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em gritos pego no pé
aflitos da letra
no escuro suscitam levo um coice
fitos na boca
os ritos
da escuridão
Beijo
a
b
folhas voam com o vento c
dias escapam dário
dos galhos do tempo do desejo
pseudáfora
janela aberta uma
com uma metá
estrela flerta falsa
fora
ÓPTICA
este poema Muito se diz do mundo (belo ou horrível)
que se vê, de sua grandiosidade.
pode me ser A paisagem, como é bela... como é!
útil(mo)
Pouco assombro há, no entanto,
no que toca ao próprio ato de ver.
Ver abarca o mundo!
A teia é
a percepção suaves
extra-sensorial suas aves
da aranha asas abertas
salsam zéfiros
perfeição!
o único erro
que procurávamos
corrigir
Desenterrar o sol
como quem arranca da terra
uma Beterraba madura
eu não entendo
Num mundo de leitores não nada mesmo
haveriam campanhas de ou seja, entendo
leitura. mas pouco
Há tensão
o cachorro late alto
o sono
alimento sólidos ainda mais
lamentos
ver se boto
Hidra de cem cabeças,
eufórica e epiléptica.
o dia a funcionar
Em estado que a noite
de alucinação perpétua.
funciona por conta
a vida é a única
inflamação
da qual não quero sarar
Cá pra nós,
o calor diz-se
é psicológico, a eternidade tem hálito quente
a eternidade caminha devagarinho,
mas pense um sol a eternidade faz a barba vez ou outra.
que tava com um
psicológico forte
aquela tarde
No contorno de algumas poucas horas,
na apertada circunferência dos minutos,
dá pra saber que no estreito anel dos instantes,
é domingo o cinto apertado do tempo
constrange-nos
de olhos fechados
rir
de fato
Nas lonjuras rir, rir
verdejantes onde mesmo
pastam
meus desejos rir dois
em um
rir assim,
de um jeito
O beijo precede o escarro que...
O afago o estrago pressagia
Entrelaçados sempre estão
O consolo e o desamparo
vejam
o aspecto dos espetos o que diz
circunspectos
engajados no fastidioso
exercício de pingar o teto
sobre a mesa
do tatu
é terra
não amanheço, algo em mim
consegue, num logro fenomenal
persuadir, ludibriar e convencer
a noite o fato, e no máximo névoas níveas,
desanoitece longitudinais, profusas,
plúmbeas, mistas
esparsas, rarefeitas
de contornos tantos
pra adormecer, o sofá de confusas tintas
de vontades raras
a cama pra dormir
arredios
e ariscos ares
rir com os
olhos
note que
quem de lá no ralo
vem das ilusões
não dá por escoa um rol
si de ideias vis
vintém
não conte
resgate de risco pra ninguém:
tire a alma cotonete
do aprisco
epiderme de cacto
gatos pardos
subcutâneo impacto não perdoam
do compacto,
intacto pardais
emerge
o espinho enfático
viu
vir, verões
dentro e fora
tudo comemora
Grilos aos litros
em gritos
a semana dá pro mês os dias
que recebeu das horas
aflitos
minuto a minuto no escuro suscitam
segundos fiam anos
fitos
os ritos
quase
vivo
da escuridão
sobre
vivo
ris de encontro
ao vento janela aberta
enquanto as rãs com uma estrela
coaxam lento flerta
Cada qual
quando chagas Com seus
asas
Caracol
quando chamas
cegas
sino soa
A teia é a percepção pé sua
extra-sensorial da aranha
Brando é o vento
inconsciente em guarda No laranja dos telhados
contra o Nas tardes de modorra e
sub-reptício suor
Pinturas sonoras
com a maciez porcelânica Quadros da memória
dos dentes mordiscar-te Pássaros e amoras
em doces frêmitos
tristeza exata
milimétrica
matemática
tipo acento
em "a" de Fátima
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tipo olhar
através de águas
turvas
Nada como um bom bocejo pra criar uma o TAL " SUCESSO" na ARTE-
AMBIENTAÇÃO BEM BACANA, LITERATURA!
Bocejos noturnos, Quem gera DIFERENÇA, reforça o
expressivo, mergulha nas singularidades e
Bocejos diurnos, jamais será capturado pelo marketing das
formatações dos reconhecimentos e das
Bocejos vespertinos
ideologias do sucesso que arrastam as
Bocejos matinais estruturas sentimentais do rendável dentro
de um tempo-escravo-cronológico,
Bocejos .. anestesiando os sentidos e o pensamento.
mas nos atenhamos, tão somente, aos
noturnos, especificamente aqueles dados em Relembrando Cézanne e Paul Klee: “em vez
casa). de representar o visível, tornar
Um bocejo bem aplicado pode mudar os
humores de uma casa,
A vontade de sair deu e passou,
acalmar os ânimos, o corpo não respondeu ao gesto já pronto.
A mão invisível que o manteve,
serenar as mentes, sem espasmo ou movimento – inerte.
tem a virtude de transmitir segurança,
A vontade de sair foi um relâmpago.
tranquilidade.
Um espectro projetado nos vestíbulos
da consciência.
Fantasma o gesto que a encarnou.
Maça
a mão do dia
dispersa os peixes
do sono
Eu não escrevo,
faço cantar
pneu.
PRA TEU GOVERNO
o papa é pop
mas o Pinhão não
[esse é recluso]
soturno
enfiado na pinha
disfarçado de espinho
visível o invisível”, evitar os arquétipos, os
Pois é, Os Sertões é coisa regionalista protótipos da percepção que estão ao
serviço da utilidade, do entretenimento, da
normopatia, das maiorias, do sensório-
motor e do interesse objectivado pelo
mercadejo e pelo poder. A arte-literatura
têm sim um pacto com a VIDA e com o
IMPENSÁVEL, ou seja, com o
PARADOXAL, com as SENSAÇÕES, com
o RITMO, com o ACÓSMICO, com o
VAZIO e com o SUBLIME…o resto apenas
alimenta a vida-besta e o
sobrevivencialismo: como nos disse Walter
Benjamin: a MAIORIA é a morte.