Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MÚSICA, EMOÇÃO E
MEMÓRIA MUSICAL
Todos têm uma relação importante com a música, desde tenra idade. Ela
faz parte da vida nas diversas fases evolutivas e em diferentes circunstâncias,
marcando épocas, momentos e pessoas, o que permite a construção da nossa
história sonoro-musical.
Muitas vezes nos recordamos de fatos ao ouvirmos determinadas músicas,
quer sejam agradáveis ou não, e, alguns deles, carregados de emoção, fatos que
jamais seriam lembrados sem o auxílio delas, no caso de pessoas com distúrbios
de memória, devido a doenças neurológicas e/ou psiquiátricas.
Izquierdo12 refere que “somos aquilo que recordamos, literalmente”. Atra-
vés da memória remontamos nossa história de vida e construímos o nosso saber.
Nosso passado nos permite delinear uma trajetória percorrida e criar as bases
para a construção do futuro, fundamentadas nas experiências vividas e na apren-
dizagem. A memória caracteriza a nossa identidade, isto é, a nossa conduta, os
nossos relacionamentos, nossos gostos, nossos pensamentos. As nossas vivên-
cias são muito particulares, pois conferem a essência do nosso ser, que é singu-
lar. Quando se perde a memória, perde-se a própria identidade.
Médicos e psicólogos se preocupam com a história de seus pacientes, a-
Referências
1. Abbot A. Neurobiology: Music, maestro, please! Nature 2002; 416(6876):12-4.
2. Aldridge D. Music and Alzheimer’s disease: Assessment and therapy. J Royal Soc
Med 1993; 86:93-5.
3. Benenzon RO. Musicoterapia: De la teoria a la práctica. Buenos Aires: Ediciones
Paidos Ibérica; 2000.
4. Blood AJ, Zatorre RJ, Bermudez P, Evans AC. Emotional responses to pleasant and
unpleasant music correlate with activity in paralimbic brain regions. Nat Neurosci 1999;
2(4):382-7.
5. Crystal H, Grober E, Masur D. Preservation of musical memory in Alzheimer’s dis-
346 Musicoterapia e a reabilitação do paciente neurológico
ease. J Neurol Neurosurg Psychiatry 1989; 53:1415-6.
6. Damásio AR. O erro de descartes. [Tradução de Dora Vicente Georgina Segurado].
São Paulo: Schwarcz; 1996.
7. Davis WB, Thaut MH. The influence of preferred relaxing music on measures of state
anxiety, relaxation, and physiological responses. J Music Ther 1989; 26:168-87.
8. Eustach F, Lechevalier B, Viader F, Lambert J. Identification and discrimination dis-
orders in auditory perception: A report of two cases. Neuropsychol 1990; 29:257-70.
9. Finkielman S. Addio del passato. Qué memoria es la memoria musical? Medicina
1999; 59:505-6.
10. Gil R. Neuropsicologia. [Tradução de Maria Alice Araripe de Sampaio Doria]. 2. ed.
São Paulo: Santos; 2003.
11. Goleman D. Inteligência emocional. [Tradução de Marcos Santarrita]. Rio de Janei-
ro: Objetiva; 1995.
12. Izquierdo I. Memória. Porto Alegre: Artmed; 2002.
13. Izquierdo I, Medina JH. Memory information, the sequence of biochemical events in
the hippocampus and its connection to activity in other brain structures. Neurobiol Learn
Memory 1997; 68:285-316.
14. Kandel ER, Schwartz JH, Jessell TM. Princípios da neurociência. Barueri: Manole;
2003.
15. Kremer J, Caeiro T. Addio del passato: Reflexiones sobre la memória semântica.
Medicina 1999; 59:309-10.
16. Krumhansl CL. An exploratory study of musical emotions and psychophysiology.
Can J Exp Psychol 1997; 51:336-52.
17. LeDoux J. O Cérebro emocional. [Tradução de Terezinha Batista dos Santos]. Rio de
Janeiro: Objetiva; 1998.
18. Lent R. Cem bilhões de neurônios. Conceitos fundamentais de neurociência. São
Paulo: Atheneu; 2001.
19. Luria AR. Las funciones corticales superiores del hombre. Ciudad de La Habana:
Editorial Científico Técnica; 1982.
20. Mulder DW, Daly D. Psychiatric symptoms associated with lesions of temporal lobe.
J Am Med Assoc 1952; 150:173-6.
21. Peretz I, Zatorre RJ. Brain organization for music processing. Ann Rev Psychol
2005; 56:89-114.
22. Platel H, Baron J, Desgranges B, Dernard F, Eustache F. Semantic and episodic
memory of music are subserved by distinct neural network. Neuroimage 2003; 20:244-
56.