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Ricardo de Camargo
Introdução
Hoje o basquete é um jogo muito diferente do que se praticou nos primeiros
anos. Você acredita que o primeiro time de basquete arremessava em cestas de
pêssego? E os jogadores não tinham permissão para driblar a bola? Desde então, o
jogo de basquete mudou drasticamente ao longo dos anos!
Houve uma mudança significativa na forma como os jogos são jogados, incluindo o
uso de técnicas e regras. Está curioso sobre como o basquete mudou ao longo dos
anos? Se você está interessado em saber mais sobre isso, então este é o lugar para
você!
Neste capitulo, vamos discutir a evolução e a ascensão deste esporte que, hoje, é
praticado por mais de 300 milhões de pessoas no mundo, com mais de 170 países
filiados à Federação Internacional de Basquete, e como ele foi influenciado por esse
crescimento. Continue lendo e não perca nada.
Objetivos
Ao término do estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
1.1 Conhecimento versus habilidades
1.1.1 A evolução é um processo lento
1.2 As características atuais do jogo e seus aspectos técnicos
1.2.1 As posições
1.3 Considerações Finais
Notando novas maneiras e caminhos que pudessem facilitar as ações de ataque, mais
tarde professores e jogadores estabeleceram novas organizações táticas individuais e
coletivas para deixar o jogo conforme era esperado – veloz e com tempo adequado.
Durante esta notável evolução do basquetebol desde a sua criação, em 1891, ambos
foram aprimorados tanto que a importância dos fundamentos de ataque se alterna com
a história do esporte. Houve épocas em que o drible era o fundamento mais
valorizado, enquanto em outros momentos o passe passou a ter mais relevância. No
fim das contas, porém, terminaram por descobrir o verdadeiro potencializador da
ofensividade – o efeito espetacular do desenvolvimento sinérgico de ambos os
fundamentos.
Os primeiros jogos eram jogados com bolas de futebol, apesar de serem difíceis de
manusear. Não demorou muito para a empresa A. C. Spalding & Brothers se tornar a
fabricante oficial de bolas do esporte. O design foi melhorado em 1929, e as bolas de
basquete moldadas que estamos acostumados a ver foram inventadas por volta de
1942. Em 1948-49, quando a bola moldada sem renda foi oficializada, o tamanho tinha
sido definido em 30 polegadas (76 cm).
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Mas a questão que o basquetebol enfrentou é familiar para esportes de quase todos os
tipos: como as modificações de suas regras podem ser úteis para modificar a dinâmica
do jogo ao longo do tempo?
Conheça um pouco mais sobre como a mídia influenciou a evolução dos jogos e
transmissões do basquetebol ao longo dos anos.
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Em 1927 houve um período em que o drible foi proibido, mas depois reintegrado duas
semanas depois.
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Com a exigência de um alto grau de treinamentos dos atletas, o esporte requer que
seus praticantes em nível de competições estejam preparados para alcançar uma
excelência. Esta necessidade se dá estando bem fisicamente, psicologicamente,
tecnicamente e taticamente, onde tal desempenho é atingido na grande maioria das
vezes com anos de prática em uma estrutura adequada para o treinamento. A
modalidade mesmo que praticada em uma quadra fechada (oficialmente) sofre muita
interferência de fatores externos e esses fatores afetam o desempenho do atleta,
sendo eles: auditivos, visuais, ou jogos provocativos. Por esse motivo, a
imprevisibilidade é um fator presente em todos os jogos de basquetebol, uma vez que
muitas partidas são decididas nos segundos finais. Dessa forma, a cooperação e a
oposição entre as equipes; a imprevisibilidade; a criação e a diminuição de espaços
são três fatores fundamentais para a prática do basquetebol (Figura 5).
1.2.1 As posições
Para modificar os elementos estruturais das regras do jogo, como aspectos temporais
ou espaciais, sem estabelecer medidas que modifiquem a interação entre jogadores e
equipes com elementos funcionais, espaço e tempo, as equipes devem realizar as
adaptações que melhor atendem aos seus objetivos. Essas modificações alteram os
comportamentos dos jogadores de forma diferenciada, pois são eles que adaptam
seus comportamentos e decisões em função de suas próprias habilidades e
habilidades dos adversários. A evolução da regulamentação modifica as regras
estruturais do basquete; no entanto, são os jogadores e treinadores que determinam o
comportamento funcional no basquetebol, ou seja, a forma como utilizam as regras
estruturais para se conectarem com o campo, o tempo de jogo, adversários e
companheiros.
Antes muito atreladas às posições clássicas (Figura 6), nas quais se subdividem os
atletas até hoje, suas funções já não são mais tão bem definidas por esse método de
classificação. Uma evidência disso é que, atualmente, muitos jogadores são
associados a duas ou mais posições para tentar enquadrá-los em algum estilo de jogo
padronizado, mas mais flexibilizado. Inclusive, os papéis de muitos dos melhores
jogadores de basquete da atualidade não são bem representados pelas possibilidades
vigentes. Pivôs, que costumavam se posicionar próximo à cesta e restringiam-se a
operar em disputas físicas, hoje podem espaçar a quadra e participar de modo ativo na
articulação das jogadas. Alternativamente, embora determinados atletas se portem
menos como facilitadores e condutores de ritmo e mais como finalizadores, continuam
sendo chamados de armadores. Dessa forma, ainda que não exista um consenso na
melhor maneira de se demarcar as funções modernas, as opiniões tendem a convergir
na necessidade de se desapegar das posições tradicionais e se buscar novas
abordagens.
Combo guards é como são chamados os jogadores que têm características tanto de
armadores quanto de ala-armadores (posições 1 e 2).
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Por fim, os pivôs, ou a posição 5, são os jogadores que ocupam a região do garrafão
tanto na defesa quanto no ataque. Ótimos em jogar de costas para a cesta e em
realizar arremessos de curta distância, os pivôs são geralmente os mais altos, mais
pesados e mais fortes do que os outros jogadores da equipe. A figura 6 mostrada
abaixo traz as áreas de atuação dos atletas devido as suas posições em quadra.
Com base nas características das posições ocupadas por cada jogador, pode-se
concluir que cada um tem sua posição original, mas, ao mesmo tempo, isso não os
impede de transitar e atuar em outras funções – dentro da equipe, de uma temporada
ou mesmo de um jogo. O sucesso de uma equipe, na verdade, é mediado pela
exploração das melhores características dos jogadores.
Que ações os atletas de cada uma das posições mais realizam em jogo? Quem dribla
mais? Quem arremessa mais? Quem pontua mais? Quem realiza mais passes? Quem
pega mais rebotes?
De acordo com a pesquisa de Okazaki et al. (2008), cada função tem uma
especificidade. Vejamos cada uma delas:
• Alas: arremessam mais à cesta e fazem mais pontos (média de 19,8 arremessos por
jogo).
• Pivôs: apresentam maior número de rebotes (9,4 rebotes por jogo) e bloqueios (1,1
bloqueios por jogo). Também têm o maior número de lances livres.
Ainda, de acordo com o estudo, o arremesso do tipo jump e bandeja foram as técnicas
de arremesso mais utilizadas, com índice de 69,7% e 16,7%, respectivamente. Com
relação ao passe, os mais utilizados foram o de peito (44,1%), por cima da cabeça
(24,0%) e ombro (20,1%).
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Quando Shaquille O’Neal, um pivô de 2,16 m pesando 147 kg, conduziu a bola da
defesa para o ataque, se equilibrou e ainda tentou um arremesso de 3 pontos no All-
Star Game de 2007, em Las Vegas, todos acharam engraçado. Afinal, pivô tem que
correr para o garrafão e pedir a bola embaixo da cesta, não é? Foi-se esse tempo.
Para jogar o basquetebol atual, tem que dominar todos os fundamentos do esporte.
Até a alguns anos atrás, as posições dos jogadores eram bem definidas e fáceis de
explicar. O armador era o responsável por fazer o time jogar, preocupando-se mais
em distribuir assistências do que pontuar. Mas, desde que Allen Iverson começou
sua carreira profissional, as funções clássicas da posição mudaram: os armadores
não só assistem o time como também pontuam. Em seguida, Stephen Curry elevou a
condição de armador-pontuador a um novo patamar com a predominância de
arremessos de 3 pontos.
Por fim, nos primórdios da modalidade, o pivô era o jogador responsável por
preencher o garrafão tanto na defesa como no ataque. Grandes jogadores, como Bill
Russell, se destacavam justamente por essa proteção do aro na parte defensiva, mais
até do que sua capacidade de pontuar. Ao longo do tempo, a função de pontuador foi
sendo incorporada aos pivôs como, por exemplo, o próprio Shaquille O’Neal. No
entanto, com o crescimento exponencial dos arremessos de 3 pontos, a posição
precisou se aventurar também no perímetro nos últimos anos.
Resumo
Neste capítulo, você viu que a evolução do basquetebol surgiu a partir de uma relação
entre as modificações das regras e a necessidade de se atender à dinâmica do jogo
nos aspectos físicos, técnicos e táticos. As mudanças regulamentadas foram
fundamentais para a popularização do esporte, pois assim melhorou-se a qualidade do
espetáculo, o desempenho dos atletas, atraindo um grande número de pessoas.
Originalmente, este esporte por algum tempo foi disputado de uma forma muito
truncada, lenta e com resultados muito baixos dificilmente as contagens passavam de
trinta pontos. As mudanças que ocorreram ao longo dos anos, desde a sua criação até
os dias de hoje mexeu consideravelmente com a estrutura e a dinâmica do jogo. Hoje
o basquetebol é considerado um esporte de grande complexidade e de uma dinâmica
especifica que exige dos seus praticantes além de um bom condicionamento físico um
desenvolvimento cognitivo apurado para poder tomar as decisões rápidas frente às
exigências do jogo. Com o passar do tempo o jogo foi se aperfeiçoando, os atletas
foram adquirindo características próprias obrigando um aperfeiçoamento dos sistemas
de treinamento e também dos sistemas de jogo.
Diante disso, notou-se então que as alterações nas regras do basquetebol vieram
somente a contribuir com esta modalidade, tornado o esporte muito mais atraente e
dinâmico. Todos os aspectos abordados demonstram a evolução continua do
basquetebol, através do século, e quem sabe quantas outras evoluções ocorrerão no
futuro.
Referências
DE ROSE JUNIOR, D.; TRICOLI, V. Basquetebol: uma visão integrada entre ciência
e prática. Barueri: Manole, 2005.
FERREIRA, A. E. X.; DE ROSE JUNIOR, D. Basquetebol, técnicas e táticas: uma
abordagem didático-pedagógica. 2ª ed, São Paulo: EPU, 2003.