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AP1 – Atividades de Revisão 1 (Aulas 1 a 11)

1. Explique por quais motivos Platão compara a escrita a um phármakon.


No diálogo platônico Fedro, a escrita é apresentada como um phármakon,
porque este é um termo ambíguo, uma vez que pode representar remédio ou
veneno, dependendo do sentido que for entendido. Platão considerava, então,
que a escrita poderia ser pode ser benéfica ou nociva para o conhecimento.
Benéfica pois a escrita iria acumular o saber para além da memória, ou seja,
aliviaria a memória da difícil tarefa de guardar o conhecimento. Em
contrapartida pode ser nociva pois, com a escrita, a memória seria enfraquecida.
A escrita extinguiria culturas que estavam baseadas na oralidade. O homem não
seria mais o possuidor do saber já que este estaria depositado em livros.

A palavra phármakon pode ser traduzida por remédio ou veneno e apesar do


antagonismo semântico há na prática uma concepção que aproxima tais ideias
uma vez que a fronteira que as separa depende da dose, portanto se um
medicamento for empregado erroneamente ele poderá acarretar intoxicação.
Nesse sentido as razões pelas quais Platão qualifica a escrita de phármakon se
deve ao fato de ela ser positiva à medida em que os conhecimentos, saberes e
práticas podem ser registrados e materializados, mas negativa, por outro lado,
justamente, por fazer dos livros o recipiente da cultura e não mais a memória.
Com isso, o homem vai deixando de confiar e exercitar as suas habilidades
cognitivas e de memorização já que poderá recorrer aos registros escritos sempre
que precisar, algo que pode ser prejudicial quando se toma por exemplo a prática
de um profissional médico que deverá ser precisa e rápida em uma emergência
sendo o acesso a livros para obtenção de respostas e instruções despropositado à
real circunstância.

2. Escreva um texto (mínimo de 15 linhas) relacionando oralidade, texto, escrita


e memória.
Os poemas homéricos foram o ponto de partida da origem oral da literatura
ocidental, chamada oralitura, uma vez que as composições não tinham registros
por escrito e sim so mente oral. Assim, podemos afirmar que o texto não precisa
ser escrito. Ele pode ser oral, já que nesta época os textos não eram escritos e sim
cantados diante do público. Os poemas homéricos possuem características
formais como as fórmulas. Elas eram um facilitador, um elemento que o autor
utilizava para criar mais rapidamente seus poemas. A definição de Milman
Parry, estudioso americano, para fórmula é “grupo de palavras regularmente
empregado sob as mesmas condições métricas para expressar uma de terminada
ideia essencial ”. Os autores compunham de cabeça, utilizando a memória, que
armazenava elementos de fundo cultural, passados de geração em geração. Sem
a escrita, o papel da memória era essencial. Todo conhecimento adquirido era
repetido, sob pena de ser esquecido ou perder-se. Com a escrita, o conhecimento
já não pertencia a alguém. Ele estava aprisionado por escrito em algum lugar, o
homem já não o carregava consigo e isso ajudaria a enfraquecer a memória.
Ainda hoje existem culturas que vivem á margem da escrita, baseadas
exclusivamente na oralidade e na conservação oral da memória coletiva. E, nós,
de cultura letrada, ainda recorremos à recursos da oralidade, principalmente
quando não podemos fazer uso da escrita.

3. Caracterize a épica grega do ponto de vista da forma e da temática.


A epopeia é um poema narrativo de longa dimensão, cujos temas são feitos
heroicos e o herói representa a coletividade. Os poemas épicos possuem certas
características formais como: - métrica – o verso utiliza o hexâmetro datílico -
fórmulas - era um facilitador, um elemento que o poeta utilizava para criar mais
rapidamente seus poemas - epítetos - outro elemento característico do processo
de composição oral dos poemas homéricos. O epíteto é uma palavra ou expressão
associada a um nome para classificá-lo elogiosa ou injuriosamente. Releva uma
qualidade essencial de um herói ou deus. - símiles - comparação de um elemento
real com u m figurativo

4. Redija um texto (mínimo de 10 linhas) relacionando estilo formular


(fórmulas, epítetos, símiles) e composição oral dos poemas homéricos.
O estilo formular é uma das características da linguagem empregada nos poemas
homéricos, frutos de uma composição estritamente oral. As fórmulas eram um
facilitador, um elemento que o poeta utilizava para criar mais rapidamente seus
poemas. A definição de Milman Parry, estudioso americano, para fórmula é “
grupo de palavras regularmente empregado sob as mesmas condições métricas
para expressar uma determinada ideia essencial”. Os epítetos são outro elemento
do processo de composição oral. São palavras ou expressões associadas, elogiosa
ou injuriosamente, a um nome para qualificá-lo. Ele mostra e destaca as
qualidades principais de heróis ou deuses, como Aquiles, que é caracterizado por
sua velocidade –Aquiles de pés velozes.
Já símile pode ser tomado como uma comparação de um elemento real com um
elemento figurativo.

5. Como você poderia descrever a figura do herói na épica clássica?


O herói épico é um ser humano, mortal, com uma habilidade excepcional (areté)
e, normalmente, com ascendência divina. É sempre alguém que viveu em um
passado distante e que, no momento da composição do poema, está morto. O
herói era também caracterizado pela hospitalidade e pela piedade, acolhendo
bem os estrangeiros e dando a divindade o culto devido, respectivamente.

6. Componha um pequeno texto relacionando mito e oralidade.


O mito originalmente é ligado à palavra oral, pois nasceu e se desenvolveu no
âmbito da oralidade. Eram narrativas anônimas transmitidas oralmente, de
geração em geração. A oralidade está na base dos diversos episódios épicos que
circulam na Grécia durante a época arcaica. Alguns acabam fixados por Homero
em seus dois poemas. A obra de Homero contém e codifica vários mitos
tradicionais que eram transmitidos oralmente de geração em geração. Outros
mitos sobre a origem dos deuses e do mundo também circulavam através da
tradição oral. No entanto, o mito perde o seu sentido de narrativa quando se
mostra insatisfatório como explicação, ao mesmo tempo em que surge o advento
da escrita. Com tudo isso, ele passa a ser entendido como uma história fantástica
e irreal e é substituído por um pensamento filosófico-científico, com os primeiros
filósofos gregos, os pré-socráticos.

7. Redija um texto definindo o mito, apresentando suas principais


características e funções.
A palavra mito vem do termo grego que significa palavra, discurso e, na Grécia,
era originalmente do domínio da poesia, com formação e desenvolvimento orais.
O mito é uma narrativa tradicional que transmitia valores e conhecimentos de
uma determinada cultura, oralmente, de geração em geração, mas não era
qualquer assunto que era abordado pelo mito. Sua temática conta com as ações
de deuses, heróis ou seres lendários, e sempre em um tempo antigo, que não pode
ser determinado com uma data, como é feito no tempo histórico. Ele surge como
uma forma de explicar o que não se compreendia (sua função etiológica), explicar
o universo e seus mistérios e procurava apresentar uma causa para essas
realidades. O mito pode se diferir de outros relatos como a fábula e a lenda.

8. Relacione poesia lírica, individualidade e “eu” poético.


A lírica, a épica e a poesia didática são contemporâneas. Elas possuem uma
tradição oral anterior aos registros escritos. No entanto, a lírica se destaca entre
elas pelo tratamento dado ao “eu”. É através dela que o “eu” é introduzido na
literatura ocidental e se coloca em evidência, ainda que esse “eu” não seja o do
poeta, mas um recurso literário que ele utiliza para compor a sua obra e que nem
sempre é identificável. A lírica nasce em diversos âmbitos da vida grega que
possuem a coletividade, o elemento social pois, originalmente, ela não é uma
atividade individual e solitária; é coletiva, social e pública.

9. Descreva a poesia lírica do ponto de vista de sua temática e de sua forma.


A lírica é, muitas vezes definida por negação. É lírica tudo o que não é épico e
nem dramático. Apresenta uma variedade de forma, temas e tons. Essa
pluralidade é uma de suas principais características. Qualquer tema pode ser
objeto da composição lírica mas sua temática assemelha-se à tratada por Homero:
guerras, feitos heroicos. No entanto, o tom e o objetivo são diferentes. O tom lírico
é mais incitante e traz a temática no presente e futuro. Na lírica o herói não é
individual e sim parte da coletividade.
AP1 – Atividades de Revisão 1 (Aulas 1 a 4)

1. Defina anacronismo e mostre os problemas que ele pode causar no estudo


de culturas antigas.
O anacronismo é a utilização de conceitos e ideias de uma época para analisar os
fatos de outro tempo. Podemos fazer comparação entre uma época e outra. Não
há problema nisso. O que devemos evitar é o juízo de valor de aspectos culturais
tomando como base concepções de nosso tempo. Devemos nos despir dos
"nossos valores" e olhar os contextos históricos de cada época. Um exemplo de
anacronismo é a classificação da Idade Média (dominada pelo clero) pelos
Iluministas (oposição à Igreja - século XVIII) como "Idade das Trevas". Os
iluministas pregavam a razão como instrumento de reflexão e viam na
religiosidade um grande entrave para o conhecimento e o saber. Por isso, davam
a entender que a crença e a religiosidade obscureciam a visão do home, levando
à classificação do período como "Idade das Trevas". No entanto, na ânsia
de seu racionalismo, o Iluminismo desmereceu todo o conhecimento e a
contribuição dos filósofos medievais, além do surgimento das primeiras
universidades durante a Idade Média. Assim, os iluministas deixaram de olhar
para as características próprias desse período.

2. Explique por quais motivos Platão compara a escrita a um phármakon.


No diálogo platônico Fedro, a escrita é apresentada como um phármakon,
porque este é um termo ambíguo, uma vez que pode representar remédio ou
veneno, dependendo do sentido que for entendido. Platão considerava, então,
que a escrita poderia ser pode ser benéfica ou nociva para o conhecimento.
Benéfica pois a escrita iria acumular o saber para além da memória, ou seja,
aliviaria a memória da difícil tarefa de guardar o conhecimento. Em
contrapartida pode ser nociva pois, com a escrita, a memória seria enfraquecida.
A escrita extinguiria culturas que estavam baseadas na oralidade. O homem não
seria mais o possuidor do saber já que este estaria depositado em livros.

3. Defina gênero literário e dê alguns exemplos de gêneros literários.


Gênero literário é uma categoria que, por convenção, permite classificar textos
literários considerando diversas características como forma (prosa, poesia),
conteúdo (temática), estilo, etc, e combinando diversos elementos e critérios.

• Épico: é uma longa narrativa com temática histórica, cujo tema são os feitos
heroicos de um determinado povo. O narrador conta os fatos passados, apenas
observando e relatando os feitos objetivamente, sem interferência, o que torna a
narrativa mais objetiva.

• Dramático: é o gênero ligado diretamente à representação de um


acontecimento por atores.

• Lírico: gênero essencialmente poético, que expõe a subjetividade do autor e diz


ao leitor do estado emocional do “eulírico”.
4. Escreva um texto (mínimo de 15 linhas) relacionando oralidade, texto, escrita
e memória.
Os poemas homéricos foram o ponto de partida da origem oral da literatura
ocidental, chamada oralitura, uma vez que as composições não tinham registros
por escrito e sim so mente oral. Assim, podemos afirmar que o texto não precisa
ser escrito. Ele pode ser oral, já que nesta época os textos não eram escritos e sim
cantados diante do público. Os poemas homéricos possuem características
formais como as fórmulas. Elas eram um facilitador, um elemento que o autor
utilizava para criar mais rapidamente seus poemas. A definição de Milman
Parry, estudioso americano, para fórmula é “grupo de palavras regularmente
empregado sob as mesmas condições métricas para expressar uma de terminada
ideia essencial ”. Os autores compunham de cabeça, utilizando a memória, que
armazenava elementos de fundo cultural, passados de geração em geração. Sem
a escrita, o papel da memória era essencial. Todo conhecimento adquirido era
repetido, sob pena de ser esquecido ou perder-se. Com a escrita, o conhecimento
já não pertencia a alguém. Ele estava aprisionado por escrito em algum lugar, o
homem já não o carregava consigo e isso ajudaria a enfraquecer a memória.
Ainda hoje existem culturas que vivem á margem da escrita, baseadas
exclusivamente na oralidade e na conservação oral da memória coletiva. E, nós,
de cultura letrada, ainda recorremos à recursos da oralidade, principalmente
quando não podemos fazer uso da escrita.

5. Caracterize a épica grega do ponto de vista da forma e da temática.


A epopeia é um poema narrativo de longa dimensão, cujo tema são feitos
heroicos e o herói representa a coletividade.
Os poemas épicos possuem certas características formais como :
- métrica –o verso utiliza o hexâmetro datílico
- fórmulas - era um facilitador, um elemento que o poeta utilizava para criar mais
rapidamente seus poemas
- epítetos - outro elemento característico do processo de composição oral dos
poemas homéricos.
O epíteto é uma palavra ou expressão associada a um nome para classificá-lo
elogiosa ou injuriosamente. Releva uma qualidade essencial de um herói ou deus.
- símiles - comparação de um elemento real com um figurativo

6. Redija um texto (mínimo de 10 linhas) relacionando estilo formular


(fórmulas, epítetos, símiles) e composição oral dos poemas homéricos.
O estilo formular é uma das características da linguagem empregada nos poemas
homéricos, frutos de uma composição estritamente oral. As fórmulas eram um
facilitador, um elemento que o poeta utilizava para criar mais rapidamente seus
poemas. A definição de Milman Parry, estudioso americano, para fórmula é “
grupo de palavras regularmente empregado sob as mesmas condições métricas
para expressar uma determinada ideia essencial”. Os epítetos são outro elemento
do processo de composição oral. São palavras ou expressões associadas, elogiosa
ou injuriosamente, a um nome para qualificá-lo. Ele mostra e destaca as
qualidades principais de heróis ou deuses, como Aquiles, que é caracterizado por
sua velocidade –Aquiles de pés velozes.
Já símile pode ser tomado como uma comparação de um elemento real com um
elemento figurativo.

7. Como você poderia descrever a figura do herói na épica clássica?


O herói épico é um ser humano, mortal, com uma habilidade excepcional (areté)
e , normalmente, com ascendência divina. É sempre alguém que viveu em um
passado distante e que, no momento da composição do poema, está morto. O
herói era também caracterizado pela hospitalidade e pela piedade, acolhendo
bem os estrangeiros e dando a divindade o culto devido, respectivamente.
Atividades de Revisão 2 – Aulas 05 a 08

1. Quais seriam as semelhanças e diferenças entre a Eneida de Virgílio e os


poemas homéricos? (mínimo de 10 linhas)
Semelhanças - Em Eneida, Virgílio utiliza o hexâmetro datílico, consagrado nos
versos homéricos; recorre à divindade para explicar os acontecimentos; trata dos
perigos enfrentados pelo herói para fundar uma nova pátria (temática paralela à
da Odisseia, em que Odisseu erra longamente e enfrenta perigos para voltar à
pátria) e descreve os combates do heroi para fixar-se em solo italiano, assim como
Ilíada é povoada de combates entre gregos e troianos. Diferenças: Eneida é fruto
de uma cultura letrada e os poemas homéricos oriundos de uma cultura
predominantemente oral; os poemas homéricos têm como objetivo único cantar
aquilo que cantam, já a epopeia virgiliana conta algo além do que aparenta.

2. Como você poderia relacionar a gênese dos mitos e a composição oral dos
poemas homéricos? (mínimo de 10 linhas)
O mito, como forma de compreensão e explicação da realidade, é um
procedimento que remonta a um período bem antigo da cultura grega, no qual a
oralidade era o meio de codificação e de transmissão de conhecimento, cultura e
valores. Assim descrevemos a relação entre oralidade e mito. A oralidade está na
base de vários episódios épicos, fixados por Homero em seus poemas. Sua obra
contém e codifica vários mitos tradicionais que eram transmitidos de geração em
geração. Diferentes mitos sobre a origem dos deuses e do mundo circulavam
também por meio da
tradição oral e Hesíodo estrutura alguns deles em seus poemas. Por isso, Homero
e Hesíodo são duas fontes fundamentais do mito para a cultura grega.

3. Redija um texto definindo o mito, apresentando suas principais


características e funções e mostrando como o mito de Perséfone ilustra o papel
etiológico do mito. (mínimo de 15 linhas)
A função etiológica do mito se dava através de um discurso que apresentava a
causa, ou seja, que explicasse aquilo que o homem não conseguia compreender.
O mito de Perséfone era entendido como uma alusão às estações do ano e
procurava explicar a realidade do inverno. Perséfone, filha de Deméter, deusa da
agricultura é sequestrada por Hades. Quando vai em busca da Perséfone,
Demeter se afasta dos campos e eles nada produzem. Quando finalmente
Deméter encontra Perséfone, os campos voltam a ficar férteis. No entanto, Hades
obriga Perséfone e ficar três meses do ano em sua companhia. Quando Persefone
está com sua mãe, esta fica radiante e os campos se
mostram férteis e produtivos. Durante o período em que Perséfone fica com
Hades, Deméter fica triste com a sua ausência e os campos sofrem com ela: nada
produzem. Assim, podemos ver o mito de Perséfone como a tentativa de explicar
o fato de alguns meses do ano a terra não produzir nada, além da diferença das
estações: ora mais radiantes, ora mais sombrias.
4. Componha um pequeno texto relacionando mito e oralidade.
O mito originalmente é ligado à palavra oral, pois nasceu e se desenvolveu no
âmbito da oralidade. Eram narrativas anônimas transmitidas oralmente, de
geração em geração. A oralidade está na base dos diversos episódios épicos que
circulam na Grécia durante a época arcaica. Alguns acabam fixados por Homero
em seus dois poemas. A obra de Homero contém e codifica vários mitos
tradicionais que eram transmitidos oralmente de geração em geração. Outros
mitos sobre a origem dos deuses e do mundo também circulavam através da
tradição oral. No entanto, o mito perde o seu sentido de narrativa quando se
mostra insatisfatório como explicação, ao mesmo tempo em que surge o advento
da escrita. Com tudo isso, ele passa a ser entendido como uma história fantástica
e irreal e é substituído por um pensamento filosófico-científico, com os primeiros
filósofos gregos, os pré-socráticos.

5. Como você poderia relacionar o nascimento do cristianismo e a cultura


grega? (mínimo de 10 linhas)
A visão antropomórfica que os gregos tinham das divindades ajudou na
aceitação da ideia de que Deus pôde fazer-se homem e nascer de uma mulher. Se
para os judeus tal ideia poderia ser motivo de escândalo, para os gregos ela era
muito normal, dado o modo como viam as suas divindades. Filósofos como
Platão e Aristóteles vão introduzir na cultura grega a noção de que há um único
Deus, aproximando, assim, a cultura grega do monoteísmo judaico-cristão. Outro
elemento importante é o fato de que São Paulo Apóstolo era cidadão romano e
teve uma educação nos moldes greco-romanos. Ele falava grego e conhecia a
cultura grega. E serve-se da profunda religiosidade grega para anunciar o
cristianismo aos gentios. Quando chega a Atenas, encontra o altar consagrado ao
deus desconhecido e diz, então, aos atenienses que ele está ali para anunciar esse
Deus que para eles é desconhecido como o Deus cristão.
6. Conte resumidamente o mito de Pandora.
Atividades de Revisão 3 – Aulas 09 a 11

1. Que semelhanças e diferenças você poderia apontar entre a poesia de


Homero e a de Hesíodo?
As semelhanças estão no âmbito da forma. Hesíodo utiliza em seus poemas o
mesmo verso épico da tradição homérica e basicamente a mesma língua artificial,
com fórmulas e epítetos. As diferenças estão sob o âmbito da temática. Homero
tem como tema o humano em sua dimensão heroica; é centrado no eixo deuses-
heróis, trata dos heróis e seus feitos no mundo. Hesíodo trata do humano em sua
dimensão cotidiana, tendo como suporte a relação deus-homem comum. O
personagem de Homero é o home-heróis, enquanto o de Hesíodo é o homem-
trabalhador. Que ganha o sustento de forma árdua e é assombrado pela miséria
e pela fome. Homero retrata uma sociedade guerreira idealizadora e Hesíodo
uma sociedade camponesa real. O mundo de Homero é idealizado, o de Hesíodo,
real. Homero transmite valores pela conduta exemplar de seus nobres heróis.
Hesíodo o faz através de conselhos que caracterizam sua poesia como didática.
Outra diferença que podemos citar: como autor, Homero jamais aparece em seus
poemas, seja como personagem ou somente mencionado. Hesíodo, ao contrário:
além de aparecer em sua obra, nos fornece dados biográficos e fala, inclusive, do
pai e do irmão.

2. Componha um pequeno texto tratando da temática dos poemas de Hesíodo.


(mínimo de 10 linhas e máximo de 15)
Os dois poemas de Hesíodo, Teogonia e Trabalhos e dias, têm um elemento
comum: eles são um canto de louvor a Zeus, seu poder, sua glória e sua justiça.
O primeiro poema trata dos deuses, de sua origem e genealogias. O poeta
organiza o mundo divino, começando dos deuses primordiais, que são
identificados com os elementos formadores do mundo (terra, céu, ar, espaço,
mares, montanhas etc.), até chegar a Zeus e demais deuses olímpicos. A origem
do mundo (cosmogonia) está relacionada à origem dos deuses (teogonia). O
segundo poema tem como tema a justiça e o trabalho, além de trazer uma série
de conselhos sobre como viver e como trabalhar. A origem do
texto repousa na discórdia que se estabelece entre Hesíodo e seu irmão, Perses,
por conta da divisão da herança paterna. Hesíodo procura mostrar a seu irmão
que a riqueza obtida pelo roubo será punida por Zeus. A boa riqueza é a que
provém do trabalho. O poema traz inúmeros conselhos ao irmão, para que ele
emende sua vida e enriqueça com seu próprio trabalho. Os dois textos de
Hesíodo têm, ainda, em comum o fato de trazerem inúmeros mitos como forma
de apresentar didaticamente os temas abordados pelo autor.

3. Relacione poesia lírica, individualidade e “eu” poético. (mínimo de 10 linhas


e máximo de 20)
A lírica, a épica e a poesia didática são contemporâneas. Elas possuem uma
tradição oral anterior aos registros escritos. No entanto, a lírica se destaca entre
elas pelo tratamento dado ao “eu”. É através dela que o “eu” é introduzido na
literatura ocidental e se coloca em evidência, ainda que esse “eu” não seja o do
poeta, mas um recurso literário que ele utiliza para compor a sua obra e que nem
sempre é identificável. A lírica nasce em diversos âmbitos da vida grega que
possuem a coletividade, o elemento social

4. Que semelhanças e diferenças poderia haver entre a poesia lírica e a poesia


de Homero e Hesíodo?
Diferenças - na lírica há a presença do "eu" poético, que não existe nos poemas de
Homero e Hesíodo. Na lírica há uma variedade de formas, temas e de tons que
não encontramos nas epopeias e nem nas poesias didáticas. Semelhanças - Todas
são de tradição oral e contemporâneas.

5. Por que a poesia de Hesíodo pode ser caracterizada como didática?


A poesia de Hesíodo trazia inúmeros mitos como forma de apresentar
didaticamente os temas abordados nos poemas. Era preocupada com o
ensinamento da realidade cotidiana e o poeta transmitia valores através de
conselhos.

6. Descreva a poesia lírica do ponto de vista de sua temática e de sua forma


(mínimo de 10 linhas e máximo de 20)
A lírica é, muitas vezes definida por negação. É lírica tudo o que não é épico e nem
dramático. Apresenta uma variedade de forma, temas e tons. Essa pluralidade é uma de
suas principais características. Qualquer tema pode ser objeto da composição lírica mas
sua temática assemelha-se à tratada por Homero: guerras, feitos heroicos. No entanto, o
tom e o objetivo são diferentes. O tom lírico é mais incitante e traz a temática no presente
e futuro. Na lírica o herói não é individual e sim parte da coletividade.

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