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PSICOLOGIA JURÍDICA

AV3

PERFIL PSICOLÓGICO
INTRODUÇÃO

 A proposição do perfil psicológico, o qual se refere


à investigação e à identificação, conforme diferentes
demandas e objetivos, de características psicológicas
e traços de personalidade e de comportamentos de
indivíduos.
 No contexto jurídico e, mais especificamente, na área
criminal, o foco do interesse recai principalmente
sobre o perfil psicológico de pessoas envolvidas em
crimes, denominado perfil criminal ou criminal
profiling.
Do perfil psicológico ao perfil criminal

 O termo perfil psicológico é originário do termo em


inglês psychological profiling.
 Os fundamentos e princípios da proposição do
perfil (profiling) em Psicologia se referem à prática
de identificar e reconhecer características
psicológicas e traços de personalidade, bem como
comportamentos, intenções e sentimentos de
pessoas, em diferentes contextos.
 No contexto jurídico, a prática de identificar,
conhecer e desenvolver perfis psicológicos se
constitui como uma das áreas de atuação do(a)
psicólogo(a) jurídico(a).
 Considerando as diferentes áreas do Direito, podem-
se vislumbrar diversas demandas advindas do campo
jurídico e forense para o entendimento e
desenvolvimento de perfis psicológicos. Contudo, o
desenvolvimento desses perfis, no âmbito jurídico,
ocorre principalmente no contexto criminal.
 Conforme Bloom (2012), existem diferentes definições
para o termo e a prática do profiling, como é
denominado na ciência psicológica.
 O desenvolvimento de perfis envolve tentativas de
previsão, identificação e entendimento de características
pessoais e de comportamentos.
 No desenvolvimento de um perfil psicológico, busca-
se compreender características psíquicas e,
consequentemente, possíveis ações do indivíduo
considerando essas características.
 Nesse sentido, entende-se que é possível realizar o
perfil psicológico de qualquer pessoa e conforme
diferentes objetivos.
 No que tange ao âmbito criminal, a prática de
psychological profiling é conhecida como criminal
profiling, termo cunhado pelo Federal Bureau of
Investigation (FBI) nos EUA; essa prática também
é chamada de offender profiling.
 No Brasil, foi proposto o termo perfil criminal,
tradução feita a partir do termo em inglês criminal
profiling.
 A técnica de perfil criminal se insere como ênfase da
área da psicologia investigativa, conforme Lino e
Matsunaga (2018) e Silveira (2013), a qual se refere a
uma disciplina da Psicologia e, mais especificamente, da
psicologia jurídica, no âmbito da psicologia criminal, de
contributos da ciência psicológica à apuração de crimes.
 Sendo assim, constitui-se como um campo de
conhecimento, de pesquisas e de práticas relacionadas a
investigações de âmbito criminal. Trata-se de uma
disciplina recente no contexto da Psicologia, tendo
iniciado, conforme Silveira (2013), com estudos sobre a
realização de perfis criminais, mas, na atualidade,
engloba diferentes práticas psicológicas investigativas.
PSICOLOGIA CRIMINAL

 O método de analisar características psíquicas e


comportamentais de sujeitos criminosos surgiu
com agentes do FBI, os quais iniciaram estudos
empíricos, por meio de entrevistas com assassinos
famosos da época, para compreender o
comportamento humano relativo a crimes de
homicídio e características de personalidade,
como afirmam Silveira (2013) e Canter (2004).
 Para Canter e Youngs (2009), todo crime se configura em
uma série de comportamentos que remetem à
personalidade do autor. Desse modo, essas ações do
indivíduo podem fornecer indícios sobre os traços de
personalidade e as demais características psicológicas do
criminoso, sendo esse o foco do perfil criminal.
 Partindo desse entendimento, a psicologia investigativa
propõe desenvolver princípios para a elaboração de um
perfil criminal, a partir de observações, pesquisas
empíricas, dados de casos e conhecimentos
teóricos e técnicos, com vistas a tornar a elaboração
de perfis psicológicos criminais um procedimento com
rigor científico.
 Para Canter e Youngs (2009), o conhecimento da
ciência psicológica possibilita inferir acerca dessas
características psicossociais e de personalidade a partir
do ato criminal.
 A cena do crime pode apresentar indícios físicos
observáveis, os quais são resultados de ações do(a)
agressor(a) e da vítima. Assim, indícios como o
método usado no crime, os objetos deixados e
encontrados no local do crime e as
características da própria vítima podem ser
usados para investigar e inferir sobre o perfil
psicológico do ofensor.
 Além disso, pode-se realizar o perfil psicológico de
vítimas de crimes a partir desses indícios encontrados
e de diferentes fatores relativos ao crime examinado.
NO BRASIL

 No Brasil, a realização de perfis criminais consiste


em uma prática ainda pouco difundida, sendo possível
encontrar poucos estudos científicos sobre a temática
no contexto brasileiro, e não se constituindo esta como
prática corrente do profissional de Psicologia nos
diferentes níveis de ação e instituições jurídicas.
 Contudo, vislumbra-se um crescimento de interesse,
pesquisas e desenvolvimento de práticas de perfil
criminal no país, já tendo o mesmo sido utilizado em
investigações, como afirma Silveira (2013). Nesse
sentido, é importante destacar a necessidade de
mais estudos científicos sobre o tema no âmbito
nacional, com vistas a avaliar sua aplicabilidade como
recurso investigativo e como prova no processo
judicial. Pág.04

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