – pensar, perceber
de Person alidade)
Afetivos – sentir
Uma
dos aspectos:
(Pre)Disposição Volitivos – querer
Estável
Habitual Comportamental - agir
Duradoura
Os primeiros textos de Freud a tratar explicitamente da questão da
(pré) disposição são:
1. Freud, S. (1908). Caráter e erotismo anal. ESB, V. IX. Rio de
Janeiro: Imago Editora;
2. Freud, S. (1913). A Disposição à neurose obsessiva – uma
contribuição ao problema da escolha da neurose. ESB, V. Xii. Rio
de Janeiro: Imago Editora
3. Freud, S. (1916), Alguns Tipos de Caráter Encontrados no
Trabalho Psicanalítico. ESB, Vol. XIV. Rido de Janeiro: IMAGO.
4. E mais tardiamente, Freud, S. (1931). Tipos Libidinais. ESB, Vol.
XXI. Rido de Janeiro: IMAGO .
LATENTE MANIFESTO
 A personalidade corresponde a um
estado psíquico (disposição) ... “Diante da extrema dificuldade
constituído pelos elementos em se definir precisamente os
metapsicológicos1 profundos e conceitos de caráter e
fundamentais fixados em um conjunto personalidade, muitos autores
estável e definitivo2. tentam simplificar a questão,
dizendo ser o caráter a
manifestação objetiva da
1. mecanismos de defesa prevalentes,
personalidade ...”3.
um modo seletivo de relação de objeto,
um grau definido de evolução libidinal e “... caráter constitui, pois, o
egóica, uma atitude fixada diante da testemunho visível da estrutura
realidade e um jogo recíproco bastante de base da personalidade...” 4
invariado dos processos primário e 3. Bernardes, W. S (30050. A concepção freudiana de
Caráter. Tese de Doutorado em Psicologia. Rio de
secundário. Janeiro: UFRJ.
4. Bergeret, J. (1974). O normal e o Patológico. Porto
2. Bergeret, J. (2006). Psicopatologia. Porto Alegre: ArtMed. Alegre: Artes Medicas
Caráter e erotismo anal (1908)
Em sua nota do editor, James Strachey referenciando Ernest Jones*
(1955, 331-2), afirma que:
1. Freud em carta a Fliess de 22 de dezembro de 1897 (Freud, 1950a, Carta 79),
associara dinheiro e avareza com fezes e que
2. os traços de caráter associados ao erotismo anal já haviam sido
mencionados por Freud em sua carta a Jung de 2 de outubro de 1906 e em
algumas observações dirigidas à Sociedade Psicanalítica de Viena a 6 de
março de 1907.
3. Foi após a análise do “Homent dos ratos” (1909d)**, concluída pouco antes,
que sem dúvida o estimulou a escrever este artigo e, que somente anos mais
tarde, Freud viria a examinar a conexão especial entre o erotismo anal e a
neurose obsessiva, em ‘A “Disposição à Neurose Obsessiva” (1913i).

* Jones, Ernest (1970). Vida e Obra de Sigmund Freud. Rio de Janeiro, Zahar Editôres.
** Sigmund, F. (1909). Notas sobre um caso de neurose obsessiva. ESB, vol. X. Rio Janeiro: IMAGO, 1996,
 Em “Caráter e erotismo anal” Freud estabelece uma
conexão orgânica entre certo tipo de caráter encontrado no
adulto e o comportamento e a função de determinado
órgão na infância.
 Certo tipo de indivíduo se distingue por uma combinação
regular das três características que se seguem:

 ordeiras,

 parcimoniosas e

 obstinadas.
 Essas características correspondem a traços de caráter interligados

‘Ordeiro’ = esmero individual, escrúpulo no cumprimento de pequenos


deveres e a fidedignidade (autenticidade, veracidade).

Parcimônia (economia) pode aparecer de forma exagerada como


avareza, e

a obstinação (persistência, teimosia) pode transformar- se em


rebeldia, à qual podem facilmente associar-se a cólera e os ímpetos
vingativos.

A parcimônia e a obstinação, constituem o elemento mais constante de


todo o complexo.
 Freud diz ser fácil inferir da história da primeira infância
desses indivíduos que:

 os mesmos dispenderam um tempo relativamente longo para


superar sua incontinência fecal infantil,
 na infância posterior sofreram falhas isoladas nessa função.
 Quando bebês, recusavam a esvaziar os intestinos ao ser
colocado no urinol,
 gostavam de reter as fezes, e
 Fizeram toda uma série de coisas indecorosas com suas fezes
(embora atribuam o fato mais facilmente em relação a irmãos e
irmãs do que a si mesmos).
 Enfim, quando crianças extraíam da defecação um ganho adicional
de prazer, o que denotava uma excepcional erogeneidade anal.
 Entretanto, quando adultos, já não apresentavam sinais
evidentes daquele erotismo,

 o que leva Freud a deduzir que no curso do desenvolvimento a


zona anal havia perdido a sua significação erógena.

 Como compreender um contraste tão grande entre aquela


criança, rebelde e suja, e seu adulto honrado, metódico e
decente?
Após uma fase de efervescência sexual, em que se dava
liberação à pulsão, seque-se um período de moralidade infantil e
de latência sexual, no qual são criadas poderosas formações
reativas1.

Assim, o erotismo anal, submetido a imposições restritivas


[barreiras socioculturais], torna-se interditado para os fins
sexuais diretos e expressando-se nos traços de caráter.

1. Atitude ou hábito psicológico de sentido oposto a um desejo recalcado e constituído em reação


contra ele. Por exemplo:
- O pudor opondo-se a tendências exibicionistas).
- O asco, a vergonha e a moralidade – que se opõem às atividades das pulsões.
Nessa situação, a relação entre o caráter perverso voltado a práticas
sexuais escatológicas1 (“sujo”) e o caráter neurótico (“limpo”) torna-se
evidente. Os dois tipos de caráter decorrem do erotismo anal, com a
diferença de que, no caráter neurótico, a sujeira é encoberta, através de
intensas formações reativas, pela mania de limpeza.
Ao término do texto, Freud apresenta uma fórmula para o modo como o
caráter se forma em sua configuração final a partir das pulsões
constituintes:
“os traços de caráter permanentes, são ou prolongamentos
inalterados das pulsões originais, ou sublimação1 desses pulsões,
ou formações reativas contra as mesmas”.

1. Diz-se que a pulsão é sublimada na medida em que é derivada para um novo objetivo não
sexual e em que visa objetos socialmente valorizados (atividade artística, investimento intelectual,
etc.).
Vol. XII – A Disposição à neurose obsessiva: uma contribuição ao
problema da escolha da neuros (1913)
Nota do Editor Inglês
 Artigo lido por Freud perante o Quarto Congresso Psicanalítico
Internacional, realizado em Munique em setembro de 1913.
 Dois tópicos de importância especial são examinados no texto:
 o problema da ‘escolha da neurose’.
 as organizações pré-genitais da libido*
* O conceito aparece aqui pela primeira vez e foi acrescentada em 1915 nos Três
ensaios, sendo exemplificado pelo estádio sádico-anal, juntamente com o estádio oral
(1915) e o estádio fálico (1923).
 O problema:
saber por que e como uma pessoa pode ficar doente de
uma neurose.

saber por que é que uma pessoa cai enferma de uma


neurose específica e não de outra (o problema da ‘escolha
da neurose’).

22
 Onde devemos procurar a fonte destas disposições?
Tornamo-nos cientes de que as funções psíquicas envolvidas
– sobretudo a função sexual, mas também várias
importantes funções do ego – têm de passar por um longo e
complicado desenvolvimento antes de chegar ao estado
característico do adulto normal. Podemos presumir que estes
desenvolvimentos não são sempre tão serenamente
realizados, que a função total atravesse esta modificação
regular progressiva. Onde quer que uma parte dela se apegue
a um estádio anterior resulta o que se chama ‘ponto de
fixação’, para o qual a função pode regredir se o indivíduo
ficar doente devido a alguma perturbação externa. 23
 Freud lança a hipótese de que as inibições do desenvolvimento
(fixações da libido) constituem a disposição presente no
adoecimento na neurose obsessiva (e em outras patologias).

... a histeria [se caracteriza por] uma relação intima com a


fase final do desenvolvimento libidinal.

 Da leitura de Caráter e erotismo Anal (1908 e de A Disposição


à neurose obsessiva – uma contribuição ao problema da
escolha da neurose (1913), conclui-se sobre a necessidade de
se entender o processo de desenvolvimento psicossexual como
condição para se compreender o processo de estruturação
psíquica.
24
Noção de Estrutura Psíquica1
“Se atiramos ao chão um cristal, ele se parte, mas não em
pedaços ao acaso. Ele se desfaz, segundo linhas de clivagem, em
fragmentos cujos limites, embora fossem invisíveis, estavam
predeterminados pela estrutura do cristal. Os doentes mentais são
estruturas divididas e partidas do mesmo tipo... Eles, esses
pacientes, afastaram-se da realidade externa, mas por essa
mesma razão conhecem mais da realidade interna, psíquica, e
podem revelar-nos muitas coisas que de outro modo nos seriam
inacessíveis. (Freud, 1933).” 2

1. Bergeret, J. (2006). Psicopatologia. Porto Alegre: ArtMed.

2. Vol. XXII – (1) Novas conferências introdutórias sobre psicanálise. Conferência XXXI, A
24
dissecção da personalidade psíquica. V ol. XX (1933 [1932]).
 Sobre a estruturação psíquica considera-se que:

Pouco a pouco, a partir do nascimento, sem dúvida antes, em


função da hereditariedade, mas sobretudo do modo de relação com
os pais, desde os primeiros momentos da vida, das frustrações, dos
traumas, dos conflitos encontrados, em função também das
defesas organizadas pelo Egp para resistir às pressões internas e
externas e das pulsões do Id e da realidade, pouco a pouco o
psiquismo individual se organiza, estabelecendo, como um cristal
mineral, linhas de clivagem originais que não podem mais variar
depois1.
 Chega-se assim a uma estrutura estável, cujos dois modelos
específicos são representados pela estrutura neurótica e pela
estrutura psicótica.
24
1. Bergeret, J. (2006). Psicopatologia teoria e clínica (p. 134). Porto Alegre: ArtMed.
Níveis de desenvolvimento da organização da personalidade 1

Historicamente, os analistas têm concebido uma visão geral do


funcionamento mental como um continuum, do mais perturbado ao
mais saudável.

 E a personalidade individual é compreendida como:


I. organizada em um nível específico do desenvolvimento (grau de
crescimento psicológico de uma pessoa –psicótica, borderline,
neurótica, "normal";
II. estruturada pelo estilo defensivo característico do indivíduo, o
que identifica o tipo de caráter dessa pessoa –paranóico,
depressivo, esquizoide, etc.

1. Mcwilliams, N. (2014). Diagnóstico psicanalítico: entendo a estrutura da personalidade no processo


clínico. Porto Alegre: ArtMed
Níveis de desenvolvimento da organização da
personalidade

Historicamente, os analistas têm concebido uma visão geral


do funcionamento mental como um continuum, do mais
perturbado ao mais saudável.

Funcionamento mental

+ perturbado ............................................. + saudável


(descompensado) (normal)
Continuum
No que se refere à organização da personalidade, o foco
centra-se no que se consideram as questões de
desenvolvimento/amadurecimento presentes na personalidade
de uma pessoa
impedimentos do desenvolvimento do funcionamento
psicológico
 Fixações1 (Freud)
Aprisionamento do desenvolvimento (analistas
posteriores)
Esses conceitos de estágio de desenvolvimento deram sentido
às diferenças entre pacientes de nível psicótico, bordertine e
neurótico.

1 – Fixação – O fato de a libido se ligar fortemente a pessoas ou imagos, de reproduzir determinado modo de
satisfação e permanecer organizada segundo a estrutura característica de uma das suas fases evolutivas. A fixação
pode ser manifesta e real ou constituir uma virtualidade prevalescente que abre ao sujeito o caminho de uma
regressão.
Dimensão Tiplógica
P N E P D O C H O
S A S A E B O I U
I R Q R P B M S T
C C U A R S P T R
Dimensão do Desenvolvimento O I I N E S U É O
P S Z Ó S E L R S
A I Ó I S S S I
T S I D I S I C
A T D E V I V O
A E O V O
O
Nível neurótico
Saudável Integração da identidade e constância do
objeto
Fase edipiana de Freud
Nível borderline
Separação-individuação
Fase anal de Freud
Nível psicótico
Simbiose
Fase oral de Freud
Figura 4.1 Dimensões tipológicas e de desenvolvimento da personalidade.
Desenvolvimento da libido e nosologia
Idade Estágios de organização Nosologia
da libido 1. Negação da realidade e
1 Oral primária Esquizofrenia regressão do Eu
Oral tardio Melancolia 2. Investimento narcísico maior
2 (canibalístico) Mania que investimento objetal
Sádico Paranóia 3. Princípio do prazer
anal primário

Linha divisória entre os estágios


pré-genitais e genitais
3
Sádico anal secundário Neurose Obsessiva
4 1. Recalque e regressão
Fálica Histeria pulsional
5 2. Investimento objetal maior

6 que investimento narcísico


7 a 10 Latência 3. Princípio de Realidade

11
12 Genital Normalidade
Evolução genética e o desenvolvimento da psíquico
normal
 No iníco, o lactente encontra-se em um modo de fusão e
de identificação a uma totalidade fusional, em que não
existe ainda separação entre o sujeito e seu meio exterior.

 As trocas não são percebidas como uma aquisição (do


registro do ter) mas como uma simples expansão de seu ser.

 O modos de funcionamento desse sistema, ligado


essencialmente à entrada e/ou à saída, são presididos pelo
fenômeno de dupla polaridade da introjeção (por para dentro) e
projeção (por para fora).
 Dentro dessa fase fusiona é impossível a consideração de:

 um distanciamento entre sujeiro objetal, e

 De uma diferenciação entre a realidade interior e a realidade


exterior.

 A repetição sucessiva dos períodos de ausência e depois


de retorno da “mãe” acarretará:

 a introdução sucessiva de períodos alucinatórios de desejos


(com a insuficiência das satisfações que isso traz consigo) e

 sua diferenciação da satisfação verdadeira, pela presença real


do objeto exterior do qual a criança tem necessidade.
 A repetição da presença e da ausência, em conjunto com
a satisfação e a falta, permitirá, pouco a pouco, isolar o
sujeito de seu polo exterior.

 A passagem dessa situação fusional e narcisista unipolar


ao reconhecimento progressivo de um distanciamento
bipolar sujeito-objeto inaugura as primeiras manifestações
de autonomização do Ego, separado pouco a pouco do meio
exterior.

 Essa passagem separa o que os analistas chamam de


situação pré-objetal, caracterizando o modo de relação
pré-objetal, diferenciada da relação objetal, caracterizada
pela separação entre o sujeito e o objeto.
 É precisamente a aquisição dessa existência separada, desse
Ego-pessoa, que se mostra falha no paciente psicótico.

 No plano do funcionamento mental, a organização de um Ego


separado do não-Ego vai permitir a diferenciação entre a
realidade exterior e a realidade interior (ou fantasmática).

 O resultado feliz desse processo maturativo (autonomização do


Ego) delimita igualmente a ultrapassagem da zona de estruturação
psicótica e a entrada na estruturação neurótica.
Identificação
D Modo relação de objeto
e • Relação objetal
s • relação narcísista
P e
Funcionamento Píquico
r n • Mecanismos de defesa
o v • Pincípio de Realidade (processo
c o secundário)
e l • Princípio de Prazer (processo
s v primário)
s i Desenvolvimento psicossexual
o m • Fixações genitais
e • Fixações pré- genitais
n Constituição do Ego
t • Narcisismo primário
o • Indiferenciação psicossomática
Identificação
D Modo relação de objeto
e • Relação objetal
s • relação narcísista
P e
Funcionamento Píquico
r n • Mecanismos de defesa
o v • Pincípio de Realidade (processo
c o secundário)
e l • Princípio de Prazer (processo
s v primário)
s i Grau de desenvolvimento da libido
o m • Fixações genitais
e • Fixações pré- genitais
n Constituição do Ego
t • Narcisismo primário
o • Indiferenciação psicossomática
D A estrutura da personalidade implica em uma
E Disposição (organização) de modo estável e definitivo:
S P
E
E S L
I E 1. de um certo grau de evolução libidinal
N M F

V C E
N
U
N
• dos pontos de Fixação da Libido
O O T D
2. de um certo grau de evolução do ego,
O A
L S S M
S E • dos mecanismos de defesa,
V P N

I E S T
• de um modo seletivo de relação de objeto,
Í A
M X Q I

U U S • de uma atitude frente a realidade,


E í

N A C
O
• de um uso bastante invariado dos
T L s processos primário e secundário..
O
E
L Grau de evolução libidinal
E
F
M
U Pontos de Fixação da Libido
E
N
N
D Grau de evolução do ego,
T
A
O
S
M identificações
E
P
N mecanismos de defesa,
T
S
A modo seletivo de relação de objeto,
Í
I
Q
S atitude frente a realidade,
U
í
C
uso seletivo dos processos primário;secundário.
O
s
indiferenciação/narcismo primário

Personalidade= Cognitivos – pensar, perceber


Diposição
(organização) Afetivos – sentir
Estável
Volitivos – querer
Habitual
duradoura: 7 Comportamentais – agir
Estrutura psicótica

A linhagem psicótica parte do nível das frustrações muito precoces,


originando-se essencialmente do pólo materno, pelo menos no que
concerne às frustrações mais primitivas.

Um ego que sofreu sérias fixações e se pré-organiza rapidamente,


segundo a fase oral ou, no mais tardar, durante a primeira parte da
fase anal.

A pré-organização sofrer um silêncio evolutivo durante o período de


latência.

A adolescência traria possibilidades evolutivas ainda múltiplas no


plano estrutural. Tudo pode ser reposto em questão ,nesta etapa
particularmente importante do desenvolvimento afetivo do indivíduo.
O sujeito na adolescência ainda conservaria uma pequena chance de
que o eixo de evolução de seu ego deixasse a linhagem psicótica,
não completamente fixada e fixasse sua progressão ulterior no
contexto de uma estrutura neurótica.

psicoterapia cujos resultados foram felizes, experiência afetiva


espontânea que introduza um contexto interior e exterior
edipiano, situação reparadores da falha narcfsica primária.

Tais situações são muito raros e por ocasião da adolescência, na


imensa maioria dos casos, um ego pré-organizado de forma psicótica
simplesmente prosseguirá sua evolução e se organizará de forma
definitiva, sob a forma de estrutura psicótica.
A estrutura psicótica corresponde a uma falência da organização
narcísica primaria.
 Assim, a estrutura psicótica é essencialmente caracterizada
por uma fixação e uma não-ultrapassagem do registro
pré-objetal.
O indivíduo sofre sérias fixações, estas fixações
ocorrem durante a fase oral ou, no mais tardar, durante a
primeira parte da fase anal.
 Representa uma impossibilidade, para a criança, de constitui-se
comoobjeto distinto da mãe
 Esta relação mais ou menos fusionai com a mãe, segundo as
variedades de psicose, encontrar-se-á incessantemente repetida no
plano interpessoal.

A mãe do psicótico não soube deixar instalar o esboço de uma relação


personada, levada essencialmente por sua própria necessidade
patológica de exclusividade. Essa disposição de espírito tenderá
igualmente a afastar a criança de toda a saída para o exterior e muito
especialmente para esse outro representado habitualmente
representado pelo pai do psicótico
,,, o paido psicótico se mostra falho, ele não consegue ajudar, por sua
própria intervenção, a criaça em sua separação da mãe, assim, esta
criança se encontra irremediavelmente confinada no registro unipolar e
fusional impróprio para uma implantação objetal satisfatória, impróprio
igualmente para um bom funcionamento psíquico.
A atitude simbiótica da mãe e a necessidade de
total dependência do filho em relação a ela, impede a
constituição de uma diferenciação em relação à:
• 1- realidade psíquica/realidade material e
• 2- ego/não-ego, sueito/objeto.

Por esse motivo, o psicótico não tem a possibilidade de


separar claramente a percepção real do mundo exterior do que
seria o resultado de uma atividade mental de origem
interna. Assim, facilmente ele se torna a sede da confusão
alucinatória ou delirante, que apenas exprime essa
inaptidão em separar a realidade do fantasmático.
 Assim, ele projetará, isto é, ele constituirá, sob a forma
perceptiva de uma pseudo-realidade externa, os elementos
figurativos de seus movimentos pulsionais (internos) sem
sentir, como é o caso, normalmente, toda a subjetividade
que caracteriza, no sujeito neurótico, a experiência
habitual do desejo, em sua elaboração fantasmática
e representativa, enquanto imagem mental diferenciada
da percepção.
Na estrutur a psicótica:

 O ego jamais está completo; encontra-se de saída


fragmentado.
A angústia está centrada na fragmentação, na destruição, na morte
por estilhaçamento.
A atividade sintética do ego encontra-se abolida nos casos extremos,
ou então enfraquecida.
O superego não atinge o papel organizador ou conflitual de base.
 O conflito subjacente não é causado pelo superego, mas pelas
necessidades pulsionais em face à realidade, o que leva a uma
recusa de todas as partes desta realidade que tenham-se tornado
frustrante.
 O delírio, com a recusa da realidade, tornar-se indispensável
para a manutenção da vida por meio da reconstrução de uma
nova realidade.

 Quanto mais o sujeito de estrutura psicótica se encontra


ameaçada, mais prevalecerá nele o processo primário, em
detrimento do funcionamento sob o processo secundário.

 O processo primário leva o funcionamento mental a sair do


controle da realidade para tender à alucinação dos desejos.
Os principals mecanismo de defesa psicótico são:
 Rejeição/Recusa (realidade) – termo usado por Freud num sentido
específico: modo de defesa que consiste numa recusa por parte do sujeito
em reconhecer a realidade de uma percepção traumatizante. Este
mecanismo é evocado por Freud em particular para explicar o fetichismo e
as psicoses.

 Projeção (Projektion) – Termo utilizado por Sigmund Freud a partir


de1895 para designar um modo de defesa primário pelo qual o sujeito
projeta num outro sujeito ou num objeto desejos que provêm dele.

 Clivagem do eu (Ichspaltung) – Termo introduzido por Sigmund


Freud em 1927 para designar um fenômeno que se traduz pela
coexistência, no cerne do eu, de duas atitudes contraditórias, uma que
consiste em recusar a realidade, outra, em aceitá-la. (passam a existir
dois mundos diferentes no sujeito: o real e o delirante).
Características da estrutura de personalidade em nível psicótico 1
Na extremidade psicótica do espectro, as pessoas estão
internamente muito mais desorganizadas.
No entanto, existem muitas pessoas por aí cujas confusões internas
básicas de nível psicótico não ultrapassam a superfície a não ser
em condições estressantes extremas.
Indivíduos cujas personalidades são organizadas em um nível es-
sencialmente psicótico têm graves dificuldades em relação à
identidade. Em geral se debatem com questões básicas de
autodefinição. Eles não têm um senso de continuidade de
identidade.

1. Mcwilliams, N. (2014). Diagnóstico psicanalítico: entendo a estrutura da personalidade no


processo clínico. Porto Alegre: ArtMed.
Quando solicitadas a se descreverem ou a descrever outras
pessoas importantes de suas vidas, tendem a ser vagas,
tangenciais, concretas demais ou distorcem a realidade.

A natureza do conflito primário em pessoas com potencial psicótico


é literalmente existencial: vida versus morte, existência versus
destruição, segurança versus terror.

Estudos influenciados pela psicanálise, de famílias de indivíduos


esquizofrenia» nos anos 1950 e 1960, reportaram com consistência
os padrões de comunicação emocional em que a criança psicótica
recebia mensagens sutis de que não era uma pessoa separada,
mas sim uma extensão de alguém (Bateson, Jackson, Haley e
Weakland, 1956; Lidz, 1973; Mischler e Waxier, 1968; Singer e
Wynne, 1965a, 1965b).
ESTRUTURA NEURÓTICA1
 Após um processo de narcisação sem falhas, o ego está completo na
estrutura neurótica.
 Sem fixações pré-genitais anteriores demasiadamente severas.
 O segundo subestágio anal e estágio fálico são superados.
 O indivíduo organizado de forma neurótica tem acesso à triangulação
genital.
 o Édipo começa a organizar a futura estrutura sob o primado genital.
• Após o édipo por mei da identificaçlão com os progenitores o superego se
constitui.
• Assim, não se pode falar de superego propriamente dito, senão nas
estruturas neuróticas.
1. Bergeret, J. (2006). Psicopatologia teoria e clínica (p. 134). Porto Alegre: ArtMed.
• O conflito neurótico tem como protagonistas o Id (demandas
pulsionais), o Ego (polo defensivo), o Superego (imperativos éticos,
morais) e a realidade (imposições).

• Assim, a angústia específica das organizações neuróticas não


se aproxima, absolutamente, do perigo de fragmentação
(psicose), mas diz respeito à ameaça de castração.

SUPEREGO
ID X EGO
REALIDADE
• O período de latência operará uma parada momentânea da evolução
estrutural.

• A adolescência desencadeará as tempestades afetivas, podendo chegar a


recolocar em questão a manutenção da linhagem estrutural original em função
de conflitos internos e/ou externos demasiados intensos.
• Entretanto, na grande maioria dos casos e em contextos normalmente
socializados, por ocasião da adolescência, o ego neuroticamente pré-
organizado permanece na linha de estruturação neurótica de forma definitiva.
• E em correspondência às duas únicas estruturas possíveis dentro da
linhagem estrutural neurótica: a estrutura obsessiva e a estrutura
histérica.
• Em caso de descompensação, esta organização estrutural só poderá
fazê-lo conforme um dos modos neuróticos: neurose obsessiva e
histeria (de angústia ou de conversão).
A linhagem estrutural neurótica é, acima de tudo, caracterizada pela
organização da personalidade sob o primado do genital.
A regressão neurótica, em caso de acidente mórbido, diz antes
respeito à libido que ao ego, sem jamais atingir o nível das
regressões pré-genitais massivas das estruturas psicóticas.
• A relação de objeto neurótica realiza-se segundo um modo genital
e objetal.
1. Pessoas organizadas em um nível neurótico dependem
sobretudo de defesas de segunda ordem.
2. O termo "neurótico" qualifica um alto grau de capacidade de
funcionamento psíquico apesar da possibilidade de sofrimento
emocional.
• A realidade pode achar-se transformada pela elaboração defensiva,
mas permanece não negada.
• As exigências do princípio do prazer ficam mais ou menos submetidas
ao controle do princípio de realidade.
• A fantasia e os sonhos neuróticos correspondem às satisfações
pulsionais alucinatórias.
• portam traços do conflito e das defesas. são formações de compromissos
funcionais, assim como o sintoma constitui uma formação de compromisso
patológica.
1. A defesa neurótica característica foi longamente descrita por Freud sob
o nome recalcamento (Verdrãngung).1
1. Outros mecanismos podem vir em auxílio deste recalcamento
conforme as variedades neuróticas.
2. 1. Mcwilliams, N. (2014). Diagnóstico psicanalítico: entendo a estrutura da personalidade no processo
clínico. Porto Alegre: ArtMed
2. Indivíduos com desenvolvimento em nível neurótico de
personalidade possuem um tipo de senso integrado de identidade
(Erikson, 1968).
Seus comportamentos mostram certa consistência, e suas experiências in-
ternas são de um Eu contínuo ao longo do tempo.

Quando solicitados a se descreverem conseguem delinear seu


comportamento em geral, seus: valores, gostos, hábitos, convicções,
virtudes e aquisições recentes com um senso de sua relativa estabilidade.

Eles sentem que ainda continuam sendo a criança que foram (dimensão
histórica) e também conseguem se projetar no futuro.

3. Quando solicitados a descrever as pessoas importantes de sua


vida, como seus pais ou pessoas amadas, suas caracterizações
tendem a ser multifacetadas e apreciativas da complexa rede de
qualidades que constitui qualquer pessoa.
3. Pessoas em nível neurótico estão em geral em contato sólido com
a "realidade".
Têm menor necessidade de distorcer a compreensão da
realidade.
Desconhecem alucinações ou interpretações ilusórias de
experiência (a não ser sob circunstâncias de influências
orgânicas ou químicas, ou flashback pós-traumáticos).

4. Parte do que leva paciente neurótico à terapia é visto por ele são
estranhas ao seu ego (sintoma egodistônico) ou capazes de ser
orientadas de forma a se tornarem assim.
Pessoas na faixa neurótica demonstram precocemente na
terapia uma capacidade para uma "divisão terapeutica" entre as
partes observadora e experimentadora do Eu.
5. Natureza do conflito primário

Suas histórias e seu comportamento em uma situação de


entrevista evidenciam que pessoas organizadas em nível
neurótico obtiveram algum sucesso rumo à integração da
identidade.

Elas tendem a procurar terapia por questões relativas ao conflito


entre o que desejam e os obstáculos à realização de desejos.

A afirmação de Freud de que o objetivo apropriado da terapia é a


remoção das inibições contra o amor e o trabalho se aplica a
esse grupo.
6. A organização de personalidade neurótica encontra-se
localizada na extremidade mais saudável da sequência do
desenvolvimento.

Genital

Fixações
Neurótica
Fálica

Anal 2ª.

Anal 1ª.
Fixações
Psicóticas Oral 2ª.

Oral 1ª.
Noção de Normalidade
 Pela metáfora do Princípio de Cristal, Freud propôs que não
havia nenhum fosso fundamental entre o indivíduo reputado
normal e o que apresenta uma neurose/psicose
(descompensações) quanto às grandes linhas da estrutura
fundamental.

 Em comparação ao “cristal”, o normal seria sobretudo um


sujeito que traz consigo a quantidade suficiente de fixações
conflitivas (linhas de clivagem exteriormente invisíveis) para ser
tão “doente” quanto muitas pessoas, mais que não teria
encontrado, em seu caminho:
24
 dificuldades internas e externas superiores a seu
equipamento afetivo hereditário e adquirido.

 E as suas faculdades defensivas e adaptativas permitiriam


um arranjo flexível :

 de suas necessidades pulsionais, e

 de seus processos primário e secundário

 levando satisfatoriamente em conta a realidade.

 tanto em um plano pessoal como em um plano social, e


FATORS EXPERIÊNCIAS
COSTITUCIONAS INFANTIS

ACONTECIMENTOS
(PRE)DISPOSIÇÃO DA VIDA ADULTA

ESTRUTURA
PSÍQUICA
ADOECIMENTO
ESTRUTURA PSIQUICO
DE PERSONALIDADE

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