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Revisão: Alline B.
Formatação: Ariella
“As rainhas más são as princesas que nunca foram salvas. "
- Malévola
Bem-vindo ao reino deles.
Provavelmente por causa da briga que ela teve com meu irmão mais
velho, Cole, esta manhã.
Espero que ele concorde porque Cole o irrita ainda mais do que me
irrita, mas Liam simplesmente dá de ombros.
Graças a Cole, começando pela mamãe e deixando todos de mau
humor, tudo parecia errado hoje.
Ele afirma que o sorvete é muito frio e deveria ser banido do planeta.
Três meses atrás, ele decidiu que queria se tornar vegano para salvar
os animais. No entanto, ele logo percebeu que amava muito queijo, então
decidiu se tornar vegetariano.
─ Será que vocês dois poderiam parar de brigar? ─ Nossa mãe rebate
enquanto ela rapidamente assina o recibo e joga o telefone na bolsa. ─
Não vamos comprar sorvete.
Uau.
─ Mas mãe...
Embora ela amasse todos os seus filhos, era sabido que eu era sua
favorita e Liam era o segundo lugar.
Alguns dias ele era tão mau que ela acabava ficando em seu quarto
por vários dias.
Pena que Jace - nosso irmão mais velho - não estava aqui.
Eu não era como Cole. Eu nunca disse que a odiava ou briguei com
ela.
─ Bianca, volte aqui. ─ ela grita atrás de mim, mas eu sigo meu
ritmo.
Eu olho para baixo, direto para o chão, não querendo encontrar seu
olhar. ─ Eu te amo também.
Como um casulo.
Eu amo meu irmão mais do que qualquer coisa, mas ele tem essa
mania chata de querer que todos pensem como ele.
No fundo, eu sabia que isso era por causa da sua ansiedade, mas às
vezes eu ficava sem paciência.
Nove em cada dez vezes, ela foi capaz de impedir os colapsos de Liam
antes que eles acontecessem.
─ O que?
─ Eu preciso parar na escola primeiro.
─ Porque?
─ Para que ela possa inscrever Cole no futebol. ─ Liam declara com
uma expressão azeda.
Ela aperta a ponte do seu nariz. ─ Ele realmente quer isso. Eu nunca
o vi tão... vocês querem saber? Eu sou a mãe e o que eu digo é o que vale.
Eu vou inscrever seu irmão no futebol.
Liam bufa. ─ Você sabe que ele vai se cansar em uma semana.
Mamãe bagunça seu cabelo. ─ Então, se ele cansar, quem sabe você
possa tomar o seu lugar.
Liam olha para ela como se tivesse crescido uma nova cabeça em
seu ombro enquanto íamos para o carro. ─ Nunca. Esportes são um saco.
Mamãe ri. ─ Eles não são tão ruins. ─ havia um brilho em seus olhos
quando ela olhou para mim. ─ Quem sabe, talvez você possa ser uma
líder de torcida um dia como sua mamãe.
Huh?
─ Havia lideres de torcida na Índia? ─ Liam e eu perguntamos ao
mesmo tempo.
Ela ri de novo. ─ Claro que sim. Admito, que elas não se vestem
como as lideres de torcida aqui da América, mas...
Meu pai pode trabalhar muito, mas não há como negar o quanto ele
a ama.
Ele mandou entregar flores e chocolates para ela quase todos os dias
na semana passada.
Liam faz beicinho. ─ Gostaria que papai nos deixasse ir para a Índia.
A boca de Liam cai aberta. ─ Não é justo. ─ Ele olha para a mamãe.
─ Você tem que me levar para a Índia também.
─ Rumi. ─ ele diz, seu tom sombrio. ─ Fale comigo. Diga o que está
acontecendo... por que você quer isso.
─ Tudo bem. ─ mamãe diz a ele. ─ Mas não vai mudar nada. Já me
decidi.
Mamãe nos disse para esperar no carro enquanto ela corria para
dentro da escola para inscrever Cole no futebol.
Eu atiro meu olhar para fora do para-brisas, onde com certeza ela
está caminhando de volta para o carro, segurando seu telefone celular
contra sua orelha.
Mas pela aparência de seus olhos vidrados e rosto tenso... não é uma
conversa feliz.
─ Como o quê?
─ Você tem alguma ideia do que desisti por você? ─ ela grita,
agarrando as pontas de seus longos cabelos escuros.
Os olhos de Liam se estreitam. ─ Não sei por que papai não deixou
que ela os visitasse. Eles são a família dela.
Eu tinha uma ideia do porquê, mas ainda não estava pronta para
compartilhar o que ouvi recentemente.
─ Protegendo-a de quê?
Ah, não.
─ Mãe o que você está fazendo? ─ Liam meio que sussurra e grita, o
pânico crescendo em sua voz enquanto ela continua chutando seu
Mercedes.
O que quer que meu pai estivesse dizendo a ela, estava deixando
mamãe em um acesso de raiva de adulto.
─ Você não pode fazer isso comigo! ─ ela grita, batendo os punhos
contra o capô. ─ Você prometeu que nos casaríamos e ficaríamos juntos
para sempre.
─ Ela está do seu lado do carro, Liam. Abra sua porta e agarre ela.
Meu irmão me olha como se eu tivesse pedido a ele para matar uma
píton. ─ Nuh-uh.
Covarde.
─ Ela vai quebrar a janela. ─ Liam diz, deslizando para o meu lado.
─ Não faça isso comigo! ─ mamãe grita tão alto que nós dois
estremecemos. ─ Eu te amo, Mark.
Eu não tinha ideia de para onde ela estava nos levando, mas não era
para a Disney.
─ Vai ficar tudo bem, bebê. ─ Um novo conjunto de lágrimas rola por
seu rosto. ─ Tudo ficará bem.
Liam agarra minha mão com mais força e sussurra: ─ Você acha que
ela está nos sequestrando?
Abro a boca para lembrá-lo de que mamãe não era um homem
assustador do noticiário, ela era nossa mãe e, portanto, não poderia nos
sequestrar... mas então eu percebo que ele pode ter razão.
Meu coração está quase batendo forte no meu peito. Por mais que
reclame da minha família, eu os amava e precisava que todos nós
estejamos juntos.
Se eu soubesse para onde ela estava nos levando, poderia ligar para
Jace e Cole e dizer a eles o que estava acontecendo.
─ Para algum lugar sem dor. ─ ela responde quando o carro começa
a desviar.
─ Céu.
Eu queria ver papai, Jace e Cole para que eu pudesse dizer a eles
que os amo.
─ Uma vida ruim. ─ Ela soca o volante com o punho. ─ Tantas coisas
foram tiradas de mim. ─ Soluços fortes e feios enchem o carro. ─ Eu me
recuso a ficar sem vocês.
─ Você não precisa viver sem nós. ─ Liam diz a ela. ─ Nós nunca te
deixaremos.
Liam.
Onde estou?
Mãe?
Não tenho certeza de quem ela é, mas ela parece super animada em
me ver.
Uau.
Minha mão está... diferente. Não apenas por causa do esmalte que
a enfermeira estranha usou, mas está maior do que eu me lembrava e
minhas unhas são mais longas.
Eu inclino minha cabeça para baixo. Minha nossa.
Minha mãe me disse que eu não teria esses por pelo menos mais
quatro anos.
Essa é a única apresentação que recebo antes que ele corra para a
minha cama e ilumine meus olhos. Nossa.
─ Bianca.
─ Último nome?
─ Primeiro de junho.
─ Que ano?
─ Dois mil e dois.
Ele é alto com pele bronzeada e cabelo escuro curto e seus olhos são
castanhos como os meus. Só que ele tem olheiras ao redor, como se não
dormisse há semanas.
─ Puta merda. Você está acordada. ─ diz outro homem atrás dele
antes que os dois cerquem minha cama como dois guardas armados.
Por alguma razão estranha, sinto que deveria conhecê-los, mas isso
não faz sentido porque nunca os vi.
Meus olhos pulam entre os dois caras. Eles parecem tão perplexos
quanto eu.
─ Papai. ─ eu engasgo.
Meu pai corre e envolve seus braços em volta de mim. Ele está me
abraçando com tanta força que dói, mas eu não me importo.
Ele é a única pessoa nesta sala que eu reconheço, e não posso deixar
de me agarrar a ele, como se ele fosse meu salva-vidas.
─ Eu estou assustada.
Com o canto do olho, vejo os dois homens trocando um olhar.
─ Tudo vai ficar bem, querida. ─ meu pai me garante. ─ Deus, estou
tão feliz que você está bem.
Tento sair da cama, mas uma dor aguda percorre meu corpo.
─ Oi querida. Como você está? Há algo que eu possa fazer por você?
Uma ruga se forma entre suas sobrancelhas. ─ Você tem uma pélvis
fraturada.
Caramba. ─ Oh.
Isso é ótimo e tudo, mas tenho questões muito mais urgentes com
que me preocupar.
A única coisa que quero é que ela responda à minha pergunta, mas
ela sai vagarosamente da sala.
Por quê?
Esquisito. ─ OK.
Ele digita algo em seu tablet. ─ Bianca, você pode me dizer onde você
está?
─ Muito bom. ─ Ele aponta para meu pai. ─ E quem é este homem
ao meu lado?
Mamãe também não fez nada de errado. Ela não estava agindo como
ela mesma.
Ela nos ama. Ela nunca nos machucaria de propósito.
─ Eu... hum.
Ele parece tão apavorado quanto eu, apesar das próximas palavras
que saíram de sua boca.
O outro cara com olhos verdes penetrantes caminha até o outro lado
da minha cama. ─ Nós cuidaremos de você.
Ele sorri. ─ Muito bom. ─ Ele olha para meu pai. ─ Quero fazer mais
alguns testes, mas parece que a memória de curto prazo dela ainda está
intacta.
O médico acena com a cabeça antes de voltar sua atenção para mim.
─ Você consegue se lembrar de algo sobre o acidente?
─ Por que ninguém me diz onde minha mãe está? ─ Eu olho entre
os dois caras que estão em lados opostos da minha cama. ─ E quem são
eles? Porque eles estão aqui? O que eles querem de mim?
─ Nós somos seus irmãos. ─ o cara que se parece com meu pai diz.
Muito tarde.
─ Bianca, eu sei que é confuso e sei que você está com medo, mas é
verdade. ─ Seus olhos castanhos suavizam um pouco. ─ Eu sou Jace.
─ Isso não é possível. Jace tem onze e Cole tem dez... Liam também.
Lágrimas brotam dos meus olhos. Eu preciso ver o Liam. Ele nunca
mentiria para mim.
Dr. Jones bate palmas. ─ Ok, acho que é o suficiente por agora.
Todos precisam dar a ela algum espaço e tempo para processar. ─ Ele
começa a conduzi-los para fora do quarto. ─ Eu preciso fazer mais alguns
testes. Se Bianca estiver com vontade, vocês podem vir visitá-la mais
tarde.
Isso é verdade. Deus, eu estava tão brava com ele por isso.
─ Puxa, obrigado, idiota. ─ Cole diz antes de se dirigir a mim. ─ Tudo
bem, certo. Eu culpei você por quebrar o vaso. ─ Ele dá um tapa no peito.
─ Mas quem levou a culpa quando você roubou a caixa inteira de sorvete
da sacola da mamãe e vomitou no cachorro da Sra. Garcia cinco minutos
depois?
Eu não posso deixar de rir. Cole ficou puto quando teve que dar à
Sra. Garcia sua mesada semanal para que ela pudesse dar banho e
cuidar do cachorro, mas eu disse a ele que ele me devia pelo vaso.
Não havia como eles saberem dessas coisas se não fossem Jace e
Cole.
Jace aperta minha mão. ─ Eu sei que você está confusa, mas tudo
ficará bem.
Sobre eles.
Eu me viro para Cole. ─ Onde...
Oh, Deus.
─ Bianca...
É a última coisa que ouço antes que a dor afunde suas garras
afiadas em meu coração... e tudo fica escuro.
Capítulo Dois
Há outro longo suspiro. ─ Não há como saber agora. Mas você tem
que ter cuidado para não alimentar as informações dela...
─ Cansada.
Uma dor aguda se infiltra em meu coração. ─ Minha mãe... ela está...
Uma lágrima rola por sua bochecha. ─ E p-p-por que ela nos deixou?
E p-p-por que n-n-não éramos bons o suficiente?
Mamãe nos amava. Ela não merece ser lembrada por seus erros.
Além disso, minha família já está muito triste por perder a mamãe e
saber o que realmente aconteceu naquele dia, só vai piorar a dor de todos.
─ Às vezes você tem que mentir para proteger as pessoas que ama,
Liam.
Foi algo que ouvi na TV um dia, mas nunca fez sentido para mim até
o acidente.
Liam era conhecido por ser sensível, mas havia algo mais
acontecendo aqui.
─ O que está acontecendo?
Ele se vira, como se estivesse tentando evitar meu olhar, mas eu não
o deixo. ─ Você pode me dizer qualquer coisa, Liam. Você sabe disso.
Agora que mamãe se foi, ele era oficialmente meu melhor amigo em
todo o mundo.
Meu coração dobra sobre si mesmo. Liam não apenas ficou gago com
o acidente, mas também com algumas cicatrizes faciais causadas pelo
vidro.
Isso fez com que o rim que perdi parecesse um passeio no parque,
porque pelo menos eu poderia esconder meu ferimento.
Ele era a coisa mais distante de um. Ele era gentil e compassivo... e
triste.
─ Quem?
Cerca de uma semana atrás, Jace trouxe para casa uma garota que
conheceu na escola.
Cole o provocou sobre gostar de sua nova amiga, mas Jace afirma
que ela é realmente boa em videogames.
Visto que ele vence Dylan toda vez que eles jogam, estou começando
a ter minhas dúvidas.
Ele não discute. ─ Eu vou c-casar com ela um dia. Você vai ver.
─ Aqui está uma ideia. Que tal você não me obrigar a ouvir você falar
sobre Dylan pelo resto da noite.
─ Tanto faz. ─ Ele estuda meu rosto. ─ P-p-por que não f-f-f-falamos
sobre como você ainda está com muito medo de entrar no c-c-carro?
Eu prefiro fazer uma vida inteira de tarefas do que falar sobre meu
medo recente de carros.
─ O que você quer dizer, com você falou com ele? ─ Cole pergunta.
Muito real.
Já que não posso contar a eles o que aconteceu com mamãe por
causa do nosso pacto, digo a eles a segunda melhor coisa.
Cole suga uma respiração afiada. ─ Sim, isso não foi um sonho.
É estranho que ele não tenha vindo me ver. Então, novamente, talvez
ele tenha, e eu não percebi por causa de todos os sedativos.
Verdade seja dita, não posso acreditar que ele conseguiu agarrar
alguém tão incrível como Sawyer, mas estou feliz por ele.
Dado que posso usar a companhia, aceno para ela entrar. ─ Claro.
Evidentemente, ela não está sozinha, porque a garota que está
sempre perto de Jace está bem atrás dela.
Não tenho certeza do que fazer com a amiga de Jace, porque ela é
super quieta e reservada.
─ Não. ─ eu digo com pressa. ─ Por favor, não saia. Eu amo meus
irmãos e tudo, mas eles podem ser um pouco...
Por dentro.
Parece que ela quer me dar um abraço, mas pensa melhor. ─ Você
já passou por muita coisa.
Não tenho certeza de por que ou de onde está vindo, mas algo me
diz que ela é uma boa pessoa e posso confiar nela.
Não é preciso ser um gênio para descobrir que essa garota não é
minha maior fã.
Decido começar com o básico. ─ Sinto muito, nunca ouvi seu nome
antes.
Bem, merda.
Ela é a Dylan.
Se for esse o caso, ela deve fazer Jace feliz. Só espero que não tenha
prejudicado a felicidade de Liam.
Ela tem que saber que ele está apaixonado por ela. É óbvio para
qualquer pessoa.
A garota fica pálida, como se tivesse acabado de ver um fantasma, e
então rápida como um raio... ela se vai.
─ O que é isso?
─ Dylan.
Seu rosto cai. Há tanta agonia em seus olhos que me faz querer
retirar as palavras.
─ Sim. ─ ele diz suavemente. ─ Sim, tudo bem. Se é isso que você
quer, direi a ela para não vir mais.
─ Você disse que eu não precisava falar sobre nada que não
quisesse. ─ eu o lembro.
─ Está correto.
Nem nunca.
─ Você já descobriu por que ela ainda não está comendo, doutor? ─
Cole interrompe da porta do meu quarto.
Como se fosse uma deixa, Jace aparece atrás de Cole. ─ Não desde
ontem de manhã.
Fofoqueiros.
O psiquiatra ajusta seus óculos. ─ Por que você não está comendo,
Bianca?
─ Sim... ou pelo menos você era. ─ Ele olha para Walter. ─ Isso é
normal?
Eu odeio sentir que sou o alvo de uma piada interna da qual não
tenho absolutamente nenhuma lembrança. ─ Se importam de
compartilhar?
Dando de ombros, Jace enfia as mãos no bolso de seu moletom. ─
Não é nada ruim. Você só tem estado um pouco... você sabe... diferente.
Espere aí.
Não tenho ideia do que seja Fatty’s, mas comerei quase tudo, desde
que não seja saudável.
─ Fobia de picles?
Jace ri. ─ Sim. Quando você tinha cinco anos, enfiou na cabeça que
picles eram na verdade rãs mortas em uma jarra, e você ficava com medo
de comê-los.
Eu imagino.
─ Sim?
Já se passou uma semana desde que descobri que ele está vivo, mas
ainda não há sinal do meu irmão.
O que quer que ela fosse dizer desaparece, quando Cole entra no
quarto.
─ Não, obrigado.
─ O que há de errado?
Eu preciso do Liam.
Passado...
Eu olho para o rosto sombrio do meu irmão. ─ É claro que ela foi
para o céu. Por que você pensaria de outra forma?
Afugenta os pesadelos.
─ Sim?
─ E daí?
─ E o papai?
Eu cubro sua boca com a mão antes que ele termine essa declaração.
Eu não entendo muito disso ainda, mas havia algo errado com a
mente da minha mãe.
Tristeza pisca nos olhos de Liam, mas ele não diz uma palavra.
Eu pego o novo telefone que Jace me deu, porque o meu foi destruído
no acidente, mas eu noto uma figura alta e sombria em minha visão
periférica.
─ Jesus.
─ H-h-hey.
Deus, há tantas coisas que quero dizer, mas não tenho ideia por
onde começar. Parece uma eternidade desde que o vi.
Preciso saber por que as coisas parecem tão estranhas entre nós.
Quase frio.
─ Liam?
─ Sim?
─ Por que você está agindo tão diferente?
Tudo na minha vida está de cabeça para baixo, então não sei por
que esperava menos, quando se tratava dele.
Mas foi.
Ele parece tão sério, sou eu quem está me sentindo mal agora.
─ Eu sei que tudo está uma merda agora. ─ Ele beija o topo da minha
cabeça. ─ Mas você vai ficar bem.
Eu gostaria de ter a perspectiva brilhante que ele tem. ─ Não tenho
tanta certeza disso.
Não apenas ele não está mais gaguejando, isso soa exatamente como
algo que Cole diria.
Liam não gosta de esportes, portanto, ele estaria morto se fosse pego
usando uma camiseta do Patriots.
Eu fecho meus olhos contra a onda de raiva fluindo por mim. ─ Por
que diabos você fingiu ser...
Jace parece que está usando cada grama de sua força para não
andar e estrangulá-lo. ─ Você fez o que? ─ Com os olhos estreitados, ele
dá um passo mais perto. ─ Por que diabos você faria isso?
No entanto, eu não preciso dele para lutar essa batalha por mim,
porque embora eu não entenda por que ele fingiu ser seu irmão gêmeo; é
óbvio que Cole não queria fazer mal.
Ou melhor, alguém.
─ Não minta para mim. ─ Eu olho para Cole. ─ Por que você estava
fingindo ser Liam?
Passado
Meus dedos tremem tanto que deixo cair o telefone antes de digitar
os números.
─ Eu preciso... ─ Minha voz está tão nervosa que mal consigo falar.
─ Algo está errado com meu irmão. Ele tem doze anos.
─ Não!
E agora…
Eu grito tão alto que meus ouvidos zunem quando vejo seu corpo
rígido e tingido de azul deitado no chão de seu armário.
─ Liam! ─ Seu nome sai de minhas cordas vocais, queimando
minhas entranhas.
Me responda.
Acorde e me responda.
Eu chuto e grito todo o caminho para baixo, não querendo ficar longe
da minha pessoa favorita.
Não mais.
─ Eu...
Culpa, eu percebo.
─ Eu sinto muito.
Mesmo que perder mamãe e Liam doa como o inferno, tenho dois
motivos muito importantes para tentar colocar um passo à frente do
outro e me recompor.
Assentindo, Cole volta seu foco para mim. ─ Olha, eu não vou
prometer ser um irmão perfeito como Liam foi e Jace é. Mas farei o que
for preciso para ajudá-la com isso. Combinado?
Eu inclino meu queixo para encontrar seu olhar. ─ Combinado.
Eu olho para meus irmãos. Paramos de dizer isso depois que mamãe
morreu, mas realmente preciso que eles saibam como me sinto. Apesar
da minha mágoa por perder Liam, ainda sou grata por eles estarem aqui
e por serem igualmente importantes para mim.
─ Eu amo vocês.
Eu amo.
Eu dou uma boa mordida na minha comida, em seguida, limpo
minha boca com um guardanapo. ─ Obrigada por...
Cole chega ao meu lado oposto. ─ Você está bem agora, Bambi?
Cole aperta meu braço com mais força. ─ E nós pegamos você.
Eu sei.
Puta merda.
─ Uau.
Apoiando uma muleta contra a pia, toco o vidro, apenas para ter
certeza de que não estou alucinando.
Cabelo escuro comprido, pele bronzeada, olhos castanhos grandes,
maçãs do rosto salientes, nariz ligeiramente arrebitado e lábios carnudos.
Mas ainda é uma lembrança gritante do dia em que minha mãe tentou
me matar.
Meus seios não são enormes nem nada, mas definitivamente não
estou desapontada com o que a mãe natureza me deu.
Quero examinar o resto do meu corpo, mas minha bexiga começa a
protestar contra o meu pequeno espetáculo erótico, então cuido dos
negócios antes de voltar para o meu quarto de hospital.
Eu pego meu pai, irmãos, Sawyer e meu médico tendo o que parece
ser uma discussão bastante acalorada.
Oh, merda.
─ Você nunca está em casa. ─ Jace late para nosso pai. ─ Não há
como você cuidar dela.
Por mais que eu odeie ouvi-los discutir, Jace tem razão. Com
amnésia ou não, há uma coisa que definitivamente me lembro sobre meu
pai.
Sua ausência.
Estou tentada a lembrá-lo de que não sou uma criança, mas sei que
o coração de Jace está no lugar certo e ele está apenas cuidando de mim.
Eu sei que Jace ama Dylan, mas algo sobre ela me incomoda e não
tenho certeza do porquê. Desnecessário dizer que a perspectiva de morar
com ela não é exatamente algo que esteja ansiosa.
Papai olha para Jace. ─ Então está resolvido. Bianca está voltando
para casa.
Jace range os dentes com tanta força que estou surpresa que eles
não se transformam em pó. ─ Você tem certeza de que Nádia vai aceitar
bem?
Oh.
─ Eu não... eu não tinha ideia.
Quer dizer, eu quero que meu pai seja feliz e já se passaram dez
anos desde que mamãe morreu, então não é como se eu esperasse que
ele colocasse sua vida amorosa em espera ou algo assim.
Mas parte de mim - uma grande parte - não pode evitar sentir uma
pontada de tristeza avassaladora.
Por mais que me doa concordar, ele tem razão. Realmente não
parece que fizemos qualquer movimento para conhecer essa mulher com
quem papai vai se casar.
Embora, verdade seja dita, se minhas escolhas são viver com Jace e
Dylan contra papai e esta mulher Nádia, eu tenho que seguir meu
instinto.
Eu olho para meu pai. ─ Eu não me oporia em conhecer Nádia um
dia. ─ Meu olhar se fixa em Jace. ─ Mas, enquanto a oferta ainda for
válida, prefiro morar com você e Dylan.
Viver com Jace é muito mais confortável do que viver com uma
mulher que não me lembro de ter conhecido e meu pai sobre quem eu
também não sei muito.
─ Um: eu estou fazendo isso por Bianca, não por você, então não
pense que isso resolve a merda entre nós. E dois: Nádia não vai se mudar
para a casa da mamãe enquanto estivermos lá.
Posso dizer que papai quer discutir, mas ele é um homem inteligente
e pela primeira vez coloca os filhos em primeiro lugar. ─ Ela não vai se
mudar até depois do casamento. Você tem minha palavra.
Cole olha para Sawyer. ─ Você está pronta para uma mudança
temporária de endereço, Soldado da Bíblia?
Com isso, ela ri, dobrando-se como uma cadeira de jardim barata. ─
Ok, tudo bem. Se você realmente me quiser lá... eu farei isso.
Tão perfeita.
Mancando até a minha cama queen size, toco a colcha roxa de seda.
Uma porta com controle remoto para um armário? ─ Por que diabos
eu precisaria disso?
Cole solta uma risada. ─ Você não queria que ninguém roubasse
suas roupas.
Puta merda.
─ Sim. ─ Jace responde. ─ Você está pronta para o seu grande dia
amanhã?
Jace e Cole deixaram escapar que falar com o diretor era um código
para preencher um cheque para a escola.
Embora eu esteja nervosa por ter que explicar a todos que estou com
amnésia.
A surpresa me enraíza ao ver uma saia de líder de torcida azul e
branca, uma blusa combinando e um conjunto de pompons.
─ Mas ei. ─ Jace disse. ─ Você era próxima das garotas do time,
então tenho certeza de que quem quer que seja a nova capitã vai deixar
você andar com elas.
Jesus. Eles estão fazendo este lugar parecer uma maldita zona de
guerra, em vez de uma instituição educacional.
─ Ah, certo.
─ Cara, você esteve aqui uns quarenta anos atrás. ─ grita um cara.
─ Ninguém dá a mínima para você.
Quando ele o faz, ela sussurra algo em seu ouvido que faz com que
seus olhos se tornem escuros e turvos de luxúria.
Que nojo.
Jace olha para mim. ─ Pensando bem, acho que você pode lidar com
isso sozinha.
─ Obrigada. ─ murmuro para Dylan enquanto Jace pula para o
banco do motorista.
Parece que eu estava errada sobre ela porque ela é realmente muito
legal.
A garota franze o rosto. ─ Uau. Esse acidente deve ter levado todas
as células do seu cérebro também.
Morreu?
Amante lésbica?
Outra morte.
É tarde demais.
Ela me empurra, mas como eu não estou muito boa com os pés
ainda, eu balanço e me equilibro.
Alguma garota faz um som de engasgo fazendo com que todos riam.
─ Que desastre.
Ficou tão ruim que eu não tive escolha a não ser mandar uma
mensagem de texto para Jace e perguntar se ele poderia deixar outro
uniforme para mim.
Ele o fez, é claro, mas não fez nada para impedir os sussurros e
comentários maliciosos.
Para alguém que era tão popular, a velha Bianca não parece ter um
amigo de verdade à vista.
Podemos fofocar, elas podem me contar tudo que perdi desde que
parti, e posso conhecê-las novamente.
Fomos todas amigas uma vez, o que significa que elas devem ter
gostado de mim em algum momento.
Pego minhas muletas que estão encostadas na pia, mas elas são
arrancadas de mim. ─ Não tão rápido, vadia.
Eu olho em volta para todas elas. Não tenho certeza do por que elas
estão sendo tão más comigo, mas o puro ódio em seus olhos me diz que
tudo o que aconteceu entre nós é ruim.
Muito ruim.
─ Eu não...
Outro soco forte na minha bochecha faz minha cabeça girar.
Passado
Juro por Deus, essas putas sem valor não conseguiriam dançar para
sair de um saco de papel.
─ Talvez se você desse um tempo para ela, isso não teria acontecido.
─ rebate Caitlyn. ─ Já estamos praticando há três horas sem nem mesmo
um gole de água.
O mundo real não é justo e quanto mais cedo elas perceberem isso,
melhor.
Porque se elas querem manter seus lugares no meu time, elas vão
ter que trabalhar muito para isso, porque ser uma líder de torcida é mais
do que um uniforme bonito e pompons.
Com as mãos nos quadris, desço a fila, dando a cada uma delas suas
críticas diárias.
─ Bem, eu sugiro que você descubra isso, porra. Caso contrário, você
estará do lado de fora da escola amanhã de manhã vestindo uma
camiseta que diz: “Não sei contar até três porque sou uma idiota”.
─ Eu não vou adoçar isso, vaca. Perca dois quilos e meio ou vou tirar
sua bunda gorda do time. ─ Me inclinando, assobio: ─ Não me importo
com o que você oferece desta vez.
Morgan não é realmente gorda, mas não está em forma como o resto
de nós, o que significa que seus saltos não são altos o suficiente e são
perceptíveis.
Quando ela o faz, desenho a letra D com uma caneta preta. Então
desenho a letra E à sua esquerda.
Felizmente para ela, não posso expulsá-la do time porque ela é boa.
Muito boa.
A dor latejando em meu crânio é tão forte que minha visão fica
embaçada.
A única coisa que posso fazer é me enrolar como uma bola no chão
enquanto elas continuam me dando o que mereço.
─ Eu sinto muito.
1
Caneta permanente
Um momento depois, o líquido enche minha boca. Eu engasgo e
cuspo a água, tentando colocar um pouco de ar em meus pulmões, mas
não adianta.
Eu vou morrer.
E a pior parte é... não posso nem as culpar pelo que estão fazendo.
─ Diga a qualquer um que fizemos isso com você, e será dez vezes
pior da próxima vez. ─ sussurra Amber.
Tão inútil.
Por outro lado, a maior parte dos danos está na forma de hematomas
que fazem meu rosto e corpo parecerem um retrato pintado por números.
Por mais que eu aprecie sua oferta, não acredito que dois erros
façam um acerto.
Algo me diz que não posso dizer o mesmo sobre meu antigo eu.
Por melhor que seja ouvi-los se dando bem pela primeira vez, não é
isso que eu quero.
Jace olha para mim como se tivesse brotado outra cabeça em mim.
─ Por que não?
Cole esfrega a testa. ─ Cara, quem diria que as garotas podem ser
tão vingativas.
A expressão de Jace suaviza e pela primeira vez ele não está olhando
para nosso pai como se ele fosse sujeira na sola de seus sapatos.
─ E acredite em mim, você não quer ir lá. Esse lugar está cheio de
gangues e bandidos do lado ruim da cidade. ─ Cole estreita os olhos. ─
Sem falar que o time de futebol deles é péssimo.
─ Ainda assim, não quero que elas sejam presas... ─ Começo a dizer
até me lembrar de algo que Caitlyn me disse. ─ O acidente...
Eu digo a ele a verdade. ─ Caitlyn. Ela disse que meu... ─ Faço uma
pausa porque ainda estou tentando entender isso. Então, novamente,
nada sobre minha vida anterior me surpreende mais, então eu acho que
não está totalmente fora de questão. ─ Ela disse que minha amante
lésbica morreu no acidente.
Outra morte.
Jace olha para nosso pai. ─ Pensando bem, talvez um novo começo
não seja uma ideia tão ruim.
Quero lembrá-lo de que será difícil para mim fazer novos amigos
dessa maneira, mas então Cole diz: ─ Se alguém lhe oferecer drogas, não
aceite.
─ Mas não antes de chutá-los nas bolas. ─ Cole olha para mim. ─
Porque você nunca sabe. Eles podem ser do tráfico sexual.
Minha boca se abre. ─ Vocês dois já terminaram?
─ O que?
Porque eu sei que não adianta discutir com ele quando ele está
assim, eu abro a porta do carro e saio.
Eles não fazem nenhum movimento para sair, o que sem dúvida
significa que vão me ver entrar.
─ Sinto muito.
Não tenho ideia de quem ele é, mas o veneno por trás de seu olhar é
enervante.
─ Caralho.
Tá bom então.
─ Sim, existe. Sinto muito, Sra. Rodriguez, mas você vai precisar
encontrar outra pessoa. Eu não posso...
E se for esse o caso, preciso saber o que fiz para irritá-lo, porque não
quero enfrentar outra situação como a do RHA.
─ Olha, eu sinto muito por tudo o que eu possa ter feito a você.
Eu pisco ─ Sim?
Fazendo uma careta, ele se inclina. ─ Tudo bem, pare com essa
merda. Que porra você realmente está fazendo aqui?
Ele começa a gargalhar. ─ Cara, eu sempre soube que você era uma
lunática, mas isso? ─ Ele levanta as mãos. ─ Este é um nível totalmente
novo.
Sua língua encontra sua bochecha. ─ Bem, para começar, que tal a
vez que você photoshopou um pau de bebê no meu corpo e, em seguida,
espalhou como herpes para toda a nossa classe de calouros?
Eu estremeço.
─ Sim, oh. ─ Ele faz uma careta. ─ E eu ainda não esqueci aquela
noite na marina... ─ Ele desvia o olhar. ─ Pensando bem, isso não é
importante. Tudo o que importa é que também resultou em Cole me
atacando mais uma vez no meu trabalho.
O olhar magoado em seu rosto me diz que o que quer que tenha
acontecido naquela noite realmente importa. ─ O que aconteceu na
marina?
Ele ri, mas não há uma gota de humor. ─ Você sabe que ele não teve
nada a ver com o que Liam...
Tommy.
─ Stone?
─ O que?
─ Oh. ─ Meus dentes prendem meu lábio inferior. ─ Olha, eu sei que
você deve me odiar pelo que minha família fez ao seu irmão, mas você
acha que consegue me mostrar onde estão nossos armários e talvez uma
aula ou duas? ─ Eu encolho os ombros, impotente. ─ Já estou confusa o
suficiente e...
─ Quais?
Eu não gosto do som disso, mas que outra escolha eu tenho? ─ Com
toda certeza.
Eu pisco ─ Bourne?
─ Identidade Bourne.
Pegando meu garfo, opto pela mais segura das duas opções e
procuro nas batatas. Elas têm o gosto de serem feitos de papelão. ─ São...
interessantes.
Ele enfia uma garfada de carne na boca. ─ Desculpe, não está a sua
altura, princesa. Talvez você devesse voltar para sua escola particular
rica e chique.
Mas não tanto quanto ouvi-lo me reduzir a nada mais do que uma
princesa mimada.
Por um breve momento, algo pisca em seus olhos antes que fiquem
duros. ─ Oh, mas eu conheço.
Eu espero que ele vá atender, mas ele não o faz. Na verdade, ele
parece totalmente irritado por ela estar aqui. ─ Eu já disse a você,
Mercedes. Não temos nada para conversar.
Tenho aprendido coisas novas sobre mim todos os dias. Hoje aprendi
que sei um pouco de espanhol.
Ou de mim.
─ Oh, merda. ─ um de seus minions zomba. ─ Você vai deixá-la te
desrespeitar desse jeito, Mercedes?
Por que, oh, por que toda garota má parece ter uma ajudante idiota
incitando ela o tempo todo?
─ Não fui eu quem disse que você era. ─ eu a lembro. ─ Foi você.
Está claro que nossa pequena disputa verbal é demais para ela
aguentar.
Isso parece acalmá-la um pouco. ─ Sim, tudo bem. ─ Ela vira seu
olhar furioso para mim. ─ Isso não acabou, puta.
Meu sorriso é todo dentes. ─ Pela última vez, não sou uma pu...
─ Bianca?
─ Certo.
Mercedes e sua equipe se afastam e Stone se joga de volta em seu
assento.
─ Sim. ─ Ele limpa a garganta. ─ Mas pegar ela transando com meu
irmão quando ele estava nos visitando no mês passado colocou um fim
nisso.
Quero ressaltar que Tommy também não parece muito leal, mas é
óbvio que ele é muito próximo de seu irmão.
Dado que sou próxima dos meus, não posso culpá-lo por isso.
Compreensível.
Na verdade, eu tenho.
─ Não vou fazer uma piada racista, porque piadas racistas nunca
são engraçadas. Em segundo lugar, eu não julgo as pessoas ou sua
inteligência com base em sua raça ou etnia. E eu com certeza espero que
ninguém me julgue com base na minha.
Minha mente voa de volta para a época em que mamãe levou Liam e
eu ao shopping e uma mulher gritou que ela e seus filhos ingratos
deveriam voltar para a Índia porque não éramos queridos aqui.
Minha mãe tinha orgulho de ser indiana e queria que nós também
tivéssemos orgulho disso. Ver o olhar arrasado em seu rosto quase me
matou.
─ Sim.
─ Uau. ─ Cole grita quando passa por mim na escada. ─ Onde está
o fogo?
Oque me lembra.
─ Jace?
─ Sim?
Droga.
─ Obrigada.
─ Oi.
Eu levanto uma sobrancelha. ─ Oi.
Eu sei que Jace e Cole disseram que eu era uma louca por comida
saudável antes do acidente, mas eu simplesmente não entendo como
alguém pode viver sem chocolate.
A confusão se espalha por seu rosto. ─ Por que diabos Jace e Cole o
odiariam?
Eu pego meu brownie. ─ Não tenho certeza, mas tem algo a ver com
o irmão dele. ─ Eu gemo internamente. ─ Aparentemente, nós
arruinamos a vida dele, o que não é justo porque Stone é...
─ Certo.
Não é preciso ser um gênio para descobrir que ela tem conhecimento
de algo que eu não.
─ Sawyer?
─ Sim?
Ela para de andar e olha para mim. ─ Você disse que Jace e Cole
arruinaram a vida do irmão dele?
Ela estremece. ─ Sim, isso não é... ─ Ela levanta um dedo. ─ Eu volto
já. Não vá a lugar nenhum.
Tudo o que fiz foi contar a ela sobre um garoto de que gosto na
escola. Eu não tenho certeza porque ela está sendo tão exagerada em
tudo.
─ Que apelido?
─ História. ─ ela sussurra, sua voz soando tão abalada quanto eu.
─ Porque a história sempre se repete.
Eu vou matá-lo.
Assim como a maior parte de sua dor, ele a manteve bem escondida.
É exatamente por isso que eu peguei um Uber para Cluck You logo
após chutar Sawyer e Dylan para fora do meu quarto.
─ Você. Você mentiu para mim, Stone. Você me olhou bem nos olhos
e mentiu. ─ Odeio a forma como minha voz treme, mas não tenho controle
sobre isso. ─ Eu pensei que éramos amigos. Eu pensei...
Stone bufa. ─ Devia saber que eles iriam chegar até você mais cedo
ou mais tarde.
─ Chame. ─ eu grito.
O Sr. Gonzales levanta as mãos. ─ Não. Sem pausa para você. Você
fez com que aquela garota malvada viesse aqui e arruinasse meu negócio
de novo!
De novo?
─ Por favor. ─ ele insiste. ─ Eu preciso falar com Bianca. ─ Ele cruza
os braços. ─ Além disso, você me deve, por nunca apresentar queixa
contra seu namorado.
Ela aponta para seu anel de noivado. ─ Noivo. ─ Mesmo que esteja
claro que ela não quer, ela cede. ─ E tudo bem, você pode falar com ela,
mas eu juro por Deus, se você a chatear, eu vou te machucar.
─ Porque ele é meu irmão. ─ ruge Stone. ─ Meu pai está na prisão
desde que eu tinha oito anos e Tommy praticamente me criou. ─ Ele bufa.
─ Além disso, é você quem está falando, princesa. Seus irmãos também
não são exatamente pessoas honestas. Acredite em mim, eles tiveram sua
cota de terror.
─ O que...
Isso pode ser verdade. No entanto, Liam é a linha que você não
cruza.
Nunca.
─ Liam. ─ eu sufoco. ─ Liam era uma boa pessoa. Mais do que bom.
Ele era bom e gentil. Compassivo. Ele não merecia a tortura que Tommy
infligiu a ele. ─ Eu o olho diretamente nos seus olhos. ─ E eu não posso
ser amigo de alguém que não pode ver isso.
Mesmo que minha família não tenha começado esta guerra, eu estou
terminando.
Vai entender. O único amigo que fiz, é aquele que não posso manter.
Realmente gostei.
Meu estômago embrulha quando vejo Sawyer tendo o que parece ser
uma discussão acalorada com seu chefe.
A próxima coisa que sei é que seus braços estão em volta de mim e
minhas muletas estão caindo no chão.
Estou surpresa por dois motivos. Um, esta é a primeira pessoa fora
da minha família que parece legitimamente feliz em me ver após o
acidente.
Ela segura meu rosto com as mãos. ─ Eu sei que a última vez que
nos vimos você disse que estava acabado, mas...
Hoje é o dia que todo mundo beija a Bianca e bagunça a cabeça dela?
Passado
É tudo que posso fazer para não rir. A garota tem sido um espinho
na minha vida desde o ano passado. Entre zombar de mim a cada chance
que tinha, constantemente ameaçando me expulsar do time, assim que
ela se tornasse a capitã oficial... e outras coisas, era o suficiente para me
fazer pensar em despejá-la em um tanque de ácido sulfúrico.
Mas agora a maré mudou e, aos poucos, estou tirando tudo dela.
Sua popularidade.
Por enquanto.
Puta merda.
O prazer chia pela minha espinha enquanto sua boca quente faz
uma sucção ao redor do meu clitóris. ─ Porra. Bem desse jeito.
Meu estômago aperta quando vejo uma figura escura e sombria nos
observando.
Até que ele entra em foco e eu perceba que ele não é apenas uma
aberração aleatória, afinal.
Meu arqui-inimigo.
─ Sim. ─ eu assobio.
Eu preciso que ela saia para que eu possa cuidar de Stone sozinha.
Eu não quero que ela saiba que ele estava nos gravando porque ela vai
pirar e tornar tudo pior e então ele nunca vai desistir de tudo.
─ Me dê o telefone. Agora.
A menos que ele seja cego, é óbvio que tudo o que aconteceu entre
nós foi consensual.
Até parece. ─ Você deve ter perdido a parte em que ela estava
claramente se divertindo. ─ Eu deixo cair meus olhos em sua virilha. ─ E
pelo que parece, ela não era a única.
Mãos nos quadris, eu olho para ele. ─ Então, por favor, diga, qual é
o sentido de sua pequena birra moral, DaSilva?
Duh.
─ Uau o quê?
Ele está quase no fim do cais quando eu grito: ─ Então você gostou.
Eu sabia.
Pensando rápido, corro até o seu carro antes que ele entre. ─ Olha,
tem que haver algo que você queira.
A bile sobe pela minha garganta quando fica claro para mim o que
vou ter que fazer para pegar o telefone dele.
Não tenho escolha, porque não vou deixá-lo colocar esse vídeo em
um site pornô.
Pego sua mão e a coloco no meu peito. ─ Todo mundo quer alguma
coisa, Stone.
Ele puxa a mão de volta como se tivesse sido queimado. ─ Não estou
interessado.
E ele foi.
Portanto, sou capaz de fazer coisas com Stone que vão fazer sua
cabeça girar e seus dedos do pé se enrolarem.
Pobre e doce Stone, parece que está lutando uma batalha interna
consigo mesmo.
Minhas dúvidas sobre fazer isso são o suficiente para fazer minhas
entranhas se agitarem.
Stone deve sentir isso porque diz: ─ Esqueça. Eu não quero que você
faça algo que você não...
Dito isso, não posso negar a sensação doentia de prazer que sinto
por tê-lo à minha mercê assim.
Posso estar de joelhos, mas é óbvio que ele não está no controle.
Eu estou.
Seu rosto se contorce quando eu o levo fundo na garganta
novamente, tentando o meu melhor para descobrir onde ele colocou seu
telefone, já que ele não o está mais segurando.
Eu sei.
Ruídos baixos e ásperos saem dele enquanto ele fode meu rosto. ─
Merda.
Meu coração bate mais rápido. Cada centímetro dele está duro e
tenso com a excitação, pronto para explodir a qualquer momento.
Concentre-se, Bianca.
Prêmio.
Raiva misturada com nojo aperta suas feições enquanto ele levanta
a camisa e enxuga o rosto.
Missão cumprida.
Não tenho ideia do que minha idade tem a ver com qualquer coisa.
Jesus. A audácia.
─ Não, eu não...
Não tenho chance de terminar minha frase porque ele me empurra
para a água.
Capítulo Dezessete
A culpa pinica meu peito porque ela era a última pessoa na minha
mente.
─ Sim?
─ Aí está você. ─ Sawyer diz. ─ Estive procurando por você por toda
parte.
Eu olho para Morgan. ─ Eu tenho que ir, mas posso te ligar mais
tarde para que possamos conversar mais sobre isso?
Olhos quentes se movem sobre mim como lava, enviando uma onda
de calor por mim.
A velha Bianca pode não gostar de Stone... mas a nova Bianca gosta
muito.
Pena que ter sentimentos por ele trai as pessoas de quem mais gosto.
─ Diga que o que Tommy fez foi errado. ─ A raiva percorre minhas
bochechas e me encontro olhando feio para ele. ─ Olhe nos meus olhos e
diga que ele é um pedaço de merda sem coração.
Eu passo mancando por ele. ─ Parece que não sou a única covarde.
─ Meu? ─ Eu questiono.
─ Sim.
Não tenho certeza do por que ele fez isso, mas é uma vergonha, um
carro tão bom e caro ficar parado lá e apodrecer.
Passado
─ S-s-sente no c-c-carro por um m-m-minuto. ─ Liam insiste
enquanto me arrasta para o carro do nosso pai.
Cruzando meus braços sobre meu peito, eu bato meu pé. ─ Não.
Não tenho ideia de onde ele quer chegar com isso. ─ Duh. Onde você
quer chegar?
─ A-a-abra os olhos.
Mamãe sempre dizia que nos amava e que era importante falarmos
todos os dias, mas desde que ela morreu...
Junto com o amuleto de penas de prata, fiz um par logo após sua
morte.
Foi minha maneira de reconhecer que ele era meu anjo da guarda.
Já que eu nunca o teria tirado, tem que estar por aqui em algum
lugar.
A menos que…
Meu coração cai. ─ Você acha que eu perdi no acidente?
Jace aperta meu ombro. ─ Vou te dizer uma coisa, depois que eu
deixar você na escola, vou correr até a delegacia de polícia e o hospital
para ver se ele está lá.
─ Carmen disse que viu você na Cluck You outro dia. ─ Antes que eu
possa lembrá-la que é um país livre e perguntar qual é o problema,
Mercedes bate a mão na mesa, fazendo minha bandeja chacoalhar. ─ Eu
só vou te dizer uma vez, puta. Fique longe do meu homem ou você vai
conhecer essas mãos.
Quero perguntar se ela é cega porque Stone e eu não nos falamos
há mais de uma semana, mas isso só daria a impressão de que estou me
curvando diante dela.
Ela gira a cabeça. ─ E se você sabe o que é bom para você, você vai
deixá-lo em paz. Não me faça ter que te dizer de novo.
─ Uau o quê?
─ Bianca não tem nada a ver com isso. Eu não quero mais você,
Mercedes. Você precisa enfiar isso na sua cabeça dura e parar de agir
como uma perseguidora obcecada.
Não demorou muito para localizar Stone. Ele está afundado até os
cotovelos em purê de batata e molho. Dando a todos que passam por ele
uma porção generosa com um grande sorriso em seu rosto bonito.
Maldito seja meu coração ainda mais por falhar uma batida.
Droga.
Bem, na verdade não. Mas ei, por que não? Está muito lotado e
parece que eles precisam de um par extra de mãos.
─ Absolutamente. ─ declaro.
Seu chefe pode não gostar muito de mim, mas abrir seu restaurante
para alimentar os sem-teto e menos afortunados no jantar de Ação de
Graças é louvável e seria incrível fazer parte disso.
─ O que?
Oh, merda. Sou grata por minhas muletas, porque minhas pernas
estão definitivamente se transformando em gelatina.
─ Sim?
─ Ele estava errado.
─ O que?
Preciso ter certeza absoluta de que entendi o que ele está dizendo.
Mesmo que o que ele disse seja verdade, eu sei como deve ter sido
difícil para ele admitir.
Especialmente agora que sei que ele está do lado certo das coisas.
Algo me diz que ela também é o tipo de garota que gosta de deixar
suas luzes de Natal acesas até fevereiro.
─ Eu preciso de um favor.
─ Sério?
─ Eu sei, mas você sabe como Jace e Cole são superprotetores. Eles
vão perder a cabeça se descobrirem que estou saindo com Stone, o que
realmente não é justo, porque ele é um cara bom. Além disso, pensei que
éramos amigas?
Porcaria.
Cole está longe de ser burro, mas não é segredo que - ao contrário
de sua noiva - ele prefere esportes a estudos.
Ela pensa sobre isso por um momento. ─ Provavelmente não. ─ Ela
balança a cabeça. ─ Mas Jace pode.
─ Tá bom. ─ Ela lança seu olhar para Stone, que está ouvindo nossa
conversa com interesse expresso. ─ Mas não há nenhuma maneira de
você pedir a Stone que a leve mais tarde, porque se eles o virem, vão
perder a cabeça. ─ Ela esfrega as têmporas. ─ Vou buscá-la no
apartamento dele e levá-la para casa. ─ Ela aponta dois dedos para os
olhos e depois para Stone. ─ Você tem três horas, DaSilva. Não faça eu
me arrepender.
Stone coloca a mão sobre o coração. ─ Serei o cavalheiro perfeito.
Você tem minha palavra.
─ O que?
─ Você precisa contar a seus irmãos sobre Stone. Mais cedo ou mais
tarde.
─ Eu vou.
Eventualmente.
Capítulo Vinte e Um
Olhos escuros me avaliam. Não tenho certeza do que ele vê, mas sua
expressão fica triste. ─ Droga. Deve ser muito difícil. ─ Ele inala
profundamente. ─ Isso me deixaria louco não saber as coisas que
aconteceram ou o que me transformou na pessoa que sou hoje.
Estou tão envolvida com o que está acontecendo entre nós que mal
ouço a batida na porta.
Meu ciúme deve ser evidente porque ele ri e diz: ─ Você deveria ver
seu rosto agora. ─ Inclinando-se, ele acrescenta: ─ Não se preocupe. Ela
também é a mulher que me deu à luz e me criou.
─ Como quiser.
Eu posso ver de onde Stone herdou sua boa aparência, porque ela é
absolutamente linda.
O fato de ele falar com sua mãe sobre mim é... uau.
Que novidade.
Impressionante.
É difícil não ficar ofendida. ─ Você acha que está perdendo seu
tempo comigo?
─ Eu confio em você.
Minha mente diz que estamos indo muito rápido, mas meu coração
quer tudo o que ele está oferecendo.
Não tenho certeza se ela percebe a tensão em minha voz, mas Jace
definitivamente percebe.
─ Tudo certo?
Ela o enganou.
Ela tinha que saber o que Liam sentia por ela, e ainda assim, ela foi
ao baile com ele.
─ Eu gosto de lá.
Eu aponto meu olhar para ela. Ela prometeu que manteria o nosso
relacionamento em segredo por mais um tempo.
Jace toma um gole de sua bebida. ─ Bem, estou feliz que você esteja
fazendo alguns amigos.
Não sei dizer se ela sabe de mim ou não, mas não gosto disso.
Não tenho certeza de onde vem toda essa raiva, mas estou tremendo
com a força dela.
Eu sei que Jace a ama, mas odeio que ele não veja o papel que ela
desempenhou em tudo isso.
Bianca: Ei.
O lindo pôr do sol rosa reflete na água e não posso deixar de admirar
como ele é lindo.
Por que - na noite em que ele mais precisava de mim - ele não
estendeu a mão?
Não tenho certeza de qual é a razão por trás do meu novo conjunto
de lágrimas agora.
O colchão do quarto.
E então eu soluço até que não haja mais lágrimas para chorar.
Capítulo Vinte e Três
Stone tem sido a luz no final de um túnel muito longo e muito escuro
e ser forçada a dizer adeus a isso vai doer muito.
─ Meus irmãos são tudo para mim. O que significa que nunca vou
colocar ninguém antes deles. Nunca.
E porque eles são minha família e eu os amo... Vou fazer o que eles
quiserem e ficar longe.
Acho que nunca pensei nisso antes. ─ Você realmente acha isso?
Eu também estou.
O som dele baixando meu zíper é tão alto que quase ecoa.
─ Stone.
Ele estuda meu rosto enquanto me trabalha. ─ Você vai gozar pra
mim?
Passado
É preciso tudo em mim para não revirar os olhos. Sua paixão por
Dylan está se tornando totalmente consumidora.
─ Liam...
─ Eu entendo agora porque m-m-mãe s-s-se matou. ─ A agonia em
seus olhos me faz querer desmaiar. ─ N-n-nós n-n-não a amamos o s-s-
suficiente.
Tanto, que luto contra a raiva que tenho por ela diariamente.
Tanto, que a cada dia que passa eu gostaria de ter feito algo -
qualquer coisa - para salvá-la.
Tanto, que gostaria que fosse eu quem tivesse morrido em vez dela,
porque talvez, apenas talvez, Liam não ficasse tão chateado o tempo todo
e eu não teria que continuar pressionando ele para manter em segredo o
verdadeiro motivo de sua morte.
Tudo que sei é que ele estava sofrendo e sentindo que ninguém
jamais iria amá-lo, então eu queria provar que ele estava errado.
Estou prestes a prometer com o dedo mindinho que nunca vou fazer
isso de novo, mas não posso, porque ele sai correndo do meu quarto,
batendo a porta atrás de si.
O vômito sobe pela minha garganta e eu me levanto, empurrando a
mão de Stone para fora do caminho.
Oh, Deus.
Ou a qualquer um.
Muito erradas.
É muita coisa.
Ninguém irá.
Isso não.
Porque acho que finalmente sei o motivo pelo qual Liam não veio até
mim na noite em que se matou.
Meu irmão foi a melhor coisa que já aconteceu com ela e ela o está
traindo?
Dylan e Sawyer abrem a boca para falar, mas eu não dou chance a
elas.
─ Wow nada. Ajudar Dylan a trair meu irmão foi errado e você sabe
disso.
Dou um passo em sua direção. ─ Você quer saber? Eu acho que você
deveria ir.
Ela pega sua bolsa da mesa de centro. ─ Essa é uma ótima ideia. ─
Ela olha para Jace. ─ Eu voltarei para pegar o resto da minha merda mais
tarde.
─ Você não sabe do que diabos está falando, Bianca. ─ Jace fala.
Estou prestes a perguntar do que ela está falando, mas ela passa
por mim.
─ Soldado da Bíblia. ─ Cole grita atrás dela, mas ela acena para ele.
Posso não gostar de Dylan pelo que ela fez no passado, mas estou
disposta a ouvir o lado dela das coisas porque Jace está tão miserável
sem ela que é difícil olhar para ele.
─ Podemos conversar?
Seus olhos se estreitam. ─ Depende, você vai me chamar de puta de
novo?
Mas se for esse o caso, não sei o que fazer com o que ouvi esta
manhã.
Eu amo Jace, mas colar fotos de seu pai em toda a escola foi uma
merda.
─ Eu sinto muito.
Ela se estatela no outro lado do sofá. ─ Sim, eu também.
─ Por quê?
─ Hum... ─ Ela engole em seco. ─ Bem... vamos apenas dizer que ele
cometeu um erro muito grave e seu irmão não pensa mais que ele é uma
boa pessoa.
Jace é a pessoa mais teimosa que já conheci, mas não posso vê-lo
proibindo Dylan de ver seu próprio pai.
Mas se ele fez, bem... acho que posso ver por que ela queria se
esgueirar.
Faz sentido agora porque Sawyer disse que ela está colocando sua
própria dor em banho-maria para estar ao lado de Jace.
De mim.
Eu sei que ela só está dizendo isso para me fazer sentir melhor, mas
não faz.
Não tenho certeza se acredito nisso. ─ Você tinha que saber que ele
tinha uma queda por você.
Ela me olha nos olhos. ─ Eu não sabia. Liam sempre foi bom e doce
comigo, mas nunca pensei que fosse nada mais do que Liam sendo Liam,
porque ele era assim com quase todo mundo. ─ Seus olhos se fecham. ─
Além disso, meus sentimentos por Jace eram tão intensos... ele era tudo
que eu podia ver. ─ Ela olha para baixo. ─ Ele é tudo que eu sempre quis
ver.
Meu coração dói por Liam. Ele nunca teve uma chance.
─ Ah.
─ Bianca?
─ Sim?
─ Dylan?
─ Sim?
Ela não tem chance de terminar a frase porque Jace a beija como se
ela fosse o oxigênio que ele precisa para respirar.
Bom.
Capítulo Vinte e Seis
Eu sei que ele não gosta de sair com o pessoal da nossa escola - ou
qualquer outra pessoa - mas eu frequento a Royal Manor High há quase
um mês e estaria mentindo se dissesse que não quero socializar um
pouco.
Adoro que ele esteja tentando me proteger, mas preciso interagir com
outras pessoas além dele e de minha família.
─ Mais uma razão para você vir comigo. ─ Eu pisquei meus cílios,
esperando que ele cedesse. ─ Dessa forma, você pode ser meu guarda-
costas.
Ele desliza dois dedos sob meu queixo, virando meu rosto para olhar
para ele. ─ Não fique brava comigo, Bourne. É só porque me importo com
você. ─ Inclinando-se, ele beija meus lábios. ─ Muito.
Depois de aplicar brilho labial e verificar meu telefone para ver onde
está meu Uber, pego minhas muletas e desço as escadas.
─ Para onde você está fugindo? ─ Jace questiona quando ele me vê.
Porra.
─ Ah.
Jace embaralha seus pés como se quisesse dizer algo, mas ele está
hesitante por algum motivo.
Ele solta um suspiro. ─ Acho que o que estou tentando dizer é que
se você e essa garota, a Mercedes são mais do que amigas... não quero
que sinta que não pode trazê-la aqui. ─ Seus olhos cortaram para os
meus. ─ Gay, hetero, bi... seja lá com o que você se identifique. Você é
minha irmãzinha e sempre vou te amar e apoiar.
Oh, puxa.
─ Isso significa que você finalmente vai trazê-la para casa, para que
eu possa conhecê-la?
─ Olá bebê. O que uma gostosa como você está fazendo sozinha?
Nojento.
Já que ele não me cumprimentou com ‘Ei, baby,’ eu decido ser legal.
─ Ei.
─ Acidente de carro.
Sério?
─ Passo.
Passado
─ Eu também.
Ao contrário do álcool que atravessa seu sistema, estou bêbada por
pura vingança.
─ Uau. ─ ela sussurra contra a minha boca. ─ Você beija tão bem.
─ Por q...
Sua língua circula meu mamilo antes de sugar sua boca em torno
dele. ─ Você tem seios realmente bonitos.
Ela ri. ─ Você se viu? Você é tipo... fora deste mundo, linda. Tão
exótica.
Separando suas coxas, ela circunda sua entrada com o dedo. ─ Tipo
isso?
─ Dê-me mais, sexy. Esfregue esse clitóris para mim.
Com a cabeça caindo para trás, ela faz o que peço. ─ Deus, estou
tão bêbada agora.
Não, ela não está. Se ela estivesse tão bêbada, estaria vomitando ou
desmaiada... não me pedindo para cair em cima dela.
Ela só quer uma muleta para culpar suas ações - neste caso, brincar
com uma garota - para que ela não tenha que assumir a
responsabilidade.
Sua e dele.
Mantenha seus amigos por perto e seus inimigos mais perto ainda.
Capítulo Vinte e Sete
Eu sabia que meu antigo eu, era fodido, mas isso é... armar para ela
assim...
Me deixa doente.
Eu arruinei a vida dessa pobre garota... e agora ela não tem mais
uma.
Uma vez que estou calma o suficiente, pego minhas muletas e manco
de volta escada abaixo.
Posso não ser capaz de dizer a ela que sinto muito, mas não é tarde
demais para ir para casa e fazer a coisa certa.
─ Alguém chame a polícia! ─ uma garota grita quando entro na sala
de estar.
─ Eu disse a você. ─ o outro cara diz. ─ Não estou com ele agora.
O primeiro cara puxa uma arma da cintura e atira uma bala no teto,
fazendo meus ouvidos zumbirem tanto, que automaticamente os cubro
com as mãos. ─ Então eu acho que você não me dá escolha, filho da puta.
Puta merda. Stone me disse que essas festas saíam do controle, mas
eu não achei que ele queria dizer isso.
Meu coração está batendo tão forte que tenho medo de que saia
batendo forte do meu peito.
Oh, Deus. Ele vai atirar nele bem aqui na frente de todos.
─ Ei...
─ Você está falando sério? ─ Ele grita. ─ Eu disse para você não ir.
Eu quero discutir com ele, dizer que falou que eu não deveria ir, mas
agora não é hora para semântica.
─ Estou indo.
Estou prestes a chegar, mas ele sai do carro, seus passos largos
corroendo o chão entre nós em um piscar de olhos.
Uau. Eu sei que ele está chateado, mas isso é... excessivo.
─ Eu estava errado.
O remorso genuíno em seus olhos me diz que ele quis dizer isso, mas
ainda assim.
Além disso, a forma como ele agiu antes, não é o normal dele. Em
absoluto.
Não apenas para a mãe de Stone, que teve que suportar algo tão
brutal e terrível, mas por Stone que também teve que passar por isso.
─ Eu sinto muito.
Eu acredito nele.
Eu também não posso deixar de pensar. ─ Você disse que seu pai
está na prisão, certo?
─ Sim.
─ Que merda?
Stone poderia ter seguido o mesmo caminho que seu pai fez, mas
não o fez.
Ele parece ainda mais confuso enquanto aponta para sua ereção
furiosa. ─ Confie em mim, o que estávamos fazendo, deixou meu pau
duro como pedra. Você é mais quente do que qualquer pornografia.
Eu riria se não fosse uma situação tão terrível. ─ Não é por isso que
eu estava perguntando. ─ Eu olho para o chão. ─ Tive outro flashback na
festa.
─ O que aconteceu?
Não quero contar a ele porque não quero que ele me julgue, mas
preciso de alguém em quem confiar.
Sua expressão fica séria. ─ Bianca, seja o que for, você pode me
dizer.
─ Ok, então você ficou com uma garota... de novo. Nada demais.
─ O que?
Na verdade, eu sei.
Apesar de ser o sujo falando do mal lavado e o carma pelo que fiz a
Hayley, estou chateada.
A velha Bianca pode merecer isso, mas eu não.
Oh. ─ Realmente?
Realmente quente.
Afundando de joelhos, puxo seu zíper para baixo e o puxo para fora.
─ Merda.
Uma rápida olhada no meu telefone me diz que Jace ligou três vezes
na noite passada, Cole ligou uma vez e Sawyer me mandou mensagem
duas vezes perguntando se eu estava passando a noite com ‘Mercedes’.
Porcaria.
Eu fico boquiaberta com ele. ─ Você está louco? Eu preciso que você
me leve para casa.
─ Agora?
─ Brian O'Conner?
Ah, merda.
Droga.
─ Stone. ─ eu estalo.
─ O que? ─ ele diz quando eu saio de seu carro. ─ Eles iam descobrir
sobre nós em breve, Bianca. Você mesmo disse.
Ele grita a última parte tão alto que poderia acordar os mortos.
Eu não posso.
─ Ele não está mentindo. ─ eu digo, mais alto desta vez. ─ Stone e
eu estamos namorando.
─ Pare com isso, Colton. ─ Sawyer diz, suas mãos empurrando seu
peito. ─ Brigar com Stone não resolverá nada.
─ Talvez não. ─ ele rosna. ─ Mas com certeza vai fazer eu me sentir
bem.
Antes que eu possa impedi-lo, Stone sai do carro. ─ Você quer lutar
comigo novamente, Covington. ─ Ele dá um tapa no peito em um convite.
─ Vá em frente. Chute minha bunda para sempre. ─ Seus olhos se voltam
para mim. ─ Mas isso ainda não mudará o fato de que eu amo sua irmã.
Os olhos de Cole se voltam para mim. ─ Por favor, me diga que isso
não está acontecendo, porra.
Sawyer esfrega suas têmporas. ─ Olha, eu sei que vocês dois estão
com raiva, mas Stone é um cara bom e ele a faz feliz...
O rosto de Sawyer cai. Ela parece tão indefesa que meu coração
dispara.
─ Para com isso. Eu nem quero estar perto de você agora. ─ Seus
olhos caem sobre mim. ─ Qualquer um de vocês.
─ Diga algo.
Mas nunca esperei que ele olhasse para mim como se eu o tivesse
esfaqueado pelas costas.
Por um lado, eu deveria estar ofendida porque Stone acha que minha
alma é negra, mas por outro?
─ Hã?
Um lindo pesadelo.
─ Oh... aquilo. ─ Ele limpa a garganta. ─ Estou feliz que você gostou.
─ Gostei? ─ Meu coração bate tão forte que parece que pode ficar
marcado nas minhas costelas. ─ Eu amei.
Mas não quero dizer a ele algo tão importante pelo telefone.
Ele suspira. ─ Eles não podem proibir você de me ver, você sabe.
Você tem dezoito anos.
Se fosse assim tão simples. ─ Eles não estão me proibindo de ver
você.
─ Então, não estamos nos vendo porque você não quer. ─ ele retruca.
─ Entendi...
─ Cole. ─ Eu dou uma olhada nele. ─ Sawyer não mentiu para você
porque ela queria. Ela mentiu porque eu implorei. Inferno, eu
praticamente a obriguei a isso.
─ Então o que...
─ Porque você não me contou. ─ ele late. ─ Eu sei que não sou o
melhor irmão e Liam era o seu favorito e você considera Jace seu pai. Eu
só queria... ─ Sua frase desaparece.
Sua confissão fez meu coração apertar. Não importa o quão próxima
eu era de Liam ou o quão próxima eu seja de Jace, Cole ainda é meu
irmão.
─ Um pouco? ─ ele grunhe. ─ Vou ter que melhorar meu jogo então.
Chame aquele punk...
Outro escárnio. ─ Sim, bem, é melhor ele saber o que é bom para
ele.
Caramba, valeu.
Dado que isso é o melhor que vou conseguir dele por agora, deixo de
lado.
Isso é um alívio.
Sim, mas quando? Jace não disse uma única palavra para mim
desde o incidente na garagem.
─ Certo.
─ Posso entrar?
Silêncio.
─ Você não pode me ignorar para sempre, você sabe disso, não é?
Nada.
Capítulo Trinta e Um
─ Por quê?
─ Porque eu queria irmãos. Eu não queria lidar com uma irmã com
quem nunca poderia me identificar. ─ Ele me lança um olhar. ─ Mas no
dia em que mamãe colocou você em meus braços, esse intenso senso de
obrigação, se apoderou de mim e eu jurei ali mesmo que sempre
protegeria você. ─ Zombando, ele balança a cabeça. ─ Eu não sabia disso
naquela época, mas Deus é um comediante, porque minha irmãzinha
acabou sendo exatamente como eu - insanamente teimosa e cautelosa,
mas ferozmente leal àqueles que ama. ─ Ele encontra meu olhar. ─
Inferno, provavelmente deveríamos ser nós os gêmeos em vez de Cole e
Liam.
Ele joga de volta para mim. ─ Mas só porque estou chateado, não
significa que te amo menos.
Por mais feliz que eu esteja por termos conversado, nossa conversa
ainda me deixa insegura e há algo que eu realmente preciso que ele saiba.
─ Jace?
─ Sim?
Curvando-se, Stone beija meus lábios. ─ Estou feliz por estar aqui.
Não tenho certeza do que fazer com a expressão em seu rosto. ─ Você
me deu um presente?
─ Agora mesmo?
─ Sim. ─ eu quase grito.
Mal posso esperar para ver seu rosto quando ele desembrulhar o
DVD autografado de Identidade Bourne.
Ele me envolve em um abraço tão forte que rouba todo o ar dos meus
pulmões. ─ Você é incrível, sabia disso? ─ Sua voz cai um pouco. ─ Eu
me sinto uma merda por não ter comprado nada para você agora.
Bem, isto é constrangedor. Não porque estou chateada por ele não
ter me dado um presente - verdade seja dita, eu nunca esperei que ele
desse, devido sua situação financeira e tudo - mas eu sei como Stone é e
não quero que ele se culpe por isso.
─ Sim.
Ele.
─ De que?
Oh, cara.
─ O que há de errado?
Ele olha para baixo. ─ Eu deveria ter te contado antes de você sair
de casa, mas fiquei com medo de que você não aparecesse e realmente
queria te dar o seu presente.
─ Quem?
─ Tommy.
Dou o máximo de mim para não apunhalar o filho da puta com meu
garfo.
Até sua própria mãe parece aborrecida com ele. ─ Tommy, pare de
ser rude com nossa convidada.
Eu vou matá-lo.
Tommy revira os olhos. ─ Não me diga que você ainda está chateado
com aquela vadia da Mercedes. Como eu disse, eu te fiz um favor. ─ Ele
pisca para mim. ─ Além disso, você tem esse belo traseiro agora.
Piscando, ele enfia mais comida em sua boca. ─ Por morar com o
seu irmão de merda...
Eu olho a faca que Stone usou para cortar o peru queimado e debato
internamento sobre mergulha-la em seu peito.
─ Você quer saber? Você está certo, estou sendo um idiota. ─ Ele
ergue o copo. ─ Vamos brindar ao casal feliz.
Stone dá um longo gole em sua bebida. ─ Não vou saber por mais
alguns meses.
─ Não se preocupe. ─ Ele aperta seu ombro. ─ Você é muito
inteligente, irmão. Você consegue.
Tommy vira seu olhar para mim. ─ Mas eu estou supondo que se ele
não fizer isso, você vai dar um fora na bunda dele, hein?
─ Você... uau.
─ O que? ─ Ele aponta o garfo para mim. ─ Todos nós sabemos que
a única razão pela qual alguém como você está com Stone é porque ele
está crescendo.
─ Não venha chorar para mim quando ela se cansar de ficar na favela
e passar para outro otário. ─ Tomando um gole de sua cerveja, ele estreita
os olhos. ─ É assim que meninas como ela funcionam.
Com isso, vou até o banheiro para jogar um pouco de água fria no
rosto e me lembrar de que cometer homicídio é errado.
Eu vou passar por ele, mas ele fica na frente da porta, bloqueando-
a.
─ Saia do meu caminho.
Sua pergunta me choca. Não por causa do que ele está pedindo, mas
pela sinceridade por trás disso. Como se ele estivesse realmente
preocupado com o bem-estar de Stone.
─ Que porra você está fazendo? ─ Tento afastá-lo, mas ele é mais
forte do que eu. ─ Sai de cima de mim, porra.
Ele agarra meu rabo de cavalo com tanta força que grito. ─ Você e
seus irmãos são a escória, Covington. E se você acha que vou ficar parado
e deixar você machucar meu irmão, você está louca, sua vadia.
A bile sobe pela minha garganta enquanto ele enfia a mão na minha
saia e bate sua boca contra a minha.
Stone parece tão ferido, tão traído... isso suga todo o oxigênio da
sala.
Tommy tenta se defender, mas ele não é páreo para a raiva que Stone
desencadeia sobre ele. O próximo soco é tão forte que o sangue escorre
de seu nariz.
Agarrando-o pela gola da camisa, Stone empurra seu irmão contra
a parede. ─ Nunca mais toque nela de novo, seu mentiroso, pedaço de
merda, drogado.
Uau.
Não fazia ideia de que Tommy estava drogado, embora agora faça
muito sentido. Não que isso desculpe seu comportamento.
Tommy uiva de dor, mas Stone ainda não terminou com ele.
Com o peito arfando, seu olhar desliza para mim. ─ Você está bem?
─ Você está?
Não consigo imaginar o quão difícil deve ter sido para ele.
─ Eu sinto muito.
É tudo o que consigo pensar, porque não sei as palavras certas para
dizer ou como tornar isso melhor para ele.
Graças a ele.
Por me escolher.
Estremecendo, ele aperta sua mão. ─ O filho da puta tem uma
cabeça dura. ─ Ele projeta o queixo em direção à cozinha. ─ Vou pegar
um pouco de gelo.
Eu preciso que eles saibam que Stone não é nada como seu irmão.
E da sua vida.
Um segundo depois, meu telefone vibra e o nome de Jace ilumina
minha tela.
Eu atendo rapidamente.
─ Ei...
O tom letal de sua voz deixa claro que não há espaço para discussão.
Stone aperta a ponte do nariz. ─ Claro que quer. ─ Ele leva o telefone
ao ouvido. ─ Olha, cara. Já entrei em uma briga hoje e não estou
procurando outra... ─ Sua testa se franze. ─ Sim eu fiz. O que... ─ Sua
mandíbula tica. ─ Porque eu a amo.
Também estou animada para dizer a ele que fui aceita no programa
de psicologia da Duke’s Heart. Eu e meu antigo eu, podemos ser
diferentes, mas a psicologia parece ser algo que ambas amamos.
─ Bem, podemos muito bem esperar por eles juntos. ─ Cole aponta
para o banco do passageiro. ─ Entre.
Estou prestes a perguntar o que aconteceu, mas Cole atira seu olhar
para fora do para-brisa. ─ Ai está minha garota.
Cole não parece nem um pouco ofendido. ─ Que tal te levarmos para
casa e para a cama? ─ Não perco a maneira como seus olhos brilham
quando ele diz a última palavra.
Nojento.
Depois de trocar de lugar com Sawyer e trocar tchau com eles, vejo
Stone saindo de Cluck You.
─ Tudo certo?
Não tenho certeza do que fazer com sua expressão quando nos
separamos, mas ele definitivamente não está feliz.
─ Não. ─ Franzindo a testa, ele olha para seus sapatos. ─ Não entrei
no programa de pré-medicina. ─ Ele bufa. ─ Eles me colocaram em uma
lista de espera.
Ah, merda.
─ Não, não há. ─ ele retruca. ─ Você acha que Duke’s Heart vai
preferir algum filho da puta pobre, como eu, por um bando de idiotas
ricos cujos pais têm conexões? ─ Com a cabeça baixa, ele vai até o carro.
─ Eu sabia que isso iria acontecer. Nem sei por que me incomodei em
tentar para começar.
Mas ele está tão chateado agora, sentindo que o universo está contra
ele, que ele não consegue diferenciá-los.
─ Stone?
Parte de mim quer discutir porque não quero deixá-lo sozinho esta
noite, mas acho que pode haver uma maneira de ajudá-lo, afinal.
Por mais feliz que esteja por frequentar a faculdade com meus
irmãos e suas namoradas, ainda não posso comemorar.
Ouvi-lo dizer a outra mulher, que não é minha mãe, que a ama
provavelmente deveria me deixar com raiva, mas é difícil quando vejo
como Nádia o deixa feliz.
Depois de desligar o telefone com Nádia, ele olha para mim. ─ E aí,
querida?
É preciso tudo em mim para não gritar, porque a única coisa que
Jace, Cole e meu pai parecem concordar, é que eu nunca deveria ter
permissão para ter um namorado.
─ Sim, Stone DaSilva. ─ Não posso deixar de ficar inquieta porque
estou nervosa. ─ Ele se inscreveu no programa de pré-medicina da Duke’s
Heart.
Parece uma eternidade antes que ele fale. ─ Bianca, você sabe que
eu te amo, mas me pedindo para fazer um favor para algum garoto...
Ele fica sentado lá - olhando para mim - pelo que parece uma
eternidade antes de finalmente falar. ─ Você me lembra muito sua mãe
agora. Ela sempre foi tão apaixonada pelas coisas - as pessoas - em que
acreditava.
Ele não sabe ainda, mas meu pai conseguiu colocá-lo no programa
pré-medicina.
Eles enviarão sua carta de aceitação esta tarde, mas eu queria ser a
primeira pessoa a dizer a ele.
Eu sei como Stone é e não quero que ele fique chateado porque
minha família mexeu com alguns fios. Eu quero que ele seja feliz, porque
com ou sem cordas, ele ganhou isso.
Certo.
─ Bem, outra noite eu conversei com meu pai e disse a ele que você
estava na lista de espera e como isso não era justo... e ele concordou.
Na verdade, é bom que ele esteja sentado em sua cama agora, porque
parece que vai desmaiar.
Há tanta alegria em seu rosto que meu coração voa. ─ Você merece
isso, Stone.
─ Você também.
O desejo sombreia seus olhos antes que ele me beije novamente, sua
língua penetrando na minha.
Meu peito arfa, meus mamilos raspam em seu peito com cada
respiração que eu dou enquanto ele continua me beijando até o
esquecimento.
Stone aperta meu seio com uma mão, enquanto a outra vai para o
zíper da minha calça jeans. ─ Isso está bem?
─ Bom.
─ Stone?
E é quando me ocorre.
─ Não me lembro de alguma vez ter feito sexo. ─ digo em voz alta
enquanto ele se alinha com a minha entrada.
Mas meu passado - quem eu costumava ser - não importa mais. Não
mais.
Com ele.
Ele empurra novamente, mais forte desta vez. Seus olhos quase
negros de necessidade. ─ Diga-me que você me quer.
Uma risada escapa dele, e o som é como música para meus ouvidos.
─ Obrigado. ─ Ele cruza os braços em volta de mim, me colocando em
seu peito. ─ Ainda não consigo acreditar que entrei.
A menos que…
O apartamento está bom... é a mulher que lhe deu à luz, que vive
nele, que pode representar um problema potencial.
─ Apenas deixe meu pai lhe dar a bolsa, Stone. ─ Eu puxo minha
camisa sobre a cabeça. ─ Desta forma, podemos...
─ Eu não sou seu maldito caso de caridade! ─ ele ruge tão alto que
eu pulo. ─ Ao contrário de você e o resto de sua família rica, mimada e
arrogante, não preciso que seu pai me entregue tudo em uma bandeja de
prata.
Droga. Foi um golpe baixo. Um que eu realmente não quis dizer, mas
ele também não deveria ter dito essas coisas.
─ Eu sinto...
Tanto faz. Eu não vou ficar aqui e continuar pedindo desculpas a ele
se ele vai ser assim.
Pego minha bolsa do chão. ─ Eu estou indo para casa.
Os momentos baixos são brutais, mas os altos são tão bons - tão
viciantes - que vale o preço do ingresso.
Especialmente se nos permitir nos ver mais. Porque não é isso o que
mais importa no final do dia?
Jace começa a dizer algo, mas eu não o ouço porque dou uma corrida
louca para a escada.
Ele fecha a distância entre nós, me beijando com tanta adoração que
meus joelhos ficam fracos.
Porque quando você ama alguém - realmente ama - você não pode
ver um futuro sem ele.
Não para mim, mas para a velha Bianca. Ela trabalhou duro para
este momento, e esta é minha pequena maneira de compartilhar isso com
ela.
─ Cara, é tão estranho ver você nessa coisa. ─ Cole comenta, ao lado
de Jace.
Cole fica de mau humor. ─ Bem. Mas não reclame comigo quando
alguém ameaçar estourar sua bunda.
Mas eu os amo.
Meu pulso acelera algumas batidas. Stone pode ser tão doce às vezes
que me tira o fôlego.
Stone: Você.
Não tenho certeza do que fazer com sua expressão, mas ele parece
nervoso, o que é claro me deixa nervosa.
Eu rapidamente digito meu próximo texto.
Stone: Sempre.
O alívio flui por mim e estou prestes a responder, mas meu telefone
vibra com outra mensagem.
Dylan
Aviso: Siga com precaução.
Eu realmente não quero ser a primeira a dizer isso a ele... mas ele
tem o direito de saber.
Seu cabelo está um pouco mais longo e a barba por fazer, tem pelo
menos uma semana... mas seus olhos enviam uma pontada de tristeza
em meu coração.
Eles estão mais turvos... como se estar neste lugar sugasse a vida
deles.
Continua...