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Ética

Pedro Menezes
Professor de Filosofia, Mestre em Ciências da Educação

O que é ética:
Ética é a área da filosofia dedicada às ações e ao comportamento humano, filosofia
moral. O objeto de estudo da ética são os princípios que orientam as ações humanas
e a capacidade de avaliar essas ações.

Ética e moral se diferenciam por a ética ser compreendida de maneira universal,


enquanto a moral está sempre ligada aos fatores sociais e culturais que influenciam os
comportamentos.

De uma forma sucinta, a ética é uma teoria que se ocupa dos princípios que orientam
as ações, já a moral é prática e está relacionada às regras de conduta.

A palavra ética é derivada do grego ethos, que significa, "hábito", "comportamento",


"modo de ser".

A ética abrange uma vasta área, podendo ser aplicada à vertente profissional. Existem
códigos de ética profissional que indicam os princípios fundamentais que orientam
uma profissão.

Assim, pode-se pensar em princípios básicos para o comportamento de alguns


profissionais, tais como um médico, jornalista, advogado, empresário, político ou
professor, sendo possível pensar em uma ética médica, ética jornalística, ética
empresarial e ética pública, etc.

A ética pode ser confundida com lei, embora a lei tenha como base princípios éticos, a
ética não são normativas como as leis. Os códigos de ética possuem direcionamentos
e o seu descumprimento pode ser passível de sanção, mas não são considerados
crimes.

Diferença entre ética e moral


Ética e moral são temas relacionados, mas são diferentes. Isso porque moral se
fundamenta na obediência a normas, costumes ou mandamentos culturais,
hierárquicos ou religiosos. Já a ética, busca fundamentar o modo de viver pelo
pensamento humano.

A ética não se resume à moral, que é geralmente entendida como costume, ou hábito,
mas busca a fundamentação teórica para encontrar o melhor modo de viver e agir no
mundo.

Muitos filósofos importantes estudavam e definiam a ética. Para Aristóteles, por


exemplo, toda a racionalidade prática visa um fim ou um bem e a ética tem como
propósito estabelecer a finalidade suprema que está acima e justifica todas as outras,
e qual a maneira de alcançá-la.

Essa finalidade suprema, para Aristóteles, é a felicidade. Não se trata dos prazeres,
riquezas, honras, e sim de uma vida virtuosa, sendo que essa virtude se encontra
entre os extremos e só é alcançada por alguém que demonstre prudência (conhecida
como a justa medida).
Fonte: https://www.significados.com.br/etica/
Ética aristotélica
Pedro Menezes
Professor de Filosofia, Mestre em Ciências da Educação

A ética de Aristóteles (384 a.C — 322 a.C.) é uma teoria da virtude, isso quer dizer
que os princípios éticos estão determinados pelo caráter, ou melhor, pelo caráter
virtuoso de uma pessoa. A teoria ética aristotélica está presente na obra Ética a
Nicômaco, uma das obras fundamentais do filósofo clássico grego.

Nela, Aristóteles afirma que os seres humanos possuem uma essência, uma
natureza e também uma finalidade. Essa finalidade seria o sentido da vida, que
nos seres humanos seria a eudaimonia, que significa uma vida bem vivida ou
felicidade.

Assim, a ética aristotélica é uma ética teleológica (busca um fim) e eudaimônica (o


fim é identificado como felicidade). Para Aristóteles, a felicidade é o sumo bem, o
objetivo último das ações humanas.

Aristóteles compara a eudaimonia ao alvo que orienta a pontaria de um arqueiro.


Assim, a felicidade é o alvo que orienta as ações humanas.

Para ele, a busca pela felicidade faz parte da natureza humana e essa felicidade só
pode ser alcançada a partir da virtude. As boas ações conduzem os seres humanos
para o bem e as más ações só são praticadas por ignorância, porque vão contra a
sua própria natureza.

Ou seja, os seres humanos são naturalmente bons e se agirem de acordo com sua
natureza buscarão o bem, e suas ações serão ações virtuosas.

A virtude só pode ser alcançada pela prudência (phrónesis), a ponderação e


deliberação sobre a justa medida (ou justo meio), a mediana entre os vícios por
omissão ou por excesso.

A virtude da coragem, por exemplo, é a justa medida entre a covardia (omissão) e


a temeridade (excesso).
Para Aristóteles, a virtude, mesmo sendo relativa ao caráter de uma pessoa,
poderia ser desenvolvida e exercitada, pois era adquirida através do hábito.

Para desenvolver hábito da virtude era necessário ser prudente e possuir pessoas
e comportamentos que pudessem servir de exemplos de boa ação.

Assim, com bastante ponderação racional, era possível alcançar uma vida bem
vivida e feliz (eudaimonia).

Tabela das virtudes de Aristóteles


Ao longo da Ética para Nicômaco, Aristóteles dá vários exemplos sobre as virtudes
a partir de suas observações sobre as pessoas. Ele define o que é a virtude e os
vícios por omissão e por excesso.

Alguns exemplos são:

Vício por Omissão VIRTUDE Vício por Excesso

Covardia Coragem Temeridade

Generosidade Desperdício
Avareza
(liberalidade) (prodigalidade)

Humildade
Justo orgulho Vaidade
indébita

Falsa modéstia Veracidade Jactância

Pacatez Calma Irascibilidade

Servilidade Amabilidade Mal-humor

Timidez Modéstia Sem-vergonhice

A justiça na ética aristotélica


Para Aristóteles, a justiça é a virtude que faz a ligação entre a ética e a política. Isto
ocorre por a justiça ser responsável por submeter o interesse individual ao
interesse comum.

Assim, a justiça orienta a criação de leis que possam guiar as ações para o bem
comum e a felicidade da comunidade.

Fonte: https://www.significados.com.br/etica-aristotelica/

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