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Psicologia

Organizacional
e do Trabalho
1. Teorias Sobre a Motivação 5
Teoria das Necessidades de Abraham Maslow 5
Teoria Bifatorial de Herzberg 7
Teorias X e Y de McGregor 9
Conceito de Teoria da Equidade 10
Teoria da Expectação – Vroom 11
Definição de Conceitos 14
Teorias Comportamentais 16
Liderança Autocrática 16
Liderança Liberal 16
Liderança Democrática 16
Teorias Contingenciais 17
Indicações Filmografias 18

2. Habilidades Sociais 20
Escuta Empática 20
Como Lidar com Críticas 21
Estilos de Comunicação 23
Passivo 23
Agressivo 24
Assertivo 24

3. Introdução à Toxicologia Ocupacional 26


Comitê Misto 28
Controle ou Monitoramento Ambiental 28
Histórico dos Limites de Tolerância 31
Controle ou Monitoramento Biológico 32
Monitoramento Biológico Propriamente
Dito ou de Dose Interna 33
Monitoramento Biológico de Efeito 33
Indicador Biológico de Exposição ou Indicadores
Biológicos de Intoxicação ou Biomarcadores 34
Fatores Não Ocupacionais 35
Vigilância a Saúde 36

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4. Referências Bibliográficas 40

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04
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

1. Teorias Sobre a Motivação

Fonte: Sensus Online1

Teoria das Necessidades A necessidade é um forte sen-


de Abraham Maslow timento de desconforto acerca de
um qualquer aspecto da vida de uma

M aslow (1951) buscou compreen-


der o homem dentro de uma
percepção multidimensional, consi-
pessoa que cria uma enorme tensão.
O modelo de Maslow sugere que as
pessoas têm um conjunto de cinco
derando a existência de diversas categorias de necessidades que ele
necessidades, desde as mais básicas organizou por prioridade: fisiológi-
até as mais complexas e numa inter- cas, de segurança, sociais, estima e
relação dinâmica ainda pouco estu- de realização pessoal. Quando um
dada. Maslow nasceu a 1o de abril de nível de necessidades for satisfeito,
1908, em Nova Iorque, numa comu- passa-se automaticamente ao pró-
nidade judaica. Teve uma educação ximo.
cuidada e realizou diversos estudos Assim, os dois primeiros níveis
todos nas áreas da psicologia, anato- de necessidades (fisiológicas e de se-
mia, fisiologia e comportamento gurança) constituem as chamadas
animal. necessidades primárias o os restan-

1 Retirado em: https://sensusonline.com.br/

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sugere que as pessoas têm um conjunto de cinco categorias de necessidades que ele
organizou por prioridade: fisiológicas, de segurança, sociais, estima e de realização
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO
pessoal. Quando um nível de necessidades for satisfeito, passa-se automaticamente ao
próximo.
tes níveis
Assim,constituem as neces-
os dois primeiros tisfeitas, um
níveis de necessidades (fisiológicas e desesegurança)
indivíduo não sentirá
constituem
sidades as chamadas necessidades primárias
secundárias. o os restantes
estimulado pelas níveis constituemdeas
necessidades
necessidades
Segundosecundárias.
Maslow, as necessi- estima. No entanto, satisfeitas as
Segundo Maslow, as necessidades não satisfeitas são os motivadores principais do
dades não satisfeitas são os motiva- necessidades de um nível, auto-
comportamento humano, havendo precedência das necessidades mais básicas sobre as
dores principais do comportamento maticamente surgem as necessi-
mais elevadas. Logo, se as necessidades fisiológicas não estiverem satisfeitas, um
humano, havendo precedência das dades de nível superior
indivíduo não se sentirá estimulado pelas necessidades de estima. No entanto,no indi-
satisfeitas
necessidades
as necessidadesmais
de umbásicas sobre as
nível, automaticamente víduo,
surgem deixando as dedenível
as necessidades nívelinferior
superior
mais elevadas. Logo, se as necessi- de serem motivadoras.
no indivíduo, deixando as de nível inferior de serem motivadoras.
dades fisiológicas não estiverem as-

Necessidades pessoais ou insatisfeita (como por exemplo, a


Necessidades pessoais ou fisiológicas constituem o nível mais baixo de todas as
fisiológicas constituem o nível mais fome), o ser humano não pensa em
necessidades humanas, mas de vital importância. Neste nível estão as necessidades de
baixo de todas as necessidades hu- outra coisa. Ademaior
alimentação (fome e sede), de sono e repouso (cansaço), abrigomotivação, nes-o
(frio e calor),
manas, mas etc.
desejo sexual, de vital importância.
São necessidades te caso,
que já nascem comserá a necessidades
o próprio fisio-
indivíduo, contudo
Neste nível estão com
estão relacionadas as necessidades
a sobrevivênciadee com lógicas e o comportamento
a preservação da espécie. Quandodo alguma
indi-
alimentação (fome eestá
destas necessidades sede), de sono(como
insatisfeita e víduo
por terá aafinalidade
exemplo, de humano
fome), o ser encontrarnão
repouso (cansaço), de abrigo (frio e alívio da pressão que nessas neces-
calor), o desejo sexual, etc. São ne- sidades produzem sobre o orga-
cessidades que já nascem com o nismo.
próprio indivíduo, contudo estão re- As necessidades de segurança
lacionadas com a sobrevivência e constituem o segundo nível das ne-
com a preservação da espécie. Quan- cessidades humanas. São as neces-
do alguma destas necessidades está sidades de segurança ou de esta-

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PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

bilidade, a busca de proteção contra sidades as pessoas procuram opor-


a ameaça ou privação, a fuga ao tunidades de realização, promoções,
perigo. Estas têm grande impor- prestígio e status para reforçar as
tância no comportamento humano, suas competências. Contudo a frus-
uma vez que todo o empregado está tração pode produzir sentimentos de
sempre em relação de dependência inferioridade, fraqueza, dependên-
com a empresa, na qual as ações cia e desamparo que podem levar à
administrativas arbitrárias ou sua total desmotivação.
decisões incoerentes podem provo- As necessidades de autorre-
car incerteza ou insegurança ao em- alização pessoal são os desejos de
pregado quanto a sua permanência crescimento pessoal e da realização
ao emprego. de todos os objetivos pessoais. Uma
As necessidades sociais ou de pessoa que chegue a este nível acei-
associação surgem no compor- ta-se tanto a si como aos outros.
tamento, quando as necessidades Estas pessoas normalmente exibem
mais baixas (fisiológicas e de segu- naturalidade, iniciativa e habilidade
rança) se encontram relativamente na resolução de problemas. Corres-
satisfeitas. Dentro das necessidades pondem às necessidades humanas
sociais, está a necessidade de asso- mais elevadas e que estão no topo da
ciação, de participação, de aceitação hierarquia.
por parte dos companheiros, de Assim, o modelo de Maslow
troca de amizade, de afeto e amor. baseia-se em quatro pontos base:
Quando estas necessidades não es-  Uma necessidade satisfeita
tão satisfeitas, o indivíduo torna-se não é motivadora;
resistente e hostil em relação às  Várias necessidades afetam
pessoas que o cercam. Em nossa so- uma pessoa ao mesmo tempo;
ciedade, a frustração das neces-  Os níveis mais baixos têm de
ser satisfeitos primeiro;
sidades de amor e de afeição conduz
 Há mais maneiras de satis-
a falta de adaptação social e a fazer os níveis mais altos do
solidão. que os níveis mais baixos. 

As necessidades de estima são
os desejos de respeito próprio, senti- Teoria Bifatorial de Herz-
mento de realização pessoal e de
berg
reconhecimento por parte dos ou-
tros; estão relacionadas com a ma- A investigação de Herzberg
neira pela qual o indivíduo se vê e se demonstrou que os fatores que
avalia. Para satisfazer estas neces- provocam atitudes positivas face ao

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PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

trabalho não são os mesmos que condições dentro das quais elas
provocam as atitudes negativas, ou desempenham seu trabalho. Como
seja, sugeria que era necessário estas condições são administradas e
distinguir os conceitos de motivação decididas pela empresa, às neces-
e satisfação. sidades higiênicas estão fora de
Para o autor estes dois grupos controlo das pessoas. As principais
de necessidades que orientam o necessidades higiênicas são: salário,
comportamento das pessoas devem benefícios sociais, tipo de chefia,
ser considerados independentes e os condições de trabalho, políticas e
seus efeitos distinguidos: as neces- diretrizes da empresa, clima de
sidades motivadoras e as neces- relacionamento entre a empresa e
sidades higiênicas. funcionários, regulamentos inter-
As necessidades motivadoras nos, etc.
são também chamadas de intrín- As pesquisas de Herzberg
secas, pois estão relacionadas com o revelam que quando as necessidades
conteúdo do cargo e com a natureza higiênicas são ótimas, elas apenas
das tarefas que a pessoa executa. Ao evitam a insatisfação dos empre-
contrário das necessidades higiê- gados e se elevam a satisfação não
nicas, as necessidades motivadoras conseguem sustentá-la por muito
estão sobre controle do indivíduo, tempo. Em compensação, quando as
pois estão relacionados com aquilo necessidades higiênicas são pre-
que ele faz e desempenha. Envolvem cárias, elas provocam a insatisfação
sentimentos de crescimento indi- dos empregados.
vidual, reconhecimento profissional As necessidades higiênicas são
e autorrealização, e dependem das essencialmente preventivas, por isso
tarefas que o indivíduo realiza no se chamam higiênicas, ou seja,
seu trabalho. O efeito das neces- profiláticas, pois evitam a insatis-
sidades motivadoras é profundo, fação, mas não provocam a satis-
pois quando são ótimas, elas pro- fação, logo não conduzem à motiva-
vocam satisfação nas pessoas dando ção.
origem à motivação, em contra- A teoria de Herzberg preco-
partida quando são precárias, elas niza que a criação de efeitos posi-
evitam a satisfação.
 tivos deve decorrer da mudança do
As necessidades higiênicas ou trabalho em si mesmo e não da
também denominadas extrínsecas mudança do ambiente de trabalho
porque se localizam no ambiente pois estas são de efeito precário;
que rodeia as pessoas e abrangem as uma outra contribuição desta teoria

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PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

diz respeito à distinção entre enri- conhecida, mas é também alvo


quecimento e alargamento da fun- de críticas.
ção.
Herzberg propõe o enrique- Teorias X e Y de McGregor
cimento de tarefas como elemento
para se alcançar a satisfação no Douglas McGregor (1906-
cargo. Este enriquecimento pode ser 1964) foi Bacharel pela Wayne Uni-
tanto vertical (aumento do grau de versity, Doutor em Psicologia Expe-
dificuldade do trabalho) ou lateral rimental na Universidade de Har-
(diversificação de atribuições). vard, Reitor do Antioch College,
Para Herzberg, a única forma Professor no MIT, Autor de “The
de fazer com que o indivíduo sen- Human Side of Enterprise”.
tisse vontade própria de realizar a McGregor acreditava que as
tarefa seria proporcionando-lhe as- crenças básicas dos gestores têm in-
tisfação no trabalho. Em outras pa- fluência dominante sobre a forma
lavras, a motivação aconteceria ape- como as organizações são geren-
nas através dos fatores motivadores. ciadas e o fundamental nisso são os
O caminho apontado por Herzberg pressupostos dos gestores sobre o
para a motivação é o enriqueci- comportamento das pessoas.
mento da tarefa. Por enriqueci- McGregor afirma que as opi-
mento da tarefa entende-se "um de- niões enquadram-se em duas gran-
liberado aumento da responsabi- des categorias – Teoria X e Teoria Y.
lidade, da amplitude e do desafio do Essas teorias descrevem duas visões
trabalho". de pessoas no trabalho e podem ser
O enriquecimento da tarefa usadas para expor dois estilos
pode ser conseguido através de for- opostos de Gestão.
mas como: Teoria X: A visão tradicional
de direção e controle. A Teoria X é
 Permitir aos trabalhadores a
definição dos seus próprios baseada no pressuposto de que:
prazos de execução do tra-  O ser humano comum tem
balho; aversão pelo trabalho e pro-
 Permitir-lhes decidir como fa- cura evitá-lo sempre;
zer o trabalho;  Por causa disso, a maior parte
 Permitir-lhes verificar a quali- das pessoas precisa ser for-
dade do trabalho; çada, controlada, 
dirigida e
 Possibilitar-lhes a aquisição de ameaçada para que realizem
novos conhecimentos; esforço adequado;
 A teoria bifatorial é a mais  O homem comum prefere ser

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PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

dirigido, tenta evitar respon-  Gestores que trabalham nesse


sabilidades e tem pouca am- pressuposto tendem a buscar
bição; maior cooperação entre ges-
 O homem comum busca, basi- tores e colaboradores.
camente, segurança.
 Gestores que trabalham com Na Teoria Y, busca-se criar um
esse pressuposto são auto- ambiente de trabalho no qual as
cráticos. necessidades e os objetivos indi-
viduais devem estar relacionados e
Teoria Y: Integração dos obje-
harmonizados com os objetivos da
tivos do indivíduo com os da orga-
organização.
nização. A 
Teoria Y é baseada no
pressuposto de que:
 Empregar esforço, físico ou
mental, em um trabalho é tão
natural quanto jogar 
ou des-
cansar;
 ser humano comum não tem
aversão pelo trabalho;
 Dependendo das condições de
trabalho, ele pode ser fonte de Saiba mais:

satisfação ou 
punição; Conceito de Teoria da


http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/a-teoria-x-e-a-teoria-y-
de-douglas-mcgregor/51506/

 controle extremo não é a única Equidade


forma de atingir objetivos;
 Pessoas exercerão autocontro- A Teoria da Equidade, atri-
le e autodireção sempre que buída a J. Stacy Adams é uma das
estiverem 
comprometidas; várias teorias sobre motivação que
 Em condições adequadas o coloca a ênfase na percepção pessoal
homem comum não somente do indivíduo sobre a razoabilidade
aceita, mas procura responsa-
ou justiça relativa na sua relação
bilidades;
 Fugir de responsabilidades, laboral com a organização. De fato, a
ter falta de ambição e a ênfase Teoria da Equidade parte do prin-
em segurança são consequên- cípio de que a motivação depende do
cias da experiência e não são equilíbrio entre o que a pessoa ofere-
características inerentes do ser ce à organização através do sistema
humano; produtivo (o seu desempenho) e
 A vida industrial moderna a-
aquilo que recebe através do sistema
proveita o potencial do ho-
mem comum parcialmente. retribuído (a sua compensação).

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PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

Segundo os autores da teoria, vista, pode representar uma grande


as pessoas sentem-se motivadas injustiça para aqueles que por ela
sempre que esperam receber da são diretamente afetados.
organização (seja em forma monetá-
ria, reconhecimento público, pro- Teoria da Expectação – Vroom
moção, transferências ou outra) uma
compensação justa pelos os seus Teoria da Expectação foi de-
esforços em favor da organização. A senvolvida em 1964 por Victor
justiça desta compensação é avaliada Vroom e é baseada em uma visão
pelas pessoas através da compara- econômica do indivíduo, vendo as
ção entre o que recebem outras pessoas como seres individuais com
pessoas cujos contributos são seme- vontades e desejos diferentes rela-
lhantes. tivos ao trabalho, fazendo com que
No caso da compensação ser tomem decisões selecionando o que
injusta (inferior à compensação atri- mais lhe cabe no momento.
buída a outras pessoas), as pessoas Esta teoria consiste numa a-
sentem-se insatisfeitas e tendem a bordagem cognitiva, que considera
reduzir as suas contribuições ou, se que
Teoriao da
comportamento
Expectação – Vroom e o desem-
estas “injustiças” se repetirem, pode penho são resultado de uma escolha
consciente, sendoTeoria que
da Expectação
geralmente foi desenvolvida
o
mesmo sair da organização. Quando Vroom e é baseada em uma visão econômica do
a compensação é justa (equilibrada comportamento
pessoas comoescolhido é o quecom
seres individuais se vontades
com a de outras pessoas), as suas traduz relativos
numa aomais valia
trabalho, para
fazendo com oque tomem de
o que mais lhe
indivíduo.
Para cabe nohá
Vroom, momento.
três for-
contribuições continuam idênticas. Esta teoria consiste numa abordagem cog
Sempre que a compensação está aci- ças básicas
que oque atuam dentro
comportamento do in- são resul
e o desempenho
ma da recebida pelas outras pessoas, divíduoconsciente,
e que influenciam o seu ní-o comportam
sendo que geralmente
que se traduz
vel denuma mais valia para o indivíduo.
desempenho:
verifica-se a tendência para um Para Vroom, há três forças básicas que atuam dentro
maior esforço. influenciam o seu nível de desempenho:
A percepção da iniquidade
pode verificar-se em numerosas
situações, entre as quais a definição
de funções, as promoções, as trans-
ferências, os elogios públicos, e
obviamente nos salários e outras
compensações monetárias. É funda-
mental que os gestores não esque-
çam que por vezes uma iniquidade
sem importância no seu ponto de Expectativa: probabilidade de uma determinada ação con
desejado. Se um determinado esforço for exercido por um indivíd
de meios e competências para atingir o sucesso, o resultado será u
sucedido (expectativa esforço-desempenho).
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Valência: valor ou peso que um indivíduo atribui às reco
consequência do seu desempenho. Neste contexto, é imperativo
tenham um valor real para o indivíduo que satisfaça as su
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

Expectativa: probabilidade de probabilidade de o alcançar. Em


uma determinada ação conduzir a termos de uma equação, esta defi-
um resultado desejado. Se um deter- nição pode ser traduzida da seguinte
minado esforço for exercido por um forma:
indivíduo que disponibilize de meios
e competências para atingir o su- Motivação = (Expectativa X
cesso, o resultado será um desem- Instrumentalidade X Valência)
penho bem-sucedido (expectativa
esforço-desempenho). O que significa que todos os
Valência: valor ou peso que um termos têm que ser maiores do que
indivíduo atribui às recompensas zero, sendo que nenhum dos fatores
obti-das em consequência do seu pode estar ausente.
Estes três ele-
desempenho. Neste contexto, é im- mentos influenciam, segundo Vro-
perativo que as recompensas te- om, a motivação das pessoas no
nham um valor real para o indivíduo trabalho. Se um destes elementos
que satisfaça as suas expectativas. for zero, a motivação será nula. Se
As valências revestem-se de um va- todos estão presentes (expectativa
lor subjetivo, uma vez que o sistema alta, instrumentalidade alta, valên-
de recompensas vigente pode não cia alta), a motivação é alta.
assumir importância para um Deste modo, o modelo com-
indivíduo e ser muito importante tingencial de Vroom baseia-se em
para outro. objetivos graduais e no fato da mo-
Instrumentalidade: percepção tivação constituir um processo que
de que a obtenção de um resultado pressupõe escolhas entre compor-
está associada a uma recompensa, tamentos, sendo que o indivíduo
podendo-se traduzir no grau em que tem noção das consequências de
um resultado facilita o acesso a cada alternativa de ação como um
outro resultado. Assim, uma recom- conjunto de possíveis resultados
pensa de primeira ordem (por exem- decorrentes do seu comportamento.
plo, uma recompensa monetária) é Esses resultados constituem uma
relevante porque permite o alcance cadeia entre meios e fins, pelo que
de um resultado de segunda ordem quando um indivíduo procura um
(por exemplo, um automóvel de resultado intermédio (por exemplo
luxo). produtividade) está à procura de
Deste modo, Vroom considera meios para alcançar um resultado
que a motivação é o produto do valor final (por exemplo dinheiro, bene-
previsto atribuído a um objetivo pela fícios sociais, apoio do chefe...).

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PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO
Deste modo, o modelo contingencial de Vroom baseia-se em objetivos
graduais e no fato da motivação constituir um processo que pressupõe escolhas entre
comportamentos, sendo que o indivíduo tem noção das consequências de cada
O indivíduo tem preferência Durante muitos anos, a lide-
alternativa de ação como um conjunto de possíveis resultados decorrentes do seu
relativamente
comportamento. aos constituem
Esses resultados resultados finais
uma cadeia entre meiosrança foi que
e fins, pelo estudada e entendida como
quando um indivíduo procura um resultado intermédio (por exemplo produtividade)
que pretende alcançar ou evitar, um traço de personalidade, isto é,
está à procura de meios para alcançar um resultado final (por exemplo dinheiro,
revestindo-se
benefícios sociais, apoio do estes de valências.
chefe,...). dependendo exclusivamente de ca-
O indivíduo tem preferência relativamente aos resultados finais que pretende
alcançar ou evitar, revestindo-se estes de valências. racterísticas pessoais e inatas do
sujeito. Atualmente, percebemos
que uma atitude de liderança depen-
de da aprendizagem social do indi-
víduo e, por isso mesmo, pode ser
treinada/aperfeiçoada. Apesar dis-
so, persistem inúmeras dúvidas con-
ceituais. São muitos os trabalhos
realizados em torno deste tema, bem
como, focos e níveis de aná-
lise/intervenção; talvez por isso
sejam inúmeras as confusões con-
Liderança ceptuais relacionadas com a lide-
A liderança é uma das rança, nomeadamente aquela que
A liderança é uma das temáticas que mais atenção tem merecido por parte de
temáticas
investigadores que mais
e profissionais dos atenção
diversos tem equipara liderança a chefia. Na ver-
sectoresmerecido
de atividade.por tópico
parte de investiga-
Considera-se um dade, o conceito de liderança e o
fundamental nas relações de trabalho, uma vez que
dores
os liderados e profissionais
identificam o estilo de liderançadoscomo diver- exercício (in)formal da mesma nem
um fator desencadeador dos conflitos laborais. Ao
sos
setores de atividade. Considera- sempre estão associados de forma
mesmo tempo, as incompatibilidades pessoais e/ou
se umentre
profissionais tópico
fundamental
líder e liderado(s), nas a rela- direta.
coexistência de lideranças formais e informais,
çõesa integração
de trabalho, umaestilos
vez aoque os As organizações, para alcançar
bem como, dos diferentes
longo da cadeia hierárquica de uma organização,
liderados identificam o estilo de os objetivos que se propõem e se
são apenas parte da complexidade e subjetividade
inerenteliderança
ao tema. como um fator desen- atribuem, organizam-se a elas pró-
Durante muitos anos, a liderança foi estudada e entendida como
cadeador dos conflitos laborais. Ao prias.um Atraço
ação de de organizar pressupõe
personalidade, isto é, dependendo exclusivamente de características pessoais e inatas do
sujeito.mesmo
Atualmente, tempo,
percebemos que as uma incompa- trabalho conjunto ou ação concer-
atitude de liderança depende da
tada. Daqui emerge a necessidade de
aprendizagem social do indivíduo e, por isso mesmo, pode ser treinada/aperfeiçoada.
Apesartibilidades
disso, persistempessoais e/ouconceituais.
inúmeras dúvidas profis- São muitos os trabalhos
sionais entre líder e liderado(s), a
realizados em torno deste tema, bem como, focos e níveis de gerar acordos
análise/intervenção; talvez e de gerir expec-
por isso sejam inúmeras as confusões conceptuais relacionadas tativas, criar linguagens comuns e
com a liderança,
coexistência
nomeadamente aquela quedeequipara
lideranças
liderançaformais
a chefia. eNa verdade, o conceito de
informais, bem como, a integração de encontrar soluções aceitáveis
dos diferentes estilos ao longo da para problemas que enfrentam em
cadeia hierárquica de uma organi- conjunto. A definição e alcance de
zação, são apenas parte da com- objetivos é uma atividade ‘política’
plexidade e subjetividade inerente ou ‘estratégica’, no sentido em que
ao tema. implica escolhas e preferências, de-

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PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

finição de prioridades, formação de  É um processo de influência e


alianças e coligações. E, neste pro- de desempenho de uma função
cesso, o debate ou confronto, o diá- grupal orientada para a com-
logo, o trabalho de persuasão ou de secução de resultados, aceites
pelos membros dos grupos.
legitimação, desempenham um pa-
Liderar é pilotar a equipe, o
pel nuclear. Neste contexto, agir é grupo, a reunião; é prever,
comunicar. decidir, organizar.
 É a capacidade de influenciar
Definição de Conceitos pessoas para que se envolvam
voluntariamente em tarefas
A liderança está intimamente para a concretização de obje-
relacionada com as competências de tivos comuns.
comunicação e de transmissão de
Assim, enquanto que a lide-
ideias. Assim, tem sido muito com-
rança pode ser vista como um
plicado definir o que é ser líder e o
fenômeno de influência interpes-
que é Liderança, havendo inúmeras
soal, o líder pode ser percebido co-
definições para este elaborado com-
mo aquele (a) que decide o que deve
ceito. Existem quase tantas defini-
ser feito e faz com que as pessoas
ções de liderança quantas as pessoas
executem essa decisão. 

a tentar defini-la. Apresentam- se,
em seguida, algumas definições em- O comportamento dos sujeitos
contradas, referentes ao conceito de implica que o líder adote um estilo
Liderança: de liderança específico e adequado
às características desse grupo. Pelo
 É o papel que se define pela
frequência com que uma pes- processo de influência, o líder pode
soa influencia ou dirige o com- alterar o comportamento dos sujei-
portamento de outros mem- tos, de modo intencional, através
bros do grupo. das estratégias que utiliza para
 É a capacidade para promover impor o seu domínio e ascendência.
a ação coordenada, com vista É importante que o líder se relacione
ao alcance dos objetivos orga-
com todos os elementos do grupo
nizacionais.
 É um fenômeno de influência que lidera. Como apareceu numa
interpessoal exercida em de- definição de Liderança, anterior-
terminada situação através do mente citada, neste processo com-
processo de comunicação hu- plexo de liderar, há uma influência
mana, com vista à comu- interpessoal que surge como resul-
nicação de determinados obje- tado da comunicação entre os inter-
tivos.

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PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

locutores envolvidos no processo, aspectos de personalidade. O que


acerca de um determinado objetivo. interessava aos pesquisadores da
O comportamento de lidera- época era poder eleger dentre certos
nça engloba diversas funções rela- atributos quais os que melhor
cionadas com o estruturar, distri- definiriam a personalidade do líder.
buir funções, orientar, coordenar, A Teoria dos Traços ocupou
controlar, motivar, elogiar, punir, durante bastante tempo os estu-
reforçar, etc. Contudo, o fundamen- diosos e investigadores dos fenô-
tal da liderança baseia-se no dire- menos de liderança e, apesar das
cionar o grupo para metas espe- suas pesquisas terem redundado em
cíficas. 
 fracasso, essa posição encontra-se
Durante muito tempo, a lide- ainda muito difundida no senso
rança foi estudada como estando comum. De fato, seria bastante
relacionada com características pes- otimista pensar que podiam existir
soais e inatas do sujeito. Consi- apenas líderes natos, bem como
derava-se que as qualidades ine- traços de personalidade consis-
rentes ao líder, tais como a inte- tentes e próprios de todos os líderes,
ligência, a amabilidade, a força físi- fossem eles líderes como Hitler,
ca, etc. eram determinadoras dos Madre Tereza de Calcutá, Bin Laden
potenciais líderes. Surge, assim, a ou Ghandi. Os diversos estudos pa-
teoria dos traços de personalidade recem ter concluído apenas vaga-
que considerava que o líder possuía mente que certas características co-
características que o identificavam e mo inteligência, extroversão são,
que o tornavam o grande homem, e autossegurança e empatia, tendiam
em que a liderança era percebida a estar relacionadas com o desen-
como intrinsecamente individual. volvimento e manutenção de posi-
Essa teoria defende que a ções de liderança. Mas para além
posse de certos traços de caráter e de caracteres inatos e adquiridos. Por
personalidade permitiria a certos outro lado, essas teorias sustentam
homens acesso ao poder. Dessa que o líder nato ou o possuidor de
forma, julgava-se ser possível em- determinados traços seria capaz de
contrar traços de personalidade exercer espontaneamente e imedia-
universais nos líderes que os dis- tamente a liderança, o que vai de
tinguiam dos não líderes. Bryman encontro à natureza
dinâmica das
(1992) retrata três grandes tipos de relações humanas. Essas teorias
traços que a literatura trata, fatores ignoram também os
fatores situa-
físicos, habilidades características e cionais e, embora especificassem

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PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

traços que quase todos os líderes classificatória, as principais carac-


possuíam, a verdade é que temos terísticas comportamentais do estilo
que reconhecer que esses mesmos do líder são assim descritas:
traços são frequentemente possuí-
dos por um grande número de não Liderança Autocrática
líderes. Entretanto, e embora essas
teorias tendam hoje a serem Na tomada de decisão, apenas
rejeitadas, é de algum modo eviden- o líder decide e fixa as diretrizes,
te que os atributos pessoais particu- sem qualquer participação do grupo,
lares aumentam a probabilidade de e sua atuação junto a tal grupo é
que certas pessoas assumam, com pessoal, sendo dominador nos elo-
maior frequência, papéis de lideran- gios e críticas ao trabalho de cada
ça nos vários grupos em que parti- liderado. Este líder determina qual a
cipam. tarefa que cada um deverá executar
e qual a equipe de cada um, deter-
Teorias Comportamentais minando providências para a execu-
ção das tarefas, na sequência que lhe
As abordagens dessa escola convier, de modo imprevisível ao
teórica enfocam os comportamentos grupo.
manifestados pelos líderes, criando
uma preocupação mais acentuada Liderança Liberal
com os estilos de liderança e menos
com a relevância que se supunham Na tomada de decisão, a
ter os traços de personalidade do participação do líder é mínima, não
líder. Começa-se a criar uma fazendo nenhuma tentativa de regu-
tipologia específica e própria aos lar o curso das coisas, e a liberdade
padrões comportamentais de lide- para decidir é ampla. Tanto a divisão
rança que classificam os diferentes das tarefas como a escolha dos
estilos do líder. colegas ficam por conta do grupo e a
Interessados em pesquisar o participação do líder no debate
modo comportamental com que os sobre a programação dos trabalhos é
líderes tomavam suas decisões, divi- limitada.
diam e programavam seus trabalhos
e os de seus subordinados, e o efeito Liderança Democrática
que isto produzia nos indicadores de
produtividade e satisfação geral dos Na tomada de decisão, as
subordinados. Nessa concepção diretrizes são debatidas e decididas

16
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

pelo grupo, que é estimulado e isoladamente e precisam lidar com


assistido pelo líder, e sua atuação seguidores, dentro de um contexto
junto ao grupo é participativa, cultural, social e físico, desviando a
tornando-se um membro normal do ênfase que até então vinha sendo
grupo, comportando se de modo dada ao líder, como entidade com-
objetivo e estimulando o grupo com pleta por si mesma, e justificando
fatos, elogios e críticas. Esse líder uma abordagem situacionista, não
não determina a divisão das tarefas abandonando necessariamente a
nem tampouco a equipe, que ficam a procura de características signifi-
cargo de cada membro do grupo, cantes de líder, mas tentando encon-
que determina providências e trá-las em situações que contenham
técnicas para atingir o alvo, identificáveis elementos comuns.
contando com o aconselhamento As abordagens sobre liderança
gerencial do líder e dando contornos passam a ser mais abrangentes no
novos através de debates.
 sentido de incluírem uma visão pro-
Nessa linha de enfoque com- cessual e relacional entre três ele-
portamental existem duas classes mentos: primeiro, o perfil de per-
gerais de comportamento de super- sonalidade e o estilo comportamen-
visão. Nesse modelo de classifi- tal do líder, segundo, os seguidores e
cação, os líderes orientados para o terceiro, a situação.
funcionário são descritos como Essa tríade que incorpora o
enfatizadores das relações interpes- elemento situacionista nas relações
soais e demonstram interesse pes- verificadas até então entre líderes e
soal em satisfazer as necessidades seguidores, traz em seu bojo a essên-
sociais e emocionais dos membros cia das teorias contingenciais de
do grupo. Já os líderes orientados liderança, cujo pilar-núcleo é enten-
para a tarefa são descritos como der que não há um estilo de lide-
enfatizadores de aspectos técnicos e rança adequado único, pois sua efe-
práticos das atividades, com preo- tividade é contingente à situação e
cupação voltada para a execução das ao nível de prontidão – habilidade e
tarefas, enxergando seu grupo como disposição demonstradas para a
um meio para tal propósito. realização de uma dada tarefa – dos
seguidores.
Teorias Contingenciais A orientação pessoal do líder
que pode ser classificada em voltada
Essas teorias passam a consi- para as tarefas ou voltada para as
derar que os líderes não funcionam pessoas. O estilo “Orientação para a

17
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

tarefa” não é superior ao estilo “Ori- Indicações Filmografias


entação para as relações humanas”.
Cada um destes estilos é eficaz, com-  Carros
soante a situação. Essa teoria não se  A Fuga das Galinhas
preocupa tanto em descobrir qual o  Duelo de Titans.
melhor estilo de liderança, mas o  Sociedade dos Poetas Mortos
estilo mais eficaz para determinada  Coração Valente
situação. De acordo com este mo-  Gladiador
delo contingencial de liderança,  Resgate do Soldado Ryan
existem três variáveis situacionais  Desafiando Gigantes
que determinam se uma dada situa-  Último Samurai
 A Última Fortaleza
ção é ou não favorável ao líder:
 Invictos
 Coach Carter
1. As relações pessoais com os
membros do grupo; A dama de ferro:
O longa
2. O grau de estruturação da
mostrará a história da Ex-Primeira
tarefa que o grupo deve realizar;
Ministra da Inglaterra Margaret
3. O poder e a autoridade que o
Thatcher com a saúde prejudicada
poder lhe conferem (poder de
lutando contra o marasmo da sua
posição).
aposentadoria e, vigorosamente,
contra memórias de feitos do seu
Após os seus estudos, Fidler
passado. Ela começará a relembrar
(autor dessa teoria) convenceu-se da
os menores detalhes da vida pessoal
impossibilidade de o indivíduo ser
e profissional após ser provocada
ao mesmo tempo voltado para as
pelo seu marido, Dennis Thatcher, o
tarefas e voltado para as relações. O
que passará pela sua ascensão ao
indivíduo em posição de liderança
poder da Inglaterra dos anos 1980.
sente-se mais confortável, sincero e
Mas teria tudo valido a pena? Essa
eficaz praticando comportamento
será a dúvida que conduzirá à nar-
de liderança coerente com sua
rativa.
própria personalidade básica. As-
sim, o aspecto mais importante da
liderança é combinar o estilo e a
personalidade do líder com a situ-
ação em que seu desempenho será
melhor.

18
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

2. Habilidades Sociais

Fonte: Harvard2

Escuta Empática sente, pensa e fala. Se você não


compreender algum ponto, peça

A maior parte das pessoas não


consegue escutar com a inten-
ção de compreender; elas ouvem
exemplos e informações adicionais.
A empatia não significa concordar
incondicionalmente com alguém,
com a intenção de retrucar. Estão mas compreender alguém profunda-
sempre falando ou se preparando mente, tanto no plano emocional
para falar. São pessoas que quando quanto no intelectual. A escuta
ouvem algum relato dizem pronta- empática significa muito mais do
mente: “Ah! Sei exatamente como que registrar, repetir ou mesmo
você se sente! Já passei por isso entender as palavras que estão
também. Vou contar o que acon- sendo ditas; significa ouvir também
teceu comigo...”. com os olhos e o coração. Você ouve
Já a escuta empática é a escuta procurando entender o significado,
com a finalidade de compreender. o sentimento; ouve para compre-
Procure ouvir verdadeiramente, ender.
buscando entender o que o outro

2 Retirado em: https://hbr.org/

20
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

Quando você ouve com empa- Não ceda à tentação de decla-


tia, você compreende o que aconte- mar sua autobiografia e começar a
ce; depois pode se concentrar na falar de você próprio. Ouça mais do
solução do problema. É difícil procu- que fale;
rar primeiro compreender, diagnos- Demonstre compreensão e
ticar, antes de receitar uma solução. respeito. Faça desse momento uma
É muito mais simples oferecer logo oportunidade para reforçar o vín-
uma solução que vem servindo a culo e a amizade;
você há tanto tempo, sem se preo- Não é preciso demonstrar seus
cupar se ela serve ou não à outra conhecimentos. Momentos de silên-
pessoa. cio também fazem parte da com-
Procurar primeiro compreen- versa;
der implica uma mudança no Faça desse momento uma
paradigma, visto que geralmente oportunidade de aprendizado. Escu-
procuramos que primeiro nos te as pessoas e se interesse por suas
compreendam. Escuta empática é a sugestões;
chave para uma efetiva comuni- Seu corpo fala. Portanto, evite
cação. A essência da escuta empática cruzar os braços, bocejar, olhara
não está em concordar com alguém, para os lados, balançar a cabeça
mas sim compreender aquela pessoa negativamente ou qualquer outra
profundamente, tanto no plano manifestação que demonstre pouco
emocional quanto no intelectual. interesse ou falta de respeito.
Escutar empaticamente não é Nesse primeiro tópico discuti-
algo tão difícil de praticar, apenas do você precisa acreditar, antes de
requer boa vontade, disciplina e tudo, que é possível melhorar e que
algumas ações e decisões simples, é necessário aprender a compre-
que com o tempo, certamente se ender as pessoas para depois se fazer
tornarão um hábito muito impor- compreender.
tante.
Quando reunir-se com alguém Como Lidar com Críticas
para conversar, procure fazê-lo em
ambientes em que você não se Não importa se você é Gandhi,
distraia; Lula ou um estagiário. Inevita-
Seja qual for o local em que velmente, você receberá críticas
estiver conversando, pare o que está sobre o que você faz e até sobre
fazendo e ouça; quem você é. E se já é difícil
enfrentar os desafios da vida por si

21
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

só, que dirá quando se é criticado. dela para entender o motivo da


Por isso, quero compartilhar com crítica. É possível que ela ou você
você algumas ideias práticas de não tenha notado a situação por
como lidar com as críticas em sua completo e que uma das duas
vida: precise entender melhor para que
possa aceitá-la. Ou não.
Agradeça e seja grato. Sei que
é difícil ser grato a uma crítica.
Algumas pessoas têm o dom de
conseguir nos incomodar de tal
forma que nossa única reação é de
Fonte: Cpdec
raiva ou tristeza. Mas entenda que,
Não fique na defensiva. Essa caso a pessoa esteja agindo com boas
provavelmente é a dica mais difícil intenções e a crítica faça sentido,
de seguir. Como animais em evo- você está recebendo uma lição
lução, nosso instinto é de fuga ou gratuita. Além do que, ao agradecer,
ataque. E como hoje em dia não você estará eliminando toda raiva e
andamos mais por aí carregando tristeza de seu coração. Ao agra-
tacos, as palavras são nossa nova decer, a pessoa que lhe criticou
arma. Por isso, ser "atacado" por certamente irá se sentir melhor. E,
uma crítica e não entrar na defensiva quem sabe, lidará melhor com a
não é fácil, mas lhe colocará um situação da próxima vez.
degrau acima na escala evolutiva. Pergunte o que pode fazer para
Considere a fonte. Lembre-se melhorar. Qualquer um pode olhar a
que fala quem quer. Nem sempre as Mona Lisa e dizer que poderia ser
pessoas que nos criticam têm noção melhor. Mas melhor como? Quan-
completa do que estão falando ou do? Por quem? Peça ideias de como
das razões que nos levaram a receber melhorar, pois, críticos são como
a crítica. Muita gente é crítica técnicos de futebol: no fundo todo
profissional e fazem os outros se mundo sabe um pouco. Peça ajuda e
sentirem mal pelo bel prazer. Separe quem sabe aprenderá uma grande
o joio do trigo ou será um saco de lição.
pancadas. Faz sentido? Então mude! De
Busque entender o ponto de cada 100 críticas que já recebi, mais
vista da outra pessoa. Se a pessoa lhe da metade não fizeram sentido. Ou
parece estar agindo com boas por falta de conhecimento, ponto de
intenções, tente se colocar no lugar vista ou divergências de interesse

22
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

das pessoas criticando. Destas, algu- mento em que for manifesto. Quan-
mas fizeram sentido, mas não me do digo manifesto, é uma forma de
traziam soluções. Porém, as pou- chamar a atenção para a ideia de que
quíssimas críticas sinceras, constru- comportamento é algo situacional,
tivas e com boas ideias valeram mais que pode mudar de acordo com o
juntas do que todas as demais. momento e a situação. Em função
Muito do que mudei e evoluí em disto, uma mesma pessoa pode ter
minha vida devo a elas. Por isso, não os três comportamentos, ainda que
tenha medo de aceitar uma crítica certamente exista uma tendência
boa e mudar como consequência. maior de as pessoas agirem de
Faz parte de sua evolução. determinada forma em circunstân-
Se nada disso funcionar, pois cias "normais", ou seja, o indivíduo
nem sempre temos a oportunidade tende a adotar um determinado esti-
de conversar ou responder às pes- lo como mais frequente.
soas que nos criticam, uso uma Esta constatação nos confirma
técnica simples. Escrevo uma carta a ideia de que podemos mudar um
rebatendo a crítica e respondendo às comportamento se percebemos que
perguntas acima e, tão pronto a ele não está valendo a pena, isto é,
termino, agradeço a pessoa na carta não satisfaz as nossas necessidades,
e guardo numa gaveta. Ou, se expectativas e objetivos pessoais.
preferir, jogue fora. Já tive a Sim, podemos desenvolver a nossa
oportunidade de reler algumas assertividade. Veja abaixo as carac-
dessas cartas e descobri que é nos terísticas principais de cada tipo de
momentos de pressão que cres- comportamento:
cemos. Mas crescemos mais se
temos a humildade de aprender com Passivo
os outros.
Ansioso por evitar o confronto,
Estilos de Comunicação mesmo à custa de si próprio, costu-
ma ficar muito preocupado com a
Antes de entendermos o que é opinião dos outros a seu respeito.
ASSERTIVIDADE, vale saber que Ainda, geralmente, espera que as
existem 3 tipos de comportamento: pessoas compreendam o que ele
passivo, agressivo, agressivo-pas- deseja.
sivo e assertivo. Expressão corporal: Evita o con-
Cada um deles tem vantagens tato visual, quieto, voz trêmula, fala
e desvantagens dependendo do mo- confusa e atitudes defensivas. Con-

23
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

sequentemente, encolhe sua pos- Expressão corporal: Contato vi-


tura, mexendo as mãos de forma sual suficiente para dar a entender
inquieta. que está sendo sincero. Possui um
Ações: Culpa-se de tudo, odeia o tom de voz moderado e apresenta-se
assunto, evita a abordagem direta. com postura comedida e segura. As-
Justifica-se excessivamente; solicita sim, sua linguagem corporal é
aprovação. Cede facilmente. Tais condizente com suas palavras.
atitudes geram simpatia, entretanto Ações: Ouve bastante, procura en-
faz com que as pessoas se sintam tender. Trata as pessoas com respei-
culpadas. to. Aceita acordos, soluções. Aceita
declarar ou explicar suas intenções.
Agressivo Vai direto ao ponto, sem ser áspero.
Insiste na busca de seu objetivo.
Ansioso por vencer, custe o Lembre-se: de maneira geral, o
que custar. Demonstra-se muito que as pessoas sentem a nosso
mais preocupado com os próprios respeito é consequência direta do
desejos do que com os dos outros. modo como às tratamos.
Expressão corporal: Máximo Assim:
contato visual, fala com voz alta e  procure controlar seus senti-
ainda possui uma postura evasiva. mentos;
Costuma apertar os dedos e apontá-  permaneça firme em suas
los contra quem está à sua frente. crenças e valores, contudo seja
Ações: Imediatamente joga a culpa tolerante com os outros;
nos outros. Critica as pessoas, e não  não pense em “vencer o ou-
tro”, mas “vencer com o
seu comportamento. Interrompe outro”.
com frequência. É autoritário e usa
de sarcasmo, críticas, escárnio para O assertivo é equilibrado, as-
ganhar a discussão. Solicitações pa- ber pesar todos os prós e contras de
recem ordem. “Engrossa” facil- uma questão antes mesmo que ela
mente a situação. seja discutida.

Assertivo

Ansioso por defender seus


direitos, mas ao mesmo tempo,
capaz de aceitar que as outras
pessoas também tenham os seus.

24
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

3. Introdução à Toxicologia Ocupacional

Fonte: Veja3

C om a industrialização em cres-
cente expansão, os organismos
vivos estão em contato contínuo
Dependendo das propriedades
químicas ou físicas, estes produtos
podem ser absorvidos principal-
com inúmeros agentes tóxicos em mente pelo trato gastrintestinal,
todos os ambientes, produtos tóxi- pulmões e/ou pele. Felizmente o
cos estão na comida que comemos, nosso organismo tem a capacidade
na água que bebemos e no ar que de biotransformar e excretar estes
respiramos. De acordo com infor- compostos na urina, fezes e ar
mações da Organização Mundial da expirado. Entretanto, quando a ca-
Saúde, estima-se que ocorrem no pacidade de absorção excede a ca-
Brasil cerca de doze mil casos de pacidade de eliminação, compostos
intoxicação todos os dias. Como a tóxicos podem ser acumulados em
previsão é de uma morte a cada mil concentrações críticas em um deter-
casos, a conclusão é que cerca de minado órgão alvo do nosso orga-
doze brasileiros morrem intoxicados nismo.
por medicamentos e/ou outras O conhecimento da disposição
substâncias químicas todos os dias. das substâncias químicas no orga-

3 Retirado em: https://veja.abril.com.br/

26
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

nismo, bem como de seus produtos Toxicologia Ocupacional: estu-


de biotransformação é de grande da os efeitos nocivos causados por
importância quando é analisada a substâncias químicas presentes no
toxicidade das substâncias que agri- ambiente de trabalho.
dem os organismos vivos. Nos últimos tempos, a Toxi-
A Toxicologia vem, portanto cologia Ocupacional tem merecido
nos ajudar a entender os efeitos no- grande destaque porque se preocupa
civos causados pelas substâncias com a saúde dos trabalhadores que é
químicas ao interagirem com os a população produtiva de cada país.
organismos vivos, tendo por obje- A associação de algum efeito
tivo a avaliação do risco de intoxi- tóxico com uma determinada ativi-
cação, e desta forma estabelecer me- dade profissional já é conhecida
didas de segurança na utilização e desde Paracelso e desde esta época
consequentemente prevenir a into- procura-se estudar estes efeitos e
xicação, antes que ocorram alte- estabelecer medidas de segurança
rações da saúde. no manuseio das inúmeras substân-
Áreas da Toxicologia, depen- cias tóxicas que o homem é exposto
dendo do campo de atuação: em seus diferentes ambientes de
Toxicologia Ambiental: estuda trabalho.
os efeitos nocivos causados por Com o crescimento acelerado
substâncias químicas presentes no da indústria e o constante aumento
macroambiente (ar, água, solo); do uso de produtos químicos, nem
Toxicologia Forense: estuda os um tipo de ocupação está inteira-
aspectos médicos legais da intoxi- mente livre da exposição a uma
cação; variedade de substâncias, capazes de
Toxicologia Social: estuda os e- produzirem efeitos indesejáveis so-
feitos adversos causados pelo uso de bre os sistemas biológicos. As medi-
drogas, decorrente da vida em socie- das preventivas destinadas a este
dade; fim são conhecidas como procedi-
Toxicologia Clínica: estuda os mentos de monitoramento.
efei-tos nocivos causados pelo uso Está claro que se deve obter,
de medicamentos, drogas, etc.; pelo menos, um mínimo de informa-
Toxicologia de Alimentos: estu- ção a respeito da toxicidade das
da efeitos nocivos decorrentes da substâncias empregadas nas inúme-
utilização de aditivos e da presença ras ocupações do homem. Os estu-
de resíduos de contaminantes em dos que possibilitam as obtenções
alimentos;

27
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

dessas informações são os objetivos  observação ao acaso no


da toxicologia ocupacional. ambiente de trabalho;
Toxicologia Ocupacional foi  pesquisas epidemiológicas.
definida, pelo comitê misto, que é
constituído por: CCE/OSHA/NIO- Com os dados experimentais e
SH, como: epidemiológicos, torna-se possível
“Atividade sistemática, contí- definir critérios de segurança para
nua ou repetitiva, relacionada à cada substância (exemplo: as con-
saúde e desenvolvida para implantar centrações permissíveis) e adotar
medidas corretivas sempre que se medidas de prevenção, que torne
façam necessárias” possível respeitar esses critérios.
Dessa maneira, é mantida a saúde
Comitê Misto do trabalhador, ou em outras pala-
vras, alcançado o objetivo da toxi-
CCE – Comissão da Comunidade cologia ocupacional.
Européia No mundo, em escala cres-
OSHA – Occupational Safety and cente, procura-se estabelecer e con-
Health Administration (USA) trolar os limites permissíveis (con-
NIOSH – National Institute for centrações) de substâncias químicas
Occupational Safety and Health no ambiente de trabalho, quando a
(USA) exposição a uma substância química
Essencialmente, a toxicologia é inevitável, a fim de prevenir a into-
ocupacional procura prevenir o de- xicação ocupacional. Essa prevenção
senvolvimento das lesões tóxicas ou é feita utilizando dois métodos de
de doença profissional. Para cum- controle, que são complementares,
prir tal objetivo é necessário um mas que ainda hoje no Brasil, nem
grande conhecimento sobre os agen- sempre são sempre aplicados.
tes ocupacionais potencialmente
tóxicos, especialmente informações Controle ou Monitoramento
sobre a toxicidade das substâncias e Ambiental
a relação dose/resposta.
Esses dados podem ser obti- O monitoramento ambiental
dos por meio de quatro fontes visa determinar os níveis de agentes
principais: químicos no ambiente ocupacional,
para avaliar uma exposição poten-
 experimentação em animais;
 experimentação em volun- cial, isto é a quantidade do agente
tários; químico que pode alcançar os
organismos vivos. Assim, com base

28
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

nos dados obtidos e no conhe- mentos em animais e observações


cimento do risco toxicológico das no homem. Pode se notar, que os
substâncias, é possível evitar que a estudos para a fixação dos limites
contaminação atinja níveis peri- permissíveis são complexos e dis-
gosos. pendiosos, e apenas alguns países os
Pode se definir monitora- realizam. Assim os EUA, “URSS”,
mento ambiental como: Alemanha, Suécia e Tchecoslová-
“A medida e a avaliação, quali- quia determinam esses limites, em-
tativa e quantitativa, de agentes quí- quanto outros países, como a Ingla-
micos no ambiente ocupacional pa- terra, Argentina, Peru, Noruega,
ra estimar a exposição ambiental e o Brasil etc, adotam os limites dos
risco à saúde, comparando os resul- EUA com as adaptações necessárias
tados com referências apropriadas”. as condições de trabalho em cada
Este controle foi por vários país.
anos efetuado como único modo de No Brasil estas adaptações são
se prevenir o aparecimento de alte- feitas de acordo com a área, podem-
rações nocivas para a saúde decor- do ser do Ministério do Trabalho, da
rentes da exposição ocupacional. Saúde, etc. A NR-15 (Norma Regula-
Baseia-se na definição, para um mentadora nº 15, 1978, Ministério
grande número de substancias quí- do Trabalho, utiliza os valores adap-
micas, como a concentração no ar tados da ACGIH-USA de 1977. Estes
abaixo da qual nenhum efeito tóxico valores foram reduzidos em 78% em
deverá ocorrer em pessoas normais virtude da jornada semanal no Bra-
e na vigilância para que a exposição sil ser de 48 horas, naquela época
ocupacional não ultrapasse esses (até 1989), com relação às 40h
limites. Esse controle considera que preconizadas pela ACGIH).
os agentes tóxicos penetram no Os Limites de Exposição Ocu-
organismo por inalação. pacional – LEO, propostos pela
Para se estabelecer as concen- ACGIH - USA (American Confe-
trações máximas para uma exposi- rence of Governamental Industrial
ção ocupacional uma série de infor- Hygienist), são os chamados TLV’s
mações cientificas são exigidas, tais onde:
como: os conhecimentos das propri- TLV (THERESOLD LIMIT VA-
edades físico-químicos; investiga- LUE) “referem-se às concentrações
ções toxicológicas sobre toxicidade das substâncias dispersas na atmos-
aguda, sub-aguda e crônica pelas fera que representam as condições
diversas vias de introdução; experi- sob as quais se acredita, que quase

29
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

todos os trabalhadores possam estar tos dos valores de TLV – TWA. Na


expostos continua e diariamente, verdade, servem para controlar flu-
sem apresentar efeitos adversos à tuações das concentrações das subs-
saúde”. tâncias acima dos valores de TWA
“Os valores de TLV são estabelecidos. Os valores de TLV –
calculados para um período de 7 a STEL são determinados para subs-
8h por dia, num total de 40h sema- tâncias que apresentam efeitos noci-
nais, sem que isso traga danos para vos agudos, prioritariamente aos
a sua saúde. O TLV é uma média que efeitos crônicos.
permite flutuações em torno dela, TLV – C (Ceiling) – É a concen-
desde que no final da jornada de tração máxima permitida que não
trabalho o valor médio tenha sido pode ser ultrapassada em momento
mantido. ” algum durante a jornada de tra-
Os principais tipos de TLV são: balho. Normalmente é indicado para
TLV – TWA (Time Weight Ave- substâncias de alta toxicidade e
rage) – É a concentração média baixo limite de exposição.
ponderada pelo tempo de exposição “Contudo devido à grande va-
para a jornada de 8h/dia, 40h/ riação na suscetibilidade individual
semana, à qual praticamente todos uma pequena % de trabalho pode
os trabalhadores podem se expor, sentir desconforto diante de certas
repetidamente, sem apresentar efei- substâncias em concentrações per-
tos nocivos. missíveis segundo os LTs, ou mesmo
TLV –STEL (Short Time Expo- abaixo deles: um número menor
sure Limit) – É a concentração na pode ser mais seriamente afetado
qual os trabalhadores podem se pelo agravamento de uma condição
expor, por um curto período, sem pré-existente ou pelo desenvolvi-
apresentar efeitos adversos. O tem- mento de uma doença ocupacional”,
po máximo de exposição aos valores absoluto e não pode ser em nenhum
do TLV- STEL é de 15 minutos, momento. Nos EUA esse valor máxi-
podendo ocorrer, no máximo, 4 mo é adotado para algumas subs-
vezes durante a jornada, sendo o tâncias com sigla TLVc, como foi
intervalo de tempo entre cada ocor- visto acima.
rência de pelo menos 60 minutos. O Esquematicamente tem-se:
TLV – TWA não pode ser ultrapas-
sado ao fim da jornada.
Os valores de TLV – STEL
devem ser vistos como complemen-

30
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

LT - Os limites de exposição Esquematicamente têm-se:


ocupacional da NR-15, no Brasil, são
chamados de Limites de Tolerância
(LT) e são compilados das tabelas
dos valores de TLV-TWA e se
referem às concentrações médias
máximas que não devem ser ultra-
passadas numa jornada de 8h/dia,
48 horas/semana. É também uma
Histórico dos Limites de
média que permite flutuação ao
longo da jornada de trabalho. Os LT Tolerância
brasileiros são extrapolados dos
1933-38- União soviética regula-
TLV através de uma média
menta os primeiros limites
aritmética.
1941- “Maximum Allowable Concen-
Nos EUA é calculado perio-
tratinos” (MACs) American Natio-
dicamente o chamado nível de ação
nal Strandards Institute (ANSI)
(NA), ou seja, a concentração a par-
1943 - “Hvglene Guides” American
tir da qual os controles médicos e
Industrial Hygiene Association
periódicos devem ser iniciados. De
(AHIA)
acordo com a legislação Brasileria e
1947 – “Threshold limit Values”
recomendações internacionais o NA
(TLV’s), American Conference of
corresponde a uma concentração
Governmental Industrial Hygienists
igual a metade das concentrações
(ACGIH)
máximas permitidas.
1968 - Hygiene Standars British
Factory Inspectorate
LEO
1969 - Maximale Arbeitdplatzkon-
NA  zetration (MAK), Alemanha
2
1970 - Permissible Exposure Limits
(PELS), OSHA/ EUA
1970 - Recommended Exposure Li-
Onde:
mits (RELS), NIOSH/ EUA
1978 - Limites de Tolerância MTPS/
NA = Nível de Ação
Brasil
1982 - Valeurs Limites D’ Exposition
LEO = Limite de Exposição
Professionnalle, França
Ocupacional

31
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

O monitoramento ambiental, Controle ou Monitoramen-


entretanto, ao estimar a intensidade to Biológico
da exposição, não é inteiramente
satisfatório para evitar o risco decor- Existe uma série de vantagens
rente da exposição ocupacional a xe- e limitações para que seja realizado
nobióticos. Existem inúmeras variá- o monitoramento biológico ele é de
veis que prejudicam a associação uso limitado a poucos agentes quí-
direta entre a exposição e os efeitos micos e também não pode ser utili-
nocivos. zado para a prevenção de efeitos
Os indivíduos diferem quanto carcinogênicos, mutagênicos ou a-
a duração e a intensidade da lergênicos, para os quais não são
exposição aos contaminantes da at- conhecidas as doses onde não são
mosfera, aos hábitos alimentares, observados efeitos nocivos.
hábitos próprios no trabalho e no Dentre as vantagens do moni-
macroambiente. O monitoramento toramento biológico em relação ao
ambiental não considera, por exem- ambiental, podemos citar:
plo, o trabalho extra ou o trabalho  Exposição relativa a um perí-
pesado, quando pode ocorrer até 20 odo de tempo prolongado;
vezes mais inalação de ar por minuto  Exposição como resultado da
do que no trabalho leve. movimentação do trabalhador
Além disso, as características no ambiente de trabalho;
individuais tais como sexo, idade,  Absorção de uma substância,
através de várias vias de intro-
raça, estados nu-tricionais, entre
dução e, não apenas, através
outros, resultam em uma série de do sistema respiratório;
respostas diferentes dos diversos  Exposição global, decorrentes
organismos, frente a uma mesma de várias fontes de exposição,
concentração do agente tóxico seja ocupacional, seja ambi-
ocupacional. ental;
No entanto, para vários  Quantidade da substância ab-
xenobióticos, como por exem-plo sorvida pelo trabalhador, em
função de outros fatores (ati-
aqueles que apresentam ação tóxica
vidade física no trabalho e
local (vapores de ácidos, NO, NO2, fatores climáticos);
SO2 etc.), o monitoramento  Quantidade da substância ab-
ambiental é o único meio de pre- sorvida pelo trabalhador, em
venir o aparecimento de intoxi- função de fatores individuais
cações. (idade, sexo, características
genéticas, condições funcio-
nais dos órgãos relacionados

32
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

com a biotransformação e eli- Ele visa estimar a quantidade


minação do agente tóxico). biodisponível do agente químico
(dose interna). O objetivo desse pro-
Quando o monitoramento cedimento é de assegurar que a ex-
biológico é realizado é considerado o posição do indivíduo não alcance
fato de que o próprio homem é a níveis nocivos.
melhor indicação das condições do A dose interna pode repre-
seu local de trabalho. No monito- sentar:
ramento biológico é estimado o risco  a quantidade do agente quí-
para a saúde dos indivíduos expos- mico recentemente absorvida
tos a substâncias químicas com base (exposição recente), como por
na exposição interna do organismo exemplo o fenol urinário na
(dose interna) todos os trabalha- exposição ao benzeno;
dores são examinados, individual-  a quantidade do agente quí-
mico ligada aos sítios de ação
mente, procurando detectar preco-
(dose no órgão crítico) como,
cemente uma exposição excessiva por exemplo, o cádmio no
(antes que alterações biológicas sig- tecido renal
nificativas ocorram) ou então, al-  a quantidade armazenada
gum distúrbio biológico reversível num ou vários compartimen-
(antes que tenham causado algum tos do organismo (dose total
prejuízo à saúde) têm-se então dois integrada ou dose especifica
tipos de monitoramento biológico: num órgão) como, por exem-
plo, o chumbo nos ossos.
Monitoramento Biológico Pro- Monitoramento Biológico de
priamente Dito ou de Dose Efeito
Interna
Uma vez que o monitoramento
O monitoramento biológico de
biológico envolve prioritariamente a
dose interna foi definido como: “A
prevenção, o monitoramento bioló-
medida e avaliação de agentes quí-
gico de efeito seria conceitualmente
micos ou de seus produtos de bio-
contraditório com o primeiro. Toda-
transformação em tecidos, secre-
via, deve-se considerar que o efeito
ções, excreções, ar exalado ou algu-
no qual esse monitoramento está
ma combinação desses, para estimar
baseado é o não nocivo.
a exposição ou o risco à saúde quan-
O monitoramento de um efeito
do comparados com uma referência
precoce, não nocivo, produzido por
apropriada”.
um agente químico pode, em prin-

33
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

cípio, ser adequado para prevenir químico que interage com o sitio de
efeitos nocivos à saúde. Assim, o ação.
monitoramento biológico de efeito é Como exemplos de efeitos
definido como: “a medida e avalia- considerados não nocivos, temos a
ção de efeitos biológicos precoces, depressão da desidratase do ácido
para os quais não foi ainda esta- delta-aminolevulínico no sangue
belecida relação com prejuízos à (delta-ala D) e o aumento da zinco
saúde, em trabalhadores expostos, protoporfirina no eritrócito (zn-pp)
para estimar a exposição e/ou os na exposição ao chumbo.
riscos para saúde quando compa- Assim, o objetivo principal do
rados com referência apropriada”. monitoramento biológico, seja ele
Um efeito biológico pode ser de dose interna ou de efeito, é,
definido como uma alteração bio- essencialmente o mesmo do monito-
química, funcional ou estrutural que ramento ambiental, ou seja, preve-
resulta da reação do organismo à nir a exposição excessiva aos agentes
exposição. Essa alteração é conside- químicos que podem provocar efei-
rada não nociva quando: tos nocivos, agudos ou crônicos, nos
 ao serem produzidas numa ex- indivíduos expostos. Nos três casos
posição prolongada não resul- o risco à saúde é avaliado compa-
tem em transtornos da capa- rando o valor medido, com um pa-
cidade funcional nem da capa- drão de segurança.
cidade do organismo para
compensar nova sobrecarga;
 são reversíveis e não dimi- Indicador Biológico de Exposi-
nuem perceptivamente a capa- ção ou Indicadores Biológicos
cidade do organismo de man- de Intoxicação ou Biomarca-
ter sua homeostasia; dores
 não aumentam as suscetibi-
lidades do organismo aos efei- Indicador Biológico de Expo-
tos indesejáveis de outros fato- sição é uma substância química, ele-
res ambientais tais como os mento químico, atividade enzima-
químicos, os físicos, os bioló- tica ou constituintes dos organis-
gicos ou sociais.
mos, cuja concentração (ou ativida-
de) em fluido biológico (sangue,
A vantagem dos testes que me-
dem os efeitos biológicos não noci- urina, ar exalado) ou em tecidos,
possui relação com a exposição am-
vos é que fornecem melhor infor-
biental a determinado agente tóxico.
mação sobre a quantidade do agente
A substância ou elemento químico

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PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

determinado pode ser produto de Fatores Não Ocupacionais


uma biotransformação ou alteração
bioquímica precoce decorrente da  Hábitos pessoais (por ex.,
introdução deste agente tóxico, no álcool, fumo)
organismo. Para os agentes quími-  Fármacos (por ex., aspirina)
cos preconizados na NR-7, é defi-  Fatores constitucionais (por
nido o Índice Biológico Máximo ex., espécie, sexo, idade)
 Fatores patológicos (por ex.,
Permitido (IBMP) que é “O valor
pessoas anêmicas expostas a
máximo do indicador biológico para metais – Cd, Pb, Hg – terão
o qual se supõe que a maioria das seus níveis mais baixos)
pessoas ocupacionalmente expostas  Fatores ligados às caracterís-
não corre risco de danos à saúde. A ticas dos fluídos biológicos
ultrapassagem deste valor significa (densidade da urina, correção
exposição excessiva”. Este Valor pela creatinina urinária)
(IBMP) deve ter correlação com a
Dentre os fatores ocupacionais
concentração do agente químico no
podemos citar as interações meta-
ambiente de trabalho e é definida
bólicas, decorrentes de exposições
como limite de tolerância ou limite
múltiplas a vários agentes indus-
de exposição ocupacional.
triais. Alguns itens devem ser obser-
Para realizar o monitoramento
vados para uma boa "performance"
biológico é preciso ter o indicador
dos exames toxicológicos:
biológico, que pode ser definido co-
mo todo agente tóxico inalterado  Momento da amostragem (pa-
dronização pela NR-7 em fun-
e/ou seu produto de biotransfor- ção da permanência dos indi-
mação, determinado em amostras cadores biológicos no orga-
representativas do organismo dos nismo).
trabalhadores expostos (sangue, uri-  Utilização de frascos adequa-
na e ar expirados) assim como a dos para coleta (evitar conta-
identificação de alterações biológi- minação, principalmente nas
cas precoces decorrentes da expo- análises de metais).
 Observar que a coleta seja
sição.
realizada em local afastado do
Dentre os fatores que podem local de trabalho (evitar conta-
influenciar os níveis dos indicadores minação exógena).
biológicos, podemos citar os seguin-  Evitar urinas muito diluídas
tes: (comprometem o resultado
em função da correção pela
creatinina urinária)

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PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

Os resultados obtidos dos do monitoramento biológico, para


exames dos indicadores biológicos se obter um quadro geral da con-
são comparados com referências dição e saúde do trabalhador, rela-
apropriadas. Aqui no Brasil a cionando-a com uma atividade es-
legislação que estabelece estas refe- pecífica.
rências é regulamentada pela NR –7 Em programas de vigilância à
Portaria nº 24 de 29/12/94 da Se- saúde são utilizados os indicadores
cretaria de Segurança e Saúde no do efeito nocivo que revela a fase
Trabalho, onde são definidos os inicial, reversível, da intoxicação. Os
parâmetros para o controle bioló- exames podem necessitar de espe-
gico de exposição a alguns agentes cificidade com relação à exposição.
químicos. Como exemplos, podem ser citadas
as provas de função hepática, que
Vigilância a Saúde poderão estar alteradas em muitas
moléstias do fígado e com o resul-
É necessário estabelecer clara- tado do hábito de ingerir álcool. O
mente, a diferença entre monitora- quadro hematológico altera-se não
mento biológico e vigilância a saúde. somente na exposição ao benzeno,
Esta ultima é definida pelo Comitê mas também em uma variedade de
misto CCE/OSHA/NIOSH como: outros agentes químicos, além de
“exames médico fisiológicos periódi- numerosas moléstias originadas por
cos de trabalhadores expostos, com microorganismos. Assim a validação
o objetivo de proteger a saúde de das provas, a serem usadas na vigi-
detectar precocemente a doença”. A lância a saúde para determinar efei-
detecção da doença instalada esta tos precoces produzidos por agentes
fora do propósito desta definição. químicos é um processo difícil, pois
Então a vigilância à saúde utiliza in- a sensibilidade e a especificidade
dicadores sensíveis que auxiliam na dos exames devem ser conhecidas.
detecção, porém não na prevenção De fato, programas de vigilância a
de sinais precoces de alterações or- saúde utiliza o monitoramento bio-
gânicas provocadas pela interação lógico e o monitoramento de efeito
do agente químico com o organismo. como um de seus critérios mais vali-
A vigilância à saúde é um osos na detecção precoce de doenças
procedimento médico no qual se decorrentes na exposição humana as
recombinam os diversos elementos, substâncias químicas.
obtidos a partir do exame clínico do Deve-se sempre levar em con-
trabalhador, aos quais se somam os sideração que somente os indica-

36
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

dores altamente específicos, para A aplicação da vigilância a


uma determinada patologia do saúde, a exemplo do que acontece
órgão, é que podem ser conside- com o monitoramento biológico,
rados como instrumentos úteis para não pode ser confundida com os
o diagnóstico precoce de uma doen- procedimentos que visam o diag-
ça em processo de instalação. nóstico.
A vigilância à saúde procura É importante enfatizar que a
dar ênfase as características da ex- manifestação de deterioração da
posição, especialmente tempo e du- saúde não ocorre necessariamente
ração, associando-se ao estado de no momento do reconhecimento
saúde, podendo ser aplicada com os médico. A ocorrência de certas
seguintes objetivos: alterações biológicas pode, desde
 Comprovar a ausência de um que evidenciada em tempo hábil,
efeito nocivo numa exposição advertir que se não forem modi-
considerada aceitável ou a ficadas as condições de trabalho
eficiência das medidas ambi- ocorrerão os transtornos funcionais.
entais adotadas;
A figura abaixo mostra a
 Dar atenção às alterações pre-
coces do estado de saúde para evolução das alterações clínicas e
poder interferir, preventiva- subclínicas relacionadas com o tem-
mente, em relação a doença. po, em uma determinada exposição.
 As alterações do estado de
saúde ocorrem com as seguin-
tes características:
 Uma fase de indução, isto é,
aquela em que decorre um
certo tempo para se iniciar o
processo de morbidade, após
alcançar uma certa dose do
agente químico no organismo
 Uma fase de latência, que
corresponde ao período com-
preendido entre o início do
processo de morbidade e o
aparecimento das alterações
funcionais que ainda não per-
mitem a sua individualização.

37
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

Agente químico MONITORAMENTO


no ambiente AMBIENTAL

Absorção

Agente químico no organismo

Distribuição

Biotransformação

Produtos produtos
Ativos i nativos
MONITORAMENTO
BIOLÓGICO

Distribuição

Fixação em fixação em sítios


Sítios críticos não críticos

Produtos de Efeitos não nocivos MONITORAMENTO


Degradação BIOLÓGICO DE EFEITO

Efeitos tóxicos

Lesões pré-clínicas VIGILÂNCIA A SAÚDE

Esquema representando a pondentes as diferentes fases do


transferência do agente químico até processo (LAUWERYS & BER-
quema representando a transferência do agente químico até os sítios de ação e programas de
os sítios
onitoramento de ação
e vigilância e programasasdediferentes
correspondentes NARD).
fases do processo (LAUWERYS &
ERNARD). monitoramento e vigilância corres-

38
39
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

4. Referências Bibliográficas
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