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INTRODUZINDO À

MEMÓRIA
COMO PODERÍAMOS DEFINIR, QUAIS SUAS
PRINCIPAIS TEORIAS, IDENTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO
DE DISFUNÇÕES E INTERVENÇÕES CLÍNICAS.

ALUNA: MAYANNA DOME MENEZES

AFINAL, O QUE SERIA MEMÓRIA?


A memória remete às lembranças das experiências vividas, de
datas especiais, da cidade em que vivemos, da história dos
nossos pais, tudo aquilo que aprendemos ao longo de nossa vida.
Com a memória do que se é aprendido, por exemplo, podemos
entender e interagir com o mundo e com os outros de diferentes
formas. De acordo com a psicologia, a memória pode ser
definida como nossa capacidade de relembrarmos eventos ou
informações passadas.

TIPOS DE MEMÓRIA
Memória de trabalho: Também chamada de memória operacional, a memória de
trabalho é definida por Izquierdo (2018) como uma memória on-line, que mantém
a informação que está sendo processada no momento durante sua aquisição e
por, no máximo, alguns segundos.
Memória segundo o tempo de duração: a nossa memória se divide em memória
de curto prazo e memória de longo prazo. A memória de curta duração é aquela
que dura de 1 a 6 horas e tem capacidade de armazenar, em geral, de cinco a
nove itens, a memória de longo prazo (ou de longa duração, é aquela em que
ocorre o armazenamento relativamente permanente e ilimitado das informações.
Memória segundo o conteúdo: memória declarativa e procedural.

DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE
RECUPERAÇÃO DA MEMÓRIA
Recuperação da memória / evocação depende da interação entre o ambiente e o
indivíduo (BADDELEY, 2011; IZQUIERDO, 2018). É um processo onde se evoca uma
informação que levaram muito tempo para serem formadas.

Mecanismos de ação da memória: a recuperação ou evocação, extinção,


reconsolidação da memória, modulação da memória

A recuperação, ou evocação, da memória: se dá por meio da reativação das redes sinápticas


de cada estímulo comportamental. Isso significa que, para uma memória ser evocada com
fidedignidade e facilidade, os estímulos condicionados devem ser apresentados da mesma
forma como aconteceram antes.

Na extinção como mecanismo, não se deve confundir com esquecimento, a extinção é um


novo aprendizado porém sem pareamento com estímulos condicionados e ausência de
estímulo incondicionado (seguindo os preceitos pavlovianos) (IZQUIERDO, 2018).

Já a reconsolidação, utiliza sistemas de neurotransmissores , há estudos que mostram que em


seres humanos possibilita incorporar novas informações à memória que foi evocada. Além
disso, a subtração ou a adição de dados à memória é facilitada dentro do período de três
horas da sua consolidação (IZQUIERDO, 2018). Exemplo: falsas memórias.

Por fim, há a modulação da aquisição e da consolidação nas memórias de longo prazo e essa
modulação acontece por meio das amígdalas cerebelosas.

TEORIAS DA MEMÓRIA
Atualmente, entre as abordagens mais aplicadas no estudo da memória está a da psicologia cognitiva, mais
especificamente a teoria do processamento da informação, que usa a metáfora ou o modelo mental do
computador para explicar os processos cognitivos. Baseando-se nessa teoria, o modelo de memória de
trabalho foi proposto inicialmente por Baddeley e Hitch nos anos 1970 e revisto nos anos 1980 (EYSENCK;
KEANE, 2017).

Também tem a Teoria do processamento paralelo que afirmava que o processamento da memória inicial não
seria sequencial, mas sim paralelo. Os estudos “verificaram que vários neurotransmissores e processos
enzimáticos participam simultaneamente na consolidação celular das memórias em hipocampo, amígdala
basolateral, córtex entorrinal e córtex parietal posterior” (IZQUIERDO, 2018, documento on-line).
DESCRIÇÃO DE DISFUNÇÕES E INTERVENÇÕES
CLÍNICAS RELACIONADAS À MEMÓRIA

DISFUNÇÕES NA MEMÓRIA

Durante o processo de desenvolvimento, a perda de sinapses


neuronais ocorre de forma natural, havendo uma diminuição
gradativa ao longo das décadas. Contudo, algumas doenças são
ocasionadas pela aceleração dessa perda neuronal fisiológica,
como ocorre nas demências (IZQUIERDO, 2018)

O termo “amnésia” é utilizado para referir-se à perda de memória, em geral, a


declarativa (IZQUIERDO et al., 2013)

Existe a amnésia retrógrada e a amnésia anterógrada, na amnésia anterógrada, a


pessoa acometida apresenta problemas de codificação, armazenagem ou evocação
de informações que podem ser usadas no futuro.

A amnésia retrógrada, por sua vez, está ligada à perda ou dificuldade de acesso a
eventos que ocorreram no passado (BADDELEY; EYSENCK; ANDERSON, 2011).

Ainda em relação à amnésia, temos a amnésia pós-traumática (APT) e a amnésia


transitória global (ATG). A primeira ocorre com frequência após lesões na cabeça por
concussão grave. (BADDELEY; EYSENCK; ANDERSON, 2011)

DISFUNÇÕES NA MEMÓRIA RELACIONADAS A


TRANSTORNOS MENTAIS
Entre os transtornos afetivos podemos destacar aqueles relacionados
diretamente de forma a afetar a memória, o transtorno depressivo
maior e a esquizofrenia, como Síndromes demenciais temos a doença
de Alzheimer e a doença de Parkinson.

O transtorno depressivo maior tem como um sintoma prevalente a amnésia.


Até o momento, não há evidências de que existam alterações morfológica
nesses casos, mas é sabido que diversos sistemas centrais envolvidos no
processo de memorização falham ao mesmo tempo. Os estudos ainda
sinalizam que os pacientes com diagnóstico de depressão costumam lembrar
mais frequentemente as experiências negativas (IZQUIERDO, 2018)]

Quanto a esquizofrenia também se há alterações, onde é considerando um


dos transtornos mentais mais graves dentro das doenças psiquiátricas. Alguns
estudos comprovam que a memória está gravemente prejudicada nos
pacientes com esquizofrenia, e o uso ou não de medicamentos para a
sintomatologia do transtorno não influencia o prejuízo à memória dos
indivíduos (PONTES; ELKIS, 2013).

A doença de Alzheimer está entre as demências mais comuns no período da velhice.


Nela, uma das principais funções Memória e intervenção clínica 3 cognitivas
afetadas é a memória, principalmente a memória episódica anterógrada (recente),
sendo esse um dos primeiros sintomas a aparecer. Essa disfunção costuma se
manifestar por meio da repetição de informações e da dificuldade de
aprendizagem (CAIXETA; TEIXEIRA, 2014).

Também a doença de Parkinson pode ocasionar um quadro demencial, sendo a


idade do paciente um fator de risco para esse quadro. Quanto aos aspectos
relacionados à memória, há prejuízos tanto à memória recente quanto à remota, ou
seja, o indivíduo acometido apresenta dificuldades para formar novas memórias,
bem como para resgatar informações antigas (CAIXETA; TEIXEIRA, 2014;
IZQUIERDO, 2018)

CURIOSIDADE:
QUAL MELHOR FORMA DE INTERVENÇÃO?
1. Avaliação da memória: Antes de iniciar o processo de intervenção ou reabilitação da memória, o
profissional deve, além de compreender as etapas do funcionamento adequado desse sistema, realizar
uma avaliação prévia, a fim de identificar quais aspectos da memória estão apresentando déficit e, a
partir disso, planejar o processo de intervenção. Essa avaliação pode ser realizada por meio de testes
psicológicos e neuropsicológicos padronizados, bem como mediante avaliação clínica e entrevistas
com o paciente e a família (WILSON, 2011)
2. Reabilitação da memória: Cientificamente já está comprovado que a reserva cognitiva favorece o
envelhecimento saudável e reduz o risco de demência. Alguns fatores relacionados à reserva cognitiva
são a escolaridade, o QI e a ocupação do indivíduo. Assim, o processo de intervenção em indivíduos
saudáveis pode diminuir os riscos de demência na terceira idade (CAIXETA; TEIXEIRA, 2014)
3. Apagamento de pistas, ou pistas evanescentes, que consiste em dar pistas (estímulos) ao paciente e
retirá-las gradualmente.
CONCLUSÃO

Pode-se concluir que a atenção e a memória são extremamente importantes para a vida de um
sujeito, como visto acima, quando este sofre um déficit referente a ela pode prejudicar em
grandes escalas diversas áreas em sua vida, isso se dá também porque o que está em nossa volta
precisa ser registrado e quando não é em longo prazo fica muito complicado e cansativo suprir
as necessidades de uma vida cotidiana.

Posso tirar por mim, sou uma pessoa diagnosticada com Transtorno misto ansioso e depressivo e
em escalas já tenho uma certa dificuldade em manter meus afazeres, seja por falta de atenção,
dificuldade em memorizar, lembrar, não deixando de levar em consideração o sofrimento
psíquico. É válido ressaltar também a importância do tratamento como foi falado acima.

Para termos uma vida saudável e recebermos os estímulos necessários do ambiente precisamos
estar com nossa mente também saudável, portanto, trago minha conclusão com ênfase na sua
importância e tratamento, assim o indivíduo terá uma vida com remissão de sintomas, sendo
também necessário compreender um pouco como funciona tanto a atenção e memória como
forma de psicoeducação.

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