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CENTRO PAULA SOUZA

ETEC IRMÃ AGOSTINA


Técnico em Química

Albert Sabin Pereira Santana


Clara Maria Andrade de Lelis Marin
Diego dos Santos Gonsalves de Brito
Gabriel Crispim Leite Vicente

MÉTODOS VOLUMÉTRICOS:
Volumetria de Oxi-Redução

São Paulo
2022
Albert Sabin Pereira Santana
Clara Maria Andrade de Lelis Marin
Diego dos Santos Gonsalves de Brito
Gabriel Crispim Leite Vicente

MÉTODOS VOLUMÉTRICOS:
Volumetria de Oxi-Redução

Relatório, referente à análise de Peróxido de


Hidrogênio em uma amostra de Água
Oxigenada pelos métodos de Perganometria e
Volumetria de Oxi-Redução, realizados nos
laboratórios da ETEC Irmã Agostina.
Prof. Dr. Klauss Engelmann

São Paulo
2022
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SUMÁRIO

1. Introdução.......................................................................................... 4

1.1. Volumetria de neutralização....................................................... 5

1.2. Volumetria de precipitação......................................................... 5

1.3. Volumetria de Complexação ...................................................... 6

1.4. Volumetria de Oxi-Redução ....................................................... 7

1.5. Métodos de volumetria de oxi-redução...................................... 8

1.6. Determinação de peróxido de hidrogênio em água oxigenada 8


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1. INTRODUÇÃO

Embora a tecnologia continue a evoluir, as reações a via úmida ainda


desempenham um papel importante na química analítica moderna. Em algumas
áreas da química, a análise volumétrica é extremamente importante pois
apresentam características que os tornam simples e fáceis de serem aplicados
em grandes escalas (FERREIRA; RIBEIRO, 2011).
No entanto, existem algumas desvantagens associadas à análise de
volume clássica. Ao ser utilizada de forma manual, o analista se depara com
diversos empecilhos como a falta de agilidade e os erros, sendo esses
obstáculos para empregar tal técnica a nível industrial. Toda via, com o
desenvolvimento tecnológico enfrentado nos últimos anos, a titrimetria foi
automatizada, se tornando uma análise quantitativa de extrema importância para
a sociedade, sendo empregada em diversos setores como o de qualidade de
produtos que chegam aos consumidores, por exemplo (BACCAN, 2001).
A titulação se baseia principalmente na determinação da quantidade ou
concentração de uma substância no produto de análise (denominado analito).
Para isso os analistas necessitam de outra solução cujas características
quantitativas são conhecidas que são padronizadas com um padrão primário.
Uma substância conhecida como padrão primário possui um grau de
pureza tão alto (≥99,9%) que quaisquer soluções produzidas a partir do mesmo
possuem concentrações altamente confiáveis. Contudo para um padrão primário
ser nomeado como tal, ele deve possuir certas qualidades, como não se
decompor em contato com o calor ou frio, não ser hidroscópico ou fotossensível
e possuir alta massa molecular para a pesagem ser mais precisa, por exemplo.
Isso tudo para preservar a alta pureza do produto (FERREIRA; RIBEIRO, 2011).
A substância na qual são pré-determinadas suas concentrações é
denominada titulante que é adicionada na bureta, a fim de reagir com o titulado,
a solução que será analisada que está no Erlenmeyer, uma vidraria de aparência
de balão triangular inventado pelo químico alemão Emil Erlenmeyer.
A bureta é um instrumento para análises laboratoriais, cuja função é
informar com precisão os valores utilizados na técnica empregada. Sua
composição é de vidro temperado, porém na extremidade possui uma torneira
de polietileno (um polímero composto de cadeias longas formadas a partir da
condensação de etileno) para uma dosagem precisa do titulante. Seu formato se
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assemelha a de um cano fino com diversas marcações graduadas para facilitar


a leitura do analista.
Por conta da extrema dispersão da técnica pelos países, a volumetria
possui quatro principais técnicas; Volumetria de Neutralização; Volumetria de
Precipitação; Volumetria de Complexação e Volumetria de Oxi-Redução, a
técnica que será mais estudada nesse relatório. Contudo, abaixo estão citadas
de forma individual as principais características das técnicas listadas
anteriormente.

1.1. Volumetria de neutralização

Dentre das técnicas volumétricas há a técnica de volumetria de


neutralização, que consiste em uma titulação de uma solução acida como
titulante e uma solução alcalina que será o titulado ou vice-versa. O ponto de
viragem desta titulação é determinado por um indicador ácido-base.

1.2. Volumetria de precipitação

A volumetria de precipitação é baseada em uma titulação com a formação


de precipitados durante esta técnica de titulação.
Na titulação de precipitação o titulante reage com a amostra que você
quer analisar e forma uma substância insolúvel naquele meio chamada de
precipitado. Dentre a volumetria de precipitação há três métodos, o método de
Mohr, Volhard e Fajans

1.1.1. Método de Mohr

Esta técnica é utilizada para titulações que envolve cloretos, este haleto é
titulado com nitrato de prata (AgCl), e como indicador é utilizado o Cromato de
Potássio (K2CrO4), no ponto de viragem quando todo o cloreto for precipitado, o
+
íon Ag irá reagir com o indicador, precipitando cromato de prata na cor
vermelha, assim indicando o fim da titulação.

1.1.2. Método de Volhard


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Este método é feito para os íons que precipitam com a prata. Nesta
técnica utiliza-se um meio ácido, pois o indicador utilizado nesta técnica é o
Fe+3, quando meio está com o Ph acima de 3, acontece uma reação de hidrólise
como Fe+3, contudo o excesso de ácido nítrico é muito importante nesta
titulação. Geralmente a solução titulante deste método é o Tiocianato de Amônio
NH4SCN.

1.1.3. Método de Fajans

Neste método tem-se como indicador, indicadores de adsorção, ou seja,


é baseado nas propriedades de certos compostos orgânicos, que ao serem
adsorvidos sobre determinado precipitados ocorre a mudança de cor. O
indicador de adsorção mais comum utilizado neste método é o indicador de
fluoresceína que atua como um ânion.
Este indicador é eficiente para titulação de íon cloreto, por este fato eles
formam a camada primária do precipitado. A segunda camada é formada pelos
cátions de sódio. A reação termina com o íon prata em excesso. Portanto, o íon
de prata carregado positivamente torna-se a camada primária e atrai o indicador
para formar uma segunda camada. A cor do indicador sinaliza o ponto de
viragem.

1.3. Volumetria de Complexação

Essa técnica consiste na formação de um complexo colorido quando o


ponto de viragem for alcançado, após o titulante ter entrado em contato com o
titulado em um mínimo excesso. Essa volumetria começou a ser amplamente
usada quando foi inserido o EDTA (ácido etilenodiamino tetra-acético) na
titulação, tornando os complexos mais estáveis e, consequentemente, mais
fáceis de serem analisados. Essa técnica foi um dos maiores desenvolvimentos
da química analítica nos últimos anos.
Como visto acima, mesmo sendo empregadas soluções, indicadores e até
análises de pontos de viragem diferentes, as técnicas de volumetria possuem
uma característica em comum: Indicar, ao final da reação, para o analista a
concentração do analito a ser estudado, sendo de extrema importância para a
sociedade atual nos mais diversos empregos da titulação.
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1.4. Volumetria de Oxi-Redução

A volumetria de óxido-redução baseia-se em reações de oxirredução


entre o analito e titulante, e que possuem elementos que apresentam dois ou
mais estados de valência, podendo se oxidar ou reduzir conforme o estado em
que se encontram.
Essas titulações utilizam de reações de oxidação e redução, portanto,
reações de transferência de elétrons. Nestas reações existem espécies
oxidantes (a perda de elétrons ocorre quando o agente redutor vai para um
estado de oxidação maior) e espécies redutoras (o ganho de elétrons ocorre
quando o agente oxidante vai para um estado de oxidação menor). (MATOS
MARIA), como demonstrado na Reação 1.

Ared (aq) (Agente redutor) + BOx (aq) (Agente Oxidante) → Aox (aq) + Bred (aq) [1]

Esses métodos utilizam soluções padrão de agentes oxidantes ou de


agentes redutores.

Os agentes oxidantes mais utilizados são:

• Permanganato de potássio,
• Dicromato de potássio,
• Sulfato cérico,
• Iodo,
• Iodato,
• Bromato de potássio.
E os agentes redutores mais utilizados são:

• Sulfato ferroso,
• Oxalato de sódio,
• Trióxido de arsênio,
• Tiossulfato de sódio,
• Cloreto titanoso.

O método volumétrico baseado no emprego de permanganato de potássio


(KMnO₄) como agente titulante é a técnica titulométrico mais importante de
oxirredução, e é nomeado como permanganimetria.
O permanganato de potássio é um dos mais poderosos agentes
oxidantes, capaz de oxidar (aumentar o número de elétrons) quantitativamente
muitas substâncias de caráter redutor. Sendo as soluções de permanganato de
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potássio fortemente coloridas (um tom roxo muito forte e característico), a


permanganimetria não necessita do uso de indicador. (PIRES E LOPES, 2022).

1.5. Métodos de volumetria de oxi-redução

Permanganimetria Æ Titulante: Solução padrão de KMnO4


Dicromatometria Æ Titulante: Solução padrão de K2Cr2O7
Iodometria Æ Titulante: Solução padrão de Na2S2O3 e titulação indireta do Iodo
(liberado no erlenmeyer)
Iodimetria Æ Titulante: Solução padrão de Iodo (sob forma I3 -)
Iodatimetira Æ Titulante: Solução padrão de KIO3
Cerimetria Æ Titulante: Solução padrão de Ce(SO4)

Ponto de Equivalência: Caracterizado por brusca mudança do Potencial de


Redução.
Ponto Final: A detecção do ponto final pode ser feita por 3 métodos:

1.1.4. Visualmente sem adição de indicadores:


Quanto o titulante apresenta coloração, o mínimo excesso é responsável
pela mudança de coloração do meio.
Ex: KMnO4 (incolor - rosa).

1.1.5. Utilização de indicadores:

Reagem de modo específico com um dos participantes (reagentes ou


produtos) para produzir mudança de cor da reação.
Ex: amido em titulações de I2/I3 (castanho claro – azul forte e escuro
(amilose) ou violeta (amilopectina))

1.1.6. Métodos eletroanalíticos:

Potenciometria: envolve a medida do potencial da cela eletroquímica


(equipamento capaz de produzir energia através de reações químicas. Também
pode ser chamada de pilha), realizada com o auxílio de dois eletrodos imersos
na solução analisada. O instrumento utilizado para realizar esta medida é
denominado potenciômetro e permite medidas em escala de pH ou milivolts.

1.6. Determinação de peróxido de hidrogênio em água oxigenada


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A molécula de peróxido de hidrogénio (H2O2) é composta por dois átomos


de oxigénio (O) e dois átomos de hidrogénio (H), como demonstrada na imagem
1.

Imagem 1: Fórmula molecular do peróxido de hidrogênio

[1]

Fonte: domínio público


A inconformidade entre peróxido de
hidrogênio e a água oxigenada é que esta é o peróxido dissolvido em água
destilada. O H2O2 foi descoberto no ano de 1818 pelo cientista francês Louis
Auguste Thenard.

Quando está em sua forma pura, o peróxido de hidrogênio se decompõe


de forma muito rápida e incontrolável, se tornando uma substância
extremamente instável e difícil para análises. Na decomposição, o peróxido de
hidrogênio se transforma em água e gás oxigênio (Fogaça, 2020) como
apresentada na equação 2.

2 H2O2 → 2 H2O + O2 [2]

Em temperatura ambiente, a substância é um líquido incolor e possui um


sabor amargo.
Ela pode ser encontrada em diversos volumes e locais. É armazenada em
frascos escuros para evitar sua decomposição pela ação da luz solar, como
apresentada na imagem 2.

Imagem 2: Frasco de água oxigenada


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Fonte: do próprio autor

2. OBJETIVOS

Determinar a quantidade de peróxido de


Hidrogênio em Água Oxigenada através da
técnica de permanganometria
(volumetria que usa KMnO4 como titulante).

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Nesse tópico são abordados as reagentes, vidrarias e procedimentos


adotados para a análise.

3.1. Reagentes

Na Tabela 1 são encontrados, respectivamente, os reagentes e suas


fórmulas químicas.

Tabela 1: Reagentes, suas respectivas fórmulas, quantidades e concentrações


aproximadas que foram usadas durante a análise.
Reagentes Fórmulas Quantidade Concentrações
Permanganato de Potássio KMnO4 5g P.A.
Oxalato de Sódio Na2C2O4 1g -
Ácido Sulfúrico H2SO4 100 mL 3 mol L-1
Água Oxigenada H2O2 15 mL -

3.2. Vidrarias e Utensílios

Para fins experimentais, foram usadas as seguintes vidrarias e utensílios:


Béqueres de 10, 50, 100 e 250 mL; erlenmeyers de 250 mL; pipeta
volumétrica de 1 mL; bureta de 25 mL; balão volumétrico de 100 mL e bagueta
de vidro. Também foram utilizados os seguintes materiais: suporte universal;
espátula de metal; pipetas pasteur de 3 e 5 mL e lã de vidro.
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3.3. PROCEDIMENTO

Primeiramente, todas as vidrarias foram devidamente lavadas com água


destilada e detergente.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Levando em consideração que a solução de 𝐾𝑀𝑛𝑂4 (Permanganato de


potássio) sofre decomposição por efeito da luz, não podendo deste modo ser
considerado um padrão primário, tornou-se necessário a realização de
padronização com oxalato de sódio (𝑁𝑎2 𝐶2 𝑂4) como padrão primário.

Estabeleceu-se ademais a reação química envolvida com o propósito de


conhecer as proporções estequiométricas, conforme reação [1].

5 𝐶2 𝑂42− + 2 𝑀𝑛𝑂4−  16 𝐻+ + 5𝑒 − ↔ 10 𝐶𝑂2 + 2 𝑀𝑛 2+ +  8 𝐻2 𝑂 2 [1]

Através da reação [1] foi possível determinar as proporções


estequiométricas envolvidas na reação, seguindo uma proporção de 5:2, e afim
de mensurar a concentração em mol L −1 foi estabelecida equação abaixo:

Tabela 2: resultados obtidos na padronização


Nº de titulações Massa de padrão Volume de titulante no Concentração (mol

L −1 )
primário (g) ponto de Viragem (L)
01 0,1559 0,00052 0,0894
02 0,1507 0,00049 0,0918
03 0,1513 0,00051 0,0921
04 0,1504 0,00050 0,0897
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Média 0,09075

Registro dos dados da Titulação da Amostra

Nº de titulações Volume de Amostra Volume de titulante no H 2O2


(ml) ponto de Viragem (L)
01 1 0,00430 10,9358
02 1 0,00430 10,8600
03 1 0,00468 11,8198
Média 1 0,00442 11,2052

Para calcular a concentração em volume de Peróxido de hidrogênio (H 2O2) na


amostra.
Sabendo que a reação é 5:2, temos em um número de mols que:
2,5 nKMnO4 = nH2O2
Logo, para alcançar a uma equação geral para determinar H2O2 no analito,
temos:
C(volume) = MKMnO4 X V KMnO4 X 28
V H2O2
Portanto:
C(volume) = 0,0907 X 0,0443 X 28
11,2052

C(volume) = 0,0100

DISCUSSÕES

01). Explique o princípio da determinação do ponto final análises


permanganométricas.
R:

02). Em titulações permanganométricas, explique porque a coloração


rósea que indicou o ponto final desaparece depois de um determinado tempo de
repouso do erlenmeyer utilizado.
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R:

03). Podemos utilizar o permanganato de potássio como indicador em


qualquer situação? Explique.
R:

04) UFF – Todo o ferro existente em 2,00 g de uma amostra de rocha foi
dissolvido em solução ácida e convertido a , o qual foi titulado com 0,10 M,
conforme equação não balanceada:

Sabendo-se que foram necessários 27,45 mL da solução de


permanganato, pede-se:

a. Os números que tornam a equação balanceada;


b. A massa de ferro (em g) existente na amostra original;
c. A porcentagem de ferro na amostra original;
d. A porcentagem em peso de óxido na amostra original, se o ferro estiver
presente como.

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