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TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO 1

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE


ARQUITETURA E URBANISMO

VINÍCIUS MELO ANDRADE PAES Tubarão / 2019


ARQUITETURA E URBANISMO
UNISUL
VINÍCIUS MELO ANDRADE PAES

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Trabalho Final de Graduação 1, apresentado


ao curso de Arquitetura e Urbanismo
da Universidade do Sul de Santa Catarina,
como requisito parcial para obtenção
do título de Arquiteto e Urbanista.

Orientador: Ramon Lima de Carvalho

Tubarão
2019
Auras

ACADÊMICO: Vinícius Melo Andrade Paes Este Trabalho Final de Graduação 1, elaborado
ENDEREÇO: R. José Nicolau de Carvalho, 36. Monte Castelo, Tubarão-SC pelo acadêmico Vinícius Melo Andrade Paes e
CONTATO: (48) 996442824 / vncxmelo@gmail.com apresentado em Julho de 2019, foi aprovado
ORIENTADOR: Ramon Lima de Carvalho pela banca avaliadora que segue:

Prof. Arq. Ramon Lima de Carvalho


Orientador

Avaliador 1

Avaliador 2
AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus, por ter me


possibilitado de chegar até a etapa final do TFG 1 e ter me dado forças
para enfrentar cada momento difícil na minha vida.
A minha família, que sempre estiveram comigo, me apoiando,
colaborando e aconselhando para me tornar uma pessoa melhor e mais
determinada a realizar os meus sonhos.
Aos meus amigos(a), que compartilharam cada momento de
aprendizado e dificuldade dentro e fora da Universidade, cada noite virada
fazendo projetos, enfrentando cansaços físicos e mentais, preocupações e
também sentimentos de felicidade pela conclusão de cada semestre. Além
de me proporcionarem amizades verdadeiras que levarei pro resto da vida.
Por fim, gostaria de agradecer à todos os professores, que
me guiaram e me ensinaram da melhor forma para me tornar um profissional
melhor, além de todas as pessoas que contribuíram de forma direta ou
indireta para eu concluir esta caminhada. À todos esses, muito obrigado!

“A força não provém da capacidade física. Provém de uma


vontade indomável.” (Mahatma Gandhi)
RESUMO ABSTRACT
Este Trabalho de Conclusão de Curso refere-se ao processo de This Course Completion Work refers to the process of
desenvolvimento de um anteprojeto arquitetônico de um novo edifício acadêmico developing an architectural design for a new academic building for UNISUL
para o curso de Arquitetura e Urbanismo da UNISUL, no campus de Tubarão. Architecture and Urbanism course at the Tubarão campus.
Neste trabalho serão apresentados cinco capítulos referentes à In this paper, five chapters will be presented referring to the
primeira fase deste TCC. first phase of this CCW.
O primeiro capítulo refere-se à toda parte de introdução do The first chapter refers to every part of the introduction of
trabalho, conhecendo melhor o tema abordado, com definição de objetivos, the work, knowing better the subject, with definition of objectives,
metodologias, problemáticas e justificativas. methodologies, problems and justifications.
No segundo capítulo é apresentado toda a base teórica para o The second chapter presents the entire theoretical basis for
desenvolvimento deste anteprojeto, com temas relevantes e que auxiliam a the development of this draft, with relevant themes and that help to
elaboração da proposta. prepare the proposal.
O terceiro capítulo é composto pela análises de referenciais The third chapter is composed of analyzes of project
projetuais com o mesmo uso da proposta abordada no trabalho. Essas análises references with the same use of the proposal addressed in the paper.
foram elaboradas a partir de imagens e esquemas que possibilitam entender suas These analyzes were elaborated from images and diagrams that allow to
funcionalidades, características e outros elementos destes projetos. Também foi understand their functionalities, characteristics and other elements of
realizado um estudo de caso, para melhor compreender o tema abordado na these projects. A case study was also carried out in order to better
prática. understand the topic addressed in practice.
No quarto capítulo foi realizado o diagnóstico da área, para In the fourth chapter, the area was diagnosed to better
entender melhor o local de inserção do projeto, analisando seu entorno, acessos, understand the project insertion site, analyzing its surroundings,
usos, perfil do terreno e outros elementos que interferem no desenvolvimento da accesses, uses, terrain profile and other elements that interfere in the
proposta. development of the proposal.
O quinto capítulo apresenta a proposta do edifício acadêmico, The fifth chapter presents the proposal of the academic
mostrando o conceito, diretrizes, ideias e todos os elementos necessários para building, showing the concept, guidelines, ideas and all the necessary
finalizar este partido. elements to finalize this party.
Por fim são apresentados as considerações finais do autor, Finally, the final considerations of the author are presented,
finalizando esta primeira parte do trabalho. finishing this first part of the work.
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO DO TEMA 7 3.1.3 Relações................................................................................................................25
1.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................7 (A) Relação com Entorno / Interior x Exterior..........................................25
1.2 PROBLEMÁTICA / JUSTIFICATIVA.........................................................................8 (B) Hierarquias Espaciais......................................................................................25
1.3 OBJETIVOS.....................................................................................................................9 3.1.4 Ordem de Ideias.................................................................................................26
1.3.1 Objetivo Geral.......................................................................................................9 (A) Simetria / Assimetria....................................................................................26
1.3.2 Objetivos Específicos........................................................................................9 (B) Traçados Reguladores...................................................................................26
1.4 METODOLOGIA..............................................................................................................9 3.1.5 Partido..................................................................................................................27
2. REFERENCIAIS TEÓRICOS 11 3.1.6 Relevância para a Escolha...........................................................................27
2.1 CRIATIVIDADE..............................................................................................................12 3.2 KENT STATE UNIVERSITY DESIGN LOFT.........................................................28
2.1.1 Conceitos................................................................................................................12 3.2.1 Localização...........................................................................................................28
2.1.2 Criatividade no ambiente de ensino...........................................................12 3.2.2 Elementos............................................................................................................28
2.2 A PROPOSTA DE HERMAN HERTZBERGER......................................................13 (A) Acessos...............................................................................................................28
2.3 ARQUITETURA ESCOLAR.........................................................................................15 (B) Circulações..........................................................................................................29
2.4 DESEMPENHO E CONFORTO NO AMBIENTE ESCOLAR...................................16 (C)Volume / Massa.................................................................................................30
3. REFERENCIAIS PROJETUAIS 18 (D) Estruturas e Técnicas Construtivas.......................................................30
3.1 FAU-USP - FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO.......................19 (E) Definição dos Espaços....................................................................................31
3.1.1 Localização............................................................................................................19 (F) Zoneamento Funcional / Setorização......................................................31
3.1.2 Elementos..............................................................................................................19 (G) Conforto Ambiental.........................................................................................34
(A) Acessos................................................................................................................20 3.2.3 Relações...............................................................................................................34
(B) Circulações..........................................................................................................20 (A) Relação com Entorno / Interior x Exterior.........................................34
(C)Volume / Massa..................................................................................................21 (B) Hierarquias Espaciais.....................................................................................35
(D) Estruturas e Técnicas Construtivas.......................................................22 3.2.4 Ordem de Ideias................................................................................................36
(E) Definição dos Espaços...................................................................................22 (A) Simetria / Assimetria....................................................................................36
(F) Zoneamento Funcional / Setorização......................................................23 (B) Traçados Reguladores....................................................................................36
(G) Conforto Ambiental........................................................................................24 3.2.5 Partido / Relevância para a Escolha......................................................37

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SUMÁRIO
3.3 ESTUDO DE CASO - UNISOCIESC - BLOCO H................................................38 4.8 PÚBLICO x PRIVADO...............................................................................................54
3.3.1 Localização..........................................................................................................38 4.9 LEGISLAÇÃO...............................................................................................................55
3.3.2 Elementos............................................................................................................38 4.10 INFRAESTRUTURA E MOBILIÁRIO URBANO....................................................56
(A) Acessos...............................................................................................................38 4.11 PERFIL DO TERRENO..............................................................................................56
(B) Circulações..........................................................................................................39 5. PARTIDO 57
(C)Volume / Massa.................................................................................................40 5.1 CONCEITO......................................................................................................................58
(D) Estruturas e Técnicas Construtivas.......................................................41 5.2 DIRETRIZES PROJETUAIS.......................................................................................59
(E) Definição dos Espaços...................................................................................41 5.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES............................................................................59
(F) Zoneamento Funcional / Setorização......................................................42 5.4 FLUXOGRAMA.............................................................................................................60
(G) Conforto Ambiental.........................................................................................43 5.5 ZONEAMENTOS...........................................................................................................61
3.3.3 Relações...............................................................................................................43 5.6 IMPLANTAÇÃO............................................................................................................62
(A) Relação com Entorno / Interior x Exterior.........................................43 5.7 PLANTAS BAIXAS....................................................................................................62
(B) Hierarquias Espaciais.....................................................................................44 5.8 VOLUMETRIA / MATERIALIDADE.........................................................................64
3.3.4 Ordem de Ideias...............................................................................................45 5.9 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................65
(A) Simetria / Assimetria...................................................................................45 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................66
(B) Traçados Reguladores...................................................................................45
3.3.5 Partido / Relevância para a Escolha......................................................45
4. DIAGNÓSTICO DA ÁREA 46
4.1 LOCALIZAÇÃO / ACESSOS....................................................................................47
4.2 BREVE HISTÓRICO....................................................................................................48
4.3 ASPECTOS CLIMÁTICOS..........................................................................................50
4.4 SISTEMA VIÁRIO.......................................................................................................50
4.5 USOS DO SOLO..........................................................................................................52
4.6 CHEIOS E VAZIOS.....................................................................................................53
4.7 GABARITOS................................................................................................................54

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APRESENTAÇÃO
1 DO TEMA

1.1 INTRODUÇÃO
1.2 PROBLEMÁTICA / JUSTIFICATIVA
1.3 OBJETIVOS
1.4 METODOLOGIA

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1 APRESENTAÇÃO DO TEMA
1.1 INTRODUÇÃO
Por esses e outros motivos é que um processo projetual
Atualmente é notável o aumento de pessoas ingressando em escolar bem elaborado é de extrema importância para a aprendizagem por
uma faculdade, tanto por ter se tornado mais acessível iniciar uma parte do aluno. Principalmente quando se trata de um curso como o de
graduação, quanto pelas pessoas estarem cientes da importância de ter um Arquitetura e Urbanismo, que visa formar profissionais aptos para
ensino superior, que pode ser um facilitador para ingressar no mercado de resolução de grandes problemas na sociedade, usando sua criatividade,
trabalho atual. imaginação e inteligência, que será aprimorada no ambiente físico escolar
Desse modo, os estudantes se esforçam para conseguirem ter em que está inserido.
o estudo desejado, seja trabalhando para arcar com os altos custos que é Portanto, a criação de um novo bloco acadêmico, visando todos
frequentar uma instituição de ensino particular, ás vezes contando com os elementos importantes para um bom projeto da arquitetura escolar será
ajuda dos pais, outros por meio de bolsas de estudo, entre outros recursos um fator positivo para a universidade, que terá um espaço onde os alunos
buscados pelos universitários. Com isso, os estudantes merecem e devem se sintam inspirados para realizarem suas atividades, além de a sociedade
ter um ambiente de ensino apropriado que retribua tal dedicação. ter profissionais mais aptos para atuar na área de formação.
Segundo Devitte et al. (2016), existe uma relação direta entre
a qualidade do espaço físico e o desempenho do aluno. Dessa forma, o 1.2. PROBLEMÁTICA / JUSTIFICATIVA
ambiente escolar deve ser projetado com o objetivo de dar aos estudantes
um espaço apropriado para o ensino, oferecendo espaços convidativos e Analisando especificamente o espaço físico do curso de
confortáveis. Arquitetura e Urbanismo da Unisul (Campus de Tubarão), nota-se que
Kowaltowski (2011), sugere que “a qualidade do espaço físico existem muitos ambientes inadequados para o ensino. Ambientes pouco
escolar deve ser baseado em tais aspectos, como: temperatura, qualidade convidativos e pouco confortáveis. Sabendo-se que o espaço físico
do ar, ruídos, acústica, iluminação e dimensão funcional.'’ influencia diretamente no desempenho do aluno, esses ambientes acabam
Nota-se que muitas universidades não tratam esses aspectos causando certa desmotivação nos usuários, quando deveriam inspirá-los a
como prioritários para a formação de seus alunos, visto que existem muitos serem criativos, além de fazer se sentirem bem no local em que estão
espaços, principalmente as salas de aula, que não são adequadas a um estudando.
ambiente de ensino, com um conforto térmico e acústico ruim, entre outros É visível a má estruturação das salas de aula, em algumas
problemas visíveis. salas de desenho, por exemplo, fica evidente que esses espaços foram

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1 APRESENTAÇÃO DO TEMA
“adaptados” para se aplicar certas aulas do curso, quando na verdade, não 1.3.2 Objetivos Específicos
deveriam nem ser salas de aula. O Ateliê destinado a uso dos alunos do § Analisar e entender os condicionantes essenciais para tornar o
curso também é inadequado pela falta de espaço, considerando o alto ambiente de ensino mais convidativo e confortável, proporcionando ao
número de acadêmicos. Não há de espaços livres e flexíveis que permitam aluno um aprendizado melhor e mais criativo;
interação entre os alunos, conversação, estudos e descanso. Além desses § Desenvolver espaços diferenciados dos padrões já existentes da
detalhes, o mobiliário é inadequado e o desconforto térmico e acústico dos arquitetura escolar brasileira. Visando o melhor desempenho dos
espaços também são resultados da má estruturação dos ambientes de acadêmicos;
ensino. § Elaborar ambientes personalizados e com técnicas sustentáveis,
Neste sentido, a proposta visa contemplar espaços bem que resulte em um espaço com um melhor conforto acústico, térmico e
planejados, personalizados e que possibilitem e facilitem o processo visual;
educativo, suprindo as necessidades dos acadêmicos, influenciando-os a § Criar espaços públicos descontraídos que possibilitem a interação
serem criativos e melhorando o desempenho dos mesmos. O projeto busca social dos usuários, para que possam conversar, estudar e descansar,
além da melhoria da educação, a motivação que falta para os alunos, devido a sua permanência prolongada no ambiente de ensino;
professores e colaboradores em geral, criando um ambiente saudável, em § Propor um anteprojeto de um edifício escolar com detalhes
que todos possam usufruir de equipamentos e espaços apropriados, contemporâneos, agregando valor em meio a universidade e a sociedade no
convidativos e confortáveis em meio a universidade. qual está inserido. Além de ser um exemplo para os alunos, e uma
referência para os visitantes;
1.3 OBJETIVOS
Para melhor compreensão do trabalho de conclusão de curso foram 1.4. METODOLOGIA
estipulados alguns objetivos listados como geral e específicos. Para o desenvolvimento da proposta serão necessárias
diversas etapas de pesquisas e estudos. Tais etapas são: análise de
1.3.1 Objetivo Geral
referências teóricas com base no tema escolhido, pesquisa e análise de
Elaborar o anteprojeto arquitetônico de um novo bloco referências projetuais, levantamento e diagnóstico da área onde será
acadêmico para o ensino do curso de Arquitetura e Urbanismo, da UNISUL, desenvolvida a proposta, lançamento do partido arquitetônico e por fim o
no campus de Tubarão. anteprojeto arquitetônico.
Primeiramente, serão feitas pesquisas e análises de
referenciais teóricos com temas que abordam sobre arquitetura escolar e

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1 APRESENTAÇÃO DO TEMA
criatividade no ambiente ensino, com embasamento em artigos, livros,
trabalhos acadêmicos e sites de autores que tenham propriedade para
falar sobre o tema, para assim, ter um melhor entendimento sobre o tema
proposto.
Será desenvolvido a análise de referenciais projetuais
relacionados ao tema da proposta, analisando exemplos de projetos
nacionais e internacionais, identificando os acessos, circulações, volumes,
técnicas construtivas, zoneamento funcional, conforto ambiental e relação
do edifício com entorno. Após o desenvolvimento das análises, será
realizado um estudo de caso, onde pode-se analisar pontos positivos e
negativos em um espaço físico com características próximas ao tema
escolhido, contribuindo para a evolução da proposta.
Após as análises de referenciais, será realizado um
diagnóstico e levantamentos de dados da área que será implantado o
projeto, através de pesquisas sobre o histórico da área, visitas ao terreno,
levantamento fotográfico e desenvolvimento de mapas, possibilitando o
entendimento dos condicionantes do terreno, podendo estabelecer uma
relação entre o edifício projetado e seu entorno.
Por meio dos conhecimentos adquiridos com as pesquisas e
estudos, será elaborado o partido arquitetônico de um novo Edifício
Acadêmico do Curso de Arquitetura e Urbanismo no campus da UNISUL de
Tubarão, através do desenvolvimento de programa de necessidades,
conceito, implantação e estudo de formas e volumes por meio de croquis.

A etapa do anteprojeto arquitetônico do Edifício Acadêmico do


Curso de Arquitetura e Urbanismo da UNISUL/Tubarão será finalizado no
TFG II.

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REFERENCIAIS
2 TEÓRICOS

2.1 CRIATIVIDADE
2.2 A PROPOSTA DE HERMAN HERTZBERGER
2.3 ARQUITETURA ESCOLAR
2.4 DESEMPENHO E CONFORTO NO AMBIENTE DE ENSINO

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2 REFERENCIAIS TEÓRICOS
2.1 CRIATIVIDADE sendo que na verdade, é uma habilidade de combinar decisões, baseado na
sua capacidade de assimilar suas vivências.
2.1.1 Conceitos
O professor Fuão (2008, p. 13) diz que “os bichos não inventam
A criatividade pode ser entendida como um conjunto de máquinas, não precisam, seus corpos são maquinas precisas, completas. O
capacidades que permitem uma pessoa a comportar-se de novos modos em corpo imperfeito do homem inventou o pensamento, o pensamento que
determinados contextos, (Mouchird e Lubart. 2002). Segundo Sternberg e existe para inventar aquilo que o corpo não tem.”
Lubart (1999) ter a capacidade de criar uma solução inovadora e apropriada
também é fruto da criatividade. 2.1.2 Criatividade no Ambiente de Ensino
Conforme Fuão (2008, p. 02) “A criatividade não é propriedade
da imaginação, do inconsciente, da emoção, mas da mente e do corpo como O cenário social da vida humana altera-se em ritmo acelerado.
um todo, e está presente também na inteligência, na consciência, no O desenvolvimento criativo pode modificar os ambientes de ensino e
raciocínio lógico.'' trabalho, influenciando portanto, nas atividades das pessoas. Essas
A criatividade não é uma característica exclusiva da mudanças ocorrem porque interpretamos as informações recebidas,
arquitetura e das artes em geral, mas contempla todos os domínios. A resultando em novas ideias. Por esse motivo, reafirma-se a necessidade de
função da criatividade é descobrir diferentes maneiras de se enxergar o priorizar a criatividade na educação, relatam Dias e Blattman (2002).
mundo, em oposição ao pensamento comum e à tradição que engessam a Para a arquitetura deveria importar mais a criatividade e
humanidade (Fuão, 2008). Contudo, Paul Valery afirma que criar não é um menos a imaginação, a capacidade de visualização, afirma Fuão (2008).
processo de imaginação, mas de inteligência. Portanto, a criação e a organização de espaços independentes e livre para
Existe um sentido inato no ser humano e na natureza que
manifestações de ideias, são condições capazes de estimular o uso das
impulsiona todas as coisas a recriar-se; na maioria das
vezes, as pessoas não entendem que o ato criador, criativo, potencialidades criativas dentro do ambiente de ensino, incentivando a ter
é uma necessidade tão básica como a de respirar e quase
um pensamento com maior liberdade e um olhar diferente para o futuro.
independe da vontade. Mas, distintamente da natureza que
vai se copiando, a criação do homem supera, cria a inovação, Segundo a psicóloga Regina Drumond (200-), o ambiente é um
o surpreendente, o inesperado. (FUÃO, 2008, p. 08). elemento fundamental para despertar e impulsionar o potencial criativo de
Alves (2003), entende que a função do pensamento é inventar, todos. Desse modo, entende-se que para criar um ambiente acolhedor e que
para o corpo, aquilo que se não recebeu por nascimento. Não se cria nada incentive a criatividade, as escolas devem ser flexíveis, comtemplar
quando se está contente com as coisas do jeito que estão. Portanto, dizer programações maleáveis e professores acessíveis. Para repensar o modelo
que a criatividade é um dom simplificaria muito o trabalho do arquiteto,

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2 REFERENCIAIS TEÓRICOS
tradicional de ensino, é preciso dar aos alunos a possibilidade de ação, o azul para aumentar a disposição, para finalizar tarefas. Além de
aprendizagem pela experiência, contemplando espaços que possibilitem a diversas outras cores que são capazes de transmitir diferentes
sensação de pertencimento, afirma Prestes (2019). sensações. De modo geral, as cores devem ser utilizadas com esse intuito,
Dessa forma, o ambiente escolar é composto por espaços mas nunca com tons exagerados.
distintos com o mesmo objetivo, acolher o usuário com conforto, gerando
estímulos que promovam o aprendizado, a interação social e a criatividade. Figura 01: Colégio Positivo Internacional de Curitiba
Nesse intuito, as cores são um recurso de grande importância. (Dabus,
2014).
Se por um lado elas devem sustentar um clima acolhedor, por
outro, elas não podem induzir ao comodismo ou à monotonia.
A busca pelo equilíbrio tem de se pautar por composições
pensadas especialmente para cada escola e para cada uma
de suas alocações. Desse modo, as salas de aula terão um
tipo de orientação, enquanto a biblioteca e cantina, por
exemplo, possuirão configurações cromáticas diferentes.
(DABUS, 2014. p.01). Fonte: ArchDaily, 2017. Fotografia de Nelson Kon.
Muitas escolas e empresas utilizam a Psicologia das Cores,
para inspirar seus alunos e colaboradores de forma positiva. Sabe-se que Segundo Dabus (2014, p. 01) “O emprego das cores assume um
as cores do ambiente de ensino e trabalho podem ser responsáveis por papel ergonômico e enriquece a arquitetura escolar de maneira funcional
auxiliar ou prejudicar o desempenho das atividades, sendo capazes de sob diferentes aspectos: físico, cognitivo e psíquico.''
influenciar o nosso corpo e transmitir diferentes sensações.
Segundo Dabus (2014), tons quentes estimulam e aumentam a 2.2 A PROPOSTA DE HERMAN HERTZBERGER
atividade cerebral, despertando sentimentos calorosos. Já os tons frios
provocam relaxamento, são cores que acalmam a mente. Nascido em Amsterdã no ano de 1932, Herman Hertzberger (Fig.
Para as escolas que precisam estimular a criatividade de seus 02) foi um dos mais notáveis nomes do Estruturalismo holandês, com ênfase
alunos, assim como as empresas com seus colaboradores, Dabus (2014) na busca de uma arquitetura mais humana, no intuito de convidar o usuário
afirma que é recomendado a cor laranja (Fig. 01), que segundo a a habitá-la, adaptá-la e modificá-la. Graduado na Delft Politechnic em 1958,
Cromoterapia, é a cor dos processos criativos. Assim como o amarelo lecionou entre 1970 e 1999 nos Países Baixos, e foi professor visitante em
estimula o sistema nervoso, é indicado para aumentar a concentração e a diversos países.

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2 REFERENCIAIS TEÓRICOS
FIGURA 02: Herman Hertzberger interação, com vários possíveis usos.
Tratando uma escola como uma “microcidade'', considerando as
dependências da escola em seus projetos, Herman compara o ambiente
escolar com situações urbanas. Por exemplo, os corredores se assemelham
às ruas, a iluminação destes com a iluminação urbana, e os espaço centrais,
como se fossem praças. Não somente os ambientes, como também os
mobiliários fazem parte dessa analogia. Portanto, a escola pode ser vista
Fonte: Architecture and Education, 2017. como um modelo para o mundo. Botelho apud Hertzberger. (2017).
Herman é autor de uma arquitetura estruturalista, que deixa o Hertzberger (2008) entende que, não há escola sem a sala de
usuário intervir da sua maneira, em vez de apresentar soluções prontas. coordenação, no qual os professores podem descansar e realizar tarefas
Ele já projetou diversos edifícios escolares premiados em sua carreira. sem incômodo, funcionando como um centro de governo da escola, em
Hertzberger consegue expressar muito bem seus ideais, revelados sempre analogia às sedes das prefeituras municipais, dentro do parâmetro da
em cada detalhe. O arquiteto defende que não deva existir microcidade escolar. O mesmo autor afirma que a relação entre
necessariamente oposição entre espaço público e espaço privado, e sim professores e alunos, são resultados do tipo de projeto que contemplam a
hierarquias de acessibilidade, funções e formas, que podem ser definidas sala de coordenação. Seu grau de abertura e localização expressam
pelo uso de cores, luz e materiais. (Alves, 2009). espacialmente a hierarquia entre professores e alunos, quanto menos
Em sua obra, “Space and Learning'', Hertzberger (2009) fala em aberto, mais nítida a diferenciação.
como decisões de projeto podem influenciar a aprendizagem dos alunos. O arquiteto holandês, também acredita que os instrumentos
Outro ponto importante, é a comparação que Herman faz entre os escolares não deviam ficar confinados em paredes, e sim em espaços
equipamentos escolares e os elementos urbanos, tentando extrair os abertos, transformando locais de passagem em áreas de permanência.
melhores conceitos para o projeto. Segundo Botelho (2016), Herman projeta Esses lugares devem oferecer proteção e cobertura, porém sem prejudicar
com bastante empatia, o que é uma lição que deveria ser adotada por todos a visão das potencialidades em volta.
os arquitetos. Além disso, Herman ressalta que as escolas necessitam de um
Hertzberger (2009), defende que já que os arquitetos não tem local grande o bastante, que além de ser ocupado por uma quantia de
influência direta no ensino, no processo pedagógico, eles podem criar alunos, possam também receber os pais e visitantes em ocasiões especiais.
ambientes em que isso ocorra da melhor maneira possível, como espaços de

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2 REFERENCIAIS TEÓRICOS
Hertzberger apresenta grande valor espacial e sensibilidade pessoas, promover mudanças, possibilitar diferentes atividades, além de
nos detalhes em seus projetos, cuidando para não deixar espaços sem usos despertar diferentes tipos de aprendizado social, cognitivo e afetivo.
e sempre possibilitando que o usuário utilize o ambiente conforme sua A sala de aula é o local da educação. Estudos sobre escolas
indicam que há diferenças significativas em se aprender em
vontade e imaginação. (Alves, 2009).
diferentes escolas e em diferentes salas de aula da mesma
2.3 ARQUITETURA ESCOLAR escola. Princípios e currículos podem ser recursos, porém a
A arquitetura escolar visa melhorar a qualidade do ambiente qualidade da educação é determinada pelas ações dos
estudantes e professores, em um ambiente de aprendizado
de ensino construído e detalhes arquitetônicos importantes necessários bem projetado. (KOWALTOWSKI, 2011, p. 163).
para alcançar essa qualidade, tais como: adaptar-se ao entorno, atender O principal aspecto na avaliação do projeto escolar deve ser a
as necessidades locais e oferecer espaços convidativos e confortáveis. configuração das salas de aula. O ambiente deve ser estimulante,
(Devitte et al. 2016). proporcionar o ensino em grupo, apresentar a relação entre os ambientes
No Brasil, existem muitas discussões sobre a sala de aula internos e externos. Além disso, deve contemplar áreas públicas
ideal, mas ainda dentro de um formato tradicional, apenas com algumas integradas ao espaço escolar, variedade espacial, permitindo
variações na disposição dos móveis, com a inclusão de equipamentos e personalização dos espaços, flexibilidade, além de espaços comunitários.
metodologias de atividades em grupo, relata Kowaltowski (2011). (Sanoff, 2001).
Os prédios escolares atuais são criticados porque suas Assim, destaca-se a responsabilidade do arquiteto e sua
salas de aula de padrão usual não passam “de um monte de contribuição à proposição de soluções para as questões
cadeiras voltadas para um quadro negro e uma mesa de educacionais, bem como a necessidade de estudos mais
professor bem imponente em cima de um tablado.'' (KANITZ, aprofundados que relacionem a atuação desse profissional
2000, p.21). com a tipologia arquitetônica escolar, principalmente em
A maior parte das escolas brasileiras ainda apresenta esse razão da sua importância social. (KOWALTOWSKI, 2011, p.
163).
modo de ensino tradicional, que utiliza os espaços de forma pouco criativa.
A arquitetura escolar recomendada deve partir de 3 pilares,
Esse modelo de sala de aula é desmotivador para os alunos, valoriza a
sendo função, qualidade e impacto do edifício. Consecutivamente, entende-
autoridade do professor e não a individualidade de cada estudante,
se que o edifício deve cumprir a função que lhe é proposto perante o
contradizendo as metodologias educacionais mais recentes. (Kowaltowski,
projeto. A qualidade é relacionada aos acabamentos, estruturas e sistemas
2011).
que garantem o bom funcionamento da edificação. Já o impacto faz
Kowaltowski (2011, apud SANOFF, 2001, p. 162) destaca o poder
referência à percepção do usuário e observador, além de agregar valor ao
que o espaço físico tem de organizar e proporcionar relações entre as
meio em que está inserido. (CABE, 2005).

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 15


2 REFERENCIAIS TEÓRICOS
Neste sentido, a qualidade quando aplicada à arquitetura ambiental são essenciais para possibilitar um ambiente melhor e mais
escolar, deve ser fundamentada em diversos sentidos e
possibilidades referentes a inovações e adequação à adequado ao ensino, afirma Kowaltowski (2011).
realidade local. Entende-se que, no processo do projeto Segundo a mesma autora (2011), além do conforto térmico, é
escolar, visa-se a obtenção do conforto e espaços
personalizados que possibilitam e facilitam o processo
comprovado que a luz do dia em salas de aula é de extrema importância
educativo. (DEVITTE et al. 2016, p. 53). para o bem-estar dos ocupantes. Além da necessidade de economizar
Portanto, nota-se que a arquitetura escolar é um elemento energia, beneficia as condições salubres dos alunos e a qualidade espacial
chave para o bom funcionamento de uma instituição de ensino e está ligada dos edifícios escolares.
diretamente com o desempenho dos alunos, para assim, concluir o objetivo A professora (2011) também afirma que a acústica é outro
principal da escola, que é a aprendizagem e educação, com êxito. aspecto importante para o conforto ambiental, já que afeta diretamente a
2.4 DESEMPENHO E CONFORTO NO AMBIENTE ESCOLAR comunicação verbal, que é um critério chave para o processo de ensino e
A satisfação do usuário do ambiente de ensino está aprendizagem. O ruído externo, por exemplo, é um problema comumente
diretamente relacionada com os aspectos do conforto ambiental. Portanto, enfrentado, principalmente em escolas de áreas urbanas, atrapalhando o
funcionalidade, luminosidade e acústica devem ser priorizadas durante o desenvolvimento das atividades no interior dos ambientes. Outro fator que
processo projetual de ambientes internos e externos, de modo que sejam afeta diretamente a comunicação verbal é a densidade ocupacional nas
flexíveis e adaptáveis conforme avaliação, nesse caso, de alunos e salas de aula. A falta de espaço reduz a possibilidade de atividades
professores. (Kowaltowski, 2011). especificas desenvolvidas no ambiente escolar, reduzindo as experiências e
As questões de conforto abordam diversos fatores, tais
a qualidade da educação.
como a qualidade do ar, as condições de ventilação, de O planejamento de áreas externas é outro fator importante,
comunicação verbal, os níveis de iluminação, a disponibilidade
podendo contribuir com a composição geral da escola, evitando as
do espaço e os materiais de acabamentos. [...] Ambientes
escolares são ricos em informações e poder ter avaliações características típicas encontradas na maioria dos ambientes escolares do
em relação à satisfação dos usuários e à aprendizagem dos brasil. A maioria dos terrenos de escolas não possuem muitas árvores, que
alunos, medindo-se a produtividade do ambiente.
(Kowaltowski, 2011, p. 111). de alguma forma, contribuem para humanizar o ambiente construído. A
Diante disso, quando o conforto térmico apresenta um qualidade de vida de uma instituição de ensino, pode ser melhorada em um
desempenho insatisfatório, altera a percepção do usuário sobre os demais projeto paisagístico, por exemplo. (Kowaltowski, 2011).
elementos, como o acústico, luminoso e ergonômico, comprovando assim, a
importância do conforto ambiental em seus vários aspectos, relata Araújo
(1999). Portanto, os estudos e pesquisas dos condicionantes do conforto

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2 REFERENCIAIS TEÓRICOS
“O bom funcionamento da um ambiente de estudo ou trabalho
depende da qualidade da construção, da disposição dos seus
equipamentos e da cooperação e conscientização do público
que frequenta, trabalha e estuda nele. Entre os
instrumentos para aumentar essa conscientização estão os
manuais de conforto ambiental e um processo de projeto
mais participativo, com maior responsabilidade em relação
aos impactos sobre o conforto e a funcionalidade dos
espaços que são propostos.'' (KOWALTOWSKI, 2011, p. 157).
Conforme Goettert et al. (2015, p. 04) “Para otimizar o
conforto ambiental no espaço escolar são necessários projetos bem
elaborados, desde a sua concepção, que sejam capazes de garantir a
possibilidade de desenvolvimento das estratégias sustentáveis.'’
[...] a sustentabilidade, no espaço escolar, deve ser vista
também como forma educativa. Indivíduos devem estar
expostos a um ambiente pensado na redução do consumo
energético e dos recursos naturais para promover a
conscientização ambiental desde a infância e adolescência.
(GOETTERT et al. 2015, p. 04).
Portanto é necessário despertar um senso crítico para o
ambiente construído, para melhor adequação do espaço para o usuário
conforme suas preferências, resultando em um melhor desempenho dos
alunos e uma melhor avaliação sobre a instituição de ensino.

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REFERENCIAIS
3 PROJETUAIS

3.1 FAU-USP
3.2 KENT STATE UNIVERSITY DESIGN LOFT
3.3 UNISOCIESC - BLOCO H (ESTUDO DE CASO)

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO


3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
Este capítulo apresenta a análise de três referenciais 3.1.1 Localização
projetuais relacionado com o tema da proposta, a fim de adquirir
O edifício está localizado na Rua do Lago, 876, Cidade
informações relevantes para o desenvolvimento do projeto, além do
Universitária, Zona Oeste de São Paulo. Está inserida na antiga fazenda
entendimento do funcionamento do espaço físico que será proposto para o
Butantã, que transformou-se em um polo da Universidade de São Paulo.
novo edifício acadêmico do curso de Arquitetura e Urbanismo.
Figura 03: Localização FAU-USP
3.1 FAU-USP - FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
FICHA TÉCNICA:
Arquitetos: João Batista Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi
Tipo de Projeto: Educacional
Status: Construído
Ano: 1969
Materialidade: Concreto e Vidro
Estrutura: Concreto autor.
Área: 18.000m²
Localização: São Paulo, Brasil.

João Batista Vilanova Artigas iniciou o projeto do edifício da Fonte: Google Earth, 2019. Editado pelo autor, 2019.
FAU em 1961, com colaboração de Carlos Cascaldi, evidenciando as linhas
3.1.2 Elementos
mestras da sua concepção de arquitetura, bem como suas ideias a respeito
da formação do arquiteto. O uso do concreto bruto, do vidro, a simplicidade O edifício possui uma área de 18 mil m² construídos, com
de suas linhas, assim como a ênfase na integração dos espaços, ocupação para 1.700 pessoas. Contém circulações livres e sem acessos
caracterizam esse edifício. A construção foi iniciada em 1966 e concluída em demarcados, dando uma continuidade espacial dinâmica à quem transita e
1969. convive no local.

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3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
(A) ACESSOS Figura 05: Acesso principal e secundário do edifício.
O edifício não possui nenhum detalhe e demarcações
específicas em seus acessos. O principal acesso de pedestres do edifício
se dá pelo pavimento térreo. Os acessos secundários são localizados no
subsolo e também no térreo (Fig. 02). A falta de detalhes marcantes nas
entradas enfatiza o desejo de Artigas de tratar o edifício como um templo.
Figura 04: Acessos ao edifício da FAU-USP

ACESSOS PRINCIPAIS ACESSOS SECUNDÁRIOS Fonte: Revista Centro, 201-. Por Rafael Craice. Editado pelo autor, 2019.

(B) CIRCULAÇÕES

O edifício possui circulações livres (difusa), circulações


horizontal lineares e circulações verticais. As circulações difusas
encontram-se nas áreas sociais de convívio, onde algumas são orientadas
pelos pilotis intermediários. As circulações lineares encontram-se em
maioria nos corredores, com um bom dimensionamento.
As circulações verticais também são áreas importantes deste
edifício, pois possui rampas suaves e amplas em desníveis que procuram
causar a sensação de um só plano. Há presença de elevadores e escadas.
Há uma interligação física em todo o prédio, possuindo áreas
com grandes espaços abertos que traz uma maior integração entre os
usuários, além de valorizar as circulações.

Fonte: ArchDaily, 2011. Editado pelo autor, 2019.

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3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
Figura 06: Circulações e espaços da FAU-USP (C) VOLUME / MASSA
A forma do edifício é caracterizado predominantemente por um
volume brutalista, possuindo uma aparência de um grande paralelepípedo
em concreto, que mede em planta, aproximadamente 110m de largura por
66m de comprimento, sustentado por pilares em forma de trapézios duplos
apoiados levemente sobre o solo.
As fachadas do edifício são iguais, enfatizando o modelo de
ser um grande bloco de concreto, na maior parte opaco. Os andares
inferiores envidraçados não tem grande contribuição para a composição
Fonte: ArchDaily, 2011.
plástica da fachada, pois como são recuados, ficam quase sempre na
sombra.
Figura 07: Planta baixa do subsolo e térreo com circulações demarcadas.
A massa destaca-se em meio as vegetações abundantes no
CIRCULAÇÃO HORIZONTAL LINEAR
CIRCULAÇÃO HORIZONTAL DIFUSA local onde está inserido, causando um contraste entre o grande bloco
CIRCULAÇÃO VERTICAL retangular de concreto aparente e a área verde do terreno, mas mantendo
a integração entre os dois elementos.
Figura 08: Imagens do volume do edifício da FAU-USP

Fonte: ArchDaily, 2011.


Fonte: ArchDaily, 2011. Editado pelo autor, 2019.

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3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
(D) ESTRUTURAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS (E) DEFINIÇÃO DOS ESPAÇOS
A estrutura do edifício é um elemento arquitetônico marcante No interior do edifício, foram organizados diversos ambientes
nessa obra, destacando-se o uso do concreto armado moldado in loco. Seu com diferentes usos, como oficinas, estúdios, laboratórios fotográficos,
sistema estrutural é de massa ativa, com vigas dimensionadas para vencer salas de aula, tipografias, biblioteca, auditórios, secretarias,
grandes vãos e manter a horizontalidade. Em seu interior, devido à grande departamentos, café, ateliê, museu caracol e o salão caramelo, que é o
proporção, pilares intermediários auxiliam na sustentação. Utilizou-se lajes maior espaço de convívio social existente no prédio.
de caixão perdido, apoiando-se em vigas de maior rigidez, para diminuição A FAU contempla muitos espaços integrados, mas com uma
das cargas. notável divisão que demarca os diferentes usos e funções dos ambientes.
A cobertura foi planejada para ser um elemento importante na No caso da maioria desses ambientes, as paredes não vão até o teto,
concepção do projeto, utilizando uma grande quantidade de pequenos domos unificando os espaços, mas mantendo a privacidade necessária.
translúcidos vedados com fibras de vidro, espelhados por toda a grelha Figura 11: Relação dos ambientes de estudo x convívio
estrutural de concreto armado, proporcionando uma iluminação zenital
importante para os ambientes, já que as fachadas são predominantemente
opacas.

Figura 09: Cobertura do edifício Figura 10: Croqui do pilar exterior

Fonte: ArchDaily, 2011. Editado pelo autor, 2019.

Figura 12: Corte transversal com uso e níveis indicados

Fonte: Revista Veja, SP. 2017. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Fonte: ArchDaily, 2011.

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3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
(F) ZONEAMENTO FUNCIONAL / SETORIZAÇÃO O edificio foi setorizado organizadamente para que todos os
A maior parte do edificio é ocupado por áreas funcionais, como ambientes fossem bem localizados e despertasse um melhor desempenho
as salas de aula e ambientes de atividades variadas. As áreas sociais de aos usuários. Os primerios pavimentos possuem mais áreas de convivências.
convivência ocupam na maior parte os pavimentos inferiores, como o térreo Os pavimentos superiores abrigam os espaços de estudo e atividades
e o subsolo. Os espaços de serviços são localizados de forma organizada, acadêmicas. Como mostra a figura 14 na próxima página.
em sua maioria, nas extremas do prédio.
Figura 13: Zoneamento funcional

FUNCIONAL SERVIÇO LAZER

Fonte: ArchDaily, 2011. Editado pelo autor. 2019.

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3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
Figura 14: Setorização (G) CONFORTO AMBIENTAL
1. OFICINA DE MODELOS
2. TIPOGRAFIA
O clima de São Paulo é considerado subtropical úmido, tendo uma
3. LAB. FOTOGRÁFICO temperatura média de 20º C, com invernos frescos e verôes com
4. AUDITÓRIO
temperaturas relativamente altas, aumentadas principalmente pelo efeito
5. SALÃO
6. DIREÇÃO da poluição atmosférica e da alta concentração de edifícios.
7. PORTARIA
Como o edifício é quase todo fechado, principalmente nos
8. CAFÉ
9. MUSEU CARACOL pavimentos superiores, a característica opaca da fachada de concreto
10. GREMIO aparente, apesar de minimizar a incidência de luz solar diretamente no
11. BIBLIOTECA
12. SECRETARIA ambiente, acaba aquecendo esses espaços por indução, necessitando do
13. DEPARTAMENTOS utilização de ar condicionado nesses ambientes. A utilização de domos de
14. OFICINA
15. SALA DE REUNIÕES fibra de carbono na cobertura foi a principal solução para a entrada de
16. ESTÚDIOS iluminação natural nestes pavimentos, já que os mais baixos, a iluminação e
17. SALA DE AULA
ventilação natural são gerados por janelas.
Conclui-se que o prédio possui algumas deficiências em relação
ao conforto térmico, acústico e visual, como salas de aula com
temperaturas desconfortáveis e falta de iluminação natural, além de
ruídos externos causando pelo fluxo intenso de veículos nas vias e
estacionamentos que rodeiam a faculdade.
Figura 15: Salas de aula com pouca iluminação e ventilação natural

Fonte: ArchDaily, 2011. Editado pelo autor,2019.


Fonte: Revista Centro, 201-.

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3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
Figura 16: Mapa de insolação no edifício da FAU-USP Figura 17: Bloco de Economia e Administração e o Instituto Oceanográfico

Fonte: Google Earth, 2017.

O interior do edifício segue a mesma linha brutalista da parte


externa, com a grande quantidade do uso do concreto. Sua integração com o
exterior se dá pelos primeiros pavimentos que são envidraçados, mas ainda
Fonte: Google Earth, 2019. Editado pelo autor, 2019.
assim, de maneira reduzida, devido a opacidade dos pavimentos superiores.
A vegetação no exterior do prédio é disposta de forma irregular, rodeando
3.1.3 Relações
todo o bloco acadêmico.
Por estar no meio de uma massa de vegetação intensa, o
Figura 18: Exterior do edifício da FAU-USP
edifício da FAU não tem uma relação muito clara com seu entorno
construído, valorizando seu grande volume em meio a essas vegetações.
(A) RELAÇÃO COM ENTORNO / INTERIORxEXTERIOR

O prédio está localizado na Cidade Universitária, no campus da


USP. Sendo uma região valorizada e relativamente tranquila, com bairros de
classe média e alta e que possui muitas atrações culturais, como museus,
Fonte: ArchDaily, 2011.
shopping, blocos acadêcimos, praças e parques.
O edificio tem certo destaque em relação ao seu entorno, com (B) HIERARQUIAS ESPACIAIS
um volume diferenciado quando comparado à outros blocos acadêmicos e O edifício da FAU-USP tem predominância de uma hierarquia
empresariais com estilos tradicionais da região, em meio a vegetações que privada, já que a maioria dos espaços são destinados à estudos e
contornam o edificio, chamando a atenção de quem por ali passa. atividades do curso. Já os espaços semi-privados, semi-públicos e públicos
são poucos e estão localizados nos primeiros pavimentos, onde são os

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3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
lugares mais acessíveis à visitantes, como hall de entrada, salão caramelo, 3.1.4 Ordem de Ideias
restaurante, museu e outros espaços de convívio. É possível observar É possível notar a oposição entre o interior e exterior do
essas hierarquias na Figura 19. edifício em relação a sua simetria e seus traçados reguladores.
Figura 19: Plantas Baixas com demarcações de hierarquias
(A) SIMETRIA/ASSIMETRIA / (B) TRAÇADOS REGULADORES
PRIVADO SEMI-PÚBLICO
SEMI-PRIVADO PÚBLICO Volumetricamente, o prédio é totalmente simétrico, devido as
suas linhas retas marcantes que formam um imponente bloco de concreto
retangular. Entretanto, no seu interior os ambientes são organizados de
forma diferente, não são espaços iguais e possuem uma característica
assimétrica, mas com eixos que demarcam os ambientes, principalmente nos
espaços de convívio.
Figura 20: Imagem aérea do edifício e planta baixa térreo demarcando os
traçados reguladores do exterior e interior

Fonte: Imagens USP, 2012. / ArchDaily, 2011. Editado pelo autor, 2019.

Fonte: ArchDaily, 2011. Editado pelo autor, 2019.

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3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
3.1.5 Partido 3.1.6 Relevância para a Escolha

O projeto de Vilanova Artigas reside na ideia de continuidade A FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (USP) é um
espacial, desejava-se que fosse como um templo, sem portas de entrada, projeto ícone no Brasil, com isso mostra a importância de como o edifício
onde não sabe-se em que pavimento está, tornando o espaço fluído e influencia diretamente no desempenho dos alunos, inspirando-os a serem
integrado, onde todas as atividades fossem permitidas. (Fracalossi, 2011). criativos no local de aprendizagem.
Esse conceito tornou o edifício um grande volume de concreto Artigas (19--) relata que sempre achou que a obra que fazia
aparente sólido com linhas retas, gerando um contraste em meio a não era pra ser olhada de fora, mas era pra ser um espetáculo pra quem
natureza, sem uma integração clara com seu exterior, o que tornou alvo de desfruta de seu interior. Neste caso, é possível analisar que não é
críticas e ao mesmo tempo inspiração e referência nacional. exatamente o que acontece com o edifício da FAU-USP, que foi um projeto
Nas figuras 21 e 22, é possível observar por meio de croquis de ótimo conceitualmente, mas que pecou em relação ao conforto ambiental.
Artigas, os elementos presentes no projeto construído, como a iluminação Dessa forma, o projeto também mostra a importância do estudo das
zenital, conexão entre os pavimentos intermediários por meio de rampas e diretrizes projetuais, que deve ser pensada em cada detalhe para não
criação do átrio central. prejudicar os usuários.
Figura 21: Croquis de Artigas mostrando elementos do projeto Por fim, o projeto mostra uma identidade própria, uma
arquitetura marcante, um volume imponente que não possui mistura de
materiais variados, mas que se destaca no local que está inserido.

Fonte: ArchDaily, 2011. / Conserva FAU, 2016.

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3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
3.2 KENT STATE UNIVERSITY DESIGN LOFT Figura 22: Localização da Kent State Design Loft
FICHA TÉCNICA:
Arquitetos: WEISS/MANFREDI (NY) com colaboração de Richard L. Bowen
Tipo de Projeto: Educacional
Status: Construído
Ano: 2016
Área: 10.870m²
Localização: Ohio, Estados Unidos

O Novo Centro de Arquitetura e Design Ambiental de Kent,


ganhou o primeiro lugar na competição nacional do projeto. O edifício foi
executado no ano de 2016, no estado de Ohio – EUA.
Fonte: Google Earth, 2019. Editado pelo autor, 2019.
O novo edifício acadêmico é um local para novas conexões, se
abrindo para a cidade, conectando diretamente o público da universidade e 3.2.2 Elementos
fornecendo muitos espaços de aprendizado flexíveis, criativamente A Kent State University está posicionada no top ranking das
projetados, que podem ser facilmente transformados para acomodar melhores universidades dos EUA, de acordo com a U.S News & World Report.
exposições e eventos de design. O projeto, apelidado de “Kent State Design Loft'' transforma a noção de um
3.2.1 Localização estúdio contínuo em uma estrutura de três níveis que une todos os
programas da faculdade, resultando em um edifício bem organizado e
A Kent State University Design Loft está situada na 132 S
funcional.
Lincoln ST. na cidade de Kent, estado de Ohio, na região Centro Oeste dos
Estados Unidos. Está inserida no principal campus da Universidade. (A) ACESSOS
Os acessos do edifício se dão pelo pavimento térreo e são quatro no total,
todos nas áreas sociais ou de circulação. O principal acesso está situado na
fachada principal do edifício, sem nenhum elemento marcante na entrada,
apenas o volume do pavimento superior projetado para fora. Os acessos

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3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
secundários também não possuem elementos que marcam as entradas, como acontece nos estúdios. As poucas circulações lineares existentes são
apenas são acessos para quem vem por caminhos secundários do campus. demarcadas por elementos necessários para aquele espaço e estão
Figura 23: Implantação com acessos demarcados situadas em ambientes menores. O edifício possui muitas circulações
verticais (escadas e elevadores), devido a sua variedade de níveis dos
ACESSO PRINCIPAL ACESSOS SECUNDÁRIOS
espaços, tornando os ambientes mais dinâmicos. É possível observar as
principais circulações do edifício na Figura 25.

Figura 25: Plantas Baixas com principais circulações indicadas.


CIRCULAÇÃO HORIZONTAL LINEAR
CIRCULAÇÃO HORIZONTAL DIFUSA
CIRCULAÇÃO VERTICAL

Fonte: Dezeen, 2016. Editado pelo autor, 2019.

Figura 24: Fachada com indicação do acesso principal

Fonte: Dezeen, 2016. Editado pelo autor, 2019.

(B) CIRCULAÇÕES
As circulações horizontais do prédio são, em geral difusas,
livres na maioria dos ambientes, exceto quando delimitadas por mobiliários, Fonte: Dezeen, 2016. Editado pelo autor, 2019.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 29


3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
(C ) VOLUME/MASSA Além da utilização do vidro, foi criado grandes paredes opacas
com tijolos comuns instalados como se fosse um folheado de tijolo único,
A forma do edifício é predominantemente horizontal,
que é uma material tradicional, mas através do design elaborado foi usado
trabalhada com um jogo de volumes internos que se sobressaem para fora
como um material contemporâneo.
do prédio, formando uma espécie de zig-zag e ao mesmo tempo uma
descontinuidade da forma geométrica retangular, deixando o edifício mais Figura 27: Imagens da fachada destacando o tijolo cerâmico e o vidro
dinâmico, sendo o grande diferencial de seu exterior.
Figura 26: Fachadas da Kent State University Design Loft

Fonte: Archpaper, 2016.

(D) ESTRUTURA E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

No edifício foi utilizado o sistema estrutural de concreto


armado para possibilitar maiores alturas do pé direito, balanços e vãos
livres, ideal para os ambientes como oficinas e galerias. Também foi usado
estrutura metálica para sustentar os grandes planos de vidro, além de
Fonte: ArchDaily, 2014.
tijolos com processo de queima em fornos, produzidos por uma empresa
Uma das diretrizes do projeto era a relação do interior do local.
edifício com a cidade, neste sentido, foi usado uma grande quantidade de No seu interior, pilotis de concreto ajudam na sustentação da
vidros tradicionais e reflexivos nas fachadas, que ao mesmo tempo estrutura, devido aos pés direitos amplos existentes. Também é visível o
possibilita a visualização do interior por quem está do lado de fora, e o contraste de materiais em relação ao exterior, já que na parte interna é
mesmo reflete a paisagem urbana que está ao seu redor. predominante o uso de pisos e revestimentos mais neutros, e apenas em

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 30


3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
alguns ambientes foi utilizado cores que se destacam em meio a estes acadêmico mais criativo e criando espaços diversificados.
materiais. Figura 29: Imagem exemplificando o escalonamento do edifício
Figura 28: Imagem do interior mostrando os pilotis de sustentação, as cores
que se destacam em relação aos materiais neutros e a laje de concreto
aparente

Fonte: Weiss e Manfredi, 2016.

Figura 30: Interior do edifício, mostrando os espaços integrados

Fonte: Dezeen, 2016. Editado pelo autor, 2019.

(E) DEFINIÇÃO DOS ESPAÇOS

No interior do edifício, os espaços são em sua maioria


integrados, estabelecendo uma melhor conexão entre os ambientes, já que
em alguns ambientes foram usados paredes translúcidas, além de escadas
que diferenciam os níveis, mas não seccionam os ambientes de fato.
Fonte: ArchDaily, 2016.
Dessa forma, Weiss (2016) explica que a ideia de permitir uma
conexão com todos os níveis, fazendo-os se sentirem parte de uma (F) ZONEAMENTO FUNCIONAL / SETORIZAÇÃO
“comunidade'' sob o mesmo teto, seria uma maneira interessante de O edifício é ocupado na maior parte por usos funcionais, como
visualizar uma escola de design. as salas de aula, oficinas, ateliê e laboratórios. São ambientes integrados e
O escalonamento dos pavimentos criou visões contínuas por que possibilitam comunicação física e visual com outros pavimentos.
todo o edifício, mantendo a integração entre os ambientes, deixando o bloco

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 31


3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
As áreas de serviços são localizadas normalmente nas Figura 32: Plantas Baixas pavimentos superiores com zoneamento funcional
extremidades dos pavimentos e são espaços menores comparados aos demarcado
outros usos. O edifício também possui bastante áreas sociais e de lazer,
como livraria, café e espaços de descanso/leitura, sendo áreas bem
dispostas nos ambientes e harmônicas visualmente.
Figura 31: Plantas Baixas pavimentos inferiores com zoneamento funcional
demarcado
FUNCIONALIDADE
SERVIÇO
LAZER

Fonte: Dezeen, 2016. Editado pelo autor, 2019.

A Figura 33 mostra a setorização e organização dos ambientes


dos ambientes de todos os pavimentos do edifício.

Fonte: Dezeen, 2016. Editado pelo autor, 2019.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 32


3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
Figura 33: Setorização dos pavimentos em planta baixa

1. ESTÚDIO
2. SALA DE CRÍTICA
3. LIVRARIA
4. ÁREA DE LEITURA
5. CAFÉ
6. GALERIA
7. SALA DE AULA
8. FACULTY SUITE
9. CONSELHO
10. ADMINISTRAÇÃO
11. SEMINÁRIO
12. LABORATÓRIO
13. SALA MECÂNICA

Fonte: Deezen, 2016. Editado pelo autor, 2019.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 33


3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
(G) CONFORTO AMBIENTAL Figura 35: Mapa de insolação no edifício

Analisando o edifício da Kent State University Design Loft, é


possível observar a grande cobertura verde usada no prédio, contribuindo
no conforto térmico dos ambientes e auxiliando na captação da água pluvial,
que é reaproveitada no uso interno.
O edifício possui aquecimento por piso radiante e um sistema
de geo-troca que utiliza poços para aquecimento e resfriamento do prédio.
(McKnight, 2016).
Os grandes planos envidraçados do prédio proporcionam uma
boa iluminação natural e insolação aos ambientes, principalmente por serem
bem orientados. Além de aberturas que valorizam a ventilação cruzada em
vários espaços. É possível observar algumas dessas características nas
Fonte: Google Earth, 2019. Editado pelo autor, 2019.
Figuras 34 e 35.
Segundo McKnight (2016) “O prédio está no caminho certo para 3.2.3 Relações
obter a certificação LEED Platinum, o mais alto nível concedido pelo US (A) RELAÇÃO COM ENTORNO / INTERIOR x EXTERIOR
Green Building Council.'’
O prédio está inserido na cidade universitária de Kent e foi
Figura 34: Imagem exterior evidenciando o telhado verde e os planos de projetado para ter uma boa conexão com seu entorno. O seu entorno
vidro. imediato não possui grandes construções, sendo uma área com muitas
vegetações.
Os planos de vidro foram evidenciados para ter uma boa
comunicação visual entre o interior e o exterior do edifício, principalmente
na fachada norte, que proporciona vistas panorâmicas tanto do campus
quanto da cidade. Além de refletirem a paisagem urbana do local,
intensificando ainda mais essa conexão.

Fonte: Architect Magazine, 2016.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 34


3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
Figura 36: Fachada que evidencia a reflexão da paisagem urbana no edifício O edifício é bem localizado e se destaca no meio que está
inserido, rodeado por uma grande massa de vegetações, outros blocos
acadêmicos e residências de pequeno porte. Mostrando essa forte ligação
com a cidade.

Figura 38: Imagem mostrando o edifício e seu entorno imediato

Fonte: ArchDaily, 2016.

Seu volume consideravelmente grande não é agressivo no local


que está inserido, ainda mais por terem utilizado materiais tradicionais da
região. O prédio foi levemente rotacionado no terreno para permitir que o
Museu da universidade de Kent tivesse uma melhor visualização do campus
e da cidade, como podemos ver na figura 37. Fonte: Google Earth, 2019. Editado pelo autor, 2019.
Figura 37: Imagem mostrando a rotação do edifício para a melhor (B) HIERARQUIAS ESPACIAIS
visualização do campus.
O edifício possui uma hierarquia predominantemente privada, já
que é um bloco acadêmico e suas principais atividades são destinadas aos
alunos da universidade.
Os pavimentos inferiores (térreo e mezanino) possuem alguns
ambientes que podem ser considerados semi-privados, pois são áreas
sociais ou de convívio, que permite o acesso de visitantes. Já os pavimentos
superiores são todos ambientes privados, como os estúdios, salas de aula,
laboratórios e outros espaços dedicados ao ensino. Podemos observar
essas hierarquias na Figura 39.
Fonte: Architect Magazine, 2016.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 35


3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
Figura 39: Plantas baixas indicando as hierarquias espaciais no térreo e (A) SIMETRIA / ASSIMETRIA / (B) TRAÇADOS REGULADORES
mezanino. Os volumes que se sobressaem para fora em forma de zig-zag,
PRIVADO SEMI-PRIVADO quebram a predominância de linhas retas do prédio, apesar de serem
projetados de forma simétrica, dando uma dinâmica maior ao edifício, além
de deixa-lo diferenciado esteticamente.
Além do volume em zig-zag, outras fachadas possuem
elementos que mantém as linhas retas do edifício, que também se
“desencaixam '' para fora, mantendo a mesma materialidade, criando uma
ligação entre todo o exterior do edifício.
Esses elementos que se completam, dão um movimento
harmônico as fachadas, mantendo a linguagem contemporânea e destacando
os eixos e traçados que mantém o edifício em equilíbrio.
No interior do edifício os espaços são livres e integrados,
criando uma continuidade, que acontece mesmo com a diferença de níveis
dos pavimentos, por meio do escalonamento projetado para o bloco
acadêmico. Também possui materiais neutros e elementos, que de certa
forma, destaca ainda mais seu exterior.
Figura 40: Imagem do edifício destacando seus traçados
Fonte: Deezen, 2016. Editado pelo autor, 2019.

3.2.4 Ordem de Ideias

O edifício possui características que misturam simetria e


assimetria, já que o prédio tem fachadas com linhas retas e outras com
detalhes que quebram a forma retilínea, tornando um edifício diferenciado
e harmônico.

Fonte: Architect Magazine, 2016. Editado pelo autor, 2019.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 36


3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
3.2.5 Partido / Relevância para escolha Figura 42: Imagens do projeto da Kent State University Design Loft

O objetivo do projeto foi envolver o público e a instituição


simultaneamente com programas desenvolvidos para promover essa
interação. Segundo Graham (2016), antes da construção do edifício, os
programas de arquitetura, design de interiores e pesquisas estavam
dispersos por todo o campus, com pouca interação entre as disciplinas.
Dessa forma, o projeto consistia em consolidar esses programas debaixo do
mesmo teto, facilitando o aprendizado, a colaboração e o envolvimento
interdisciplinar.
Após analisar esse projeto concluído, é possível notar que foi
um edifício bem projetado, com espaços integrados que influência
diretamente no desempenho do aluno, incentivando-os a serem mais
criativos e organizados, o que reflete a forma que foi tratada o prédio.
O seu volume diferenciado é outro fator importante, com
materiais contemporâneos tradicionais que se destacaram pela forma que
foram projetados, seguindo fielmente como o projeto. Além de ser um
edifício que ilustra o papel fundamental da arquitetura e do design na visão
de um futuro sustentável.

Figura 41: Croqui do volume do edifício

Fonte: ArchDaily, 2014.

Fonte: Weiss/Manfredi, 2013.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 37


3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
3.3 ESTUDO DE CASO - UNISOCIESC - BLOCO H Figura 43: Localização do Bloco H da UNISOCIESC

FICHA TÉCNICA:
Arquitetos: Metroquadrado
Tipo do Projeto: Educacional
Status: Construído
Ano: 2016
Materialidade: Concreto e Vidro
Estrutura: Concreto
Área: 3.703m²
Localização: Joinville, Santa Catarina - Brasil

O novo edifício projetado para abrigar o curso de Arquitetura e


Fonte: Google Earth, 2019. Editado pelo autor
Urbanismo da UNISOCIESC foi pensado para as pessoas, que segundo os
autores do projeto (2016), queriam um edifício que representasse o cenário 3.3.2 Elementos
contemporâneo, mas que ao mesmo tempo fosse um releitura das
O projeto possui aproximadamente 3.700m² e pode receber
características da arquitetura brasileira. O projeto foi realizado em 2015 e
cerca de 300 alunos por período. O edifício foi pensado para melhorar a
executado em 2016.
interação e relacionamento das pessoas e dos espaços, sendo mais intuitivo,
3.3.1 Localização aberto e transparente.
O edifício está localizado na Rua Albano Schmidt, no bairro Boa (A) ACESSOS
Vista, em Joinville/SC, Brasil. Está inserido no campus de Boa Vista da
Os acessos do edifício se dão todos pelo pavimento térreo, sem
UNISOCIESC.
nenhuma demarcação ou detalhe específico. Existe uma entrada principal e
uma secundária que dá acesso à área de circulação do edifício, sendo outras
duas entradas para o auditório. Como mostra a Figura 44.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 38


3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
Figura 44: Planta baixa térreo com acessos demarcados difusas estão localizadas principalmente no térreo, onde possui um grande
ACESSO PRINCPAL ACESSOS SECUNDÁRIOS espaço livre, possibilitando uma maior permeabilidade do espaço e
integração dos usuários. Além de ter um espaço de convívio e descanso no
terraço.
As circulações horizontais lineares estão presentes em todos
os pavimentos, onde liga as circulações verticais com os ambientes de
ensino, como as salas de aula.
As circulações verticais também estão localizadas em todos os
pavimentos, possuindo uma escada principal e um elevador, além de uma
escada secundária para saída de incêndio, que fica na parte de fora do
edifício. Podemos ver as circulações demarcadas nas Figuras 46 e 47.
Figura 46: Planta baixa térreo com circulações demarcadas
Fonte: ArchDaily, 2016. Editado pelo autor, 2019.
CIRCULAÇÃO HORIZONTAL LINEAR
Figura 45: Imagens dos acessos do edifício CIRCULAÇÃO HORIZONTAL DIFUSA
CIRCULAÇÃO VERTICAL

Fonte: Acervo do autor, 2019.

(B) CIRCULAÇÕES
O edifício possui circulações variadas, tendo espaços com
circulações livres, demarcadas e verticais. As circulações horizontais
Fonte: ArchDaily, 2016. Editado pelo autor, 2019.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 39


3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
Figura 47: Plantas baixas dos pavimentos superiores com circulações cores pontuais. Além disso, vários elementos da estrutura foram deixamos
demarcadas aparentes no edifício, como pilares, forros, lajes e tubulações, que segundo
os autores, evidencia o processo de execução da obra, sendo objeto de
estudos dos alunos, possibilitando-os aprender no próprio prédio.
O edifício possui a característica de ser um grande bloco
retangular com fachadas que misturam opacidade com translucência, onde
não se sabe qual fachada é a frontal, lateral ou dos fundos. O grande
diferencial do edifício é a forma como foi pensado o térreo, que foi
projetado como um espaço que fizesse o prédio flutuar, oferecendo uma
área de circulação que os alunos já estavam acostumados a trafegar, antes
de existir o edifício no local.
Figura 48: Imagens do volume do Bloco H

Fonte: ArchDaily, 2016. Editado pelo autor, 2019.

(C ) VOLUME / MASSA

O volume do edifício no campus da universidade se destaca em


relação à outros blocos acadêmicos mais antigos. O prédio foi construído
com características modernistas brasileiras, linhas retas e com a
predominância de concreto aparente e vidro nas fachadas, com algumas Fonte: ArchDaily, 2016.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 40


3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
(D) ESTRUTURAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS (E) DEFINIÇÃO DOS ESPAÇOS

O edifício foi construído com estrutura de concreto armado, Os espaços do edifício são bem definidos e delimitados, já que a
laje nervurada e pilotis de concreto aparente que se destacam pela forma maioria são salas de aula ou ambientes de atividades acadêmicas, estas,
que foram dispostos, suportando toda a estrutura. Os arquitetos possuem indicação com placas ou desenhos em todos os pavimentos. Os
priorizaram o uso de elementos industriais, estruturas aparentes e espaços integrados são área de convivência ou descanso dos alunos, que
materiais em seu estado natural. são localizados no primeiro pavimento e também no terraço.
Os pilotis de concreto também ficaram expostos no interior do Foi utilizado cores nas paredes e embaixo das escadas para
edifício, além da laje nervurada e tubulações que também ficaram aparentes. diferenciar cada pavimento, proporcionando uma identidade para cada área
Os materiais do interior conversam com o do exterior. Foi utilizado materiais do edifício. As Figuras 50 e 51 mostram esses espaços.
neutros, como piso vinílico de cimento queimado e paredes brancas e pretas, Figura 50: Imagem do interior mostrando a utilização das cores
sendo somente usado cores em algumas paredes próximas as circulações.

Figura 49: Imagens mostrando as estruturas aparentes

Fonte: ArchDaily, 2016.


Figura 51: Imagens mostrando o terraço, atelier de projeto e sala de aula

Fonte: Acervo do autor, 2019. Fonte: Acervo do autor, 2019.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 41


3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
(F) ZONEAMENTO FUNCIONAL / SETORIZAÇÃO Figura 52: Zoneamento funcional em plantas baixas
SERVIÇO FUNCIONALIDADE LAZER
No edifício predomina ambientes com usos funcionais, como
salas de aula, atelier de projetos e maquetaria. Também possui área sociais
ou de lazer, que estão localizadas no primeiro pavimento e no terraço, além
das circulações e do térreo flutuante que proporciona a integração social. O
Bloco H não possui muitas áreas de serviço, já que essas áreas da
universidade ficam localizados em outros edifícios que rodeiam o prédio,
possuindo apenas uma sala de professores grande localizada na extrema do
primeiro pavimento.
O prédio foi setorizado de maneira organizada e dinâmica.
Possuindo banheiros em todos os pavimentos, devido ao número alto de
salas de aula e ao fluxo de alunos. Auditório foi localizado no térreo para
melhor acesso de alunos e visitantes, além de áreas de convívio ou
descanso no primeiro e terceiro pavimento, permitindo que não tenha foco
somente em um local. Podemos observar o zoneamento funcional na Figura
52 e a setorização na Figura 53.
Figura 53: Setorização dos ambientes
Fonte: ArchDaily, 2016. Editado pelo autor, 2019.
1. AUDITÓRIO
2. BANHEIROS
3. MAQUETARIA 2 2
2 6 5 4 9 9 6 2 6
4. LAB. CONF. AMBIENTAL 3 6
1 6 11
5. INFORMÁTICA 7
9
6. ATELIER DE PROJETO
7. SALA DOS PROFESSORES
8 11 6 9
8. LAB. EXP. GRÁFICA
9. SALA DE AULA 6 6
9 10 9 6
10. SALA DE APOIO
11. ÁREA DESCANSO
Fonte: ArchDaily, 2016. Editado pelo autor, 2019.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 42


3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
(G) CONFORTO AMBIENTAL Figura 55: Imagens das fachadas mostrando os planos translúcidos e opacos

Na cidade de Joinville o verão é morno e o inverno é ameno, com


temperaturas que variam entre 13ºC a 30ºC durante o ano. Os ventos
predominantes no local é o vento norte e leste. O Bloco H da Unisociesc foi
pensado para que todas os ambientes tivessem a iluminação natural e
ventilação necessária para o conforto dos usuários, possuindo assim,
janelas que vão de piso a teto na maiorias desses espaços.
Figura 54: Mapa indicando a insolação e ventilação predominante no local Fonte: Acervo do autor, 2019.

3.3.3 Relações
O edifício tem uma relação clara com seu entorno imediato, já
que o térreo possui uma grande permeabilidade que integra o prédio com o
campus da universidade onde está inserido.
(A) RELAÇÃO COM ENTORNO / INTERIOR x EXTERIOR

O edifício acadêmico do curso de Arquitetura e Urbanismo (Bloco


H) está inserido no campus de Boa Vista da Unisociesc. O local é uma área
relativamente tranquila, com massas de vegetações intensas ao seu redor,
principalmente na parte de trás do campus, mas que também possui um fluxo
Fonte: Google Earth, 2019. Editado pelo autor, 2019. intenso de veículos que trafegam na avenida em frente a universidade, além
das indústrias e comércios proximos.
Parte das fachadas foram trabalhadas com grandes planos de
O Bloco H se destaca no campus da universidade, tanto pelo seu
vidros, proporcionando maior incidência solar, além da visualização de todo o
volume diferenciado quanto pelos outros blocos acadêmicos serem mais
campus. Na fachada Sudeste e Nordeste foi utilizado um grande plano opaco,
antigos e não possuírem caracteristicas marcantes. Mas em relação ao seu
que barra a incidência de luz e ventos naturais.
entorno, ele não é visivel pra quem está fora do campus por exemplo, já que
está localizado na parte de trás do campus e rodeados por outros prédios
acadêmicos.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 43


3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
Figura 56: Imagens do entorno imediato do edifício (B) HIERARQUIAS ESPACIAIS
No edifício predomina o uso privado, já que a maioria dos
ambientes são espaços de ensino e aprendizagem. No térreo possui a área
pública que permite circulação de todos. Nos pavimentos superiores
predomina o uso privado e semi-público, já que existe espaços de convívio e
descanso que permite a entrada de alunos de outros cursos também. Como
podemos ver na Figura 58.

Fonte: Acervo do autor, 2019.


Figura 58: Plantas baixas com indicações de hierarquias
PRIVADO SEMI-PÚBLICO PÚBLICO
A relação do interior e exterior do edifício é bastante clara, já
que possuem as mesmas características e materiais contemporâneos. Foram
utilizados materiais que ficam aparentes e em seu estado natural. A
integração do interior com o exterior se dá pelos dois acessos no térreo que
ficam próximos as circulações verticais. Além de possuir grandes planos de
vidro que possibilitam a visualização da paisagem urbana e do resto do
campus.
Figura 57: Imagens do interior com visualização para o exterior

Fonte: Acervo do autor, 2019.


Fonte: ArchDaily, 2016. Editado pelo autor, 2019.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 44


3 REFERENCIAIS PROJETUAIS
3.3.4 Ordem de Ideias 3.3.5 Partido / Relevância para escolha
O edifício possui características totalmente simétricas, já que Segundo os autores do projeto, o novo edifício que abriga o
foi todo trabalhado com linhas retas e eixos que demarcam bem os curso de Arquitetura e Urbanismo da Unisociesc foi pensado para as
ambientes, tornando o edifício mais dinâmico. pessoas. Priorizando um projeto que tivesse uma relação generosa com a
(A) SIMETRIA / ASSIMETRIA / (B) TRAÇADOS REGULADORES paisagem do campus, dessa forma, liberaram o pavimento térreo para o
convívio e transito de todos. (Deretti et al. 2016)
O volume do prédio é um imponente bloco retangular que A utilização de elementos industriais e estruturas aparentes
demonstra bem sua simetria em todas as fachadas, sem exceção. Os também foram priorizados no projeto. “Buscamos uma estética embasada na
detalhes retos que se repetem em todos os lados tornam o edifício com uma memória da arquitetura modernista brasileira e na transparência do
identidade única, dando mais dinâmica e deixando-o mais harmônico. processo do canteiro de obra, como um espaço em constante evolução.''
O seu interior também possui essa característica simétrica em (Deretti et al. 2016, p. 01)
todos os ambientes, com eixos que marcam bem as circulações em todos os Buscaram elaborar um edifício que fosse inspiração e
ambientes, além das salas de aulas retangulares tradicionais da arquitetura impulsionasse a criatividade dos alunos, podendo aprender a prática fora da
escolar brasileira. sala de aula, mas no próprio edifício que frequentam.
Figura 59: Imagem exemplificando os eixos e traçados reguladores Por fim, com a visita ao edifício e a análise feita, é possível
simétricos entender a importância que o ambiente tem em relação ao usuário. É um local
que realmente inspira o aluno a criar, a gostar de frequentar o local,
resultando num melhor ensino e aprendizado para os alunos. O volume
imponente e diferenciado é um destaque nesse prédio, os materiais
contemporâneos usados de forma inteligente e do uso de pilotis que
liberaram todo o térreo para as pessoas, tornou o bloco mais dinâmico e
interessante, causando uma boa sensação em quem por ali passa.

Fonte: ArchDaily, 2016. Editado pelo autor, 2019.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 45


DIAGNÓSTICO
4 DA ÁREA
4.1 LOCALIZAÇÃO / ACESSOS
4.2 BREVE HISTÓRICO
4.3 ASPECTOS CLIMÁTICOS
4.4 SISTEMA VIÁRIO
4.5 USOS DO SOLO
4.6 CHEIOS E VAZIOS
4.7 GABARITOS
4.8 PÚBLICOxPRIVADO
4.9 LEGISLAÇÃO
4.10 INFRAESTRUTURA E MOBILIÁRIO URBANO
4.11 PERFIL DO TERRENO

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO


4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA
Neste capítulo será analisado a área em que será inserido a Figura 61: (A) Área em análise com terreno demarcado; (B) Acessos
proposta de projeto, evidenciando elementos como localização, sistema (A)
viário, usos do solo, clima e outros aspectos importantes para reconhecer TERRENO
as potencialidades e problemáticas do local. ÁREA EM ANÁLISE
4.1 LOCALIZAÇÃO / ACESSOS

Á área analisada está localizada na cidade de Tubarão, Santa


Catarina, no bairro Dehon. O terreno está inserido no campus de Tubarão
da UNISUL, na Rua Padre Dionísio da Cunha Laudt. Á área fica situada entre
a BR-101 e a margem do Rio Tubarão, com seus principais acessos sendo
pela marginal da BR-101, e na Avenida José Acácio Moreira, que fica na
margem do rio.
Figura 60: Mapas de localização

Santa Catarina (B)


TERRENO
PRINCIPAL ACESSO
BEIRA RIO
PRINCIPAL ACESSO
BR-101
CETTAL
Brasil
BLOCO SEDE - UNISUL
Tubarão
RODOVIÁRIA

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 47


4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA
4.2 BREVE HISTÓRICO Figura 62: Imagens antigas da cidade de Tubarão

Neste tópico será relatado um breve histórico sobre a cidade e


a universidade onde será elaborado a proposta de projeto.

4.2.1 Tubarão
Tubarão deriva do cacique Tuba-nharõ (tupi-guarani), nome
que os habitantes primitivos deram ao rio que corta a cidade, que está
diretamente ligada com a história da cidade e deu origem ao seu nome. O
povoamento de Tubarão é evidenciado sobre duas bases históricas: A Fonte: Tubarão (Arquivo Histórico), 2014.
abertura do caminho entre Lages e Laguna (1973) e a Concessão de duas 4.2.2 UNISUL
Sesmarias (1974). A partir de 1973, desciam tropeiros com mulas carregadas
Podemos ver um breve histórico da Universidade do Sul de
com produtos feitos por eles mesmos, percorrendo o curso do rio, chegando
Santa Catarina na linha do tempo na página seguinte, e a evolução das
ao porto que ligava Lages e Laguna, assim, sendo o marco do povoamento
instalações na Figura 63.
da cidade. (Vettoretti, 1992).
Em maio de 1870, o Presidente da Província aprovou a Lei nº. Figura 63: Imagens das instalações do Bloco Sede nos anos 60 e 90
635 que criou Tubarão, desmembrando o território de Laguna. O principal
agente de mudanças econômicas e sociais do município foi a Ferrovia, junto
com a exploração de carvão e a imigração europeia. (Vettoretti, 1992).
Com o desenvolvimento da cidade, foi instalado o Ensino
Superior em Tubarão, assim, começando a história da Universidade do Sul
de Santa Catarina, que está totalmente ligada com a evolução do local.

Fonte: 50anos Unisul, 2013.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 48


4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA
Figura 64: Linha do tempo UNISUL

UNISUL
LINHA DO TEMPO

UNISUL começa como Faculdade de


Ciências Econômicas, criada por uma lei
A Faculdade é vinculada ao Instituto municipal, concretizando uma demanda
Municipal de Ensino Superior (IMES),
dando lugar a Fundação Educacional do
1964 dos habitantes de Tubarão.

Sul de Santa Catarina (FESSC). A FESSC se torna Fundação


1967 Universidade do Sul de Santa Catarina
(UNISUL), por lei municipal aprovada
pela Câmara de Vereadores,
É fundado o curso de sancionada pelo prefeito e reconhecida
Arquitetura e Urbanismo no
Campus de Tubarão da UNISUL.
1989 como Universidade.

Cria a Unisul/Virtual para a gestão


1998 do ensino a distância da instituição,
com cursos de graduação e pós-
graduação. Atendendo mais de 13mil
A Unisul caminha para sua terceira
+ alunos que contam com mais de 77
polos de apoio no País.
fase de Universidade Comunitária,
assumindo a responsabilidade de atuar
2005
com impacto ainda mais relevante no
desenvolvimento econômico social,
cultural e ambiental, firmando-se
então, como uma Universidade
Comunitária e Inovadora nas cidades
que atua.
2017

Fonte: Histórico Unisul, 2018. / Freepik, 2018. Adaptado pelo autor, 2019.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 49


4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA
4.3 ASPECTOS CLIMÁTICOS Figura 65: Mapa de insolação da área análisada
Ventos Predominantes de Verão Ventos Predominantes de Inverno
O clima de Tubarão é classificado como subtropical
mesotérmico úmido, com verão quente e inverno ameno. Possui temperatura
média máxima de 23,6ºC e média mínima de 15,5ºC. A precipitação média
anual é de 1493 centímetros cúbicos, sendo abril e maio os meses de menor
precipitação, e novembro e dezembro com maior.
No verão, os ventos sopram com mais constância e
regularidade, naturalmente, são ventos predominantes do nordeste. O
outono é a estação menos ventosa, devido a diminuição de massas no ar. No
inverno, devido a predominância de outra área de alta pressão no interior
do continente, os ventos sul e oestes aumentam, podendo ultrapassar a Fonte: Google Earth, 2019. Editado pelo autor.
soma de velocidade dos ventos do nordeste. No decorrer do ano, na região 4.4 SISTEMA VIÁRIO
predomina os ventos nordeste (37,5%), seguido do vento sul (15,6%) e os
Sobre o sistema viário, foi analisado como ocorre o trânsito da
ventos sudoeste (13,2%).
área analisada, que rodeia o campus de Tubarão da Unisul, enfatizando a
Em relação ao terreno do projeto, a grande massa de hierarquia das vias, bem como os fluxos e sentidos, implementação do
vegetação que rodeia o terreno, principalmente ao norte, cria uma barreira transporte público e conflitos existentes no local.
natural amenizando os ventos nordeste, além de criar sombreamento em
4.4.1 Hierarquia Viária
boa parte do terreno, amenizando a insolação. Já os ventos do sul atingem
diretamente o local no inverno. As vias analisadas na área da proposta são classificadas de
forma clara, possuindo apenas BR-101 como rodovia próxima. A Av. José
Acácio Moreira e Av. Expedicionário José Pedro Coelho são as vias
arteriais. As vias mais próximas da área que ligam as vias arteriais com os
principais acessos da universidade são as coletoras. A Rua Padre Dionísio
da Cunha Laudt, Rua Cap. Alexandre de Sá e a Rua Simeão Esmeraldino de
Menezes são as principais vias coletoras. O restante, e em maior número,
são vias locais, já que é uma área predominantemente residencial.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 50


4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA
A maioria dessas vias são pavimentadas, mas algumas principalmente na Rua Simeão Esmeraldino de Menezes, onde possui
encontram-se em condições precárias devido ao grande fluxo de veículos conflitos em dois lugares muito próximos. O restante das vias (locais e
leves e pesados, além do grande número de reformas sendo executadas coletoras) são consideravelmente tranquilas em relação ao fluxo de
nessas estradas, causando transtornos no tráfego do local. veículos, já que não são os principais acessos da universidade.

Figura 66: Mapa de Hierarquia Viária do local Figura 67: Mapa de Fluxos e Sentidos do local
RODOVIA
TERRENO
VIA ARTERIAL
VIA COLETORA FLUXO INTENSO
VIA LOCAL FLUXO MODERADO
TERRENO FLUXO LEVE
C CONFLITOS

50 100 150m

50 100 150m

Fonte: Mapa Cadastral de Tubarão, 2017. Editado pelo autor, 2019.


Fonte: Mapa Cadastral de Tubarão, 2017. Editado pelo autor, 2019.
Na Figura 68 é possível identificar as rotas de transportes
4.4.2 Fluxos e Sentidos públicos que passam pela área analisada, além dos pontos e abrigos de
Próximo ao campus da universidade, o fluxo de veículos e ônibus existentes.
pedestres é mais intenso, principalmente em horários de aula, criando
possíveis conflitos de veículos e pedestres próximo ao local,

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 51


4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA
Figura 68: Mapa identificando pontos, abrigos e rotas de ônibus As proximidades da Universidade possui comércios como
mercado, lanchonetes, bares, papelaria, posto de gasolina e padarias. Além
TERRENO
do Centro de Convivência da Unisul (CC), que possui variados
ABRIGOS
estabelecimentos de uso cotidiano.
PONTOS
ROTA TCL Figura 69: Mapa de Usos do Solo da área
ROTA
TRANSGERALDO
RESIDENCIAL
MISTO
COMERCIAL
INSTITUCIONAL
TERRENO

50 100 150m

Fonte: Mapa Cadastral de Tubarão, 2017. Editado pelo autor, 2019.

4.5 USOS DO SOLO


O local analisado é considerado uma área universitária, já que
seu principal ponto de referência e uso é a UNISUL. Nos arredores, a área é 50 100 150m

predominantemente residencial, sendo muitas dessas, destinadas a aluguel,


devido à proximidade com a universidade. Fonte: Mapa Cadastral de Tubarão, 2017. Editado pelo autor, 2019.
A área também possui edifícios de usos mistos e comerciais, em
menor quantidade quando comparado ao número de edifícios residenciais, e
ficam localizados principalmente nas margens do Rio Tubarão e da BR-101,
com alguns próximos a UNISUL.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 52


4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA
Figura 70: Imagens de comércios próximos à UNISUL Figura 71: Mapa de Cheios e Vazios da área

CONSTRUÍDO
NÃO CONSTRUÍDO
TERRENO

Fonte: Google Earth, 2011.

4.6 CHEIOS E VAZIOS


50 100 150m

No mapa de cheios e vazios, é possível observar que a área


mais próxima da beira rio e centro é relativamente densa em relação a
Fonte: Mapa Cadastral de Tubarão, 2017. Editado pelo autor, 2019.
ocupação dos lotes, por estar próxima ao centro da cidade e à UNISUL. Mais
próximo da BR-101, os lotes são pouco ocupados e consideravelmente Figura 72: Imagens que mostram a ocupação regular e irregular das casas
maiores, possuindo bastante terrenos vazios e pastagens, além de ser uma
área mais adequada para estabelecimentos comerciais.
A maioria das edificações inseridas nos lotes respeitam as os
limites e recuos exigidos. Algumas mais distantes da universidade
encontram-se em condições irregulares, como podemos observar na Figura
72.
Fonte: Google Earth, 2011. Editado pelo autor, 2019.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 53


4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA
4.7 GABARITOS 4.8 PÚBLICO x PRIVADO

Na área em análise predomina edificações com gabaritos O bairro não possui muitos espaços de uso público ou áreas de
menores, de 1 e 2 pavimentos, como podemos ver na Figura 12. Nas margens convívio além das vias e passeios, já que essa área é dominada por
do Rio Tubarão encontra-se edifícios mais altos, seja misto ou apenas residências, comércios e a universidade particular. As poucas áreas
residencial, apesar de ser uma área que prevalece o uso comercial e é mais públicas de convívio da cidade se encontram em sua maioria no Centro.
próxima do centro da cidade. Essa mistura de usos e gabaritos torna o Dessa forma, a área se torna um local mais inseguro, devido ao baixo fluxo
bairro mais dinâmico e com um bom fluxo, além de possibilitar um melhor de pessoas nas ruas, que ocorre principalmente próximo à UNISUL em
desenvolvimento para o local. horários de aula.
Figura 74: Mapa de Gabaritos da área Figura 75: Mapa de Público x Privado

TÉRREO
2 PAVIMENTOS PÚBLICO
3 PAVIMENTOS PRIVADO
4 PAVIMENTOS OU MAIS TERRENO
TERRENO

50 100 150m 50 100 150m

Fonte: Mapa Cadastral de Tubarão, 2017. Editado pelo autor, 2019. Fonte: Mapa Cadastral de Tubarão, 2017. Editado pelo autor, 2019.

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4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA
4.9 LEGISLAÇÃO Figura 77: Tabelas de Usos e Parâmetros dos Zoneamentos
A área em análise está inserida na Zona Residencial 2 e Zona
Comercial 1. As duas zonas tem seus índices semelhantes, tendo apenas a
taxa de ocupação diferente. As ocupações dos lotes no local respeitam os
usos permitidos e tolerados por lei. Os índices podem ser vistos nas
Figuras 76 e 77.
O terreno escolhido para a proposta encontra-se dentro da
Zona Residencial 2, que tolera o uso institucional na área, possibilitando
assim o edifício acadêmico a ser projetado.
Figura 76: Mapa de Zoneamento da área

ZONA RESIDENCIAL 1
ZONA RESIDENCIAL 2
ZONA INDUSTRIAL

Fonte: Prefeitura Municipal de Tubarão, 2013. Editado pelo autor, 2019.

50 100 150m

Fonte: Mapa Cadastral de Tubarão, 2017. Editado pelo autor, 2019.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 55


4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA
4.10 INFRAESTRUTURA E MOBILIÁRIO URBANO aproximadamente 15.800 m². As características físicas do terreno são
grandes condicionantes para o desenvolvimento do projeto, visto que além
No geral, a infraestrutura da área encontra-se em bom estado.
de interferirem funcionalmente nos ambientes e esteticamente na
A maioria das vias do local são pavimentadas com paralelepípedos, outras
composição das fachadas, elevarão o nível de dificuldade do processo
asfaltadas e poucas são vias não pavimentadas (chão batido). No momento,
projetual.
muitas dessas vias próximas à UNISUL, assim como em toda a cidade, estão
O desafio de projetar um novo edifício acadêmico para o curso
passando por reformas ou troca de pavimentações, gerando conflitos e
de Arquitetura e Urbanismo em um terreno com essas características
dificultando o tráfego no local.
físicas foi um fator importante para a escolha, além de tornar este bloco
Em relação aos passeios públicos, nota-se que os passeios
acadêmico um local em que os usuários sintam-se inspirados por estarem
existentes próximos à UNISUL também estão em boas condições e seguindo
frequentando um edifício em meio a natureza.
a normativa, podendo encontrar vegetações que tornam o passeio mais
harmônico. Alguns encontram-se sem calçamento, ou apenas com grama, Figura 78: Corte esquemático e curvas de níveis
+24.0
dificultando o tráfego e acessibilidade das pessoas.
+15.0
A Tubarão Saneamentos e a Celesc são as responsáveis pelo +13.0
+10.0
abastecimento de água e energia. O tratamento de esgoto é inexistente. O
local possui coleta de lixo comum e seletiva realizada pela Retrans.
Existe um bom número de paradas de ônibus na área em análise, Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
sendo dois deles, abrigos ligados à UNISUL.
Figura 79: Imagens do terreno
Com relação ao mobiliário urbano, nas proximidades da
universidade, existem bancos, lixeiras, telefones públicos e postes de
iluminação diferenciados.

4.11 PERFIL DO TERRENO

O terreno escolhido está localizado dentro do campus de


Tubarão da UNISUL, na Rua Padre Dionísio da Cunha Laudt, possuindo fácil
acesso, seja pra quem vem pela beira rio ou pela BR-101.
Possui características irregulares, apresentando trechos
Fonte: Acervo do autor, 2019.
planos e áreas com diferenças de níveis (declive), possuindo uma área de

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 56


PARTIDO
5 ARQUITETÔNICO

5.1 CONCEITO
5.2 DIRETRIZES PROJETUAIS
5.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES
5.4 FLUXOGRAMA
5.5 ZONEAMENTOS
5.6 IMPLANTAÇÃO
5.7 PLANTA BAIXA
5.8 VOLUMETRIA / MATERIALIDADE
5.9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO


5 PARTIDO
5.1 CONCEITO Figura 80: Conceito do Projeto

A concepção de todo projeto parte do croqui, que pode ser


entendido como um desenho a mão, sem grande precisão gráfica em sua
maioria. De modo geral, não representa uma ideia definitiva, mas uma
experiência individual, de descoberta e experimentação, que além de ser
um esboço à mão, também é o instinto do arquiteto. É a forma bruta da
O OK
sua criação. Desse modo a analogia ao sketchbook surge como principal C HB
ET
conceito da edificação proposta, já que se apresenta como uma SK RESULTA
DO

ferramenta de ideias, que através do processo evolutivo, permitem

O
ÇÃ
ÃO

U
IAÇ

OL
CR
assimilar forma e função.

EV
A primeira interação do usuário com o livro de desenho é o
ato de pensar. Cada folha em branco é uma nova possibilidade, é o
estímulo para a CRIAÇÃO do novo. Essa sensação é ideal para o
desempenho do estudante de arquitetura.
Com a prática, há sempre o avanço. O processo desenvolvido
no sketchbook, ou em outra ferramenta de desenho é o mesmo, não é CRIAÇÃO EVOLUÇÃO RESULTADO
finito. É a constância da EVOLUÇÃO, seja ela pessoal ou do próprio PENSAR ADAPTAÇÃO
PENSAR CONEXÃO
PENSAR
INTERAGIR FLEXIBILIDADE
INTERAGIR INTERAGIR
VÍNCULO
espaço.
Em via de regra, quanto maior o tempo e esforço dedicado no
processo, melhor o RESULTADO, reforçando a ideia de que o vínculo entre Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

a criação e evolução é o desfecho projetual, que é o que se almeja no novo


bloco acadêmico proposto.

‘’Prefiro desenhar do que falar. O desenho é mais rápido e


deixa menos espaço para mentiras.’’ (Le Corbusier).

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 58


5 PARTIDO
5.2 DIRETRIZES PROJETUAIS 5.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES COM PRÉ DIMENSIONAMENTO
Figura 81: Tabela do Programa de Necessidades
Para o desenvolvimento do projeto trabalhou-se com base GERAL
nas seguintes diretrizes: SETOR QUANTIDADE ÁREA
HALL DE ENTRADA 1 250m²
ESPAÇO CAFÉ 1 20m²
- Integrar o edifício no meio em que está inserido com áreas de SALA DOS PROFESSORES 1 100m²
convivência ao ar livre e vegetações, criando uma conexão entre o novo XEROX / PLOTTER 1 75m²
LOJA 1 45m²
bloco acadêmico e o restante do campus; BOX DE ALIMENTAÇÃO 4 15m²
PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO 1 150m²
BIBLIOTECA 1 140m²
- Proporcionar uma boa visualização do interior do edifício para o SANITÁRIOS 5 60m²
exterior, utilizando vidros em áreas que valorizam a vista do entorno; CIRCULAÇÃO VERTICAL 3 25m²
ESPAÇO DE EXPOSIÇÕES 2 25m²
AUDITóRIO 1 270m²
- Criar um edifício que se destaque em relação aos já existentes no SALA DE APRESENTAÇÕES E EXPOSIÇÕES 1 80m²
SAIAC 1 45m²
campus, funcional, dinâmico e com uma aparência diferenciada dos padrões
COORDENAÇÃO (CONJUNTO) 1 130m²
da região. CEDAU 1 20m²
ESPAÇO DE DESCANSO 1 20m²
ESPAÇO DE CRIAÇÃO 2 50m²
- Planejar ambientes dinâmicos e que possam ser adaptados pelos ESCRITóRIO MODELO 1 25m²
usuários para tornar o espaço acadêmico um lugar mais harmônico e ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA 2 30m²
PASSARELA 1 95m²
satisfatório para quem frequenta, além de estimular a criatividade. SERVIÇOS
RECEPÇÃO / GUARDA VOLUMES 1 25m²
LIMPEZA 1 12m²
- Utilizar estratégias de conforto ambiental, como telhado verde, placas COPA FUNCIONÁRIOS 1 12m²
fotovoltaicas, que podem ser usadas para todo o campus, áreas VESTIÁRIOS FUNCIONÁRIOS 2 10m²
DEPóSITOS 2 25m²
translúcidas para maior incidência de iluminação e ventilação natural, SALA TÉCNICA 1 12m²
PORTARIA 1 12m²
possuindo brises para proteção em áreas desfavoráveis, entre outros ENSINO
MAQUETARIA 1 260m²
elementos. SALAS DE AULA 7 65m²
ATELIER DE PROJETO 8 120m²
- Tornar o novo bloco acadêmico um lugar onde os usuários sintam-se LABORATóRIO DE INFORMÁTICA 1 70m²
LABORATóRIO DE CONFORTO E PINTURAS 1 90m²
inspirados para aprender e criar, criando um edifício que seja referência LABORATóRIO DE FOTOGRAFIA E ARTE 1 35m²
LABORATóRIO DE MATERIAIS 1 65m²
e que possa ter seus elementos estudados pelos alunos. SALAS DE ASSESSORAMENTO (TCC) 6 6m²
COORDENAÇÃO TCC 1 8m²
DIRETóRIO ACADÊMICO 1 25m²
ÁREAL TOTAL (ESTIMADA) 4257m²
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 59


5 PARTIDO
5.4 FLUXOGRAMA
Figura 82: Fluxograma

ESTACIONAMENTO DE LABORATÓRIO DE
DEPÓSITO
PROFESSORES E FUNC. MATERIAIS

SAIAC HALL DE ENTRADA

COORDENAÇÃO SALA DE APRESENTAÇÕES


SALA DOS PROFESSORES COPA FUNCIONÁRIOS ESPAÇO CAFÉ E EXPOSIÇÕES
ASSESSORAMENTOS TCC
LOJA / PAPELARIA VESTIÁRIOS CIRC. VERTICAL ESPAÇO CONVÍVIO
CEDAU
XEROX / PLOTTER LIMPEZA SANITÁRIOS SANITÁRIOS
ESPAÇO CRIAÇÃO

ESPAÇO DESCANSO DEPÓSITO BIBLIOTECA SALAS DE AULA


SANITÁRIOS
SANITÁRIOS ATELIER DE PROJETOS
CIRC. VERTICAL ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA CIRC. VERTICAL
LABORATÓRIOS
CENTRAL (NÚCLEO)
PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO MAQUETARIA

ESCRITÓRIO MODELO
PASSARELA
DIRETÓRIO ACAD.

ESTACIONAMENTO ALUNOS ESPAÇO CRIAÇÃO


PÚBLICO
SEMI-PRIVADO
PRIVADO

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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5 PARTIDO
5.5 ZONEAMENTOS
Figura 83: Zoneamentos Funcionais

MASSA DE VEGETAÇÃO MASSA DE VEGETAÇÃO


EXISTENTE EXISTENTE
HALL DE ENTRADA
ÁREA DE CONVIVÊNCIA
ACESSO ESTACION.
PROFESSORES
ÁREA DE FUNCIONÁRIOS
ACESSO
PROF’S.
E FUNC.
ESTACIONAMENTO
PROFESSORES
AUDITÓRIO
SALA DOS PROFESSORES
OE OE XEROX/PAPELARIA
ÁREA DE
CIRC. V. SALA DE APRESENTAÇÕES/ CIRC. V.
SALA DOS
PROFESSORES
FUNCIONÁRIOS HALL DE
ENTRADA
EXPOSIÇÕES
SANITÁRIOS
COORDENAÇÃO/
ATENDIMENTO

BWC’S
AO ALUNO
BWC’S PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO
PAPELARIA /
XEROX
ACESSO
PRINCIPAL
ÁREA DE CONVIVÊNCIA
LAZER ESPAÇO DE
CRIAÇÃO E
BIBLIOTECA
BIBLIOTECA DESCANSO

ACESSO RÁPIDO
MAQUETARIA
RUA PADRE DIONÍSIO DA CUNHA LAUDT

RUA PADRE DIONÍSIO DA CUNHA LAUDT


BWC’S BWC’S
ÁREA DE CONVIVÊNCIA
LAZER
CIRC. V. CIRC. V. ESPAÇO ACADÊMICO
CIRC. V. SO
ES .
AC UND
SE
C LE CIRC. V. PASSARELA

SALAS DE AULA /
LE ESTACIONAMENTO
PRAÇA DE
ATELIER DE PROJETOS
ALIMENTAÇÃO MAQUETARIA
LABORATÓRIOS
CIRCULAÇÕES VERTICAIS

ESPAÇO

ACESSO
ACADÊMICO SALA DE EXPOSIÇÕES
COORDENAÇÃO / ATENDIM.
ACESSO ESTACIONAMENTO ALUNOS
LABORATÓRIOS
AUDITÓRIO
ESTACIONAMENTO SALAS DE AULA /
ALUNOS
ATELIERS DE PROJETOS

5 10 20m
ZONEAMENTO TÉRREO 5 10 20m ZONEAMENTO PAVIMENTO 1

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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5 PARTIDO
5..9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho de Conclusão de Curso I, foi realizado


estudos aprofundados sobre a arquitetura escolar e edifícios
educacionais, com foco em como os ambientes de ensino podem interferir
diretamente no ensino e aprendizado.
Um estudante de arquitetura precisa frequentar um
ambiente em que o estimule a estudar e a criar, tendo o próprio espaço de
ensino como uma referência, onde a teoria e a prática possam estar
sempre relacionadas.
Dessa forma, todas as propostas desenvolvidas visam criar
um bloco acadêmico que atenda à essas necessidades, proporcionando
espaços dinâmicos, confortáveis e harmônicos, para que os usuários
sintam-se ‘’em casa’’, devido ao grande período de tempo que passam
dentro da universidade. Assim, foi desenvolvido o partido arquitetônico,
com ideias que condizem com os objetivos e diretrizes, além do conceito
que foi o elemento chave para o desenvolvimento da proposta.
Por fim, com o estabelecimento de um bom embasamento
sobre o tema, na próxima etapa de desenvolvimento deste projeto, será
apresentado a evolução do novo edifício acadêmico do curso de
Arquitetura e Urbanismo, contemplando um anteprojeto mais detalhado e
enriquecido de ideias.

‘’Se se entende a arquitetura como uma arte, vale a pena


dedicar a ela a vida inteira’’.
CALATRAVA, santiago.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 65


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 66


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15, março de 2019.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 67


5 PARTIDO
5.6 IMPLANTAÇÃO 5.7 PLANTAS BAIXAS
Figura 84: Implantação e ideias Figura 85: Planta Baixa Subsolo
PLANTA BAIXA SUBSOLO COM CURVAS DE NÍVEIS
O edifício foi configurado em 4
ACESSOS:
Vegetação existente pavimentos, sendo o subsolo destinado ao
Professores e funcionários
Alunos e público em geral estacionamento e carga e descarga, o térreo
Acessos estacionamentos com foco nos usos gerais e o primeiro e
Área de convívio que
também se conecta a segundo pavimento com foco nos ambientes de PLANTA BAIXA SUBSOLO
grande praça central. ensino.
Estacionamento dos
professores, com vagas As curvas de nível do terreno e a proposta de
para carros e motos, além patamares na praça central no térreo,
do bicicletário. possibilitou o uso de um estacionamento no
subsolo, podendo assim criar outro
Rampa de acesso ao estacionamento no térreo um pouco menor, e
estacionamento localizado consequentemente podendo criar mais áreas de
no subsolo. convívio e lazer.
SOBE
I=20% GA
ESCAR
Rua Padre Dionísio da Cunha Laudt

DESCE
A ED
CARG
O estacionamento destinado a alunos no subsolo
A praça central de convívio possui 48 vagas. No térreo mais 46 vagas foram
Estacionamento ao ar livre foi disposta em patamares, dispostas, resultando em 94 vagas. Há
para os alunos com 46 com diferença de níveis (1m), possibilidade de extensão do estacionamento
vagas até o local estimado, se intercalando entre térreo, proporcionando mais vagas.
podendo ter continuidade degraus e rampas acessíveis.
em sentido ao bloco
pedagógico para maior Proposta de continuidade da
R
número de vagas. praça em direção ao bloco O estacionamento no subsolo também serve como UPERIO
NTOS
carga e descarga. IME
pedagógico. OP
AV
JEÇÃ
PRO

2.5 5 10m 5 10 20m


5 10 20m
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 62


5 PARTIDO
5.7 PLANTAS BAIXAS
1 HALL DE ENTRADA Figura 86: Planta Baixa Térreo Figura 87: Planta Baixa Pavto 1 Figura 88: Planta Baixa Pavto 2
2 RECEPÇAÕ / G.V
3 ESPAÇO CAFÉ Os professores e funcionários
4 CIRCULAÇÃO VERTICAL tem acessos para suas áreas Auditório com lotação para Telhado verde com placas
7 Sala multiuso para
5 SALA TÉCNICA diretamente pelo estacionamento. 180 pessoas sentadas. 37 fotovoltaicas que podem ser
6 LIMPEZA O edifício possui 3 apresentações e estudadas pelos alunos.
7 DEPÓSITO 33 escadas e 4 elevadores. exposições de empresas
8 COPA e alunos. As salas de aula também
9 VESTIÁRIOS 8 9 8 2 4 8 24 4 4 podem ser adaptadas pelos
10 SALA DOS PROFESSORES 5 22 21 35 usuários para cada tipo de
24 25
11 SALA DE REUNIÕES 7 6 Os ateliers de projetos (salas 38 aula.
11 10 3 24
12 LOJA / PAPELARIA 1 de desenho) possuem paredes
13 XEROX / PLOTTER Espaço de circulação que 23
removíveis, para que
14 conecta as duas maiores 14 14
14 SANITÁRIOS 12 27 possibilite criar grandes
áreas de convivência 26
15 PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO estúdios de criação.
16 BIBLIOTECA 13 propostas. Também da 28
17 MAQUETARIA A disposição das mesas e
acesso ao edifício. 20 35 cadeiras das salas podem ser 35
18 ESCRITÓRIO MODELO 16
29 alteradas pelos usuários para
19 DIRETÓRIO ACADÊMICO Opção de layout para o atelier
35 uma melhor dinâmica em em 35
20 ESPAÇO DE CRIAÇÃO de projeto, onde a mesa do
aula, que segundo a pesquisa
21 SALA DE EXPOSIÇÕES 14 14 35 35 professor fica no centro da
dos referenciais teóricos,
22 SAIAC sala, podendo ser usada assim
influencia diretamente no
23 COORDENAÇÃO 4 4 4 para assessoramentos.
4 4 aprendizado do aluno.
24 DEPARTAMENTOS
34
25 ARQUIVOS 36 36
26 COORDENAÇÃO TCC 30
27 ORIENTAÇÕES TCC Praça de alimentação 17
Passarela que liga os
28 CEDAU 15 com capacidade para 72 dois blocos do edifício 36 36
As salas de aula e os ateliers
29 SALA DE DESCANSO pessoas em seu interior, 32
31 de projetos foram locados entre
30 LAB. INFORMÁTICA e aproximadamente 120 o leste e o norte, para melhor
31 LAB. CONFORTO / PINTURAS 18 conforto térmico e visual.
PLANTA BAIXA TÉRREO pessoas no total. PLANTA BAIXA PAVTO 1 PLANTA BAIXA PAVTO 2 36
32 LAB. FOTOGRAFIA E ARTE 36
33 LAB. MATERIAIS 19 36 36
20
34 PASSARELA 2.5 5 10m
ACESSOS ALUNOS E PÚBLICO EM GERAL 2.5 5 10m 2.5 5 10m
35 SALAS DE AULA ACESSOS PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS
36 ATELIER DE PROJETOS
37 AUDITÓRIO
38 TERRAÇO / CONVIVÊNCIA Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 63


5 PARTIDO
5.8 VOLUMETRIA / MATERIALIDADE
Figura 89: Croquis da volumetria do edifício Figura 91: Croquis de estudo de volumetria no terreno Figura 92: Cortes esquemáticos do edifício

Será utilizado concreto aparente no interior e exterior do


edifício, deixando-o com estilo mais contemporâneo. Além de
se relacionar com as estruturas aparentes no edifício.

Revestimentos amadeirados também serão utilizados nas


fachadas e em elementos no interior do edifício, tornando o
ambiente mais aconchegante e confortável.
CORTE AA
2 4 8m
Os brises móveis serão elementos importantes na
composição das fachadas. Serão utilizados brises com dupla
tonalidade, de um lado, criando um degradê de cores quentes,
e de outro com cores frias, adaptando o edifício para
transmitir diferentes sensações em determinados contextos.
Além de sua função tradicional, que irá garantir conforto ao
ambiente e dar personalidade ao edifício.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
2 4 8m
Figura 90: Estudo do volume Será utilizado grande planos de vidro, valorizando a vista CORTE BB
para o resto do campus, além de proporcionar uma maior
conexão entre o interior e o exterior do edifício. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
CRIAÇÃO
PENSAR
INTERAGIR

EVOLUÇÃO
O telhado verde estará presente na cobertura do bloco mais
ADAPTAÇÃO
PENSAR
FLEXIBILIDADE
INTERAGIR baixo, além de sua função sustentável e permeável, também
poderá ser objeto de estudo para os alunos, assim como as
RESULTADO placas fotovoltaicas instaladas nas coberturas.
CONEXÃO
PENSAR
INTERAGIR
VÍNCULO

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

NOVO EDIFÍCIO ACADÊMICO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 64

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