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A expressão facial começou a ser estudada mais atentamente pelos

anatomistas do início do século XIX, mas a observação científica dos músculos


faciais somente apresentou grande impulso a partir das meticulosas pesquisas,
dissecções e publicações de Charles Bell (1806). Bell postulava a
especificidade dos músculos faciais para a expressão dos sentimentos.
Segundo alguns autores, o médico persa Abu al-Hasan Ali al-Tabari (~850
d.C.), conhecido como Tabari, foi quem primeiro forneceu a descrição
detalhada de uma paralisia facial isolada. Na linha do tempo, o estudo da
paralisia facial foi foco de interesse de vários médicos ilustres. Em 1798,
Nicolaus A. Friedreich, publicou escritos detalhados a respeito do quadro
clínico, curso natural, tratamento e recuperação de três pacientes com paralisia
periférica e idiopática do nervo facial. Isso ocorreu 23 anos antes das
contribuições clínicas iniciais do escocês Charles Bell4. Em 1821, Bell, com
justa razão, pôs seu nome à síndrome: paralisia facial periférica ou “paralisia de
Bell”. Também revelou o “fenômeno de Bell” (desvio para cima do globo ocular
na tentativa de se ocluir a pálpebra) e, corrigindo um conceito errôneo que
vingava desde Galeno, separou anatomofuncionalmente o nervo facial do
nervo trigêmeo.
A paralisia facial é a perda temporária ou permanente dos movimentos da
mímica facial em decorrência do acometimento do nervo facial, podendo ser
resultado de uma grande variedade de etiologias, incluindo infecciosas,
neurológicas, congênitas, neoplásicas, traumáticas e sistêmicas. A mais
comum das paralisias é a de Bell ou idiopática, cuja incidência é estimada em
11,5 a 40,2 casos por 100.000 habitantes por ano.

Diversas causas são apresentadas na literatura, e em dois terços dos casos a


causa é desconhecida. Na paralisia facial, a depender do nível da lesão do
nervo facial, ocorrem alterações nos músculos da mímica facial. Na maioria dos
casos, é um fenômeno reversível espontaneamente ou após tratamento, clínico
ou cirúrgico; todavia, cerca de 20% dos casos evoluem com algum tipo de
sequela, que varia do grau leve até a paralisia completa uni ou bilateral dos
movimentos dos músculos faciais.

A paralisia facial é dividida em:

Periférica ou central

Comprometimento do 1º Neurônio motor (Emerge do Córtex ao Núcleo Facial)

Na paralisia periférica

Comprometimento do 2º Neurônio motor ou da Terminação nervosa do Nervo Facial

As sequelas da PFP causam importantes mudanças e dificuldades na vida das pessoas


acometidas. O comprometimento da mímica e da expressão facial afeta os aspectos psíquico e
social , com grande impacto sobre a aparência(6) , dificuldades na comunicação verbal e não
verbal e, consequentemente, nas relações interpessoais(4,5) , além de ansiedade, estresse
emocional e depressão . Quanto às demais funções orofaciais, são comumente encontradas na
PFP alterações do tônus e da força da musculatura, provocando as mudanças na mímica e na
expressão facial, além de ocasionar a produção inadequada dos fonemas bilabiais e
labiodentais. Já as dificuldades na função mastigatória, são ocasionadas pela diminuição do
tônus e da força do orbicular dos lábios e bucinador, resultantes da paralisia/paresia na
hemiface afetada. Os indivíduos podem ter dificuldade para deglutir, em virtude da
incompetência do vedamento labial, favorecendo o escape de alimentos(8-1

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