A INFLUÊNCIA DO ÍNDIO, NEGRO E

DO BRANCO
Rodrigues, Fernando Miguel Pereira. ¹
Castro, Jonathan Kelven Matos De. ²
Monteiro, Lais de Queiroz. ³
Nunes, Lucas da Silva. ⁴
Maciel, Paulo Silas Ferreira. ⁵
As contribuições do índio para a música brasileira

Quando se trata da influência do índio e o que ele contribuiu para tudo que diz respeito
a música brasileira, é válido destacar que os povos indígenas quando executavam suas canções
tinham como objetivo o cunho ritualístico. Essas manifestações musicais ocorriam quando
havia algum funeral, cerimônias aos seus deuses, como sol e lua, homenagens a entidades
sobrenaturais etc. Além disso, também cantavam quando iam caçar, pescar ou até mesmo se
preparar para uma guerra contra outras tribos.

A música indígena no Brasil colônia não seguia os padrões europeus, ou seja, não se
importavam com afinação ou desafinação, os instrumentos eram limitados por terem origem
animal e vegetal e confeccionados a mão como flautas e instrumentos percussivos, a melodia
era simples, sem encadeamento e predominantemente vocal com repetições.

A inspiração da cultura musical indígena hoje, nos apresenta o surgimento de eventos

já consolidados na cultura local como a festa do Sairé de Alter-do-Chão em Santarém no estado
do Pará (CANAL, 2018). A imitação mágica de animais em algumas festividades juntamente
com a dança, também é influência indígena.

Os chocalhos usados nas orquestras de dança, voz anasalada, ritmo discursivo, ritos de
pajelança e alguns bailados como os caboclinhos do carnaval nordestino são alguns exemplos
dessa contribuição musical dos nativos brasileiros.

Em composições de artistas renomados como Waldemar Henrique, por exemplo, a

música Tambatajá foi inspirada por uma lenda dos Macuxis. A obra teve maior popularidade
após Fafá de Belém gravar em seu LP Tambatajá em 1976.

¹²³⁴⁵ Acadêmicos do curso de Licenciatura em Música pela Universidade Federal do Pará.

A influência do negro para a música brasileira

Diferente dos índios que viviam em suas aldeias, os negros eram tutelados por seus
escravizadores. Eles realizavam suas práticas musicais quando estavam em seus cativeiros. O
canto e a dança foram suas únicas formas possíveis de divertimento, o que tornavam menos
árduas suas tarefas.

A música negra influenciou questões sociais e religiosas. Eles comemoravam festas

públicas predominantemente católicas. Em certas ocasiões os escravos africanos conseguiam
praticar suas danças e seus ritmos. Ademais, suas práticas religiosas eram feitas de forma
dissimulada, devido a intolerância religiosa. Os negros, para poderem adorar seus orixás
criavam uma imagem deles dentro da religião católica, por exemplo, Santo Antônio na religião
católica era Oxóssi na Umbanda.

A influência na música vai desde os batuques nos terreiros até o samba de hoje. Os
brancos e mestiços não demoraram para frequentar essas festas, atraídos pelo sensualismo de
dança, o timbre sedutor de inúmeros instrumentos de percussão e o culto secreto de poderosas
divindades.

Em decorrência de objetivos diferentes, os batuques logo se separaram. Aqueles de

cunho religioso, como o Candomblé, permaneceram escondidos nos matos e os que tinham
caráter de diversão foram para as periferias urbanas. Além disso, a intolerância religiosa podia
ser vista nos padres que disfarçadamente ficavam indignados com a concorrência dos Orixás.

Os batuques negros motivaram o surgimento de diversos estilos musicais, o que mais se

destacou foi o Lundu. Essa foi a contribuição negra que deu início a um maior reconhecimento
na formação da música popular brasileira.

O ritmo sincopado, os atabaques, a cuíca, o ganzá e diversos outros instrumentos de

percussão, a umbigada, as danças de cunho dramático e fetichista como as congadas
classificadas como marambiré e o carimbó paraense, são claramente evidências de contribuição
negra na música brasileira.

Os aspectos onde houve imposição do branco sobre a cultura do índio e do negro

Com a chegada do branco no Brasil, muitas mudanças ocorreram, pois eles entendiam
que os costumes dos povos indígenas eram errados, ou seja, concluíram que a cultura nativa era
pagã e não condizia com o cristianismo, religião que eles professavam, o mesmo aconteceu
com o povo africano, que também chegou ao brasil, através das grandes navegações, estes não
¹²³⁴⁵ Acadêmicos do curso de Licenciatura em Música pela Universidade Federal do Pará.
para dominar, mas para serem dominados por meio da escravidão. Nota-se então, que houve
uma imposição do branco, sobre a cultura do negro e do índio, não semente nas crenças e cultos,
mas na música, vestimenta, na língua, dentre tantos aspectos que serão relevantes para sempre
na história do brasil.

Na musica essa imposição pode ser vista no hino nacional brasileiro, ele é totalmente
europeu, no quesito musical, instrumentação, estilo e forma, não é vista a miscigenação
brasileira no hino do brasil. Por outro lado, também se tem muita influência musical, como
forma tonal, o sistema harmônico, influência nos instrumentos como o violão, violino, viola,
flauta, clarinete e o piano, fatores esses que viriam a enriquecer ainda mais a linguagem musical
brasileira.

REFERENCIAS:

CANAL, Maria Augusta Freitas Costa. Imaginário Amazônico e Territorialmente Festiva. Pará:
Belem, 2018.

OLIVEIRA, Alfredo. Ritmos e Cantares. Secult: Belem, 2000.

¹²³⁴⁵ Acadêmicos do curso de Licenciatura em Música pela Universidade Federal do Pará.