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Métodos e técnicas da análise

financeira

Análise e Gestão Financeira


2018/2019

Jorge Abrantes
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Métodos e técnicas de análise

São os documentos contabilísticos tradicionais que servem de base à


análise financeira

 Balanço – situação patrimonial

 Demonstração de Resultados – desempenho da atividade

(outros documentos de suporte como sejam as Demonstrações de


Fluxos de Caixa, Alterações no Capital Próprio e os Anexos às DFs
ajudam a uma melhor compreensão da situação da empresa)
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Métodos e técnicas de análise

A análise num único ano é insuficiente para se perceber o trajeto


da empresa (nada nos diz sobre o seu passado e pouco adianta
sobre o seu futuro)

Analisa-se o presente, com base no comportamento do passado, para


se poder perspetivar o seu futuro
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Análise temporal

Situação
financeira
Muito boa A

Boa
B

C
Falência

-3 -2 -1 0 +1 +2 +3 Anos
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Métodos e técnicas de análise

Que métodos ou técnicas de análise ?

 Comparação de Balanços e Demonstrações de Resultados de exercí-


cios sucessivos (preferencialmente históricos e previsionais)

 Método dos rácios e indicadores

 Utlização de padrões de comparação

 Análise estática versus análise dinâmica

 Análise da qualidade dos resultados

 Análise do risco

 Orçamentação ou previsão
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Métodos e técnicas de análise

Comparação de Balanços e Demonstrações de Resultados de


exercícios sucessivos

 Em valores absolutos (mapa de mutação de valores)

 Em percentagem (peso relativo)

 Em números índice (fixos ou variáveis)

 Em gráficos

 Análise rubrica a rubrica


Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Caso Prático - Balanços (valores absolutos)


Anos n-2/n-1 n-1/n
Contas Ano n-2 Ano n-1 Ano n /\ + /\ - /\ + /\ -

ACTIVO

Activos Fixos 100.000 90.000 80.000 -10.000 -10.000

Inventários 50.000 70.000 100.000 20.000 30.000


Contas a Receber 40.000 50.000 70.000 10.000 20.000
Caixa e Bancos 50.000 40.000 20.000 -10.000 -20.000

TOTAL ACTIVO 240.000 250.000 270.000 30.000 -20000 50.000 -30000

CAP PRÓPRIO

Capital (realizado) 50.000 50.000 50.000


Resultados 20.000 10.000 -20.000 -10.000 -30.000

TOTAL CAP PRÓPRIO 70.000 60.000 30.000 0 -10000 0 -30000

PASSIVO

Empréstimos m/l.p. 120.000 100.000 140.000 -20.000 40.000

Empréstimos c.p 20.000 40.000 40.000 20.000


Contas a Pagar 30.000 50.000 60.000 20.000 10.000

TOTAL PASSIVO 170.000 190.000 240.000 40.000 -20000 50.000 0

TOTAL PASSIVO + CP 240.000 250.000 270.000 40.000 -30000 50.000 -30000


Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Caso Prático - Balanços (valores absolutos)


Anos /\ + /\ -
Contas Ano n-2 Ano n-1 Ano n n-2/n-1 n-1/n n-2/n-1 n-1/n

ACTIVO

Activos Fixos 100.000 90.000 80.000 -10.000 -10.000

Inventários 50.000 70.000 100.000 20.000 30000


Contas a Receber 40.000 50.000 70.000 10.000 20000
Caixa e Bancos 50.000 40.000 20.000 -10.000 -20.000

TOTAL ACTIVO 240.000 250.000 270.000 30.000 50000 -20.000 -30000

CAP PRÓPRIO

Capital (realizado) 50.000 50.000 50.000


Resultados 20.000 10.000 -20.000 -10.000 -30.000

TOTAL CAP PRÓPRIO 70.000 60.000 30.000 0 0 -10000 -30000

PASSIVO

Empréstimos m/l.p. 120.000 100.000 140.000 40000 -20.000

Empréstimos c.p 20.000 40.000 40.000 20.000


Contas a Pagar 30.000 50.000 60.000 20.000 10000

TOTAL PASSIVO 170.000 190.000 240.000 40.000 50000 -20.000 0

TOTAL PASSIVO + CP 240.000 250.000 270.000 40.000 50000 -30.000 -30000


Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Caso Prático - Balanços (percentagem – peso relativo)


Anos
Contas Ano n-2 % Ano n-1 % Ano n %

ACTIVO

Activos Fixos 100.000 41,7 90.000 36,0 80.000 29,6

Inventários 50.000 20,8 70.000 28,0 100.000 37,0


Contas a Receber 40.000 16,7 50.000 20,0 70.000 25,9
Caixa e Bancos 50.000 20,8 40.000 16,0 20.000 7,4

TOTAL ACTIVO 240.000 100 250.000 100 270.000 100

CAP PRÓPRIO

Capital (realizado) 50.000 20,8 50.000 20,0 50.000 18,5


Resultados 20.000 8,3 10.000 4,0 -20.000 -7,4

TOTAL CAP PRÓPRIO 70.000 29,2 60.000 24,0 30.000 11,1

PASSIVO

Empréstimos m/l.p. 120.000 50,0 100.000 40,0 140.000 51,9

Empréstimos c.p 20.000 8,3 40.000 16,0 40.000 14,8


Contas a Pagar 30.000 12,5 50.000 20,0 60.000 22,2

TOTAL PASSIVO 170.000 70,8 190.000 76,0 240.000 88,9

TOTAL PASSIVO + CP 240.000 100 250.000 100 270.000 100


Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Caso Prático - Balanços (percentagem – peso relativo)


Anos %
Contas Ano n-2 Ano n-1 Ano n n-2 n-1 n

ACTIVO

Activos Fixos 100.000 90.000 80.000 41,7 36,0 29,6

Inventários 50.000 70.000 100.000 20,8 28,0 37,0


Contas a Receber 40.000 50.000 70.000 16,7 20,0 25,9
Caixa e Bancos 50.000 40.000 20.000 20,8 16,0 7,4

TOTAL ACTIVO 240.000 250.000 270.000 100 100 100

CAP PRÓPRIO

Capital (realizado) 50.000 50.000 50.000 20,8 20,0 18,5


Resultados 20.000 10.000 -20.000 8,3 4,0 -7,4

TOTAL CAP PRÓPRIO 70.000 60.000 30.000 29,2 24,0 11,1

PASSIVO

Empréstimos m/l.p. 120.000 100.000 140.000 50,0 40,0 51,9

Empréstimos c.p 20.000 40.000 40.000 8,3 16,0 14,8


Contas a Pagar 30.000 50.000 60.000 12,5 20,0 22,2

TOTAL PASSIVO 170.000 190.000 240.000 70,8 76,0 88,9

TOTAL PASSIVO + CP 240.000 250.000 270.000 100 100 100


Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Caso Prático - Balanços (análise gráfica)

Evolução dos ativos por ano Composição dos ativos por ano
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Caso Prático - Balanços (índices – base fixa)


Anos
Contas Ano n-2 Base Ano n-1 índice Ano n índice

ACTIVO

Activos Fixos 100.000 100 90.000 90 80.000 80

Inventários 50.000 100 70.000 140 100.000 200


Contas a Receber 40.000 100 50.000 125 70.000 175
Caixa e Bancos 50.000 100 40.000 80 20.000 40

TOTAL ACTIVO 240.000 100 250.000 104 270.000 113

CAP PRÓPRIO

Capital (realizado) 50.000 100 50.000 100 50.000 100


Resultados 20.000 100 10.000 50 -20.000 -100

TOTAL CAP PRÓPRIO 70.000 100 60.000 86 30.000 43

PASSIVO

Empréstimos m/l.p. 120.000 100 100.000 83 140.000 117

Empréstimos c.p 20.000 100 40.000 200 40.000 200


Contas a Pagar 30.000 100 50.000 167 60.000 200

TOTAL PASSIVO 170.000 100 190.000 112 240.000 141

TOTAL PASSIVO + CP 240.000 100 250.000 104 270.000 113


Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Caso Prático - Balanços (índices – base variável)


Anos
Contas Ano n-2 Ano n-1 n-1/n-2 Ano n n/n-1

ACTIVO

Activos Fixos 100.000 90.000 -10% 80.000 -11%

Inventários 50.000 70.000 40% 100.000 43%


Contas a Receber 40.000 50.000 25% 70.000 40%
Caixa e Bancos 50.000 40.000 -20% 20.000 -50%

TOTAL ACTIVO 240.000 250.000 4% 270.000 8%

CAP PRÓPRIO

Capital (realizado) 50.000 50.000 0% 50.000 0%


Resultados 20.000 10.000 -50% -20.000 -300%

TOTAL CAP PRÓPRIO 70.000 60.000 -14% 30.000 -50%

PASSIVO

Empréstimos m/l.p. 120.000 100.000 -17% 140.000 40%

Empréstimos c.p 20.000 40.000 100% 40.000 0%


Contas a Pagar 30.000 50.000 67% 60.000 20%

TOTAL PASSIVO 170.000 190.000 12% 240.000 26%

TOTAL PASSIVO + CP 240.000 250.000 4% 270.000 8%


Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Algumas conclusões prévias (análise rubrica a rubrica)

• Redução progressiva dos ativos fixos

• Valor dos inventários em crescimento (maiores vendas ou maiores


dificuldades na venda – acumulação de stocks ?)

• Contas a receber a crescer (em função de maiores vendas ou maiores


dificuldades na cobrança ?)

• Caixa e Bancos em decréscimo (por investimento na compra de


matérias-primas (para maiores vendas) ou por maiores dificuldades
nas cobranças ?)
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Algumas conclusões prévias (análise rubrica a rubrica)

• Resultados a diminuirem, sendo negativos no último ano

• Empréstimos a médio/longo prazo com comportamento errante, tendo


aumentado no último ano (para financiar a atividade ou para cobrir os
prejuízos?)

• Contas a pagar em crescimento (dificuldades de tesouraria ou


aumento do prazo para pagamentos ?)

• Passivo em crescimento (passando dos 70,8% no Ano n-2 para os


88,9% no Ano n)
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Caso Prático - Demonstrações de Resultados (valores absolutos)


Anos n-2/n-1 n-1/n
Contas Ano n-2 Ano n-1 Ano n /\ + /\ - /\ + /\ -

Rendimentos

Vendas/Prestações de Serviços 340.000 400.000 500.000 60.000 100.000

Gastos

Custo das vendas 200.000 240.000 330.000 40.000 90.000


Pessoal 80.000 100.000 120.000 20.000 20.000
Forn. E Serviços Externos (FSE)
. Combustíves 10.000 15.000 20.000 5.000 5.000
. Energia/Água 8.000 10.000 15.000 2.000 5.000
. Deslocações e estadas 2.000 3.000 4.000 1.000 1.000
. Honorários 10.000 12.000 15.000 2.000 3.000
. Outros FSE 5.000 6.000 10.000 1.000 4.000

TOTAL GASTOS 315.000 386.000 514.000 71.000 128.000

RAGFI (RAEFI) 25.000 14.000 -14.000 60.000 -71.000 100.000 -128.000

Gastos Financeiros 5.000 4.000 6.000 -1.000 2.000

Resultados antes impostos (RAI) 20.000 10.000 -20.000 60.000 -70.000 100.000 -130.000

IRC 0 0 0

RESULTADOS LÍQUIDOS 20.000 10.000 -20.000 60.000 -70.000 100.000 -130.000


Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Caso Prático - Demonstrações de Resultados (peso relativo)


Anos
Contas Ano n-2 % Ano n-1 % Ano n %

Rendimentos

Vendas/Prestações de Serviços 340.000 100 400.000 100 500.000 100

Gastos

Custo das vendas 200.000 58,8 240.000 60,0 330.000 66,0


Pessoal 80.000 23,5 100.000 25,0 120.000 24,0
Forn. E Serviços Externos (FSE)
. Combustíves 10.000 2,9 15.000 3,8 20.000 4,0
. Energia/Água 8.000 2,4 10.000 2,5 15.000 3,0
. Deslocações e estadas 2.000 0,6 3.000 0,8 4.000 0,8
. Honorários 10.000 2,9 12.000 3,0 15.000 3,0
. Outros FSE 5.000 1,5 6.000 1,5 10.000 2,0

TOTAL GASTOS 315.000 92,6 386.000 96,5 514.000 102,8

RAGFI (RAEFI) 25.000 7,4 14.000 3,5 -14.000 -2,8

Gastos Financeiros 5.000 1,5 4.000 1,0 6.000 1,2

Resultados antes impostos (RAI) 20.000 5,9 10.000 2,5 -20.000 -4,0

IRC 0 0,0 0 0,0 0 0,0

RESULTADOS LÍQUIDOS 20.000 5,9 10.000 2,5 -20.000 -4,0


Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Caso Prático - Demonstrações de Resultados (índices – base fixa)


Anos
Contas Ano n-2 % Ano n-1 % Ano n %

Rendimentos

Vendas/Prestações de Serviços 340.000 100 400.000 118 500.000 147

Gastos

Custo das vendas 200.000 100 240.000 120 330.000 165


Pessoal 80.000 100 100.000 125 120.000 150
Forn. E Serviços Externos (FSE)
. Combustíves 10.000 100 15.000 150 20.000 200
. Energia/Água 8.000 100 10.000 125 15.000 188
. Deslocações e estadas 2.000 100 3.000 150 4.000 200
. Honorários 10.000 100 12.000 120 15.000 150
. Outros FSE 5.000 100 6.000 120 10.000 200

TOTAL GASTOS 315.000 100 386.000 123 514.000 163

RAGFI (RAEFI) 25.000 100 14.000 56 -14.000 -56

Gastos Financeiros 5.000 100 4.000 80 6.000 120

Resultados antes impostos (RAI) 20.000 100 10.000 50 -20.000 -100

IRC 0 0 0

RESULTADOS LÍQUIDOS 20.000 100 10.000 50 -20.000 -100


Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Caso Prático - Demonstrações de Resultados (índices – base variável)


Anos
Contas Ano n-2 Ano n-1 % Ano n %

Rendimentos

Vendas/Prestações de Serviços 340.000 400.000 18% 500.000 25%

Gastos

Custo das vendas 200.000 240.000 20% 330.000 38%


Pessoal 80.000 100.000 25% 120.000 20%
Forn. e Serviços Externos (FSE)
. Combustíves 10.000 15.000 50% 20.000 33%
. Energia/Água 8.000 10.000 25% 15.000 50%
. Deslocações e estadas 2.000 3.000 50% 4.000 33%
. Honorários 10.000 12.000 20% 15.000 25%
. Outros FSE 5.000 6.000 20% 10.000 67%

TOTAL GASTOS 315.000 386.000 23% 514.000 33%

RAGFI (RAEFI) 25.000 14.000 -44% -14.000 -200%

Gastos Financeiros 5.000 4.000 -20% 6.000 50%

Resultados antes impostos (RAI) 20.000 10.000 -50% -20.000 -300%

IRC 0 0 0

RESULTADOS LÍQUIDOS 20.000 10.000 -50% -20.000 -300%


Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Algumas conclusões prévias (análise rubrica a rubrica)

• Vendas têm crescido ao longo dos anos (o que pode implicar maiores
stocks e vendas a crédito mais elevadas)

• Custo das vendas com crescimento elevado (passando dos 58.8%


para os 66% no Ano n)

• FSE’s em crescimento (dos 10,3% para os 12,8% no Ano n)

• RAGFI (Resultados antes gastos de financiamento e impostos)


negativos no Ano n (- 2,8%), devido ao aumento do custo das vendas

• Gastos Financeiros com peso pouco expressivo (1,2% no Ano n)

• Resultados Líquidos em queda ao longo dos anos, sendo negativos


no Ano n (-4%)
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Métodos e técnicas de análise

Que métodos ou técnicas de análise ?

 Comparação de Balanços e Demonstrações de Resultados de exercí-


cios sucessivos (preferencialmente históricos e previsionais)

 Método dos rácios e indicadores

 Utlização de padrões de comparação

 Análise estática versus análise dinâmica

 Análise da qualidade dos resultados

 Análise do risco

 Orçamentação ou previsão
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Métodos e técnicas de análise

Método dos rácios (e indicadores)

Rácio – consiste numa relação significativa entre dois elementos,


extraídos das demonstrações financeiras da empresa, característicos
da sua situação, da sua atividade ou do seu desempenho (quociente
entre duas grandezas).

Pode ser expresso em:

 Quociente
 Percentagem

Indicador – combinação de rubricas e variáveis.


Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Vantagens na utilização dos rácios


• São práticos e fáceis de construir

• Obter informações sintéticas (e organizadas) sobre realidades que


interessam à empresa (e à gestão)

• Permitir comparações para além das efetuadas através de valores


absolutos ou percentagens

• Permitir comparar e avaliar o comportamento dos indicadores/rácios


ao longo do tempo

• Permitir relacionar indicadores/rácios interligados, com maior riqueza


para a análise

• Permitir comparações com outras empresas do mesmo setor de


atividade (independentemente da sua dimensão) através de
indicadores/rácios homogéneos
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Limitações na utilização dos rácios

• São um simples instrumento de análise que não substitui a


conjugação com outros fatores e a subjetividade de quem analisa

• Quantificam factos, apontam indícios e detetam anomalias (são o


termómetro mas não curam ...)

• Rácios isolados pouca ou nenhuma informação fornecem

• Valores iguais para o mesmo rácio, medidos em períodos diferentes,


podem não traduzir as mesmas realidades

• Factores sazonais ou eventuais com impacto direto na sua


utilização e interpretação

• Rácios relativos a um determinado período não permitem extrapolar


comportamentos futuros
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Classificação dos rácios

 Rácios económicos – respeitam à rentabilidade da empresa


através da relação de elementos da DR;

 Rácios financeiros – relacionam o equilíbrio das diferentes


naturezas patrimoniais do Balanço;

 Rácios económico-financeiros – analisam relações integran-


do grandezas económicas da DR com as de natureza financeira
do Balanço

 Rácios de atividade ou funcionamento - analisam o grau de


eficiência da gestão dos ativos detidos pela empresa
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Classificação dos rácios

 Rácios de produtividade ou técnicos – relativos à utilização


de recursos

 Rácios de desempenho bolsista – medidas de avaliação da


empresa na perspectiva do mercado de capitais.

 Outros
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Métodos e técnicas de análise

Que métodos ou técnicas de análise ?

 Comparação de Balanços e Demonstrações de Resultados de exercí-


cios sucessivos (preferencialmente históricos e previsionais)

 Método dos rácios e indicadores

 Utlização de padrões de comparação

 Análise estática versus análise dinâmica

 Análise da qualidade dos resultados

 Análise do risco

 Orçamentação ou previsão
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Métodos e técnicas de análise

Utilização de padrões de comparação

Permite estabelecer comparações com situações e contextos,


permitindo verificar o posicionamento da empresa e sua posição
perante os seus concorrentes e parceiros de negócio.

Três tipos de padrões de comparação:

 Indicadores da própria empresa;


 Indicadores de empresas concorrentes;
 Indicadores setoriais (regionais, nacionais ou internacionais).
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Padrões de comparação

Deve-se comparar aquilo que é comparável, tendo em atenção a


fiabilidade da informação e das suas fontes assim como:

 A temporalidade dos padrões de comparação (deve-se reportar


ao mesmo período de tempo);

 A natureza e construção dos padrões de comparação, podendo


os critérios de construção desses indicadores serem diferentes.

Fontes de natureza independente ajudam a retirar alguma carga de


enviesamento aos indicadores publicados por empresas.
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Métodos e técnicas de análise

Que métodos ou técnicas de análise ?

 Comparação de Balanços e Demonstrações de Resultados de exercí-


cios sucessivos (preferencialmente históricos e previsionais)

 Método dos rácios e indicadores

 Utlização de padrões de comparação

 Análise estática versus análise dinâmica

 Análise da qualidade dos resultados

 Análise do risco

 Orçamentação ou previsão
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Métodos e técnicas de análise

Análise estática versus análise dinâmica

A análise estática corresponde à análise do desempenho financeiro da


empresa através do Balanço (enquanto documento que mostra a
situação da empresa num determinado momento).

A análise dinâmica assenta no estudo dos fluxos financeiros através


quer da Demonstração de Resultados – capacidade da empresa de
gerar meios próprios - quer da Demonstração dos Fluxos de Caixa – a
forma como os meios financeiros são gerados e aplicados num
determinado período.
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Análise estática versus análise dinâmica

Dois tipos de fluxos:

 Fluxos de curto prazo, associados às atividades operacionais –


gestão de inventários, gestão dos créditos (obtidos/concedidos) e
tesouraria;

 Fluxos de médio e longo prazo, associados às atividades de


investimento e financiamento e das suas respetivas políticas

Ciclos da empresa – operacional, investimento e financiamento


Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Métodos e técnicas de análise

Que métodos ou técnicas de análise ?

 Comparação de Balanços e Demonstrações de Resultados de exercí-


cios sucessivos (preferencialmente históricos e previsionais)

 Método dos rácios e indicadores

 Utlização de padrões de comparação

 Análise estática versus análise dinâmica

 Análise da qualidade dos resultados

 Análise do risco

 Orçamentação ou previsão
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Métodos e técnicas de análise

Análise da qualidade dos resultados

Técnica de natureza qualitativa, visando avaliar os fatores que tenham


impacto direto na qualidade dos resultado obtidos e de eventuais
distorções que possam ter impacto na leitura da DFs.

o Utilização das regras contabilísticas aceites;


o Composição dos resultados da empresa – atividades de
exploração ou de natureza pontual/extraordinária ou de cariz
financeiro
o Volatilidade dos resultados apurados e sua consistência para
resultados futuros;
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Métodos e técnicas de análise

Análise da qualidade dos resultados

o Capacidade de transformação dos fluxos económicos


(rendimentos e gastos) em fluxos de caixa (recebimentos e
pagamentos) e seus impactos na tesouraria;
o Adequação da estrutura de capital da empresa e seu nível de
endividamento;
o Qualidade produtiva dos ativos fixos e seu grau de
obsolescência técnica;
o Grau de realização em meios líquidos dos ativos correntes;
o Sensibilidade dos resultados e sua variação a fatores não
controláveis.
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Métodos e técnicas de análise

Análise da qualidade dos resultados

Análise qualitativa pode igualmente mostrar algumas situações


merecedoras de acompanhamento:

o Mudança sistemática de métodos contabilísticos (melhoria na


qualidade da informação ou distorções na gestão?);
o Existência de ênfases ou reservas nos relatórios de auditoria;
Ênfase - pretende enfatizar um determinado aspeto das demonstrações
financeiras
Reservas às contas - situações relatadas pelo auditor que afetam a sua
opinião e que podem ser reservas por desacordo a determinado aspeto das
DFs ou reservas por limitação do âmbito do seu trabalho
o Redução dos gastos geríveis ou controláveis
o Aumento do volume de crédito a clientes
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Métodos e técnicas de análise

Análise da qualidade dos resultados

Análise qualitativa pode igualmente mostrar algumas situações


merecedoras de acompanhamento:

o Alterações do tempo médio de permanência dos inventários;


Aumentos – redução da produção, compra de matérias-primas ou de bens
(produtos acabados) com problemas de escoamento no mercado, monos ou
para abate;
Reduções – aumento da produção, dificuldades de compra de matérias-
primas ou de bens (tesouraria, aprovisionamento, etc.)
o Aumento do peso dos intangíveis;
o Recurso crescente à dívida;
o Quebras nas margens (maior competitividade ou alterações na
gama de produtos ou gastos maiores não refletidos no preço de
venda).
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Métodos e técnicas de análise

Que métodos ou técnicas de análise ?

 Comparação de Balanços e Demonstrações de Resultados de exercí-


cios sucessivos (preferencialmente históricos e previsionais)

 Método dos rácios e indicadores

 Utlização de padrões de comparação

 Análise estática versus análise dinâmica

 Análise da qualidade dos resultados

 Análise do risco

 Orçamentação ou previsão
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Métodos e técnicas de análise

Análise do risco

Visa avaliar o grau de sensibilidade dos resultados futuros da empresa


a possíveis alterações em variáveis críticas.

 Risco de negócio, económico ou operacional – relacionado


com a atividade desenvolvida pela empresa;
 Risco financeiro – relacionado com as decisões de
financiamento e impactos na rentabilidade dos capitais
(próprios);
 Risco global – conjugação de ambos (atividade e
financiamento)
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Métodos e técnicas de análise

Que métodos ou técnicas de análise ?

 Comparação de Balanços e Demonstrações de Resultados de exercí-


cios sucessivos (preferencialmente históricos e previsionais)

 Método dos rácios e indicadores

 Utlização de padrões de comparação

 Análise estática versus análise dinâmica

 Análise da qualidade dos resultados

 Análise do risco

 Orçamentação ou previsão
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Métodos e técnicas de análise

Orçamentação ou previsão

Projeção de resultados da empresa para verificar a capacidade de fazer


face a compromissos futuros assumidos e de gerar resultados
sustentáveis ao longo do tempo.

Traduz-se, quase sempre, no exercício de planeamento orçamental da


empresa (que deve ser acompanhado ao nível do controlo e de
medidas corretivas, se necessárias).

O Plano de negócios (ou o planemento das atividades a médio longo


prazo) é o documento que ajuda a sistematizar e quantificar os
objetivos futuros da empresa.
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Plano de negócios – Porquê e para quê?

“All the work you do in thinking up your idea, testing it, studying it,
and producing it, has been for nothing if you can’t sell it. Whether you
start you own business to produce and sell your invention,
subcontract out the manufacturing part, or sell your rights in return
for a percentage of the proceeds, you need a business plan.” (Pamela
Riddle Bird, PhD, Inventing For Dummies, CEO, Innovative Product
Technologies, Inc.)

“A good business plan not only helps you secure funding, it can serve
as a road map, a diagnostic tool, an employee motivator and/or a
reality check” (Jennifer Lonoff Schiff, President, Schiff & Schiff
Communications)

“Every business has to start with a plan” (William Bygrave, professor


emeritus at Babson College)
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Plano de negócios

Instrumento que permite analisar a viabilidade de um projeto


empresarial.

Elaborar um plano de negócio força o promotor a refletir,


sistematizar, planear e orçamentar sobre a oportunidade de
negócio detetada.

Um plano de negócio, através de uma recolha realista de


informação, apresenta e define os objetivos do projeto, quantifica
os meios necessários e demonstra as suas condições de
viabilidade e, consequentemente, os riscos envolvidos.

Fonte: O Plano de negócios – Guias técnicos de investimento no turismo (IFAT)


Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Plano de negócios

(...) O Plano de Negócios revela-se, assim, um instrumento crítico


de apoio à criação e gestão de uma empresa, ao possibilitar uma
perceção dos pontos fortes e fracos, constrangimentos e
oportunidades do mercado e do projeto.

Paralelamente, visa fortalecer os conhecimentos e metodologias


necessários à melhor definição do projeto de investimento e
sistematiza os passos inerentes à preparação de um processo de
financiamento.

(...) Um plano de negócio deve ter uma apresentação apropriada,


ser objetivo, claro, preciso e, acima de tudo, realista.

Fonte: O Plano de negócios – Guias técnicos de investimento no turismo (IFAT)


Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Plano de negócios

Documento que visa dar a conhecer e promover um determinado


projeto de investimento, com duas finalidades:

- Interna – programa de ação para a execução do projeto e os


valores para controlo da atividade (após implementação);

- Externa – apresentar o projeto a investidores e financiadores

Um plano de negócio não serve apenas propósitos externos. Deve


constituir um importante documento de planeamento da gestão da
empresa.

Para a empresa, um plano de negócio é um instrumento de


planeamento do crescimento, de reação a alterações que possam
ocorrer, de controlo e de avaliação do desempenho futuro.
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Plano de negócios - Objetivos

 Documento de base a um novo negócio/projeto, servindo de


“ferramenta” para comunicar a ideia de um novo negócio a
investidores potenciais, entidades financeiras, pessoal, etc;

 Permite tomar decisões de “go” ou “no go”, face aos resultados


apurados;

 Permite monitorizar e comparar resultados.

O objetivo do plano de negócio não é o de confundir os potenciais


financiadores, através da utilização de complicados conceitos, mas
sim favorecer a tomada de uma decisão tão importante como a de
investir.
Análise Financeira (métodos) – Jorge Abrantes

Gestão de Projetos
Ideia
Planeamento inicial

. Fixação de objetivos
. Recursos
. Estratégia

Controlo Execução
. Resultados vs . Alocação de recursos
objetivos . Gestão e
. Relatório(s) coordenação
. Medidas corretivas . Motivação (da equipa)

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