Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Psicopatologia
Berrios, German E.. (2016), Introdução ao pensamento de Gustav
Störring1. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 19(2),
303-310. https://dx.doi.org/10.1590/1415-4714.2016v19n2p303.8
1. Gustav Wilhelm Störring, estudou Teologia, doutorou-se em Filosofia em 1890 e doutorou-se em medicina
em 1894. Störring, Gustav. (1900/2016). Palestras sobre a psicopatologia e a sua importância para a psicologia
normal. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 19(2), 311-321.
https://dx.doi.org/10.1590/14154714.2016v19n2p311.9
Algumas citações das Palestras sobre a psicopatologia e a sua
importância para a psicologia normal (Störring (1900/2016)
... “Heidegger1 foi o pensador que melhor clareou o que seria o pathos,
retomando-o como fazendo parte da dimensão filosófica do homem. Ao
fazê-lo, permitiu reabrir e refundar problemas eternos, pertencentes à
própria história e constituição do pensamento e das práticas atuais de
uma maneira crítica. Com efeito, já Platão (Teeteto, 155d) concebe a
fundação da própria filosofia como relacionada com o pathos: “É
verdadeiramente de um filósofo este pathos, o espanto; pois não há
outra origem imperante da filosofia que este”. O pathos aqui referido
pelo filósofo é o ato ou efeito de espantar-se (thaumázein), que formaria
a própria possibilidade de começar e de dar eficácia à possibilidade do
filosofar.
1. Martin Heidegger. “Que é isto – a filosofia?” (1955). In Conferências e escritos filosóficos/
Heidegger. Trad. de E. Stein. São Paulo: Nova Cultural, 1989.
.... “A filosofia surgiria desta arkhê2, significando arkhê não só aquilo
de onde surge a filosofia, mas que a carrega e, mais ainda, que
impera no interior da filosofia. Trata-se de algo permanente e não
somente que precede ou serve de movimento inicial. O espanto
estaria na origem da filosofia grega na leitura que fazemos. Este
espanto é pathos por excelência, fato observado por Heidegger
também na sua leitura de Aristóteles: “Pelo espanto os homens
chegam agora e chegaram à origem imperante do filosofar”
(Metafísica, I, 2, 982 b 12 ss.).
2. Arché significa a fonte, a origem e a raiz de todas as coisas da physis, de onde as coisas vêm e
para onde vão. Além disso, pode ser compreendida como o princípio de uma coisa, que, embora
intangível e indemonstrável, provê as condições de possibilidade da coisa..
No subtítulo Pathos é essencialmente dis-posição fundamental,
Martim (1999) nos ensina que:
3. Termo progressivamente introduzido por Sigmund Freud* e Sandor Ferenczi* (entre 1900 e 1909),
para designar um processo constitutivo do tratamento psicanalítico mediante o qual os desejos
inconscientes do analisando concernentes a objetos externos passam a se repetir, no âmbito da
relação analítica, na pessoa do analista, colocado na posição desses diversos objetos.
Dicionário de psicanálise/Elisabeth Roudinesco, Michel Plon — Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
Destino e pathos
ACONTECIMENTOS
(PRE)DISPOSIÇÃO DA VIDA ADULTA
ESTRUTURA
PSÍQUICA
ADOECIMENTO
ESTRUTURA PSIQUICO
DE PERSONALIDADE
Estrutura Psíquica
(Estrutura Cognitivos – pensar, perceber
de Person alidade)
Afetivos – sentir
Uma
dos aspectos:
(Pre)Disposição Volitivos – querer
Estável
Habitual Comportamental - agir
Duradoura
Os primeiros textos de Freud a tratar explicitamente da questão da
(pré) disposição são:
1. Freud, S. (1908). Caráter e erotismo anal. ESB, V. IX. Rio de
Janeiro: Imago Editora;
2. Freud, S. (1913). A Disposição à neurose obsessiva – uma
contribuição ao problema da escolha da neurose. ESB, V. Xii. Rio
de Janeiro: Imago Editora
3. Freud, S. (1916), Alguns Tipos de Caráter Encontrados no
Trabalho Psicanalítico. ESB, Vol. XIV. Rido de Janeiro: IMAGO.
4. E mais tardiamente, Freud, S. (1931). Tipos Libidinais. ESB, Vol.
XXI. Rido de Janeiro: IMAGO .
LATENTE MANIFESTO
A personalidade corresponde a um
estado psíquico (disposição) ... “Diante da extrema dificuldade
constituído pelos elementos em se definir precisamente os
metapsicológicos1 profundos e conceitos de caráter e
fundamentais fixados em um conjunto personalidade, muitos autores
estável e definitivo2. tentam simplificar a questão,
dizendo ser o caráter a
manifestação objetiva da
1. mecanismos de defesa prevalentes,
personalidade ...”3.
um modo seletivo de relação de objeto,
um grau definido de evolução libidinal e “... caráter constitui, pois, o
egóica, uma atitude fixada diante da testemunho visível da estrutura
realidade e um jogo recíproco bastante de base da personalidade...” 4
invariado dos processos primário e 3. Bernardes, W. S (30050. A concepção freudiana de
Caráter. Tese de Doutorado em Psicologia. Rio de
secundário. Janeiro: UFRJ.
4. Bergeret, J. (1974). O normal e o Patológico. Porto
2. Bergeret, J. (2006). Psicopatologia. Porto Alegre: ArtMed. Alegre: Artes Medicas
Caráter e erotismo anal (1908)
Em sua nota do editor, James Strachey referenciando Ernest Jones*
(1955, 331-2), afirma que:
1. Freud em carta a Fliess de 22 de dezembro de 1897 (Freud, 1950a, Carta 79),
associara dinheiro e avareza com fezes e que
2. os traços de caráter associados ao erotismo anal já haviam sido
mencionados por Freud em sua carta a Jung de 2 de outubro de 1906 e em
algumas observações dirigidas à Sociedade Psicanalítica de Viena a 6 de
março de 1907.
3. Foi após a análise do “Homent dos ratos” (1909d)**, concluída pouco antes,
que sem dúvida o estimulou a escrever este artigo e, que somente anos mais
tarde, Freud viria a examinar a conexão especial entre o erotismo anal e a
neurose obsessiva, em ‘A “Disposição à Neurose Obsessiva” (1913i).
* Jones, Ernest (1970). Vida e Obra de Sigmund Freud. Rio de Janeiro, Zahar Editôres.
** Sigmund, F. (1909). Notas sobre um caso de neurose obsessiva. ESB, vol. X. Rio Janeiro: IMAGO, 1996,
Em “Caráter e erotismo anal” Freud estabelece uma
conexão orgânica entre certo tipo de caráter encontrado no
adulto e o comportamento e a função de determinado
órgão na infância.
Certo tipo de indivíduo se distingue por uma combinação
regular das três características que se seguem:
ordeiras,
parcimoniosas e
obstinadas.
Essas características correspondem a traços de caráter interligados
1. Diz-se que a pulsão é sublimada na medida em que é derivada para um novo objetivo não
sexual e em que visa objetos socialmente valorizados (atividade artística, investimento intelectual,
etc.).
Vol. XII – A Disposição à neurose obsessiva: uma contribuição ao
problema da escolha da neuros (1913)
Nota do Editor Inglês
Artigo lido por Freud perante o Quarto Congresso Psicanalítico
Internacional, realizado em Munique em setembro de 1913.
Dois tópicos de importância especial são examinados no texto:
o problema da ‘escolha da neurose’.
as organizações pré-genitais da libido*
* O conceito aparece aqui pela primeira vez e foi acrescentada em 1915 nos Três
ensaios, sendo exemplificado pelo estádio sádico-anal, juntamente com o estádio oral
(1915) e o estádio fálico (1923).
O problema:
saber por que e como uma pessoa pode ficar doente de
uma neurose.
22
Onde devemos procurar a fonte destas disposições?
Tornamo-nos cientes de que as funções psíquicas envolvidas
– sobretudo a função sexual, mas também várias
importantes funções do ego – têm de passar por um longo e
complicado desenvolvimento antes de chegar ao estado
característico do adulto normal. Podemos presumir que estes
desenvolvimentos não são sempre tão serenamente
realizados, que a função total atravesse esta modificação
regular progressiva. Onde quer que uma parte dela se apegue
a um estádio anterior resulta o que se chama ‘ponto de
fixação’, para o qual a função pode regredir se o indivíduo
ficar doente devido a alguma perturbação externa. 23
Freud lança a hipótese de que as inibições do desenvolvimento
(fixações da libido) constituem a disposição presente no
adoecimento na neurose obsessiva (e em outras patologias).
2. Vol. XXII – (1) Novas conferências introdutórias sobre psicanálise. Conferência XXXI, A
24
dissecção da personalidade psíquica. V ol. XX (1933 [1932]).
Sobre a estruturação psíquica considera-se que:
Funcionamento mental
1 – Fixação – O fato de a libido se ligar fortemente a pessoas ou imagos, de reproduzir determinado modo de
satisfação e permanecer organizada segundo a estrutura característica de uma das suas fases evolutivas. A fixação
pode ser manifesta e real ou constituir uma virtualidade prevalescente que abre ao sujeito o caminho de uma
regressão.
Dimensão Tiplógica
P N E P D O C H O
S A S A E B O I U
I R Q R P B M S T
C C U A R S P T R
Dimensão do Desenvolvimento O I I N E S U É O
P S Z Ó S E L R S
A I Ó I S S S I
T S I D I S I C
A T D E V I V O
A E O V O
O
Nível neurótico
Saudável Integração da identidade e constância do
objeto
Fase edipiana de Freud
Nível borderline
Separação-individuação
Fase anal de Freud
Nível psicótico
Simbiose
Fase oral de Freud
Figura 4.1 Dimensões tipológicas e de desenvolvimento da personalidade.
Desenvolvimento da libido e nosologia
Idade Estágios de organização Nosologia
da libido 1. Negação da realidade e
1 Oral primária Esquizofrenia regressão do Eu
Oral tardio Melancolia 2. Investimento narcísico maior
2 (canibalístico) Mania que investimento objetal
Sádico Paranóia 3. Princípio do prazer
anal primário
11
12 Genital Normalidade
Evolução genética e o desenvolvimento da psíquico
normal
No iníco, o lactente encontra-se em um modo de fusão e
de identificação a uma totalidade fusional, em que não
existe ainda separação entre o sujeito e seu meio exterior.
V C E
N
U
N
• dos pontos de Fixação da Libido
O O T D
2. de um certo grau de evolução do ego,
O A
L S S M
S E • dos mecanismos de defesa,
V P N
I E S T
• de um modo seletivo de relação de objeto,
Í A
M X Q I
N A C
O
• de um uso bastante invariado dos
T L s processos primário e secundário..
O
E
L Grau de evolução libidinal
E
F
M
U Pontos de Fixação da Libido
E
N
N
D Grau de evolução do ego,
T
A
O
S
M identificações
E
P
N mecanismos de defesa,
T
S
A modo seletivo de relação de objeto,
Í
I
Q
S atitude frente a realidade,
U
í
C
uso seletivo dos processos primário;secundário.
O
s
indiferenciação/narcismo primário
SUPEREGO
ID X EGO
REALIDADE
• O período de latência operará uma parada momentânea da evolução
estrutural.
Eles sentem que ainda continuam sendo a criança que foram (dimensão
histórica) e também conseguem se projetar no futuro.
4. Parte do que leva paciente neurótico à terapia é visto por ele são
estranhas ao seu ego (sintoma egodistônico) ou capazes de ser
orientadas de forma a se tornarem assim.
Pessoas na faixa neurótica demonstram precocemente na
terapia uma capacidade para uma "divisão terapeutica" entre as
partes observadora e experimentadora do Eu.
5. Natureza do conflito primário
Genital
Fixações
Neurótica
Fálica
Anal 2ª.
Anal 1ª.
Fixações
Psicóticas Oral 2ª.
Oral 1ª.
Noção de Normalidade
Pela metáfora do Princípio de Cristal, Freud propôs que não
havia nenhum fosso fundamental entre o indivíduo reputado
normal e o que apresenta uma neurose/psicose
(descompensações) quanto às grandes linhas da estrutura
fundamental.
ACONTECIMENTOS
(PRE)DISPOSIÇÃO DA VIDA ADULTA
ESTRUTURA
PSÍQUICA
ADOECIMENTO
ESTRUTURA PSIQUICO
DE PERSONALIDADE