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FILOSOFIA – Prof.

Fábio Mendes

ARISTÓTELES e a eudaimonia reconhecidos como valorosos, etc. Afinal como


seria e como age uma pessoa admirável?
Aristóteles (384-322 a.C.) foi um filósofo nascido Portanto, ao invés de tentar descobrir uma lei
na cidade de Estagira (norte da Grécia). Esse universal de ações justas e injustas, Aristóteles se
discípulo de Platão (427-347 a.C.) foi sem dúvida volta à questão do caráter virtuoso. As ações
um dos grandes gênios da humanidade, criador de boas, corretas e justas seriam aquelas
disciplinas como a Biologia e a Lógica, tendo ainda desempenhadas por quem tem bom e admirável
contribuído de forma duradoura nas áreas da
caráter. Essa é a Ética das Virtudes.
Física, Ética, Política, Metafísica e Estética.
Mas, o que reconhecemos como sendo a virtude?
O que é a felicidade? Quais são as virtudes do homem virtuoso, aquelas
Aristóteles tem como ponto da partida o fato de que o tornam feliz e realizado? Aristóteles as
todas as pessoas buscarem com suas ações a analisa, dividindo-as em virtudes morais e
felicidade (eudaimonia). Para alguns, diz ele, a intelectuais, cujos opostos são os vício.
felicidade são os prazeres; para outros, a honra
(reconhecimento público); para outros, a vida Virtude moral: o meio-termo
contemplativa (viver para conhecer o mundo). As virtudes morais são aquelas que levam as
Será que alguma dessas vidas é superior a outra? pessoas a agirem bem, fazendo boas escolhas
para alcançar os objetivos propostos. Aristóteles
Ao invés de responder rapidamente que “cada um nota o homem virtuoso escolhe o meio-termo
decide o que é a felicidade”, Aristóteles resolve entre duas posturas extremas. Assim, o meio-
investigar o que significa ser feliz, de verdade. termo é a virtude e os extremos são vícios.
Eudaimonia, a palavra grega para “felicidade”,
significa o estado da alma de uma pessoa que vive Exemplos:
uma vida propriamente humana, plenamente Vício Virtude Vício
realizada. Deve ser uma vida agradável, (falta) (meio-termo) (excesso)
autossuficiente e que depender o mínimo possível Covardia Coragem Temeridade
Avareza Generosidade Esbanjamento
da sorte para manter-se boa. Por conta disso,
Indiferença Paciência Irritabilidade
Aristóteles já descarta a vida voltada aos prazeres Preguiça Diligência Trab. Compulsivo
(“ser feliz” = “satisfazer os desejos”) como aquela Corrupção Integridade Legalismo
propriamente feliz: ela se mostra frágil demais, Egoísmo Amor Permissividade
pois depende muito das circunstâncias, da sorte
ou azar. A vida feliz deve ser mais estável, Exemplo: Diante de um afogamento, alguém
depender mais do sujeito do que do entorno. virtuoso não ficaria dominado pelo medo
Restam duas, a vida dedicada às honras e ao (covardia) e nem imediatamente se arremessaria
conhecimento, como candidatas à eudaimonia. no rio (temeridade). O corajoso é quem salva.

Ética das virtudes Virtude intelectual


Aristóletes, seguindo sua linha filosófica de Virtude intelectual é a capacidade de raciocinar de
conhecer a realidade sensível para entender a diferentes formas, entendendo a realidade
essência das coisas, busca um exemplo de pessoa segundo discurso. Ao contrário das virtudes
com vidas plenas, que possuem a máxima morais, não são um meio-termo, mas um extremo
capacidade de viverem felizes, para avançar na de perfeição, sendo seu contrário o vício.
sua ética. Essa pessoa é “o homem virtuoso”.
Vício (mínimo) Virtude (máximo)
Como ele é, como ele age, o que ele busca e Tolice Sabedoria/Prudência
valoriza? Ora, deve ser alguém corajoso, mas Deficiência intelectual Inteligência
moderado, alguém bem quisto, com atos

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