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PSICOLOGIA JURÍDICA

AV3

A ELABORAÇÃO DO PERFIL PSICOLÓGICO E


COMPORTAMENTAL DE CRIMINOSOS

PARTE 02 - FINAL
Perfil psicológico e comportamental de criminosos

 O comportamento criminal se constitui em um


desafio no contexto jurídico-criminal, sendo
relevante para discernir padrões de conduta que
possam fornecer pistas para a resolução de
investigações policiais.
A ciência psicológica busca proporcionar
subsídios teóricos e técnicos que contribuam em
investigações de crimes.
O perfil criminal

 O perfil criminal pode ser caracterizado como um processo


de análise comportamental e de outras características
psicológicas, o qual propõe auxiliar investigadores e outros
profissionais do campo jurídico-criminal a conhecerem o
perfil psicológico de sujeitos criminosos.
 O processo de perfil criminal inclui perfis vitimológicos, ou
seja, com o foco no perfil psicológico da(s) vítima(s), e envolve
também análises motivacionais para o comportamento do
criminoso.
 O perfilador (do termo em inglês profiler), ou seja, o
profissional que desenvolve o perfil criminal, não realiza
somente a identificação do ofensor, mas desempenha também
o papel de consultor na investigação criminal, auxiliando no
entendimento e na resolução de casos.
São considerados critérios pertinentes para se
constituir a demanda por perfis criminais:

 cometimento de um crime violento;


 ausência de vestígios forenses conclusivos;
 indicativos de psicopatologia por parte do ofensor na
prática do crime;
 ou quando os outros indícios de investigação já
foram analisados e se revelaram inconclusivos.
Elaboração de perfil criminal:

 Constituem práticas do profissional a realização da


avaliação psicológica e social do agressor (chamada aqui
de avaliação psicossocial) e da avaliação psicológica dos
objetos encontrados, bem como a consultoria com
agentes e autoridades policiais acerca das melhores
estratégias de entrevistas dos suspeitos e outras
atividades relacionadas, conforme Simas (2012).
 Entre os instrumentos de avaliação e de análise mais
utilizados, estão: avaliação da cena do crime, autópsia
psicológica da(s) vítima(s), análise grafológica de
documentos e de cartas, entrevistas com diferentes
pessoas envolvidas, perfil geográfico e reconstrução do
crime.
Objetivos da técnica de perfil criminal,

 estabelecer um tipo psicológico geral do autor;


 restringir a lista de suspeitos;
 relacionar casos com as mesmas características,
possibilitando resolver outros casos;
 fornecer dados que auxiliem as entrevistas de
policiais e operadores do Direito com autor(es) e/ou
vítima(s);
 predizer comportamentos do autor, sendo a previsão
uma das proposições do perfil criminal.
Análise do perfil psicológico de agressores e de
vítimas

 No que tange ao estudo do crime e dos ofensores,


bem como dos fenômenos sociais e comportamentais
relacionados, Simas (2012) destaca duas
perspectivas: a idiográfica e a nomotética.
 A perspectiva idiográfica se refere ao estudo do
caso concreto;
 A perspectiva nomotética se refere ao estudo a um
nível abstrato, por meio da análise de grupos e de leis
mais gerais.
Técnicas de metodologia dedutiva, conforme Simas
(2012):

 1- análise de pistas comportamentais (behavioral


evidence analysis), caracterizada como um método
de investigação criminal dedutivo que requer a
análise e a interpretação particulares de indícios
físicos e características da cena do crime e da
vitimologia;
 2- estudos de avaliação do profiling, com o objetivo
de medir a eficácia dos perfis psicológicos na área
criminal
Técnicas de metodologia indutiva, conforme Simas
(2012):
 análise da investigação criminal ou análise da cena do local do
crime (criminal investigative analysis), em que o profissional
procura pistas comportamentais na cena do crime ou, no caso
de um homicídio, pistas contidas nos resultados da autópsia
psicológica, sendo um dos métodos de base propostos pelo
FBI;
 avaliação diagnóstica (diagnostic evaluation), técnica baseada
sobretudo em diagnósticos clínicos acerca das motivações do
ofensor, realizada principalmente por profissionais da
Psicologia;
 psicologia investigativa (investigative psychology), abordagem
mais científica do perfil criminal, desenvolvida por David
Canter, que se propõe a compreender as causas do crime em
geral;
 perfil geográfico (geographic profiling ou geoprofiling),
método nomotético utilizado para determinar a provável área
geográfica da residência do ofensor, do seu local de trabalho
ou outros pontos de interesse.
Em resumo...

 O comportamento durante o crime pode ser usado


para inferir o repertório comportamental usual
do indivíduo, bem como sentimentos, intenções e
características pessoais.
 Como o comportamento reflete a personalidade, e
esta a realidade social, emocional, cognitiva e de
vivências do indivíduo, torna-se pertinente conhecer
mais sobre o sujeito a partir da sua conduta
criminal, sendo esse o princípio do perfil criminal.
 No que tange ao perfil psicológico de vítimas, este é
designado como perfil vitimológico, o qual objetiva
identificar e analisar o perfil da(s) vítima(s) do crime
examinado ou de crimes similares.
 Gonçalves (2016) destaca a vitimologia enquanto
área do conhecimento autônoma da criminologia,
a qual não é restrita ao estudo da vítima do crime,
abrangendo o estudo do conjunto das vítimas em
diferentes contextos.

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 Simas (2012) destaca que o perfil criminal deve ser
encarado como mais uma técnica investigativa à
disposição do investigador para tentar identificar os
ofensores.
 Quanto à técnica do perfil criminal, é importante
enfatizar a necessidade do desenvolvimento de mais
pesquisas empíricas e outros estudos para se
avaliar a confiabilidade e a eficácia do método, bem
como o desenvolvimento de técnicas padronizadas e
baseadas em práticas éticas que o conhecimento
científico proporciona.

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