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Instituto Superior de Gestão de Negócios

Curso : Recursos Humanos

Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

Cadeira: Gestão Financeira

Titulo:

Docente: Dra.

Discente:

Matola, Abril de 2023

Índice
INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 3
1.1 Objectivos.................................................................................................................... 4
1.2 Objetivos específicos.......................................................................................................... 4
1.3 Justificativa do tema......................................................................................................... 5
1.4 Procedimentos Metodológicos...................................................................................... 6
2. REVISÃO DA LITERATURA................................................................................................. 7
2.1 A Gestão de Tesouraria – diferentes perspetivas..................................................................... 7
2.2 Boas práticas de Gestão de Tesouraria................................................................................ 9
2.3 Importância da Gestão Tesouraria.................................................................................... 10
2.4 A TESOURARIA................................................................................................................. 10
2. 5 Funções da gestão tesouraria............................................................................................... 12
2.6 Implementação da gestão de tesouraria................................................................................ 12
2.7Orçamento de Tesouraria................................................................................................... 13
Considerações finais................................................................................................................... 16
Referências Bibliográficas......................................................................................................... 17

INTRODUÇÃO

A globalização dos mercados, os avanços tecnológicos e a crescente exigência dos


consumidores são fatores que condicionam os resultados económicos, sociais, políticos,
tecnológicos e estruturais das organizações. Essas variáveis passaram a requerer uma
maior flexibilidade na forma de administrar, implementando instrumentos e ferramentas
2
de gestão mais dinâmicos e competitivos, principalmente no que se refere a gestão
financeira e quiçá a gestão da Tesouraria.

Diante de tal situação, os utilizadores da informação financeira são cada vez mais
exigentes e manifestam novas e mais complexas necessidades de informações para
apoiar o processo decisório.

A gestão da Tesouraria trata da gestão do ativo e do passivo circulante. É uma área


bastante sensível e problemática e a sua má gestão pode levar à insolvência ou até
mesmo a falência das empresas. Esses problemas são de facto complexos e, para serem
ultrapassados, requerem o domínio das principais ferramentas de gestão de tesouraria,
quer ao nível do planeamento quer na análise e avaliação dos mesmos. Sendo assim,
uma gestão da tesouraria contribui para o bom desempenho de curto prazo da empresa
que, por sua vez, reflete-se no seu desempenho a longo prazo.

O presente trabalho de pesquisa enquadra se na cadeira de Gestão Financeira lecionada


no curso de gestão de recursos humanos , o mesmo se enquadra no contexto avaliativo.

Procura-se ainda com esta pesquisa enfatizar a relevância da gestão de tesouraria nos
processos financeiros. O objetivo é demonstrar que a gestão de tesouraria deve fazer
parte da cultura da organização e que a gestão de tesouraria é uma ferramenta de apoio
para o planeamento financeiro. Tem como objetivos específicos compreender os
conceitos relacionados com a gestão de tesouraria.

No que diz respeito a organização do trabalho, para além desta introdução, ele apresenta
a seguinte estrutura: parte 1 vai debruçar –se sobre o objectivo da pesquisa e a segunda
parte apresenta-se a Revisão da Literatura, que é a contextualização do tema através de
pesquisas já feitas que versam sobre esta temática . Encontra-se também nesta parte a
definição dos conceitos chaves do trabalho.

Na terceira parte traz-se uma discussão em torno dos aspectos metodológicos recorridos,
onde se destacam a natureza da pesquisa, os métodos de abordagem e procedimento
usados nesta pesquisa . E por fim, apresentamos as nossas considerações finais em
forma de conclusões, seguidas das referências bibliográficas de todo o material
recorrido e usado para a realização da presente pesquisa.

1.1 Objectivos

 Analisar a temática da gestão de tesouraria .


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1.2 Objetivos específicos

 Apresentar as ferramentas disponíveis da gestão de tesouraria;

 compreender os conceitos relacionados com a gestão de tesouraria.

1.3 Justificativa do tema

A escolha do tema baseia-se na realidade económica e conjuntural que se vive nos dias
de hoje, onde uma grande parte das empresas enfrentam dificuldades financeiras,
provocado por sucessivos desequilíbrios financeiros.

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A gestão de tesouraria é uma das áreas mais importante nas empresas, uma vez que
assegura os recursos e instrumentos financeiros necessários para a manutenção e
viabilização dos negócios. A aquisição deste importante recurso requer um planeamento,
aplicação eficiente e controlo dos mesmos, pois quando as ferramentas de auxílio a
gestão de tesouraria são ineficientes ou inexistentes as empresas tornam-se vulneráveis
ao mercado, podendo levar a insolvência ou até mesmo a falência das mesmas.

Os recursos financeiros de uma empresa constituem um dos meios mais importantes


para a sua sobrevivência e desenvolvimento. Sem tais recursos, as empresas não
poderão alcançar os seus objetivos previamente estabelecidos.

1.4 Procedimentos Metodológicos

De acordo com Marconi e Lakatos (2007), a seleção da metodologia está diretamente


relacionada com o problema a ser estudado, dependendo de fatores como a natureza do
fenómeno, com o objeto de pesquiza e outros elementos que possam surgir no campo de
investigação.

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Barañano (2004) salienta que na metodologia deverá ser indicada a natureza e o tipo de
estudo a realizar, as técnicas para obtenção de dados e quais os métodos para a
exploração dos dados obtidos. Para alcançar os objetivos e seguir uma linha de
orientação, este trabalho de investigação foi norteado num paradigma empirico-analítico
(positivista), com uma abordagem qualitativa, onde o pesquisador interpreta a realidade.
Do ponto de vista do objetivo geral, foi utilizado nesta investigação, o nível
exploratório-descritivo. A pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior
familiaridade com o problema, para torná-lo mais explícito, podendo envolver
levantamento bibliográfico, baseada em livros, revistas e outras informações pertinentes
recolhidas na internet, servindo como ponto de partida para o inicio do trabalho
propriamente dito, cujo objetivo é obter maiores informações sobre o tema escolhido e
poder, portanto, definir os objetivos e a problematica da investigação.

A pesquisa descritiva tem como objetivo principal, descrever as caracteristicas de


determinadas populações ou fenómenos.

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 A Gestão de Tesouraria – diferentes perspetivas

De acordo com um estudo realizado por José, L.et al (2008), em que os autores
analisaram as responsabilidades assumidas pelos departamentos financeiros na gestão
de tesouraria, em 501 empresas espanholas, comprovou-se que o conceito de gestão de
tesouraria reúne não apenas a gestão da liquidez, mas também tarefas mais estratégicas,
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como a gestão de excedentes de tesouraria, gestão dos défices e gestão do risco
financeiro.

Entende -se por A gestão de tesouraria o processo de gerenciar os recursos financeiros


de uma empresa a fim de atingir seus objetivos estratégicos. Isso inclui tudo, desde a
gestão do fluxo de caixa de curto prazo até o planejamento de investimento de longo
prazo.

A visão mais restrita, ao pensar no conceito de gestão de tesouraria, é a de cingi-la a


gestão do montante de meios monetários. No entanto, esta é uma ideia redutora, a
gestão tesouraria é muito mais do que os meio líquidos ao dispor de uma determinada
organização. A gestão de tesouraria consiste no conjunto de técnicas e instrumentos que
pretendem assegurar que, nos mais diversos momentos, uma empresa dispõe de recursos
financeiros suficientes para satisfazer os seus compromissos a curto prazo. É necessário
que ocorra uma gestão de tesouraria rigorosa e cuidada, pois nas empresas, as despesas
e as receitas tendem a ocorrer em momentos diferentes, visto que na maioria dos casos
não há uma coincidência temporal entre o momento da realização da compra/venda e o
momento em que efetivamente são efetuados os respetivos pagamentos/recebimentos.
Neves (2004) argumenta que esta gestão centra-se no equilíbrio financeiro, o qual
resulta da harmonização entre o tempo de transformação de ativos em dinheiro e o ritmo
de transformação das dívidas em exigível. E isto só é possível através do controlo dos
fluxos financeiros.

Para Nabais & Nabais (2011), defende que a gestão em curto prazo procura que a
empresa atinga bons níveis de liquidez, através de uma rotação do ativo circulante e de
uma resposta adequada das dívidas em curto prazo, sem, contudo esquecer a
solvabilidade e a rendibilidade como preocupação a médio e longo prazo.

Segundo o autor, a gestão de tesouraria abrange os ativos líquidos da empresa, ou seja,


aqueles que apresentam uma elevada aptidão para se converterem em disponibilidades,
logo visa:

 Definir o saldo médio de tesouraria;

 Estabelecer o limite mínimo e máximo para o saldo de tesouraria;

 Controlar as contas bancárias;


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 Minimizar os gastos financeiros a curto prazo;

 Procurar formas de financiamento dos défices de tesouraria;

 Evitar a cessação de pagamentos;

 Definir o ciclo de tesouraria de exploração.

Para Nabais & Nabais (2011) advogam ainda que esta gestão assenta no binómio
rendibilidade – risco e que se traduz na consideração das seguintes regras:

 Reduzir ao mínimo de disponibilidades;

 Analisar e atuar nos ciclos de liquidez e atividade;

 Aumentar a rotação dos stocks sem provocar rutura na produção e na


comercialização;

A tesouraria preocupa-se essencialmente com a gestão financeira de curto prazo, em


particular, com a capacidade da empresa solver atempadamente as suas obrigações, isto
é, liquidar as dívidas de curto prazo à medida que estas se vão tornando exigíveis.

Para Pindado, J. (2001) a função da gestão de tesouraria, engloba um conjunto de


tarefas que têm em comum o dinheiro, como tal articula-se em torno dos recebimentos e
dos pagamentos que constituem o centro do processo. Assim, esta função encarrega-se
de planear, gerir e controlar os fluxos de caixa que surgem no seio da empresa. A função
da gestão de tesouraria está relacionada com outras funções da atividade empresarial,
destacando-se a relação das funções comercial e aprovisionamento. A essência do
problema da gestão de tesouraria resume-se a manter disponível um saldo de caixa
mínimo.

Segundo Stanwick, S. D.1 (2001; citado por Dias, M., 2013), uma gestão de tesouraria
eficaz garante uma vantagem competitiva à empresa, maximizando o fluxo de caixa que
permite à empresa ter fundos disponíveis para oportunidades de crescimento futuras. As
decisões devem ser antecipadas, ser tomadas antes que os excedentes ou os défices de
tesouraria se verifiquem, por isso Pindado, J. (2001) defende que as decisões devem ser
tomadas em função das previsões das entradas e das saídas futuras do caixa. Tem que
existir um equilíbrio entre rentabilidade dos excedentes de caixa e liquidez. Dias, M.
(2013) afirma que a missão principal da tesouraria é salvaguardar o financiamento dos
ativos da empresa e gerir eficazmente a sua liquidez.

1 Stanwick, S. D. & Stanwick, P. A. (2001). Journal of Corporate Accounting & Finance. Vol. 12, Nº. 1, 63-
65.
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Refere ainda que a liquidez é essencialmente a capacidade de uma empresa pagar as
suas obrigações quando se vencem, mediante os fluxos monetários criados.

Segundo Hoji, M2 (2000; citado por Duarte C., 2009) direta ou indiretamente, todas as
áreas da empresa mantêm algum tipo de vínculo com a tesouraria. Se numa empresa
existem as áreas industrial, comercial e administrativa, todas elas fornecem informações
e dados para a elaboração da previsão dos fluxos de caixa. Praticamente todos os atos
praticados pelos outros departamentos, acabam transformando-se em contas a pagar e a
receber. Consequentemente esses valores transitam pela tesouraria.

2.2 Boas práticas de Gestão de Tesouraria

Para que a gestão de tesouraria seja mais eficiente e eficaz, é necessário que a gestão de
tesouraria e a gestão do caixa façam parte integrante da cultura das empresas; devem ser
parte integrante das estratégias das empresas e dos seus valores.

Segundo Pindado, J. (2001), podemos considerar algumas ações para operacionalizar a


gestão de tesouraria:

 Converter os possíveis excessos de fundos em ativos rentáveis, assegurando liquidez


suficiente para as operações diárias;

 Reduzir as comissões bancárias e os custos de transação, através de economias de


escala e uma racionalização das relações bancárias;

 Melhorar o ciclo de conversão do caixa, identificando os caminhos para o reduzir.

No âmbito das boas práticas da gestão de tesouraria, deve ser efetuada uma
monitorização e otimização do circuito de vendas em dinheiro e elaborar previsões de
tesouraria de curto prazo, pelo menos mensalmente. Ao elaborar as previsões de
tesouraria deve ser decidido o financiamento de curto prazo, operações de investimento
a realizar, as relações com as instituições financeiras, os riscos devem ser analisados,
bem como o circuito de pagamentos e recebimentos. No âmbito da atividade
desenvolvida na área da tesouraria, esta está exposta a riscos que devem ser previstos e
acautelados, para isso a organização necessita de ter um sistema de controlo interno
eficaz e robusto.

2 Hoji, M. (2000), Administração Financeira uma abordagem prática, 3ª. Edição, São Paulo, Atlas.
9
2.3 Importância da Gestão Tesouraria

A boa gestão de tesouraria assume um papel importantíssimo para a sobrevivência da


empresa a curto prazo porque através dela pode ou não atingir os objectivos
estabelecidos. Para efectuar uma boa gestão de tesouraria o responsável deve estar
permanentemente informado e actualizado sobre o vasto conjunto de instrumentos
financeiros disponíveis no mercado e que podem ser aplicados em benefício da
organização.

A Gestão tesouraria prevê as actividades e exerce sobre elas um controlo adequado,


nomeadamente quanto às previsões de vendas, compras, recebimentos e pagamentos,
determinando as influências entre a empresa e o mercado, criando condições
operacionais para uma correcta resposta à procura, de modo a não criar stocks
exagerados face ao escoamento possível, e de encargos, para cálculo do fundo
necessário aos pagamentos.

O avanço tecnológico implicou que a tesouraria passasse a ser gerida em tempo real, e
dispor de informação em cada momento sobre a sua posição e sobre os mercados. É
importante a existência de um sistema de gestão de tesouraria devidamente organizado e
controlado, capaz de contribuir para o registo e controlo atempado de todas as operações
e movimentos.

A tesouraria de uma organização deverá ser um órgão resistente capaz de assegurar a


existência e suficiência de meios líquidos que permitam sustentar a actividade de forma
saudável. Segundo opinião da investigadora, a tesouraria é umas das áreas que serve de
apoio para as empresas como as outras áreas existentes numa organização, e tem a
responsabilidade de gerir quase todos os recursos financeiros da empresa que transitam
por ela.

2.4 A TESOURARIA

2.4.1 DEFINIÇÃO DE TESOURARIA

Hoje em dia muitas das atribuições financeiras se destinam a um setor da empresa


dentro do departamento financeiro, chamado de Tesouraria.

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Lochard (2003) explicita o termo tesouraria que, segundo este autor, é passível de
múltiplos significados, consoante o âmbito em que seja aplicado. Este setor fica
responsável principalmente ao contas a pagar, a receber e de municiar os demais com as
informações sobre o fluxo de caixa e atual posicionamento da empresa. Para falar
melhor das atribuições deste setor, é preciso compreendê-lo.

A tesouraria é responsável por gerenciar a utilização do dinheiro da empresa. Isso quer


dizer que é a tesouraria que realiza a gestão de caixa do empreendimento - fazendo os
pagamentos, transferências e recebimentos pertinentes, com os devidos registros. Toda a
empresa, então, terá um envolvimento com a tesouraria, seja direta ou indiretamente. A
tesouraria é responsável pelo ativo circulante da empresa, ou seja, o grupo de contas
contábil que registra as disponibilidades (caixa, bancos conta movimento e aplicações
financeiras), os títulos negociáveis (como duplicatas a receber), os estoques e outros
créditos de realização a curto prazo, como adiantamento a fornecedores e empregados.

De acordo com Neves (2012) pode-se dizer então que o gestor da tesouraria é também o
gestor do ativo circulante da empresa, e com isso tem em gera, as atribuições de:

 Controlar as rotinas de crédito e de cobrança, gerindo assim o Contas a receber da


empresa, informando a área comercial sobre recebimentos ou a falta deles por parte
de um cliente, podendo inclusive acarretar na suspensão da prestação de um serviço.
Por este ponto, o Contas a receber também pretende analisar cadastro de clientes
ativos e potencias e administrar duplicatas.

 Gestão do Contas a pagar também faz parte do trabalho da tesouraria. Isto implica
em controlar as cobranças bancárias, os descontos e o que é devido, de modo geral.
A tesouraria ainda é a responsável pelos dados que compõem a conta caixa no
balanço patrimonial da empresa.

 A tesouraria ainda é a responsável pelos dados que compõem a conta caixa no


balanço patrimonial da empresa.

 A tesouraria fica responsável então por controlar a conta mais sensível do Ativo, a
conta Disponível. Isso se explica de uma maneira simples: o que quebra uma
empresa não é o seu prejuízo, unicamente.

2. 5 Funções da gestão tesouraria

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De forma resumida, a tesouraria é responsável pela manutenção dos recursos financeiros
de uma organização no curto prazo. Confira, a seguir, as principais funções que
colaboram para atingir essa meta.

Planejamento do fluxo de caixa

Fluxo de caixa é uma ferramenta básica para monitorar as entradas e saídas da


companhia, que reúne os pagamentos, recebimentos e previstos. O fluxo de caixa pode
ser feito através de planilhas ou em softwares específicos, que automatizam os registros
e ajudam nos cálculos. De qualquer maneira, o acompanhamento diário, inclusive com
relatórios, é papel da tesouraria.

Gestão dos recursos

Além de registrar as entradas e saídas, cabe à tesouraria definir como o dinheiro será
gasto, inclusive as contas a pagar e investimentos.

Acompanhamento de contas e encargos

A tesouraria fica responsável por monitorar contas bancárias e outras aplicações da


empresa, verificando se há opções mais vantajosas e conferindo taxas, encargos e outras
tarifas.

Como gerenciar melhor a tesouraria

O primeiro passo para melhorar a gestão da tesouraria é estabelecer uma rotina de


monitoramento para não perder de vista as despesas e receitas. Um jeito simples de
colocar isso em prática é através de checklists, que permitem uma avaliação rápida e
ampla sobre as tarefas para a gestão de recursos no curto prazo.

2.6 Implementação da gestão de tesouraria

Na maioria das empresas de maior dimensão é frequente a existência de modelos de


planeamento financeiro de curto prazo de extrema complexidade, mas a realidade das
empresas de menor dimensão é diferente, uma vez que não existe a mesma necessidade
de algo tão extensivo.

Deste modo, estas adoptam na sua maioria folhas de cálculo (Excel) para efectuarem o
planeamento de tesouraria. “ Os modelos vão desde simples programas de folhas de

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cálculo que ajudam apenas na aritmética, até modelos de programação linear que
ajudam a encontrar o melhor planeamento financeiro” Ross et al. (2008, p. 862).

As organizações para facilitar a análise e o conhecimento real da sua situação de


tesouraria recorrem a estes meios informatizados, que consequentemente fornecem
informações acerca das necessidades de tesouraria, prazos médios de pagamento e
recebimento, excesso ou necessidade de recursos financeiros para fazer face a situações
inesperadas, etc.. No entanto, qualquer uma das soluções apresentadas pode ser ineficaz
se se verificar que os pressupostos em que se baseiam não são os correctos.

Na grande maioria das empresas, mais concretamente, pequenas e médias empresa, é


possível que nos procedimentos seguidos se verifique um nível de formalidade menor
em relação às empresas de maior dimensão, no entanto, existem procedimentos comuns,
que todas as empresas têm de considerar na elaboração de previsões. São modelos que
se caracterizam pelo modo prático e fácil com que é possível trabalhar num programa de
folha de cálculo.

Para que os órgãos de gestão das organizações possam tomar decisões, quer de
investimento, quer operacionais, é determinante terem instrumentos de recolha de
informação ao nível da tesouraria, pelo que o orçamento de tesouraria pode ajudar nessa
tarefa.

2.7Orçamento de Tesouraria

Tendo presente, as boas práticas de gestão de tesouraria, um sistema de controlo interno


adequado nesta área de intervenção, os ciclos de exploração, de financiamento torna-se
imprescindível às organizações terem um instrumento/ferramenta de previsão de
tesouraria, que garanta o equilíbrio financeiro da gestão das suas disponibilidades. Esse
instrumento é o orçamento de tesouraria.

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Segundo Neves, J. C.3(2012; citado por Pires, L., 2013), o orçamento de tesouraria
constitui o principal documento da gestão financeira corrente, tendo em atenção que
nele estão refletidos os recebimentos e pagamentos previsionais, constituintes
fundamentais do equilíbrio de tesouraria;

O responsável pelo equilíbrio de tesouraria, deverá ter em atenção o controlo da


execução orçamental, embora esta função seja normalmente imputada a um controller.

Para a elaboração do orçamento de tesouraria de uma organização, é indispensável o


contributo de todos os seus departamentos: compras, vendas, prestação de serviços,
património, investimento, orçamento, tesouraria, recursos humanos, projetos.

A maioria das organizações que entram em dificuldades financeiras não dispõe de um


orçamento de tesouraria. Pelo que, não dispondo de um orçamento, a organização não
tem consciência exata da situação real da sua tesouraria, qual a sua dimensão, e quais as
ações a empreender para retomar e manter o equilíbrio. As organizações devem manter
as disponibilidades a um nível suficiente. Para que isso seja possível, os problemas de
tesouraria devem ser previstos, equacionados e ultrapassados com uma certa
antecipação, o que só será possível de alcançar com a elaboração e o controle
sistemático dos orçamentos de tesouraria, para além da necessidade da organização
dispor de um controlo permanente das suas contas bancárias (Mortal, A., 2006). Só
através da realização de previsões de tesouraria, é possível monotonizar o circuito de
pagamentos e recebimentos, decidir financiamentos de curto prazo, decidir sobre
operações de investimento, gerir as relações com as instituições financeiras, gerir os
riscos associados à gestão de tesouraria. A gestão de tesouraria é necessária, porque
existe desequilíbrio entre o tempo de pagar e o tempo em que o dinheiro está disponível.

Um aspeto importante na elaboração do orçamento de tesouraria, é a informação


necessária à elaboração dessa previsão de tesouraria.

Todas as organizações têm como objetivo assegurar, a todo o momento, o dinheiro


necessário aos pagamentos, mas evitando excessos que possam colocar em causa a sua
rentabilidade. Para impedir ruturas e evitar desperdícios, o ideal é que a tesouraria seja
equilibrada. É importante para as organizações manterem a sua credibilidade, terem
condições para cumprirem com os seus compromissos assumidos, como por exemplo,
pagar os ordenados aos seus funcionários, satisfazer, dentro dos prazos acordados, os
encargos de exploração, pagar aos fornecedores, pagar os impostos, etc. Compete aos

3 Neves, J. C. (2012). Análise e Relato Financeiro – Uma Visão Integrada de Gestão (6ª
ed.). Lisboa: Texto Editores.
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gestores das organizações tomar decisões, no sentido de evitar situações de
desequilíbrio da tesouraria.

Segundo Lienert, I. (2009) a gestão de tesouraria moderna tem quatro grandes objetivos:

 Assegurar que existe dinheiro disponível para pagar as despesas quando estas são
devidas;

 Emprestar apenas quando necessário e minimizar os custos dos empréstimos


governamentais;

 Para maximizar o retorno do dinheiro ocioso, isto é, para evitar o baixo rendimento
ou a não remuneração do dinheiro, o governo deposita no banco central ou na banca
comercial;

 De forma a gerir os riscos, investir os excedentes temporários de forma produtiva,


contra garantias adequadas.

Considerações finais
Tendo presente que o objetivo deste estudo foi de analisar a temática da gestão de
tesouraria quiçá trazer reflexões sobre as boas práticas relevância da gestão de
tesouraria nos processos financeiros, antecipando informações para análise e tomada de
decisão nas empresas ; se pretendeu demonstrar que a gestão de tesouraria deve fazer
parte da cultura da organização e que a gestão de tesouraria é uma ferramenta de apoio
ao planeamento financeiro e estratégico . procedeu-se à revisão da literatura, da qual
resultaram aspetos relevantes para o nosso estudo:

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Existem diferentes perspetivas da gestão de tesouraria, umas relacionadas com a função
que se articula em torno dos recebimentos e dos pagamentos, outras relacionadas com
um conceito de gestão de tesouraria, que reúne, não apenas a gestão da liquidez, mas
também tarefas mais estratégicas, como a gestão de excedentes de tesouraria, gestão dos
défices e gestão do risco financeiro. Outras perspetivas consideram ainda que, na
empresa deve existir um conjunto de crenças e valores partilhados em relação à gestão
de tesouraria, ou seja, a cultura da gestão de tesouraria;

Baseado na revisão da literatura desta investigação, foi escolhida a metodologia para a


condução da pesquisa, a aplicação do estudo de caso único ou singular. Foram
formuladas as asserções de análise, que se basearam nas perguntas de investigação e foi
também de consenso que A gestão de tesouraria é o processo de gerenciar os recursos
financeiros de uma empresa a fim de atingir seus objetivos estratégicos. Isso inclui tudo,
desde a gestão do fluxo de caixa de curto prazo até o planejamento de investimento de
longo prazo.

Referências Bibliográficas

Duarte, C. (2009). Gestão de Tesouraria: Técnicas Aplicáveis a uma Organização.


Dissertação de Mestrado. Universidade de Aveiro.

Goeij M. e Waszkowski H. (1995). New cash pooling systems cut transaction fees,
optimize use of excess cash, Corporate Cash Flow, dezembro de 1995.

Figueiredo, J (2007). Sebenta de “Fundamentos e Gestão”, Instituto Superior Técnico


(TagusPark),

16
HOJI, M. (2000), Administração Financeira: uma abordagem prática, 3ª. Edição, São
Paulo, Atlas.

Nabais, F. e Nabais, C. (2007), “Prática Financeira I – Análise Económica e


Financeira”, Editora Lidel.

Neves, J. C. (2012). Análise e Relato Financeiro – Uma Visão Integrada de Gestão (6ª
ed.). Lisboa: Texto Editores.

Pickett, K. (2005). The essential handbook of Internal Auditing. England. John Wiley &
Sons, Ltd.

Pindado, J. (2001). Gestion de Tesoreria en la Empresa: Teoria y Aplicaciones


Practicas. Edicones Universidade de Salamanca.

Pires, L. (2013). O papel da gestão de tesouraria de curto prazo nas PME Estudo de
Caso – Socingraf. Dissertação. Instituto Superior de Gestão. Lisboa, 2013.

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