Você está na página 1de 1

Universidade Federal do Mato Grosso

Campus Universitário de Rondonópolis


Instituto de Ciências Humanas e Sociais
Curso: Psicologia       3º ano
Disciplina: Pesquisa em Psicologia
Turno: Vespertino
Docente: Noemi Bandeira
Discente: Nátalye Wagner de Souza

Esse trabalho tem como proposta fazer uma breve analise do filme O fabuloso destino
de Amélie Poulain segundo a psicologia existencialista.
O filme proposto traz a história da personagem Amelie Poulain, que teve sua infância
desprovida de convívio social. Filha de um médico, que tinha poucas demonstrações de
afeto, e de uma professora, que era neurótica. Ainda em sua infância, o pai realizava
exames mensais em Amélie, e que por ser uma raridade algum contato físico com o pai,
o coração de Amélie disparava de emoção, o que fez o pai diagnosticá-la com distúrbios
cardíacos, levando Amélie a sair da escola e ser ensinada pela mãe em casa.
Ainda em sua infância, a mãe da personagem morre de uma forma fora do comum.
Após a morte da esposa, o pai de Amélie fica ainda mais distante dela.   Então Amelie
passa o resto de sua infância esperando atingir a maioridade para sair de casa. Assim
que isso aconteceu, se mudou para um bairro periférico em Paris, e arruma emprego em
uma lanchonete com personagens tão incomuns quanto à própria Amélie.
Certo dia, de uma forma casual, a personagem encontra uma caixinha de brinquedos,
guardado por uma criança que morou em seu apartamento a cinqüenta anos atrás. A
partir desse acontecimento, Amelie toma a decisão de entregar a caixinha de brinquedos
anonimamente para o dono, e vendo a emoção deste ao recebê-la, a personagem
descobre o prazer das relações humanas, dando um novo sentido a sua existência.
Segundo a psicoterapia sartreana, no momento em que ela entrega a caixinha, insere
uma mudança em seu presente e futuro, pondo-se mais de acordo consigo própria, mais
próxima de seu projeto, que seria esse o de se “envolver na vida dos outros”, caso o
dono da caixinha se emocionasse.
Apesar de ela ter decidido se envolver na vida das pessoas, a personagem apresenta
muitas dificuldades de se relacionar com as mesmas, levando-a a criar um jogo
existencial no qual, através de tramas criativas, ajuda quem está presente em seu meio
social a melhorar suas vidas, modificando também a sua. Através dessa ajuda, Amélie
Poulain se auto-realiza com o que mais tinha dificuldade: as relações humanas. Com
isso ela re-significou suas vivências, construindo um novo projeto para sua vida, de
modo que sua autonomia começasse a ser conquistada.
Durante essa trama existencial, ela se apaixona por um rapaz tão peculiar quanto ela, e
pra poder expressar esse sentimento ela usa de toda sua criatividade envolvendo-o em
várias situações de caráter cômico/dramático, sem haver relação direta, até o ponto em
que toma mais uma decisão importante: o de se encontrar com ele. Ao fazer isso ela
reformula seu projeto, mudando totalmente seu modo de existir.
Segundo TEIXEIRA (2006), a escolha é um processo central e inevitável na existência
individual e a liberdade de escolher-se envolve responsabilidade pela autoria do seu
destino e compromisso com o seu projeto. Apesar das angústias de seu passado
desarmônico, Amelie nos surpreende quando escolhe transformar sua existência em seu
presente, sem abrir mão de sua essência e singularidade.

Você também pode gostar